LITERATURAS NATIVAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA: uma possibilidade de desobediência epistêmica |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
17/12/2024 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Patricia Graciela da Rocha
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Adriana Oliveira de Sales
- Angela Maria Guida
- Fabiana Pocas Biondo
- Fernanda Vieira de Sant Anna
- Patricia Graciela da Rocha
- Rodrigo Acosta Pereira
- Suzana Vinicia Mancilla Barreda
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Resumo |
A colonização de Pindorama, termo de origem tupi-guarani utilizado pelos povos nativos da
região costeira para se referir ao que hoje chamamos Brasil, deixou marcas profundas na
nossa cultura e sociedade. Desde então, as colonialidades do ser, do saber e do poder
persistem na sociedade brasileira e, de forma incisiva, no ambiente escolar. Muitos aspectos
relacionados à cultura europeia foram supervalorizados, causando o apagamento e a
desvalorização das diversidades identitárias do país, especialmente em relação aos grupos
minorizados, como os povos nativos. Durante séculos, a educação formal esteve restrita às
classes dominantes, com livros e materiais didáticos que refletiam apenas a visão dos
colonizadores. No entanto, nas últimas décadas, narrativas minoritárias, especialmente de
autoria de pessoas que se identificam com alguma etnia indígena, começaram a ser
incorporadas nos ambientes de aprendizagem, abrindo espaço para novas perspectivas
históricas e culturais. Em 10 de março de 2008, a Lei 11.645 tornou obrigatório o ensino das
histórias e culturas dos povos originários no currículo escolar nacional, com destaque nas
áreas de artes, literatura e história. Essa legislação promoveu um espaço nos currículos
escolares para a revisão de questões culturais e históricas antes silenciadas. Diante desse
contexto, este estudo, com base na linguística aplicada, objetiva refletir sobre como o trabalho
com literaturas nativas no ensino de língua portuguesa e literatura na Educação Básica,
especialmente no Ensino Médio, pode contribuir para a construção de uma nova perspectiva
sobre as identidades dos povos originários brasileiros. O estudo visa também à revisão de
mitos, crenças, preconceitos e estereótipos enraizados na sociedade e à promoção da
desobediência epistêmica no campo educacional. Para tanto, esta pesquisa qualitativa, de
caráter aplicado e exploratório, adota a metodologia de pesquisa-ação. A geração de dados
inclui a aplicação de dois questionários (inicial e final) e o desenvolvimento de uma sequência
didática de caráter decolonial, utilizando livros de literárias nativas. Essas atividades foram
realizadas com 30 alunos de uma turma da 2ª série do Ensino Médio de uma escola pública
em Porto Velho-RO, a fim de observar os impactos da Lei 11.645/08, implementada há mais
de 12 anos. A análise interpretativista foi conduzida a partir dos comentários dos alunos sobre
como se identificam e identificam o outro (o sujeito nativo), com base nas seguintes questões:
O que é ser indígena? O que define uma pessoa como indígena? Com esta pesquisa pretendo
contribuir para uma abordagem mais inclusiva e crítica no ensino de língua portuguesa e
literatura, desafiando preconceitos e promovendo uma compreensão mais profunda e
contextualizada das identidades e culturas que constituem o Brasil. |
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DOCENTES NEGRAS DA UFMS E AS MODALIDADES DE IDENTIFICAÇÃO RACIALIZADA: DISCURSO E(M) RESISTÊNCIA |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
17/12/2024 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Ovidio da Conceição Batista Júnior
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Banca |
- Argus Romero Abreu de Morais
- Elaine de Moraes Santos
- Juliana da Silveira
- Kátia Alexsandra dos Santos
- Marlon Leal Rodrigues
- Rosivaldo Gomes
- Thaize de Souza Reis
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Resumo |
Esta pesquisa tem como objeto a irrupção de modalidades de identificação
racializada quando professoras negras da UFMS produzem narrativas de si. Para
tanto, aciono o dispositivo teórico-metodológico da Análise de Discurso
pecheuxtiana, em diálogo com o Feminismo Negro. Metodologicamente de base
qualitativo-interpretativista, a descrição e a interpretação das SDs – Sequências
Discursivas (Courtine, 2009), recortadas das respostas obtidas por entrevistas
semiestruturadas, decorrem em relação direta e constitutiva com suas condições de
produção (Orlandi, 1999). No bojo do arcabouço epistemológico, conjecturo a
seguinte pergunta: “Como se constituem as modalidades de identificação
racializada nas respostas de professoras autodeclaradas negras, ao falarem de
suas trajetórias acadêmicas na UFMS?”. Mediante essa inquietude e somando-a às
questões ontológicas de um pesquisador assentado em uma posição-sujeito de
masculinidade – homem negro – estabeleço, como objetivo geral, analisar os
processos de identificação racializada de professoras autodeclaradas negras na
UFMS, no batimento entre os discursos de si e o gesto de interpretação (Orlandi,
2012) do analista. Na esteira do propósito maior, são objetivos específicos do
estudo: a) problematizar como interseccionalidade se entrecruza na batalha por
democracia racial e pelo fim da opressão sexista e patriarcal (Carneiro, 2003;
Gonzalez, 2020; Kilomba, 2019) que atinge a trajetória de inserção e atuação de
professoras negras na UFMS; b) delinear, à luz de uma disciplina de entremeio, as
condições de produção e o processo de pesquisa no escopo do debate sobre
discursos racializados e as modalidades de identificação; c) exercer uma escuta
discursiva (Orlandi, 1999) das SDs. Tendo em vista os objetivos traçados, proponho
a tese de que o construto discursivo da racialização na UFMS emerge como efeito
da interpelação ideológica (Pêcheux; Fuchs, 1997) das sujeitas investigadas que se
contra-identificam (Pêcheux, 2009) com uma formação social que, no escopo deste
trabalho, regula uma FD patriarcal e racista. No batimento (Freire, 2021) entre as
narrativas de si (delas) e uma posição-sujeito outra – a do pesquisador – para além
de trajetórias marcadas pela interdição de discursos estabilizados sobre o que é ser
professora negra no ensino superior e, concomitante às conquistas narradas, há,
como recorrência, a produção da resistência (Pêcheux, 2014) ao epistemicídio
(Carneiro, 2003). Nas SDs analisadas, isso se dá, principalmente, na articulação de
duas marcas na superfície linguística: a negação e a presentificação da ausência.
No que tange à historicidade com que irrompe a não identificação plena com os
saberes defendidos pela forma-sujeito que opera regulando uma FD patriarcal e
racista, no jogo entre reconhecimento e representação, a legitimidade do lugar
ocupado pode ser parte preponderante na produção de mais sensibilidades
epistêmicas racializadas em âmbito universitário. |
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Sentidos em versos: correlações poéticas, figuras e temas de identidade na obra de Cristiane Sobral |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
12/12/2024 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Geraldo Vicente Martins
- José Antonio De Souza
- Julio Neves Pereira
- Leticia Moraes Lima
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
- Sueli Maria Ramos da Silva
- Tiana Andreza Melo Antunes
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Resumo |
Este trabalho analisa, na poesia de Cristiane Sobral, poeta mineira, os efeitos de sentido resultantes da correlação entre categorias do plano de conteúdo e categorias do plano de expressão, a partir dos quais é possível estabelecer a elocução de uma poética identitária própria, marcada pela especificidade de sua criação no contexto da literatura brasileira contemporânea cuja autoria provém de mulheres negras. Para isso, recorremos ao modelo teórico-metodológico proposto pela semiótica discursiva para estudar o modo de geração dos sentidos no interior desses textos na articulação dos elementos do conteúdo com elementos da expressão, decorrente das projeções semissimbólicas. Ainda, para respaldarmos nossas análises, fez-se necessário agregar aos estudos a semiótica das paixões, uma vez que a dimensão passional se faz presente nos textos poéticos, dos quais se tem a percepção dos “estados de alma do sujeito”, explícita ou implicitamente investidos no discurso. Além das análises propriamente ditas, discorremos sobre estudos da literatura de autoria feminina negra, destacando-se a proposição de uma estilística afrodescendente que perpassa as produções de autoria feminina negra; ademais, fez-se importante estabelecer a condição da mulher submetida ao escravismo, procedendo-se a um recorte histórico desse período. Finalmente, apresentamos a análise semiótica dos seguintes textos da obra Não vou mais lavar os pratos, de autoria de Cristiane Sobral (2016a): “Escuridão da vitória”; “Opção”; “Nzingas guerreiras”; “Escova progressiva”; “Refazendo a cabeça”; “Heroína crespa”; “Lente de contato”; “Verdade”, nos quais foi possível perceber a construção da temática da identidade negra a partir da correlação entre categorias do plano do conteúdo e do plano da expressão, cuja essência figurativa recai sobre o “cabelo negro”, em discurso que propõe o enaltecimento da mulher negra a partir de sua raiz identitária.
Palavras-chave: Poética; Conteúdo e expressão; Semissimbolismo; Dimensão passional. |
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DIALOGANDO SOBRE EDUCAÇÃO DE SURDOS, (DE)COLONIALIDADE E LETRAMENTO VISUAL CRÍTICO |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
12/12/2024 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
- Danielle Cristina Mendes Pereira Ramos
- Felipe de Almeida Coura
- IVANI RODRIGUES SILVA
- Nara Hiroko Takaki
- Patricia Graciela da Rocha
- Rosivaldo Gomes
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Resumo |
A educação de alunos Surdos é uma questão amplamente debatida devido aos inúmeros obstáculos linguísticos e metodológicos que comprometem o desenvolvimento da aprendizagem desses estudantes. Para desenvolver a pesquisa, estabelecemos o seguinte objetivo geral: problematizar as contribuições do letramento visual crítico e da perspectiva (de)colonial para a educação de Surdos. Partindo de tal objetivo, especificamente almejamos: 1) Discutir os conceitos de Letramento Visual Crítico articulando suas definições, características e relevância no contexto educacional; 2) Descrever as manifestações e implicações de ocorrências (de)coloniais na educação de Surdos. Com o intento de alcançarmos tais objetivos, selecionamos a pesquisa bibliográfica, com abordagem qualitativa, para desenvolver as reflexões emergidas durante a pesquisa. O levantamento bibliográfico foi realizado em janeiro de 2023 e identificou teses e dissertações publicadas de 2000 a 2019. Sendo assim, recorremos a pesquisas atinentes à educação de Surdos (Ferreira, 2019; Mendes, 2015; Perlin, 2003; Giordani, 2003; Nascimento, Silva, 2019; Mahl, Ribas, 2013; Sá, 2006; Lane, 2008; Longman, 2007; Freitas, 2021; Lobato, 2023; Quadros, 1997 e entre outras), ao letramento visual crítico (Ferraz, 2011, 2012, 2014, 2019; Mizan, 2011, 2013; Cotrim, 2018; Ferraz e Mizan, 2019, 2023; Mizan e Ferraz, 2021; Cotrim e Ferraz, 2014; Takaki, 2012 e entre outras) e à (de)colonialidade (Maldonado-Torres, 2003; Mignolo, 2003, 2017; Quijano, 2005, 2007; Walsh, 2009 e entre outras). Além de discutirmos esses âmbitos, elaboramos três eixos reflexivos com indagações para fomentar as possíveis significações e pontos de vista gerados a partir de imagens que selecionamos. Os resultados indicam uma ausência de pesquisas focadas no letramento visual crítico para Surdos, destacando a necessidade de expandir os horizontes metodológicos e teóricos para incluir e valorizar as experiências visuais e comunicativas dos Surdos nesse âmbito de pesquisa.
Palavras-chave: Surdos, educação, letramento visual crítico, (de)colonialidade |
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A POÉTICA ECOLÓGICA EM OBRAS DE MIA COUTO: UMA ANÁLISE ECOCRÍTICA |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
05/12/2024 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Gleidson André Pereira de Melo
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Banca |
- Angela Maria Guida
- Antônio Máximo von Söhsten Gomes Ferraz
- Edgar Cezar Nolasco dos Santos
- Leoné Astride Barzotto
- Marta Francisco de Oliveira
- Patricia Graciela da Rocha
- Raysa Luana da Silva
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Resumo |
Esta tese tem como objetivo apresentar aspectos da poética ecológica em obras
selecionadas do escritor moçambicano Mia Couto e analisar, sob a orientação dos
pressupostos da ecocrítica, questões relacionadas à estreita relação entre humanos
e natureza. Narrativas e cenários ambientais presentes nas obras de Mia Couto
destacam-se por apresentarem características que podem ser lidas por meio da
compreensão ecocrítica que perpassam por aspectos culturais e ambientais do
lugar comum à relevância de temáticas ambientais de interesse global. Por este ângulo,
o corpus literário sinaliza para um olhar crítico e atento às inter-relações entre o humano
e a natureza, não por modismos ecológicos, mas sobre as atitudes humanas diante
de contextos sociais, culturais e econômicos. A fim de alcançar os objetivos propostos,
foram analisados os seguintes contos: “A palmeira de Nguézi”, Contos do nascer da
Terra (Couto, 2014); “O embondeiro que sonhava pássaros” e “A princesa russa”,
Cada homem é uma raça (Couto, 2013); “Chuva: a abensonhada”, Estórias
abensonhadas (Couto, 2012); “Rosita”, Na berma de nenhuma estrada (Couto, 2016)
e “O observatório”, As pequenas doenças da eternidade (Couto, 2023). As bases
teóricas que fundamentaram os estudos ecocríticos foram amplas e incluíram autores
como Cheryll Glotfelty, Timothy Morton, Greg Garrard, Terry Gifford, Donna Haraway,
Catherine Walsh, Evando Nascimento, Stefano Mancuso, Malcom Ferdinand,
Vandana Shiva e Ailton Krenak. Esta tese possibilitou reflexões que evidenciam a
literatura de Mia Couto como uma das precursoras no âmbito dos estudos ecocríticos
relacionados à literatura africana. Ao buscar respostas para os objetivos e hipótese
de pesquisa, o estudo evidenciou que a poética ecológica nas obras de Mia Couto
apresenta relevância fundamental para a compreensão das relações entre seres
humanos e natureza. Diante do contexto transdisciplinar que envolve literatura e meio
ambiente, o estudo fornece elementos importantes para a compreensão das relações
humanas com a natureza na perspectiva ecocrítica, e amplia o diálogo entre diferentes
áreas do conhecimento.
Palavras-chave: Mia Couto; Literatura e meio ambiente; Ecocrítica; Ecologia decolonial;
Ecologia das imagens. |
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A DESOBEDIÊNCIA POÉTICA DE CORPOS-ANTÍGONAS: CENAS DE CORPOS QUE NÃO IMPORTAM |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
04/12/2024 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Andre Rezende Benatti
- Angela Maria Guida
- Igor Teixeira Silva Fagundes
- Leoné Astride Barzotto
- Patricia Graciela da Rocha
- Raysa Luana da Silva
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
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Resumo |
O presente trabalho apresenta uma investigação sobre a apropriação e a desapropriação, nos termos de Rivera Garza (2013), pela América Latina contemporânea da figura clássica Antígona. Assumindo uma perspectiva adjetiva de antígona, o trabalho explora novas possibilidades interpretativas de corpos-antígonas latino-americanas por meio da arte performática e da literatura. Para isso, ele se divide em dois momentos. No primeiro, compartilho as experiências de minhas vivências artísticas, tanto como artista quanto como espectadora e pesquisadora. Nessa troca, compartilho leituras a partir da vivência artística da minha participação no Projeto Agora Antígona — Performance em Rede, desenvolvido pela Grupo e Produtora Cultural Cabeça de Cuia, da Bahia, no início da pandemia de 2020. Esse projeto convocou artistas a reinterpretarem o mito de Antígona por meio de performances realizadas em rede, enfatizando a relevância contemporânea da desobediência e da resistência encarnadas pela personagem. Na reflexão proposta sobre as performances, trago algumas considerações acerca da performance, especialmente sob o olhar de Cohen (2002) e de Zumthor (2007), o primeiro elucidando a performance enquanto arte de fronteira, múltipla, e o segundo propondo a performance como um ato da linguagem, dotada de corporeidade. No segundo momento, volto a falar a partir da obra literária que aqui será lida: Antígona González. Uma obra latino-americana que, ainda que recupere a figura mitológica grega, transcende-a para as lutas do lado de cá, trazendo para o seu poema-dramatúrgico várias vozes de muitos corpos-antígonas, ficcionais e não-ficcionais. A leitura analítica de Antígona González vai se compondo por meio de três pontos especiais. São eles: o corpo, a desobediência e a memória. Esses pontos também são discutidos se entrelaçando e resgatando a abordagem performática trazida na primeira parte. O corpo lido nessas obras, literária e performática, vai sendo construído e amparado nas teorias de David Lapoujade (2002), Deleuze (2002), Le Breton (2007), José Gil (1997), Butler (2019) e Henz (2012). O corpo, nessas obras, é entendido não apenas como uma entidade física, mas como um espaço de resistência, criação de sentido e elaboração de memórias. A desobediência é outro ponto fundamental do trabalho, abordada tanto como um ato político quanto como uma prática epistêmica. Para amparar a discussão, são trazidas as teorias de Frédéric Gros (2018), Judith Butler (2022), Walter Mignolo (2008) e outros para demonstrar como a desobediência desses corpos-antígonas, nas obras analisadas, se manifesta como uma resistência à necropolítica (Mbembe, 2018) e ao controle social, político e cultural. A desobediência é, portanto, vista como uma alternativa radical e poética à violência do estado e à hierarquização da vida. Entrelaçando toda a escrita do trabalho, a memória é explorada como um processo de construção e reconstrução contínua, mediado pela arte, literária ou não, e pela performance. Para tanto, é proposto diálogo com os trabalhos de Assmann (2011), Gagnebin (2006) e Rivera Garza (2013) para argumentar que as obras literárias e performáticas investigadas não apenas recuperam memórias silenciadas, mas também criam novos espaços de resistência e identidade. A memória, na perspectiva do trabalho, é um ato de desobediência contra a história oficial e os regimes de esquecimento. |
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O ESPAÇO E A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO MELANCÓLICO: UM ESTUDO DE BARBA ENSOPADA DE SANGUE E OUTRAS OBRAS DE DANIEL GALERA |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
22/11/2024 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Samara Pereira Souza de Lima
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Banca |
- Altamir Botoso
- Andre Rezende Benatti
- Fábio Dobashi Furuzato
- Ramiro Giroldo
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
- Volmir Cardoso Pereira
- Wellington Furtado Ramos
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Resumo |
A presente tese tem como objetivo analisar a confluência e as implicações entre o elemento espaço ficcional e a melancolia, de modo a verificar a configuração do sujeito melancólico no romance brasileiro contemporâneo Barba ensopada de sangue (2022), e em outras obras de Daniel Galera. No decorrer da pesquisa, foram observados os conceitos de melancolia e as suas possibilidades de manifestação, por meio dos estudos de pesquisadores como Sigmund Freud (2011), Luiz Costa Lima (2017), Moacyr Scliar (2003), Hélder Moura (2022), e Jean Starobinski (2016), dentre outros. No que tange ao espaço ficcional, foram apresentadas as concepções dos estudiosos Gaston Bachelard (1978), Ricardo Gullón (1980), e Osman Lins (1976). A tese buscou analisar como o espaço contribui para provocar e revelar as nuances melancólicas que compõem a formação do protagonista de Barba ensopada de sangue (2022). As implicações entre espaço e melancolia, e a constituição do sujeito melancólico, também foram analisadas em outros personagens do autor, nas obras Até o dia em que o cão morreu (2007), Mãos de cavalo (2010), Cordilheira (2008), Meia-noite e vinte (2016) e O deus das avencas (2021). Nesse ínterim, em Barba ensopada de sangue (2022), questões como a composição do espaço hostil, a cidade em que o enredo se desenvolve, e outras manifestações simbólicas desse elemento articulador da narrativa foram essenciais para evidenciar aspectos melancólicos como a crise familiar, a solidão, a sensação de não pertencimento, a rejeição, o isolamento, a despretensão, e o vazio existencial do protagonista representado. Ademais, por meio deste estudo, é possível afirmar que a nuance melancólica é uma constante na representação dos personagens analisados, o que indica um aspecto estético da produção de Daniel Galera. Desse modo, a presente tese se mostra significativa pelas contribuições que alavanca acerca da consonância entre espaço e melancolia na constituição de personagens do autor, em especial, o protagonista de Barba ensopada de sangue (2022). |
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Corpos-vozes nas cenas de vidas guineenses |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
25/10/2024 |
Área |
LITERATURA COMPARADA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Betinha Yadira Augusto Bidemy
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Banca |
- Angela Maria Guida
- Edgar Cezar Nolasco dos Santos
- Igor Teixeira Silva Fagundes
- Marta Francisco de Oliveira
- Patricia Graciela da Rocha
- Raysa Luana da Silva
- Vicente Aguimar Parreiras
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Resumo |
Esta tese buscou apresentar, por meio de narrativas diversas produzidas na GuinéBissau, um espaço para discutir e refletir acerca das relações existentes entre saberes
literários e culturais construídos nos ambientes institucionais ou fora deles, com
ênfase em produções engendradas por mulheres, de modo especial, Odete Semedo
e Domingas Samy. Odete Semedo é uma poeta atuante nas pautas ligadas à
alteridade feminina, na vida política do país e direitos das mulheres guineenses.
Domingas Samy também volta seu olhar para as alteridades femininas e as tradições
do povo guineense. A ela coube o pioneirismo de ter publicado a primeira obra em
prosa na Guiné-Bissau – o livro de contos A escola, em 1993, obra com a qual
dialogamos nesta tese, chamando atenção para questões como colonialismo
português e casamentos arranjados. Demonstramos a relevância do Partido Africano
para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e sobretudo a participação
das mulheres na luta armada, em especial, Carmem Pereira e Titina Silá, excombatentes, que foram figuras emblemáticas dentro do PAIGC, sendo Titina
considerada hoje Heroína nacional da Guiné-Bissau. As narrativas de ex-combatentes
junto às narrativas de mulheres comuns do cotidiano junto às narrativas de mulheres
literatas guineenses apareceram lado a lado nesta tese como elementos importantes
na construção das cenas de vidas femininas da Guiné-Bissau, por isso teorias ligadas
à oratura, oralitura e a ética e filosofia ubuntu nos foram caras para as reflexões nesta
tese. Tentamos demonstrar com esta pesquisa que pensar literatura separadamente
de política é uma tarefa difícil em qualquer situação, sobretudo, quando se trata de
uma literatura produzida em países de África, ex-colônias, sob a rubrica de mulheres
pretas. Desse modo, os corpos-vozes, os corpos-textos desta tese constituem-se
naturalmente como corpos políticos. Minha hipótese de pesquisa, desse modo, centrase na proposta de ler os corpos-vozes das cenas femininas guineenses como
movimentos de desobediência epistêmica, em que privilegio produções e saberes do
universo acadêmico e também fora dele. Uma hipótese que sustenta que produções
literárias e culturais guineenses que mesmo que não se proponham a ser políticas,
uma vez estando em lugar de resistência, de desobediência epistêmica são narrativas
que se colocam como políticas. É isso que defendo, porque são produzidas, em sua
maioria, em uma língua não hegemônica, em uma língua ancestral étnica ou crioula,
enfim, em uma língua que não é a do colonizador. Produções de autoria feminina
engendradas em uma sociedade que ainda se encontra pautada em valores
masculinos, logo, o diálogo com essas obras também é político. Uma política do
feminino. |
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Memoria y violencia en las producciones artísticas colombianas contemporáneas: Doris Salcedo, Óscar Muñoz y Clemencia Echeverri |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
24/10/2024 |
Área |
LITERATURA COMPARADA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Miguel Angel Ariza Benavides
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Banca |
- Angela Maria Guida
- Edgar Cezar Nolasco dos Santos
- Igor Teixeira Silva Fagundes
- Marcia Gomes Marques
- Marcos Antônio Bessa Oliveira
- Patricia Graciela da Rocha
- Raysa Luana da Silva
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Resumo |
A partir do estudo das obras de Doris Salcedo: 6 e 7 de Noviembre (2002) e Quebrantos (2019),
de Óscar Muñoz: Ambulatorio (1994), Proyecto para um Memorial (2004-2005), Biografias (2002),
Aliento (1995), Impresiones débiles (2011) e de Clemencia Echeverri: Treno (2007), Nóctulo
(2015) e Duelos (2019), o seguinte trabalho propõe problematizar a relação entre arte, memória
e corpo em um cenário de violência. Através de uma análise das obras e da forma como os
diferentes atores da violência - vítimas, responsáveis e testemunhas - são representados.
Buscando também promover uma reflexão sobre as possíveis relações desses conceitos com o
poder estatal e suas instituições de forma concreta, metafórica ou simbólica nas obras de arte.
Para isso, será realizado um estudo e análise teórica, abordando principalmente os conceitos de
memória, imagem e representação nas obras artísticas dos três artistas mencionados. Como
ponto de debate teórico entre as diferentes obras e os conceitos abordados, a seguinte pergunta
será levantada como norte de estudo: como, através das obras artísticas desses três artistas, se
propõe uma forma alternativa de formulação da memória histórica dos corpos representados em
contextos de violência, neste caso o colombiano, e como essa memória pode-se inscrever nos
corpos físicos, teóricos, artísticos e institucionais, que se perguntam sobre a memória da
violência? Refletindo e mostrando alguns dos limites da representação e a abertura para as
possibilidades do irrepresentável e indizível através da arte, bem como algumas de suas
possibilidades expressivas. A tese está dividida em cinco capítulos: o primeiro é introdutório para
alguns conceitos básicos que permeiam as obras estudadas, bem como para entender o contexto
político e social a partir do qual os artistas e suas obras são abordados neste trabalho; um capítulo
será dedicado a cada artista. II. Doris Salcedo, III. Óscar Muñoz, IV. Clemencia Echeverri e o
quinto e último capítulo corresponderá a uma reflexão da confluência artística e metodológica
entre os três artistas assim como as suas possíveis diferenças. Busco demonstrar com o estudo
desses três artistas e com algumas das suas obras, parte das formas em que se constitui a
memória da violência e o conflito armado na Colômbia, como também, possíveis caminhos que
vislumbrem outras possibilidades de entender e criar memória dessa violência através da relação
entre arte e memória. |
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TOPONÍMIA DE MATO GROSSO: RELAÇÕES ENTRE LÉXICO TOPONÍMICO, CULTURA E HISTÓRIA. |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
22/10/2024 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Ana Paula Tribesse Patrício Dargel
- Aparecida Negri Isquerdo
- CELINA MARCIA DE SOUZA ABBADE
- Elizabete Aparecida Marques
- Marcelo Rocha Barros Goncalves
- Maria Cândida Trindade Costa De Seabra
- Renato Rodrigues Pereira
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Resumo |
A Toponímia é uma disciplina da Onomástica, campo de estudo vinculado à Linguística, que tem por objeto de investigação os nomes próprios de lugares, tanto de áreas rurais quanto urbanas, com fortes ligações com a História, a Geografia, a Antropologia, dentre outras áreas do conhecimento. Não obstante a importância dos nomes próprios de lugares, por se configurarem como a parcela do léxico que tende a ser mais longeva e, assim, perpetuar informações da língua dos povos de uma região, perfeitamente sedimentada em seus valores culturais e nos aspectos do ambiente físico onde veicula, o estado de Mato Grosso ainda carece de estudos menos pontuais que possam cobrir o estudo dos nomes de lugares do seu imenso território. É premissa básica que a Toponímia revela aspectos do ambiente físico e sociocultural de uma região. Nesse contexto, foram estabelecidas as seguintes hipóteses para esta pesquisa: i) a nomenclatura geográfica da área investigada valoriza a norma lexical regional; ii) a toponímia de base indígena é significativa em termos quantitativos no vocabulário toponímico dos municípios em causa e iii) o processo de toponimização dos acidentes geográficos é produtivo na toponímia da área investigada. Esta Tese tem como objetivo geral estudar a toponímia dos acidentes físicos e humanos de 27 municípios de Mato Grosso, em uma interface entre o léxico toponímico, a história e a cultura da região investigada e, como objetivos específicos, o estudo se propôs: i) investigar os topônimos que integram a área da pesquisa com foco na motivação semântica, na língua de origem e na estrutura morfológica, fundamentando-se em obras nas áreas de Lexicologia e Onomástica, em especial, Dick (1990; 1992; 1997; 2004); Biderman (1981, 1998...); Isquerdo (1996; 1997; 2001; 2012; 2013...); Trapero (1995), dentre outros autores; ii) analisar a representatividade das línguas faladas pelos povos originários na toponímia; iii) descrever particularidades da toponímia examinada quanto à distribuição diatópica e iv) avaliar em que medida nomes genéricos são projetados na toponímia por meio do processo de toponimização dos acidentes geográficos. Para alcançar os objetivos, foram adotados procedimentos característicos da pesquisa toponímica, tais como: i) coleta de dados das cartas topográficas do IBGE (2010); ii) classificação dos topônimos segundo a taxonomia; iii) quantificação e análise dos dados e iv) exame de possíveis conexões estabelecidas entre as informações linguísticas e aspectos da geografia, da história e da cultura, relevantes no tempo e no espaço em que ocorreu a denominação. A análise do corpus (2.012 topônimos) demonstrou que a motivação toponímica da soma total dos nomes investigados está na natureza, com sua variedade de plantas, na categoria dos fitotopônimos (Bananal, Sapezal, Taquaruçu...); de animais, nos zootopônimos (Uirapuru, Lambari, Onça...); de riquezas hídricas na categoria dos hidrotopônimos (Corgão, Corixão, Cabeceira...); de formas do relevo, nos geomorfotopônimos (Pantanal, Bocaina, Morrinho...). A par dessas tendências, a pesquisa demonstrou que o homem, apossando-se do lugar e considerando entes culturais, nomeia o espaço pelo viés da cultura e da história: antropotopônimos (Florestan Fernandes, Marcela, Cáceres, Clemente, Adrianópolis...); hagiotopônimos (São Miguelito, São José do Pingadouro, Santa Rita...); animotopônimos (Alegre, Formoso, Bonito, Confusão...); ergotopônimos (Curral Velho, Pilão, Monjolinho...); sociotopônimos (Retiro, Porto, Mascate...). Em termos linguísticos, a língua portuguesa está presente em 1.522 topônimos (75,64%), seguida pela língua tupi que está na base de 357 topônimos (17, 74%), seja como estrutura simples ou híbrida. Na soma total dos dados, 409 (20,32%) topônimos configuram-se como nomes constituídos por, pelo menos, um formante de língua indígena tupi, guarani, bororo ou aruaque. Quanto à estrutura morfológica, 881 (43,78%) nomes têm estrutura simples; 436 (21,66%) têm estrutura composta; 190 (9,44%) denominativos apresentam estrutura composta híbrida e 165 (8,20%) simples híbrida. A pesquisa atestou, ainda, a presença de toponimização de acidentes em 222 (11,03%) topônimos. Quanto às marcas regionais na toponímia, os 29 (1,44%) topônimos que guardam sentidos regionais evidenciam que, pelo menos, quatro estados brasileiros influenciaram no processo de constituição e nomeação de acidentes pertencentes aos municípios. O baixo índice de ocorrência de topônimos formados por regionalismos mato-grossenses testemunha a miscigenação linguístico-cultural ocasionada pelo processo de colonização e ocupação do território do estado de Mato Grosso por habitantes de outras regiões brasileiras, com destaque para o Sul e o Sudeste.
Palavras-chave: Mato Grosso. Cáceres. Cuiabá. Linguística. Léxico. Onomástica. Toponímia. |
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A ironia romântica da moda: o caso Alexander McQueen |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
30/09/2024 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Aline Saddi Chaves
- Andre Rezende Benatti
- Eduardo Espindola Braud Martins
- Jair Zandona
- Paulo Eduardo Benites de Moraes
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
- Wellington Furtado Ramos
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Resumo |
O objetivo desta proposta é explorar as relações entre a ironia romântica e alegoria,
que colaboram para a construção do projeto estético do estilista Alexander McQueen.
Para isso, destacamos de que maneira suas criações incorporam o conceito de
alegoria proposto por Walter Benjamin, que trata das relações dos símbolos e seus
significados atribuídos ou construídos, que conjuntamente expressa uma convenção
de significado e também abre possibilidades de ser revisitada e atualizada, sendo
passageira e fixa no tempo, simultaneamente. Além da alegoria, as criações de
McQueen se relacionam com a ironia romântica, um movimento que desafia e
reformula o modo como o autor se coloca na obra e com ela tende a uma maior
capacidade de autocrítica dentro de seu universo artístico. Essa visão baseia-se
numa atitude jocosa em que o autor se diverte com este jogo de
construção/desconstrução e manipulação, um modo específico de lidar com os limites
da representação, no qual o autor está presente na obra e conduz todos os jogos
possíveis da dissimulação. Por meio do desenvolvimento dessas relações é possível
fazer uma leitura das criações de McQueen enquanto expressões de uma linguagem
artística e compreender que ele se vale dos elementos da moda para dar vazão a uma
crítica irônica à moda e não se ocupa em reproduzir o que comumente é lido como
veículo de normatização de tendências de mercado. A ideia de seu projeto estético
irônico encontra na representação feminina, no campo da moda, uma rachadura por
onde se pode infiltrar e escorrer pelo sistema, ele desafia as convenções femininas e
coloca em questão essas expectativas tradicionais na moda. Ele propõe uma mulher
que destoava e que não estava disposta a ser mais uma figura domesticada. Ao invés
disso, o estilista propôs figuras que exaltavam a força e a ferocidade, representando
suas mulheres como seres temíveis que transmitiam a mensagem de não serem
presas fáceis, mas sim criaturas aposemáticas, dotadas de aviso de perigo e
toxicidade, a fim de dissuadir possíveis predadores. |
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O CORPO CRISTÃO MIIDIÁTICO-DIGITAL: DESFRONTEIRIZAÇÃO DAS PRÁTICAS DE DIVULGAÇÃO RELIGIOSA MATERIALIZADAS NO YOUTUBE |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
27/09/2024 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Sueli Maria Ramos da Silva
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Sonia Gonçalves Batista Dias
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Banca |
- Alexandre Marcelo Bueno
- Aline Saddi Chaves
- Eluiza Bortolotto Ghizzi
- Geraldo Vicente Martins
- Neurivaldo Campos Pedroso Junior
- Rita de Cassia Aparecida Pacheco Limberti
- Sueli Maria Ramos da Silva
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Resumo |
Esta tese tem por objetivo geral analisar o discurso religioso cristão midiático-digital, a partir
da proposta de tese da desfronteirização, termo que cunhamos para propor uma fronteira
imaginária entre o discurso de divulgação e o discurso de fidelização. Para tal finalidade,
retomamos os estudos de Silva (2020), ao propor três cenas enunciativas referentes ao discurso
religioso (fundação, fidelização e divulgação). Propomos como consequência do rompimento
dessa fronteira a mistura de estilos de gêneros discursivos a partir da mestiçagem
zilberberguiana (2004). Após a mestiçagem, analisamos os gêneros discursivos dessa mistura a
fim de apreender o corpo discursivo, manifestado por meio do estilo, da voz e do caráter
emanados de quatro atores de enunciações cristãs midiático-digitais, materializados, de acordo
com nossa proposta, em tipologias genéricas de estilo actorial. A tese analisa o corpo cristão
midiático-digital, tendo-o como uma organização depreendida das marcas da enunciação
enunciada, amparando-se nos componentes sintáticos e semânticos. Organização esta que
propomos: situar, nomear, elencar, organizar e classificar mediante tipologias. Assim sendo, os
objetivos específicos desta tese são: a) Analisar o corpo do enunciador na plataforma YouTube,
considerando-o um corpo discursivo, conforme assinala Discini (2012; 2015); b) Analisar o
corpo do enunciador na plataforma YouTube na perspectiva da mestiçagem zilberberguiana
(2004); c) Apreender o estilo dos atores de enunciações cristãs midiáticas, a partir de uma noção
de estilo com base nos estudos sobre o corpo na semiótica discursiva; d) Contribuir com os
estudos do discurso religioso na semiótica discursiva da atualidade, no que tange às mídias
digitais; e) Propor duas cenas enunciativas oriundas da tipologia pregação cristã midiáticodigital. f) Delinear o fenômeno da desfronteirização em uma perspectiva tensiva da mestiçagem.
Quanto à metodologia, a pesquisa é quali-quantitativa, com levantamento de informações e
conhecimentos acerca de pesquisas realizadas na semiótica discursiva no campo da religião e
da religiosidade a partir de trabalhos já publicados, colocando em diálogo diferentes autores e
dados. Além das análises do corpus selecionado, com pesquisas exploratórias, descritivas e
explicativas. Os resultados obtidos revelam distintos estilos actoriais, os quais diferenciam-se
entre algumas práticas católica e protestante historicamente marcadas e apreendidas durante as
análises dos argumentos retóricos escolhidos |
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Proposta de Dicionário Onomasiológico de Expressões Idiomáticas Inglês-Português |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
26/09/2024 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Elizabete Aparecida Marques
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Maira de Oliveira Ferreira
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Banca |
- Aparecida Negri Isquerdo
- Bruno Oliveira Maroneze
- Elizabete Aparecida Marques
- Marilze Tavares
- Regiani Aparecida Santos Zacarias
- Renato Rodrigues Pereira
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Resumo |
Este trabalho propõe a elaboração de um dicionário onomasiológico de expressões idiomáticas inglês-português, direcionado a estudantes brasileiros de inglês como língua estrangeira, com ênfase em alunos de nível intermediário. A pesquisa parte do pressuposto de que os dicionários pedagógicos existentes não oferecem uma representação suficientemente clara e prática das expressões idiomáticas. O objetivo geral é desenvolver um dicionário que atenda a essas lacunas, considerando a equivalência cultural e a organização onomasiológica. Os objetivos específicos incluem: i) discutir um modelo de verbete que inclua as informações necessárias para o entendimento dos idiomatismos em inglês, bem como a correspondência das expressões em português; ii) estabelecer critérios para a classificação e o agrupamento das expressões idiomáticas em uma organização onomasiológica; iii) apresentar um estudo das expressões idiomáticas da língua inglesa a pesquisadores, professores, estudantes e outros interessados, oferecendo um modelo de dicionário que contribua para o processo de ensino-aprendizagem; iv) fortalecer as pesquisas na área de Fraseologia, Lexicografia e Onomasiologia no Brasil. A fundamentação teórica é sustentada por autores como Saussure ([1916] 2012), Zgusta (1988), Corpas Pastor (1996), Ruiz Gurillo (1997), Cowie (1998), Hartmann e James (1998), Hartmann (1999), Verdelho (1995), Biderman (2005) e Molina García (2006), que fornecem base para a análise das unidades fraseológicas e suas aplicações. A metodologia abrange a análise de estudos lexicográficos e de corpora, a aplicação de critérios de classificação e agrupamento, e o desenvolvimento e avaliação de um protótipo de dicionário. As hipóteses formuladas neste trabalho direcionaram a pesquisa para a análise da eficácia da integração entre as pesquisas lexicográficas e os estudos de corpora modernos, além de verificarem a relevância da ordenação onomasiológica na melhoria da representação e da consulta de expressões idiomáticas. Adicionalmente, essas hipóteses forneceram a base para a avaliação do impacto dessa abordagem na compreensão e no uso dessas expressões pelos estudantes. Elas serviram como ponto de partida para a construção das análises e argumentações, orientando a coleta de dados e a interpretação dos resultados, o que permitiu verificar a validade teórica e prática das metodologias investigadas. A onomasiologia assume um papel central ao proporcionar uma organização mais intuitiva das expressões idiomáticas, facilitando a busca e a compreensão pelos usuários. A tese contribui para o avanço da pesquisa em Fraseologia e Lexicografia, oferecendo uma ferramenta prática e acessível para o ensino e a aprendizagem de expressões idiomáticas em inglês. |
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RESSIGNIFICANDO A AVALIAÇÃO EDUCACIONAL: DIÁLOGOS ENTRE SABERES LOCAIS-GLOBAIS NAS PERSPECTIVAS DECOLONIAIS |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
12/09/2024 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Alexandre José Pinto Cadilhe de Assis Jácome
- Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
- Marcia Lisbôa Costa de Oliveira
- Nara Hiroko Takaki
- Patricia Graciela da Rocha
- Rosivaldo Gomes
- Souzana Mizan
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Resumo |
Esta pesquisa trata de avaliação educacional de alunos do 8º ano do ensino fundamental em larga escala, realizada em 2018, pela Secretaria Municipal de Educação de Campo Grande – MS. Tem como objetivo analisar e ressignificar as propostas de avaliações externas e em larga escala da Rede Municipal de Ensino de Campo Grande/MS, realizada em 2018, promovendo diálogos entre saberes locais-globais a partir de perspectivas decoloniais, transitando pelos letramentos críticos, com a intenção de desconstruir abordagens hegemônicas e tentar propor processos avaliativos mais inclusivos, contextualizados e alinhados às realidades. Para tal, fomento diálogos, acerca dos diferentes saberes, locais-globais. A metodologia de pesquisa é documental, de natureza qualitativa, com estudo interpretativo. O embasamento teórico está alicerçado, principalmente, em teorias que tratam da linguagem, da avaliação, das visões decoloniais e dos letramentos críticos como princípios que buscam compreender a diversidade e a complexidade da sociedade atual. Sendo assim, os contextos locais são evidenciados e vinculados ao processo histórico global que legitimou e normalizou pensamentos hegemônicos, oriundos de uma visão eurocêntrica que desencadeou crises sociais, fortemente destacadas em tempos atuais. Ressalto que essa perspectiva pode transformar as práticas avaliativas, pela expansão na (re)construção de significados, o que provavelmente refletirá na elaboração dos testes, por meio de uma visão “pluri” e horizontal dos professores e nos discursos presentes nas produções textuais dos alunos, perante as avaliações educacionais, devido à valorização de saberes locais. Espera-se que tal estudo proporcione diálogos mais horizontais, o que pode contribuir para ressignificar conhecimentos e concepções de avaliação educacional com base em outras construções de sentido, desconstruindo visões universais, hegemônicas e eurocêntricas que são observadas em contextos educacionais.
Palavras-chave: avaliação do ensino fundamental; perspectivas decoloniais; letramentos críticos; diálogos entre saberes locais-globais. |
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A produção literária de autoria feminina em Mato Grosso do Sul (1977-2019): um levantamento biobibliográfico |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
02/09/2024 |
Área |
LITERATURA COMPARADA |
Orientador(es) |
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Adriana Lins Precioso
- Alexandra Santos Pinheiro
- Ana Crelia Penha Dias
- Andre Rezende Benatti
- Jair Zandona
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
- Wellington Furtado Ramos
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Resumo |
Este trabalho se propõe, em primeiro lugar, a analisar uma lacuna nos estudos realizados sobre
a produção literária ficcional de autoras sul-mato-grossenses nos anos de 1977 a 2019. Numa
criteriosa busca pelas bancas de dissertações e de teses dos cursos de pós-graduação stricto
sensu em Letras e Linguística de Mato Grosso do Sul, verificou-se que são poucas as pesquisas
voltadas para essa temática. Ao se sugerir a realização de um estudo mais amplo sobre a
produção literária feminina sul-mato-grossense, optou-se por adotar uma postura etnográfica.
Foi possível, com a metodologia adotada, o levantamento da produção ficcional em prosa e
poética das autoras mais expressivas, de suas cidades natais e dos gêneros mais cultivados. A
partir dos resultados obtidos, foram mapeadas e tabuladas 129 autoras, o que evidencia o ponto
de vista da distribuição geográfica. O estudo concluiu que Campo Grande, Corumbá, Dourados
e Três Lagoas foram os principais polos de disseminação dessa literatura. Em relação aos temas,
a análise concluiu sobre o processo de diferenciação da produção, dominado por poesia,
literatura infanto-juvenil, conto e crônica. O mapeamento feito neste trabalho é uma
contribuição para os estudos literários de Mato Grosso do Sul, uma vez que traz para o leitor o
universo da escrita feminina sul-mato-grossense, contribuindo para apresentar a diversidade da
literatura brasileira no Centro-Oeste. Os principais autores utilizados para a construção desse
percurso teórico foram: Bordieu (1996;2010), Schimidt (2017), Duarte(2004), Dubois (2004),
Pontes (1981), Holanda (1994;2019), Rosa(2017). Ao incluir e estudar autoras negligenciadas
pela historiografia literária, trazendo ao (re)conhecimento público trabalhos de autoras ativas,
a pesquisa oferece um novo começo para trabalhos que, por sua vez, poderão estender-se para
autoras ou tópicos individuais em direções que servirão à ampliação do aprofundamento
contínuo de nossos conhecimentos da literatura feminina em Mato Grosso do Sul. |
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O Lúdico e o imaginário na formação do leitor literário: uma proposta por meio de "A Bolsa Amarela” de Lygia Bojunga |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
22/07/2024 |
Área |
LITERATURA COMPARADA |
Orientador(es) |
- Danglei de Castro Pereira
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Flávia Martins Malaquias Piccini
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Banca |
- Adriana Lins Precioso
- Danglei de Castro Pereira
- Linda Maria de Jesus Bertolino
- Lucilo Antonio Rodrigues
- Maria Amélia Dalvi Salgueiro
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
- Wellington Furtado Ramos
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Resumo |
Esta tese investiga como a literatura infantil, com seus elementos lúdicos e imaginativos, contribui para a formação do leitor literário nos anos iniciais da educação básica. O objetivo da pesquisa é examinar como esses elementos podem ser integrados nas práticas pedagógicas para promover o desenvolvimento da capacidade crítica e autônoma dos estudantes na leitura e interpretação de textos literários. Para isso, propõe-se uma metodologia que incorpora o lúdico e a imaginação como elementos pedagógicos centrais. A pesquisa-ação foi adotada como abordagem metodológica, complementada por análise textual e observação participante. Foram implementadas práticas pedagógicas como rodas de leitura, dramatizações e oficinas de escrita criativa, com o intuito de estimular a participação ativa dos estudantes, promover o desenvolvimento da capacidade crítica e favorecer a construção coletiva de significados. Os dados qualitativos foram coletados por meio de diários de campo, entrevistas, aplicação da metodologia de ensino e análise das produções textuais dos alunos. A obra A Bolsa Amarela, de Lygia Bojunga (1976), foi escolhida por sua relevância literária e temática, explorando questões como identidade, desejos reprimidos e o papel da imaginação na infância. A narrativa incorpora o lúdico, elemento central para a formação do leitor literário, e possibilita que os estudantes se identifiquem com a protagonista, estimulando reflexões críticas e profundas sobre suas próprias vivências. A revisão bibliográfica incluiu obras como A Formação do Leitor no Brasil (Zilberman, 1986), Literatura Infantil: Textos, Contextos e Leituras (Lajolo, 1994) e os estudos de Antonio Candido (1995), que discutem a função social da literatura e sua capacidade de suscitar interpretações complexas e múltiplas interações entre texto e leitor, refletindo sobre as relações dialéticas entre arte, sociedade e os processos de subjetivação mediados pela leitura, entre outros autores. Os resultados indicam que a adoção dessas práticas resultou em um aumento significativo no interesse pela leitura, conforme evidenciado pela participação dos estudantes nas atividades e em suas produções textuais, que demonstraram maior envolvimento com os textos. Conclui-se que essas abordagens ampliaram a experiência literária, favorecendo o desenvolvimento de leitores críticos capazes de interagir reflexivamente com os textos e de explorar seus múltiplos sentidos.
Palavras-chave: Literatura infantil, Formação do leitor literário, Lúdico, Imaginário, Pesquisa-ação. |
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Cinema Guarani e Kaiowá: um estudo sobre a construção de sentido em filmes autorais indígenas |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
17/07/2024 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Andrea Ferraz Fernandez
- Geraldo Vicente Martins
- Josette Maria Alves de Souza Monzani
- Juliano José de Araújo
- Marcia Gomes Marques
- Marcos Paulo da Silva
- Maria Ângela Pavan
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Resumo |
Em relação à realização e à recepção midiática, alguns grupos populacionais têm sido historicamente excluídos da construção de conhecimento sobre eles mesmos; muito do que se sabe desses segmentos e grupos, se conhece a partir do que os outros dizem sobre eles. A respeito dos indígenas que habitam o país, o que a produção audiovisual dá a ver sobre eles e o que se conhece deles a partir dos produtos audiovisuais? Este trabalho faz um estudo de recepção, linguagem e construção de sentido de filmes Guarani e Kaiowá, abordando suas produções a partir do processo de interação de receptores com esses produtos. A pesquisa associou o mapeamento da linguagem e da construção narrativa dos filmes indígenas, uma vez que essas produções cinematográficas oferecem uma janela única para as culturas, histórias e perspectivas desses povos, com a análise de recepção dos filmes. Analisar os elementos fílmicos utilizados na criação desses filmes, como planos, ângulos de câmera, movimentos de câmera e edição, possibilitou a compreensão de como esses elementos são empregados na elaboração das mensagens e suas especificidades. Os conceitos dos Estudos Culturais, de modo geral, e dos Estudos sobre a Cultura Latino-americanos, a partir das contribuições sobre as mediações, de Jesús Martín-Barbero (2013), sobre hibridismos, de Nestor García Canclini (2008), e sobre representação, de Stuart Hall (2016), são referências fundamentais para esta pesquisa. Sobre a compreensão de como esses filmes são recebidos pelo público indígena e não-indígena, destaca-se a importância da cultura, da cotidianidade e da realidade social dos receptores como componentes mediadores das configurações de significados gerados a partir desse contato. Neste caso, destaca-se como os aspectos socioculturais dos receptores, a ressignificação e na interação com os produtos culturais e na expressão das apropriações feitas através das práticas culturais dos receptores. A pesquisa aponta como a (auto)representação nos filmes indígenas operam como produtores de sentido, forma de expressão cultural e de interação social. |
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EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA EM LÍNGUA INGLESA, EM CENA: LETRAMENTO TEATRAL CRÍTICO |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
28/05/2024 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Lindomar Cavalcante de Lacerda Lima
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Banca |
- Adriana Cristina Sambugaro de Mattos Brahim
- Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
- Rosivaldo Gomes
- Sueli Maria Ramos da Silva
- Suzana Pinto do Espírito Santo
- Wagner Corsino Enedino
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Resumo |
Esta tese, inserida no campo da Linguística Aplicada, tem como objetivo geral analisar a descentralização do foco gramatical no ensino de língua inglesa para uma perspectiva outra, situada no campo do Letramento Crítico e da Educação Linguística Crítica e Decolonial, a partir de uma proposta didática de letramento teatral crítico, com alunos/as da educação básica. Assim, para a fundamentação teórica, desenvolveram-se diálogos teóricos entre a Linguística Aplicada (Moita Lopes, 2006, 2009; Fabrício, 2006; Pennycook, 2006; Moita Lopes; Fabrício, 2019; Kleiman, 2013, 2019; Signorini, 1998), os estudos de Letramentos Críticos (Janks, 2010, 2016; Jordão, 2016; Menezes de Souza, 2011), Educação Linguística Crítica, ampliada e decolonial, especialmente no/do ensino de inglês , os estudos sobre Teatro do Oprimido (Boal, 1991) e sobre o Teatro Pobre (Grotowski, 1987) que permitem por sua gênese um debate de ideias entre os aprendizes/atores e o professor/diretor promovendo assim a prática decolonial para uma educação linguística crítica e ampliada, juntamente aos estudos do pensamento decolonial do grupo Modernidade/Colonialidade (Castro-Gómez, 2005, Quijano, 2005, 2010 Lander, 2005, Mignolo, 2003, 2005, 2008 2017), decolonialidade (Walsh, 2009), tendo como temática de investigação a educação linguística em língua inglesa no contexto de minha própria prática como docente de escola pública na cidade de Campo Grande, estado do Mato Grosso do Sul. Metodologicamente, optamos pela pesquisa-ação (André, 1995; Thiollent, 2011) devido a minha participação durante o processo de decolonização do meu próprio fazer pedagógico. Para a geração dos dados, foram utilizadas propostas de temas para a produção dos textos, organização em grupos, produção das peças em Língua Portuguesa, tradução para a língua inglesa, exigência que cada um do grupo copie o texto integralmente, encontros no pátio para os ensaios em grupo, filmagens e fotografias dos ensaios, diário de campo, questionário inicial, questionário final. Os resultados mostram que a proposta didática do letramento teatral crítico corroborou para o desenvolvimento do senso crítico reflexivo dos/as estudantes em relação à Língua Inglesa, juntamente com isso, houve mais segurança no que tange ao aprendizado das quatro habilidades linguísticas: speaking, reading, writing, listening, de formas contextualizadas, que só por meio de uma Educação Liguística é possível. Diante disso, atividades de leitura e de compreensão textual antes realizadas só com dicionários ou feitas com a leitura e a tradução do professor. Depois do emprego dessa proposta teatral crítico-reflexiva, foi evidenciado que o aprendizado de uma língua se torna mais significativo, evidenciando a racionalidade contemplada na emoção da prática social teatralizada |
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A primazia do sensível sobre o inteligível em paixões pandêmicas: O que restou dos estados de alma? |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
27/03/2024 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Silvana Regina Martins Brixner
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Banca |
- Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
- Geraldo Vicente Martins
- José Antonio De Souza
- Luiz Carlos Migliozzi Ferreira de Mello
- Maria Luceli Faria Batistote
- Rita de Cassia Aparecida Pacheco Limberti
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
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Resumo |
Esta pesquisa propõe uma leitura semiótica das paixões – das que nos afetam às que
nos animam – no contexto da pandemia da COVID-19, no ano de 2020, buscando
situar estados da alma com a análise de percursos de sujeitos passionais durante o
período pandêmico repercurtido numa escala mundial e sentido na escala humana.
Considera-se o passional não só como uma organização sintagmática, mas também
em sua configuração tensiva e sensível. Como corpus, fizemos o uso de um site norteamericano que recebe relatos sobre perdas e adaptações impostas pela Covid-19
chamado de Coronavirus Lost and Found - A Pandemic Archive (Perdidos e Achados
do Coronavírus - Um arquivo da pandemia), buscando identificar manifestações
através da produção escrita que permitam a compreensão do modo como se mostram
os sentimentos e emoções no construto das centenas de relatos advindos das mais
diversas partes do planeta, os quais nos possibilitaram estudos que demonstram que
as pessoas compartilham de sentimentos de busca ou afastamento, de achar ou
perder, semelhantes na forma mas distintos no conteúdo. Para tanto, recorremos à
semiótica das paixões de Greimas e Fontanille, sendo sua análise contextualizada em
termos da sintaxe modal - dispositivos e combinações de modalidades que estruturam
o estado de almas dos sujeitos narrativos com diferentes tensões, direções, forças,
forias. Assim, verificamos como ele(s), sobremodalizado(s) pelo crer, percorre(m) o
curso de um querer- poder-saber/ ser ou fazer, considerando-se também postulados
tensivos a esse respeito. |
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DOS DISCURSOS EM “AUTISMO VIDA REAL”: REFLEXÕES DE UM PROFESSOR-PESQUISADOR SOBRE SUBJETIFICAÇÕES DE PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
01/03/2024 |
Área |
LÍNGUA PORTUGUESA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Aline Saddi Chaves
- Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
- Elaine de Moraes Santos
- Fabiana Pocas Biondo
- Renata Adriana de Souza
- Rosivaldo Gomes
- Samuel Ronobo Soares
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Resumo |
A inclusão de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) em turmas de ensino regular constitui-se um desafio relativamente recente para a comunidade escolar. Entendemos que o olhar que a educação básica direciona a esse público é decisivamente influenciado pelos discursos sobre o autismo e sobre o sujeito com TEA. Nesse sentido, o presente trabalho tem por objetivo geral investigar a discursivização sobre o TEA, produzida em diferentes domínios da contemporaneidade, atuantes no dispositivo do autismo. Utilizando preceitos teórico-metodológicos propostos pelo filósofo francês Michel Foucault e pelos Estudos Discursivos Foucaultianos, realizamos a descrição e a interpretação de práticas discursivas sobre o autismo utilizando, como materialidade, o documentário “Autismo vida real”. No bojo do arcabouço epistemológico, defende-se a tese de que tais práticas tendem a normalizar e a disciplinar o sujeito com autismo nos diversos espaços sociais do cotidiano. Para tal análise, realiza-se a seguinte pergunta: como o sujeito autista é discursivizado em diferentes domínios e quais são as consequências dessa discursivização na prática docente? Mediante essa inquietude e somando-a às questões ontológicas de um pesquisador assentado na posição-sujeito professor de ensino médio, pretendemos chegar a uma possibilidade de educação linguística mais relevante para pessoas com TEA. Assim, são objetivos específicos do estudo: a) discutir as condições de possibilidade do documentário “Autismo vida real”; b) investigar a discursivização do sujeito autista em diferentes domínios da contemporaneidade (clínico, legislativo e midiático); c) analisar, na ordem discursiva documental, a discursivização do autista por familiares; d) verificar, no documentário, o discurso de pessoas com autismo sobre a própria condição e e) proceder a uma reflexão de natureza autoetnográfica, a fim de verificar conexões entre discursos sobre o autismo e prática docente. Como resultados, foram identificadas, em análises realizadas nesta pesquisa, regularidades em discursos produzidos em diferentes domínios, as quais têm a possibilidade de subjetificar a pessoa com autismo e de influenciar o olhar sobre esse sujeito em outras instâncias, em especial, na prática docente. |
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