Corpos-vozes nas cenas de vidas guineenses |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
25/10/2024 |
Área |
LITERATURA COMPARADA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Betinha Yadira Augusto Bidemy
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Banca |
- Angela Maria Guida
- Edgar Cezar Nolasco dos Santos
- Igor Teixeira Silva Fagundes
- Marta Francisco de Oliveira
- Patricia Graciela da Rocha
- Raysa Luana da Silva
- Vicente Aguimar Parreiras
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Resumo |
Esta tese buscou apresentar, por meio de narrativas diversas produzidas na GuinéBissau, um espaço para discutir e refletir acerca das relações existentes entre saberes
literários e culturais construídos nos ambientes institucionais ou fora deles, com
ênfase em produções engendradas por mulheres, de modo especial, Odete Semedo
e Domingas Samy. Odete Semedo é uma poeta atuante nas pautas ligadas à
alteridade feminina, na vida política do país e direitos das mulheres guineenses.
Domingas Samy também volta seu olhar para as alteridades femininas e as tradições
do povo guineense. A ela coube o pioneirismo de ter publicado a primeira obra em
prosa na Guiné-Bissau – o livro de contos A escola, em 1993, obra com a qual
dialogamos nesta tese, chamando atenção para questões como colonialismo
português e casamentos arranjados. Demonstramos a relevância do Partido Africano
para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e sobretudo a participação
das mulheres na luta armada, em especial, Carmem Pereira e Titina Silá, excombatentes, que foram figuras emblemáticas dentro do PAIGC, sendo Titina
considerada hoje Heroína nacional da Guiné-Bissau. As narrativas de ex-combatentes
junto às narrativas de mulheres comuns do cotidiano junto às narrativas de mulheres
literatas guineenses apareceram lado a lado nesta tese como elementos importantes
na construção das cenas de vidas femininas da Guiné-Bissau, por isso teorias ligadas
à oratura, oralitura e a ética e filosofia ubuntu nos foram caras para as reflexões nesta
tese. Tentamos demonstrar com esta pesquisa que pensar literatura separadamente
de política é uma tarefa difícil em qualquer situação, sobretudo, quando se trata de
uma literatura produzida em países de África, ex-colônias, sob a rubrica de mulheres
pretas. Desse modo, os corpos-vozes, os corpos-textos desta tese constituem-se
naturalmente como corpos políticos. Minha hipótese de pesquisa, desse modo, centrase na proposta de ler os corpos-vozes das cenas femininas guineenses como
movimentos de desobediência epistêmica, em que privilegio produções e saberes do
universo acadêmico e também fora dele. Uma hipótese que sustenta que produções
literárias e culturais guineenses que mesmo que não se proponham a ser políticas,
uma vez estando em lugar de resistência, de desobediência epistêmica são narrativas
que se colocam como políticas. É isso que defendo, porque são produzidas, em sua
maioria, em uma língua não hegemônica, em uma língua ancestral étnica ou crioula,
enfim, em uma língua que não é a do colonizador. Produções de autoria feminina
engendradas em uma sociedade que ainda se encontra pautada em valores
masculinos, logo, o diálogo com essas obras também é político. Uma política do
feminino. |
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Memoria y violencia en las producciones artísticas colombianas contemporáneas: Doris Salcedo, Óscar Muñoz y Clemencia Echeverri |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
24/10/2024 |
Área |
LITERATURA COMPARADA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Miguel Angel Ariza Benavides
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Banca |
- Angela Maria Guida
- Edgar Cezar Nolasco dos Santos
- Igor Teixeira Silva Fagundes
- Marcia Gomes Marques
- Marcos Antônio Bessa Oliveira
- Patricia Graciela da Rocha
- Raysa Luana da Silva
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Resumo |
A partir do estudo das obras de Doris Salcedo: 6 e 7 de Noviembre (2002) e Quebrantos (2019),
de Óscar Muñoz: Ambulatorio (1994), Proyecto para um Memorial (2004-2005), Biografias (2002),
Aliento (1995), Impresiones débiles (2011) e de Clemencia Echeverri: Treno (2007), Nóctulo
(2015) e Duelos (2019), o seguinte trabalho propõe problematizar a relação entre arte, memória
e corpo em um cenário de violência. Através de uma análise das obras e da forma como os
diferentes atores da violência - vítimas, responsáveis e testemunhas - são representados.
Buscando também promover uma reflexão sobre as possíveis relações desses conceitos com o
poder estatal e suas instituições de forma concreta, metafórica ou simbólica nas obras de arte.
Para isso, será realizado um estudo e análise teórica, abordando principalmente os conceitos de
memória, imagem e representação nas obras artísticas dos três artistas mencionados. Como
ponto de debate teórico entre as diferentes obras e os conceitos abordados, a seguinte pergunta
será levantada como norte de estudo: como, através das obras artísticas desses três artistas, se
propõe uma forma alternativa de formulação da memória histórica dos corpos representados em
contextos de violência, neste caso o colombiano, e como essa memória pode-se inscrever nos
corpos físicos, teóricos, artísticos e institucionais, que se perguntam sobre a memória da
violência? Refletindo e mostrando alguns dos limites da representação e a abertura para as
possibilidades do irrepresentável e indizível através da arte, bem como algumas de suas
possibilidades expressivas. A tese está dividida em cinco capítulos: o primeiro é introdutório para
alguns conceitos básicos que permeiam as obras estudadas, bem como para entender o contexto
político e social a partir do qual os artistas e suas obras são abordados neste trabalho; um capítulo
será dedicado a cada artista. II. Doris Salcedo, III. Óscar Muñoz, IV. Clemencia Echeverri e o
quinto e último capítulo corresponderá a uma reflexão da confluência artística e metodológica
entre os três artistas assim como as suas possíveis diferenças. Busco demonstrar com o estudo
desses três artistas e com algumas das suas obras, parte das formas em que se constitui a
memória da violência e o conflito armado na Colômbia, como também, possíveis caminhos que
vislumbrem outras possibilidades de entender e criar memória dessa violência através da relação
entre arte e memória. |
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Toponímia de Mato Grosso: relações entre léxico toponímico, cultura e história |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
22/10/2024 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Ana Paula Tribesse Patrício Dargel
- Aparecida Negri Isquerdo
- CELINA MARCIA DE SOUZA ABBADE
- Elizabete Aparecida Marques
- Marcelo Rocha Barros Goncalves
- Maria Cândida Trindade Costa De Seabra
- Renato Rodrigues Pereira
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Resumo |
A Toponímia é uma disciplina da Onomástica, campo de estudo vinculado à Linguística
que tem por objeto de investigação os nomes próprios de lugar, tanto de áreas rurais quanto
urbanas, com fortes ligações com a História, a Geografia, a Antropologia, dentre outras áreas do
conhecimento. Não obstante a importância dos nomes próprios de lugar, por se configurarem
como a parcela do léxico que tende a ser mais longeva e, assim, perpetuar informações da língua
dos povos de uma região, perfeitamente sedimentada em seus valores culturais e nos aspectos do
ambiente físico onde veicula, o estado de Mato Grosso ainda carece de estudos menos pontuais
que possam cobrir o estudo da toponímia do seu imenso território. É premissa básica que a
toponímia revela aspectos do ambiente físico e sociocultural de uma região nomeada. Nesse
contexto, foram estabelecidas as seguintes hipóteses para esta pesquisa: i) a nomenclatura
geográfica da área investigada valoriza a norma lexical regional no léxico toponímico; ii a
toponímia de base indígena é significativa na toponímia dos municípios em causa; iii) o processo
de toponimização dos acidentes geográficos é produtivo na toponímia da área investigada. Esta
tese tem como objetivo geral estudar a toponímia dos acidentes físicos e humanos de 27
municípios de Mato Grosso em uma interface entre léxico o toponímico, a história e cultura da
região investigada. Em termos específicos o estudo teve os seguintes propósitos: i) investigar os
topônimos que integram a área da pesquisa com foco na motivação semântica, na língua de origem
e na estrutura morfológica, fundamentando-se em obras nas áreas de Lexicologia e Onomástica,
em especial Dick (1990; 1992; 1997; 2004); Biderman (1981, 1898, 2021...); (Isquerdo 1996;
1997; 2001; 2012; 2013...); Carvalhinhos (2001; 2003; 2008), Trapero (1995), dentre outros; ii)
Analisar a representatividade das línguas faladas pelos povos originários na toponímia; iii)
descrever particularidades da toponímia examinada em termos de distribuição diatópica e, iv)
avaliar em que medida nomes genéricos são projetados na toponímia por meio do processo de
toponimização dos acidentes geográficos. Para o alcance dos objetivos, foram adotados
procedimentos característicos da pesquisa toponímica: i) coleta de dados das cartas topográficas
do IBGE (2010); ii) classificação dos topônimossegundo a taxionomia; iii) quantificação e análise
dos dados e, iv) exame de possíveis conexões estabelecidas entre as informações linguísticas e
aspectos linguístico-histórico-culturais relevantes do tempo e do espaço em que ocorreu a
denominação. A análise do corpus (2.034 topônimos) demonstrou que a motivação toponímica
da soma total dos topônimos investigados gravita em torno da natureza com sua variedade de
plantas na categoria dos fitotopônimos (Bananal, Sapezal, Taquaruçu...); de animais nos
zootopônimos (Uirapuru, Lambari, Onça...); de riquezas hídricas na categoria dos hidrotopônimos
(Corgão, Corixão, Cabeceira...); de formas do relevo nos geomorfotopônimos (Pantanal, Bocaina,
Morrinho...). A par dessas tendências, a pesquisa demonstrou que o homem, apossando-se do
lugar e considerando entes culturais, nomeia o espaço também pelo viés da cultura e da história:
antropotopônimos (Florestan Fernandes, Marcela, Cáceres, Clemente, Adrianópolis...);
hagiotopônimos (São Miguelito, São José do Pingadouro, Santa Rita...); animotopônimos
(Alegre, Formoso, Bonito, Confusão...); ergotopônimos (Curral Velho, Pilão, Monjolinho...);
sociotopônimos (Retiro, Porto, Mascate...). Em termos linguísticos, a língua portuguesa está
presente em 1.279 topônimos (63,16%), seguida pela língua tupi que está na base de 293
topônimos (14, 46%) e 379 (18,71%) configuram-se como nomes híbridos formados por, pelo
menos, um formante de língua indígena tupi, guarani, bororo ou aruaque. Quanto à estrutura
morfológica 753 (37,87%) topônimos têm estrutura composta; 879 (44,21%), estrutura simples;
135 (6,79%) estrutura composta híbrida e 79 (3,97%) estrutura simples hibrida. A pesquisa
atestou ainda a presença de toponimização de acidentes em 263 (16, 22%) topônimos. Quanto às
marcas regionais na toponímia, os 30 (1,47%) topônimos que guardam sentidos regionais
evidenciam que, pelo menos, quatro estados brasileiros influenciaram no processo de constituição
e nomeação de municípios. O baixo índice de ocorrência de topônimos formados por
regionalismos mato-grossenses testemunha a miscigenação linguístico-cultural ocasionada pelo
processo de colonização e ocupação do território de estado de Mato Grosso por habitantes de
outras regiões brasileiras, com destaque para o sul e o sudeste. |
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A ironia romântica da moda: o caso Alexander McQueen |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
30/09/2024 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Aline Saddi Chaves
- Andre Rezende Benatti
- Eduardo Espindola Braud Martins
- Jair Zandona
- Paulo Eduardo Benites de Moraes
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
- Wellington Furtado Ramos
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Resumo |
O objetivo desta proposta é explorar as relações entre a ironia romântica e alegoria,
que colaboram para a construção do projeto estético do estilista Alexander McQueen.
Para isso, destacamos de que maneira suas criações incorporam o conceito de
alegoria proposto por Walter Benjamin, que trata das relações dos símbolos e seus
significados atribuídos ou construídos, que conjuntamente expressa uma convenção
de significado e também abre possibilidades de ser revisitada e atualizada, sendo
passageira e fixa no tempo, simultaneamente. Além da alegoria, as criações de
McQueen se relacionam com a ironia romântica, um movimento que desafia e
reformula o modo como o autor se coloca na obra e com ela tende a uma maior
capacidade de autocrítica dentro de seu universo artístico. Essa visão baseia-se
numa atitude jocosa em que o autor se diverte com este jogo de
construção/desconstrução e manipulação, um modo específico de lidar com os limites
da representação, no qual o autor está presente na obra e conduz todos os jogos
possíveis da dissimulação. Por meio do desenvolvimento dessas relações é possível
fazer uma leitura das criações de McQueen enquanto expressões de uma linguagem
artística e compreender que ele se vale dos elementos da moda para dar vazão a uma
crítica irônica à moda e não se ocupa em reproduzir o que comumente é lido como
veículo de normatização de tendências de mercado. A ideia de seu projeto estético
irônico encontra na representação feminina, no campo da moda, uma rachadura por
onde se pode infiltrar e escorrer pelo sistema, ele desafia as convenções femininas e
coloca em questão essas expectativas tradicionais na moda. Ele propõe uma mulher
que destoava e que não estava disposta a ser mais uma figura domesticada. Ao invés
disso, o estilista propôs figuras que exaltavam a força e a ferocidade, representando
suas mulheres como seres temíveis que transmitiam a mensagem de não serem
presas fáceis, mas sim criaturas aposemáticas, dotadas de aviso de perigo e
toxicidade, a fim de dissuadir possíveis predadores. |
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O corpo cristão midiático-digital: desfronteirização das práticas de divulgação religiosa materializadas no Youtube |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
27/09/2024 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Sueli Maria Ramos da Silva
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Sonia Gonçalves Batista Dias
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Banca |
- Alexandre Marcelo Bueno
- Aline Saddi Chaves
- Eluiza Bortolotto Ghizzi
- Geraldo Vicente Martins
- Neurivaldo Campos Pedroso Junior
- Rita de Cassia Aparecida Pacheco Limberti
- Sueli Maria Ramos da Silva
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Resumo |
Esta tese tem por objetivo geral analisar o discurso religioso cristão midiático-digital, a partir
da proposta de tese da desfronteirização, termo que cunhamos para propor uma fronteira
imaginária entre o discurso de divulgação e o discurso de fidelização. Para tal finalidade,
retomamos os estudos de Silva (2020), ao propor três cenas enunciativas referentes ao discurso
religioso (fundação, fidelização e divulgação). Propomos como consequência do rompimento
dessa fronteira a mistura de estilos de gêneros discursivos a partir da mestiçagem
zilberberguiana (2004). Após a mestiçagem, analisamos os gêneros discursivos dessa mistura a
fim de apreender o corpo discursivo, manifestado por meio do estilo, da voz e do caráter
emanados de quatro atores de enunciações cristãs midiático-digitais, materializados, de acordo
com nossa proposta, em tipologias genéricas de estilo actorial. A tese analisa o corpo cristão
midiático-digital, tendo-o como uma organização depreendida das marcas da enunciação
enunciada, amparando-se nos componentes sintáticos e semânticos. Organização esta que
propomos: situar, nomear, elencar, organizar e classificar mediante tipologias. Assim sendo, os
objetivos específicos desta tese são: a) Analisar o corpo do enunciador na plataforma YouTube,
considerando-o um corpo discursivo, conforme assinala Discini (2012; 2015); b) Analisar o
corpo do enunciador na plataforma YouTube na perspectiva da mestiçagem zilberberguiana
(2004); c) Apreender o estilo dos atores de enunciações cristãs midiáticas, a partir de uma noção
de estilo com base nos estudos sobre o corpo na semiótica discursiva; d) Contribuir com os
estudos do discurso religioso na semiótica discursiva da atualidade, no que tange às mídias
digitais; e) Propor duas cenas enunciativas oriundas da tipologia pregação cristã midiáticodigital. f) Delinear o fenômeno da desfronteirização em uma perspectiva tensiva da mestiçagem.
Quanto à metodologia, a pesquisa é quali-quantitativa, com levantamento de informações e
conhecimentos acerca de pesquisas realizadas na semiótica discursiva no campo da religião e
da religiosidade a partir de trabalhos já publicados, colocando em diálogo diferentes autores e
dados. Além das análises do corpus selecionado, com pesquisas exploratórias, descritivas e
explicativas. Os resultados obtidos revelam distintos estilos actoriais, os quais diferenciam-se
entre algumas práticas católica e protestante historicamente marcadas e apreendidas durante as
análises dos argumentos retóricos escolhidos |
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Proposta de Dicionário Onomasiológico de Expressões Idiomáticas Inglês-Português |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
26/09/2024 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Elizabete Aparecida Marques
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Maira de Oliveira Ferreira
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Banca |
- Aparecida Negri Isquerdo
- Bruno Oliveira Maroneze
- Elizabete Aparecida Marques
- Marilze Tavares
- Regiani Aparecida Santos Zacarias
- Renato Rodrigues Pereira
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Resumo |
Este trabalho propõe a elaboração de um dicionário onomasiológico de expressões idiomáticas inglês-português, direcionado a estudantes brasileiros de inglês como língua estrangeira, com ênfase em alunos de nível intermediário. A pesquisa parte do pressuposto de que os dicionários pedagógicos existentes não oferecem uma representação suficientemente clara e prática das expressões idiomáticas. O objetivo geral é desenvolver um dicionário que atenda a essas lacunas, considerando a equivalência cultural e a organização onomasiológica. Os objetivos específicos incluem: i) discutir um modelo de verbete que inclua as informações necessárias para o entendimento dos idiomatismos em inglês, bem como a correspondência das expressões em português; ii) estabelecer critérios para a classificação e o agrupamento das expressões idiomáticas em uma organização onomasiológica; iii) apresentar um estudo das expressões idiomáticas da língua inglesa a pesquisadores, professores, estudantes e outros interessados, oferecendo um modelo de dicionário que contribua para o processo de ensino-aprendizagem; iv) fortalecer as pesquisas na área de Fraseologia, Lexicografia e Onomasiologia no Brasil. A fundamentação teórica é sustentada por autores como Saussure ([1916] 2012), Zgusta (1988), Corpas Pastor (1996), Ruiz Gurillo (1997), Cowie (1998), Hartmann e James (1998), Hartmann (1999), Verdelho (1995), Biderman (2005) e Molina García (2006), que fornecem base para a análise das unidades fraseológicas e suas aplicações. A metodologia abrange a análise de estudos lexicográficos e de corpora, a aplicação de critérios de classificação e agrupamento, e o desenvolvimento e avaliação de um protótipo de dicionário. As hipóteses formuladas neste trabalho direcionaram a pesquisa para a análise da eficácia da integração entre as pesquisas lexicográficas e os estudos de corpora modernos, além de verificarem a relevância da ordenação onomasiológica na melhoria da representação e da consulta de expressões idiomáticas. Adicionalmente, essas hipóteses forneceram a base para a avaliação do impacto dessa abordagem na compreensão e no uso dessas expressões pelos estudantes. Elas serviram como ponto de partida para a construção das análises e argumentações, orientando a coleta de dados e a interpretação dos resultados, o que permitiu verificar a validade teórica e prática das metodologias investigadas. A onomasiologia assume um papel central ao proporcionar uma organização mais intuitiva das expressões idiomáticas, facilitando a busca e a compreensão pelos usuários. A tese contribui para o avanço da pesquisa em Fraseologia e Lexicografia, oferecendo uma ferramenta prática e acessível para o ensino e a aprendizagem de expressões idiomáticas em inglês. |
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RESSIGNIFICANDO A AVALIAÇÃO EDUCACIONAL: DIÁLOGOS ENTRE SABERES LOCAIS-GLOBAIS NAS PERSPECTIVAS DECOLONIAIS |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
12/09/2024 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Alexandre José Pinto Cadilhe de Assis Jácome
- Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
- Marcia Lisbôa Costa de Oliveira
- Nara Hiroko Takaki
- Patricia Graciela da Rocha
- Rosivaldo Gomes
- Souzana Mizan
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Resumo |
Esta pesquisa trata de avaliação educacional de alunos do 8º ano do ensino fundamental em larga escala, realizada em 2018, pela Secretaria Municipal de Educação de Campo Grande – MS. Tem como objetivo analisar e ressignificar as propostas de avaliações externas e em larga escala da Rede Municipal de Ensino de Campo Grande/MS, realizada em 2018, promovendo diálogos entre saberes locais-globais a partir de perspectivas decoloniais, transitando pelos letramentos críticos, com a intenção de desconstruir abordagens hegemônicas e tentar propor processos avaliativos mais inclusivos, contextualizados e alinhados às realidades. Para tal, fomento diálogos, acerca dos diferentes saberes, locais-globais. A metodologia de pesquisa é documental, de natureza qualitativa, com estudo interpretativo. O embasamento teórico está alicerçado, principalmente, em teorias que tratam da linguagem, da avaliação, das visões decoloniais e dos letramentos críticos como princípios que buscam compreender a diversidade e a complexidade da sociedade atual. Sendo assim, os contextos locais são evidenciados e vinculados ao processo histórico global que legitimou e normalizou pensamentos hegemônicos, oriundos de uma visão eurocêntrica que desencadeou crises sociais, fortemente destacadas em tempos atuais. Ressalto que essa perspectiva pode transformar as práticas avaliativas, pela expansão na (re)construção de significados, o que provavelmente refletirá na elaboração dos testes, por meio de uma visão “pluri” e horizontal dos professores e nos discursos presentes nas produções textuais dos alunos, perante as avaliações educacionais, devido à valorização de saberes locais. Espera-se que tal estudo proporcione diálogos mais horizontais, o que pode contribuir para ressignificar conhecimentos e concepções de avaliação educacional com base em outras construções de sentido, desconstruindo visões universais, hegemônicas e eurocêntricas que são observadas em contextos educacionais.
Palavras-chave: avaliação do ensino fundamental; perspectivas decoloniais; letramentos críticos; diálogos entre saberes locais-globais. |
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A produção literária de autoria feminina em Mato Grosso do Sul (1977-2019): um levantamento biobibliográfico |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
02/09/2024 |
Área |
LITERATURA COMPARADA |
Orientador(es) |
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Adriana Lins Precioso
- Alexandra Santos Pinheiro
- Ana Crelia Penha Dias
- Andre Rezende Benatti
- Jair Zandona
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
- Wellington Furtado Ramos
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Resumo |
Este trabalho se propõe, em primeiro lugar, a analisar uma lacuna nos estudos realizados sobre
a produção literária ficcional de autoras sul-mato-grossenses nos anos de 1977 a 2019. Numa
criteriosa busca pelas bancas de dissertações e de teses dos cursos de pós-graduação stricto
sensu em Letras e Linguística de Mato Grosso do Sul, verificou-se que são poucas as pesquisas
voltadas para essa temática. Ao se sugerir a realização de um estudo mais amplo sobre a
produção literária feminina sul-mato-grossense, optou-se por adotar uma postura etnográfica.
Foi possível, com a metodologia adotada, o levantamento da produção ficcional em prosa e
poética das autoras mais expressivas, de suas cidades natais e dos gêneros mais cultivados. A
partir dos resultados obtidos, foram mapeadas e tabuladas 129 autoras, o que evidencia o ponto
de vista da distribuição geográfica. O estudo concluiu que Campo Grande, Corumbá, Dourados
e Três Lagoas foram os principais polos de disseminação dessa literatura. Em relação aos temas,
a análise concluiu sobre o processo de diferenciação da produção, dominado por poesia,
literatura infanto-juvenil, conto e crônica. O mapeamento feito neste trabalho é uma
contribuição para os estudos literários de Mato Grosso do Sul, uma vez que traz para o leitor o
universo da escrita feminina sul-mato-grossense, contribuindo para apresentar a diversidade da
literatura brasileira no Centro-Oeste. Os principais autores utilizados para a construção desse
percurso teórico foram: Bordieu (1996;2010), Schimidt (2017), Duarte(2004), Dubois (2004),
Pontes (1981), Holanda (1994;2019), Rosa(2017). Ao incluir e estudar autoras negligenciadas
pela historiografia literária, trazendo ao (re)conhecimento público trabalhos de autoras ativas,
a pesquisa oferece um novo começo para trabalhos que, por sua vez, poderão estender-se para
autoras ou tópicos individuais em direções que servirão à ampliação do aprofundamento
contínuo de nossos conhecimentos da literatura feminina em Mato Grosso do Sul. |
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O Lúdico e o imaginário na formação do leitor literário: uma proposta por meio de "A Bolsa Amarela” de Lygia Bojunga |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
22/07/2024 |
Área |
LITERATURA COMPARADA |
Orientador(es) |
- Danglei de Castro Pereira
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Flávia Martins Malaquias Piccini
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Banca |
- Adriana Lins Precioso
- Danglei de Castro Pereira
- Linda Maria de Jesus Bertolino
- Lucilo Antonio Rodrigues
- Maria Amélia Dalvi Salgueiro
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
- Wellington Furtado Ramos
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Resumo |
Esta tese investiga como a literatura infantil, com seus elementos lúdicos e imaginativos, contribui para a formação do leitor literário nos anos iniciais da educação básica. O objetivo da pesquisa é examinar como esses elementos podem ser integrados nas práticas pedagógicas para promover o desenvolvimento da capacidade crítica e autônoma dos estudantes na leitura e interpretação de textos literários. Para isso, propõe-se uma metodologia que incorpora o lúdico e a imaginação como elementos pedagógicos centrais. A pesquisa-ação foi adotada como abordagem metodológica, complementada por análise textual e observação participante. Foram implementadas práticas pedagógicas como rodas de leitura, dramatizações e oficinas de escrita criativa, com o intuito de estimular a participação ativa dos estudantes, promover o desenvolvimento da capacidade crítica e favorecer a construção coletiva de significados. Os dados qualitativos foram coletados por meio de diários de campo, entrevistas, aplicação da metodologia de ensino e análise das produções textuais dos alunos. A obra A Bolsa Amarela, de Lygia Bojunga (1976), foi escolhida por sua relevância literária e temática, explorando questões como identidade, desejos reprimidos e o papel da imaginação na infância. A narrativa incorpora o lúdico, elemento central para a formação do leitor literário, e possibilita que os estudantes se identifiquem com a protagonista, estimulando reflexões críticas e profundas sobre suas próprias vivências. A revisão bibliográfica incluiu obras como A Formação do Leitor no Brasil (Zilberman, 1986), Literatura Infantil: Textos, Contextos e Leituras (Lajolo, 1994) e os estudos de Antonio Candido (1995), que discutem a função social da literatura e sua capacidade de suscitar interpretações complexas e múltiplas interações entre texto e leitor, refletindo sobre as relações dialéticas entre arte, sociedade e os processos de subjetivação mediados pela leitura, entre outros autores. Os resultados indicam que a adoção dessas práticas resultou em um aumento significativo no interesse pela leitura, conforme evidenciado pela participação dos estudantes nas atividades e em suas produções textuais, que demonstraram maior envolvimento com os textos. Conclui-se que essas abordagens ampliaram a experiência literária, favorecendo o desenvolvimento de leitores críticos capazes de interagir reflexivamente com os textos e de explorar seus múltiplos sentidos.
Palavras-chave: Literatura infantil, Formação do leitor literário, Lúdico, Imaginário, Pesquisa-ação. |
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Cinema Guarani e Kaiowá: um estudo sobre a construção de sentido em filmes autorais indígenas |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
17/07/2024 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Andrea Ferraz Fernandez
- Geraldo Vicente Martins
- Josette Maria Alves de Souza Monzani
- Juliano José de Araújo
- Marcia Gomes Marques
- Marcos Paulo da Silva
- Maria Ângela Pavan
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Resumo |
Em relação à realização e à recepção midiática, alguns grupos populacionais têm sido historicamente excluídos da construção de conhecimento sobre eles mesmos; muito do que se sabe desses segmentos e grupos, se conhece a partir do que os outros dizem sobre eles. A respeito dos indígenas que habitam o país, o que a produção audiovisual dá a ver sobre eles e o que se conhece deles a partir dos produtos audiovisuais? Este trabalho faz um estudo de recepção, linguagem e construção de sentido de filmes Guarani e Kaiowá, abordando suas produções a partir do processo de interação de receptores com esses produtos. A pesquisa associou o mapeamento da linguagem e da construção narrativa dos filmes indígenas, uma vez que essas produções cinematográficas oferecem uma janela única para as culturas, histórias e perspectivas desses povos, com a análise de recepção dos filmes. Analisar os elementos fílmicos utilizados na criação desses filmes, como planos, ângulos de câmera, movimentos de câmera e edição, possibilitou a compreensão de como esses elementos são empregados na elaboração das mensagens e suas especificidades. Os conceitos dos Estudos Culturais, de modo geral, e dos Estudos sobre a Cultura Latino-americanos, a partir das contribuições sobre as mediações, de Jesús Martín-Barbero (2013), sobre hibridismos, de Nestor García Canclini (2008), e sobre representação, de Stuart Hall (2016), são referências fundamentais para esta pesquisa. Sobre a compreensão de como esses filmes são recebidos pelo público indígena e não-indígena, destaca-se a importância da cultura, da cotidianidade e da realidade social dos receptores como componentes mediadores das configurações de significados gerados a partir desse contato. Neste caso, destaca-se como os aspectos socioculturais dos receptores, a ressignificação e na interação com os produtos culturais e na expressão das apropriações feitas através das práticas culturais dos receptores. A pesquisa aponta como a (auto)representação nos filmes indígenas operam como produtores de sentido, forma de expressão cultural e de interação social. |
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EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA EM LÍNGUA INGLESA, EM CENA: LETRAMENTO TEATRAL CRÍTICO |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
28/05/2024 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Lindomar Cavalcante de Lacerda Lima
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Banca |
- Adriana Cristina Sambugaro de Mattos Brahim
- Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
- Rosivaldo Gomes
- Sueli Maria Ramos da Silva
- Suzana Pinto do Espírito Santo
- Wagner Corsino Enedino
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Resumo |
Esta tese, inserida no campo da Linguística Aplicada, tem como objetivo geral analisar a descentralização do foco gramatical no ensino de língua inglesa para uma perspectiva outra, situada no campo do Letramento Crítico e da Educação Linguística Crítica e Decolonial, a partir de uma proposta didática de letramento teatral crítico, com alunos/as da educação básica. Assim, para a fundamentação teórica, desenvolveram-se diálogos teóricos entre a Linguística Aplicada (Moita Lopes, 2006, 2009; Fabrício, 2006; Pennycook, 2006; Moita Lopes; Fabrício, 2019; Kleiman, 2013, 2019; Signorini, 1998), os estudos de Letramentos Críticos (Janks, 2010, 2016; Jordão, 2016; Menezes de Souza, 2011), Educação Linguística Crítica, ampliada e decolonial, especialmente no/do ensino de inglês , os estudos sobre Teatro do Oprimido (Boal, 1991) e sobre o Teatro Pobre (Grotowski, 1987) que permitem por sua gênese um debate de ideias entre os aprendizes/atores e o professor/diretor promovendo assim a prática decolonial para uma educação linguística crítica e ampliada, juntamente aos estudos do pensamento decolonial do grupo Modernidade/Colonialidade (Castro-Gómez, 2005, Quijano, 2005, 2010 Lander, 2005, Mignolo, 2003, 2005, 2008 2017), decolonialidade (Walsh, 2009), tendo como temática de investigação a educação linguística em língua inglesa no contexto de minha própria prática como docente de escola pública na cidade de Campo Grande, estado do Mato Grosso do Sul. Metodologicamente, optamos pela pesquisa-ação (André, 1995; Thiollent, 2011) devido a minha participação durante o processo de decolonização do meu próprio fazer pedagógico. Para a geração dos dados, foram utilizadas propostas de temas para a produção dos textos, organização em grupos, produção das peças em Língua Portuguesa, tradução para a língua inglesa, exigência que cada um do grupo copie o texto integralmente, encontros no pátio para os ensaios em grupo, filmagens e fotografias dos ensaios, diário de campo, questionário inicial, questionário final. Os resultados mostram que a proposta didática do letramento teatral crítico corroborou para o desenvolvimento do senso crítico reflexivo dos/as estudantes em relação à Língua Inglesa, juntamente com isso, houve mais segurança no que tange ao aprendizado das quatro habilidades linguísticas: speaking, reading, writing, listening, de formas contextualizadas, que só por meio de uma Educação Liguística é possível. Diante disso, atividades de leitura e de compreensão textual antes realizadas só com dicionários ou feitas com a leitura e a tradução do professor. Depois do emprego dessa proposta teatral crítico-reflexiva, foi evidenciado que o aprendizado de uma língua se torna mais significativo, evidenciando a racionalidade contemplada na emoção da prática social teatralizada |
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A primazia do sensível sobre o inteligível em paixões pandêmicas: O que restou dos estados de alma? |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
27/03/2024 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Silvana Regina Martins Brixner
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Banca |
- Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
- Geraldo Vicente Martins
- José Antonio De Souza
- Luiz Carlos Migliozzi Ferreira de Mello
- Maria Luceli Faria Batistote
- Rita de Cassia Aparecida Pacheco Limberti
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
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Resumo |
Esta pesquisa propõe uma leitura semiótica das paixões – das que nos afetam às que
nos animam – no contexto da pandemia da COVID-19, no ano de 2020, buscando
situar estados da alma com a análise de percursos de sujeitos passionais durante o
período pandêmico repercurtido numa escala mundial e sentido na escala humana.
Considera-se o passional não só como uma organização sintagmática, mas também
em sua configuração tensiva e sensível. Como corpus, fizemos o uso de um site norteamericano que recebe relatos sobre perdas e adaptações impostas pela Covid-19
chamado de Coronavirus Lost and Found - A Pandemic Archive (Perdidos e Achados
do Coronavírus - Um arquivo da pandemia), buscando identificar manifestações
através da produção escrita que permitam a compreensão do modo como se mostram
os sentimentos e emoções no construto das centenas de relatos advindos das mais
diversas partes do planeta, os quais nos possibilitaram estudos que demonstram que
as pessoas compartilham de sentimentos de busca ou afastamento, de achar ou
perder, semelhantes na forma mas distintos no conteúdo. Para tanto, recorremos à
semiótica das paixões de Greimas e Fontanille, sendo sua análise contextualizada em
termos da sintaxe modal - dispositivos e combinações de modalidades que estruturam
o estado de almas dos sujeitos narrativos com diferentes tensões, direções, forças,
forias. Assim, verificamos como ele(s), sobremodalizado(s) pelo crer, percorre(m) o
curso de um querer- poder-saber/ ser ou fazer, considerando-se também postulados
tensivos a esse respeito. |
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DOS DISCURSOS EM “AUTISMO VIDA REAL”: REFLEXÕES DE UM PROFESSOR-PESQUISADOR SOBRE SUBJETIFICAÇÕES DE PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
01/03/2024 |
Área |
LÍNGUA PORTUGUESA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Aline Saddi Chaves
- Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
- Elaine de Moraes Santos
- Fabiana Pocas Biondo
- Renata Adriana de Souza
- Rosivaldo Gomes
- Samuel Ronobo Soares
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Resumo |
A inclusão de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) em turmas de ensino regular constitui-se um desafio relativamente recente para a comunidade escolar. Entendemos que o olhar que a educação básica direciona a esse público é decisivamente influenciado pelos discursos sobre o autismo e sobre o sujeito com TEA. Nesse sentido, o presente trabalho tem por objetivo geral investigar a discursivização sobre o TEA, produzida em diferentes domínios da contemporaneidade, atuantes no dispositivo do autismo. Utilizando preceitos teórico-metodológicos propostos pelo filósofo francês Michel Foucault e pelos Estudos Discursivos Foucaultianos, realizamos a descrição e a interpretação de práticas discursivas sobre o autismo utilizando, como materialidade, o documentário “Autismo vida real”. No bojo do arcabouço epistemológico, defende-se a tese de que tais práticas tendem a normalizar e a disciplinar o sujeito com autismo nos diversos espaços sociais do cotidiano. Para tal análise, realiza-se a seguinte pergunta: como o sujeito autista é discursivizado em diferentes domínios e quais são as consequências dessa discursivização na prática docente? Mediante essa inquietude e somando-a às questões ontológicas de um pesquisador assentado na posição-sujeito professor de ensino médio, pretendemos chegar a uma possibilidade de educação linguística mais relevante para pessoas com TEA. Assim, são objetivos específicos do estudo: a) discutir as condições de possibilidade do documentário “Autismo vida real”; b) investigar a discursivização do sujeito autista em diferentes domínios da contemporaneidade (clínico, legislativo e midiático); c) analisar, na ordem discursiva documental, a discursivização do autista por familiares; d) verificar, no documentário, o discurso de pessoas com autismo sobre a própria condição e e) proceder a uma reflexão de natureza autoetnográfica, a fim de verificar conexões entre discursos sobre o autismo e prática docente. Como resultados, foram identificadas, em análises realizadas nesta pesquisa, regularidades em discursos produzidos em diferentes domínios, as quais têm a possibilidade de subjetificar a pessoa com autismo e de influenciar o olhar sobre esse sujeito em outras instâncias, em especial, na prática docente. |
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ANÁLISE MORFOLÓGICA DE NEOLOGISMOS NASVARIEDADES DE GUARANI CHAQUEÑO (CHIRIGUANO)DA BOLÍVIA |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
08/12/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Aparecida Negri Isquerdo
- Bruno Oliveira Maroneze
- Elizabete Aparecida Marques
- Marci Fileti Martins
- Patricia Graciela da Rocha
- Wilmar da Rocha D'Angelis
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Resumo |
O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma descrição morfológica de unidades neológicas de três variantes linguísticas do Guarani Chiriguano, Ava, Simba e Isoseño, constantes no livro “Neologismos Lingüísticos de Términos Técnicos em Idiomas BésɨroMojeño-Guarani-Gwarayu”, com o intuito de compreender, não apenas a estrutura linguística dos neologismos, mas, também, de modo adicional, refletir aspectos de políticas linguísticas e manutenção da identidade indígena em um contexto de multilinguismo. Metodologicamente, são analisados materiais escritos, selecionando-se palavras e expressões não dicionarizadas, mas já aceitas pelas instituições e autoridades indígenas, além de dados coletados entre os anos 2017 e 2019 (PAREDES, 2019), em pesquisa de Mestrado. Para o desenvolvimento da análise dos neologismos, procura-se apresentar breve descrição fonética, utilizando-se recursos da teoria de análise acústicoarticulatória (BARBOSA; MADUREIRA, 2015; LADEFOGED, 2000, 2001). A interpretação fonológica fundamenta-se no princípio das classes naturais (Hyman, 1975) e na teoria dos traços distintivos (JAKOBSON, 1972 [1932], 1972 [1938], 1978). A análise morfológica inspira-se em (COSERIU, 1979). Os resultados, ainda que preliminares apontam para um mecanismo de formação de palavras por composição, de modo predominante. |
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Estilo em José Mauro de Vasconcelos |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
28/11/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Sueli Maria Ramos da Silva
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Aline Saddi Chaves
- Angela Maria Guida
- Eluiza Bortolotto Ghizzi
- Geraldo Vicente Martins
- Rita de Cassia Aparecida Pacheco Limberti
- Sueli Maria Ramos da Silva
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Resumo |
Esta tese insere-se na práxis científica dos estudos de linguagem e busca trazer uma ampliação dos estudos semióticos em interface com a literatura. Pretendemos aplicar o conceito de estilo de Discini (2004; 2015) nas obras infantojuvenis de José Mauro de Vasconcelos (doravante, JMV). Temos, como fundamentação teórica, a semiótica discursiva (GREIMAS, 1973; 1987; 1993; 2008), os estudos da enunciação (BENVENISTE, 1995; BERTRAND, 2003; FIORIN, 2016), o desdobramento tensivo da teoria (ZILBERBERG, 2011) e os estudos da semiótica plástica (FLOCH, 1994; PIETROFORTE, 2019). Pretendemos mapear o projeto enunciativo de José Mauro de Vasconcelos, a partir das estruturas de textualização que dão corpo ao fazer persuasivo do enunciador em relação ao fazer interpretativo do enunciatário infantojuvenil. Nesse percurso, propomos delinear a dinâmica da sintaxe discursiva e a grade de valores que estão associados aos modos de percepção do mundo, evidenciando os gradientes passionais envolvidos no projeto enunciativo, que constitui as nuances do estilo de JMV. Partimos da análise dos enunciados infantojuvenis, a fim de propor duas totalidades de discurso diferentes: a) de cunho memorialístico - O Meu Pé de Laranja Lima (1968); Vamos Aquecer o Sol (1974) e Doidão (1963); e b) de cunho fantasioso - Rosinha, Minha Canoa (1962); O Coração de Vidro (1964); O Palácio Japonês (1969); O Veleiro de Cristal (1973); O Menino Invisível (1978), de modo a encontrar a coerência entre as unidades (unus) constitutivas do totus (totalidade). Refletimos, assim, sobre um caminho de leitura possível das obras de JMV e as coerções que advêm das marcas que configuram o efeito de sentido de devaneio que percorre os romances infantojuvenis do autor. Observamos a adequação do discurso a um suposto referente “mundo das coisas” – semiótica do mundo natural, por meio da percepção de um sujeito (MERLEAU-PONTY, 1961), que é impactado sensivelmente de forma mais marcada/tensionada ou não (TATIT, 2019). Colocamos o sujeito como o âmago da pesquisa para mapear os pontos de tensão que deixam entrever o estado de alma do sujeito em uma alternância entre o pervir (rotina), que pressupõe o efeito de realidade do sujeito, e o sobrevir (acontecimento), no qual o sujeito entra em conjunção com seu objeto-valor (o devaneio). Observamos como a representação dos valores sociais se ancoram e contribuem com o efeito de devaneio resultante daquilo que está posto nos romances de JMV, em uma interação entre o sujeito enunciatário (leitor pressuposto) e o objeto mundo no ato de leitura do enunciado. De acordo com Leão e Farias (2020), JMV é um dos escritores brasileiros mais traduzidos no mundo. As pesquisas em torno dele são desenvolvidas, principalmente, nas áreas dos estudos literários e das ciências sociais, abordando, dentre os temas, a recepção do livro O Meu Pé de Laranja Lima e suas adaptações para o cinema. Nos últimos cinco anos, a revisão da literatura em diretórios de pesquisa nacionais e internacionais aponta a existência de pesquisas acadêmicas relacionadas somente ao seu primeiro romance. Logo, percebe-se um apagamento e a falta de uma ampliação de análise literária e linguística de suas outras obras. Diante desse fato, propomos uma pesquisa estilística à luz da semiótica com o objetivo de evidenciar a tipologia da escrita de JMV, bem como contribuir com os estudos acerca de estilo no âmbito dos estudos semióticos e do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens. Em suma, a construção analítica desta pesquisa espera contribuir com a noção de estilo e uma possível correlação com o conceito de representação, podendo caracterizar um ponto de vista na constituição do estilo.
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MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DE MATO GROSSO DO SUL (MARCO): UMA ANÁLISE SEMIÓTICA, POR MEIO DE UMA PERSPECTIVA DECOLONIAL, DE TEMPORADAS DE EXPOSIÇÕES |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
24/11/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Maria Luceli Faria Batistote
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Eluiza Bortolotto Ghizzi
- Geraldo Vicente Martins
- Luciana Maria Crestani
- Maria Luceli Faria Batistote
- NILVA HEIMBACH VIEIRA
- Rita de Cassia Aparecida Pacheco Limberti
- Silvana Aparecida da Silva Zanchett
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Resumo |
Os museus são espaços de construção de histórias e memórias, não apenas de lembranças e narrativas contadas pragmaticamente, mas evidenciando um lugar de cultura, de prática de ensino e de aprendizagem. Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo analisar o processo semiótico que ocorre nos percursos educativos no contexto do Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul (MARCO). Desse modo, tendo como base epistemológica a semiótica greimasiana (1975), sob um viés da perspectiva decolonial de Mignolo (2017), buscou-se refletir sobre o processo educativo mediado pelos arte educadores visitantes do espaço museológico, sob um recorte das Temporadas de Exposição do Museu expostas no ano de 2017. A metodologia aplicada foi uma pesquisa qualitativa, considerando a literatura, visões, vivências e expectativas em meio aos contextos sociais em que estão inseridos. Nesse sentido, abordam-se as quatro temporadas e, especificamente, a obra Pedofilia, da artista visual Ropre, presente na exposição Cadafalso, da Terceira Temporada de Exposições, que foi objeto de censura. Buscou-se compreender na linguagem artística da obra o retrato de questões contemporâneas contra essas violências, a identidade visual da exposição da artista e da construção das suas obras, carregadas de discursos, necessários para descontruções dentro da sociedade. Por fim, são feitas considerações a respeito do papel da arte educação na mediação da transformar a sociedade e melhorar as relações inter e trans pessoais, promovendo o fortalecimento das identidades, que difunde e preserva as marcas deixadas pelo tempo.
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"O homem que ri: um estudo das representações do Coringa |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
22/11/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Andre Rezende Benatti
- Gregório Foganholi Dantas
- Paulo Custódio de Oliveira
- Ramiro Giroldo
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
- Volmir Cardoso Pereira
- Wellington Furtado Ramos
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Resumo |
A proposta deste trabalho é analisar a construção do arqui-inimigo de Batman, o Coringa, ao
longo das décadas que sucedem à sua primeira aparição até os dias atuais. O objetivo se
concentra em perceber os elementos que compõem e formam o personagem, que demonstra
complexidade na delimitação de sua personalidade, como, por exemplo, devido à falta de uma
origem definida. Além, suas relações com a violência e a insanidade também serão discutidas.
Criado como algo passageiro em 1940, tendo como uma de suas referências a aparência de
Conrad Veidt em o homem que ri, Coringa permanece vivo na cultura pop e passeia por
diferentes narrativas, desde as HQs, como os filmes, séries e vídeo games. Sua presença
desencadeia reflexões em torno da sociedade e dos valores, os quais o vilão procura
desconstruir, até mesmo questionando o viés heroico de Batman. Suas inúmeras representações,
embora diferentes entre si, nos permitem reconhecer o príncipe palhaço do crime pela
manutenção dos elementos que o configuram como tal. A análise é fundamentada pelos estudos
acerca da linguagem das histórias em quadrinhos, do audiovisual e da violência e representação,
a partir de autores como Scott McCloud, Will Eisner, Jennifer Van Sijll, Ismael Xavier, Freud,
Umberto Eco, Grant Morrison, entre outros.
PALAVRAS-CHAVE: Coringa; Batman; HQs; violência
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FIGURAÇÕES DO INTELECTUAL MODERNISTA NA OBRA DE CYRO DOS ANJOS |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
20/11/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Altamir Botoso
- Andre Rezende Benatti
- Angela Cristina Dias do Rego Catônio
- Rachel Esteves Lima
- Ramiro Giroldo
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
- Wellington Furtado Ramos
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Resumo |
A presente tese realiza uma análise das figurações do intelectual modernista na obra de Cyro dos Anjos, a partir de textos jornalísticos do autor, das cartas intercambiadas com o poeta Carlos Drummond, organizadas no livro Cyro & Drummond: correspondências de Cyro dos Anjos e Carlos Drummond de Andrade, por Wander Melo Miranda e Roberto Said (2012), e dos seus três romances, amanuense Belmiro (1937), Abdias (1945) e Montanha (1956). Buscou-se apontar os processos de inscrição do intelectual modernista na memória coletiva, o engendramento consciente do sujeito, a construção e destruição de imagens de si, a manipulação do seu próprio arquivo como um gesto de performance e as implicações desses procedimentos para a compreensão da modernidade tardia brasileira em seu aspecto plural e fragmentário. Examinou-se o papel do escritor como intelectual, as relações mantidas com o Estado, os processos de criação artística, levando em consideração as ambiguidades e contradições, o caráter de inacabamento e de rasura da escrita íntima e autoficcional, assim como os deslocamentos operados nas identidades hegemônicas e nas relações de poder. As investigações apontaram a natureza difusa e melancólica da atuação intelectual, apreendida como intrínseca ao processo de modernização urbana do país e aos conflitos decorrentes do trânsito entre o arcaico e o moderno, o rural e o urbano, o regional e o cosmopolita. Tal proposta foi desdobrada em diálogo com Eneida Maria de Souza (1998), (2011), Luís Bueno (2015), Leonor Arfuch (2010), Mônica Velloso (1987), Sergio Miceli (2001), Michael Löwy e Robert Sayre (2015), Edward Said (2005), Julien Benda (2007), entre outros.
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Nascer é correr um risco: o infortúnio do espaço e da origem |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
17/11/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Edgar Cezar Nolasco dos Santos
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Angela Maria Guida
- Bernardo Salgado Rodrigues
- Carlos Vinicius da Silva Figueiredo
- Edgar Cezar Nolasco dos Santos
- Heriberto Ruiz Ponce
- Marta Francisco de Oliveira
- Vania Maria Lescano Guerra
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Resumo |
Com base na teorização da “crítica biográfica fronteiriça” e dos estudos
descoloniais, o presente trabalho propõe uma discussão que toma o espaço e a origem
como determinantes da existência ou da não existência, do humano ou do não humano,
do modo em que foi configurado pela perspectiva eurocêntrica. Em outras palavras, a
qualidade de humano foi designada apenas aos sujeitos afortunados por nascerem em
lugares privilegiados pela narrativa da “história universal” e por possuírem a cor da pele
ocidentalmente aceitável. Para dar conta da discussão, formulo o conceito de espaços
perdidos. Assim, o texto é pontuado ao longo dos capítulos pelos vários espaços que
contribuem para o desmantelamento (ou desmistificação) da narrativa temporalizada da
eurocêntrica história universal. Desse modo, abro a tese remetendo ao meu próprio
espaço de origem, o qual no imaginário brasileiro é também um lugar que viabiliza a
entrada no Brasil de drogas vindas do Paraguai e da Bolívia. Partindo deste imaginário,
formulo uma contraposição com o espaço da industrialização britânica, o qual,
metaforizado a partir da imagem do “Palácio de Cristal”, arquiva em seu porão as
relações passadas que a Grã Bretanha manteve com o narcotráfico, o que garantiu sua
ascensão econômica e a decadência da China no cenário do comércio mundial. Não foi
senão deste fenômeno que se definiu historicamente, sob as distorções da narrativa
hegeliana, não só o meu, como todos os outros espaços não ocidentais como lugares
sem importância, ou seja, como espaços perdidos. Fenômeno que fortaleceu a noção
dualista sustentada pela história universal. De modo mais didático, o segundo capítulo é
dedicado a pontuar algumas das tantas tecnologias originadas na China, o que seria um
equivalente a atribuir ao país oriental uma espécie de primeira “Revolução Industrial”.
Tecnologias que foram apropriadas pela Grã Bretanha e pela Europa como se fossem
todas frutos da genialidade europeia. No terceiro capítulo, a fim de formular as bases do
que será discutido e sustentado no restante da pesquisa, a discussão volta-se para os
temas de ordem cristã. Em uma palavra, ao serem rastreados os alicerces da cristandade
europeia, foi possível identificar elementos que, com base no sincretismo entre o
pensamento helênico e o cristianismo hebraico, forjaram a subjetividade dualista que
mais tarde seria assimilada por toda a Europa ocidental. Essa identidade, ou
subjetividade, tem sua configuração no movimento de separação entre o corpo e a alma.
Não foi senão deste mesmo fenômeno que originou a cristandade dualista, a qual teve
sua cosmovisão (a partir do entendimento de uma substância que é corpo separada de
outra que é alma) consumada em classificação racial e mais tarde no racismo implícito.
Dando continuidade às críticas ao cristianismo, o quarto capítulo aborda os instrumentos
de dominação colonial, ou a colonialidade do poder, que se deram por meio dos códigos
linguísticos e dos códigos religiosos (cristãos). Os quais terminariam por ser articulados
em forma de discursos, retóricas e, por fim, pela narrativa da história universal.
Finalmente, no último capítulo, a geopolítica é abordada para remontar os recursos
utilizados pela cultura de dominação ocidental, os quais vão de guerras à golpes de
estados articulados por veículos midiáticos. No entanto, o foco central é a retomada
econômica da China, a qual emerge como a esperança para uma reconfiguração
cartográfica que enfraquece a hegemonia dominadora do ocidente. |
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Nascer é correr um risco: o infortúnio do espaço e da origem |
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Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Artigo Científico |
Data |
17/11/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
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Resumo |
Com base na teorização da “crítica biográfica fronteiriça” e dos estudos
descoloniais, o presente trabalho propõe uma discussão que toma o espaço e a origem
como determinantes da existência ou da não existência, do humano ou do não humano,
do modo em que foi configurado pela perspectiva eurocêntrica. Em outras palavras, a
qualidade de humano foi designada apenas aos sujeitos afortunados por nascerem em
lugares privilegiados pela narrativa da “história universal” e por possuírem a cor da pele
ocidentalmente aceitável. Para dar conta da discussão, formulo o conceito de espaços
perdidos. Assim, o texto é pontuado ao longo dos capítulos pelos vários espaços que
contribuem para o desmantelamento (ou desmistificação) da narrativa temporalizada da
eurocêntrica história universal. Desse modo, abro a tese remetendo ao meu próprio
espaço de origem, o qual no imaginário brasileiro é também um lugar que viabiliza a
entrada no Brasil de drogas vindas do Paraguai e da Bolívia. Partindo deste imaginário,
formulo uma contraposição com o espaço da industrialização britânica, o qual,
metaforizado a partir da imagem do “Palácio de Cristal”, arquiva em seu porão as
relações passadas que a Grã Bretanha manteve com o narcotráfico, o que garantiu sua
ascensão econômica e a decadência da China no cenário do comércio mundial. Não foi
senão deste fenômeno que se definiu historicamente, sob as distorções da narrativa
hegeliana, não só o meu, como todos os outros espaços não ocidentais como lugares
sem importância, ou seja, como espaços perdidos. Fenômeno que fortaleceu a noção
dualista sustentada pela história universal. De modo mais didático, o segundo capítulo é
dedicado a pontuar algumas das tantas tecnologias originadas na China, o que seria um
equivalente a atribuir ao país oriental uma espécie de primeira “Revolução Industrial”.
Tecnologias que foram apropriadas pela Grã Bretanha e pela Europa como se fossem
todas frutos da genialidade europeia. No terceiro capítulo, a fim de formular as bases do
que será discutido e sustentado no restante da pesquisa, a discussão volta-se para os
temas de ordem cristã. Em uma palavra, ao serem rastreados os alicerces da cristandade
europeia, foi possível identificar elementos que, com base no sincretismo entre o
pensamento helênico e o cristianismo hebraico, forjaram a subjetividade dualista que
mais tarde seria assimilada por toda a Europa ocidental. Essa identidade, ou
subjetividade, tem sua configuração no movimento de separação entre o corpo e a alma.
Não foi senão deste mesmo fenômeno que originou a cristandade dualista, a qual teve
sua cosmovisão (a partir do entendimento de uma substância que é corpo separada de
outra que é alma) consumada em classificação racial e mais tarde no racismo implícito.
Dando continuidade às críticas ao cristianismo, o quarto capítulo aborda os instrumentos
de dominação colonial, ou a colonialidade do poder, que se deram por meio dos códigos
linguísticos e dos códigos religiosos (cristãos). Os quais terminariam por ser articulados
em forma de discursos, retóricas e, por fim, pela narrativa da história universal.
Finalmente, no último capítulo, a geopolítica é abordada para remontar os recursos
utilizados pela cultura de dominação ocidental, os quais vão de guerras à golpes de
estados articulados por veículos midiáticos. No entanto, o foco central é a retomada
econômica da China, a qual emerge como a esperança para uma reconfiguração
cartográfica que enfraquece a hegemonia dominadora do ocidente. |
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