MEMÓRIA E FORMATO NAS ADAPTAÇÕES PARA TELEVISÃO DE GABRIELA, CRAVO E CANELA: DO ERUDITO AO POPULAR MIDIÁTICO |
|
Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
16/11/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- Angela Maria Guida
- Carlos Alberto Correia
- Gabriela Borges Martins
- Gabriela Kvacek Betella
- Geraldo Vicente Martins
- Josette Maria Alves de Souza Monzani
- Marcia Gomes Marques
|
Resumo |
Os produtos culturais contemporâneos são marcados pela presença constante de retomadas de textos pertencentes a contextos sociais pretéritos e a mídias que narram suas histórias em diferentes linguagens. Nesta pesquisa, discute-se o reaproveitamento de obras literárias para o audiovisual televisivo, e tem como objetivo analisar a relação entre memória e atualização na adaptação, em seus aspectos temáticos e genéricos, observando os elementos intertextuais e
intermidiáticos presentes na transposição. Com essa finalidade, faz-se um estudo de caso das adaptações do romance Gabriela, cravo e canela, (1958), de Jorge Amado, para a telenovela Gabriela (1975), de Walter George Durst, e a telenovela homônima (2012), de Walcyr Carrasco. Analisa-se, primeiramente, a transposição da obra amadiana para os produtos televisivos, discutindo adaptação, mediação e memória, com foco nas lógicas de produção no formato industrial e em novos suportes, que implicam em modificações no texto literário, atravessado pela memória - como reminiscências e vivências. Em segundo lugar, discute-se a diferença de autoria entre as duas obras, e examinam-se as mudanças advindas das adequações às convenções do gênero, posto que as telenovelas possuem matrizes melodramáticas e raízes no folhetim. Por fim, empreende-se uma análise das categorias da narrativa tempo e espaço, mapeando como as personagens femininas usam as espacialidades na perspectiva do vivido, do habitado e do praticado. Entre as conclusões alcançadas, destacam-se os seguintes pontos: observa-se que, na reminiscência dos temas da obra literária amadiana, o contexto sociocultural influencia em atualizações na composição das telenovelas como nas supressões de personagens, nos acréscimos de temas e outras operações de composição, o formato industrial traz mudanças no arco da narrativa e a antecipação da história de amor das personagens protagonistas, o efeito de encarnação e o tratamento estético diferenciado entre as obras apontam para a relevância da materialidade das mídias. Constata-se que as atualizações genéricas, presentes na concepção da narrativa televisiva, retomam aspectos do folhetim e temas do melodrama, que evidenciam a presença dessas matrizes culturais nas obras massivas. Por fim, verifica-se que as telenovelas não ampliam os espaços de atuação do feminino nos produtos culturais. |
|
UM OLHAR SEMIÓTICO SOBRE O PANTANAL E SEUS COSTUMES EM TELAS DE ARTISTAS SUL-MATO-GROSSENSES |
|
Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
21/09/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Maria Luceli Faria Batistote
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
- Évelyn Coêlho Paini Webber
|
Banca |
- Eluiza Bortolotto Ghizzi
- Elza Sabino Da Silva Bueno
- Geraldo Vicente Martins
- Luciana Maria Crestani
- Maria Luceli Faria Batistote
- Neide Araújo Castilho Teno
- Rita de Cassia Aparecida Pacheco Limberti
|
Resumo |
O Pantanal, no Brasil, perpassa os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e é o habitat de várias espécies de aves, peixes, mamíferos, répteis, plantas; algumas, inclusive, sob risco de extinção como a arara azul, o dourado, o tamanduá-bandeira e a onça pintada, para citar alguns. No entanto, o Pantanal não se restringe à sua diversidade de fauna e flora, já que ali há um povo que também carrega suas marcas, por exemplo, o peão pantaneiro, com costumes que representam a cultura pantaneira e compõem a cultura sul-mato-grossense, por meio da comida (o arroz carreteiro), da bebida (o tradicional tereré), do uso de plantas e da devoção aos santos. Há ainda um outro ponto da cultura sul-mato-grossense que recebe influência do Pantanal, o da arte. São diversos os artistas plásticos que fundaram a identidade artística do MS com suas telas e esculturas trazendo aspectos únicos do Pantanal, do homem pantaneiro e/ou dos povos indígenas que ocupam essa área. Assim, objetivamos, a partir dos estudos da semiótica greimasiana e de um de seus desdobramentos, a semiótica plástica pensada por Floch (1985), analisar as telas de três artistas: Cleir Ávila, Jorapimo e Marlene Mourão Mar (Peninha), de modo a vislumbrar como os sentidos são construídos no plano de conteúdo, pelo percurso gerativo de sentido, e no plano de expressão, por meio das dimensões eidética, topológica e cromática. Além disso, buscamos estudar a cultura pantaneira bem como divulgar a arte sul-mato-grossense e seus artistas. A semiótica greimasiana compreende o texto como objeto de significação e de comunicação, assim, debruçou-se inicialmente sobre textos verbais, analisando-os por meio de seu percurso gerativo de sentido (e seus três níveis, fundamental, narrativo e discursivo); então, mais tarde, outros estudiosos como Floch (1985) e Oliveira (2004) trataram dos textos não verbais e/ou sincréticos, utilizando a semiótica plástica e suas dimensões nas análises. A semiótica plástica usa quatro categorias criadas por Floch (1985), para examinar o plano da expressão de objetos não verbais, são elas: categoria plástica eidética, topológica, cromática e matérica, ademais por meio da semiótica plástica podemos estabelecer relações entre as categorias do plano de expressão e o plano de conteúdo por meio do semissimbolismo. Então, ao realizarmos o estudo entendemos que discorrer sobre a cultura Sul-mato-grossense e analisar a arte pantaneira contém aspectos mais profundos, como a revisão sobre o próprio conceito de arte e os que compõem o que denominamos cultura pantaneira, fortemente unidos aos costumes pantaneiros (comidas, bebidas, trajes, uso de plantas como remédio e a religiosidade), o que reforçou a interdiscursividade presente na pesquisa que permeia desde a escolha dos artistas até as análises. Além disso, foi possível compreendermos como os sentidos são construídos nas telas por meio da semântica do nível fundamental e discursivo e das categorias topológicas, eidéticas e cromáticas do plano de expressão. Notamos que ora as pinturas, que têm o Pantanal como temática principal, atuam como sincréticas, dialogando com seus títulos ora como objetos plásticos individuais e únicos na composição dos sentidos. Pudemos identificar também, nas telas, algumas relações semissimbólicas (categorias do plano de expressão com categorias do plano de conteúdo), assim como oposições natureza vs. cultura, humanidade vs. animalidade e humanidade vs. divindade, que nos mostram a forte ligação entre cultura pantaneira, meio ambiente e as crenças dos povos que ali residem. |
Download |
|
|
Ensaio de ensaios: teorização biográfica fronteiriça |
|
Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
14/09/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- Angela Maria Guida
- Carlos Vinicius da Silva Figueiredo
- Edgar Cezar Nolasco dos Santos
- Marta Francisco de Oliveira
- Vania Maria Lescano Guerra
|
Resumo |
|
Download |
|
|
A Poética selvagem de Sérgio Medeiros |
|
Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
13/07/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
- Sirley da Silva Rojas Oliveira
|
Banca |
- Angela Maria Guida
- Daniel Abrão
- Igor Teixeira Silva Fagundes
- Patricia Graciela da Rocha
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
- Wellington Furtado Ramos
|
Resumo |
O poeta Sérgio Medeiros é natural de Bela Vista, cidade de Mato Grosso do Sul, que fica na fronteira entre Brasil e Paraguai. Suas obras evidenciam a cultura ameríndia e questionam os limites entre humanos e não humanos, a partir de traços, palavras e imagens. A poética de Sérgio Medeiros, mesmo com a possibilidade de ser lida à luz dos pressupostos postulados pela ecocrítica, apresenta aspectos singulares que vão além de uma leitura mais tradicional dessa corrente teórico-metodológica. Essa singularidade se constitui na conjunção que o poeta faz da tradição indígena, ecológica e ambiental a experimentalismos formais, como a escrita assêmica, a fim de tensionar categorias como humano, animal e vegetal. Uma obra povoada por muitos seres e espécies diversos, enfim, cruzamentos que permitem orientações conceituais em muitas direções. Para esta pesquisa, vamos nos valer dos estudos da ecocrítica, do pensamento vegetal, do animismo, do perspectivismo ameríndio e da sabedoria de povos originários para partilhar conosco a leitura da poética visual de Sérgio Medeiros. Interessa-nos as produções em livros físicos, bem como as realizadas no blog do poeta. |
Download |
|
|
VERDADE E JUSTIÇA EM REINO DO AMANHÃ: A CONDUTA DO SUPER-HERÓI A PARTIR DA NOÇÃO PEIRCIANA DE CRENÇA |
|
Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
07/07/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
- Vanderlis Legramante Barbosa
|
Banca |
- Carlos Ribeiro Caldas Filho
- Eluiza Bortolotto Ghizzi
- Geraldo Vicente Martins
- Iuri Andréas Reblin
- Maria Luceli Faria Batistote
- Renan Henrique Baggio
- Sueli Maria Ramos da Silva
|
Resumo |
Esta pesquisa atua no campo de investigações acadêmicas sobre a linguagem dos quadrinhos, mais especificamente, nos diálogos entre signos intra e interlinguagens e suas consequências no campo da interpretação, à luz da semiótica peirciana. Apesar de majoritariamente consideradas como voltadas para um público jovem, as histórias em quadrinhos suscitam discussões e interpretações conectadas com a realidade e que as afastam da concepção de uma literatura ingênua e infantil. Em 1938, com a revista Action Comics nº1, teve início a Era de Ouro nos quadrinhos, consagrando Superman como o primeiro super-herói a figurar nesse novo formato de história. Desde então, outros personagens foram criados com base nos atributos apresentados por Superman que, embora tenha passado por transformações, desde visuais até conceituais, permaneceu fiel a seu código de verdade e justiça. De modo geral, esta pesquisa objetiva inserir-se nas investigações acerca das potencialidades das histórias em quadrinhos como objeto de estudo, contribuindo com seu desenvolvimento crítico e teórico. Em sentido específico, objetivamos trabalhar com significações investidas nas crenças que regulam a conduta dos super-heróis na graphic novel Reino do Amanhã, de Mark Waid (roteiro) e Alex Ross (arte), publicada em 1996, especialmente no que diz respeito ao ideal de verdade e justiça. Tendo em vista as relações de intertextualidade, nossa investigação analisa como esse ideal e a conduta dos super-heróis podem estar também ligados à origem do personagem Superman e à literatura apocalíptica, mais especificamente o livro Apocalipse de João, do Novo Testamento. Pautamo-nos, metodologicamente, em conceitos da semiótica de Charles S. Peirce (1839-1914), bem como na noção de crença oriunda da filosofia pragmatista peirciana, como algo que orienta a conduta. Além de Peirce (2003; 2008; 2017a; 2017b), embasamo-nos em estudiosos de sua obra, como Santaella (2008a; 2008b; 2012; 2017), Nöth (2003; 2015) e Ibri (2015; 2021). No tratamento do corpus, delimitamos trechos da obra que consideramos pertinentes e suficientes para verificar a hipótese de que Reino do Amanhã propõe um conceito de super-herói pautado nos valores morais estabelecidos na Era de Prata dos quadrinhos. Para a análise, consideramos tanto diálogos entre signos verbais e não verbais, quanto intertextuais, quer entre textos da própria linguagem dos quadrinhos, como é o caso das relações entre a graphic novel e outras histórias do gênero, quer com textos externos à linguagem dos quadrinhos, como as relações de referência entre Reino do Amanhã e o texto bíblico de Apocalipse de João. Essa estratégia semiótica permitiu observar e analisar como os ideais de verdade e justiça são retomados e atualizados nessa narrativa, consolidando-se em meio às crenças definidoras de um código moral para Superman e, por generalização, para os demais super-heróis. Tão importante quanto a análise semiótica, foram os estudos sobre a origem e a linguagem dos quadrinhos, para os quais apoiamo-nos em Cagnin (1975), Eisner (2005), McCloud (2005), Campos (2015), Barbieri (2017) e Moreau e Machado (2020). Na abordagem das Eras dos quadrinhos de super-heróis e da trajetória do personagem Superman, recorremos a Jones (2006), Knowles (2008), Morrison (2012), Weldon (2016), Reblin (2015), Robb (2017), entre outros. Com base na revisão de teoria e nas análises realizadas, a tese permite acompanhar, na obra Reino do Amanhã, um processo de autocrítica e de revisão de crenças e de condutas dos super-heróis, análogo aos experienciados por nós, humanos, e estudados pela teoria peirciana referenciada no corpo do texto. Entendemos que os estudos propostos nesta tese contribuem, cientifica e teoricamente, nos estudos sobre a linguagem dos quadrinhos, além de apontar para perspectivas outras de análise da obra Reino do Amanhã, uma vez que o campo semiótico possibilita amplas investigações acerca de como os signos em geral são percebidos e produzem significados no processo de semiose. |
Download |
|
|
O SIGNO, A ASSINATURA E O DISCURSO: AS CONTRIBUIÇÕES DE AGAMBEN SOBRE ASSINATURA NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS |
|
Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
06/07/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Maria Luceli Faria Batistote
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- Eluiza Bortolotto Ghizzi
- Geraldo Vicente Martins
- Ivã Carlos Lopes
- Luciana Maria Crestani
- Maria Luceli Faria Batistote
- Rita de Cassia Aparecida Pacheco Limberti
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
|
Resumo |
A arqueologia desenvolvida por Agamben sobre a Teoria das Assinaturas na obra
“Signatura rerum” (2019) torna possível descrever qual a relação estabelecida entre a
assinatura e a construção do sentido nos signos e, consequentemente, no interdiscurso,
em decorrência do lugar que ocupa na enunciação. Nesse sentido, sob a perspectiva
teórica da Semiótica discursiva, objetivamos depreender as possíveis articulações com a
Teoria das Assinaturas (AGAMBEN, 2019), a construção do sentido de um signo
específico (existente ou novo), o interdiscurso e as formações discursivas. Tais
articulações permitem abordar a noção de interdiscurso pela semiótica discursiva, além
de explorar a figurativização e a tematização sob a perspectiva das relações históricas e
sociais que interagem no interior dos textos e resultam no efeito de pressuposição de
diálogos com outros textos. Os resultados mostram que na análise da isotopia,
utilizando a análise definicional de Greimas, a assinatura se apresenta na definição
lexicográfica, enquanto lexema catalisador; na definição discursiva, se mostra na
reiteração de semas que corroboram a permanência de um mesmo sentido; e, por último,
na definição oblíqua, que trata da seleção cultural, as escolhas culturais realizadas pelo
enunciador nas suas relações com a sociedade e a história, reiteram ou procuram
ressemantizá-la com modulações das intensidades de ausência e presença de valores
eufóricos ou disfóricos, que não evitam a co-presença da assinatura. As reflexões
teóricas possibilitam delinear uma teoria, ainda que provisória, que abarque as relações
de sentido instauradas por meio de uma assinatura que mudam a nossa relação com um
signo existente ou originam um signo novo. Especificamente, as assinaturas possuem
atributos capazes de serem identificados e descritos ao produzir um signo diferente
daquele atribuído tradicionalmente por uma comunidade ou que predeterminam uma
apreensão de mundo, as quais se constituem em formação discursiva, ao se
consolidarem como paradigmas em uma comunidade discursiva. Para este estudo,
utilizamos como corpus enunciados que circularam na mídia em Mato Grosso do Sul,
enquanto narrativas jornalísticas, no mês de agosto de 2019 e outros enunciados em
suportes diferentes que circularam em períodos anteriores, onde se encontram o mesmo
lexema.
Palavras-chave: Epistemologia; semiótica discursiva; assinatura; interdiscurso. |
Download |
|
|
A FOTOGRAFIA COMO REFERÊNCIA EM PROCESSOS CRIATIVOS DA PINTURA BRASILEIRA NO SÉCULO XXI: possibilidades e convergências |
|
Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
05/07/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
- Priscilla de Paula Pessoa Biagi
|
Banca |
- DESIRÈE PASCHOAL DE MELO
- Eluiza Bortolotto Ghizzi
- Geraldo Vicente Martins
- Luana Maribele Wedekin
- Lucia Isaltina Clemente Leão
- Paulo Cesar Antonini de Souza
- Sueli Maria Ramos da Silva
|
Resumo |
Ao pensarmos sobre a pintura produzida a partir de meados do século XIX, é possível observar, por meio de registros históricos, que fotografias são, desde sua invenção, constantemente tomadas por pintores de diversas partes do mundo e das mais distintas vertentes como referência para suas criações; isso tem sido objeto de registros no campo da história da arte e dos estudos teóricos e críticos cujo foco é a gama de relações entre pintura e fotografia, e é nesse contexto que a presente tese se insere, ao dirigir o olhar para parte dessa produção, a partir do campo dos estudos de linguagens. Trazendo a questão para a arte contemporânea brasileira produzida nas primeiras décadas do século XXI, esta pesquisa levantou e analisou os diferentes percursos trilhados por quinze artistas na utilização de fotografias como referência para a produção de quinze pinturas brasileiras recentes, um conjunto de obras escolhido a partir de critérios que atestassem sua relevância e representatividade no cenário artístico nacional, de modo que passaram a ser tomadas como documentos iniciais para a busca de outros documentos sobre seus processos criativos, compondo assim, o corpus para as análises. O tratamento metodológico dos documentos foi orientado pela hipótese de que é possível detectar, a partir da análise comparativa de documentos de processos criativos de um conjunto de obras representativo da pintura produzida no Brasil nas últimas duas décadas, tanto uma série de possibilidades nas abordagens adotadas pelos artistas que fazem uso de fotografias em seus processos criativos, quanto certas convergências, que permitiram identificar, delimitar e agrupar vertentes dessa prática em relação ao recorte espacial e temporal de que tratamos. Em nosso percurso, voltamos a atenção para o próprio pensamento artístico em processo através de preceitos da crítica genética, com abordagem teórico-metodológica que se sustentou em aspectos da semiótica e de outros ramos da filosofia de Charles S. Peirce, buscando, na relação entre as obras entregues ao público e os registros sobre seus processos, um espaço para reflexões sobre a questão proposta. Por fim, apresentamos nossas conclusões sobre como se constituem as relações entre as referências fotográficas e as quinze pinturas que compõem o corpus desta pesquisa; em seguida, entendendo que a concretude de tais conclusões limita-se ao que foi observado nesse material, mas considerando que a consistência das análises permite traçar um mapa e projetá-lo para um cenário mais amplo – o da produção pictórica brasileira do século XXI –, apresentamos (preservando um caráter hipotético e sujeito a verificações futuras) as generalizações encontradas a partir de três aspectos: a origem das fotografias referenciais, seu papel na fatura da pintura e a natureza da referencialidade. Pretendemos que esta pesquisa seja uma contribuição para o campo educativo e para o campo artístico – um material relevante não só para teóricos das artes visuais, que se interessem pelos processos criativos em pintura, mas também para professores, acadêmicos e mesmo artistas já atuantes que possam aproveitar estes estudos sobre a fotografia como referência na pintura. |
Download |
|
|
Língua Espanhola no Enem: análise de itens de 2019 a 2022 na perspectiva dos Letramentos Críticos |
|
Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
03/07/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- Alvaro Jose dos Santos Gomes
- Antonio Ferreira da Silva Júnior
- Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
- Elaine de Moraes Santos
- José Veranildo Lopes da Costa Junior
- Kelly Cristiane Henschel Pobbe de Carvalho
- Rosivaldo Gomes
|
Resumo |
Esta tese é resultado da pesquisa de doutorado que teve como objetivo geral analisar itens de língua espanhola do Enem presentes nas aplicações de 2019 a 2022, na perspectiva dos letramentos críticos. Os itens foram selecionados considerando questões que propiciassem discussões relacionadas a relações de poder, ideologia e diversidade; itens que tivessem relação direta com práticas sociais; e que contemplassem os termos crítica/criticidade. As perguntas de pesquisa desta investigação são: a) os textos base, os enunciados e as alternativas colaboram para discutir de forma crítica práticas sociais, relações de poder e ideologia? Se sim, como?; b) existem aspectos dos letramentos críticos presentes nos textos base, enunciados e alternativas dos itens de língua espanhola do Enem? Decorrem como objetivos específicos: (i) discutir a importância da presença do espanhol no Enem; (ii) analisar como itens de língua espanhola do Enem podem possibilitar discussões sobre práticas sociais, relações de poder e ideologias; (iii) debater sobre a importância de itens de espanhol do Enem que contemplem uma perspectiva crítica da linguagem, conforme pressupostos dos letramentos críticos; (iv) discutir as implicações do Enem para o ensino e a aprendizagem de espanhol no ensino médio, na perspectiva dos letramentos críticos. Esta discussão insere-se no campo de estudos da Linguística Aplicada voltada para pesquisas que envolvem o ensino de espanhol e o Enem, relacionando linguagem e sociedade. Assim, a análise se centra em nove itens de espanhol do Enem a partir de três elementos que formam cada questão: o texto base, o enunciado e as alternativas. A tese defendida é que, a partir da escolha de determinados textos, seja possível provocar reflexões críticas capazes de contribuir para o ideal de uma educação com/para linguagens que permita a ampliação da consciência social dos indivíduos para que reflitam e atuem em sua própria realidade. Trata-se de uma pesquisa qualitativa (LANKSHEAR; KNOBEL, 2008), de cunho descritivo-interpretativista (MOITA LOPES, 1994). Dentre as justificativas para esta investigação, estão os anseios advindos de minha atuação como professora do ensino médio por alguns anos, em que pude vivenciar a necessidade de desenvolvimento da criticidade entre as/os estudantes, e observar os efeitos retroativos do Enem em minhas aulas. A experiência me motivou a desenvolver esta pesquisa, com o intuito de que ela possa contribuir, de algum modo, para aumentar as investigações sobre os itens de língua espanhola do Enem, e colaborar no desenvolvimento de trabalhos que relacionam itens de espanhol e a teoria dos letramentos críticos, além de cooperar para que professores, alunos, elaboradores de itens e a comunidade em geral percebam a necessidade de propor temas/textos que reivindicam um olhar mais crítico dos estudantes enquanto cidadãos e seu engajamento por meio da linguagem. Como base teórica, foram articulados estudos sobre letramentos críticos (CERVETTI; PARDALES; DAMICO, 2001; JANKS, 2010, 2012, 2013; MENEZES DE SOUZA, 2011; MONTE MÓR, 2008, 2010, 2011, 2013; STREET, 2014) e de espanhol (BAPTISTA, 2007, 2010; BOTELHO, 2021; CASSANY; CASTELLÀ, 2010; COSTA, 2012), dentre outros. A partir dos resultados, foi possível constatar que, dos itens analisados, somente alguns seguem em direção às reflexões críticas a partir da escolha do texto base. A elaboração dos itens de espanhol do Enem carece de abordagem voltada para criticidade, por meio de textos e temas que possibilitem o questionamento às realidades impostas, às relações de poder e às práticas sociais presentes na sociedade.
Palabras clave: secundaria; español; examen a gran escala. |
Download |
|
|
POLÍTICAS LINGUÍSTICAS: CONFINAMENTO E RETOMADA DAS LÍNGUAS KAIOWÁ E GUARANI NO CONE SUL DE MATO GROSSO DO SUL |
|
Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
12/05/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
- Adriana Oliveira de Sales
|
Banca |
- Aparecida Negri Isquerdo
- Bruno Oliveira Maroneze
- Denise Silva
- Eliel Benites
- Maria Ceres Pereira
- Patricia Graciela da Rocha
- Rogerio Vicente Ferreira
|
Resumo |
Neste estudo investigamos como têm se realizado as políticas linguísticas que envolvem as línguas indígenas Kaiowá e Nhandeva faladas no Cone Sul de Mato Grosso do Sul. Trata-se de uma abordagem gerada a partir do processo de confinamento territorial (BRAND, 1993; 1997) que ocasionou o confinamento linguístico (SALES, 2022), dessas etnias e línguas. A pesquisa conta com a base teórica calcada nos estudos das Políticas Linguísticas de Sposlky (2004), Calvet (2007; 2005), Hamel (1993), Ricento (2000). Inicialmente, faz-se a caracterização da situação das línguas indígenas a partir da descrição das situações sociohistóricas que ocasionaram a relação de contato e conflito com a língua portuguesa. Realizou-se também um levantamento documental sobre o processo de colonização linguística (MARIANI,2004) até os dias atuais, com análise de um diagnóstico sociolinguístico (FISHMAN, 1974), e reflexão complementar que envolve a glotopolítica (LAGARES, 2021), e a educação escolar indígena bilíngue (MARTINS, 2013; D’ANGELIS, 2012; MAHER, 2006; OLIVEIRA, 2000). Os Procedimentos metodológicos se orientaram pelos princípios etnográficos com o uso de instrumentos da pesquisa documental e de um questionário sociolinguístico (PIMENTEL, 2017), com esses instrumentos realizamos análise dos domínios de cada língua nas comunidades linguísticas investigadas, o foco principal se deu nas políticas dos âmbitos nacional, estadual e municipal, dando ênfase em como o contexto escolar (FERGUSON, 1974; CALVET, 2004) apresenta as línguas em seus projetos pedagógicos e currículos escolares das escolas de sete municípios. A partir das análises dados avaliamos que que as políticas linguísticas precisam contemplar as comunidades em suas discussões, que os povos indígenas podem se mobilizar para garantir seus direitos em termos municipais de uso das línguas, que as línguas indígenas estão tendo transmissão intergeracional e pela preservação da mesma. Nas escolas, constatou-se que o currículo, de maneira geral, não é intercultural nem bilíngue, que mesmo após formações sobre modelos de ensino bilingue o que se aplica ainda é o bilinguismo de substituição, estando as línguas e culturas Kaiowá e Nhandeva numa relação de desprestígio com a Língua Portuguesa. Observamos também que a educação escolar do Cone Sul não realiza o ensino de português como segunda língua e avaliamos que toda esfera escolar precisa de formação. A partir desses dados sugerimos a construção coletiva de um modelo forte de ensino de língua de modo que a escola possa contribuir com a manutenção do bilinguismo (BAKER, 2001) e no aumento da utilização das línguas indígenas com vista ao fortalecimento do fenômeno de retomadas linguísticas. |
Download |
|
|
Translinguando sentidos autoetnográficos críticos como professora imigrante venezuelana da perspectiva decolonial |
|
Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
05/12/2022 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
- Rosana Iriani Daza de Garcia
|
Banca |
- Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
- Elizabete Aparecida Marques
- Fabiana Pocas Biondo
- Kleber Aparecido da Silva
- Nara Hiroko Takaki
- Walkyria Maria Monte Mor
|
Resumo |
Conforme dados do “Ministério da Cidadania, Dourados (MS) é o terceiro
município brasileiro que mais recebeu imigrantes venezuelanos pela Operação
Acolhida. Entre os efeitos desse fluxo em direção à referida cidade, em Mato
Grosso do Sul, destaca-se o crescente número de venezuelanos matriculados
em escolas públicas e o desafio na formação de professores para a “acolhida”
desses sujeitos. O trabalho acentua meu lócus de enunciação (BHABHA, 1988),
como professora e pesquisadora e objetiva interpretar e analisar a construção
de sentidos autoetnográficos, uma (auto)crítica reflexiva, na minha prática social,
ou seja, no meu fazer teórico-prático convivendo com alunos de Letras, ao
ministrar um curso de extensão intitulado “Lengua española y cultura
venezolana”, de março a junho de 2021, na Universidade Federal da Grande
Dourados (UFGD), em Dourados (MS) e de minha trajetória de imigrante. A
metodologia utilizada foi de natureza autoetnográfica crítica (SHORT; TURNER;
GRANT, 2013, ONO, 2017, TAKAKI, 2020). Escolha permitiu que eu
confrontasse meus pressupostos e experiência com as diferenças emergentes
em sala de aula, acentuando minhas intersubjetividades, já informadas pelas
teorias selecionadas, no que concerne à apreensão da dinamicidade do
trabalho. A pesquisa situa-se no âmbito das perspectivas de letramento crítico,
(CERVETTI, PARDALES, DAMICO, 2001, JANKS, 2010, LUKE, 2012,
MENEZES DE SOUZA, 2010, 2011, MONTE MÓR, 2010, 2018; MONTE MÓR;
MORGAN, 2014) inspirados em Freire (2001, 2011), translinguagem
(CANAGARAJAH, 2013, 2017, GARCÍA, 2009, GARCÍA; WEI, 2014, WEI, 2018,
YIP; GARCÍA, 2018), “novos” letramentos (LANKSHEAR; KNOBEL, 2006,
LANKSHEAR, 2007), epistemologias do sul (SOUSA SANTOS; MENESES,
2010) e decolonialidade (MENEZES DE SOUZA, 2019, 2010, MIGNOLO, 2003,
QUIJANO, 2000). O trabalho focaliza a educação linguística-cultural em contexto
migratório. |
Download |
|
|
Uma abordagem semiótica do discurso nos romances políticos de Erico Veríssimo |
|
Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
30/11/2022 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
- Dagmar Vieira Nogueira Silva
|
Banca |
- Arlinda Cantero Dorsa
- Eluiza Bortolotto Ghizzi
- Geovana Quinalha de Oliveira
- Geraldo Vicente Martins
- Leoné Astride Barzotto
- Leticia Moraes Lima
- Maria Luceli Faria Batistote
|
Resumo |
Exercitar a leitura, em suas diversas faces e contextos, requer um conjunto de habilidades
e conhecimentos que mesclam a agilidade do pensamento à capacidade de compreensão e
reflexão do leitor diante do objeto lido. Por essa perspectiva e, levando em consideração o
olhar semiótico sobre o objeto verbal, pode-se afirmar que a leitura ultrapassa a fronteira da
simples decifração de um código, pois se transforma em um modo de construir a significação,
amparado nos sentidos percebidos no e pelo texto. Destarte, sob o viés da semiótica
discursiva, torna-se profícuo examinar o objeto discursivo, por meio de seu plano de
conteúdo, e de suas estruturas textuais, procurando compreender os mecanismos que
engendram a construção do(s) seu(s) sentido(s). Considerando esses aspectos, e
integrando estudos linguísticos e literários, selecionam-se três romances de caráter político,
do escritor Erico Verissimo, para compor o corpus desta pesquisa: O Senhor Embaixador
(1965), O prisioneiro (1967) e Incidente em Antares (1971). Para tal abordagem, recorre-se
à semiótica, valendo-se de elementos do percurso gerativo de sentido como guia para um
olhar mais atento ao texto, tendo como objetivo geral observar a construção do componente
temático-figurativo nos romances verissiano elencados, bem como das projeções das
categorias enunciativas neles efetuadas. Assim, demonstra-se, na prática, a teoria semiótica
discursiva, e, de modo mais específico, as análises envolvendo o (des)envolvimento e a
compreensão das construções figurativas de pessoas, espaços e tempos que recobrem os
temas de ordem política e social presentes nas distintas obras, todas da última fase do
escritor cruz-altense. Na interface entre a vida e a obra de Erico Verissimo, observam-se
também a fortuna crítica do autor e os acontecimentos que vinculam a presença de
personagens representativos da conjuntura político-social brasileira nas narrativas que
compõem a terceira fase de suas produções literárias. Como aporte teórico, foram
considerados os estudos de Greimas (1973; 1975; 2002; 2021 [1979]), Barros (1990; 2002;
2021), Bertrand (2003), Fiorin (1999; 2016; 2018; 2020; 2021), Martins (2017), Harkot-DeLa-Taille (2016), Chaves (1972; 1976), Ritter (2016), Todorov (2006; 2010), entre outros que
vieram a contribuir com os objetivos aqui delimitados. Diante das análises realizadas,
constatou-se que os elementos temático-figurativos, presentes nos discursos enunciados
pelas distintas instâncias enunciativas, determinam leituras acerca dos problemas políticosociais figurativizados na literatura; em face desses problemas, foram reconhecidas
diferentes formas de poder manifestadas pelos sujeitos defensores de ideologias e regimes
autocráticos que ignoram preceitos necessários à justiça e à equidade social, o que ratifica
os romances verissianos, de teor político, como instrumentos de diálogo entre enunciador e
enunciatário do texto no processo de construção da história registrada na/pela linguagem.
Palavras-chave: Semiótica; Figurativização; Tematização; Literatura brasileira; Política. |
Download |
|
|
Geo-ontoepistemologias decoloniais: Educação Linguística e "Português como Língua Acolhimento" |
|
Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
01/06/2022 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
- Francisco Leandro Oliveira Queiroz
|
Banca |
- Alexandre José Pinto Cadilhe de Assis Jácome
- Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
- Elaine de Moraes Santos
- Juliana Zeggio Martinez
- Nara Hiroko Takaki
- Rosivaldo Gomes
- Tania Ferreira Rezende
|
Resumo |
Resumo
Nos últimos anos, a decolonialidade (MIGNOLO, 2017a, 2015, 2008, 2003; WALSH, 2017, 2016, 2013; QUIJANO, 2014; CASTRO-GÓMEZ e GROSFOGUEL, 2007) vem se tornando uma opção cada vez mais necessária para trazer o corpo de volta e marcar o não-marcado (MENEZES DE SOUZA, 2019, 2018) na língua/linguagem e na produção de conhecimento, principalmente em contextos do Sul Global, como é o caso brasileiro. Trazer o corpo de volta e marcar o não-marcado carregam premissas que rejeitam o universal como categoria capaz de professar a história única e o natural como estratégia possível de justificar as hierarquias sociais, com suas desigualdades radicais (SANTOS, 2019). Nesse sentido, o universal e o natural evidenciam a necessidade de repensar o saber a partir de sua própria geopolítica e corpopolítica, abordando a questão social como consequência da modernidade (MIGNOLO, 2010a, 2000) e da colonialidade (MIGNOLO, 2017b, 2010a). No campo da educação linguística, a perspectiva decolonial é fundamentalmente relevante por denunciar a colonialidade da linguagem (VERONELLI, 2021), cavando espaço para redesenhos outros, sem desconsiderar as tensões constantes e sem dispensar contestações de tempo em tempo. Nesses termos, o objetivo desta tese é problematizar o Português como Língua de Acolhimento, a partir do meu lócus de enunciação de educador-professor de português e das geo-ontoepistemologias decoloniais. A metodologia é de natureza conversacional e interpretativa-reflexiva, considerando a escolha da literatura, as visões, vivências e expectativas sociais em meio às demandas políticas, éticas e educacionais contemporâneas. Os resultados principais apontam para uma forte colonialidade da língua/linguagem, atravessando o estar-sendo, o sentir e o agir dos sujeitos afetados pela opressão moderna, refletindo diretamente a dominação do ser e do saber, em que intersubjetividades e conhecimentos obedecem a patrões coloniais do poder. Os resultados apontam também para a necessidade de identificar, interrogar e interromper essa mesma colonialidade, chamando atenção para a reconstrução do Português como Língua de Acolhimento a partir de premissas decoloniais, pressupondo o/a professor/a e o/a aluno/a como coautores/ras desse processo localmente.
Palavras-chave: Geo-ontoepistemologias decoloniais. Educação linguística. Português como Língua de Acolhimento.
|
Download |
|
|
OS MEANDROS PARA DESTEORIZAR E RE-TEORIZAR A AMÉRICA LATINA: o biolócus por entre descolonialidades epistêmicas da crítica biográfica fronteiriça |
|
Curso |
Doutorado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Tese |
Data |
29/10/2021 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Edgar Cezar Nolasco dos Santos
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
- Fabio Pereira do Vale Machado
|
Banca |
- Bernardo Salgado Rodrigues
- Cristiane Dambrós
- Edgar Cezar Nolasco dos Santos
- Marcos Antônio Bessa Oliveira
- Marta Francisco de Oliveira
- Vania Maria Lescano Guerra
- Wagner Corsino Enedino
|
Resumo |
Este trabalho científico-acadêmico traz como proposta epistemológica perspectivas
descentralizadas que vislumbram saídas crítico-culturais para que a América Latina atinja
pódios, lugares e reconhecimentos ainda não angariados. Para a elaboração deste
trabalho foram edificadas algumas posturas teórico-críticas como, por exemplo, as
posições centristas que são partes de uma partícipe e moldurada face eurocêntrica que
enrijecem as possibilidades qualificativas de um trabalho acadêmico. Antitético à prática
acadêmica moderna, o presente trabalho aprecia cultural e contemporaneamente quais
os possíveis meandros para que a América Latina – através de uma cultura apreciativa
que não apenas fala sobre, mas também com e a partir da condição de latino seja peçamotriz para que a identidade cultural latino-americana esteja em sua genuína condição
cujo modus operandi não insista em qualificar, mas destacar e descobrir as qualificações
dessa identidade cultural, ou seja, da nossa latinidade. Nesse preciso sentido, com o fito
de publicare et propagare este produto como forma-contributiva acadêmica e cultural,
elegemos a base crítico teórica da descolonialidade. Os conceitos basilares deste
trabalho científico emergem das criticidades acadêmico-culturais de autores como Walter
Mignolo, Enrique Dussel, Aníbal Quijano, Edgar Cézar Nolasco, Zulma Palermo, Nelson
Maldonado Torres, Marcos Antônio Bessa-Oliveira, Gayatri Chakravorty Spivak, Paulo
Freire, Silviano Santiago, Glória Anzaldúa entre outros críticos e pesquisadores. A crítica
biográfica fronteiriça abaliza este trabalho cujo produto de tese acadêmica de doutorado
circunscreve a minha perspectiva em colaborar com a tomada crítico-epistemológica da
América Latina desteorizando para re-teorizar caminhos estagnantes da crítica que
circunda, com vestes-coloniais, quase que unanimemente a criticidade artístico-cultural
latino-americana. Com a decisão e a inscrição do pensamento próprio busco neste
trabalho o tom do ineditismo acadêmico ainda não explorado na crítica da América
Latina, sugerindo e valorando que se aplique para essas teorizações contemporâneas, as
experivivências do pesquisador para se conduzir a sua produção acadêmica. No primeiro
capítulo deste trabalho apresentado com o título: ―(DES)BRITANIZAR: tese(ando) no
exercício crítico na América Latina por opção descolonial‖ trago a inscrição de um
conceito que desenvolvemos durante a edificação desta investigação epistemológica
inserindo, paulatinamente, sugestões para desenvoltura acadêmico-cultural na e com a
América Latina. No segundo estruturante capitular trago: ―RITO-CRÍTICO AMODERNO: a
edificação da latinidade contemporâneo-descolonial na América Latina‖, apresentando,
com perspectivas não cartesianas, outro conceito desenvolvido na construção desse
produto científico aliançando os países latino-americanos para a edificação críticoperiférica da América Latina. Por fim, neste trabalho científico-acadêmico, apresentarei
no terceiro capítulo com o registro: ―CRÍTICA COMPARATISTA BIOGRÁFICOFRONTERIZA CONTEMPORÂNEA: a literatura latina de Gabriel García Márquez e Edgar
Cézar Nolasco, encontros‖, os processos crítico-epistemológicos que a literatura cumpre
por meio da criticidade discutindo novas tensões e novos-corpus-epistêmicos com a
visada, outra, logo descolonial, que passa a erigir posições não dependentistas, portanto,
neste último capítulo exercito a crítica comparatista biográfico-fronteriza demonstrando a
aproximação entre autores latinos. Esta presente proposta apresentará estratégias e
exercícios que (re)qualificarão a América Latina no cenário crítico-cultural
contemporâneo.
Palavras-chave: América Latina; Descolonização; Crítica biográfica fronteiriça;
(Des)britanizar; teorização amoderna |
Download |
|
|