A objetivação da mulher surda na ordem do digital: discursos e sentidos sobre o sujeito-corpo (de) Natália |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
10/12/2021 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Edson Carlos Romualdo
- Elaine de Moraes Santos
- Fabiana Pocas Biondo
- Juliana da Silveira
- Rosivaldo Gomes
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Resumo |
À luz dos Estudos Discursivos Foucaultianos, travando um diálogo entre os conceitos do filósofo francês e dos Estudos Surdos (SKLIAR, 2015), analisei como ocorreu a caracterização da mulher surda pelo viés da objetivação e da objetificação do corpo em comentários realizados em duas matérias publicadas pelo Portal G1 de notícias, uma de 2014, outra de 2017. Para tanto ponderei, pela ótica do método arqueogenealógico, como e por quê emergiram determinadas discursividades sobre a vida de Natália, uma mulher surda. Observando a circulação de discursos ordinários (SILVEIRA, 2016), meu foco foi a relação entre os saberes instituídos sobre a mulher surda e a objetivação do sujeito Natália nos comentários selecionados para análise. A construção do arquivo e o recorte do corpus, norteados pela regularidade serial de enunciabilidades sobre a corporeidade (SANTOS, 2014) de Natália, contaram com a heterogeneidade de espaços discursivos que é própria ao que Guilhaumou & Maldidier (2014) designam por trajeto temático. A metodologia foi fundamental à realização de uma leitura de diferentes instâncias de legitimidade de onde erigem os discursos constitutivos dos enunciados coletados. As condições de possibilidade (FOUCAULT, 2020a) do objeto selecionado se situam a partir de 2014, com o início da intensificação do debate sobre acessibilidade no Exame Nacional do Ensino Médio, a partir da denúncia feita por Natália e midiatizada pelo Portal G1, e se estendem até 2017 – ano no qual o tema da redação focalizou as dificuldades da formação de surdos na educação brasileira e Natália protagonizou outra reportagem do mesmo canal. Das análises, destacou-se a presença de características qualitativas sobre o corpo de uma mulher surda, tomadas como, no ecoar das falas foucaultianas, efeitos que formulam o sujeito Natália enquanto deficiente, problemático e objeto sexual. Tendo corpo e comportamento regulados por descrições normativas, institucionalizadas por discursos clínicos, jurídicos, midiáticos e ordinários, o apagamento da diferença da surdez destitui Natália de sua existência heterogênea, superiorizando a homogeneidade da naturalização do que é ser surda pela perspectiva desses discursos. Por fim, a partir das análises, este trabalho se apresenta com uma contribuição para a expansão da pesquisa científica referente à mulher surda.
Palavras-chave: Mulher surda. Enunciado. Objetivação. Objetificação. |
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A construção discursiva de um regime de verdades sobre professores em postagens de 2019 e 2020 no Twitter |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
06/12/2021 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
- Elaine de Moraes Santos
- Fabiana Pocas Biondo
- Juliana da Silveira
- Renata Adriana de Souza
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Resumo |
Fundamentado na arqueogenealogia (ARAÚJO, 2008), o objetivo deste trabalho é
desestabilizar as relações de poder-saber (FOUCAULT, 2019) que atravessam a
construção de sentidos nos discursos ordinários (SILVEIRA, 2015) sobre
professores brasileiros do Twitter, nos anos de 2019 e 2020. O recorte é selecionado
levando em consideração o modo como os discursos da rede social alcançam um
lugar de visibilidade que não existia anteriormente à popularização dos espaços
enunciativos informatizados (GALLO, 2019). O movimento também é baseado na
descontinuidade de acontecimentos históricos (FOUCAULT, 2014a), olhar que
favorece a compreensão de como os efeitos de sentido circulam e se (re)atualizam
no tempo. As condições de possibilidade (FOUCAULT, 2020) dos enunciados
descritos e interpretados surgem do corte de verbas da educação superior federal,
em 2019 – evento marcado pela depreciação dos conhecimentos e das práticas
produzidas pelas/nas universidades públicas. Instituições que foram definidas pelo
ministro da educação no período, Abraham Weintraub, como locais de “balbúrdia”.
Do estabelecimento de trajetos temáticos (GUILHAUMOU; MALDIDIER, 2014),
foram mobilizados, como recortes metodológico-analíticos, os três diferentes e
interligados eixos, a saber: “professores doutrinadores”, “ser professor é declaração
de não conseguir fazer outra coisa” e “professores não trabalham na pandemia”.
Enquanto resultado, os discursos analisados são atravessados pela formação de um
regime de verdades (FOUCAULT, 2014a), em que são aplicadas, por meio da
governamentalidade (FOUCAULT, 2019), estratégias de poder e saber pautadas na
disciplinarização (FOUCAULT, 2014b), responsável por fabricar modos de ser
professor hoje.
Palavras-chave: Arqueogenealogia. Discursos ordinários. Balbúrdia. Sujeitoprofessor. |
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LEITURAS CRÍTICAS BIOGRÁFICAS FRONTEIRIÇAS: Heloisa Buarque de Hollanda, uma intelectual da exterioridade. |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
03/12/2021 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Edgar Cezar Nolasco dos Santos
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Damaris Pereira Santana Lima
- Edgar Cezar Nolasco dos Santos
- Marcos Antônio Bessa Oliveira
- Marta Francisco de Oliveira
- Vania Maria Lescano Guerra
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Resumo |
Esta pesquisa se assenta em uma leitura biográfico-fronteiriça partindo da obra
Escolhas (2009), da intelectual e professora Heloisa Buarque de Hollanda. Para tanto,
me valerei do viés possibilitado pela crítica biográfica de Eneida Maria de Souza
(2002), da crítica biográfica fronteiriça de Edgar Cézar Nolasco (2013) e da
epistemologia descolonial presente nos escritos de Walter Mignolo (2003). Nesse
sentido, utilizarei uma metodologia eminentemente bibliográfica assentada na crítica
biográfica fronteiriça engendrada por conceitos como desprendimento, desobediência
espitêmica, razão subalterna, memórias subalternas latinas, dentre outros. Portanto,
na esteira do recorte teórico supracitado, pretendo delinear um ensaio biográfico da
intelectual a partir de seu projeto intelectual com os corpos marginais. A dissertação
será dividida em três momentos, o I capítulo intitulado: “DO OUTRO LADO DO
PENSAMENTO COLONIAL: Escolhas da desobediência epistêmcia em Heloisa
Buarque de Hollanda”, o qual se baseia em uma teorização dos principais conceitos
que elegem a epistemologia fronteiriça. No II capítulo, “MEMÓRIA DESCOLONIAL:
por uma conceituação fronteiriça”, tratarei da questão da memória e do arquivo da
exterioridade em Heloisa Buarque de hollanda. Por fim, no III capitulo intitulado “UMA
AULA DE ESCOLHAS: a desobediencia epistêmica em Heloisa Buarque de Hollanda
e Ana Callado” se trata de uma leitura comparatista de ordem crítica biográfica
fronteiriça, acerca da obra Uma aula de Matar (2010) a qual ficcionaliza a vida de
Heloisa Buarque de Hollanda.
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Da trilha ao caminho: um estudo do rural e do urbano no léxico de falantes da região Sudeste do Brasil |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
29/11/2021 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Aparecida Negri Isquerdo
- Beatriz Aparecida Alencar
- Elizabete Aparecida Marques
- Marilze Tavares
- Renato Rodrigues Pereira
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Resumo |
O acervo vocabular de um grupo social retrata aspectos da identidade, da visão de mundo, das crenças, dos valores e das tradições desse grupo. O léxico constitui assim, como a via que permite ao falante perceber e representar o meio no qual está inserido possibilitando-o nomear todos os seres e referentes dos ambientes físico e sociocultural a que pertence. Este trabalho tem como objetivo mais amplo discutir o léxico regional, analisando a questão da relação rural/urbano no vocabulário de falantes de localidades de pequeno porte do interior da região Sudeste do Brasil, com enfoque na perspectiva da identificação e análise de traços de conservadorismos léxicos. Assim, esta pesquisa busca, com base em dados geolinguísticos, verificar em que medida fatores espaciais, históricos e socioculturais podem influenciar a escolha lexical dos falantes. Para tanto, fundamenta-se em pressupostos teórico-metodológicos da Lexicologia, da Dialetologia, da Sociolinguística, da Etnolinguística assim como em conhecimentos teóricos da Antropologia e Sociologia Rural, tendo em vista a abordagem da pesquisa voltada para a questão dos conceitos de rural e urbano materializados no léxico do grupo investigado. O corpus do estudo foi constituído por um total de 1.019 unidades lexicais documentadas como respostas para sete perguntas do Questionário Semântico-Lexical (QSL), do Projeto Atlas Linguístico do Brasil – ALiB, vinculadas às áreas semânticas das atividades agropastoris e da fauna, a saber: QSL/44 – “a ponta roxa no cacho da banana”; QSL/54 – “a armação de madeira, que se coloca no pescoço de animais (porco, terneiro / bezerro, carneiro, vaca), para não atravessarem a cerca”; QSL/61 – “o homem que é contratado para trabalhar na roça de outro, que recebe por dia de trabalho”; QSL/62 – “O que é que se abre com o facão, a foice para passar por um mato fechado? ” ; QSL/63 – “...o caminho no pasto onde não cresce mais grama, de tanto o animal ou o homem passarem por ali”; QSL/65 – “o passarinho bem pequeno, que bate muito rápido as asas, tem o bico comprido e fica parado no ar” e QSL/66 – “a ave que faz a casa com terra, nos postes, nas árvores e até nos cantos da casa” (COMITÊ NACIONAL, 2001, p. 25-27). As respostas foram fornecidas por 156 falantes naturais de 39 localidades do interior dos estados de Minas Gerais, do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, integrantes da rede de pontos do Projeto ALiB na região Sudeste do Brasil. De acordo com o perfil estabelecido pelo ALiB, em cada localidade entrevistaram-se quatro informantes nascidos e criados na localidade e com pais da mesma região linguística, de ambos os sexos, de duas faixas etárias (18 a 30 anos e 50 a 65 anos) e com escolaridade até o Ensino Fundamental. Os dados foram examinados pelas perspectivas diatópica, demonstrando a distribuição areal das unidades lexicais documentadas e léxico-semântica. As análises demonstraram por exemplo, a presença do item lexical caminho de uso genérico para denominar “picada” e “trilho/trilha” assim como o registro do item picada, o que permitiu identificar traços de ruralidade e ao mesmo tempo de urbanização na fala dos grupos investigados, fato que confirma a existência de um continuum de rural e urbano na norma lexical desse grupo. Apontou ainda dados que revelam resquícios de formas léxicas conservadoras indicando possivelmente influências decorrentes de aspectos históricos, geográficos e socioculturais, na fala dos grupos em análise, como é o caso dos itens léxicos trieiro, carreiro e rastro, os dois primeiros particulares ao Estado de Minas Gerais e o último, apenas no Rio de Janeiro, como designativo para “trilho/trilha”. Por fim, este estudo ratificou a interface entre léxico, cultura e sociedade.
Palavras-chave: Léxico-regional; Continuum rural/urbano; Conservadorismo lexical; Atlas Linguístico do Brasil; região Sudeste. |
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A SEMIÓTICA GREIMASIANA NAS CANÇÕES INFANTIS DO ÁLBUM CRIANCEIRAS |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
30/07/2021 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Sueli Maria Ramos da Silva
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Eluiza Bortolotto Ghizzi
- Geraldo Vicente Martins
- Matheus Nogueira Schwartzmann
- Rita de Cassia Aparecida Pacheco Limberti
- Sueli Maria Ramos da Silva
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Resumo |
Esta dissertação está fundamentada na teoria semiótica de linha francesa. Nosso
objetivo geral é realizar a análise semiótica das canções do Álbum Crianceiras do compositor
Márcio de Camillo, ao musicalizar poesias de Manoel de Barros. Cabe ressaltar que nossa
investigação incide sobre a percepção sensível do enunciatário infantil. A metodologia de
análise consiste na utilização do percurso gerativo do sentido como forma de leitura para
depreender o sentido sensível das canções, assim como aspectos sonoros e timbrísticos.
Selecionamos, essencialmente, o seguinte aparato bibliográfico: (BARROS, 2005), (FIORIN,
2001, 2005), (BERTRAND, 2003), (GREIMAS, 1966), (TATIT, 2019), dentre outras
publicações mais recentes, sobretudo dos últimos cinco anos, que tratam da semiótica
cancional. Nosso recorte analítico seleciona as canções do Álbum Crianceiras para a análise em
suas três camadas: fundamental, narrativa e discursiva. Tomando as unidades cancionais que
compõem a totalidade da obra, observamos as relações simétricas entre as canções que
compõem o álbum. Nossas análises procuraram identificar: a) os actantes da enunciação: eu/tu;
b) o espaço da enunciação; c) a contraposição entre valores positivos e negativos; d) os tempos
verbais da enunciação; e) euforia e disforia, resultado estético da obra no contexto região
pantanal. Análise das canções realizou-se de modo a nos permitir referenciar às imagens
temáticas e figurativas, segundo as quais elas sinalizam a imagem sonora descrita no modelo
taitiano para a visualização da linha melódica, de como se dá a relação da letra com a canção
(TATIT, 2003). Assim sendo, guardamos a perspectiva de contribuir na ampliação dos estudos
acerca da semiótica greimasiana aplicada ao objeto de análise da canção infantil, notadamente
no que concerne às composições de Márcio de Camillo. |
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Drummond, leitor de si mesmo: princípios de organização em sua Antologia Poética |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
09/07/2021 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Fernanda Martines de Araujo
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Banca |
- Geraldo Vicente Martins
- José Antonio De Souza
- Maria Luceli Faria Batistote
- Nataniel dos Santos Gomes
- Wellington Furtado Ramos
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Resumo |
A pesquisa de que resultou a presente dissertação fundamentou-se na teoria
semiótica discursiva também conhecida como greimasiana ou francesa,
compreendida como a mais adequada para a análise do nosso objeto – o texto
poético drummondiano – devido a seu caráter de teoria voltada para uma
abordagem do conteúdo e da expressão dos textos. Partindo da premissa de uma
lacuna existente com relação aos estudos e análises da obra Antologia poética, de
Carlos Drummond de Andrade, considerada como representativa não somente por
dispor de uma variedade de poemas, mas também por ter sido organizada pelo
próprio autor, a partir de escolhas pessoais, objetivou-se realizar uma análise de
seus eixos de organização em busca de identificar o simulacro do enunciador
drummondiano como leitor e organizador de sua Antologia. No que se refere ao
método, foram feitas as análises do percurso gerativo de sentido de dois poemas de
cada uma das seções que compõem o livro, visando a verificar, por meio das
temáticas das seções, a presença de elementos semânticos recorrentes nos textos
que as constituem, a partir dos quais se pudesse alcançar o eixo geral de
organização da obra e, concomitantemente, uma identificação do simulacro do
enunciador drummondiano. Por meio do exame do percurso gerativo de alguns dos
poemas, que compõem o corpus da pesquisa, pode-se verificar que dialogam uns
com os outros no que diz respeito à temática. No que se refere à organização,
encontraram-se três eixos relacionados: primeiro, a seleção das obras; segundo, as
quatro fases drummondianas; e, terceiro, a temática apropriada aos tópicos
presentes ao longo dessas fases. Tais eixos, em sua junção, suscitam uma
concepção geral da organização da obra, a qual visa a evidenciar, por meio das
características de um sujeito, toda a sua realização poética. Observou-se que
determinado sujeito possui como característica mais evidente o desajuste, o qual se
dá distintamente de acordo com o tema da seção, sendo, portanto, um elemento
desencadeador de paixões, como também uma marca que, além de dar vazão ao
sentir do indivíduo, acaba por dar forma tanto ao simulacro do enunciador, quanto ao
do enunciatário, tornando possível uma compreensão da intencionalidade
enunciativa ao se organizar a obra de determinada maneira, o que se pode
aproximar, com as devidas ressalvas, de uma imagem do autor.
Palavras-chave: Semiótica. Poesia. Literatura brasileira. Simulacro. Enunciador |
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A via crucis do corpo na poética performática de Angélica Freitas e Berna Reale |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
18/06/2021 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Alexandra Santos Pinheiro
- Angela Maria Guida
- Fabiana Pocas Biondo
- Patricia Graciela da Rocha
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Resumo |
A violência absoluta que emana das relações humanas nos acompanha diariamente, em
noticiários, na vida cotidiana e no âmago de nossas ações. Seres passivos ou ativos, somos
partícipes da vida em violência. Sujeitos sem saída, podemos tentar entender a violência,
representá-la de forma estética. Neste sentido, o presente trabalho almeja, por meio do diálogo
entre poemas da escritora gaúcha Angélica Freitas, em Um útero é do tamanho de um punho ,
e performances da artista visual paraense Berna Reale, demonstrar um discurso
poético-artístico-filosófico acerca da violência, especialmente contra os corpos femininos.
Pensar-se-á, assim, como a violência ganha forma por meio da literatura, das artes visuais, e
nos questionamentos de pensadores e pensadoras como Hannah Arendt, Judith Butler, Slavoj
Žižek, Michel Foucault, Heloisa Buarque de Hollanda e Jacques Derrida. Há algo de estranho
no reino da vida humana, e esse algo, é a violência. |
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A TRANSPOSIÇÃO DOS GAMES PARA O CINEMA: A REPRESENTAÇÃO DAS VIOLÊNCIAS NA ADAPTAÇÃO DE ASSASSIN’S CREED |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
07/05/2021 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Isabela Domingues Allaman
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Banca |
- Andriolli de Brites da Costa
- Angela Maria Guida
- Marcia Gomes Marques
- Marcos Paulo da Silva
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Resumo |
A presente pesquisa tem como objetos de análise duas obras: o jogo eletrônico Assassin's Creed (2007) e sua adaptação cinematográfica homônima de 2016, dirigida por Justin Kurzel, com o objetivo de analisar como a representação de violências e suas temáticas adjacentes é apresentada e explorada dentro do contexto narrativo de cada uma das mídias. Partindo da premissa de que produtos midiáticos são produtos culturais que carregam consigo lógicas de produção e linguagens específicas, produzindo discursos em suas narrativas temos como intenção a) apresentar o contexto contemporâneo de produção midiática audiovisual e digital; b) refletir sobre a violência de um ponto de vista filosófico, salientando as suas formas, significações e representações sociais; e c) analisar e interpretar a representação das violências feitas nas duas obras. Portanto, este estudo dividido em 3 capítulos, sendo o primeiro de referencial teórico aborda questões relativas à mídia, meios de comunicação e contemporaneidade, o segundo é voltado para questões filosóficas relativas às violências e o último analisa o discurso dos objetos a partir de uma interpretação de base filosófica e literária do tema de Assassin’s Creed. |
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Entre espaços discursivo-biográficos: sobre as práticas de escrita de adultos surdos |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
26/02/2021 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Adalgisa Aparecida de Oliveira
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Banca |
- Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
- Elaine de Moraes Santos
- Nara Hiroko Takaki
- Rony Marcio Cardoso Ferreira
- Samuel Ronobo Soares
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Resumo |
Este trabalho visa desestabilizar os efeitos de evidência acerca da natureza híbrida
das práticas de escrita de adultos surdos quando mobilizam a língua portuguesa e se
fazem autores em espaços discursivos do cotidiano. Para adentrar esse trajeto
temático (GUILHAUMOU; MALDIDIER, 2014), adoto a Análise do Discurso de linha
francesa em diálogo com os chamados Estudos Surdos, focalizando as noções de
cultura e identidade surda, para pensar surdez como diferença linguística, a LIBRAS
como L1 e o acesso ao português como segunda língua. Na relação transdisciplinar,
adoto a crítica biográfica como meio de tecer maior “liberdade criativa” (SOUZA,
2011), no batimento entre uma escrita de si, professora e pesquisadora, diante das
condições de escrita de 8 alunos surdos que cursam o Ensino Médio em um Centro
Estadual de Educação de Jovens e Adultos, situado em Campo Grande-MS. De posse
do arquivo discursivo produzido, o estudo recorta como corpus regularidades e
dispersões (FOUCAULT, 2010) que historicizam a relação entre as políticas públicas
em vigor para o ensino inclusivo de surdos e sua implementação no contexto
investigado. No processo, ao retratar minhas memórias, enunciando um caminho
desconhecido, ressignifico a minha própria vida e a do outro. Iniciando pelo meu eu,
enquanto profissional de AEE, perpasso por memórias que enriquecem minha
trajetória de vida, ao me apropriar das experiências que demarcam a minha
caminhada e que, aqui, relaciono com meu objeto de estudo, para dar suporte e
mostrar de onde vem o desejo por colaborar com o outro, surdo, enquanto sujeito de
subjetividades fronteiriças. Como resultados, de um lado, reuni informações, registros,
exemplos e experiências a partir de um modo outro de pensar a aprendizagem de
português por alunos surdos na EJA ou a forma como se constituem suas práticas de
escrita no espaço escolar. Em conformidade aos anseios da atualidade, reivindicar a
urgência de promover adequação da formação profissional de professores e
intérpretes, além da implementação de políticas linguísticas que desmistificam a
deturpação das práticas escritas do sujeito surdo, é assumir o compromisso de
desconstruir estigmas e proporcionar maior aquisição da LIBRAS por ouvintes.
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Análise de discursos machistas reproduzidos por mulheres no Facebook |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
25/02/2021 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Elaine de Moraes Santos
- Fabiana Pocas Biondo
- JULIANA DA SILVEIRA SANTOS
- Kátia Alexsandra dos Santos
- Rogerio Vicente Ferreira
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Resumo |
Em 2018, no Brasil, durante as eleições presidenciais, concepções machistas de uma sociedade historicamente patriarcal ganharam força nas redes sociais, manifestando o engajamento de eleitores nas campanhas. A constante repetição dos discursos machistas em diversas esferas sociais do período motivou a realização deste trabalho, que objetiva analisar a apropriação do discurso extremista – feminista e machista – por perfis/avatares apresentados como femininos nas páginas Jovens de Esquerda e Jovens de Direita no Facebook, problematizando regularidades e dispersões, estabelecendo, também, a historicidade e os impactos do efeito bumerangue por e para as mulheres. Para montagem do arquivo, foram utilizados os filtros do próprio Facebook na busca pelas palavras “mulher” e “feminismo”. O processo metodológico de descrição-interpretação das sequências discursivas selecionadas como corpus levou em conta as condições de produção, com base na perspectiva teórico-analítica da Análise de Discurso de linha francesa. No cumprimento do propósito maior, configuraram objetivos específicos: a) interrogar os efeitos de sentido possíveis no que tange à circulação de discursos machistas por perfis/avatares; b) contribuir com o arcabouço acerca do trabalho com discursividades do/no Facebook, enquanto espaço discursivo. No exercício da dominação, do apagamento e do silenciamento do feminino, os enunciados analisados sustentam o licenciamento da interdição das mulheres, quais os discursos (não) permitidos para elas, os locais que (não) podem ocupar e quais ações os seus corpos (não) devem realizar. Os resultados ainda explicitam a manutenção do equívoco conceitual quanto aos feminismos, julgando-os antônimo de machismos, seguida de desumanização, animalização, sexualização e desqualificação profissional do sujeito feminista, bem como de descaracterização de sua espiritualidade. Por uma série de discursos estabilizados a partir de estereótipos sociais, as mulheres continuam sendo caracterizadas sob o prisma do lar, do matrimônio e da imagem de fragilidade, em frequentes tentativas de interromper o exercício livre das capacidades físicas e intelectuais do sujeito feminino.
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Protótipo de dicionário monolíngue de expressões somáticas do português |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
24/02/2021 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Elizabete Aparecida Marques
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Natália Gabrieli dos Santos Fagundes Euzébio
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Banca |
- Ana Karla Pereira de Miranda
- Aparecida Negri Isquerdo
- Elizabete Aparecida Marques
- Renato Rodrigues Pereira
- Rosana Budny
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Resumo |
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Do texto verbal ao imagético: o narrador em O enfermeiro, de Machado de Assis |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
19/02/2021 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Yaisa Melina de Araujo Custódio
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Banca |
- Angélica Catiane da Silva de Freitas
- Geraldo Vicente Martins
- Marcia Gomes Marques
- Marcos Paulo da Silva
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Resumo |
Esta pesquisa tem por objetivo analisar como se deu o processo de transposição do
conto O enfermeiro em três mídias distintas: a do jornal (1884), a do livro (1896) e a
do cinema, concentrando-se na categoria do narrador. O estudo tem como base as
teorias de mediação de Martín-Barbero (2015) e de tradução intersemiótica de Plaza
(2013), ancoradas pela semiótica da cultura a partir dos conceitos de Lotman (1978,
1996). Considerando o meio pelo qual está inserido, ressalta-se a figura do narrador
como elemento principal de construção e apreensão de sentidos, que são alterados
mediante o processo de tradução pelos quais os textos são submetidos. No final desta
pesquisa, contatou-se que as modificações que Machado de Assis realizou no conto
Cousas Intimas para fazer parte da coletânea diziam respeito ao caráter do narrador,
que ora se aproximava, ora se distanciava do leitor, mediante o meio de comunicação
e o ambiente no qual estava publicado. Essas mudanças promoveram um efeito de
duplicidade no conto transposto para o livro, que quando fazia parte do jornal era
abrandado. Adaptado para o cinema, esse narrador com seu caráter ambíguo adotou
a perspectiva do conto publicado na coletânea, no qual manteve os vazios no texto
para que o leitor/ espectador tirasse suas conclusões.
Palavras-chave: Machado de Assis; Narrador; Tradução intersemiótica. |
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A LITERATURA AFRO-BRASILEIRA E O ENSINO HÍBRIDO |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
12/02/2021 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Michele Eduarda Brasil de Sa
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Leticia da Rocha de Araujo
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Banca |
- Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
- Fabiana Pocas Biondo
- Michele Eduarda Brasil de Sa
- Rony Marcio Cardoso Ferreira
- Vanessa Ribeiro Teixeira
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Resumo |
Esta pesquisa de mestrado investiga o ensino híbrido como ferramenta para o ensino
da literatura afro-brasileira. Nesta abordagem, em que o aluno aprende por meios mais
dinâmicos, basicamente o processo ensino e aprendizado ocorre ora presencial, ora
a distância. É importante ressaltar que desde a publicação da Lei 10693/03 percebese ainda poucos materiais impressos e métodos que abarquem essa temática nas
instituições de ensino públicas e particulares. Por isso, esta pesquisa descreve aspectos e modalidades do ensino híbrido a partir de Souza e Andrade (2013) e Christensen,
Horn e Staker (2015) e apresenta também ambientes virtuais e redes sociais com
Machado e Tijiboy (2005) e Braga (2013) como meio de embasar o profissional da educação que deseja ensinar com efetividade a cultura e a história do povo negro no
Brasil. Para abordar a literatura, aborda-se Candido (1995), Abreu (2006), Zilberman
(2008) e Ramos e Corso (2010). Para a literatura afro-brasileira e suas especificidades, consulta-se Evaristo (2007, 2009 e 2010), Munanga (2005), Duarte (2008, 2010
e 2014) e Lobo (2007). Muitos educadores têm dificuldade para trabalhar com os temas relacionados ao preconceito e à discriminação racial, assim, como auxílio apresenta-se algumas estratégias de ensino, tais como o modelo de rotação, o virtual enriquecido e o rodízio como possibilidades de ferramentas apropriadas. Portanto, a
questão que orienta este estudo trata de como o ensino híbrido pode auxiliar no processo de ensino da literatura afro-brasileira para alunos do ensino médio. A discriminação, os conflitos e preconceitos raciais mostram que ainda é preciso um grande
investimento na educação, e o ensino híbrido pode colaborar nestes esforços.
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A representação da violência em espaços periféricos: Coração das Trevas, de Joseph Conrad, e Selva Trágica, de Hernâni Donato |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
01/02/2021 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Rafaela Cristiane Pereira Maciel
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Banca |
- Jucelia Souza da Silva
- Paulo Bungart Neto
- Ramiro Giroldo
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
- Wellington Furtado Ramos
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Resumo |
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CORPO EPISTÊMICO FRONTEIRIÇO: LUGAR DESCOLONIAL DAS SENSIBILIDADES BIOGRÁFICAS, CORPORAIS E LOCAIS |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
21/12/2020 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Edgar Cezar Nolasco dos Santos
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Marina Maura de Oliveira Noronha
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Banca |
- Damaris Pereira Santana Lima
- Edgar Cezar Nolasco dos Santos
- Marta Francisco de Oliveira
- Vania Maria Lescano Guerra
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Resumo |
Este trabalho tem por objetivo (re)ler os corpos a partir de uma epistemologia
outra da fronteira-sul como opção descolonial. Portanto, o corpo epistêmico
fronteiriço aqui em vislumbre será tomado como contra modelo ao corpo
defendido pela lógica ocidental/moderna, assentada no cogito cartesiano,
segundo o qual se não pensarmos eurocentricamente meu/nossos corpos não
existirão. Assim, no intento de descolonizar os corpos da diferença colonial, o
meu/nossos corpos epistêmicos fronteiriços estão pautados em discussões
atravessadas pela crítica biográfica fronteiriça (NOLASCO, 2013) com um
fazer/saber outro da fronteira-sul de um lócus geoistórico que desafia os projetos
imperiais/territoriais edificados pelo contexto da interioridade moderna. Por
conseguinte, a intenção é dar visibilidade aos corpos da exterioridade fixados na
ideia de arquivo (DERRIDA) na distinção entre razão e emoção, segundo projeto
moderno. Considerando essas questões, penso e insisto na ideia primeira para
instaurar meu próprio bios/lócus num corpo de pesquisadora, mulher, de cor e
subalterna por excelência, visando abrir o arquivo outro na/da fronteira de Mato
Grosso do Sul – Brasil. Entende-se que o corpo também é “conceito” a ser
discutido por uma teorização fronteiriça, como o corpo da exterioridade, a
corpopolítica (Mignolo), o corpo da diferença colonial e por outros conceitoscorpos na esteira da crítica biográfica fronteiriça. Valendo-me de uma metodologia
de caráter bibliográfico e respaldada por teóricos/críticos que nos ajudam a
pensar a paisagem biogeográfica (BESSA-OLIVEIRA) busquei deter-me nos
corpos latinos da fronteira-sul. Nesse ponto, dentre os teóricos utilizados,
menciono Walter Mignolo, Frantz Fanon, Gloria Anzaldúa, Aníbal Quijano, Ramón
Grosfoguel, Boaventura de Sousa Santos, Juliano Pessanha, Eneida Maria de
Souza, Edgar Nolasco, Bessa-Oliveira, Jacques Derrida, Francisco Ortega e
outros. Sendo assim, ao longo da pesquisa, evidenciamos a prática epistêmica no
desenvolvimento de cada capítulo. No capítulo I “COR(POR)AZONAR – O
ESPAÇO INTIMO BIOGRÁFICO: uma opção descolonial epistêmica fronteiriça”,
volto-me, essencialmente, para o corpo epistêmico fronteiriço exatamente para
pensar em corpos outros que ensejo discutir, corpos de vidas locais que foram
insistentimente relegadas à diferença colonial/moderna. No capítulo II, “CORPO
(DES)ARQUIVO: memórias na/da fronteira da exterioridade”, debrucei-me sobre a
crítica do bios, tendo como maiores expoentes os conceitos de memória e arquivo
à luz de teóricos a contar de formulações de Derrida, passando pela ideia de
arquivo outro, da fronteira-sul. O corpo será tratado como lugar de memóriaarquivo das práticas epistêmicas de Mato Grosso do Sul. No capítulo III, “CORPO
ILUSTRAÇÃO: entre curvas/retas – corpos epistêmicos fronteiriços”, retomo de
forma ilustrativa as discussões teóricas a partir da crítica comparatista biográfica
pensada da latinidade fronteira-sul, lugar descolonial das sensibilidades
biográficas, corporais e locais. Enfim, por meio da discussão realizada ao longo
do texto como um todo procurei contornar o lugar conceitual pelo que vim
chamando de “corpo epistêmico fronteiriço”.
Palavras-chave: Corpo epistêmico fronteiriço; Descolonialidade; Crítica biográfica
fronteiriça. |
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Entre homo-bios-grafias e escrevivências de Silviano Santiago: exercícios de crítica biográfica fronteiriça |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
21/12/2020 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Edgar Cezar Nolasco dos Santos
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Pedro Henrique Alves de Medeiros
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Banca |
- Edgar Cezar Nolasco dos Santos
- Marcos Antônio Bessa Oliveira
- Marta Francisco de Oliveira
- Vania Maria Lescano Guerra
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Resumo |
Este trabalho dissertativo tem por objetivo realizar uma leitura crítico-biográfica
fronteiriça do projeto homo-bio-ficcional-ensaísta do escritor e intelectual mineiro
Silviano Santiago à luz, sobremaneira, do seu/nosso romance Mil rosas roubadas
publicado em 2014. Nesse intento, utilizarei-me, como condição sine qua non de uma
teorização outra, oriunda do Sul geopolítico-epistemológico-metafórico e de cunho
biográfico-comparatista, dos biografemas aquilatados na minha própria (auto)biografia
intelectual enquanto homem-menino-fronteira, pesquisador e homossexual que
existe, (sobre)vive, pensa e escre(vi)ve a partir da fronteira-sul, geoistóricoepistemológica, vertida nos trópicos da América Latina e, em especial, do Brasil. Para
tanto, as articulações angariadas se respaldarão, majoritariamente, no que
compreendo, na esteira do pesquisador sul-fronteiriço Edgar Cézar Nolasco, enquanto
crítica biográfica fronteiriça imbricada em uma metodologia de caráter bibliográfico.
Em linhas gerais, esse recorte teórico outro compreende as aproximações entre as
epistemologias do Sul, os estudos descoloniais/fronteiriços e a leituras críticobiográficas atualmente discutidas no Brasil. À vista disso, dentre os autores utilizados,
menciono Gloria Anzaldúa, Homi K. Bhabha, Conceição Evaristo, Frantz Fanon, Hugo
Achugar, Ramón Grosfoguel, Denilson Lopes, Guacira Lopes Louro, Judith Butler,
Boaventura de Sousa Santos, Walter Mignolo, Juliano Garcia Pessanha, Eneida Maria
de Souza, Roland Barthes, Jacques Derrida, Antoine Compagnon, Marcos Antônio
Bessa-Oliveira, Francisco Ortega e Geoffrey Bennington. No plano do
desenvolvimento prático desse trabalho, o capítulo I, intitulado de “OS PRETÉRIOS
IMPERFEITOS DA RAZÃO COLONIAL: entre-corpos-lugares e escrevivências
epistêmico-literárias a partir de Silviano Santiago”, debruçar-se-á sobre os conceitos
de escrevivências homo-biográficas, desobediência epistêmica, opção descolonial,
identidade em política, pensamento fronteiriço, entre-corpos-lugares, corpo-política,
semelhanças-na-diferença, exterioridade, paisagens, corazonar, intercorporeidade,
epistemicídio e não-modernos assentados no projeto homo-bio-ficcional-ensaísta de
Silviano. No capítulo Il, “MINHA VIDA, NOSSA(S) VIDA(S): as escrevivências
fantasmagóricas da morte”, entrarão em cena os conceitos de arquivo(s),
paisagens/sujeitos biogeográficos, (boa) amizade (política), morte, amores
exagerados, memória, hospitalidade, divíduo e aliado hospitaleiro no tocante às
particularidades biográfico-metafóricas evocadas pelas minhas/nossas Mil rosas
roubadas permeadas pelo roçar da minha vida com as de Silviano, Ezequiel Neves e
Cazuza. Por fim, no capítulo III, “ENTRE SILVIANOS, VIRGINIAS E FRONTEIRAS:
escrevivências roubadas, (con)fundidas e incorporadas”, atravessado ainda pelos
conceitos supracitados, valer-me-ei das injunções (trans)fronteiriças a partir de
Silviano somadas às conceituações de nome próprio, assinatura e amância
justapostas em uma leitura comparatista-biográfica entre o meu mineiro e a escritora
inglesa Virginia Woolf com sua biografia-romance Orlando (2017). |
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A REPRESENTAÇÃO DA NATUREZA EM EMMANUEL MARINHO: PERSPECTIVAS FENOMENOLÓGICAS NO ESPAÇO POÉTICO |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
12/11/2020 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Stelamaris da Silva Ferreira
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Banca |
- Altamir Botoso
- Carolina Barbosa Lima e Santos
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
- Wellington Furtado Ramos
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Resumo |
Esta pesquisa se propõe a analisar, fenomenologicamente, alguns poemas de Emmanuel
Marinho. Em Marinho, é perceptível a presença vital de elementos da natureza constituídos
enquanto âmago dos versos, a saber, as flores, o rio, o pássaro, a árvore, etc, que compõem o
espaço poético e ressoam sonhos, simbolismos e representações. Analisar-se-ão, poemas de
Margem de Papel (2018), Satilírico (2017) e, sobretudo, de Cantos de Terra (2016),
observando seus vieses fenomenológicos – mais especificamente, a fenomenologia da
imaginação bachelardiana – e como representam/pensam o mundo por meio das coisas que
engendram as imagens poéticas. O trabalho é dividido em três capítulos. No primeiro,
intitulado “UMA POÉTICA DA TERRA: a fenomenologia na apreensão do homem, do
mundo e de seus espaços”, foram articulados conceitos, teóricos e teorias para definir a noção
de fenomenologia, de fenômeno e de essência. Utilizamos, entre outras, as obras: A ideia da
fenomenologia (1990) e Ideias para uma fenomenologia pura e para uma filosofia
fenomenológica (2006), de Edmund Husserl; A caminho da linguagem (2003) e Ser e Tempo:
Parte I (2005), de Martin Heidegger; Fenomenologia da percepção (1999), de Maurice
Merleau-Ponty; Hermenêutica e poesia: o pensamento poético (2011), de Benedito Nunes; O
homem e a terra: natureza da realidade geográfica (2011), de Eric Dardel e A poética do
espaço (1978), de Gaston Bachelard, com seus conceitos sobre fenomenologia da imaginação,
fenômeno e espaço poético. O capítulo II, denominado “O HORIZONTE DA
REPRESENTAÇÃO: a literatura, a sociedade, a natureza e o humano”, constitui-se, no
primeiro subtópico, na tentativa de conceituar, sem limitar, o termo “representação” por meio
dos conceitos e esclarecimentos do capítulo “Representação social e mimesis” (1981), de Luiz
Costa Lima, do ensaio “O narrador na literatura brasileira Contemporânea” (2012), de Jaime
Ginzburg e do capítulo “O mundo”, da obra O demônio da teoria (2012), de Antoine
Compagnon. No segundo subtópico, trazemos definições para “natureza”, “natural” e
“artificial” de acordo com o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2001) e o Dicionário
Aurélio da língua portuguesa (2010). Em sequência, na última subdivisão, fizemos a
articulação de excertos e considerações de estudiosos como Bosi (1977), Candido (2011),
entre outros, que refletiram sobre o processo de cisão e tensão entre homem e natureza a partir
da ascensão científica e tecnológica. No capítulo “III – CANTOS DE TERRA: Possíveis
análises fenomenológicas” abordamos, fenomenologicamente, algumas imagens poéticas da
obra mais telúrica de Emmanuel Marinho. A fenomenologia da imaginação, bachelardiana,
neste capítulo, não consta apenas nas teorizações, mas como método de análise das imagens
poéticas.
PALAVRAS-CHAVE: Emmanuel Marinho. Fenomenologia. Natureza. Poesia.
Representação |
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ESTRATÉGIAS ENUNCIATIVAS E EFEITOS DE SENTIDO EM CAMPANHA POLÍTICA PRESIDENCIÁVEL: UMA ANÁLISE SEMIÓTICA |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
30/10/2020 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Maria Luceli Faria Batistote
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Dayne da Silva Caldeira Saibert
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Banca |
- Eluiza Bortolotto Ghizzi
- Maria Luceli Faria Batistote
- Rita de Cassia Aparecida Pacheco Limberti
- Sueli Maria Ramos da Silva
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Resumo |
Reconhecida como teoria da significação que postula o texto como seu objeto e se
dedica a explicar o que ele diz e como faz para dizer o que diz, a semiótica
discursiva organiza-se por meio do percurso gerativo de sentido, constituído de três
patamares: o fundamental, o narrativo e o discursivo, que vai do mais simples e
abstrato ao mais complexo e concreto. Nessa conjuntura, esta pesquisa propõe
analisar as estratégias enunciativas, bem como compreender os efeitos de sentidos
em propaganda política do ator Jair Bolsonaro durante o processo eleitoral de 2018.
Para tanto, elege-se como corpus cinco cartazes políticos veiculados por meio do
Facebook oficial dele, produzidos para convencer e persuadir a população em
determinado contexto histórico-social. De forma a atingir o objetivo pretendido,
busca-se, a partir dos pressupostos teórico-metodológicos da semiótica discursiva,
descrever e interpretar o plano de conteúdo, bem como as instâncias de enunciação,
o plano de expressão e as relações semissimbólicas para depreender os efeitos de
sentido construídos pelo enunciador no texto. Para analisar o plano de expressão,
considera-se os pressupostos da semiótica plástica, pensada por Floch (1985), e os
estudos desenvolvidos por Pietroforte com base no conceito semiótico de
semissimbolismo. De modo a complementar a análise, depreende-se, também, por
meio da noção de éthos, proposta por Discini, calcada em postulados semióticos, a
construção da imagem do político nos cartazes selecionados. O presente trabalho
orienta-se por metodologia de base qualitativo-interpretativista, eleita especialmente
para a análise do corpus. Desse modo, aponta-se como resultado as formas como
os efeitos de sentidos e as estratégias enunciativas na campanha política de Jair
Bolsonaro, associada a um contexto histórico-social favorável, contribuíram para a
adesão do enunciatário ao discurso veiculado.
Palavras-chave: Semiótica discursiva. Estratégias enunciativas. Efeitos de sentido.
Semissimbolismo. Campanha política. |
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Personagens femininas de Amorquia, de André Carneiro: representações |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
29/10/2020 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Carla dos Santos Meneses Campos
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Banca |
- Fábio Dobashi Furuzato
- Ramiro Giroldo
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
- Wellington Furtado Ramos
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Resumo |
O trabalho consiste na análise da representação das personagens femininas no romance
de ficção científica Amorquia (1991), de André Carneiro. O objetivo, ao analisar as
personagens de Carneiro, é discutir em que medida elas subvertem o modelo tradicional
de representação da mulher na literatura. Será que o fato dessas personagens femininas
terem sido inseridas em um texto de ficção científica (FC) implicou em representações de
identidades femininas que fogem do discurso patriarcal? A reflexão nesta empreitada se
constituirá a partir da observação de como as personagens femininas são representadas
em uma narrativa de FC. A articulação entre o lugar de fala, pressuposto conceitual da
obra homônima de Djamila Ribeiro, e estudos sobre representação a partir de Luiz Costa
Lima, em sua obra Dispersa Demanda, são explorados neste trabalho. Para fundamentar
a relação entre Amorquia, ficção científica, utopia e distopia, recorreu-se aos estudos de
Darko Suvin, mais especificamente o conceito de distanciamento cognitivo, elemento
que apresenta as estruturas aparentes por meio de panorama distinto, a extrapolação, e o
novum, algo que provoca o distanciamento justamente por não corresponder às normas
do mundo real e, decorrentemente, acerca do potencial subversivo da ficção científica.
Esses conceitos são, no trabalho, discutidos à luz de proposições de Carl Freedman e
Ramiro Giroldo. Para refletir sobre a “batalha dos sexos”, subgênero da ficção científica,
alinhada às personagens femininas buscaram-se os estudos de Justine Larbalesier (2002).
As três personagens, Túnia, Játera e Philte, estudadas neste trabalho são discutidas por
meio de elementos que se destacam em suas representações. Assim, acerca das reflexões
sobre a mulher, os estudos de Beauvoir (1949-2019) e as questões de gênero, a partir das
pesquisas de Lauretis (1987-2019). No que diz respeito à representação da segunda
personagem, Játera, mais especificamente a posição que ela ocupa, a reflexão
fundamenta-se nos aparelhos ideológicos e repressivos e na dominação masculina,
discussão dos autores, respectivamente, Althusser (1971-1985) e Bordieu (1998- 2019).
Para as considerações sobre a terceira personagem feminina, Philte, a questão do incesto
à luz de Freud (1913-1996).
Palavras-chave: Amorquia; representação feminina; ficção científica; utopia. |
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POÉTICAS DA RESISTÊNCIA NA OBRA DE ROSANA PAULINO: RECORTE SOBRE GÊNERO E RAÇA NA ARTE CONTEMPORÂNEA |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
28/10/2020 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Lisa Rayane dos Santos Araujo
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Banca |
- Eluiza Bortolotto Ghizzi
- Maria Luceli Faria Batistote
- Simone Rocha de Abreu
- Sueli Maria Ramos da Silva
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Resumo |
Esta dissertação tem como objetivo compreender processos de significação ligados à
ideia de arte como existência em obras da artista plástica brasileira Rosana Paulino
(SP, 1967), que desenvolve temáticas como a diáspora do povo africano que veio ao
Brasil como escravo, racismo, feminismo e violência de gênero e de raça. A artista faz
uso de técnicas diversas, incluindo a associação entre imagens e processos
artesanais oriundos da arte têxtil, considerada tipicamente feminina para articular
significados simbólicos. Nesta dissertação são realizadas análises de obras
pertencentes a duas séries da artista, sendo elas Bastidores (1997), da qual são
selecionadas quatro obras intituladas Sem Título, e Atlântico Vermelho (20016-2017),
da qual são selecionadas as obras A permanência das estruturas (2017) e Atlântico
vermelho (2017). Além de técnicas da arte têxtil, objetos cotidianos e ligados à história
pessoal da artista são responsáveis por fazer com que o trabalho da artista ocupe um
lugar também na ação política do país. Destacam-se os significados de cunho políticofeminista, endossados pelo fato de as obras serem produzida por uma mulher e de
ser ela uma mulher negra. O referencial teórico inclui textos da área de artes plásticas
e outros, orientados pelas temáticas da artista, além daqueles da semiótica peirciana.
Para as análises das obras, utilizamos metodologia orientada pela semiótica da
imagem de extração peirciana. Rosana Paulino subverte o significado original das
fotografias do século XIX e, por meio da experimentação ressignifica seu conteúdo
para questionar as temáticas. Ela conta uma história pessoal e coletiva, ao criticar os
estereótipos que são culturalmente empregados, buscando através de poéticas da
resistência reparar a desigualdade de raça, classe e gênero, em nossa sociedade e
na arte brasileira. |
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