Mestrado em Estudos de Linguagens

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Trabalhos

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TRABALHO Ações
O ENSINO DA LÍNGUA TERENA NA EDUCAÇÃO INFANTIL DAESCOLA POLO MUNICIPAL INDÍGENA ALEXINA ROSA FIGUEIREDO
Curso Mestrado em Estudos de Linguagens
Tipo Dissertação
Data 18/11/2022
Área LETRAS
Orientador(es)
  • Rogerio Vicente Ferreira
Coorientador(es)
  • Denise Silva
Orientando(s)
  • Adiane Quelri Valente França
Banca
  • Caroline Pereira de Oliveira
  • Patricia Graciela da Rocha
  • Paulo Baltazar
  • Rogerio Vicente Ferreira
Resumo Esta pesquisa focalizou o ensino da língua Terena na educação infantil da Escola Indígena Alexina Rosa Figueiredo que fica na Aldeia Indígena Buriti, município de Dois Irmãos do Buriti em Mato Groso do Sul MS. Tem como objetivo principal averiguar as práticas de ensino referente ao uso da língua Terena na educação para crianças de quatro e cinco anos de idade e verificar se a língua Terena é a língua de instrução usada com crianças indígenas desta faixa etária na escola pesquisada, pois existe uma preocupação mundial referente ao fortalecimento das línguas indígenas, uma vez que a maioria corre risco de extinção e, a aldeia Buriti, engrossa essa estatística, pois há poucos falantes da língua materna, o que indica a necessidade de estratégias para o fortalecimento da língua. A escolarização intercultural e diferenciada proporciona o uso da língua materna, o que torna a escola em uma importante ferramenta para a sua manutenção. A metodologia qualitativa empregada na pesquisa constou de levantamento bibliográfico sobre aslegislações que garantem o ensino da língua indígena na escola, e autores como Nincao(2003 - 2008), Cavalcante e Maher (2006), Farias (2015), Toneto (2008), Oliveira (2003),
Hamel (2003), Knapp (2012), Brighenti e Chamorro (2012), Rajagopalan (2013),
Altenhofen (2013), Maher (2013) e Lagares (2013) entre outros. Quanto a metodologia quantitativa, foram realizadas entrevistas com dezenove pessoas, sendo 09 professores,
que já atuaram na educação infantil e na gestão escolar e dez pais da comunidade, para compreender como ocorre o ensino da língua, na escolarização infantil, na aldeia em questão. Os resultados deste estudo evidenciam um panorama da situação da língua indígena na comunidade e reforça a necessidade de políticas linguísticas para a escola indígena.
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Trabalho, Brutalidade e desumanização na representação do protagonista Edgar Wilson em De gados e homens de Ana Paula Maia
Curso Mestrado em Estudos de Linguagens
Tipo Dissertação
Data 22/09/2022
Área LETRAS
Orientador(es)
  • Andre Rezende Benatti
Coorientador(es)
    Orientando(s)
    • Michele Felizardo Lopes de Oliveira
    Banca
    • Andre Rezende Benatti
    • Carolina Barbosa Lima e Santos
    • Ramiro Giroldo
    • Rosana Cristina Zanelatto Santos
    • Wellington Furtado Ramos
    Resumo O presente trabalho faz uma leitura crítica da obra De Gados e Homens (2013),
    de autoria da escritora e roteirista Ana Paula Maia. A pesquisa estabeleceu
    uma discussão acerca das condições precárias de trabalho sofrido pelo
    protagonista Edgar Wilson com o processo de desumanização. Selecionou-se
    as seguintes temáticas: trabalho, violência e desumanização com o intuito de
    analisar tais elementos na produção literária de Ana Paula Maia. Identificou-se
    na leitura da obra as contradições entre elementos formais, sociais, culturais e
    econômicos presentes no texto de Maia, como pressupostos na análise e
    compreensão da ficção. A narrativa evidencia as relações de trabalho em um
    contexto marcado por violência, condições precárias de trabalho, desigualdade
    social, brutalidade e alienação. As condições de trabalho implicam na
    constituição das dimensões psicológica, emocional, social e econômica do
    protagonista, sendo consideradas mecanismos de reprodução alienante e
    desumanização das relações sociais. Utilizou-se para o desenvolvimento da
    pesquisa os fundamentos teóricos das seguintes obras: A Condição Humana,
    de Hannah Arendt (2009); Literatura, violência e melancolia, de Jaime Ginzburg
    (2012) e Realismo e realidade na literatura, de Tânia Pellegrini (2009). Concluise que a obra aponta elementos relacionados a literatura contemporânea da
    realidade social do trabalhador que envolto das condições precárias de
    trabalho, violência e alienação, torna-se desumanizado e reproduz uma
    dinâmica de violência como estratégia internalizada pelo meio que o molda,
    fragilizando sua existência e condição humana.
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      MAPEAMENTO E DESCRIÇÃO DAS LÍNGUAS INDÍGENAS EM MATO GROSSO DO SUL
      Curso Mestrado em Estudos de Linguagens
      Tipo Dissertação
      Data 12/09/2022
      Área LETRAS
      Orientador(es)
      • Rogerio Vicente Ferreira
      Coorientador(es)
      • Onilda Sanches Nincao
      Orientando(s)
      • Shirley Alzeman Rocha Benites
      Banca
      • Bruno Oliveira Maroneze
      • Caroline Pereira de Oliveira
      • Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
      • Denise Silva
      • Rogerio Vicente Ferreira
      Resumo Esta pesquisa focalizou o estado das línguas indígenas do Mato Grosso do Sul, considerando
      sua localização, identificação e vitalidade. O estado do Mato Grosso do Sul possui a segunda
      maior população indígena do Brasil com nove povos e diferentes línguas pertencentes a troncos
      e famílias linguísticas diversas: Atikum, Guarani, Guató, Terena, Ofaié, Kamba, Kaiowá,
      Kadiwéu, Kinikinau, em diferentes situações de uso. Dessa forma, é importante conhecer a
      distribuição geográfica e o estado dessas línguas, considerando a importância da diversidade
      linguística no estado do Mato Grosso do Sul. A metodologia, de cunho qualitativo, constou de
      levantamento documental e bibliográfico a respeito da diversidade linguística local e
      documentos legais sobre as políticas linguísticas existentes no decorrer dos períodos da
      colonização e da república, com especificidade para o período pós-constituição de 1988. A
      revisão bibliográfica constou de autores relacionados aos conceitos de política linguística e suas
      vertentes conforme Calvet (2007), Maher (2013), Lagares (2018), Rajagopalan (2013), Oliveira
      (2016), Hamel (2016), em linguística Ferreira (2015), Rodrigues (1986), Ferreira (2016). Em
      antropologia Cunha (2012, 2016), Ribeiro (2017, 2021), Aguilhera Urquiza (2016), Chamorro
      e Martins (2015), Ribeiro (1983) entre outros. No campo da educação Silva e Ferreira (2001),
      Rocha e Hamel (2020), Brandão (2017), Knapp (2016), Tavares (2016) e sobre educação
      escolar indígena no que se refere à educação intercultural bilíngue que privilegia o ensino e
      valorização das línguas indígenas no Brasil. Os resultados, advindos das leituras realizadas,
      mostraram o estado geral das línguas indígenas do Mato Grosso do Sul e a situação de uso e
      vitalidade das mesmas, apontando para línguas já em situação de perda e outras com número
      alto de falantes, porém com desconhecimento de estatísticas de transmissão geracional, o que
      pode garantir ou não sua continuidade. Espera-se com este trabalho contribuir para o
      conhecimento do estado geral das línguas do Mato Grosso do Sul e, assim, identificar as
      iniciativas sobre políticas e planejamento linguístico de status e corpus para fortalecimento
      das línguas indígenas do Mato Grosso do Sul.
      Palavras-chave: línguas indígenas, política linguística, educação.
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      OS REGIMES DO GOSTO NAS PRÁTICAS DA FEIRA LIVRE: UM ESPETÁCULO DE VER, SENTIR E CONSUMIR
      Curso Mestrado em Estudos de Linguagens
      Tipo Dissertação
      Data 10/09/2022
      Área LETRAS
      Orientador(es)
      • Sueli Maria Ramos da Silva
      Coorientador(es)
        Orientando(s)
        • Elaine Cristina de Queiroz Silva Vasques
        Banca
        • Alexandre Marcelo Bueno
        • Eluiza Bortolotto Ghizzi
        • Geraldo Vicente Martins
        • Sueli Maria Ramos da Silva
        Resumo O objetivo geral desta pesquisa é observar a produção dos sentidos nas feiras livres e como se
        formam desde a sua genealogia, referenciando uma semiótica das experiências, tendo como
        base teórica a semiótica discursiva e seus recentes desdobramentos, tais como o
        semissimbolismo e a sociossemiótica. Nossa metodologia se circunscreve na pesquisa
        bibliográfica e descritiva pontuando os enunciados narrativos inscritos nos registros históricos
        e nas práticas da contemporaneidade. Como objetivos específicos delimitamos organizar como
        se constrói os regimes de sentido e interação nas práticas das feiras livres ao longo do tempo e
        as alterações nos sentidos provocadas pela pandemia de COVID-19. Por ser um objeto do social
        fazemos uso de diferentes corpora para as análises em um caráter exploratório que elencamos
        em três categorias: 1) levantamento bibliográfico com base nos registros históricos que
        denotam os sentidos das feiras como prática social e cultural por meio dos processos
        axiológicos; dos fatores linguísticos e extralinguísticos, como expressões e provérbios
        instituídos nas feiras da Idade Média; e das alterações nas práticas causadas pelas epidemias
        que mudaram o contexto do comércio nesse período; 2) estudo in loco na Feira Livre do
        Guanandi, na capital Campo-grandense, para análise sociossemiótica das práticas do social
        utilizando imagens do dia de feira capturadas por meio de gravações feitas com uso de um
        celular; 3) texto audiovisual, utilizando reportagem jornalística televisiva produzida no
        ambiente de feira, o qual dissecamos em dois recortes para demonstrar as alterações dos
        sentidos nas práticas da feira em tempos de pandemia da COVID-19, observando o percurso
        gerativo de sentido no plano de conteúdo da matéria jornalística e as relações semissimbólicas
        em uma imagem congelada (freeze frame) ou enquadramento. O referencial teórico centralizase nas ideias de estudiosos, tais como: Greimas (1973), Landowski (2004), Floch (1985),
        Pietroforte (2019), Barros (2001), Fiorin (2018), Oliveira (2014) e Bueno (2014), dentre outras
        contribuições bibliográficas visando aprofundamento das investigações, entre esses:
        Bourquelot (1865), Huvelin (1897), Goffman (1986), Le Goff (1990), Bateson (2000), Sato
        (2012), Bernardo (2014) entre outros. Este trabalho desenvolvido nos postulados dos estudos
        de linguagens, além de oportunizar novos olhares para a elaboração de novas pesquisas em
        Semiótica, possibilitou compreender que o sincretismo semiótico da feira livre salta da
        figuratividade, dos gostos e das relações de um consumo de afetivo pautado em processos
        axiológicos.

        Palavras-chave: Feira livre; Semiótica discursiva; Semissimbolismo; Sociossemiótica.
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        A doença como metáfora em Philip Roth e Samuel Rawet
        Curso Mestrado em Estudos de Linguagens
        Tipo Dissertação
        Data 09/09/2022
        Área LETRAS
        Orientador(es)
        • Rosana Cristina Zanelatto Santos
        Coorientador(es)
          Orientando(s)
          • Mariana Alice de Souza Miranda
          Banca
          • Andre Rezende Benatti
          • Josilene Moreira Silveira
          • Márcia Maria de Medeiros
          • Rosana Cristina Zanelatto Santos
          Resumo Esta dissertação objetiva aproximar a novela Homem comum, de 2006, do escritor
          estadunidense Philip Roth (1933-2018), de quatro contos do escritor brasileiro
          Samuel Rawet (1929-1984): ―O fio‖, ―O crime perfeito‖, ―A batalha de Kurukshetra‖ e
          ―Consciência do mundo‖. Nossa hipótese é a de que nesses textos a doença, a
          melancolia e a degenerescência são representadas alegoricamente, a fim de
          expressar aquilo que a psicanálise freudiana entende como o conflito primordial do
          ser humano: a tensão entre as forças da pulsão de vida (Eros) e da pulsão de morte
          (Thanatos). A partir de uma leitura benjaminiana, essas narrativas colocam em
          questão o declínio da experiência e da tradição na modernidade, a impossibilidade
          de se transmitir experiências autênticas e de se afirmar um único significado, eterno
          e universal. A narração, nesse sentido, deixa de ter um caráter coletivo, no qual as
          experiências eram passadas de geração em geração para dar lugar à narração da
          vida de um sujeito solitário que luta pelo sucesso em uma sociedade marcada pela
          concorrência. Dessa forma, as obras de Roth e de Rawet representam o
          desencantamento do mundo na modernidade, e é essa desvalorização do mundo
          aparente e a morte do sujeito clássico que fazem ressurgir a forma alegórica como
          Walter Benjamin a definiu, a saber, que a alegoria manifesta a fragmentação do real.
          Ainda que o texto esteja impregnado de melancolia devido à perda de um sentido
          último, sua produtividade nasce do reconhecimento dos fragmentos desta perda,
          pois, como a alegoria nos revela, o sentido não nasce somente da vida, mas
          também da morte. Nossa análise é baseada, sobretudo, nos estudos de Walter
          Benjamin, Freud, Betty Fuks, Jaime Ginzburg e Susan Sontag.
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            POLÍTICAS LINGUÍSTICAS DE ACOLHIMENTO PARA MIGRANTES/REFUGIADOS VENEZUELANOS EM CAMPO GRANDE/MS
            Curso Mestrado em Estudos de Linguagens
            Tipo Dissertação
            Data 09/09/2022
            Área LETRAS
            Orientador(es)
            • Andre Rezende Benatti
            Coorientador(es)
              Orientando(s)
              • Silvana Ferreira Monteiro
              Banca
              • Andre Rezende Benatti
              • Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
              • Mircia Hermenegildo Salomão Conchalo
              • Paulo Gerson Rodrigues Stefanello
              • Rosana Cristina Zanelatto Santos
              Resumo MONTEIRO, S.F. POLÍTICAS LINGUÍSTICAS DE ACOLHIMENTO PARA
              MIGRANTES/REFUGIADOS VENEZUELANOS EM CAMPO GRANDE/MS,
              2022. Dissertação- Programa de pós-graduação em letras estudos de
              linguagens. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS,
              2022.
              Os refugiados são pessoas que estão fora de seus países de origem, forçadas
              a deixar suas casas para a preservação de suas vidas. Obrigadas a fugir, por
              temer perseguição, conflito, violência ou circunstâncias de subsistência. Esses
              migrantes/refugiados buscam, essencialmente, oportunidades de emprego e de
              uma vida melhor. A adoção do português como língua oficial, apesar das
              semelhanças com as línguas faladas (espanhol e suas variações), dificulta as
              relações dos migrantes no país e até sua entrada no mercado de trabalho, e por
              isso a necessidade imperiosa de um acolhimento linguístico específico para este
              fim. Esses indivíduos necessitam de acolhimento individualizado. A Língua de
              Acolhimento (PLAc) ultrapassa as dimensões da estudos de Língua Estrangeira
              (LE) ou da segunda língua (L2), incluindo necessariamente a abordagem para o
              crescimento profissional, dos direitos sociais e de se integrar temporária ou
              permanente ao país de acolhimento. A proposta de curso de português para
              refugiados da igreja Batista em Campo Grande- MS é baseada na inclusão,
              integração e acolhimento. A metodologia utilizada no ensino do português para
              migrantes/refugiados diferencia-se do ensino de português como língua
              estrangeira, leva em consideração o todo, a sociedade em qual o estudante está
              inserido e as dificuldades que ele enfrenta em seu dia-a-dia. Além do
              acolhimento que deve ser promovido no ensino de PLAc para refugiados, um
              material didático personalizado inserindo orientações sobre a emissão de
              documentos, inserção no ambiente de trabalho e na sociedade. Leitura e
              interpretação de textos como Leis Trabalhistas, elaboração de Curriculum Vitae
              e outras temáticas demandadas pelo público-alvo são essenciais para promover
              a integração social dos refugiados. O professor é o elo central, muitas vezes, é
              a referência que o refugiado tem para lidar com as adversidades. O professor
              media conflitos entre o refugiado e a sociedade que nem sempre os recebe com
              acolhimento. O aprendizado da língua com o professor acolhedor vai inserindo
              o estudante aos poucos na sociedade, dando-lhe recursos se emancipar e achar
              o seu lugar nesta nova realidade. O professor muitas vezes acaba indo além de
              suas funções de ensino, ele é um amigo, e isso é o acolhimento.
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              Trabalho da memória em Conhecimento do inferno, de António Lobo Antunes
              Curso Mestrado em Estudos de Linguagens
              Tipo Dissertação
              Data 08/09/2022
              Área LETRAS
              Orientador(es)
              • Rosana Cristina Zanelatto Santos
              Coorientador(es)
                Orientando(s)
                • Gong Li Cheng
                Banca
                • Carolina Barbosa Lima e Santos
                • Paulo Bungart Neto
                • Rosana Cristina Zanelatto Santos
                • Wellington Furtado Ramos
                Resumo A proposta deste trabalho é a de ler Conhecimento do inferno (1980), de António Lobo Antunes, como um romance que insiste no inferno como alegoria de uma memória traumática. O narrador, ex-combatente do exército português na guerra
                contra a independência de Angola, realiza uma viagem de carro do Algarve até Lisboa, marcando o seu retorno das férias para exercer a profissão de psiquiatra. Durante o trajeto, ele rememora obsessivamente a sua experiência na guerra e no
                hospital psiquiátrico. O horror presenciado na guerra encontra continuidade no hospital, descrito como instituição concentracionária, prolongando assim o seu sofrimento. O inferno começa por ser um lugar concreto: em África, a guerra indesejada; no hospital, o tratamento desumano e obsoleto; mas é, sobretudo, um estado de espírito, pois, deixada a guerra, ele se alastra pelo cotidiano, como
                rememoração, perturbação mental, delírio, fantasmagoria, tormentos infligidos e sofridos, enfim como culpa. Por isso, quase sempre a organização diegética do romance altera-se e abre-se para histórias paralelas, e o leitor encontra dificuldade em situar-se temporalmente. Com efeito, o romance propõe rememorar o passado
                pessoal e nacional para realizar um trabalho da memória. A análise é fundamentada pelos estudos da memória e da literatura de testemunho, a partir de autores como Freud, Benjamin, Ricoeur, Márcio Seligmann-Silva, Jeanne Marie Gagnebin, entre outros.

                Palavras-chave: Lobo Antunes; Conhecimento do inferno; literatura portuguesa contemporânea; literatura e trauma.
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                  Políticas Linguísticas para Línguas Indígenas: Normas, Leis e Práticas em Mato Grosso do Sul
                  Curso Mestrado em Estudos de Linguagens
                  Tipo Dissertação
                  Data 02/09/2022
                  Área LETRAS
                  Orientador(es)
                  • Rogerio Vicente Ferreira
                  Coorientador(es)
                    Orientando(s)
                    • Grayson Wellington Mannocci Toliver
                    Banca
                    • Aparecida Negri Isquerdo
                    • Caroline Pereira de Oliveira
                    • Onilda Sanches Nincao
                    • Rogerio Vicente Ferreira
                    Resumo O direito ao uso das suas línguas é parte integrante da garantia à autonomia dos povos indígenas do Brasil e ao pleno exercício da sua cidadania. Para que se mantenha o poder de escolha em questões relativas às suas línguas, é necessário que haja ação por parte das instituições, poder público e sociedade civil, particularmente no fornecimento de serviços de tradução e interpretação. Ao objetivar traçar uma trajetória de políticas linguísticas no Brasil e em Mato Grosso do Sul, realizou-se um levantamento das normas jurídicas a nível federal e estadual desde a promulgação da Constituição Federal de 1988 até junho de 2022. Assim, visou-se avaliar as previsões e as lacunas na legislação vigente. Para isso, utilizou-se o sistema de busca do ordenamento jurídico do governo federal do Brasil para encontrar as legislações federais relevantes e o sistema de busca do ordenamento jurídico estadual de Mato Grosso do Sul por meio do site da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. A seleção de Mato Grosso do Sul para análise se deve ao fato desse possuir a segunda maior população indígena do Brasil e por esse contar com pelo menos dois municípios que tem línguas indígenas cooficiais, Tacuru (MS) com a língua guarani e Miranda (MS) com a língua terena. Realizou-se então um levantamento a nível municipal. Este trabalho também traçou o rumo das políticas linguísticas realizadas por meio de ações e projetos elaborados por indivíduos, instituições e comunidades. Por incluir matérias jornalísticas, relatórios, censos, documentários e palestras disponíveis online, ao lado de artigos, livros e documentos de legislações, considera-se esta uma pesquisa documental. Foram consultados Calvet (2007), Spolsky (2012), Jernudd e Nekvapil (2012) entre outros como referencial teórico. De modo geral, verificou-se a implementação de uma política linguística que valoriza as especificidades dos povos indígenas e que objetiva a manutenção da sua diversidade linguística. No entanto, entre os temas abordados na legislação sobressaíram questões relativas à educação tanto no nível federal (mais de 92% das leis) quanto no nível estadual (80%), sendo que o segundo tema mais tratado, “Preservação e promoção”, apareceu em menos de 31% das leis federais, e menos de 27% das estaduais. Portanto, ainda carecem políticas públicas em outras áreas, pois, se o intuito for revitalizar e fortalecer essas línguas, é preciso assegurar espaço para o seu uso diário nos âmbitos da vida pública, inclusive no comércio, mídias, tecnologia e saúde, além da educação.
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                    Entre fronteiras e memórias subalternas: reflexões acerca dos escritos teórico-ficcionais de Edgar Nolasco, um intelectual fronteiriço
                    Curso Mestrado em Estudos de Linguagens
                    Tipo Dissertação
                    Data 28/07/2022
                    Área LETRAS
                    Orientador(es)
                    • Marta Francisco de Oliveira
                    Coorientador(es)
                      Orientando(s)
                      • Ana Paula Marques Machado
                      Banca
                      • Eliene Dias de Oliveira
                      • Lucilene Machado Garcia Arf
                      • Marta Francisco de Oliveira
                      • Vania Maria Lescano Guerra
                      Resumo O intelectual fronteiriço, de certa maneira, necessita pensar e agir de forma desobediente, a fim de
                      que possa fazer ouvir nos centros hegemônicos as vozes que se erigem dos espaços de fronteira,
                      como é o caso de Mato Grosso do Sul. Praticar a desobediência epistêmica e teórica é, assim, uma
                      condição inerente aos saberes fronteiriços. É a partir desse bios e lócus epistêmico que esta proposta
                      de trabalho se constrói. Para isso, pretende-se criar possibilidades de diálogo com obras ficcionais,
                      prioritariamente, e teóricas de Edgar Cézar Nolasco, que teoriza seu discurso a partir de seu lócus
                      fronteiriço, a fronteira-Sul Brasil/Paraguai/Bolívia, erigindo uma crítica pós- colonial a partir dessa
                      fronteira sanguinolenta onde canta o urutau, ave símbolo de regiões do cerrado brasileiro. Seus
                      escritos poéticos são permeados por suas memórias subalternas e se encontram presentes na sua
                      poética ficcional Pântano, Oráculo da fronteira, A ignorância da Revolta, O jardim das fronteiras,
                      Paisagens biográficas, El lado oscuro del corazón de la frontera, Gramática despoética da
                      fronteira, Ensaio da desobediência dos pássaros e O teorizador vira-lata. Bios e lócus de sujeitos
                      fronteiriços estão atrelados, criando, dessa maneira, as memórias subalternas de fronteira. Portanto,
                      proponho delinear tal reflexão a partir dos escritos teórico-ficcionais do intelectual Edgar Cézar
                      Nolasco, que é um sujeito híbrido, fronteiriço, mestiço e múltiplo, pois há vários Nolascos
                      permeando minha escrita e interpretação, em diálogo com autores como Glória Anzaldúa, Ramón
                      Grosfoguel, Bessa-Oliveira, Boaventura de Sousa Santos, Walter Mignolo, Aníbal Quijano, Franz
                      Fanon, Juliano Garcia Pessanha, Eneida Maria de Souza e Zulma Palermo. É nessa direção que este
                      trabalho pretende seguir, a partir do estudo da poética ficcional de Nolasco, um intelectual
                      fronteiriço desobediente de nascença.
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                      Expressões idiomáticas do russo e do português brasileiro: um estudo comparativo de somatismos
                      Curso Mestrado em Estudos de Linguagens
                      Tipo Dissertação
                      Data 27/05/2022
                      Área LETRAS
                      Orientador(es)
                      • Elizabete Aparecida Marques
                      Coorientador(es)
                        Orientando(s)
                        • Elizaveta Koskevich
                        Banca
                        • Aparecida Negri Isquerdo
                        • Ekaterina Volkova Américo
                        • Elizabete Aparecida Marques
                        • Olga Alexandrovna Saprykina
                        • Renato Rodrigues Pereira
                        Resumo A fraseologia tem sido objeto de atenção especial de linguistas, tradutores, especialistas, lexicógrafos e terminólogos de diferentes países desde o início dos estudos da linguagem até os dias atuais e vem desenvolvendo-se de forma progressiva em diversos países, haja vista sua intima relação com o viés cultural da língua. O ensino de línguas e o desenvolvimento dos estudos da tradução levaram ao estudo comparativo e à consolidação das descrições das línguas naturais. Uma análise comparativa do vocabulário de diferentes línguas levou os linguistas a conclusões relevantes e abriu novas perspectivas para o estudo de meios tão expressivos de criação de imagens, como as unidades fraseológicas idiomáticas, usadas por falantes de diferentes comunidades linguísticas. Esses itens lexicais são parte do imaginário coletivo e variam de um idioma para outro, oferecendo informações valiosas que contribuem para a compreensão das conotações culturais sobre determinados temas. Cada unidade fraseológica, se contiver a conotação cultural, contribui para a imagem global do mosaico da cultura nacional. A linguista espanhola Martínez López (1996, p. 198 apud MARQUES, 2006, p. 64) afirma que somatismos são “expressões fixas que empregam lexemas que fazem referência a alguma parte do corpo, seja física ou psíquica”.1 Nesse sentido, o propósito deste trabalho é apresentar e discutir as características estruturais e semânticas de expressões idiomáticas somáticas do russo e do português brasileiro, pois essas unidades fraseológicas representam um dos tipos centrais das unidades fraseológicas. Este estudo visou ainda discutir e compreender as possíveis diferenças e semelhanças semânticas e culturais de expressões idiomáticas somáticas, ou seja, formadas por partes do corpo humano, neste caso em específico: cabeça, olho, língua e pé/perna. Via de regra, o significado dessas expressões é construído a partir de metáforas e, na maioria das vezes, para compreendê-lo, é necessário entender a cultura e o estilo de vida dos povos de cada país, uma vez que o vocabulário fraseológico reflete a visão de mundo de uma determinada sociedade. Nessa perspectiva, as unidades fraseológicas em português e russo são de grande interesse, pois fornecem informações sobre a cultura e a mentalidade dos dois povos. Os dados desta pesquisa foram extraídos de um corpus lexicográfico e de textos autênticos disponíveis na Internet, do Corpus Nacional da Língua Russa2 e dos dicionários da língua russa3 e do português brasileiro4. O estudo comparativo evidenciou semelhanças e diferenças estruturais e semânticas nas expressões idiomáticas somáticas das duas línguas analisadas. É relevante buscar comparar e descrever cientificamente as expressões idiomáticas formadas por itens lexicais que nomeiam partes do corpo humano em russo e português de vertente brasileira, a fim de observar o comportamento fraseológico nas duas línguas. Será que existem correspondentes para todas as expressões russas? Será que aspectos morfológicos são semelhantes?
                        Palavras-chave: Expressões Idiomáticas Somáticas; Português Brasileiro; Russo.
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                        A LÍNGUA VERNÁCULA EM TRAINSPOTTING: UM ESTUDO COMPARATIVO MULTIMIDIÁTICO SOBRE O USO DO SCOTS EM DIFERENTES ADAPTAÇÕES DA OBRA DE IRVINE WELSH
                        Curso Mestrado em Estudos de Linguagens
                        Tipo Dissertação
                        Data 17/05/2022
                        Área LETRAS
                        Orientador(es)
                        • Michele Eduarda Brasil de Sa
                        Coorientador(es)
                          Orientando(s)
                          • Ronaldo de Carvalho Gomes
                          Banca
                          • Amaury Garcia dos Santos Neto
                          • Angela Maria Guida
                          • Michele Eduarda Brasil de Sa
                          • William Teixeira da Silva
                          Resumo Esta pesquisa analisa o uso da principal língua vernácula da Escócia, denominada Scots, na adaptação cinematográfica, na versão em audiobook e na versão escrita original da obra literária Trainspotting (2004), de Irvine Welsh. Através de um estudo comparativo multimidiático, investigou-se como se deram os processos de adaptação, em termos linguísticos, e qual o papel desempenhado pelo Scots em cada uma das adaptações. Investigou-se, também, como tais adaptações contribuem para a compreensão de línguas vernáculas em obras literárias que fazem parte das literaturas em língua inglesa. Para tanto, fez-se necessário um estudo panorâmico dos eventos históricos que mantiveram a Escócia separada da Inglaterra durante séculos, e como, mais tarde, vieram a se unir na formação do Reino Unido. Tais eventos históricos influenciaram o desenvolvimento dessa variação linguística, que Welsh emprega em suas obras. A partir deste trabalho, fez-se possível uma visão mais ampla sobre o que é o Scots, suas origens e qual o papel desempenhado nas adaptações e na obra literária analisada. Conclui-se que os resultados desta pesquisa podem contribuir para a difusão do uso de obras fora do cânon literário nos estudos de literaturas em língua inglesa e a utilização de diferentes recursos multimidiáticos para a compreensão destes, quando fizerem uso de variações linguísticas e línguas vernáculas.
                          Palavras-chave: Trainspotting; Scots; Multimídia.
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                          Lugares na obra de Paulo Nazareth: deslocamentos poéticos e ressignificação semiótica
                          Curso Mestrado em Estudos de Linguagens
                          Tipo Dissertação
                          Data 13/05/2022
                          Área LETRAS
                          Orientador(es)
                          • Eluiza Bortolotto Ghizzi
                          Coorientador(es)
                            Orientando(s)
                            • Camila Calolinda da Silva
                            Banca
                            • Eluiza Bortolotto Ghizzi
                            • Geraldo Vicente Martins
                            • Isaac Antonio Camargo
                            • Simone Rocha de Abreu
                            • Sueli Maria Ramos da Silva
                            Resumo A presente pesquisa se baseia no percurso do artista viajante contemporâneo mineiro Paulo Nazareth (1977), com enfoque em obras de 2 séries desenvolvidas no deslocamento, “Notícias de América” (2011-2012) e “Cadernos de África” (2012-). O artista realiza um itinerário autobiográfico, em que demonstra um alto senso de sua identidade mestiça, e no qual atua como um arquivo vivo de sua própria história-memória individual que se mescla à coletiva. Ao longo do texto, defino a estratégia de análise, apoiada em uma relação entre Arte, Antropologia e Semiótica, bem como no caminhar como prática ativa na produção, o que tem aporte nos relatos de experiência do artista, registrados nas entrevistas concedidas por Paulo Nazareth, nos textos críticos sobre suas obras e nas próprias obras como fontes primárias. Desenvolvo uma reflexão sobre o caminhar como prática estética, tal qual apresentado pelo arquiteto italiano Francesco Careri (1966) e, também, acerca dos escritos do etnólogo e antropólogo francês Marc Augé (1935), sobre o que ele chamou de sobremodernidade, principalmente nos conceitos de lugar antropológico e não lugar antropológico. Este último, tem inspirado pesquisas para além do campo da antropologia, incluindo esta, no campo das artes visuais contemporâneas, com o objetivo de investigar a relação entre a produção artística de Paulo Nazareth e os locais que percorre, por meio dos registros, que são também obras de arte, e com o enfoque na possibilidade de essas obras atuarem na ressignificação de certos
                            símbolos culturais, através da relação artística com esses lugares. Para a análise das obras, a abordagem metodológica adotada está ancorada na semiótica geral de Charles S. Peirce (1839-1914), bem como nas publicações da pesquisadora e professora brasileira Lucia Santaella (1944), entre outros estudiosos dessa semiótica que a propõem como possibilidades de leitura e análise de obras de arte. Por fim, nas obras analisadas, em conjunto aos conhecimentos adquiridos através da pesquisa, foi possível identificar os pontos de ligação com os conceitos teóricos, além de elementos que corroboraram com a comprovação da ressignificação desses locais em lugares próximos ao que entendemos como “em casa”. A pesquisa buscou contribuir para a ampliação dos estudos da arte enquanto linguagem e suas
                            ligações interdisciplinares.
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                            Arte-Educação Decolonial Crítica no Ensino Fundamental
                            Curso Mestrado em Estudos de Linguagens
                            Tipo Dissertação
                            Data 12/05/2022
                            Área LETRAS
                            Orientador(es)
                            • Nara Hiroko Takaki
                            Coorientador(es)
                              Orientando(s)
                              • Noelene da Costa Lima Silva
                              Banca
                              • Andréa Antonieta Cotrim Silva
                              • Marlene de Almeida Augusto de Souza
                              • Nara Hiroko Takaki
                              • Rosivaldo Gomes
                              Resumo O objetivo desta pesquisa é realizar uma análise autocrítica reflexiva por meio de um levantamento
                              bibliográfico sobre a Arte-Educação, a decolonialidade e a criticidade no Ensino Fundamental e
                              exercitar a minha capacidade crítico-interpretativa com vistas a ampliar a minha formação
                              continuada. A mudança sempre esteve presente no mundo, no entanto, seu processo acelerado,
                              como na atualidade, é algo para se questionar por meio dos letramentos críticos (SOUZA, 2011;
                              TAKAKI, 2017) e decolonialidade (QUIJANO, 2005; MIGNOLO, 2017) da Arte-Educação. A
                              escolha desse referencial teórico deve-se à hipótese de que há pensamentos colonizadores que
                              permeiam a cidadania que se exercita por meio da Arte. A Arte-Educação tem um papel essencial
                              com relação às reflexões, mediante as imagens e as materialidades semióticas multimodais. A Arte
                              busca entender as complexidades do passado com as consequências históricas e culturais do/no
                              presente, para a reconstrução de um futuro mais justo. Assim, busco compreender os letramentos
                              críticos e a decolonilidade, por meio da análise e interpretação de duas obras artísticas. A
                              metodologia de pesquisa é teórica, de natureza bibliográfica e interpretativista, pois busca entender
                              a literatura que a fundamenta e, ao mesmo tempo, contempla o exercício da minha própria
                              capacidade de construção de sentido em relação as duas obras, com base no meu lugar de fala, nas
                              minhas vivências e experiências como professora de Arte, em diálogo com as perspectivas dos
                              letramentos críticos e da decolonialidade. Os resultados desta pesquisa se presentificam na força
                              que as abordagens estudadas me possibilitaram na autocritica reflexiva por melhores condições
                              para espalhar novas perspectivas e, em sala de aula, oportunizar que os(as) alunos(as) pensem por
                              si mesmos e cheguem às conclusões individualmente, a partir de aulas de Arte fundamentadas nos
                              letramentos críticos e na decolonialidade.
                              Palavras-chave: Letramentos Críticos em Arte. Decolonialidade. Reconstrução de sentidos.
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                                Sob o signo do tempo: implicações temporais na experiência visual e na experiência imersiva na escultura
                                Curso Mestrado em Estudos de Linguagens
                                Tipo Dissertação
                                Data 03/05/2022
                                Área LETRAS
                                Orientador(es)
                                • Eluiza Bortolotto Ghizzi
                                Coorientador(es)
                                  Orientando(s)
                                  • Alex Fabiano Alonso
                                  Banca
                                  • Eluiza Bortolotto Ghizzi
                                  • Geraldo Vicente Martins
                                  • Isaac Antonio Camargo
                                  • Simone Rocha de Abreu
                                  • Sueli Maria Ramos da Silva
                                  Resumo Os fenômenos de tempo, espaço e movimento permeiam toda a existência; na arte, além de necessários para a representação, tornam-se temas para suas obras. Ao longo dos anos, a maneira como encaramos tais fenômenos foi sendo alterada ou, como compreende Charles S. Peirce, atualizada. Com isso, nas mitologias, religiões e a partir das várias áreas do conhecimento, ao longo da história e mesmo hoje, pode-se constatar uma polissemia no modo como são significadas as ideias de tempo, espaço e movimento. Analogamente, pode-se perceber o deslocamento das categorias da arte e de suas obras em propostas que dialogam das mais variadas maneiras com esses fenômenos e seus significados, ainda que considerados banais por muitos de nós em nosso dia a dia. No início do século XX, em decorrência da modernização e, na segunda metade do século, da globalização, surgem correntes artísticas como o Futurismo e a Land Art, que propõem explorar os fenômenos de movimento e espaço em obras que englobam física ou conceitualmente a ideia de tempo, o que ainda é recorrente em produções da atualidade. E é neste viés de mudanças e adaptações que a arte irá se reestruturar, como propôs Rosalind Krauss, com o “campo ampliado”. A partir desse panorama, esta pesquisa insere-se entre os estudos sobre a escultura como campo ampliado, com o objetivo de estudar a maneira pela qual estes fenômenos – de tempo, espaço e movimento – se fazem presentes/participam das obras de arte. Para tanto, propõe-se analisar três esculturas, do início do século XX, do final desse século e do início do século XXI: 1. Desenvolvimento de uma garrafa no espaço, de Humberto Boccioni (1912), 2. Running Fence, de Christo & Jeanne-Claude (1976), e 3. Abismo sobre abismo, de Thiago Rocha Pitta (2018), esta última de um artista brasileiro. A análise pauta-se pelas relações sígnicas, em especial os efeitos interpretativos, que as obras estão aptas a produzirem e a participação dos fenômenos em estudo no seu processo gerativo. Apoiando-se tanto na história quanto na semiótica, esta pesquisa recorreu a diferentes perspectivas históricas sobre as conceituações de tempo e suas relações com o espaço e o movimento; na história da arte, tem por base textos de Michael Archer, Giulio Argan e Ernest Gombrich, entre outros. Os estudos semióticos consideram aspectos da iconografia de Erwin Panofsky e a semiótica geral de Charles S. Peirce, bem como textos de estudiosos da sua semiótica aplicada às imagens. Realizou-se, então, uma pesquisa envolvendo revisão de bibliografia e análise semiótica, a fim de construir uma visão sobre a relação entre tempo, espaço, movimento e artes visuais. Os resultados devem permitir compreender melhor o modernismo e a contemporaneidade, além de contribuir para ampliar os estudos relacionando arte e semiótica.
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                                  Fanfictions: das plataformas digitais para os livros didáticos
                                  Curso Mestrado em Estudos de Linguagens
                                  Tipo Dissertação
                                  Data 28/04/2022
                                  Área LETRAS
                                  Orientador(es)
                                  • Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
                                  Coorientador(es)
                                    Orientando(s)
                                    • Ana Claudia Gauto de Sousa Sovernigo
                                    Banca
                                    • Adriana Lúcia de Escobar Chaves de Barros
                                    • Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
                                    • Fabiana Pocas Biondo
                                    • Izabel Souza do Nascimento
                                    • Michele Eduarda Brasil de Sa
                                    Resumo Esta dissertação tem o objetivo de analisar proposições de atividades sobre o gênero
                                    discursivo fanfiction nos livros didáticos selecionados pelo Programa Nacional do Livro
                                    e do Material Didático (PNLD) para o ensino fundamental (BRASIL, 2018b) e para o
                                    ensino médio (BRASIL, 2019). Dentre as coleções indicadas, identificamos que seis
                                    livros apresentaram atividades relacionadas às fanfictions, dos quais selecionamos
                                    quatro deles com base nos seguintes critérios: pertencerem a coleções distintas,
                                    apresentarem mais de uma página de atividades com o gênero discursivo fanfic, de
                                    forma a ter uma material mais consistente para análise, e descreverem as etapas da
                                    produção do texto. Desse modo, para a análise, selecionamos: Se liga na língua -
                                    leitura, produção de texto e linguagem – 8º ano do ensino fundamental (ORMUNDO;
                                    SINISCLACHI, 2018), e, para o ensino médio, Se Liga nas Linguagens - experimenta
                                    dialogar! (ORMUNDO et al., 2020), Identidade em ação: Linguagens e suas
                                    tecnologias – Um mundo de linguagens (GUIMARÃES et al., 2020), Ser protagonista
                                    Linguagens e suas Tecnologias – Interação Social (POUGY et al., 2020). Buscamos
                                    verificar se as atividades contribuem para a formação do leitor/autor, tendo como base
                                    a leitura de obras que mobilizam as comunidades virtuais de fãs. Também é foco de
                                    nossos estudos compreender como a experiência de leitura e produção de fãs, em
                                    plataformas digitais, pode ser empregada na escola, de forma que o ato de ler e
                                    elaborar um gênero discursivo faça sentido para os alunos, não se limitando a
                                    atividades mecânicas em que o único leitor seja o professor. Pretendemos, ainda,
                                    verificar como o uso de ferramentas digitais é proposto nas atividades com o gênero
                                    discursivo fanfiction nos livros didáticos analisados e se são válidas para a formação
                                    do leitor/autor, de maneira que fomentem a produção de textos autorais. Para tanto,
                                    os estudos de Cosson (2020,2021); Jamison (2017); Jenkins (2010, 2009); Jenkins,
                                    Green e Ford (2014); Kalantzis, Cope e Pinheiro (2020); Schneuwly, Dolz e Noverraz
                                    (2013); Vargas (2015), entre outros, embasam as análises e as propostas de
                                    intervenções. A metodologia adotada é a pesquisa bibliográfica e de análise
                                    documental. A investigação contribui no campo das práticas de ensino e
                                    aprendizagem de língua portuguesa no que se refere à leitura e produção de gêneros
                                    discursivos do/no universo digital, considerando as fanfictions. Como resultados,
                                    evidenciamos que as atividades nos livros didáticos analisados não focam na prática
                                    de leitura de fanfic em seus suportes originais e, em alguns casos, não apresentam
                                    os elementos que caracterizam esse gênero discursivo, em um primeiro contato com
                                    o texto. Constatamos, ainda, que as propostas de elaboração textual estão
                                    concentradas mais na produção de texto verbal, ou seja, as possibilidades que as
                                    tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) oferecem, no que diz
                                    respeito à multimodalidade, não são exploradas. Apesar dos problemas detectados,
                                    consideramos as atividades promissoras, pois contemplam gêneros discursivos
                                    digitais relativamente novos, possivelmente mais próximos dos interesses dos alunos
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                                    NARRATIVAS ORAIS: CULTURA LOCAL, LITERATURA E EXUMAÇÃO DA MEMÓRIA NA SERRA DA BODOQUENA (NABOGOCENA)
                                    Curso Mestrado em Estudos de Linguagens
                                    Tipo Dissertação
                                    Data 31/03/2022
                                    Área LETRAS
                                    Orientador(es)
                                    • Marta Francisco de Oliveira
                                    Coorientador(es)
                                      Orientando(s)
                                      • Quézia Stefani Fagundes Sena
                                      Banca
                                      • Edgar Cezar Nolasco dos Santos
                                      • Eliene Dias de Oliveira
                                      • Geovana Quinalha de Oliveira
                                      • Marta Francisco de Oliveira
                                      Resumo Este trabalho tem por objetivo escavar as “histórias locais”(MIGNOLO, 2000) a partir de uma epistemologia outra da fronteira-sul, minha/nossa opção descolonial. Por conseguinte, a intenção é falar do meu/nosso “balaio cultural”(SEREJO, 1992), a partir da condição fronteiriça que temos de “local das miúdas culturas” (NOLASCO, 2012). Para tanto, delimito este estudo no lócus da Serra da Bodoquena, região que fica localizada no Estado de Mato Grosso do Sul. Direcionada pela perspectiva descolonial da fronteira sul, proponho um trabalho de “escrevivência” (BESSA-OLIVEIRA, 2018) de “homens-fronteira” (NOLASCO, 2012) — ou, como prefiro marcar em meu corpo fronteiriço de mulher-fronteira (SENA, 2021). Aqui, neste útero epistemológico, criamos a “fisiologia da composição” (SANTIAGO, 2021) do meu/nosso corpos, a partir dos (des)limites de nossas fronteiras epistêmicas e dos encontros acadêmicos, culturais, sociais, pessoais, que possibilitarão a formação de parceria, de ‘aliança hospitaleira’ (PESSANHA, 2018) reforçadas na escuta das narrativas a serem representadas e nas vozes teóricas selecionadas, concentrando nossos esforços para chamar a atenção para a relação entre a “interculturalidade epistêmica”(WALSH, 2002) e a descolonialidade dos saberes “outros”, mesmo – e talvez principalmente – em tempos pandêmicos de Covid-19. No intento de descolonizar os corpos da diferença colonial, a minha/nossa sensibilidade epistêmica estarão alinhavadas em discussões atravessadas pela crítica biográfica fronteiriça (NOLASCO, 2013). Portanto, ao exumar as histórias locais da região de Nabogocena, nome da cidade de Bodoquena-MS na língua Kadiwéu, a intenção é dar visibilidade aos corpos subalternos que exumam suas memórias e as hospedam em nossos corpos. Nesta interação epistemológica e valendo-me de uma metodologia de caráter bibliográfico sou respaldada por teóricos/críticos que conduziram a “fisiologia” epistemológica de nossos corpos, dentre os teóricos consultados, menciono Walter Mignolo, Frantz Fanon, Gloria Anzaldúa, Aníbal Quijano, Ramón Grosfoguel, Boaventura de Sousa Santos, Juliano Pessanha, Eneida Maria de Souza, Edgar Nolasco, Bessa-Oliveira, Jacques Derrida, Francisco Ortega e outros. Sendo assim, ao longo da pesquisa, evidenciamos a prática epistêmica no desenvolvimento de cada capítulo. Enfim, por meio de nosso mergulho epistemológico pelas nascentes de Bodoquena, e nossa articulação por exumar dos atoleiros de Nabogocena a história local de nossos hóspedes, proponho, assim, a representação cultural e literária do meu/nosso lócus fronteiriços.


                                      Palavras-chave: Descolonialidade; Crítica biográfica fronteiriça; Interculturalidade.

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                                      Uma leitura da violência no processo de formação de angola em a geração da utopia, de pepetela
                                      Curso Mestrado em Estudos de Linguagens
                                      Tipo Dissertação
                                      Data 07/03/2022
                                      Área LETRAS
                                      Orientador(es)
                                      • Andre Rezende Benatti
                                      Coorientador(es)
                                        Orientando(s)
                                        • Gabriel Ambrósio
                                        Banca
                                        • Altamir Botoso
                                        • Andre Rezende Benatti
                                        • Rosana Cristina Zanelatto Santos
                                        • Wellington Furtado Ramos
                                        Resumo Este estudo traz uma abordagem sobre os aspectos da violência coletiva e política
                                        denunciada por Pepetela no romance, narrando sua história sobre a descolonização em
                                        Angola. O corpus escolhido foi A Geração da Utopia (2004), que fala sobre a importância
                                        do processo da violência e suas memórias, perpassando pela perspectiva de análise da
                                        mentalidade colonial por meio de Frantz Fanon, em seus ensaios, nomeadamente Pele
                                        negra máscaras brancas (2008), Os condenados da terra (2010) e Em defesa da
                                        revolução africana (1980). O objetivo foi refletir sobre a memória da violência ficcional e
                                        a formação contemporânea por meio da literatura de testemunho e traumática. Entre os
                                        vários teóricos que refletem as questões da memória, violência, colonialidade, trauma e
                                        testemunho, estão Seligmann-Silva (2003), Luis Kandjimbo (2021), Grada Kilomba
                                        (2019), Inocência Mata (2012), Achille Mbembe (2018, 2014 a, 2014 b) e MaldonadoTorres (2009, 2020), Grosfoguel (2009,2020) e Mignolo (2003), principalmente com as
                                        visões da colonialidade presentes na literatura em análise. Todavia, a libertação do jugo
                                        imperialista português em África foi toda feita pela opressão, dominação e subalternidade.
                                        Entretanto, para repensar Angola, partimos da violência como herança da colonialidade na
                                        sociedade e no cotidiano atual, sua pertinência para desconstruir a neocolonização interna,
                                        no apagamento das memórias de maioria na pós-independência. Decifrando Pepetela
                                        partir da ótica colonialidade e para a contracolonização, inspirando-se pelos diversos
                                        estudos pós-coloniais na diáspora, a fim de lermos as relações da história de formação
                                        política, social, cultural dos sobreviventes da luta anticolonial do território angolano. O
                                        crítico literário Antonio Candido, em Literatura e Sociedade (2006), propõe que para
                                        compreender o texto literário no contexto da sociedade tendo os elementos da história
                                        coletiva e individual suas disposições como parte estruturante da narrativa, nunca sozinha
                                        e isolada do material estrutural que nos dá suporte. Portanto, desnaturalizar por meio de
                                        cosmovisões diferentes para pensar o presente, combatendo opressão a violência
                                        simbólica, o trauma e prevenir contra os imaginários coloniais na memória contemporânea
                                        do país. Admitir a participação e a inclusão das vozes dos testemunhos de narrativas não
                                        convencionais, grofocêntricas, mas a pluralidade da oralitura como espaço de
                                        transdisciplinaridade dos estudiosos de literatura, antropologia, estudos culturais para
                                        criticar-se a neocolonização, subalternidade, desprezo pelos silenciados do sistema que se
                                        investe na corrupção e imposição política do eurocentrismo no país composta por várias
                                        nações em uma. A literatura de Pepetela tem sua importância na compreensão
                                        sociocultural, política e histórica representada pelo testemunho literário e experiência de
                                        sujeitos colonizados. A verdadeira liberdade é pela equidade cultural, sem imposição e
                                        com inclusão e descolonização contra as velhas instituições coloniais.
                                        Palavras-chave: Literatura angolana; violência; colonialidade; testemunho; memórias
                                        traumáticas.
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                                        Aos olhos de Taunay: a representação de Camapuã na literatura brasileira
                                        Curso Mestrado em Estudos de Linguagens
                                        Tipo Dissertação
                                        Data 25/02/2022
                                        Área LETRAS
                                        Orientador(es)
                                        • Wellington Furtado Ramos
                                        Coorientador(es)
                                          Orientando(s)
                                          • Erick Vinicius Mathias Leite
                                          Banca
                                          • Altamir Botoso
                                          • Carolina Barbosa Lima e Santos
                                          • Ramiro Giroldo
                                          • Rosana Cristina Zanelatto Santos
                                          • Wellington Furtado Ramos
                                          Resumo O objetivo deste trabalho é discutir a obra de Visconde de Taunay sob as óticas da representação e da não ficção e, com isso, debater as supostas verdade e invenção na produção do referido autor, tendo como recorte passagens de alguns de seus textos no que tangem ao território de Camapuã (Mato Grosso do Sul). Nossa pesquisa abrange variadas obras da produção de Taunay; dentre as consideradas supostamente como não-ficção valer-nos-emos de trechos presentes nos relatos/diários de viagem Viagens de Outr’ora (1921a), Cartas da Campanha (1921b) Visões do Sertão (1923a), Scenas de Viagem (1923b), Dias de guerra e sertão (1927), Marcha das forças (1928), Em Matto Grosso invadido (1929) Ceos e Terras do Brasil (1930), da antologia A cidade do ouro e das ruínas (1923c), e da biografia Augusto Leverger, almirante barão de Melgaço (1931). De envergadura ficcional, encontramos referências apenas no romance Inocência (2017), mas também abordaremos trechos de Memórias (2005) e A retirada da Laguna (1873) para calcar algumas observações de ordem prática. O autor esteve no sul de Mato Grosso quando participou da coluna que rumava em direção à Guerra do Paraguai na segunda metade do século XIX, e passou por Camapuã ao final da campanha, ocasião que mais tarde figuraria em seus escritos. A produção de Taunay está fortemente relacionada às suas experiências de viagem, tanto nas obras ficcionais quanto nas não-ficcionais, a realidade e a invenção se misturam e se completam. Verifica-se que os lugares representados estão estreitamente ligados à subjetividade do autor e apresentam singularidades da escrita, a que chamamos de “taunayana”. Esse estilo particular do autor, que congrega vieses estéticos e político-literários, está sujeito às armadilhas da memória, além de estar arraigado à tradição dos relatos de viagem e a uma forma de contemplação preconizada pelos românticos. Partindo dos liames da teoria com a fortuna crítica, intencionamos investigar nosso corpus e pontuar sua dimensão narrativa em detrimento da verdade postulada nelas. Para tanto, traçamos um percurso analítico que visa a tensionar o conceito de representação, desde a antiguidade clássica, de Aristóteles (2005) e Platão (2000), até pensadores contemporâneos: Walter Benjamin (2012), Antoine Compagnon (1999) e Luiz Costa Lima (1981). Tendo em vista a construção peculiar de sua produção não-ficcional, consultamos os teóricos da informação: Patrick Charaudeau (2006), Muniz Sodré (2009) e Edvaldo Pereira Lima (2012). Com base no levantamento teórico e na análise do nosso corpus literário, esperamos contribuir para novas leituras acerca da representação de Camapuã na literatura brasileira.
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                                          A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E O ENSINO DE LINGUAGENS: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE LETRAMENTO DIGITAL
                                          Curso Mestrado em Estudos de Linguagens
                                          Tipo Dissertação
                                          Data 17/02/2022
                                          Área LETRAS
                                          Orientador(es)
                                          • Patricia Graciela da Rocha
                                          Coorientador(es)
                                            Orientando(s)
                                            • Annaldina Lucas Pelzl
                                            Banca
                                            • Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
                                            • Elaine de Moraes Santos
                                            • Patricia Graciela da Rocha
                                            • Rodrigo Acosta Pereira
                                            Resumo Viver com qualidade de vida, principalmente ter saúde mental, em uma sociedade em que a tecnologia, pouco a pouco, está substituindo muitas das atividades do ser humano na execução de diversas tarefas e impondo um ritmo frenético, líquido e muitas vezes hostil, tem sido desafiador para a existência humana. Nesse contexto, uma das tecnologias que mais avança é a Inteligência Artificial (IA). A IA está sendo instalada em diferentes áreas com a finalidade de simplificar o cotidiano das pessoas impondo uma rapidez surpreendente, que o ser humano está com dificuldade de acompanhá-la e até dominá-la, como é de hábito do ser humano na cadeia de sobrevivência. Na educação, cada vez mais, a IA é um assunto a ser evidenciado e discutido, principalmente na área de ensino de línguas por ser o campo mais preocupado com as linguagens que circulam e formam o indivíduo em sociedade. Nesse contexto, os seres humanos estão sendo submetidos a necessidades sociais que exigem o desenvolvimento de habilidades que lhe proporcionem competência para lidar com IA, mas conhecem pouco ou quase nada da dimensão em que atua essa tecnologia. Mediante tal condição imposta pela IA, busque organizar o escopo da minha pesquisa a partir de literaturas já produzidas sobre a temática e relacioná-las com as teorias sobre os letramentos e multiletramentos, com o objetivo de analisar, discutir e propor que o tema seja objeto de ensino enquanto linguagem, meio de comunicação e de intervenção na sociedade. Inicialmente, no estudo, apresento um panorama conceitual sobre a IA enfocando algumas de suas definições (redes neurais artificiais, algoritmos, sistemas de aprendizado) e características (simular capacidades humanas ligadas à inteligência: o raciocínio, a percepção de ambiente e a habilidade de análise para a tomada de decisão) e sobre os letramentos a partir dos teóricos: Bostrom (2018); Lévy (2018); Russel e Norvig (2013); Santaella (2007); Teixeira (2015); Coscarelli (2017); Monte Mór (2017, 2018); Ribeiro (2021); Rojo (2013, 2015); Street (2014) entre outros. Dessa forma, pautada principalmente no campo de estudos da Linguística Aplicada Crítica, utilizei, neste trabalho, uma pesquisa de natureza qualitativa, exploratória e de revisão bibliográfica. A partir dessa opção de pesquisa, discorro sobre conceitos de IA, de letramentos, de sociedade e outros. Faço uma relação da IA como sendo uma linguagem que pode ser estudada por meio das abordagens dos letramentos e multiletramentos, de que é preciso promover competências e habilidades para lidar com o ciberespaço e estar inserido na cibercultura. Portanto, procuro evidenciar que a IA é multidisciplinar e possui uma vertente que prevê que a IA é uma tecnologia com potencial de aprendizagem, portanto é uma actante, e isto implica em propiciar um ensino que auxilie o ser humano, seja na condição de formação escolar ou fora dela, a ampliar a dimensão da própria aprendizagem, cuidando de sua alteridade e responsividade.

                                            Palavras-chave: Inteligência Artificial (IA). Letramentos. Ensino de línguas/linguagens.

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                                            Poéticas mestiças: a representação de raça e de mestiçagem em performances selecionadas de Paulo Nazareth
                                            Curso Mestrado em Estudos de Linguagens
                                            Tipo Dissertação
                                            Data 16/02/2022
                                            Área LETRAS
                                            Orientador(es)
                                            • Wellington Furtado Ramos
                                            Coorientador(es)
                                              Orientando(s)
                                              • Simone Beatriz de Paula Vazes
                                              Banca
                                              • Angela Maria Guida
                                              • Paulo Cesar Antonini de Souza
                                              • Rosana Cristina Zanelatto Santos
                                              • Wellington Furtado Ramos
                                              Resumo O presente trabalho tem como objetivo analisar as performances Authentic Mixed
                                              Man (2008); Cruzeiro do Sul – acredito que seja a cor da minha pele (2010); Banana Market / Art Market (2011) e Antropologia do Negro (2014) de Paulo Nazareth que materializam noções de raça e de mestiçagem e, através dessa investigação, das escolhas conceituais, estéticas e discursivas das obras, buscar possíveis posicionamentos, críticas e interpretações artísticas acerca da identidade, da representação e dos estereótipos raciais que cercam o tema do mestiço principalmente no contexto brasileiro. Tendo em consideração a importância atribuída à mestiçagem como um dos pontos centrais para a formação da identidade nacional brasileira, as representações artísticas, nas suas mais diversas linguagens, frequentemente ofereceram uma perspectiva romântica acerca da formação multirracial da população brasileira. O artista mineiro Paulo Nazareth (1977-) se dedica então a investigar poeticamente, em suas andanças entre territórios geográficos e simbólicos, as ideias associadas em torno da figura do mestiço, da violência racial, da confrontação e das possíveis semelhanças entre os diferentes povos. O referencial teórico utilizado como suporte para o estudo se expande a partir da autora RoseLee Goldberg (1984; 2006; 2007), além de autores como Jorge Glusberg (2013) e Renato Cohen (2002), que servirão como esteio para a realização da pesquisa bibliográfica acerca da linguagem artística da performance; a exploração teórica de outros campos de conhecimento será abordada para o aprofundamento de alguns termos relacionados à raça e mestiçagem, como branqueamento, identidade e mito das três raças, através dos estudos e reflexões de Lilia Schwarcz (1993; 1994; 1996; 1998; 2012a; 2012b; 2015; 2019), Kabengele Munanga (2000; 2015), Renato Ortiz (1986; 2006), além de outros autores e autoras que tratam das questões raciais e são cruciais para o desenvolvimento de estudos críticos da mestiçagem.
                                              Palavras-chave: Paulo Nazareth; Raça; Mestiçagem; Performance; Arte
                                              Contemporânea
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