SUICÍDIO INDÍGENA, PRÁTICAS DISCURSIVAS E(M) DOCUMENTÁRIO: por uma arqueogeneologia de O(s) Mistério(s) de Nhemyrõ |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
21/09/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
- Elaine de Moraes Santos
- Fabiana Pocas Biondo
- Jefferson Gustavo dos Santos Campos
- Renata Adriana de Souza
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Resumo |
documentário, entram em luta e podem constituir uma
estratégia de resistência no conflito com o discurso hegemônico. Partindo de uma
perspectiva arqueogenealógica, entendo que, por meio das interrogações sobre
como e por que certos mecanismos de poder consolidaram-se e estabeleceram-se
como práticas de um saber sobre os corpos dos sujeitos (NAVARRO, 2015), é
possível instituir uma compreensão histórica de leitura do hoje. Para tanto, os
enunciados regulares (FOUCAULT, 2019) foram organizados em sequências
enunciativas que, ao serem descritas e interpretadas, levaram em conta as
condições de possibilidade vividas no período. Minha tese defendida é que, para
além das formas clínicas de se conceber tal prática, os discursos sobre o suicídio
constroem subjetividades, atuando nas formas de representação indígena sobre si,
sobre o outro, sobre nós. No interior do funcionamento discursivo do documentário,
a emergência de uma representação intelectual indígena figura como estratégia
narrativa que mobiliza os saberes originários tanto na produção de leituras sobre o
suicídio como prática de resistência quanto subverte concepções normalizadoras
sobre a morte autoprovocada.
Palavras-chave: Práticas discursivas. Indígenas. Suicídio. Biopoder. |
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FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA NA PERSPECTIVA DECOLONIAL |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
11/09/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Ana Karina de Oliveira Nascimento
- Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
- Nara Hiroko Takaki
- Rosivaldo Gomes
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Resumo |
O objetivo desta pesquisa foi ampliar a compreensão da formação em língua inglesa pela perspectiva decolonial atual, por meio de um levantamento bibliográfico no que tange à formação em língua inglesa (LI) (TAKAKI, 2019; PESSOA, 2020; DUBOC, 2021; JORDÃO, 2013; VERONELLI; DAITCH, 2021, dentre outros/as). Também me propus a identificar e analisar os trabalhos de estudiosos sobre as praxiologias (PESSOA; SILVA; FREITAS, 2021) tradicionais presentes na formação de professores de LI e explorar como essas abordagens podem ser ressignificadas a partir da perspectiva decolonial, e elaborar e analisar atividades pedagógicas em língua inglesa que promovam a criticidade e a decolonialidade, considerando as diferenças/diversidades. As discussões apresentadas são sustentadas por meio de trabalhos de intelectuais das epistemologias decoloniais, a exemplo de Walsh (2009, 2018), Castro-Gómez e Grosfoguel (2007), Maldonado-Torres (2007), Mignolo (2007, 2011, 2017), Quijano (2005, 2007, 2019), Sousa Santos (2018), dentre outros/as. As perspectivas neste trabalho estão em consonância com a formação de professores/as de LI (não somente). Contemplando essas premissas, a geração de dados se deu no campo aplicado da linguística e foram analisados em contexto educacional de pesquisa, norteada pelos letramentos críticos (MONTE MÓR, 2013; JANKS, 2010; MENEZES DE SOUZA, 2011), estudos interculturais (WALSH, 2009; SIQUEIRA, 2018) e educação linguística crítica (PESSOA; SILVA; FREITAS, 2021; MATTOS, 2018; DUBOC, 2018; PENNYCOOK, 2006). Por meio da análise bibliográfica, foi possível observar praxiologias amparadas em perspectivas críticas decoloniais e interculturais atualizadas. Tais teorizações evidenciam que estamos expostos a um sistema de práticas sistematizadas, advindas da “matriz colonial de poder” (MIGNOLO, 2010). Nesse contexto, esta pesquisa me instiga a buscar ressignificação da natureza das perguntas, a fim de conferir significado ao processo de formação em língua inglesa. Adicionalmente, os resultados angariados nesta pesquisa, tais como a relevância da capacidade crítica e reflexiva na prática pedagógica, especialmente em contextos acadêmicos, e as possibilidades de atividades com ênfase nas teorias críticas decoloniais evidenciam esforços de ruptura visando assegurar a significância das aulas. Mas, isso implica na necessidade de busca constante por atualização e formação continuada dos/das professores/as em uma sociedade pluralizada e fluida, tal qual a nossa, bem como a importância da criatividade, criticidade e ética (TAKAKI; FERRAZ; MIZAN, 2019) em uma postura crítica em relação às próprias crenças e valores. |
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Uma análise semiótica discursiva de II João |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
03/07/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Eluiza Bortolotto Ghizzi
- Geraldo Vicente Martins
- Marcelo Moura da Silva
- Nataniel dos Santos Gomes
- Sueli Maria Ramos da Silva
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Resumo |
Sendo as Escrituras Sagradas uma fonte constante de análise pelas diferentes teorias
de interpretação, sendo elas uma base inconteste da cultura ocidental e, quiçá, mundial, propõe-se nesta dissertação analisar um recorte de um texto bíblico – a II Carta
de João – por meio da semiótica discursiva greimasiana, tendo como principais referenciais os teóricos Diana Luz Pessoa de Barros e Denis Bertrand. O objetivo do trabalho é demonstrar a pertinência da semiótica greimasiana como instrumental teórico
para se extrair do texto escriturístico seu parecer de significação, tendo em vista que
o objeto da semiótica, como ciência, é o “parecer do sentido” (BERTRAND, 2003,
p.11). A análise semiótica se dá por meio do percurso gerativo de sentido, em que o
texto é analisado em três níveis: o discursivo, o narrativo e o fundamental, cada um
deles com sintaxe e semântica próprias. A análise semiótica proposta tem por base
uma tradução feita pelo autor deste trabalho, baseada no texto grego koinê de II João.
Para tanto, fez-se a análise gramatical de cada palavra do texto grego além da construção de um diagrama no qual as relações sintáticas do texto grego podem ser mais
bem visualizadas. Desse modo, considera-se que a confecção do diagrama também
auxilia na análise semiótica proposta na medida em que a estruturação do texto grego
fica desvelada aos olhos do intérprete. A análise do sentido do texto vai sendo demonstrada em cada camada de significação do percurso gerativo, em que seus elementos constitutivos vão sendo expostos no decorrer do trabalho. Por fim, procurase demonstrar que, de fato, a semiótica greimasiana colabora no processo de extração da significação do texto bíblico. Nos apêndices, oferece-se uma breve análise do
texto pelo viés da semiótica peirciana com o propósito de se abrir um caminho teórico
para análise textual por meio dessa semiótica, além da apresentação de uma figura
com um manuscrito de II João.
Palavras-chave: Semiótica, Bíblia, Greimas.
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“LENDO MULHERES AFRO-BRASILEIRAS”: (RE) (DES) CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA E LETRAMENTO CRÍTICO EM UMA ESCOLA DE AUTORIA |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
30/06/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Nathália do Nascimento Gonçalves Nolasco
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Banca |
- Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
- Fabiana Pocas Biondo
- Izabel Souza do Nascimento
- Jefferson Gustavo dos Santos Campos
- Rosivaldo Gomes
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Resumo |
“LENDO MULHERES AFRO-BRASILEIRAS”: (RE) (DES) CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA E LETRAMENTO CRÍTICO EM UMA ESCOLA DE AUTORIA
Este trabalho busca investigar o processo de (des)(re)construção identitária de alunas/os do primeiro ano do ensino médio após o projeto de leitura e produção. “Lendo Mulheres Afro-Brasileiras”, que contempla leitura e discussão de textos voltados à identidade da mulher negra, a fim de trazer para o contexto escolar escritoras negras não canônicas. Para dar corpo à pesquisa, a coleta de dados leva em conta a articulação entre as respostas geradas por meio de um questionário via formulário do Google e os cartazes digitais elaborados pelas/os estudantes como conclusão das atividades empreendidas em uma escola de autoria. No projeto, as turmas leem textos escritos por Conceição Evaristo, Cristiane Sobral, Carolina Maria de Jesus, Meimei Basto e Jarid Arraes, enquanto premissa para a reflexão coletiva em torno da temática. A escolha de tais escritoras se dá pela sua importância cultural e por trazerem, em suas produções, a mulher negra como porta-voz de sua história. A base teórica do trabalho pauta-se em estudos sobre letramento crítico (JORDÃO, 2016; FERREIRA, 2014 JESUS; CARBONIERI, 2016; etc.), em diálogo com estudos sobre identidade e sobre gênero, principalmente com foco na questão de representatividade da mulher negra (HALL, 2005; MUNANGA, 2009; GOMES, 2002/2006; WERNECK, 2016, entre outros). A análise dos dados obtidos, por sua vez, desenvolve-se por meio de metodologia interpretativista, cara à Linguística Aplicada, campo em que se insere a proposta (LOPES, 2020). Como resultado, percebemos que as/os alunos/as (res)significaram questões sobre racialidade em suas leituras e produções textuais, bem como construíram suas impressões sobre identidade negra; porém, não chegaram a reconstruir suas identidades - o que acreditamos estar ligado ao pouco tempo de desenvolvimento do projeto de ensino sobre literatura afro-brasileira, sobretudo por termos explorado pouco a discussão com eles a respeito de sua leitura e produção. Assim, salientamos a importância de práticas educacionais de valorização à história e à cultura afro-brasileira, que precisam ainda ser intensificadas nas redes de ensino de educação básica.
Palavras-chave: Identidade. Literatura afro-brasileira. Letramento Crítico.
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A DESIGNAÇÃO “AQUELE DELINQUENTE” PARA ADOLESCENTES E JOVENS TUTELADOS NA UNIDADE EDUCACIONAL DE INTERNAÇÃO: EFEITO DE PODER E(M) COMENTÁRIOS NO FACEBOOK |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
26/06/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Bernardina Fatima Antunes de Freitas
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Banca |
- Elaine de Moraes Santos
- Fabiana Pocas Biondo
- Jefferson Gustavo dos Santos Campos
- Renata Adriana de Souza
- Rosivaldo Gomes
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Resumo |
Este trabalho trata de discursos presentes na rede social Facebook que estigmatizam adolescentes e jovens privados de sua liberdade para cumprir medidas socioeducativas e que passam a carregar a rotulação “aquele delinquente” pela sociedade. A inquietação emerge a partir de duas motivações: 1. a experiência docente vivenciada pela mestranda na Unidade Educacional de Internação (Unei) Laranja Doce de Dourados/MS; e 2. o contato com um texto jornalístico sobre a rebelião de 2020, publicado na rede social Facebook, especificamente em página pertencente ao portal Campo Grande News. Concebendo que a publicação se refere a adolescentes e jovens que se encontram tutelados pelo Estado e tendo em vista que a inviolabilidade da integridade moral da criança, do adolescente e do jovem também é garantida por lei, formula-se a seguinte questão: como e por que esses discursos que designam negativamente e com proposta de punição corporal para para adolescentes e jovens tutelados surgem no Facebook, proliferam-se e ganham aderência no contexto da sociedade digital? Por meio da pergunta estabelecida, o objetivo geral do estudo é analisar como são discursivizados os internos da Unei em comentários produzidos por internautas sobre o acontecimento em destaque. Visando ao cumprimento do propósito maior, são objetivos específicos: a) problematizar o histórico do arcabouço jurídico, entre leis e decretos, que respaldou e respalda a tutela do menor no Brasil, levando em conta o contexto de uma Unei em Mato Grosso do Sul; b) contribuir com o arcabouço teórico existente sobre as especificidades dos discursos que emergem no digital e em torno do próprio fenômeno linguístico-discursivo da designação (FOUCAULT, 1999; FOUCAULT, 2011; GUIMARÃES, 2003; BRAGA; MENEGHEL, 2017; LUNKES; SANCHO; BORGES, 2020); c) descrever e interpretar as Sequências Enunciativas no que se refere às designações proferidas e aos atos punitivos imputados à pessoa dos adolescentes e jovens infratores pelos internautas (FOUCAULT, 2014a). Para proceder a investigação do objeto temático selecionado, adota-se a Análise do Discurso de linha francesa, em sua vertente histórica. De base qualitativo-interpretativista, aciona-se, como metodologia, a arqueogenealogia foucaultiana (ARAÚJO, 2008), de forma que as SEs recortadas como corpus do arquivo de pesquisa (FOUCAULT, 2018) são problematizadas levando-se em consideração suas condições de possibilidade (FOUCAULT, 2014a). A partir das análises realizadas, defende-se que, mesmo com o advento da Constituição Federal de 1988 e do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a integridade moral desses sujeitos continua sendo violada nas manifestações dos internautas, sobretudo na circulação de discursos de ordem punitiva (FOUCAULT, 2014b) com efeito de poder e império. As observações permitiram compreender como tais efeitos se materializam, intensificando a discursivização de punição, segregação e de ódio com ameaças de extermínio aos sujeitos internos na condição de tutelados.
Palavras-chave: Discurso. Rotulação. Delinquente. Facebook.
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A hora dos direitos epistêmicos e do direito ao grito: Clarice Lispector uma intelectual da(s) lei(s) |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
16/06/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Edgar Cezar Nolasco dos Santos
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Carlos Vinicius da Silva Figueiredo
- Damaris Pereira Santana Lima
- Edgar Cezar Nolasco dos Santos
- Fabio Pereira do Vale Machado
- Marta Francisco de Oliveira
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Resumo |
A presente dissertação, intitulada A HORA DOS DIREITOS EPISTÊMICOS E DO DIREITO AO GRITO: Clarice Lispector, uma intelectual da(s) lei(s), tem como objetivo geral comparar, sob o prisma da diferença, o conceito de direitos epistêmicos (MIGNOLO, 2008) com o direito ao grito presente em A hora da estrela (1977). Os objetivos específicos consistem em deter-me na prática do desprendimento elaborada e trabalhada pela intelectual desde sua formação em Direito, em especial por meio do ensaio “Observações sobre o direito de punir” (1941), com foco no conceito de Desprendimento. Apontar acerca da conceituação de exterioridade na construção narrativa de A hora da estrela. Articular uma crítica do bios sobre a novela, com foco na memória, no arquivo e no conceito de exterioridade. Discutir sobre a desobediência epistêmica proposta pela intelectual na construção de A hora da estrela, passando pelo direito ao grito, com foco no conceito de desobediência epistêmica.
Palavras-chave: Crítica biográfica fronteiriça; Direitos epistêmicos; Direito ao grito; Clarice Lispector; A hora da estrela. |
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Discurso transgressor a partir de Silviano Santiago: teorização crítica biográfica fronteiriça |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
25/05/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Marta Francisco de Oliveira
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Damaris Pereira Santana Lima
- Edgar Cezar Nolasco dos Santos
- Fabio Pereira do Vale Machado
- Marcos Antônio Bessa Oliveira
- Marta Francisco de Oliveira
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Resumo |
Este trabalho propõe uma leitura biográfico-fronteiriça a partir da obra Em liberdade, publicada em 1981 por Silviano Santiago. Na composição dessa obra o autor mineiro cria um falso diário do escritor alagoano Graciliano Ramos, narrando os dias subsequentes à sua saída da prisão em que fora enclausurado pelo governo Vargas. O corpo do escritor alagoano presente na obra supracitada, ainda que seja por meio do olhar do escritor mineiro, evidencia uma escrita que carrega em si uma vivência; essa se configura carregada de dores e marcas da prisão, e aproxima-se da realidade de milhões de corpos fronteiriços, desvalorizados pela modernidade/colonialidade, mas que se levantam/insurgem para assim buscarem re-existir, em uma opção que se configura como alternativa ao pensamento hegemônico, orientada por um “paradigma outro” como proposto por Walter Mignolo. Nesse intento, opto por uma metodologia pautada estritamente em pesquisa bibliográfica, para engendrar reflexões angariadas por leituras de cunho descolonial e relacioná-las ao fazer poético do escritor
mineiro, a partir da ideia de transgressão como forma de expressão constituída por corpos insurgentes, questionadores, que acabam por se constituírem como corpos inconvenientes mediante a teorização de Silviano Santiago. Minha própria reflexão acerca de tal concepção,
a qual intitulo de escrevivência transgressora, se configura como ato insurgente, fazendo coincidir o pensamento teórico e a prática da pesquisa, em forma de mimetização de conteúdo e forma. Isso é caracterizado, nessa reflexão, pelo processo que vai do silenciamento ao grito, orientado por Walsh, Mignolo, Santos. Equivalente à ideia de que aprender a teorizar para des-teorizar e para assim re-teorizar, implica dizer que, dessa forma, ressalta-se a busca de uma teorização não mais submissa ao norte global e suas imposições inclusive na produção
de conhecimento, assentando-me nas orientações de Boaventura de Sousa Santos: aprender que existe o Sul; aprender a ir para o Sul; aprender a partir do Sul e com o Sul. Por fim, tal postura contempla também o meu próprio ser, meu corpo preto fronteiriço, impulsionado por
meu pensar, e minha pesquisa, que roça minha pele, eriçando-a, e assim me motivando a ser eu também um transgressor, e que chega ao fim desse exercício teórico dissertativo mais desobediente e mais fronteiriço.
PALAVRAS-CHAVE: Corpos inconvenientes; Crítica Biográfica Fronteiriça; Discurso transgressor; Em liberdade; Escrevivência. |
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A CONSTRUÇÃO DE UM 'BAD ROMANCE': UM ESTUDO SEMIÓTICO DA INTERTEXTUALIDADE NA DRAMATIZAÇÃO DE PROBLEMAS SOCIAIS EM TRÊS VIDEOCLIPES DE LADY GAGA |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
22/05/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Euclides Vieira de Sousa Filho
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Banca |
- Desiree Paschoal de Melo
- Eluiza Bortolotto Ghizzi
- Nara Hiroko Takaki
- Renato Rodrigues Pereira
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Resumo |
A cantora Lady Gaga (n.1986) pode ser considerada uma porta-voz da sua geração, na
medida em que se propõe a discutir problemas, especialmente da juventude, vivenciados
por seus fãs, chamados por ela de Little monsters (monstrinhos). Assuntos como fluidez
de gênero, respeito à comunidade LGBTQIAP+ e doenças mentais são alguns entre os
que estão presentes nas músicas da cantora. Considerando a videografia de Lady Gaga,
destacaram-se para nós seus aspectos de arte autobiográfica e engajada, paralelamente às
misturas de signos de diferentes linguagens, entre as quais encontram-se referências a
obras de outros artistas. Entendemos isso como gerando uma intertextualidade associada
à dramatização de problemas sociais. E é essa intertextualidade que tomamos como objeto
de estudo nesta dissertação, analisada em três videoclipes dessa cantora: Born This Way
(2011); Applause (2013) e 911 (2020). O referencial teórico-metodológico adotado para
a pesquisa correlaciona os conceitos de dialogismo, polifonia e intertextualidade de
Mikhail Mikhailovich Bakhtin (1895-1975), com conceitos da semiótica de Charles
Sanders Peirce (1839-1914), pertinentes à significação, à objetivação e à interpretação.
As análises dos três videoclipes selecionados, para além de reconhecer que as misturas
de signos são possibilitadas pelo uso das tecnologias digitais de informação e
comunicação, permite visualizar como esses videoclipes vão referenciando e promovendo
o diálogo com outras obras, já conhecidas pelo intérprete da cultura audiovisual.
Considerando que essa estratégia leva à construção de um discurso dramático,
autobiográfico e relacionado tematicamente com problemas sociais vivenciados por seu
público, propusemos classificar os videoclipes como arte engajada. Concluímos a
pesquisa destacando, por meio dessas obras, signos organizados em um discurso
intertextual e que fala de problemas vivenciados pela própria cantora e, ainda, que são
comuns a parte da sua geração; são dramas pessoais, alguns envolvendo riscos à saúde
daqueles que os vivenciam. Eles são o tema das canções e dos videoclipes, razão pela
qual interpretamos tais obras como contendo a narrativa de um romance ruim (Bad
romance). As contribuições desta dissertação, além de abordar problemas sociais ainda
presentes na nossa atualidade, focam a relação entre os estudos de linguagem, o
videoclipe, a arte engajada e a pop music contemporânea. |
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A toponímia da cidade de Ladário/MS: interfaces entre léxico, cultura e história |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
28/03/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Wanderley Renan Carmo dos Santos
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Banca |
- Ana Claudia Castiglioni
- Aparecida Negri Isquerdo
- Bruno Oliveira Maroneze
- Elizabete Aparecida Marques
- Marilze Tavares
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Resumo |
A Toponímia, disciplina linguística vinculada à Onomástica, fornece fundamentos para a análise dos nomes de lugares, os topônimos, particularmente, no que se refere ao estudo da motivação, da etimologia e estrutura dos sintagmas toponímicos, além de favorecer o resgate de aspectos históricos e sociais de uma região. Inserido no campo dos estudos toponímicos, este trabalho apresenta os resultados do estudo sobre a toponímia urbana da cidade de Ladário/MS que teve como objetivo geral estudar os topônimos que nomeiam os logradouros públicos (avenidas, ruas, praças etc.) da cidade de Ladário/MS, incluindo os topônimos relativos aos 11 bairros da cidade: Centro, Santo Antonio, Boa Esperança, Almirante Tamandaré, Seac, Mista, Alta Floresta I, Alta Floresta II, Mutirão, Nova Aliança e Potiguar. Como objetivos específicos o estudo teve os seguintes propósitos: i) catalogar os topônimos que nomeiam os logradouros públicos da cidade de Ladário/MS, a partir de consulta a mapas e/ou cartas oficiais da cidade; ii) analisar os topônimos que compõem o corpus dos pontos de vista da motivação, da língua de origem e da estrutura dos sintagmas toponímicos, adotando, para tanto, fundamentalmente, o modelo teórico de Dick (1990; 1992); iii) classificar os topônimos de acordo com o modelo taxionômico de Dick (1992) buscando traçar um panorama das tendência da toponímia estudada; iv) examinar condicionantes de natureza sociolinguístico-cultural que serviram de motivação e/ou de causa denominativa para a nomeação dos logradouros da cidade de Ladário/MS; v) verificar, por meio de pesquisas orais, as causas denominativas dos topônimos e a possível existência de uma toponímia paralela; vi) descrever, com base em postulados etnolinguísticos, a questão da relação léxico, cultura e história na toponímia em estudo. Os dados foram extraídos de mapas oficiais disponibilizados pela Secretaria de Administração do Município, escala 1:20000, contabilizando 170 topônimos que compõem o corpus de estudo. A análise foi pautada em pressupostos teórico-metodológicos da Toponímia, em especial nas contribuições de Dick (1990; 1992; 1996; 1999, 2001; 2004; 2007); Oliveira (2014); Bittencourt (2015); Cavalcante (2016); Amorim (2017); Neves (2019); da Lexicologia, Biderman (1998; 2001); da Etnolinguística, Sapir (1969); da Antropologia, Casado Velarde (1991) e, da Antropologia Linguística, Duranti (2000). Os resultados da pesquisa apontam a predominância de nomes de natureza antropocultural (76,92%) em detrimento de nomes de natureza física (23,07%). A taxonomia mais recorrente neste estudo foi a dos antropotopônimos (33,33%), seguida pelos axiotopônimos (19,49%) e pelos historiotopônimos (10,06%). Esses dados reforçam fatos evidenciados por outros estudos de mesma natureza: a tendência de homenagear pessoas reconhecidas ou não pela sociedade, entretanto, é mister destacar o alto índice de ocorrências dos fitotopônimos (16,98%) concentrados em dois bairros de Ladário/MS. Os dados confirmam ainda a influência da presença militar em terras ladarenses, haja vista que as taxonomias mais recorrentes se reportam a personalidades, títulos e acontecimentos históricos relacionados à Marinha do Brasil. Além disso, observa-se que a flora pantaneira pode ter servido de motivação para a denominação de parte significativa de logradouros ladarenses, visto que a cidade se situa em uma área imersa nesse bioma. Em síntese, o estudo contribuiu para evidenciar que a toponímia urbana registra fatos da vivência da população, atuando como fotografia da história e da cultura, como forma de perpetuar a memória coletiva de um lugar, mantendo-a viva para as futuras gerações. |
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UM OLHAR DISCURSIVO SOBRE AS IMAGENS PRODUZIDAS PELO CLUBE DE MOBGRAFIA DE JARDIM-MS |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
03/03/2023 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Rafaela Chivalski de Oliveira
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Banca |
- Alessandro Aparecido Fagundes Matos
- Paulo Custódio de Oliveira
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
- Silvio da Costa Pereira
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Resumo |
Optar por investigar o processo criativo do Clube de Mobgrafia de Jardim marca o momento em que me percebo a/r/tógrafa, quando a minha produção artística se entrelaça com minha prática docente e ambos se entrelaçam com esta pesquisa, com o objetivo de problematizar os discursos imagéticos produzidos, editados e compartilhados em dispositivos móveis pelos participantes do Clube de Mobgrafia, projeto de ensino que coordeno no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), no Campus de Jardim. As ideias resultantes fornecem uma perspectiva multifacetada, abrangendo minhas práticas como artista visual, como professora da Educação Básica Técnica e Tecnológica e como pesquisadora. Sendo relevante não apenas na construção de conhecimento, como também na produção de visualidades nos projetos e nas aulas de Arte da Educação Básica, analiso nesta dissertação três séries que foram produzidas e compartilhadas pela câmera do smartphone.
Palavras-chave: Mobgrafia; Ensino de Artes; Educação decolonial; Experiência. |
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Luiz Roberto Lins de Almeida |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
28/11/2022 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Andre Rezende Benatti
- Carolina Barbosa Lima e Santos
- Magdalena Gonzalez Almada
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
- Wellington Furtado Ramos
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Resumo |
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O narrador e a violência em Cuentos, microcuentos y anticuentos, de Mario Halley Mora |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
28/11/2022 |
Área |
TEORIA LITERARIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
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Resumo |
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Download |
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O narrador e a violência em Cuentos, microcuentos y anticuentos, de Mario Halley Mora |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
28/11/2022 |
Área |
LITERATURA BRASILEIRA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- LUIZ ROBERTO LINS ALMEIDA
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Banca |
- Andre Rezende Benatti
- Carolina Barbosa Lima e Santos
- Magdalena Gonzalez Almada
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
- Wellington Furtado Ramos
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Resumo |
Esta investigação debruça-se sobre a narrativa breve na obra Cuentos, microcuentos y anticuentos, de Mario Halley Mora (1926-2003), escritor, dramaturgo e jornalista paraguaio, considerado o fundador do romance assunceno, além de ser o precursor, na literatura paraguaia, dos gêneros microconto e anticonto. A obra analisada enquadra-se na tradição contística latino-americana, razão pela qual o referencial teórico utilizado apoiou-se especialmente em teóricos latino-americanos, tendo por norte as concepções de formas breves de Ricardo Piglia (2014). Realizou-se, para isso, uma apresentação da evolução da obra estudada, desvelando questões relacionadas à classificação das narrativas. Nesse passo, apresentam-se os gêneros literários presentes na obra, bem como as problemáticas que envolvem essas definições, além de articular como isso se apresenta na obra de Halley Mora, tendo em vista também sua própria produção crítica. Tendo em vista que a violência é um fenômeno social que precede a literatura (BENATTI, 2020) e que é uma presença constante na literatura (KOHUT, 2002), foram selecionadas narrativas nas quais se vislumbra a violência. Da análise desses textos foi possível colher elementos que demonstram a articulação entre elementos constitutivos da violência e a forma como os narradores são mobilizados dentro das estratégias do autor para tratar dessa temática. Comprova-se, assim, que, nas narrativas em que se faz presente a violência, há prevalência do narrador heterodiegético. Para empreender a análise foram considerados os aportes teóricos de Arendt (2020), Crettiez (2009), Michaud (1989), Ginzburg (2012), para citar alguns dos teóricos enumerados neste trabalho.
Palavras-chave: literatura paraguaia, Mario Halley Mora, violência, narrador, narrativa breve. |
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Multiletramentos e impressões sobre o uso de tecnologias digitais por professoras de língua portuguesa |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
21/11/2022 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Josiane de Jesus Reis de Freitas
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Banca |
- Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
- Elaine de Moraes Santos
- Fabiana Pocas Biondo
- Jucara Zanoni do Nascimento
- Ruberval Franco Maciel
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Resumo |
Este estudo tem por objetivo investigar a percepção de professoras de língua portuguesa do 9º ano do ensino fundamental II sobre o uso que fazem de tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) em suas práticas pedagógicas. Para isso, propomos analisar como as professoras investigadas afirmam usar tecnologias digitais em suas aulas de língua portuguesa, buscando discutir possíveis relações entre esse uso e a pedagogia dos multiletramentos em seu fazer pedagógico, assim como a importância do uso de tecnologias digitais no ensino de língua portuguesa, sobretudo considerando o contexto da pandemia da covid-19. Para isso, dialogamos, por meio de entrevista semiestruturada, realizada em março, maio e agosto de 2021, com quatro professoras das redes pública e privada de ensino de Campo Grande – MS, que atuam no 9º ano do ensino fundamental, partindo de 12 (doze) questões mais gerais sobre o tema. Entre as justificativas para a investigação, estão as percepções da pesquisadora enquanto professora de reforço do ensino fundamental, sobre dificuldades no acesso a tecnologias digitais pelos alunos nas escolas e no uso dessas tecnologias por professores nas aulas de línguas. Os resultados apontam alguns indícios de trabalho com tecnologias digitais em perspectiva da pedagogia dos multiletramentos, porém destacam muitas barreiras para a realização desse tipo de prática, principalmente durante o período de ensino remoto emergencial da pandemia da covid-19. Como mostram as análises, não é possível dizer que esse tipo de trabalho possa ser facilitado apenas por uma infraestrutura digital adequada, pois muitas vezes também estão presentes nas práticas de ensino algumas dificuldades e resistências para o trabalho a partir da perspectiva dos multiletramentos.
Palavras chave: Pedagogia dos Multiletramentos. Ensino de Língua Portuguesa. Pandemia da covid-19.
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O ENSINO DA LÍNGUA TERENA NA EDUCAÇÃO INFANTIL DAESCOLA POLO MUNICIPAL INDÍGENA ALEXINA ROSA FIGUEIREDO |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
18/11/2022 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Adiane Quelri Valente França
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Banca |
- Caroline Pereira de Oliveira
- Patricia Graciela da Rocha
- Paulo Baltazar
- Rogerio Vicente Ferreira
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Resumo |
Esta pesquisa focalizou o ensino da língua Terena na educação infantil da Escola Indígena Alexina Rosa Figueiredo que fica na Aldeia Indígena Buriti, município de Dois Irmãos do Buriti em Mato Groso do Sul MS. Tem como objetivo principal averiguar as práticas de ensino referente ao uso da língua Terena na educação para crianças de quatro e cinco anos de idade e verificar se a língua Terena é a língua de instrução usada com crianças indígenas desta faixa etária na escola pesquisada, pois existe uma preocupação mundial referente ao fortalecimento das línguas indígenas, uma vez que a maioria corre risco de extinção e, a aldeia Buriti, engrossa essa estatística, pois há poucos falantes da língua materna, o que indica a necessidade de estratégias para o fortalecimento da língua. A escolarização intercultural e diferenciada proporciona o uso da língua materna, o que torna a escola em uma importante ferramenta para a sua manutenção. A metodologia qualitativa empregada na pesquisa constou de levantamento bibliográfico sobre aslegislações que garantem o ensino da língua indígena na escola, e autores como Nincao(2003 - 2008), Cavalcante e Maher (2006), Farias (2015), Toneto (2008), Oliveira (2003),
Hamel (2003), Knapp (2012), Brighenti e Chamorro (2012), Rajagopalan (2013),
Altenhofen (2013), Maher (2013) e Lagares (2013) entre outros. Quanto a metodologia quantitativa, foram realizadas entrevistas com dezenove pessoas, sendo 09 professores,
que já atuaram na educação infantil e na gestão escolar e dez pais da comunidade, para compreender como ocorre o ensino da língua, na escolarização infantil, na aldeia em questão. Os resultados deste estudo evidenciam um panorama da situação da língua indígena na comunidade e reforça a necessidade de políticas linguísticas para a escola indígena. |
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Trabalho, Brutalidade e desumanização na representação do protagonista Edgar Wilson em De gados e homens de Ana Paula Maia |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
22/09/2022 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Michele Felizardo Lopes de Oliveira
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Banca |
- Andre Rezende Benatti
- Carolina Barbosa Lima e Santos
- Ramiro Giroldo
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
- Wellington Furtado Ramos
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Resumo |
O presente trabalho faz uma leitura crítica da obra De Gados e Homens (2013),
de autoria da escritora e roteirista Ana Paula Maia. A pesquisa estabeleceu
uma discussão acerca das condições precárias de trabalho sofrido pelo
protagonista Edgar Wilson com o processo de desumanização. Selecionou-se
as seguintes temáticas: trabalho, violência e desumanização com o intuito de
analisar tais elementos na produção literária de Ana Paula Maia. Identificou-se
na leitura da obra as contradições entre elementos formais, sociais, culturais e
econômicos presentes no texto de Maia, como pressupostos na análise e
compreensão da ficção. A narrativa evidencia as relações de trabalho em um
contexto marcado por violência, condições precárias de trabalho, desigualdade
social, brutalidade e alienação. As condições de trabalho implicam na
constituição das dimensões psicológica, emocional, social e econômica do
protagonista, sendo consideradas mecanismos de reprodução alienante e
desumanização das relações sociais. Utilizou-se para o desenvolvimento da
pesquisa os fundamentos teóricos das seguintes obras: A Condição Humana,
de Hannah Arendt (2009); Literatura, violência e melancolia, de Jaime Ginzburg
(2012) e Realismo e realidade na literatura, de Tânia Pellegrini (2009). Concluise que a obra aponta elementos relacionados a literatura contemporânea da
realidade social do trabalhador que envolto das condições precárias de
trabalho, violência e alienação, torna-se desumanizado e reproduz uma
dinâmica de violência como estratégia internalizada pelo meio que o molda,
fragilizando sua existência e condição humana. |
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MAPEAMENTO E DESCRIÇÃO DAS LÍNGUAS INDÍGENAS EM MATO GROSSO DO SUL |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
12/09/2022 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Shirley Alzeman Rocha Benites
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Banca |
- Bruno Oliveira Maroneze
- Caroline Pereira de Oliveira
- Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
- Denise Silva
- Rogerio Vicente Ferreira
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Resumo |
Esta pesquisa focalizou o estado das línguas indígenas do Mato Grosso do Sul, considerando
sua localização, identificação e vitalidade. O estado do Mato Grosso do Sul possui a segunda
maior população indígena do Brasil com nove povos e diferentes línguas pertencentes a troncos
e famílias linguísticas diversas: Atikum, Guarani, Guató, Terena, Ofaié, Kamba, Kaiowá,
Kadiwéu, Kinikinau, em diferentes situações de uso. Dessa forma, é importante conhecer a
distribuição geográfica e o estado dessas línguas, considerando a importância da diversidade
linguística no estado do Mato Grosso do Sul. A metodologia, de cunho qualitativo, constou de
levantamento documental e bibliográfico a respeito da diversidade linguística local e
documentos legais sobre as políticas linguísticas existentes no decorrer dos períodos da
colonização e da república, com especificidade para o período pós-constituição de 1988. A
revisão bibliográfica constou de autores relacionados aos conceitos de política linguística e suas
vertentes conforme Calvet (2007), Maher (2013), Lagares (2018), Rajagopalan (2013), Oliveira
(2016), Hamel (2016), em linguística Ferreira (2015), Rodrigues (1986), Ferreira (2016). Em
antropologia Cunha (2012, 2016), Ribeiro (2017, 2021), Aguilhera Urquiza (2016), Chamorro
e Martins (2015), Ribeiro (1983) entre outros. No campo da educação Silva e Ferreira (2001),
Rocha e Hamel (2020), Brandão (2017), Knapp (2016), Tavares (2016) e sobre educação
escolar indígena no que se refere à educação intercultural bilíngue que privilegia o ensino e
valorização das línguas indígenas no Brasil. Os resultados, advindos das leituras realizadas,
mostraram o estado geral das línguas indígenas do Mato Grosso do Sul e a situação de uso e
vitalidade das mesmas, apontando para línguas já em situação de perda e outras com número
alto de falantes, porém com desconhecimento de estatísticas de transmissão geracional, o que
pode garantir ou não sua continuidade. Espera-se com este trabalho contribuir para o
conhecimento do estado geral das línguas do Mato Grosso do Sul e, assim, identificar as
iniciativas sobre políticas e planejamento linguístico de status e corpus para fortalecimento
das línguas indígenas do Mato Grosso do Sul.
Palavras-chave: línguas indígenas, política linguística, educação.
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OS REGIMES DO GOSTO NAS PRÁTICAS DA FEIRA LIVRE: UM ESPETÁCULO DE VER, SENTIR E CONSUMIR |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
10/09/2022 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Sueli Maria Ramos da Silva
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Elaine Cristina de Queiroz Silva Vasques
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Banca |
- Alexandre Marcelo Bueno
- Eluiza Bortolotto Ghizzi
- Geraldo Vicente Martins
- Sueli Maria Ramos da Silva
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Resumo |
O objetivo geral desta pesquisa é observar a produção dos sentidos nas feiras livres e como se
formam desde a sua genealogia, referenciando uma semiótica das experiências, tendo como
base teórica a semiótica discursiva e seus recentes desdobramentos, tais como o
semissimbolismo e a sociossemiótica. Nossa metodologia se circunscreve na pesquisa
bibliográfica e descritiva pontuando os enunciados narrativos inscritos nos registros históricos
e nas práticas da contemporaneidade. Como objetivos específicos delimitamos organizar como
se constrói os regimes de sentido e interação nas práticas das feiras livres ao longo do tempo e
as alterações nos sentidos provocadas pela pandemia de COVID-19. Por ser um objeto do social
fazemos uso de diferentes corpora para as análises em um caráter exploratório que elencamos
em três categorias: 1) levantamento bibliográfico com base nos registros históricos que
denotam os sentidos das feiras como prática social e cultural por meio dos processos
axiológicos; dos fatores linguísticos e extralinguísticos, como expressões e provérbios
instituídos nas feiras da Idade Média; e das alterações nas práticas causadas pelas epidemias
que mudaram o contexto do comércio nesse período; 2) estudo in loco na Feira Livre do
Guanandi, na capital Campo-grandense, para análise sociossemiótica das práticas do social
utilizando imagens do dia de feira capturadas por meio de gravações feitas com uso de um
celular; 3) texto audiovisual, utilizando reportagem jornalística televisiva produzida no
ambiente de feira, o qual dissecamos em dois recortes para demonstrar as alterações dos
sentidos nas práticas da feira em tempos de pandemia da COVID-19, observando o percurso
gerativo de sentido no plano de conteúdo da matéria jornalística e as relações semissimbólicas
em uma imagem congelada (freeze frame) ou enquadramento. O referencial teórico centralizase nas ideias de estudiosos, tais como: Greimas (1973), Landowski (2004), Floch (1985),
Pietroforte (2019), Barros (2001), Fiorin (2018), Oliveira (2014) e Bueno (2014), dentre outras
contribuições bibliográficas visando aprofundamento das investigações, entre esses:
Bourquelot (1865), Huvelin (1897), Goffman (1986), Le Goff (1990), Bateson (2000), Sato
(2012), Bernardo (2014) entre outros. Este trabalho desenvolvido nos postulados dos estudos
de linguagens, além de oportunizar novos olhares para a elaboração de novas pesquisas em
Semiótica, possibilitou compreender que o sincretismo semiótico da feira livre salta da
figuratividade, dos gostos e das relações de um consumo de afetivo pautado em processos
axiológicos.
Palavras-chave: Feira livre; Semiótica discursiva; Semissimbolismo; Sociossemiótica.
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A doença como metáfora em Philip Roth e Samuel Rawet |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
09/09/2022 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Mariana Alice de Souza Miranda
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Banca |
- Andre Rezende Benatti
- Josilene Moreira Silveira
- Márcia Maria de Medeiros
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
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Resumo |
Esta dissertação objetiva aproximar a novela Homem comum, de 2006, do escritor
estadunidense Philip Roth (1933-2018), de quatro contos do escritor brasileiro
Samuel Rawet (1929-1984): ―O fio‖, ―O crime perfeito‖, ―A batalha de Kurukshetra‖ e
―Consciência do mundo‖. Nossa hipótese é a de que nesses textos a doença, a
melancolia e a degenerescência são representadas alegoricamente, a fim de
expressar aquilo que a psicanálise freudiana entende como o conflito primordial do
ser humano: a tensão entre as forças da pulsão de vida (Eros) e da pulsão de morte
(Thanatos). A partir de uma leitura benjaminiana, essas narrativas colocam em
questão o declínio da experiência e da tradição na modernidade, a impossibilidade
de se transmitir experiências autênticas e de se afirmar um único significado, eterno
e universal. A narração, nesse sentido, deixa de ter um caráter coletivo, no qual as
experiências eram passadas de geração em geração para dar lugar à narração da
vida de um sujeito solitário que luta pelo sucesso em uma sociedade marcada pela
concorrência. Dessa forma, as obras de Roth e de Rawet representam o
desencantamento do mundo na modernidade, e é essa desvalorização do mundo
aparente e a morte do sujeito clássico que fazem ressurgir a forma alegórica como
Walter Benjamin a definiu, a saber, que a alegoria manifesta a fragmentação do real.
Ainda que o texto esteja impregnado de melancolia devido à perda de um sentido
último, sua produtividade nasce do reconhecimento dos fragmentos desta perda,
pois, como a alegoria nos revela, o sentido não nasce somente da vida, mas
também da morte. Nossa análise é baseada, sobretudo, nos estudos de Walter
Benjamin, Freud, Betty Fuks, Jaime Ginzburg e Susan Sontag. |
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POLÍTICAS LINGUÍSTICAS DE ACOLHIMENTO PARA MIGRANTES/REFUGIADOS VENEZUELANOS EM CAMPO GRANDE/MS |
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Curso |
Mestrado em Estudos de Linguagens |
Tipo |
Dissertação |
Data |
09/09/2022 |
Área |
LETRAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Silvana Ferreira Monteiro
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Banca |
- Andre Rezende Benatti
- Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
- Mircia Hermenegildo Salomão Conchalo
- Paulo Gerson Rodrigues Stefanello
- Rosana Cristina Zanelatto Santos
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Resumo |
MONTEIRO, S.F. POLÍTICAS LINGUÍSTICAS DE ACOLHIMENTO PARA
MIGRANTES/REFUGIADOS VENEZUELANOS EM CAMPO GRANDE/MS,
2022. Dissertação- Programa de pós-graduação em letras estudos de
linguagens. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS,
2022.
Os refugiados são pessoas que estão fora de seus países de origem, forçadas
a deixar suas casas para a preservação de suas vidas. Obrigadas a fugir, por
temer perseguição, conflito, violência ou circunstâncias de subsistência. Esses
migrantes/refugiados buscam, essencialmente, oportunidades de emprego e de
uma vida melhor. A adoção do português como língua oficial, apesar das
semelhanças com as línguas faladas (espanhol e suas variações), dificulta as
relações dos migrantes no país e até sua entrada no mercado de trabalho, e por
isso a necessidade imperiosa de um acolhimento linguístico específico para este
fim. Esses indivíduos necessitam de acolhimento individualizado. A Língua de
Acolhimento (PLAc) ultrapassa as dimensões da estudos de Língua Estrangeira
(LE) ou da segunda língua (L2), incluindo necessariamente a abordagem para o
crescimento profissional, dos direitos sociais e de se integrar temporária ou
permanente ao país de acolhimento. A proposta de curso de português para
refugiados da igreja Batista em Campo Grande- MS é baseada na inclusão,
integração e acolhimento. A metodologia utilizada no ensino do português para
migrantes/refugiados diferencia-se do ensino de português como língua
estrangeira, leva em consideração o todo, a sociedade em qual o estudante está
inserido e as dificuldades que ele enfrenta em seu dia-a-dia. Além do
acolhimento que deve ser promovido no ensino de PLAc para refugiados, um
material didático personalizado inserindo orientações sobre a emissão de
documentos, inserção no ambiente de trabalho e na sociedade. Leitura e
interpretação de textos como Leis Trabalhistas, elaboração de Curriculum Vitae
e outras temáticas demandadas pelo público-alvo são essenciais para promover
a integração social dos refugiados. O professor é o elo central, muitas vezes, é
a referência que o refugiado tem para lidar com as adversidades. O professor
media conflitos entre o refugiado e a sociedade que nem sempre os recebe com
acolhimento. O aprendizado da língua com o professor acolhedor vai inserindo
o estudante aos poucos na sociedade, dando-lhe recursos se emancipar e achar
o seu lugar nesta nova realidade. O professor muitas vezes acaba indo além de
suas funções de ensino, ele é um amigo, e isso é o acolhimento. |
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