Doutorado em Estudos de Linguagens

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TRABALHO Ações
DOS DISCURSOS EM “AUTISMO VIDA REAL”: REFLEXÕES DE UM PROFESSOR-PESQUISADOR SOBRE SUBJETIFICAÇÕES DE PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)
Curso Doutorado em Estudos de Linguagens
Tipo Tese
Data 01/03/2024
Área LÍNGUA PORTUGUESA
Orientador(es)
  • Elaine de Moraes Santos
Coorientador(es)
    Orientando(s)
    • Helder Sousa Pimenta
    Banca
    • Aline Saddi Chaves
    • Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
    • Elaine de Moraes Santos
    • Fabiana Pocas Biondo
    • Renata Adriana de Souza
    • Rosivaldo Gomes
    • Samuel Ronobo Soares
    Resumo A inclusão de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) em turmas de ensino regular constitui-se um desafio relativamente recente para a comunidade escolar. Entendemos que o olhar que a educação básica direciona a esse público é decisivamente influenciado pelos discursos sobre o autismo e sobre o sujeito com TEA. Nesse sentido, o presente trabalho tem por objetivo geral investigar a discursivização sobre o TEA, produzida em diferentes domínios da contemporaneidade, atuantes no dispositivo do autismo. Utilizando preceitos teórico-metodológicos propostos pelo filósofo francês Michel Foucault e pelos Estudos Discursivos Foucaultianos, realizamos a descrição e a interpretação de práticas discursivas sobre o autismo utilizando, como materialidade, o documentário “Autismo vida real”. No bojo do arcabouço epistemológico, defende-se a tese de que tais práticas tendem a normalizar e a disciplinar o sujeito com autismo nos diversos espaços sociais do cotidiano. Para tal análise, realiza-se a seguinte pergunta: como o sujeito autista é discursivizado em diferentes domínios e quais são as consequências dessa discursivização na prática docente? Mediante essa inquietude e somando-a às questões ontológicas de um pesquisador assentado na posição-sujeito professor de ensino médio, pretendemos chegar a uma possibilidade de educação linguística mais relevante para pessoas com TEA. Assim, são objetivos específicos do estudo: a) discutir as condições de possibilidade do documentário “Autismo vida real”; b) investigar a discursivização do sujeito autista em diferentes domínios da contemporaneidade (clínico, legislativo e midiático); c) analisar, na ordem discursiva documental, a discursivização do autista por familiares; d) verificar, no documentário, o discurso de pessoas com autismo sobre a própria condição e e) proceder a uma reflexão de natureza autoetnográfica, a fim de verificar conexões entre discursos sobre o autismo e prática docente. Como resultados, foram identificadas, em análises realizadas nesta pesquisa, regularidades em discursos produzidos em diferentes domínios, as quais têm a possibilidade de subjetificar a pessoa com autismo e de influenciar o olhar sobre esse sujeito em outras instâncias, em especial, na prática docente.
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    ANÁLISE MORFOLÓGICA DE NEOLOGISMOS NASVARIEDADES DE GUARANI CHAQUEÑO (CHIRIGUANO)DA BOLÍVIA
    Curso Doutorado em Estudos de Linguagens
    Tipo Tese
    Data 08/12/2023
    Área LETRAS
    Orientador(es)
    • Bruno Oliveira Maroneze
    Coorientador(es)
    • Ivana Pereira Ivo
    Orientando(s)
    • Liliana Paredes Moreno
    Banca
    • Aparecida Negri Isquerdo
    • Bruno Oliveira Maroneze
    • Elizabete Aparecida Marques
    • Marci Fileti Martins
    • Patricia Graciela da Rocha
    • Wilmar da Rocha D'Angelis
    Resumo O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma descrição morfológica de unidades neológicas de três variantes linguísticas do Guarani Chiriguano, Ava, Simba e Isoseño, constantes no livro “Neologismos Lingüísticos de Términos Técnicos em Idiomas BésɨroMojeño-Guarani-Gwarayu”, com o intuito de compreender, não apenas a estrutura linguística dos neologismos, mas, também, de modo adicional, refletir aspectos de políticas linguísticas e manutenção da identidade indígena em um contexto de multilinguismo. Metodologicamente, são analisados materiais escritos, selecionando-se palavras e expressões não dicionarizadas, mas já aceitas pelas instituições e autoridades indígenas, além de dados coletados entre os anos 2017 e 2019 (PAREDES, 2019), em pesquisa de Mestrado. Para o desenvolvimento da análise dos neologismos, procura-se apresentar breve descrição fonética, utilizando-se recursos da teoria de análise acústicoarticulatória (BARBOSA; MADUREIRA, 2015; LADEFOGED, 2000, 2001). A interpretação fonológica fundamenta-se no princípio das classes naturais (Hyman, 1975) e na teoria dos traços distintivos (JAKOBSON, 1972 [1932], 1972 [1938], 1978). A análise morfológica inspira-se em (COSERIU, 1979). Os resultados, ainda que preliminares apontam para um mecanismo de formação de palavras por composição, de modo predominante.
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    Estilo em José Mauro de Vasconcelos
    Curso Doutorado em Estudos de Linguagens
    Tipo Tese
    Data 28/11/2023
    Área LETRAS
    Orientador(es)
    • Sueli Maria Ramos da Silva
    Coorientador(es)
      Orientando(s)
      • Fernanda Viana de Sena
      Banca
      • Aline Saddi Chaves
      • Angela Maria Guida
      • Eluiza Bortolotto Ghizzi
      • Geraldo Vicente Martins
      • Rita de Cassia Aparecida Pacheco Limberti
      • Sueli Maria Ramos da Silva
      Resumo Esta tese insere-se na práxis científica dos estudos de linguagem e busca trazer uma ampliação dos estudos semióticos em interface com a literatura. Pretendemos aplicar o conceito de estilo de Discini (2004; 2015) nas obras infantojuvenis de José Mauro de Vasconcelos (doravante, JMV). Temos, como fundamentação teórica, a semiótica discursiva (GREIMAS, 1973; 1987; 1993; 2008), os estudos da enunciação (BENVENISTE, 1995; BERTRAND, 2003; FIORIN, 2016), o desdobramento tensivo da teoria (ZILBERBERG, 2011) e os estudos da semiótica plástica (FLOCH, 1994; PIETROFORTE, 2019). Pretendemos mapear o projeto enunciativo de José Mauro de Vasconcelos, a partir das estruturas de textualização que dão corpo ao fazer persuasivo do enunciador em relação ao fazer interpretativo do enunciatário infantojuvenil. Nesse percurso, propomos delinear a dinâmica da sintaxe discursiva e a grade de valores que estão associados aos modos de percepção do mundo, evidenciando os gradientes passionais envolvidos no projeto enunciativo, que constitui as nuances do estilo de JMV. Partimos da análise dos enunciados infantojuvenis, a fim de propor duas totalidades de discurso diferentes: a) de cunho memorialístico - O Meu Pé de Laranja Lima (1968); Vamos Aquecer o Sol (1974) e Doidão (1963); e b) de cunho fantasioso - Rosinha, Minha Canoa (1962); O Coração de Vidro (1964); O Palácio Japonês (1969); O Veleiro de Cristal (1973); O Menino Invisível (1978), de modo a encontrar a coerência entre as unidades (unus) constitutivas do totus (totalidade). Refletimos, assim, sobre um caminho de leitura possível das obras de JMV e as coerções que advêm das marcas que configuram o efeito de sentido de devaneio que percorre os romances infantojuvenis do autor. Observamos a adequação do discurso a um suposto referente “mundo das coisas” – semiótica do mundo natural, por meio da percepção de um sujeito (MERLEAU-PONTY, 1961), que é impactado sensivelmente de forma mais marcada/tensionada ou não (TATIT, 2019). Colocamos o sujeito como o âmago da pesquisa para mapear os pontos de tensão que deixam entrever o estado de alma do sujeito em uma alternância entre o pervir (rotina), que pressupõe o efeito de realidade do sujeito, e o sobrevir (acontecimento), no qual o sujeito entra em conjunção com seu objeto-valor (o devaneio). Observamos como a representação dos valores sociais se ancoram e contribuem com o efeito de devaneio resultante daquilo que está posto nos romances de JMV, em uma interação entre o sujeito enunciatário (leitor pressuposto) e o objeto mundo no ato de leitura do enunciado. De acordo com Leão e Farias (2020), JMV é um dos escritores brasileiros mais traduzidos no mundo. As pesquisas em torno dele são desenvolvidas, principalmente, nas áreas dos estudos literários e das ciências sociais, abordando, dentre os temas, a recepção do livro O Meu Pé de Laranja Lima e suas adaptações para o cinema. Nos últimos cinco anos, a revisão da literatura em diretórios de pesquisa nacionais e internacionais aponta a existência de pesquisas acadêmicas relacionadas somente ao seu primeiro romance. Logo, percebe-se um apagamento e a falta de uma ampliação de análise literária e linguística de suas outras obras. Diante desse fato, propomos uma pesquisa estilística à luz da semiótica com o objetivo de evidenciar a tipologia da escrita de JMV, bem como contribuir com os estudos acerca de estilo no âmbito dos estudos semióticos e do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens. Em suma, a construção analítica desta pesquisa espera contribuir com a noção de estilo e uma possível correlação com o conceito de representação, podendo caracterizar um ponto de vista na constituição do estilo.
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      MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DE MATO GROSSO DO SUL (MARCO): UMA ANÁLISE SEMIÓTICA, POR MEIO DE UMA PERSPECTIVA DECOLONIAL, DE TEMPORADAS DE EXPOSIÇÕES
      Curso Doutorado em Estudos de Linguagens
      Tipo Tese
      Data 24/11/2023
      Área LETRAS
      Orientador(es)
      • Maria Luceli Faria Batistote
      Coorientador(es)
        Orientando(s)
        • Caciano Silva Lima
        Banca
        • Eluiza Bortolotto Ghizzi
        • Geraldo Vicente Martins
        • Luciana Maria Crestani
        • Maria Luceli Faria Batistote
        • NILVA HEIMBACH VIEIRA
        • Rita de Cassia Aparecida Pacheco Limberti
        • Silvana Aparecida da Silva Zanchett
        Resumo Os museus são espaços de construção de histórias e memórias, não apenas de lembranças e narrativas contadas pragmaticamente, mas evidenciando um lugar de cultura, de prática de ensino e de aprendizagem. Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo analisar o processo semiótico que ocorre nos percursos educativos no contexto do Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul (MARCO). Desse modo, tendo como base epistemológica a semiótica greimasiana (1975), sob um viés da perspectiva decolonial de Mignolo (2017), buscou-se refletir sobre o processo educativo mediado pelos arte educadores visitantes do espaço museológico, sob um recorte das Temporadas de Exposição do Museu expostas no ano de 2017. A metodologia aplicada foi uma pesquisa qualitativa, considerando a literatura, visões, vivências e expectativas em meio aos contextos sociais em que estão inseridos. Nesse sentido, abordam-se as quatro temporadas e, especificamente, a obra Pedofilia, da artista visual Ropre, presente na exposição Cadafalso, da Terceira Temporada de Exposições, que foi objeto de censura. Buscou-se compreender na linguagem artística da obra o retrato de questões contemporâneas contra essas violências, a identidade visual da exposição da artista e da construção das suas obras, carregadas de discursos, necessários para descontruções dentro da sociedade. Por fim, são feitas considerações a respeito do papel da arte educação na mediação da transformar a sociedade e melhorar as relações inter e trans pessoais, promovendo o fortalecimento das identidades, que difunde e preserva as marcas deixadas pelo tempo.

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        "O homem que ri: um estudo das representações do Coringa
        Curso Doutorado em Estudos de Linguagens
        Tipo Tese
        Data 22/11/2023
        Área LETRAS
        Orientador(es)
        • Ramiro Giroldo
        Coorientador(es)
          Orientando(s)
          • Isabella Pereira Marucci
          Banca
          • Andre Rezende Benatti
          • Gregório Foganholi Dantas
          • Paulo Custódio de Oliveira
          • Ramiro Giroldo
          • Rosana Cristina Zanelatto Santos
          • Volmir Cardoso Pereira
          • Wellington Furtado Ramos
          Resumo A proposta deste trabalho é analisar a construção do arqui-inimigo de Batman, o Coringa, ao
          longo das décadas que sucedem à sua primeira aparição até os dias atuais. O objetivo se
          concentra em perceber os elementos que compõem e formam o personagem, que demonstra
          complexidade na delimitação de sua personalidade, como, por exemplo, devido à falta de uma
          origem definida. Além, suas relações com a violência e a insanidade também serão discutidas.
          Criado como algo passageiro em 1940, tendo como uma de suas referências a aparência de
          Conrad Veidt em o homem que ri, Coringa permanece vivo na cultura pop e passeia por
          diferentes narrativas, desde as HQs, como os filmes, séries e vídeo games. Sua presença
          desencadeia reflexões em torno da sociedade e dos valores, os quais o vilão procura
          desconstruir, até mesmo questionando o viés heroico de Batman. Suas inúmeras representações,
          embora diferentes entre si, nos permitem reconhecer o príncipe palhaço do crime pela
          manutenção dos elementos que o configuram como tal. A análise é fundamentada pelos estudos
          acerca da linguagem das histórias em quadrinhos, do audiovisual e da violência e representação,
          a partir de autores como Scott McCloud, Will Eisner, Jennifer Van Sijll, Ismael Xavier, Freud,
          Umberto Eco, Grant Morrison, entre outros.

          PALAVRAS-CHAVE: Coringa; Batman; HQs; violência
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          FIGURAÇÕES DO INTELECTUAL MODERNISTA NA OBRA DE CYRO DOS ANJOS
          Curso Doutorado em Estudos de Linguagens
          Tipo Tese
          Data 20/11/2023
          Área LETRAS
          Orientador(es)
          • Rosana Cristina Zanelatto Santos
          Coorientador(es)
            Orientando(s)
            • Raul Gomes da Silva
            Banca
            • Altamir Botoso
            • Andre Rezende Benatti
            • Angela Cristina Dias do Rego Catônio
            • Rachel Esteves Lima
            • Ramiro Giroldo
            • Rosana Cristina Zanelatto Santos
            • Wellington Furtado Ramos
            Resumo A presente tese realiza uma análise das figurações do intelectual modernista na obra de Cyro dos Anjos, a partir de textos jornalísticos do autor, das cartas intercambiadas com o poeta Carlos Drummond, organizadas no livro Cyro & Drummond: correspondências de Cyro dos Anjos e Carlos Drummond de Andrade, por Wander Melo Miranda e Roberto Said (2012), e dos seus três romances, amanuense Belmiro (1937), Abdias (1945) e Montanha (1956). Buscou-se apontar os processos de inscrição do intelectual modernista na memória coletiva, o engendramento consciente do sujeito, a construção e destruição de imagens de si, a manipulação do seu próprio arquivo como um gesto de performance e as implicações desses procedimentos para a compreensão da modernidade tardia brasileira em seu aspecto plural e fragmentário. Examinou-se o papel do escritor como intelectual, as relações mantidas com o Estado, os processos de criação artística, levando em consideração as ambiguidades e contradições, o caráter de inacabamento e de rasura da escrita íntima e autoficcional, assim como os deslocamentos operados nas identidades hegemônicas e nas relações de poder. As investigações apontaram a natureza difusa e melancólica da atuação intelectual, apreendida como intrínseca ao processo de modernização urbana do país e aos conflitos decorrentes do trânsito entre o arcaico e o moderno, o rural e o urbano, o regional e o cosmopolita. Tal proposta foi desdobrada em diálogo com Eneida Maria de Souza (1998), (2011), Luís Bueno (2015), Leonor Arfuch (2010), Mônica Velloso (1987), Sergio Miceli (2001), Michael Löwy e Robert Sayre (2015), Edward Said (2005), Julien Benda (2007), entre outros.
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            Nascer é correr um risco: o infortúnio do espaço e da origem
            Curso Doutorado em Estudos de Linguagens
            Tipo Tese
            Data 17/11/2023
            Área LETRAS
            Orientador(es)
            • Edgar Cezar Nolasco dos Santos
            Coorientador(es)
              Orientando(s)
              • Tiago Osiro Linhar
              Banca
              • Angela Maria Guida
              • Bernardo Salgado Rodrigues
              • Carlos Vinicius da Silva Figueiredo
              • Edgar Cezar Nolasco dos Santos
              • Heriberto Ruiz Ponce
              • Marta Francisco de Oliveira
              • Vania Maria Lescano Guerra
              Resumo Com base na teorização da “crítica biográfica fronteiriça” e dos estudos
              descoloniais, o presente trabalho propõe uma discussão que toma o espaço e a origem
              como determinantes da existência ou da não existência, do humano ou do não humano,
              do modo em que foi configurado pela perspectiva eurocêntrica. Em outras palavras, a
              qualidade de humano foi designada apenas aos sujeitos afortunados por nascerem em
              lugares privilegiados pela narrativa da “história universal” e por possuírem a cor da pele
              ocidentalmente aceitável. Para dar conta da discussão, formulo o conceito de espaços
              perdidos. Assim, o texto é pontuado ao longo dos capítulos pelos vários espaços que
              contribuem para o desmantelamento (ou desmistificação) da narrativa temporalizada da
              eurocêntrica história universal. Desse modo, abro a tese remetendo ao meu próprio
              espaço de origem, o qual no imaginário brasileiro é também um lugar que viabiliza a
              entrada no Brasil de drogas vindas do Paraguai e da Bolívia. Partindo deste imaginário,
              formulo uma contraposição com o espaço da industrialização britânica, o qual,
              metaforizado a partir da imagem do “Palácio de Cristal”, arquiva em seu porão as
              relações passadas que a Grã Bretanha manteve com o narcotráfico, o que garantiu sua
              ascensão econômica e a decadência da China no cenário do comércio mundial. Não foi
              senão deste fenômeno que se definiu historicamente, sob as distorções da narrativa
              hegeliana, não só o meu, como todos os outros espaços não ocidentais como lugares
              sem importância, ou seja, como espaços perdidos. Fenômeno que fortaleceu a noção
              dualista sustentada pela história universal. De modo mais didático, o segundo capítulo é
              dedicado a pontuar algumas das tantas tecnologias originadas na China, o que seria um
              equivalente a atribuir ao país oriental uma espécie de primeira “Revolução Industrial”.
              Tecnologias que foram apropriadas pela Grã Bretanha e pela Europa como se fossem
              todas frutos da genialidade europeia. No terceiro capítulo, a fim de formular as bases do
              que será discutido e sustentado no restante da pesquisa, a discussão volta-se para os
              temas de ordem cristã. Em uma palavra, ao serem rastreados os alicerces da cristandade
              europeia, foi possível identificar elementos que, com base no sincretismo entre o
              pensamento helênico e o cristianismo hebraico, forjaram a subjetividade dualista que
              mais tarde seria assimilada por toda a Europa ocidental. Essa identidade, ou
              subjetividade, tem sua configuração no movimento de separação entre o corpo e a alma.
              Não foi senão deste mesmo fenômeno que originou a cristandade dualista, a qual teve
              sua cosmovisão (a partir do entendimento de uma substância que é corpo separada de
              outra que é alma) consumada em classificação racial e mais tarde no racismo implícito.
              Dando continuidade às críticas ao cristianismo, o quarto capítulo aborda os instrumentos
              de dominação colonial, ou a colonialidade do poder, que se deram por meio dos códigos
              linguísticos e dos códigos religiosos (cristãos). Os quais terminariam por ser articulados
              em forma de discursos, retóricas e, por fim, pela narrativa da história universal.
              Finalmente, no último capítulo, a geopolítica é abordada para remontar os recursos
              utilizados pela cultura de dominação ocidental, os quais vão de guerras à golpes de
              estados articulados por veículos midiáticos. No entanto, o foco central é a retomada
              econômica da China, a qual emerge como a esperança para uma reconfiguração
              cartográfica que enfraquece a hegemonia dominadora do ocidente.
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              Nascer é correr um risco: o infortúnio do espaço e da origem
              Curso Doutorado em Estudos de Linguagens
              Tipo Artigo Científico
              Data 17/11/2023
              Área LETRAS
              Orientador(es)
                Coorientador(es)
                Orientando(s)
                  Banca
                    Resumo Com base na teorização da “crítica biográfica fronteiriça” e dos estudos
                    descoloniais, o presente trabalho propõe uma discussão que toma o espaço e a origem
                    como determinantes da existência ou da não existência, do humano ou do não humano,
                    do modo em que foi configurado pela perspectiva eurocêntrica. Em outras palavras, a
                    qualidade de humano foi designada apenas aos sujeitos afortunados por nascerem em
                    lugares privilegiados pela narrativa da “história universal” e por possuírem a cor da pele
                    ocidentalmente aceitável. Para dar conta da discussão, formulo o conceito de espaços
                    perdidos. Assim, o texto é pontuado ao longo dos capítulos pelos vários espaços que
                    contribuem para o desmantelamento (ou desmistificação) da narrativa temporalizada da
                    eurocêntrica história universal. Desse modo, abro a tese remetendo ao meu próprio
                    espaço de origem, o qual no imaginário brasileiro é também um lugar que viabiliza a
                    entrada no Brasil de drogas vindas do Paraguai e da Bolívia. Partindo deste imaginário,
                    formulo uma contraposição com o espaço da industrialização britânica, o qual,
                    metaforizado a partir da imagem do “Palácio de Cristal”, arquiva em seu porão as
                    relações passadas que a Grã Bretanha manteve com o narcotráfico, o que garantiu sua
                    ascensão econômica e a decadência da China no cenário do comércio mundial. Não foi
                    senão deste fenômeno que se definiu historicamente, sob as distorções da narrativa
                    hegeliana, não só o meu, como todos os outros espaços não ocidentais como lugares
                    sem importância, ou seja, como espaços perdidos. Fenômeno que fortaleceu a noção
                    dualista sustentada pela história universal. De modo mais didático, o segundo capítulo é
                    dedicado a pontuar algumas das tantas tecnologias originadas na China, o que seria um
                    equivalente a atribuir ao país oriental uma espécie de primeira “Revolução Industrial”.
                    Tecnologias que foram apropriadas pela Grã Bretanha e pela Europa como se fossem
                    todas frutos da genialidade europeia. No terceiro capítulo, a fim de formular as bases do
                    que será discutido e sustentado no restante da pesquisa, a discussão volta-se para os
                    temas de ordem cristã. Em uma palavra, ao serem rastreados os alicerces da cristandade
                    europeia, foi possível identificar elementos que, com base no sincretismo entre o
                    pensamento helênico e o cristianismo hebraico, forjaram a subjetividade dualista que
                    mais tarde seria assimilada por toda a Europa ocidental. Essa identidade, ou
                    subjetividade, tem sua configuração no movimento de separação entre o corpo e a alma.
                    Não foi senão deste mesmo fenômeno que originou a cristandade dualista, a qual teve
                    sua cosmovisão (a partir do entendimento de uma substância que é corpo separada de
                    outra que é alma) consumada em classificação racial e mais tarde no racismo implícito.
                    Dando continuidade às críticas ao cristianismo, o quarto capítulo aborda os instrumentos
                    de dominação colonial, ou a colonialidade do poder, que se deram por meio dos códigos
                    linguísticos e dos códigos religiosos (cristãos). Os quais terminariam por ser articulados
                    em forma de discursos, retóricas e, por fim, pela narrativa da história universal.
                    Finalmente, no último capítulo, a geopolítica é abordada para remontar os recursos
                    utilizados pela cultura de dominação ocidental, os quais vão de guerras à golpes de
                    estados articulados por veículos midiáticos. No entanto, o foco central é a retomada
                    econômica da China, a qual emerge como a esperança para uma reconfiguração
                    cartográfica que enfraquece a hegemonia dominadora do ocidente.
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                      MEMÓRIA E FORMATO NAS ADAPTAÇÕES PARA TELEVISÃO DE GABRIELA, CRAVO E CANELA: DO ERUDITO AO POPULAR MIDIÁTICO
                      Curso Doutorado em Estudos de Linguagens
                      Tipo Tese
                      Data 16/11/2023
                      Área LETRAS
                      Orientador(es)
                      • Marcia Gomes Marques
                      Coorientador(es)
                        Orientando(s)
                        • Gedy Brum Weis Alves
                        Banca
                        • Angela Maria Guida
                        • Carlos Alberto Correia
                        • Gabriela Borges Martins
                        • Gabriela Kvacek Betella
                        • Geraldo Vicente Martins
                        • Josette Maria Alves de Souza Monzani
                        • Marcia Gomes Marques
                        Resumo Os produtos culturais contemporâneos são marcados pela presença constante de retomadas de textos pertencentes a contextos sociais pretéritos e a mídias que narram suas histórias em diferentes linguagens. Nesta pesquisa, discute-se o reaproveitamento de obras literárias para o audiovisual televisivo, e tem como objetivo analisar a relação entre memória e atualização na adaptação, em seus aspectos temáticos e genéricos, observando os elementos intertextuais e
                        intermidiáticos presentes na transposição. Com essa finalidade, faz-se um estudo de caso das adaptações do romance Gabriela, cravo e canela, (1958), de Jorge Amado, para a telenovela Gabriela (1975), de Walter George Durst, e a telenovela homônima (2012), de Walcyr Carrasco. Analisa-se, primeiramente, a transposição da obra amadiana para os produtos televisivos, discutindo adaptação, mediação e memória, com foco nas lógicas de produção no formato industrial e em novos suportes, que implicam em modificações no texto literário, atravessado pela memória - como reminiscências e vivências. Em segundo lugar, discute-se a diferença de autoria entre as duas obras, e examinam-se as mudanças advindas das adequações às convenções do gênero, posto que as telenovelas possuem matrizes melodramáticas e raízes no folhetim. Por fim, empreende-se uma análise das categorias da narrativa tempo e espaço, mapeando como as personagens femininas usam as espacialidades na perspectiva do vivido, do habitado e do praticado. Entre as conclusões alcançadas, destacam-se os seguintes pontos: observa-se que, na reminiscência dos temas da obra literária amadiana, o contexto sociocultural influencia em atualizações na composição das telenovelas como nas supressões de personagens, nos acréscimos de temas e outras operações de composição, o formato industrial traz mudanças no arco da narrativa e a antecipação da história de amor das personagens protagonistas, o efeito de encarnação e o tratamento estético diferenciado entre as obras apontam para a relevância da materialidade das mídias. Constata-se que as atualizações genéricas, presentes na concepção da narrativa televisiva, retomam aspectos do folhetim e temas do melodrama, que evidenciam a presença dessas matrizes culturais nas obras massivas. Por fim, verifica-se que as telenovelas não ampliam os espaços de atuação do feminino nos produtos culturais.
                        UM OLHAR SEMIÓTICO SOBRE O PANTANAL E SEUS COSTUMES EM TELAS DE ARTISTAS SUL-MATO-GROSSENSES
                        Curso Doutorado em Estudos de Linguagens
                        Tipo Tese
                        Data 21/09/2023
                        Área LETRAS
                        Orientador(es)
                        • Maria Luceli Faria Batistote
                        Coorientador(es)
                          Orientando(s)
                          • Évelyn Coêlho Paini Webber
                          Banca
                          • Eluiza Bortolotto Ghizzi
                          • Elza Sabino Da Silva Bueno
                          • Geraldo Vicente Martins
                          • Luciana Maria Crestani
                          • Maria Luceli Faria Batistote
                          • Neide Araújo Castilho Teno
                          • Rita de Cassia Aparecida Pacheco Limberti
                          Resumo O Pantanal, no Brasil, perpassa os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e é o habitat de várias espécies de aves, peixes, mamíferos, répteis, plantas; algumas, inclusive, sob risco de extinção como a arara azul, o dourado, o tamanduá-bandeira e a onça pintada, para citar alguns. No entanto, o Pantanal não se restringe à sua diversidade de fauna e flora, já que ali há um povo que também carrega suas marcas, por exemplo, o peão pantaneiro, com costumes que representam a cultura pantaneira e compõem a cultura sul-mato-grossense, por meio da comida (o arroz carreteiro), da bebida (o tradicional tereré), do uso de plantas e da devoção aos santos. Há ainda um outro ponto da cultura sul-mato-grossense que recebe influência do Pantanal, o da arte. São diversos os artistas plásticos que fundaram a identidade artística do MS com suas telas e esculturas trazendo aspectos únicos do Pantanal, do homem pantaneiro e/ou dos povos indígenas que ocupam essa área. Assim, objetivamos, a partir dos estudos da semiótica greimasiana e de um de seus desdobramentos, a semiótica plástica pensada por Floch (1985), analisar as telas de três artistas: Cleir Ávila, Jorapimo e Marlene Mourão Mar (Peninha), de modo a vislumbrar como os sentidos são construídos no plano de conteúdo, pelo percurso gerativo de sentido, e no plano de expressão, por meio das dimensões eidética, topológica e cromática. Além disso, buscamos estudar a cultura pantaneira bem como divulgar a arte sul-mato-grossense e seus artistas. A semiótica greimasiana compreende o texto como objeto de significação e de comunicação, assim, debruçou-se inicialmente sobre textos verbais, analisando-os por meio de seu percurso gerativo de sentido (e seus três níveis, fundamental, narrativo e discursivo); então, mais tarde, outros estudiosos como Floch (1985) e Oliveira (2004) trataram dos textos não verbais e/ou sincréticos, utilizando a semiótica plástica e suas dimensões nas análises. A semiótica plástica usa quatro categorias criadas por Floch (1985), para examinar o plano da expressão de objetos não verbais, são elas: categoria plástica eidética, topológica, cromática e matérica, ademais por meio da semiótica plástica podemos estabelecer relações entre as categorias do plano de expressão e o plano de conteúdo por meio do semissimbolismo. Então, ao realizarmos o estudo entendemos que discorrer sobre a cultura Sul-mato-grossense e analisar a arte pantaneira contém aspectos mais profundos, como a revisão sobre o próprio conceito de arte e os que compõem o que denominamos cultura pantaneira, fortemente unidos aos costumes pantaneiros (comidas, bebidas, trajes, uso de plantas como remédio e a religiosidade), o que reforçou a interdiscursividade presente na pesquisa que permeia desde a escolha dos artistas até as análises. Além disso, foi possível compreendermos como os sentidos são construídos nas telas por meio da semântica do nível fundamental e discursivo e das categorias topológicas, eidéticas e cromáticas do plano de expressão. Notamos que ora as pinturas, que têm o Pantanal como temática principal, atuam como sincréticas, dialogando com seus títulos ora como objetos plásticos individuais e únicos na composição dos sentidos. Pudemos identificar também, nas telas, algumas relações semissimbólicas (categorias do plano de expressão com categorias do plano de conteúdo), assim como oposições natureza vs. cultura, humanidade vs. animalidade e humanidade vs. divindade, que nos mostram a forte ligação entre cultura pantaneira, meio ambiente e as crenças dos povos que ali residem.
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                            Ensaio de ensaios: teorização biográfica fronteiriça
                            Curso Doutorado em Estudos de Linguagens
                            Tipo Tese
                            Data 14/09/2023
                            Área LETRAS
                            Orientador(es)
                              Coorientador(es)
                              Orientando(s)
                                Banca
                                • Angela Maria Guida
                                • Carlos Vinicius da Silva Figueiredo
                                • Edgar Cezar Nolasco dos Santos
                                • Marta Francisco de Oliveira
                                • Vania Maria Lescano Guerra
                                Resumo
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                                  A Poética selvagem de Sérgio Medeiros
                                  Curso Doutorado em Estudos de Linguagens
                                  Tipo Tese
                                  Data 13/07/2023
                                  Área LETRAS
                                  Orientador(es)
                                  • Angela Maria Guida
                                  Coorientador(es)
                                    Orientando(s)
                                    • Sirley da Silva Rojas Oliveira
                                    Banca
                                    • Angela Maria Guida
                                    • Daniel Abrão
                                    • Igor Teixeira Silva Fagundes
                                    • Patricia Graciela da Rocha
                                    • Rosana Cristina Zanelatto Santos
                                    • Wellington Furtado Ramos
                                    Resumo O poeta Sérgio Medeiros é natural de Bela Vista, cidade de Mato Grosso do Sul, que fica na fronteira entre Brasil e Paraguai. Suas obras evidenciam a cultura ameríndia e questionam os limites entre humanos e não humanos, a partir de traços, palavras e imagens. A poética de Sérgio Medeiros, mesmo com a possibilidade de ser lida à luz dos pressupostos postulados pela ecocrítica, apresenta aspectos singulares que vão além de uma leitura mais tradicional dessa corrente teórico-metodológica. Essa singularidade se constitui na conjunção que o poeta faz da tradição indígena, ecológica e ambiental a experimentalismos formais, como a escrita assêmica, a fim de tensionar categorias como humano, animal e vegetal. Uma obra povoada por muitos seres e espécies diversos, enfim, cruzamentos que permitem orientações conceituais em muitas direções. Para esta pesquisa, vamos nos valer dos estudos da ecocrítica, do pensamento vegetal, do animismo, do perspectivismo ameríndio e da sabedoria de povos originários para partilhar conosco a leitura da poética visual de Sérgio Medeiros. Interessa-nos as produções em livros físicos, bem como as realizadas no blog do poeta.
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                                      VERDADE E JUSTIÇA EM REINO DO AMANHÃ: A CONDUTA DO SUPER-HERÓI A PARTIR DA NOÇÃO PEIRCIANA DE CRENÇA
                                      Curso Doutorado em Estudos de Linguagens
                                      Tipo Tese
                                      Data 07/07/2023
                                      Área LETRAS
                                      Orientador(es)
                                      • Eluiza Bortolotto Ghizzi
                                      Coorientador(es)
                                        Orientando(s)
                                        • Vanderlis Legramante Barbosa
                                        Banca
                                        • Carlos Ribeiro Caldas Filho
                                        • Eluiza Bortolotto Ghizzi
                                        • Geraldo Vicente Martins
                                        • Iuri Andréas Reblin
                                        • Maria Luceli Faria Batistote
                                        • Renan Henrique Baggio
                                        • Sueli Maria Ramos da Silva
                                        Resumo Esta pesquisa atua no campo de investigações acadêmicas sobre a linguagem dos quadrinhos, mais especificamente, nos diálogos entre signos intra e interlinguagens e suas consequências no campo da interpretação, à luz da semiótica peirciana. Apesar de majoritariamente consideradas como voltadas para um público jovem, as histórias em quadrinhos suscitam discussões e interpretações conectadas com a realidade e que as afastam da concepção de uma literatura ingênua e infantil. Em 1938, com a revista Action Comics nº1, teve início a Era de Ouro nos quadrinhos, consagrando Superman como o primeiro super-herói a figurar nesse novo formato de história. Desde então, outros personagens foram criados com base nos atributos apresentados por Superman que, embora tenha passado por transformações, desde visuais até conceituais, permaneceu fiel a seu código de verdade e justiça. De modo geral, esta pesquisa objetiva inserir-se nas investigações acerca das potencialidades das histórias em quadrinhos como objeto de estudo, contribuindo com seu desenvolvimento crítico e teórico. Em sentido específico, objetivamos trabalhar com significações investidas nas crenças que regulam a conduta dos super-heróis na graphic novel Reino do Amanhã, de Mark Waid (roteiro) e Alex Ross (arte), publicada em 1996, especialmente no que diz respeito ao ideal de verdade e justiça. Tendo em vista as relações de intertextualidade, nossa investigação analisa como esse ideal e a conduta dos super-heróis podem estar também ligados à origem do personagem Superman e à literatura apocalíptica, mais especificamente o livro Apocalipse de João, do Novo Testamento. Pautamo-nos, metodologicamente, em conceitos da semiótica de Charles S. Peirce (1839-1914), bem como na noção de crença oriunda da filosofia pragmatista peirciana, como algo que orienta a conduta. Além de Peirce (2003; 2008; 2017a; 2017b), embasamo-nos em estudiosos de sua obra, como Santaella (2008a; 2008b; 2012; 2017), Nöth (2003; 2015) e Ibri (2015; 2021). No tratamento do corpus, delimitamos trechos da obra que consideramos pertinentes e suficientes para verificar a hipótese de que Reino do Amanhã propõe um conceito de super-herói pautado nos valores morais estabelecidos na Era de Prata dos quadrinhos. Para a análise, consideramos tanto diálogos entre signos verbais e não verbais, quanto intertextuais, quer entre textos da própria linguagem dos quadrinhos, como é o caso das relações entre a graphic novel e outras histórias do gênero, quer com textos externos à linguagem dos quadrinhos, como as relações de referência entre Reino do Amanhã e o texto bíblico de Apocalipse de João. Essa estratégia semiótica permitiu observar e analisar como os ideais de verdade e justiça são retomados e atualizados nessa narrativa, consolidando-se em meio às crenças definidoras de um código moral para Superman e, por generalização, para os demais super-heróis. Tão importante quanto a análise semiótica, foram os estudos sobre a origem e a linguagem dos quadrinhos, para os quais apoiamo-nos em Cagnin (1975), Eisner (2005), McCloud (2005), Campos (2015), Barbieri (2017) e Moreau e Machado (2020). Na abordagem das Eras dos quadrinhos de super-heróis e da trajetória do personagem Superman, recorremos a Jones (2006), Knowles (2008), Morrison (2012), Weldon (2016), Reblin (2015), Robb (2017), entre outros. Com base na revisão de teoria e nas análises realizadas, a tese permite acompanhar, na obra Reino do Amanhã, um processo de autocrítica e de revisão de crenças e de condutas dos super-heróis, análogo aos experienciados por nós, humanos, e estudados pela teoria peirciana referenciada no corpo do texto. Entendemos que os estudos propostos nesta tese contribuem, cientifica e teoricamente, nos estudos sobre a linguagem dos quadrinhos, além de apontar para perspectivas outras de análise da obra Reino do Amanhã, uma vez que o campo semiótico possibilita amplas investigações acerca de como os signos em geral são percebidos e produzem significados no processo de semiose.
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                                        O SIGNO, A ASSINATURA E O DISCURSO: AS CONTRIBUIÇÕES DE AGAMBEN SOBRE ASSINATURA NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS
                                        Curso Doutorado em Estudos de Linguagens
                                        Tipo Tese
                                        Data 06/07/2023
                                        Área LETRAS
                                        Orientador(es)
                                        • Maria Luceli Faria Batistote
                                        Coorientador(es)
                                          Orientando(s)
                                          • Carla Andreia Schneider
                                          Banca
                                          • Eluiza Bortolotto Ghizzi
                                          • Geraldo Vicente Martins
                                          • Ivã Carlos Lopes
                                          • Luciana Maria Crestani
                                          • Maria Luceli Faria Batistote
                                          • Rita de Cassia Aparecida Pacheco Limberti
                                          • Rosana Cristina Zanelatto Santos
                                          Resumo A arqueologia desenvolvida por Agamben sobre a Teoria das Assinaturas na obra
                                          “Signatura rerum” (2019) torna possível descrever qual a relação estabelecida entre a
                                          assinatura e a construção do sentido nos signos e, consequentemente, no interdiscurso,
                                          em decorrência do lugar que ocupa na enunciação. Nesse sentido, sob a perspectiva
                                          teórica da Semiótica discursiva, objetivamos depreender as possíveis articulações com a
                                          Teoria das Assinaturas (AGAMBEN, 2019), a construção do sentido de um signo
                                          específico (existente ou novo), o interdiscurso e as formações discursivas. Tais
                                          articulações permitem abordar a noção de interdiscurso pela semiótica discursiva, além
                                          de explorar a figurativização e a tematização sob a perspectiva das relações históricas e
                                          sociais que interagem no interior dos textos e resultam no efeito de pressuposição de
                                          diálogos com outros textos. Os resultados mostram que na análise da isotopia,
                                          utilizando a análise definicional de Greimas, a assinatura se apresenta na definição
                                          lexicográfica, enquanto lexema catalisador; na definição discursiva, se mostra na
                                          reiteração de semas que corroboram a permanência de um mesmo sentido; e, por último,
                                          na definição oblíqua, que trata da seleção cultural, as escolhas culturais realizadas pelo
                                          enunciador nas suas relações com a sociedade e a história, reiteram ou procuram
                                          ressemantizá-la com modulações das intensidades de ausência e presença de valores
                                          eufóricos ou disfóricos, que não evitam a co-presença da assinatura. As reflexões
                                          teóricas possibilitam delinear uma teoria, ainda que provisória, que abarque as relações
                                          de sentido instauradas por meio de uma assinatura que mudam a nossa relação com um
                                          signo existente ou originam um signo novo. Especificamente, as assinaturas possuem
                                          atributos capazes de serem identificados e descritos ao produzir um signo diferente
                                          daquele atribuído tradicionalmente por uma comunidade ou que predeterminam uma
                                          apreensão de mundo, as quais se constituem em formação discursiva, ao se
                                          consolidarem como paradigmas em uma comunidade discursiva. Para este estudo,
                                          utilizamos como corpus enunciados que circularam na mídia em Mato Grosso do Sul,
                                          enquanto narrativas jornalísticas, no mês de agosto de 2019 e outros enunciados em
                                          suportes diferentes que circularam em períodos anteriores, onde se encontram o mesmo
                                          lexema.
                                          Palavras-chave: Epistemologia; semiótica discursiva; assinatura; interdiscurso.
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                                            A FOTOGRAFIA COMO REFERÊNCIA EM PROCESSOS CRIATIVOS DA PINTURA BRASILEIRA NO SÉCULO XXI: possibilidades e convergências
                                            Curso Doutorado em Estudos de Linguagens
                                            Tipo Tese
                                            Data 05/07/2023
                                            Área LETRAS
                                            Orientador(es)
                                            • Eluiza Bortolotto Ghizzi
                                            Coorientador(es)
                                              Orientando(s)
                                              • Priscilla de Paula Pessoa Biagi
                                              Banca
                                              • DESIRÈE PASCHOAL DE MELO
                                              • Eluiza Bortolotto Ghizzi
                                              • Geraldo Vicente Martins
                                              • Luana Maribele Wedekin
                                              • Lucia Isaltina Clemente Leão
                                              • Paulo Cesar Antonini de Souza
                                              • Sueli Maria Ramos da Silva
                                              Resumo Ao pensarmos sobre a pintura produzida a partir de meados do século XIX, é possível observar, por meio de registros históricos, que fotografias são, desde sua invenção, constantemente tomadas por pintores de diversas partes do mundo e das mais distintas vertentes como referência para suas criações; isso tem sido objeto de registros no campo da história da arte e dos estudos teóricos e críticos cujo foco é a gama de relações entre pintura e fotografia, e é nesse contexto que a presente tese se insere, ao dirigir o olhar para parte dessa produção, a partir do campo dos estudos de linguagens. Trazendo a questão para a arte contemporânea brasileira produzida nas primeiras décadas do século XXI, esta pesquisa levantou e analisou os diferentes percursos trilhados por quinze artistas na utilização de fotografias como referência para a produção de quinze pinturas brasileiras recentes, um conjunto de obras escolhido a partir de critérios que atestassem sua relevância e representatividade no cenário artístico nacional, de modo que passaram a ser tomadas como documentos iniciais para a busca de outros documentos sobre seus processos criativos, compondo assim, o corpus para as análises. O tratamento metodológico dos documentos foi orientado pela hipótese de que é possível detectar, a partir da análise comparativa de documentos de processos criativos de um conjunto de obras representativo da pintura produzida no Brasil nas últimas duas décadas, tanto uma série de possibilidades nas abordagens adotadas pelos artistas que fazem uso de fotografias em seus processos criativos, quanto certas convergências, que permitiram identificar, delimitar e agrupar vertentes dessa prática em relação ao recorte espacial e temporal de que tratamos. Em nosso percurso, voltamos a atenção para o próprio pensamento artístico em processo através de preceitos da crítica genética, com abordagem teórico-metodológica que se sustentou em aspectos da semiótica e de outros ramos da filosofia de Charles S. Peirce, buscando, na relação entre as obras entregues ao público e os registros sobre seus processos, um espaço para reflexões sobre a questão proposta. Por fim, apresentamos nossas conclusões sobre como se constituem as relações entre as referências fotográficas e as quinze pinturas que compõem o corpus desta pesquisa; em seguida, entendendo que a concretude de tais conclusões limita-se ao que foi observado nesse material, mas considerando que a consistência das análises permite traçar um mapa e projetá-lo para um cenário mais amplo – o da produção pictórica brasileira do século XXI –, apresentamos (preservando um caráter hipotético e sujeito a verificações futuras) as generalizações encontradas a partir de três aspectos: a origem das fotografias referenciais, seu papel na fatura da pintura e a natureza da referencialidade. Pretendemos que esta pesquisa seja uma contribuição para o campo educativo e para o campo artístico – um material relevante não só para teóricos das artes visuais, que se interessem pelos processos criativos em pintura, mas também para professores, acadêmicos e mesmo artistas já atuantes que possam aproveitar estes estudos sobre a fotografia como referência na pintura.
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                                              Língua Espanhola no Enem: análise de itens de 2019 a 2022 na perspectiva dos Letramentos Críticos
                                              Curso Doutorado em Estudos de Linguagens
                                              Tipo Tese
                                              Data 03/07/2023
                                              Área LETRAS
                                              Orientador(es)
                                              • Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
                                              Coorientador(es)
                                              • Fabiana Pocas Biondo
                                              Orientando(s)
                                              • Simone dos Santos França
                                              Banca
                                              • Alvaro Jose dos Santos Gomes
                                              • Antonio Ferreira da Silva Júnior
                                              • Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
                                              • Elaine de Moraes Santos
                                              • José Veranildo Lopes da Costa Junior
                                              • Kelly Cristiane Henschel Pobbe de Carvalho
                                              • Rosivaldo Gomes
                                              Resumo Esta tese é resultado da pesquisa de doutorado que teve como objetivo geral analisar itens de língua espanhola do Enem presentes nas aplicações de 2019 a 2022, na perspectiva dos letramentos críticos. Os itens foram selecionados considerando questões que propiciassem discussões relacionadas a relações de poder, ideologia e diversidade; itens que tivessem relação direta com práticas sociais; e que contemplassem os termos crítica/criticidade. As perguntas de pesquisa desta investigação são: a) os textos base, os enunciados e as alternativas colaboram para discutir de forma crítica práticas sociais, relações de poder e ideologia? Se sim, como?; b) existem aspectos dos letramentos críticos presentes nos textos base, enunciados e alternativas dos itens de língua espanhola do Enem? Decorrem como objetivos específicos: (i) discutir a importância da presença do espanhol no Enem; (ii) analisar como itens de língua espanhola do Enem podem possibilitar discussões sobre práticas sociais, relações de poder e ideologias; (iii) debater sobre a importância de itens de espanhol do Enem que contemplem uma perspectiva crítica da linguagem, conforme pressupostos dos letramentos críticos; (iv) discutir as implicações do Enem para o ensino e a aprendizagem de espanhol no ensino médio, na perspectiva dos letramentos críticos. Esta discussão insere-se no campo de estudos da Linguística Aplicada voltada para pesquisas que envolvem o ensino de espanhol e o Enem, relacionando linguagem e sociedade. Assim, a análise se centra em nove itens de espanhol do Enem a partir de três elementos que formam cada questão: o texto base, o enunciado e as alternativas. A tese defendida é que, a partir da escolha de determinados textos, seja possível provocar reflexões críticas capazes de contribuir para o ideal de uma educação com/para linguagens que permita a ampliação da consciência social dos indivíduos para que reflitam e atuem em sua própria realidade. Trata-se de uma pesquisa qualitativa (LANKSHEAR; KNOBEL, 2008), de cunho descritivo-interpretativista (MOITA LOPES, 1994). Dentre as justificativas para esta investigação, estão os anseios advindos de minha atuação como professora do ensino médio por alguns anos, em que pude vivenciar a necessidade de desenvolvimento da criticidade entre as/os estudantes, e observar os efeitos retroativos do Enem em minhas aulas. A experiência me motivou a desenvolver esta pesquisa, com o intuito de que ela possa contribuir, de algum modo, para aumentar as investigações sobre os itens de língua espanhola do Enem, e colaborar no desenvolvimento de trabalhos que relacionam itens de espanhol e a teoria dos letramentos críticos, além de cooperar para que professores, alunos, elaboradores de itens e a comunidade em geral percebam a necessidade de propor temas/textos que reivindicam um olhar mais crítico dos estudantes enquanto cidadãos e seu engajamento por meio da linguagem. Como base teórica, foram articulados estudos sobre letramentos críticos (CERVETTI; PARDALES; DAMICO, 2001; JANKS, 2010, 2012, 2013; MENEZES DE SOUZA, 2011; MONTE MÓR, 2008, 2010, 2011, 2013; STREET, 2014) e de espanhol (BAPTISTA, 2007, 2010; BOTELHO, 2021; CASSANY; CASTELLÀ, 2010; COSTA, 2012), dentre outros. A partir dos resultados, foi possível constatar que, dos itens analisados, somente alguns seguem em direção às reflexões críticas a partir da escolha do texto base. A elaboração dos itens de espanhol do Enem carece de abordagem voltada para criticidade, por meio de textos e temas que possibilitem o questionamento às realidades impostas, às relações de poder e às práticas sociais presentes na sociedade.
                                              Palabras clave: secundaria; español; examen a gran escala.
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                                              POLÍTICAS LINGUÍSTICAS: CONFINAMENTO E RETOMADA DAS LÍNGUAS KAIOWÁ E GUARANI NO CONE SUL DE MATO GROSSO DO SUL
                                              Curso Doutorado em Estudos de Linguagens
                                              Tipo Tese
                                              Data 12/05/2023
                                              Área LETRAS
                                              Orientador(es)
                                              • Rogerio Vicente Ferreira
                                              Coorientador(es)
                                                Orientando(s)
                                                • Adriana Oliveira de Sales
                                                Banca
                                                • Aparecida Negri Isquerdo
                                                • Bruno Oliveira Maroneze
                                                • Denise Silva
                                                • Eliel Benites
                                                • Maria Ceres Pereira
                                                • Patricia Graciela da Rocha
                                                • Rogerio Vicente Ferreira
                                                Resumo Neste estudo investigamos como têm se realizado as políticas linguísticas que envolvem as línguas indígenas Kaiowá e Nhandeva faladas no Cone Sul de Mato Grosso do Sul. Trata-se de uma abordagem gerada a partir do processo de confinamento territorial (BRAND, 1993; 1997) que ocasionou o confinamento linguístico (SALES, 2022), dessas etnias e línguas. A pesquisa conta com a base teórica calcada nos estudos das Políticas Linguísticas de Sposlky (2004), Calvet (2007; 2005), Hamel (1993), Ricento (2000). Inicialmente, faz-se a caracterização da situação das línguas indígenas a partir da descrição das situações sociohistóricas que ocasionaram a relação de contato e conflito com a língua portuguesa. Realizou-se também um levantamento documental sobre o processo de colonização linguística (MARIANI,2004) até os dias atuais, com análise de um diagnóstico sociolinguístico (FISHMAN, 1974), e reflexão complementar que envolve a glotopolítica (LAGARES, 2021), e a educação escolar indígena bilíngue (MARTINS, 2013; D’ANGELIS, 2012; MAHER, 2006; OLIVEIRA, 2000). Os Procedimentos metodológicos se orientaram pelos princípios etnográficos com o uso de instrumentos da pesquisa documental e de um questionário sociolinguístico (PIMENTEL, 2017), com esses instrumentos realizamos análise dos domínios de cada língua nas comunidades linguísticas investigadas, o foco principal se deu nas políticas dos âmbitos nacional, estadual e municipal, dando ênfase em como o contexto escolar (FERGUSON, 1974; CALVET, 2004) apresenta as línguas em seus projetos pedagógicos e currículos escolares das escolas de sete municípios. A partir das análises dados avaliamos que que as políticas linguísticas precisam contemplar as comunidades em suas discussões, que os povos indígenas podem se mobilizar para garantir seus direitos em termos municipais de uso das línguas, que as línguas indígenas estão tendo transmissão intergeracional e pela preservação da mesma. Nas escolas, constatou-se que o currículo, de maneira geral, não é intercultural nem bilíngue, que mesmo após formações sobre modelos de ensino bilingue o que se aplica ainda é o bilinguismo de substituição, estando as línguas e culturas Kaiowá e Nhandeva numa relação de desprestígio com a Língua Portuguesa. Observamos também que a educação escolar do Cone Sul não realiza o ensino de português como segunda língua e avaliamos que toda esfera escolar precisa de formação. A partir desses dados sugerimos a construção coletiva de um modelo forte de ensino de língua de modo que a escola possa contribuir com a manutenção do bilinguismo (BAKER, 2001) e no aumento da utilização das línguas indígenas com vista ao fortalecimento do fenômeno de retomadas linguísticas.
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                                                Translinguando sentidos autoetnográficos críticos como professora imigrante venezuelana da perspectiva decolonial
                                                Curso Doutorado em Estudos de Linguagens
                                                Tipo Tese
                                                Data 05/12/2022
                                                Área LETRAS
                                                Orientador(es)
                                                • Nara Hiroko Takaki
                                                Coorientador(es)
                                                  Orientando(s)
                                                  • Rosana Iriani Daza de Garcia
                                                  Banca
                                                  • Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
                                                  • Elizabete Aparecida Marques
                                                  • Fabiana Pocas Biondo
                                                  • Kleber Aparecido da Silva
                                                  • Nara Hiroko Takaki
                                                  • Walkyria Maria Monte Mor
                                                  Resumo Conforme dados do “Ministério da Cidadania, Dourados (MS) é o terceiro
                                                  município brasileiro que mais recebeu imigrantes venezuelanos pela Operação
                                                  Acolhida. Entre os efeitos desse fluxo em direção à referida cidade, em Mato
                                                  Grosso do Sul, destaca-se o crescente número de venezuelanos matriculados
                                                  em escolas públicas e o desafio na formação de professores para a “acolhida”
                                                  desses sujeitos. O trabalho acentua meu lócus de enunciação (BHABHA, 1988),
                                                  como professora e pesquisadora e objetiva interpretar e analisar a construção
                                                  de sentidos autoetnográficos, uma (auto)crítica reflexiva, na minha prática social,
                                                  ou seja, no meu fazer teórico-prático convivendo com alunos de Letras, ao
                                                  ministrar um curso de extensão intitulado “Lengua española y cultura
                                                  venezolana”, de março a junho de 2021, na Universidade Federal da Grande
                                                  Dourados (UFGD), em Dourados (MS) e de minha trajetória de imigrante. A
                                                  metodologia utilizada foi de natureza autoetnográfica crítica (SHORT; TURNER;
                                                  GRANT, 2013, ONO, 2017, TAKAKI, 2020). Escolha permitiu que eu
                                                  confrontasse meus pressupostos e experiência com as diferenças emergentes
                                                  em sala de aula, acentuando minhas intersubjetividades, já informadas pelas
                                                  teorias selecionadas, no que concerne à apreensão da dinamicidade do
                                                  trabalho. A pesquisa situa-se no âmbito das perspectivas de letramento crítico,
                                                  (CERVETTI, PARDALES, DAMICO, 2001, JANKS, 2010, LUKE, 2012,
                                                  MENEZES DE SOUZA, 2010, 2011, MONTE MÓR, 2010, 2018; MONTE MÓR;
                                                  MORGAN, 2014) inspirados em Freire (2001, 2011), translinguagem
                                                  (CANAGARAJAH, 2013, 2017, GARCÍA, 2009, GARCÍA; WEI, 2014, WEI, 2018,
                                                  YIP; GARCÍA, 2018), “novos” letramentos (LANKSHEAR; KNOBEL, 2006,
                                                  LANKSHEAR, 2007), epistemologias do sul (SOUSA SANTOS; MENESES,
                                                  2010) e decolonialidade (MENEZES DE SOUZA, 2019, 2010, MIGNOLO, 2003,
                                                  QUIJANO, 2000). O trabalho focaliza a educação linguística-cultural em contexto
                                                  migratório.
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                                                  Uma abordagem semiótica do discurso nos romances políticos de Erico Veríssimo
                                                  Curso Doutorado em Estudos de Linguagens
                                                  Tipo Tese
                                                  Data 30/11/2022
                                                  Área LETRAS
                                                  Orientador(es)
                                                  • Geraldo Vicente Martins
                                                  Coorientador(es)
                                                    Orientando(s)
                                                    • Dagmar Vieira Nogueira Silva
                                                    Banca
                                                    • Arlinda Cantero Dorsa
                                                    • Eluiza Bortolotto Ghizzi
                                                    • Geovana Quinalha de Oliveira
                                                    • Geraldo Vicente Martins
                                                    • Leoné Astride Barzotto
                                                    • Leticia Moraes Lima
                                                    • Maria Luceli Faria Batistote
                                                    Resumo Exercitar a leitura, em suas diversas faces e contextos, requer um conjunto de habilidades
                                                    e conhecimentos que mesclam a agilidade do pensamento à capacidade de compreensão e
                                                    reflexão do leitor diante do objeto lido. Por essa perspectiva e, levando em consideração o
                                                    olhar semiótico sobre o objeto verbal, pode-se afirmar que a leitura ultrapassa a fronteira da
                                                    simples decifração de um código, pois se transforma em um modo de construir a significação,
                                                    amparado nos sentidos percebidos no e pelo texto. Destarte, sob o viés da semiótica
                                                    discursiva, torna-se profícuo examinar o objeto discursivo, por meio de seu plano de
                                                    conteúdo, e de suas estruturas textuais, procurando compreender os mecanismos que
                                                    engendram a construção do(s) seu(s) sentido(s). Considerando esses aspectos, e
                                                    integrando estudos linguísticos e literários, selecionam-se três romances de caráter político,
                                                    do escritor Erico Verissimo, para compor o corpus desta pesquisa: O Senhor Embaixador
                                                    (1965), O prisioneiro (1967) e Incidente em Antares (1971). Para tal abordagem, recorre-se
                                                    à semiótica, valendo-se de elementos do percurso gerativo de sentido como guia para um
                                                    olhar mais atento ao texto, tendo como objetivo geral observar a construção do componente
                                                    temático-figurativo nos romances verissiano elencados, bem como das projeções das
                                                    categorias enunciativas neles efetuadas. Assim, demonstra-se, na prática, a teoria semiótica
                                                    discursiva, e, de modo mais específico, as análises envolvendo o (des)envolvimento e a
                                                    compreensão das construções figurativas de pessoas, espaços e tempos que recobrem os
                                                    temas de ordem política e social presentes nas distintas obras, todas da última fase do
                                                    escritor cruz-altense. Na interface entre a vida e a obra de Erico Verissimo, observam-se
                                                    também a fortuna crítica do autor e os acontecimentos que vinculam a presença de
                                                    personagens representativos da conjuntura político-social brasileira nas narrativas que
                                                    compõem a terceira fase de suas produções literárias. Como aporte teórico, foram
                                                    considerados os estudos de Greimas (1973; 1975; 2002; 2021 [1979]), Barros (1990; 2002;
                                                    2021), Bertrand (2003), Fiorin (1999; 2016; 2018; 2020; 2021), Martins (2017), Harkot-DeLa-Taille (2016), Chaves (1972; 1976), Ritter (2016), Todorov (2006; 2010), entre outros que
                                                    vieram a contribuir com os objetivos aqui delimitados. Diante das análises realizadas,
                                                    constatou-se que os elementos temático-figurativos, presentes nos discursos enunciados
                                                    pelas distintas instâncias enunciativas, determinam leituras acerca dos problemas políticosociais figurativizados na literatura; em face desses problemas, foram reconhecidas
                                                    diferentes formas de poder manifestadas pelos sujeitos defensores de ideologias e regimes
                                                    autocráticos que ignoram preceitos necessários à justiça e à equidade social, o que ratifica
                                                    os romances verissianos, de teor político, como instrumentos de diálogo entre enunciador e
                                                    enunciatário do texto no processo de construção da história registrada na/pela linguagem.
                                                    Palavras-chave: Semiótica; Figurativização; Tematização; Literatura brasileira; Política.
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                                                    Geo-ontoepistemologias decoloniais: Educação Linguística e "Português como Língua Acolhimento"
                                                    Curso Doutorado em Estudos de Linguagens
                                                    Tipo Tese
                                                    Data 01/06/2022
                                                    Área LETRAS
                                                    Orientador(es)
                                                    • Nara Hiroko Takaki
                                                    Coorientador(es)
                                                      Orientando(s)
                                                      • Francisco Leandro Oliveira Queiroz
                                                      Banca
                                                      • Alexandre José Pinto Cadilhe de Assis Jácome
                                                      • Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro
                                                      • Elaine de Moraes Santos
                                                      • Juliana Zeggio Martinez
                                                      • Nara Hiroko Takaki
                                                      • Rosivaldo Gomes
                                                      • Tania Ferreira Rezende
                                                      Resumo Resumo

                                                      Nos últimos anos, a decolonialidade (MIGNOLO, 2017a, 2015, 2008, 2003; WALSH, 2017, 2016, 2013; QUIJANO, 2014; CASTRO-GÓMEZ e GROSFOGUEL, 2007) vem se tornando uma opção cada vez mais necessária para trazer o corpo de volta e marcar o não-marcado (MENEZES DE SOUZA, 2019, 2018) na língua/linguagem e na produção de conhecimento, principalmente em contextos do Sul Global, como é o caso brasileiro. Trazer o corpo de volta e marcar o não-marcado carregam premissas que rejeitam o universal como categoria capaz de professar a história única e o natural como estratégia possível de justificar as hierarquias sociais, com suas desigualdades radicais (SANTOS, 2019). Nesse sentido, o universal e o natural evidenciam a necessidade de repensar o saber a partir de sua própria geopolítica e corpopolítica, abordando a questão social como consequência da modernidade (MIGNOLO, 2010a, 2000) e da colonialidade (MIGNOLO, 2017b, 2010a). No campo da educação linguística, a perspectiva decolonial é fundamentalmente relevante por denunciar a colonialidade da linguagem (VERONELLI, 2021), cavando espaço para redesenhos outros, sem desconsiderar as tensões constantes e sem dispensar contestações de tempo em tempo. Nesses termos, o objetivo desta tese é problematizar o Português como Língua de Acolhimento, a partir do meu lócus de enunciação de educador-professor de português e das geo-ontoepistemologias decoloniais. A metodologia é de natureza conversacional e interpretativa-reflexiva, considerando a escolha da literatura, as visões, vivências e expectativas sociais em meio às demandas políticas, éticas e educacionais contemporâneas. Os resultados principais apontam para uma forte colonialidade da língua/linguagem, atravessando o estar-sendo, o sentir e o agir dos sujeitos afetados pela opressão moderna, refletindo diretamente a dominação do ser e do saber, em que intersubjetividades e conhecimentos obedecem a patrões coloniais do poder. Os resultados apontam também para a necessidade de identificar, interrogar e interromper essa mesma colonialidade, chamando atenção para a reconstrução do Português como Língua de Acolhimento a partir de premissas decoloniais, pressupondo o/a professor/a e o/a aluno/a como coautores/ras desse processo localmente.

                                                      Palavras-chave: Geo-ontoepistemologias decoloniais. Educação linguística. Português como Língua de Acolhimento.
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