Educação diferenciada: uma etnografia na escola Ñandejara em Caarapó-MS |
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Curso |
Mestrado em Antropologia Social |
Tipo |
Dissertação |
Data |
05/09/2025 |
Área |
ANTROPOLOGIA |
Orientador(es) |
- Antonio Hilario Aguilera Urquiza
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Jhemerson da Silva e Neto
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Banca |
- Antonio Hilario Aguilera Urquiza
- Diógenes Egídio Cariaga
- Maria Raquel da Cruz Duran
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Resumo |
A presente pesquisa se insere no campo de estudos que versam sobre Educação Escolar Indígena (EEI) e Antropologia. Tem como objetivo produzir uma etnografia a fim de interpretar os modos de construção da EEI enquanto educação diferenciada no contexto da Escola Municipal Ñandejara, analisando as transformações vividas pelos Kaiowá e Guarani por meio dos processos de escolarização e como estes se constituem nos modos ser atual deste de povo, na Reserva Indígena Te’yikue, em Caarapó-MS. Como metodologia, adota a etnografia como instrumento analítico, utilizando técnicas como observação participante, diário e caderno de campo, registros fotográficos, entrevistas e análise documental. Além disso, recorreu à literatura antropológica e educacional referente ao tema para abordar questões como: organização social dos Kaiowá e Guarani, educação indígena, educação tradicional kaiowá, processos de escolarização e transformações socioculturais no contexto da EEI entre os Kaiowá e Guarani. Compreende-se a Escola Ñandejara como um espaço atravessado pelo dilema da escola em contextos culturais diferenciados: ao mesmo tempo em que se insere como parte dos modos de ser e viver dos Kaiowá e Guarani, está submetida a formas de controle do Estado que tensionam sua autonomia. A etnografia ora realizada – ainda que situada e localizada – apresenta alguns elementos de como a escola atravessa as formas de organização social, nos regimes de autoridade e nas relações entre as parentelas em Te’yikue, evidenciando o status alcançado por professores, e reconfigurando as formas de relações. Documentos como o Projeto Político-Pedagógico (PPP) da escola e espaços como o Fórum Indígena de Te’yikue indicam formas de fazer política e a própria agência dos Kaiowá, que buscam, por meio da escola, formas de contornar os problemas trazidos pela sociedade envolvente, como o sistema de liderança baseada nos “capitães”. Por fim, entende-se que a escola Ñandejara, em Te’yikue, ainda está em um processo – contínuo – de guaranização, onde coexistem projetos políticos distintos: uma política de estado orientada por suas normas de funcionamento dos sistemas de ensino e outro centrado nos modos de vida Kaiowá e Guarani. Essa tensão produz reconfigurações nos processos educativos, mas também abre possibilidades para a criação de caminhos próprios em busca da autonomia da escola indígena e “abertura para o outro”.
Palavras-chave: Antropologia e Educação. Escola Indígena. Educação Escolar Indígena. Kaiowá e Guarani. Guaranização da Escola. |
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A festa da farinha: migração nordestina e o papel da agricultura familiar no município de Anastácio (MS)
Construção da memória da migração e seus significados |
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Curso |
Mestrado em Antropologia Social |
Tipo |
Dissertação |
Data |
05/09/2025 |
Área |
ANTROPOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
- Mara Aline dos Santos Ribeiro
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Orientando(s) |
- Vanessa Silva de Oliveira
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Banca |
- Alvaro Banducci Junior
- Mara Aline dos Santos Ribeiro
- Ricardo Luiz Cruz
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Resumo |
Esta dissertação analisa o significado da “Festa da Farinha”, evento anual realizado no município de Anastácio-MS, com foco em suas dinâmicas culturais, sociais e econômicas. A pesquisa fundamenta-se em uma abordagem antropológica que dialoga com os
conceitos de festa, ritual e símbolo, buscando interpretar de que maneira o evento mobiliza a população, cria sentidos coletivos e articula diferentes tradições culturais. O estudo investiga como a festa reflete e reconfigura a intersecção entre a cultura nordestina
— marcada pela memória migratória de muitos participantes — e as dinâmicas locais, com ênfase no papel da agricultura familiar. Procura-se compreender como o evento impacta o cotidiano dos moradores, ressignifica práticas culturais e fortalece, ou tensiona,
a relação entre identidade e economia. Metodologicamente, o trabalho ancora-se na etnografia, por meio da observação, de entrevistas semiestruturadas e de registros em diário de campo. Durante essa etapa foram reunidos relatos de participantes locais —
agricultores, comerciantes e frequentadores — cujas narrativas revelam perspectivas diversas sobre a importância da festa. Esses relatos oferecem insights sobre a relação entre tradição e modernidade, memória e desenvolvimento, bem como as transformações percebidas ao longo do tempo no evento. Os resultados indicam que a “Festa da Farinha” assume múltiplos significados: para alguns simboliza um resgate cultural e um espaço de preservação da memória nordestina; para outros, representa oportunidade econômica e um motor de fortalecimento da agricultura familiar. Além disso, observa-se uma tensão
entre os aspectos tradicionais e as adaptações contemporâneas refletindo a complexidade das práticas culturais em contextos dinâmicos.
Palavras-chave: Festa, Farinha, Ritual, Cultura, Memória |
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ENTRE O PERMANENTE E O EFÊMERO: a esplanada ferroviária de Campo Grande e suas múltiplas temporalidades e espacialidades |
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Curso |
Mestrado em Antropologia Social |
Tipo |
Dissertação |
Data |
03/09/2025 |
Área |
ANTROPOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Larissa Emilia Monte Morandi
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Banca |
- Alvaro Banducci Junior
- ANA CLAUDIA MARQUES
- Francesco Romizi
- Mara Aline dos Santos Ribeiro
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Resumo |
Este trabalho analisa a Esplanada Ferroviária de Campo Grande/MS como um espaço onde memórias, significados, identidades e dinâmicas sociais se articulam por meio de materializações efêmeras. Por meio de uma abordagem qualitativa de base etnográfica, a pesquisa investiga como o conceito de "arquitetura efêmera" se relaciona com a formação de memória coletiva e identidade cultural na cidade. A partir da chegada da ferrovia, observa-se que elementos transitórios — como dinâmicas sociais, eventos temporários, festas, carnavais e outras construções de passagem — configuram-se como pontos de investigação sobre o impacto social e o papel da efemeridade na vida urbana contemporânea. A metodologia combina observação participante, diário de campo e entrevistas com grupos ligados ao entorno ferroviário, incluindo moradores, ex-ferroviários e frequentadores do espaço. O estudo utiliza referenciais teóricos de antropologia urbana, como o conceito de não-lugar (Augé) e patrimônio histórico-cultural, para explorar como a Esplanada reflete a interação entre o transitório e o permanente, a memória e o esquecimento. A pesquisa propõe que, mesmo breves e passageiras, as práticas e construções efêmeras contribuem para a construção social e pessoal da sociedade urbana, mobilizando desejos, expressões identitárias, vivências de solidão e relações com o corpo como arte e movimento. A Esplanada Ferroviária, enquanto espaço de memória e palco de dinâmicas efêmeras, emerge como um complexo cultural capaz de abrigar e transformar as experiências individuais e coletivas na era da supermodernidade. O estudo visa contribuir para a compreensão de como a arquitetura efêmera pode impactar a organização de espaços e moldar as relações sociais que, ainda que transitórias, permanecem na memória coletiva. |
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Aproximação etnográfica da espiritualidade dos Ejiwajegi (Kadiwéu) |
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Curso |
Mestrado em Antropologia Social |
Tipo |
Dissertação |
Data |
01/09/2025 |
Área |
ANTROPOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
- Maria Raquel da Cruz Duran
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Orientando(s) |
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Banca |
- Antonio Carlos Seizer da Silva
- Antonio Hilario Aguilera Urquiza
- Erik Petschelies
- Francesco Romizi
- Maria Raquel da Cruz Duran
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Resumo |
A presente pesquisa tem como enfoque a vida espiritual dos integrantes de uma sociedade ameríndia no atual Mato Grosso do Sul. A espiritualidade dos Kadiwéu, autodenominados Ejiwajegi, é bastante rica e complexa, refletindo processos históricos de contato com a sociedade envolvente e de incorporação de elementos simbólicos e materiais ali encontrados. Descendentes dos temidos cavaleiros Guaicurus, povo guerreiro e resistente que se opôs às penetrações espanholas e portuguesas, aliando-se ao governo brasileiro na ocasião da Guerra da Tríplice Aliança, presenciaram uma aproximação ao Evangelho desde a segunda metade do século XX. O objetivo desta pesquisa é compreender a realidade espiritual da sociedade kadiwéu, tendo em vista os processos de ressignificação cosmológica em que ela está inserida, as diversas tradições que ali convergem, e as relações estabelecidas entre estas na construção de ideais de autenticidade étnica e espiritual. A presente investigação, portanto, não aborda uma religião em particular ou o ato da conversão, mas as múltiplas formas em que se desenvolvem os processos identitários deste povo, dentro de um universo espiritual intrinsecamente multicêntrico. Ela, em particular, é desenvolvida ao longo de três eixos transversais, com problemas, objetivos e metodologias que lhe são próprios: o primeiro retoma, essencialmente através de uma releitura da literatura etnográfica clássica com um olhar teórico atualizado, o estudo das crenças animistas e das práticas xamânicas de uma religião tradicional, que oficialmente, foi suplantada pela penetração do cristianismo (evangélico); o segundo, foca o presente evangélico, a partir também dos depoimentos de algumas pessoas idosas que tomaram parte das grandes transformações que levaram à sua constituição; no terceiro eixo, exploramos as maneiras em que cosmologia animista, cultura popular católica e evangélica, através de contínuos processos simbólicos de ressignificação e apropriação, são conjugadas para dar vida a um modo de estar no mundo, entendido como autêntico, próprio e originário - aqui realizamos algumas indagações e comparações diacrônicas de rituais xamânicos e cristãos, das atuações e prerrogativas dos nidjienigi (curandeiros) e dos pastores, das cosmologias e narrativas antigas e presentes, atentos tanto aos elementos de continuidade como aos de descontinuidade que ali aparecem. Este trabalho, que busca contribuir com a literatura sobre a vida espiritual dos Ejiwajegi, se sustenta em uma abordagem qualitativa, de base etnográfica (com trabalho de campo realizado principalmente na aldeia Alves de Barros, “capital” kadiwéu), com uso de rodas de conversa e observação, participante ou não.
Palavras-chave: Ejiwajegi/Kadiwéu; espiritualidade; cosmologia. |
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O centro e a cidade: interpretação do discurso político institucional nas políticas públicas de habitação social no centro de Campo Grande, MS, na perspectiva da Antropologia Urbana |
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Curso |
Mestrado em Antropologia Social |
Tipo |
Dissertação |
Data |
29/08/2025 |
Área |
ANTROPOLOGIA URBANA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- ANA CLAUDIA MARQUES
- Francesco Romizi
- Mara Aline dos Santos Ribeiro
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Resumo |
Esta dissertação de mestrado interpreta o discurso político institucional do(a) Planurb, também denominado Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano de Campo Grande, MS, relacionado à habitação social que tenha características de preservação do patrimônio histórico e arquitetônico, no centro de Campo Grande, MS. A metodologia baseia-se em um levantamento bibliográfico e iconográfico inicial no Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul e no Arquivo Municipal de Campo Grande, MS, seguido de pesquisa em informações veiculadas na mídia local em Campo Grande, MS, e no site institucional do(a) Planurb. O trabalho de campo inclui registros iconográficos em edificações que não cumprem a função social de habitação no Centro e, com referência a este, realizadas descrições etnográficas e cartográficas. A partir de uma perspectiva interdisciplinar, concentro-me nos argumentos teóricos da Antropologia Urbana, com foco em Geografia e Planejamento Urbano. Na interpretação do discurso político institucional, foi possível confirmar a hipótese de que o (o) Planurb não prioriza a implementação de habitação social e popular, nas edificações com características de preservação histórica e arquitetônica no Centro. |
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ARTE EJIWAJEGI KADIWÉU E SINAIS DIACRÍTICOS DA CULTURA: Matérias-primas, gêneros e grupos |
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Curso |
Mestrado em Antropologia Social |
Tipo |
Dissertação |
Data |
29/08/2025 |
Área |
ANTROPOLOGIA |
Orientador(es) |
- Maria Raquel da Cruz Duran
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Francesco Romizi
- Jaime Garcia Siqueira Junior
- Maria Raquel da Cruz Duran
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Resumo |
A presente pesquisa tem como objetivo entender quais são as pinturas e os grafismos
pertencentes a cada um dos gêneros, às mulheres e aos homens, no conjunto de desenhos
tradicionalmente produzidos pelos Ejiwajegi/ Kadiwéu, especialmente entre a população
indígena da aldeia Alves de Barros (Porto Murtinho-MS). A partir desta proposta investigativa,
pretende-se compreender também os tipos de materiais utilizados por mulheres e homens na
realização destes desenhos, por exemplo, se existem cores e utensílios específicos de
determinado gênero na comunidade. Como indígena deste povo, meu interesse está em
esclarecer possíveis confusões no uso destes padrões e materiais, entre as mulheres e os
homens, recorrentes na atualidade. Com isto espero contribuir para a continuidade deste saber
em meu povo, seu fortalecimento nas aldeias e também produzir materiais didáticos que
informem sobre essa temática às futuras gerações. |
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O caso de Elena: etnografia de um processo criminal envolvendo indígenas dos povos kaiowá e guarani ñandeva |
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Curso |
Mestrado em Antropologia Social |
Tipo |
Dissertação |
Data |
28/07/2025 |
Área |
ETNOLOGIA INDÍGENA |
Orientador(es) |
- Asher Grochowalski Brum Pereira
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Bárbara Ferreira Ávila do Carmo
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Banca |
- Antonio Hilario Aguilera Urquiza
- Asher Grochowalski Brum Pereira
- Jane Felipe Beltrão
- Priscila Lini
- Rosa Sebastiana Colman
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Resumo |
Esta pesquisa realiza uma etnografia jurídica detalhada sobre um caso indicado como
feminicídio ocorrido na aldeia Yvy Katu, em Japorã, Mato Grosso do Sul, envolvendo uma
importante liderança indígena guarani ñandeva, assassinada com extrema violência. O estudo
analisa criticamente as interações entre as perspectivas ameríndias e os procedimentos do poder
judiciário brasileiro, destacando incongruências e especificidades culturais frequentemente
negligenciadas nas abordagens tradicionais. A metodologia combina etnografia de documentos,
observação do tribunal do júri e trabalho de campo junto às comunidades indígenas envolvidas,
refletindo sobre os desafios da comunicação intercultural nos processos judiciais e sobre as
particularidades jurídicas e antropológicas identificadas no caso. Inspirada em abordagens
críticas e decoloniais, esta dissertação enfatiza a importância de um pluralismo jurídico e do
protagonismo indígena nas instituições públicas para a construção de uma justiça social efetiva
e equitativa. |
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A ALDEIA URBANA MARÇAL DE SOUZA: UMA SISTEMATIZAÇÃO DO MOVIMENTO DE URBANIZAÇÃO DO POVO TERENA |
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Curso |
Mestrado em Antropologia Social |
Tipo |
Dissertação |
Data |
14/05/2025 |
Área |
ANTROPOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Antonio Hilario Aguilera Urquiza
- Asher Grochowalski Brum Pereira
- Fábia Ribeiro Carvalho de Carvalho
- Priscila Lini
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Resumo |
A presente pesquisa visa desenvolver um estudo sobre as perspectivas do Movimento de Urbanização do Povo Terena, dentro do processo de deslocamento e edificação da Aldeia Urbana Marçal de Souza no município de Campo Grande/MS. Tem como finalidade evidenciar a importância e os desafios da migração e urbanização do povo Terena, em uma conjuntura de desterritorialização tradicional e deslocamento ao ambiente da cidade, sendo reconhecida nacionalmente como a primeira Aldeia Urbana Indígena do país. Esta configuração sugere, em uma primeira análise, uma série de adaptações e negociações na execução de políticas públicas no Estado de Mato Grosso do Sul, somada a estratégias de legitimação e demandas sociopolíticas locais e municipais, como forma de resistência em um novo espaço de construção da existência e reprodução da vida material. Também podem-se observar graves violações de direitos em relação a vários povos presentes nesse mesmo estado, que é o terceiro maior em número de população indígena do País, que de alguma maneira também buscam novas formas de existir em face aos despojos territoriais e a necessidade de habitar o espaço urbano como forma de acesso a serviços públicos essenciais. Para o desenvolvimento da presente pesquisa empregou-se o método etnográfico como balizador e aporte metodológico, visando a abordagem e vivência no trabalho de campo, somado à sistematização bibliográfica e demais referenciais normativos vigentes reguladores dessa política. |
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IEMANJÁ: A RAINHA DOS MARES ÀS MARGENS DO RIO PARAGUAI |
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Curso |
Mestrado em Antropologia Social |
Tipo |
Dissertação |
Data |
30/04/2025 |
Área |
ANTROPOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- THAYLLA GIOVANA PEREIRA DA SILVA
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Banca |
- Alvaro Banducci Junior
- Asher Grochowalski Brum Pereira
- Flavia Freire Dalmaso
- Francesco Romizi
- MARIO TEIXEIRA DE SÁ JUNIOR
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Resumo |
O objetivo desta dissertação é compreender a dinâmica de devoção e louvação a Iemanjá realizada às margens do rio Paraguai, no Porto Geral, localizado na cidade de Corumbá, Mato Grosso do Sul. As religiões de matriz africana são um fator determinante para a construção social e cultural da região, e esta pesquisa aborda as relações místicas e religiosas que permeiam o imaginário e o cotidiano dos terreiros, sacerdotes e filhos de santo. A pesquisa enfatiza as narrativas de Mãe Elenir e Mãe Janaína, filhas de Iemanjá e principais interlocutoras deste estudo, a partir de um recorte etnográfico das atividades religiosas, desde as giras semanais e os preparativos até as louvações a Iemanjá, que ocorrem na última semana do ano e no dia 2 de fevereiro. Ressalta-se que, embora este trabalho inclua interlocutores de outros terreiros e suas narrativas sejam contempladas ao longo do texto, a dissertação é resultado, sobretudo, da minha participação regular no Centro Espírita de Umbanda Pai Oxalá, terreiro de Mãe Elenir, e do acompanhamento dos preparativos da Tenda Espírita de Umbanda Maria da Guiné, dirigida pela Mãe Janaína. A análise foi guiada pela vivência cotidiana nesses espaços religiosos.
Palavras-Chaves: Corumbá; religiões de matriz africana; terreiros; rituais; louvação a Iemanjá |
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ASSASSINATOS EM SÉRIE: UMA ANÁLISE ANTROPOLÓGICA NO CASO MANÍACO DA CRUZ |
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Curso |
Mestrado em Antropologia Social |
Tipo |
Dissertação |
Data |
15/04/2025 |
Área |
ANTROPOLOGIA URBANA |
Orientador(es) |
- Asher Grochowalski Brum Pereira
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Iris Graziela Teles Machado
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Banca |
- Anaxsuell Fernando da Silva
- Asher Grochowalski Brum Pereira
- Carolina Barreto Lemos
- Francesco Romizi
- Priscila Lini
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Resumo |
Neste trabalho foi feita uma análise etnográfica digital do caso "Maníaco da Cruz", ocorrido em Mato Grosso do Sul, com o intuito de compreender as repercussões midiáticas que o referido caso teve, levando em consideração o comportamento virtual da população que consumia as notícias e como a mídia explorava o tema. Para isso, foram analisados jornais eletrônicos, comentários de comunidades, canais do Youtube e reportagens televisivas que abordaram o caso. Fora utilizada a ideia de Volumentos de Piette na dualidade de puro e impuro de Mary Douglas, bem como dos elementos ritualísticos de Durkheim. Assim, pôde-se compreender como o caso tornou-se relevante não apenas no período em que este ocorreu, mas também na atualidade, visto que, ainda continua a ter repercussão na mídia sul-mato-grossense. |
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O OLHAR ANTROPOLÓGICO SOBRE O ESTADO: QUESTÕES, MÉTODOS E UMA ETNOGRAFIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL EM CAMPO GRANDE (MS) |
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Curso |
Mestrado em Antropologia Social |
Tipo |
Dissertação |
Data |
06/09/2024 |
Área |
ANTROPOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Alessandra Rossi Caceres Mendonça
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Banca |
- Flavia Freire Dalmaso
- Luciane Pinho de Almeida
- Ricardo Luiz Cruz
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Resumo |
Esta dissertação surge das experiências e observações feitas como funcionária pública na Secretaria Municipal de Assistência Social – SAS, no município de Campo Grande – MS. Reflexões sobre a chamada “acolhida” realizada pelo agente estatal com os migrantes e pessoas que vivem em situação de rua, que recorrem à secretaria para atendimento, questões que surgiram na pandemia de Covid-19. O objetivo é pensar nessa acolhida como instrumental usado nesse atendimento, compreender como esse processo ocorre, as relações de trabalho entre os agentes, quais condições estruturais são disponibilizadas aos trabalhadores que a executam, e como se formam dentro desse espaço. Para prosseguir nesse estudo, utilizo referenciais teórico-metodológicos baseado em antropólogos que fizeram pesquisas voltadas para esse tema, estudando os agentes estatais e o Estado por meio da etnografia e observações no campo. Este trabalho é dividido em duas partes, embasamento teórico descrito no primeiro capítulo estabelecendo o diálogo proposto, oferecendo argumentação e respaldo teórico de como pensar o trabalho exercido pelos agentes dentro do Estado, utilizando a etnografia na pesquisa que será realizada. O segundo capítulo, apresenta todo contexto vivido pelos agentes estatais dentro do campo, mostra, percepções obtidas além de contextualizar e aprofundar mais esse espaço de pesquisa com foco no interesse dessas relações. Por fim, almejo abordar questões que envolvem o trabalho do agente estatal que realiza a acolhida.
Palavras-chave: migrantes, população em situação de rua, acolhida, assistência social, agente do Estado. |
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O DISCO VOADOR DO MORENÃO: UFOLOGIA, IDENTIDADE E CULTURA EM MATO GROSSO DO SUL |
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Curso |
Mestrado em Antropologia Social |
Tipo |
Dissertação |
Data |
06/08/2024 |
Área |
ANTROPOLOGIA |
Orientador(es) |
- Guilherme Rodrigues Passamani
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Leonardo Cristian Martins
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Banca |
- Alvaro Banducci Junior
- Asher Grochowalski Brum Pereira
- Dilza Porto Goncalves
- Esmael Alves de Oliveira
- Guilherme Rodrigues Passamani
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Resumo |
No ano de 1982, durante uma partida de futebol entre Operário-MS e Vasco da Gama-RJ pela “Taça Ouro”, um objeto voador não identificado (OVNI) sobrevoou os céus de Campo Grande e foi visto por milhares de torcedores no estádio Pedro Pedrossian, o Morenão. Tal evento é tratado pelos ufólogos brasileiros como um dos maiores avistamentos coletivos de disco voador do mundo. Sendo assim, esta dissertação explora a interseção entre ufologia, representação cultural e identidade em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul. Este trabalho tem como objetivo compreender como se deu o “Caso Morenão” e quais desdobramentos desse evento para a cidade de Campo Grande. Para tal, analisa o aparecimento do Disco Voador no estádio Morenão tendo como referência as características dos avistamentos de óvnis aceitos pela comunidade ufológica, além de discutir a relação entre o avistamento e a memória coletiva. Durante o trabalho de campo, foram realizadas interlocuções com nove pessoas, sendo dois ufólogos de Alto Paraíso de Goiás, que contribuíram para o entendimento de como se estrutura a ufologia nacional, e sete moradores de Campo Grande, que presenciaram o evento de dentro e fora do estádio. Deste modo, constatou-se que o evento ocorrido no Morenão possui aspectos que o qualificam perante a ufologia na categoria de avistamento coletivo de disco voador e que o acontecimento influencia o imaginário campo-grandense até os dias atuais.
Palavras-chave: Disco Voador. Morenão. Ufologia. Identidade. Memória Coletiva. Cultura Popular. |
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AS LIDERANÇAS TERENA E OS DESAFIOS ENFRENTADOS NAS ALDEIAS URBANAS DE CAMPO GRANDE-MS |
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Curso |
Mestrado em Antropologia Social |
Tipo |
Dissertação |
Data |
12/07/2024 |
Área |
ANTROPOLOGIA |
Orientador(es) |
- Maria Raquel da Cruz Duran
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Elidio Vicente Pereira Neto
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Banca |
- Antonio Hilario Aguilera Urquiza
- Augusto Ventura dos Santos
- Maria Raquel da Cruz Duran
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Resumo |
Ao realizarmos uma pesquisa relacionada aos povos indígenas e seus desafios em um contexto urbano, nos abre um leque de possibilidades e questões a serem debatidas. No caso das lideranças terena em Campo Grande/MS, os desafios de fato já vêm ocorrendo há algumas décadas e várias problemáticas são discutidas por alguns autores. O presente trabalho visa trazer à tona algumas considerações pertencentes à política das lideranças terena no contexto de Campo Grande/MS como, por exemplo, o agir das lideranças terena das aldeias urbanas da cidade e como é esse lidar tanto com as aldeias que lideram, quanto com a população não indígena da cidade. A importância desta questão se dá justamente ao elencarmos no texto a adaptabilidade dos povos Terena desde as ocupações até mesmo na busca de uma melhor qualidade de vida como na qualificação profissional e nos estudos. Buscamos nos primeiros capítulos, realizar uma breve contextualização histórica dos povos terena na região que hoje é o estado do Mato Grosso do Sul. Em seguida, relacionamos com Clastres (2003), os modos de condução política (ou não), dos indígenas sul-americanos. No capítulo 3, realizamos nosso aguardado trabalho de campo buscando as lideranças indígenas das aldeias urbanas de Campo Grande/MS e as entrevistando, buscando sempre as diferentes formas de lidar dessas lideranças com seus comandados.
Palavras-chave: Lideranças Terena, Aldeias Urbanas, Adaptabilidade e Políticas. |
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Correr gira: pessoas, exus e pombagiras em Corumbá e Ladário/MS |
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Curso |
Mestrado em Antropologia Social |
Tipo |
Dissertação |
Data |
14/06/2024 |
Área |
ANTROPOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- MARIA EDUARDA RODRIGUES DA SILVA
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Banca |
- Flavia Freire Dalmaso
- Francesco Romizi
- Martina Ahlert
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Resumo |
O objetivo desta dissertação é compreender como se organizam as relações entre pessoas quecirculam por distintas religiões de matriz africana e entidades conhecidas como de linha esquerda ou povo da encruza - em especial os exus e as pombagiras - a partir das categorias locais de trabalho, obrigação e demanda, nos municípios vizinhos de Corumbá e Ladário, ambos localizados no Pantanal sul mato-grossense. Partindo das narrativas de dona Zizi, personagem fundamental na história de Ladário, a respeito das interferências do exu Seu Corisco em sua vida, busco mostrar um recorte etnográfico das atividades religiosas naquela
região. Embora os terreiros de umbanda e candomblé tenham servido como base para o trabalho de campo, ressalto que as discussões aqui propostas não estão limitadas por esses
terreiros. Em outras palavras, a etnografia sobre a qual se apoia a dissertação não é resultado de minha participação regular em um ou outro terreiro específico, algo comum na produção
antropológica sobre as religiões de matriz africana no Brasil. Ao contrário, procuro mostrar como as relações entre essas entidades (exus e pombagiras) e as pessoas (sejam médiuns ou clientes) extrapolam os limites espaciais das chamadas casas de culto se desdobrando em efeitos cotidianos. |
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PALAVRAS E SILÊNCIOS: Violência de Gênero na História de Vida de Mulheres |
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Curso |
Mestrado em Antropologia Social |
Tipo |
Dissertação |
Data |
04/06/2024 |
Área |
ANTROPOLOGIA |
Orientador(es) |
- Asher Grochowalski Brum Pereira
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Rosimeire Batista da Silveira Turci
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Banca |
- Anaxsuell Fernando da Silva
- Asher Grochowalski Brum Pereira
- Priscila Lini
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Resumo |
O objetivo deste trabalho é examinar a violência de gênero a partir da história de vida de quatro mulheres e da experiência profissional da pesquisadora na área de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra as mulheres. Busca-se, ainda, compreender o processo de percepção delas enquanto em situação de violência e identificar os recursos de resistência à precarização da vida que se manifestam na história de uma mulher cuja existência é permeada pela violência. O método de pesquisa utilizado é a etnografia de história de vida, defendida por Suely Kofes. Parte do meu campo de pesquisa são as histórias de mulheres que trago na memória, decorrente do meu convívio com elas em razão do meu trabalho na Casa da Mulher Brasileira e na Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Outra parte é a história de vida de Maira, com quem entrei em contato por intermédio da Casa da Mulher. Para responder às questões norteadoras desta pesquisa, articulo noções teóricas sobre poder, cultura, gênero, vulnerabilidade e precariedade e o material de campo. Nessa perspectiva, foi possível identificar a solidariedade entre as mulheres como forma de resistência à precarização da vida, que ficou evidente na história de vida de Maira, e a importância de se dar inteligibilidade à dor e ao sofrimento para o reconhecimento da violência.
Palavras-chaves: Violência de gênero. Cultura. Percepção da violência. Precariedade da vida. |
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MARCAS DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: UMA ETNOGRAFIA DE EXPERIÊNCIAS VIVIDAS E NARRADAS |
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Curso |
Mestrado em Antropologia Social |
Tipo |
Dissertação |
Data |
11/03/2024 |
Área |
ANTROPOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Maiara Ricalde Machado Avanci
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Banca |
- Aparecido Francisco dos Reis
- Asher Grochowalski Brum Pereira
- Francesco Romizi
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Resumo |
A presente dissertação possui como objetivo compreender, pelos caminhos etnográficos,
como mulheres e mães constroem narrativas e relatos a respeito de seus partos, no
período de 2022 a 2023. Este caminho foi trilhado a partir da interlocução etnográfica com
mulheres que passaram por experiências negativas no processo de parturição,
constituídas a partir de uma conscientização comum dessas vivências, como
profundamente embebidas de ações e representações violentas, e de posterior análise de
seus relatos. Compreender a narrativa de mulheres que vivenciaram experiências
negativas e traumáticas em um momento tão importante de suas vidas significou
mergulhar no universo profundo e particularizado de cada uma delas, e entrar em contato
com coletivos de mulheres conscientizadas que atuam a partir da partilha dessas
vivências. |
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UM DIA A GENTE COME, NO OUTRO NÃO: AS CONDIÇÕES SOCIAIS DO TRABALHO EMBARCADO NO PANTANAL SUL MATO-GROSSENSE |
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Curso |
Mestrado em Antropologia Social |
Tipo |
Dissertação |
Data |
01/02/2024 |
Área |
ANTROPOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Tatiane Aparecida Dreger de Souza Fernandes
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Banca |
- Flavia Freire Dalmaso
- Ricardo Luiz Cruz
- Thiago Araujo Santos
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Resumo |
O trabalho dos embarcados no Pantanal Sul Mato-grossense é uma atividade que produz sociabilidades, pertencimento e afetividades, dando origem a um conjunto de significados dentro de uma dinâmica relacional e de poder. Assim, o objetivo desta pesquisa é analisar as condições sociais dos trabalhadores embarcados que residem no Pantanal Sul Mato-grossense, ou seja, como essa atividade é socialmente construída sob os prismas desses agentes e de outros atores ao se redor, notadamente das pessoas envolvidas no campo do turismo. Para tal, a etnografia foi o método principal desta pesquisa; realizando trabalho de campo; entrevistas; e conversas informais com estes trabalhadores, além de manter vínculo com os interlocutores por meio de aplicativo de mensagens. A análise evidencia como esta profissão está dentro de um conjunto de etapas das cadeias produtivas que atingiram as atividades laborais no Pantanal Sul. Outro aspecto é como a produção social e territorial do trabalho precarizado submete estes sujeitos a uma posição de invisibilidade e vulnerabilidade de suas vidas sociais, impactando suas esferas de direitos. Contudo, ao observar as dimensões simbólicas e subjetivas destes indivíduos, percebeu-se que está profissão não é apenas uma forma de acúmulo do capital/mercado turístico utilizando-se do trabalho social não pago. Na realidade, esta profissão, para além do campo econômico, é uma forma dos trabalhadores embarcados serem reconhecidos por seus familiares, comunidade e, por eles mesmos - conferindo significado, legitimidade ou reconhecimento às suas trajetórias sociais, num contexto marcado pela naturalização das suas condições precárias de vida.
Palavras-chave: Trabalho. Trabalhadores Embarcados. Precariedade. Pantanal Sul. |
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A MOBILIDADE TRANSFRONTEIRIÇA DOS GUARANI E KAIOWÁ DE ÑANDE RU MARANGATU: a oguatá de Kuña Rory, uma mulher Kaiowá sem documentos |
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Curso |
Mestrado em Antropologia Social |
Tipo |
Dissertação |
Data |
26/01/2024 |
Área |
ANTROPOLOGIA |
Orientador(es) |
- Antonio Hilario Aguilera Urquiza
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Antonio Hilario Aguilera Urquiza
- Lauriene Seraguza Olegário e Souza
- Maria Raquel da Cruz Duran
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Resumo |
Dissertação vinculada à linha de pesquisa “Povos e comunidades tradicionais, fluxos e fronteiras”, sobre a mobilidade transfronteiriça das etnias Guarani e Kaiowá da terra indígena Ñande Ru Marangatu, situada na zona rural do município de Antônio João/MS, na fronteira entre Brasil e Paraguai. A partir dos procedimentos da pesquisa bibliográfica e pesquisa antropológica, com ênfase no trabalho de campo (observação participante, entrevistas e história de vida), aborda a relação do Estado brasileiro com os povos originários, o direito constitucional à existência, os direitos territoriais dos indígenas, as disputas sobre as terras e as iniciativas legislativas que ameaçam esses direitos. Analisa os deslocamentos espaciais Guarani e Kaiowá na fronteira entre Brasil e Paraguai, as características e a natureza das movimentações, os conceitos de território e fronteira para essas etnias e o histórico da ocupação indígena em Ñande Ru Marangatu. Nesse contexto, apresenta a etnografia de Kuña Rory1 e suas filhas, mulheres Kaiowá, indocumentadas, os obstáculos no acesso aos serviços públicos brasileiros causados pela indocumentação e a invisibilização como estratégia de opressão. Conclui de forma provisória que esses povos originários são considerados, muitas vezes, estrangeiros em suas próprias terras, verdadeiros párias sociais, com especial ênfase na situação da mulher, a qual ainda sofre outras formas de violência ligadas ao gênero feminino. |
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OS FILHOS BRANCOS DA FÉ DE NEGRA RAIZ: UM ESTUDO ANTROPOLÓGICO EM UM TERREIRO DE CANDOMBLÉ DE CAMPO GRANDE – MS |
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Curso |
Mestrado em Antropologia Social |
Tipo |
Dissertação |
Data |
30/11/2023 |
Área |
ANTROPOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Andreas Hofbauer
- Francesco Romizi
- Priscila Lini
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Resumo |
Em um país racista como o Brasil o número significativo de pessoas que professam a religiosidade candomblecista é um fenômeno que subverte a lógica social dominante. Ao longo de nossa experiência dentro do terreiro, percebemos que a constituição étnico-racial majoritariamente branca confirmava essa observação. Por essa razão, o presente trabalho se propôs a estudar o fenômeno do embranquecimento do candomblé, assim como suas possíveis consequências nas dinâmicas vividas dentro dessa experiência religiosa afrodiaspórica; entre elas analisamos também a presença daquele conjunto de fenômenos, de afirmação cultural e política da superioridade do homem branco, conhecido como branquitude. Dessa forma, apoiando-nos numa revisão bibliográfica da antropologia das religiões afro-brasileiras e estabelecendo um diálogo com as teorias psicanalíticas que analisam a temática da branquitude, realizamos uma pesquisa de campo no terreiro Axé Nascente, situado em Campo Grande–MS; tratou-se de uma etnografia efetuada por etnógrafo nativo, com a realização de observação participante e entrevistas semiestruturadas. Da análise proporcionada, o terreiro apareceu menos embranquecido do que as percepções iniciais sugeriam, mas atravessado por movimentos de branquitude, que se tornavam particularmente visíveis em momentos caracterizados pela experiência de alteridade; esta se dava, ora pela presença, no terreiro, de sacerdotes externos à comunidade estudada, ora pelas fricções com a condução da sociedade abrangente com ênfase no processo de urbanização como propulsor dessas forças. Por outro lado, a partir da análise do universo simbólico da cosmologia afrodiaspórica presente no candomblé, que se materializa pela prática ritual, deparamo-nos com uma força ontologicamente informadora da identidade e dos discursos, que resulta em uma transformação dos indivíduos a partir da introjeção de valores que chamamos de pretitudes. Assim, restou evidente que, mesmo estando presente a branquitude, o terreiro se estabelece também como um ambiente de corrosão da branquitude, pela contra força que exerce a partir de uma pretitude em movimento. |
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CATÓLICO, GAY E SOROPOSITIVO: UM BIOGRAFEMA SOBRE A VIDA |
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Curso |
Mestrado em Antropologia Social |
Tipo |
Dissertação |
Data |
29/11/2023 |
Área |
ANTROPOLOGIA |
Orientador(es) |
- Asher Grochowalski Brum Pereira
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Anaxsuell Fernando da Silva
- Asher Grochowalski Brum Pereira
- Priscila Lini
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Resumo |
Este trabalho tem como objetivo a escrita de uma biografema, com base na concepção de Roland Barthes (2003), sobre um homem paraense e negro, que cresceu junto de sua avó, na igreja, e ao decorrer da puberdade, e curiosidades que surgem pelo caminho, descobre suas atrações por homens. Entre uma relação e outra, uma expulsão do seminário, e a sensação de ter seu projeto de vida destruído, acaba por se descobrir soropositivo, em um teste rotineiro de ISTs. Desse modo, através de Morte e Vida PositHIVa (2018) uma biografia de Beto Volpe, Will to Live (2007), em que João Biehl retrata a vivência de pessoas que vivem com HIV na instituição Caasah, também em seu livro Vita (2005), onde conta a história de vida de Catarina que encontra-se em uma casa terapêutica em Porto Alegre, e nos escritos de Didier Fassin, com When bodies remember (2007) em que apresenta experiências de pessoas com Aids (inclusive experiências espirituais) e suas políticas a respeito, é que se desenvolve essa dissertação, iniciando-se na infância, passando pela adolescência e juventude, até os dias atuais da vida de Sabiá. Assim sendo, o intuito é contribuir com outra perspectiva sobre pessoas que vivem com HIV, sem estigma, preconceitos e retratando uma realidade que outrora - há 42 anos - não se imaginava: viver bem e saudável com HIV, com expectativa de vida e vontade de viver tudo que se quer e é possível, através de entrevistas em profundidade, observação participante e elementos gráficos que retratam fotografias da vida do interlocutor e de fabulações que surgem por meio de sua história. |
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