Entre espelhos e telas: o corpo na sociedade do desempenho |
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Curso |
Mestrado em Psicologia |
Tipo |
Dissertação |
Data |
29/08/2025 |
Área |
PSICOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Anita Guazzeli Bernardes
- Cledione Jacinto de Freitas
- Jeferson Camargo Taborda
- Renata Bellenzani
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Resumo |
Na contemporaneidade, o corpo ocupa um lugar central como campo de disputa, permeado por normas sociais, discursos midiáticos e práticas de cuidado, disciplina e exibição. A cultura fitness, especialmente a musculação, configura-se como um cenário privilegiado para investigar essas dinâmicas, envolvendo questões de gênero e a influência crescente das redes sociais na construção das subjetividades corporais e emocionais. Este trabalho, ancorado na perspectiva da antropologia das emoções e utilizando a cartografia como método, tem como objetivo compreender as experiências emocionais de pessoas que praticam musculação no contexto contemporâneo, marcadas por questões de gênero e pela influência das redes sociais. A pesquisa foi realizada com oito jovens adultos cisgêneros, residentes em Campo Grande e Dourados (Mato Grosso do Sul), que praticam musculação regularmente e consomem conteúdos sobre cultura fitness nas redes sociais. As entrevistas semiestruturadas ocorreram predominantemente de forma online. Os resultados revelaram que a musculação, enquanto prática central na rotina dos participantes, está permeada por contradições afetivas marcantes. Muitos relatos expressam simultaneamente sentimentos de orgulho, alegria e pertencimento, junto a cobranças internas intensas, insatisfação corporal e frustração com o desempenho. Essa dualidade afeta a relação com o corpo e o treino, configurando a musculação como um campo de tensões entre prazer e sofrimento. As redes sociais, igualmente ambíguas, funcionam como fontes tanto de inspiração e motivação quanto de comparação, vigilância e insegurança, ampliando os desafios emocionais relacionados ao cuidado e à exposição corporal. Essas tensões também se articulam com as questões de gênero, que moldam as experiências de forma significativa, com as mulheres enfrentando uma vigilância reforçada por normas estéticas rígidas e olhares masculinos, enquanto os homens manifestam uma relação complexa entre desempenho, competição e vulnerabilidade. Essas nuances reforçam a complexidade dos processos afetivos e de gênero presentes nas práticas corporais contemporâneas, destacando a importância de compreender as múltiplas dimensões que constituem o cuidado e a exposição do corpo. |
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Adoecimento mental e afastamento do trabalho de servidores do Poder Judiciário Estadual |
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Curso |
Mestrado em Psicologia |
Tipo |
Dissertação |
Data |
29/08/2025 |
Área |
PSICOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Thalita Baréa Gazoto de Moraes
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Banca |
- Alberto Mesaque Martins
- Alexandre Jose de Souza Peres
- Branca Maria de Meneses
- Dulce Regina dos Santos Pedrossian
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Resumo |
A incidência dos transtornos mentais como motivo de afastamento prolongado do trabalho entre servidores do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul tem sido evidente, conforme registros de dados internos dos últimos anos. Elaboramos a presente pesquisa com vistas a analisar os índices de afastamento por adoecimento mental, investigar as categorias diagnósticas dos transtornos mentais apresentados e identificar os motivos - do ponto de vista dos trabalhadores - que levaram ao adoecimento psíquico. O período estudado é de 2018 a 2023. Dentre os motivos que foram apontados como adoecedores estão: fatores relacionados ao trabalho, experiências traumáticas, problemas financeiros, conflitos familiares, histórico prévio de ocorrência de transtornos mentais, entre outros. O referencial teórico está fundamentado na Teoria Crítica da Sociedade. A metodologia escolhida foi a pesquisa documental, por meio da tabulação de planilhas e análise estatística dos dados fornecidos pela Secretaria de Gestão de Pessoas, do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul, além da aplicação de formulário on-line respondido pelos trabalhadores e trabalhadoras. Como resultados encontrados, vemos que de 2018 para 2023 houve um aumento de 69% no número de licenças médicas para tratamento da saúde mental (de 189 para 320). Quanto ao número de servidores(as) afastados (as), passou de 102, em 2018, para 157, em 2023, um incremento de 39%. Em todos os anos, os mais prevalentes foram os transtornos ansiosos, seguidos dos transtornos depressivos recorrentes, das reações agudas ao stress, dos episódios depressivos e, por último, do transtorno afetivo bipolar. A respeito dos motivos, 42 pessoas (52,5% dos respondentes) atribuíram seu adoecimento mental a fatores relacionados ao trabalho; além dessas, outras 5 (6,3%) afirmaram que o quadro de saúde se agravou devido a 2 causas principais, sendo 1 delas o trabalho; 16 pessoas (20%) associaram o adoecimento mental a experiências traumáticas; 8 pessoas (10% dos respondentes) afirmaram que já possuíam o diagnóstico anteriormente; 5 respondentes (6,3%) correlacionaram problemas financeiros, responsabilidades excessivas, conflitos familiares, isolamento social e estresse por motivos alheios ao trabalho. 4 sujeitos (5%) atribuíram a outros fatores, entre esses 2 mencionaram diagnóstico tardio de transtorno do espectro autista - TEA. |
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Sofrimento psíquico e cultura acadêmica: a escuta psicanalítica como estratégia de cuidado na UFMS |
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Curso |
Mestrado em Psicologia |
Tipo |
Dissertação |
Data |
26/08/2025 |
Área |
PSICOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Carlos Mendes Rosa
- Diego Avelino de Moraes Carvalho
- Tiago Iwasawa Neves
- Tiago Ravanello
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Resumo |
Esta pesquisa analisa a implantação de dispositivos de escuta clínica psicanalítica na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), com foco no cuidado com a saúde mental dos estudantes. O estudo tem como ponto de partida o projeto de extensão Escuta UFMS, criado em 2021, que oferece atendimentos voluntários realizados por psicólogos, inicialmente voltados aos estudantes de Psicologia da Faculdade de Ciências Humanas (FACH). Em 2023, a proposta se ampliou com a criação do Laboratório de Escuta e Apoio Psicológico (LEAP), que passou a integrar estágios supervisionados e a atender também estudantes da Faculdade de Odontologia (FAODO), do Instituto Integrado de Saúde (INISA) e da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FAMEZ). O objetivo central deste estudo é investigar os efeitos do dispositivo psicanalítico nos contextos de atendimentos individuais e grupais, bem como analisar as intervenções baseadas na escuta clínica. Busca-se compreender de que forma essas práticas impactam a cultura acadêmica dos cursos atendidos e promovem transformações nas relações universitárias, visando à promoção da saúde mental no ambiente acadêmico. A pesquisa se fundamenta na psicanálise, especialmente na teoria de Lacan, articulando conceitos como desejo, falta, discurso e sofrimento psíquico. A metodologia adotada seguiu os princípios da análise de discurso, com construção de categorias a partir do material produzido nos atendimentos clínicos realizados entre agosto e dezembro de 2024, tomando os relatos dos estudantes como campo de escuta e interpretação. O foco não esteve na quantificação, mas na elaboração simbólica e discursiva dos sentidos que emergiram nas falas dos sujeitos. Os resultados apontam para a intensificação de sentimentos de inadequação diante das exigências acadêmicas, bem como para o apagamento da dimensão subjetiva nas vivências universitárias. A escuta psicanalítica mostrou-se uma ferramenta potente para acolher o sofrimento, construir intervenções clínicas e sugerir ações institucionais mais sensíveis à singularidade dos sujeitos. O estudo contribuiu para reflexões sobre serviços psicológicos universitários e políticas públicas, integrando teoria e prática em estratégias mais sensíveis às necessidades da comunidade acadêmica. |
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O serviço de convivência e fortalecimento de vínculos e a depressão: um estudo social e psicanalítico com idosas inscritas em um CRAS de Campo Grande - MS |
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Curso |
Mestrado em Psicologia |
Tipo |
Dissertação |
Data |
11/08/2025 |
Área |
PSICOLOGIA |
Orientador(es) |
- Weiny Cesar Freitas Pinto
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Elaine Cristina Vaz Vaez Gomes
- Ruben Artur Lemke
- Weiny Cesar Freitas Pinto
- Zaira de Andrade Lopes
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Resumo |
Na contemporaneidade, o envelhecimento populacional refere-se a um fenômeno em nível
mundial, pois se trata de uma conquista que carrega consigo a necessidade de mudanças em
diversos âmbitos da sociedade. Portanto, deve ser considerado em sua importância e a
produção de conhecimento psicanalítico especializado precisa acompanhar a velocidade
destas mudanças. Neste sentido, a presente pesquisa qualitativa objetiva identificar, por meio
de grupos focais, se o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) para
idosos no Município de Campo Grande – MS pode atuar como fator de proteção ou como
coadjuvante no enfrentamento da depressão de seus participantes, embora não seja a
prerrogativa do serviço. Este trabalho, por sua vez, segue a análise de conteúdo baseada na
hermenêutica de Paul Ricoeur e da psicanálise. Participaram dos grupos focais 23 idosas com
pontuação igual ou superior a 5 pontos na Escala de Depressão Geriátrica. Concluiu-se que o
SCFV para idosos apresenta elementos que contribuem para a saúde mental e atua tanto como
fator protetivo quanto para o enfrentamento da depressão de seus participantes. |
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Desenvolvimento de um Instrumento para Avaliação da Qualidade da Orientação na Pós-graduação (QQOPG) |
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Curso |
Mestrado em Psicologia |
Tipo |
Dissertação |
Data |
27/06/2025 |
Área |
PSICOLOGIA |
Orientador(es) |
- Alexandre Jose de Souza Peres
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Adilson Valdano Muthambe
- Alexandre Jose de Souza Peres
- José Maurício Haas Bueno
- Josemberg Moura de Andrade
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Resumo |
A qualidade da orientação acadêmica na pós-graduação é um fator determinante para o desenvolvimento dos estudantes e a conclusão bem-sucedida dos cursos. No entanto, a literatura carece de instrumentos validados que avaliem essa dimensão de forma abrangente. Esta dissertação, composta por cinco estudos, teve como objetivo desenvolver e reunir evidências de validade baseada no conteúdo e na estrutura interna de um questionário para suprir essa lacuna. A primeira etapa deste estudo consistiu na construção do instrumento e seguiu quatro fases, sendo elas: (1) revisão narrativa da literatura, para definição dos construtos avaliados; (2) geração dos itens com auxílio de inteligência artificial; (3) grupo focal com a população-alvo, para verificar a clareza e adequação dos itens; e (4) validação de conteúdo por especialistas. Após essas etapas, o questionário com 99 itens foi testado empiricamente com uma amostra de 711 estudantes de pós-graduação de todo país por meio de um delineamento de Blocos Incompletos Balanceados. Os dados foram analisados por meio de Análise Fatorial Exploratória e Teoria da Resposta ao Item. As análises psicométricas resultaram em uma estrutura unidimensional com 54 itens, excelente consistência interna (α = 0,98; ώt= 0,98; confiabilidade empírica = 0,94) e bom ajuste aos dados (AIC =43647,8; BIC =44880,8). Os orientadores mais bem avaliados (i.e., com maiores escores) são acessíveis, possuem clareza na comunicação, oferecem suporte em questões burocráticas da pós-graduação, incentivam à autonomia, fornecem suporte técnico e metodológico, e contribuem para o desenvolvimento profissional dos orientandos e com a construção da autoconfiança dos estudantes. |
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Pessoas com deficiência e o mundo do trabalho: inclusão ou exclusão? |
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Curso |
Mestrado em Psicologia |
Tipo |
Dissertação |
Data |
25/04/2025 |
Área |
PSICOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Eleuse Ádamo da Costa Leite Silva
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Banca |
- Alexandra Ayach Anache
- Branca Maria de Meneses
- Inara Barbosa Leao
- Lucimêre Rodrigues de Souza
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Resumo |
O estudo teve como objetivo geral identificar os fatores que têm dificultado a inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, mais especificamente: identificar o valor dado ao trabalho por essas pessoas e verificar se ocorre a manifestação do preconceito e discriminação pelos gestores(as) e pelas pessoas com quem trabalham, no Município de Campo Grande/MS. Grupos sociais, como pessoas com deficiência, mulheres, homossexuais, indígenas, indivíduos em situação de rua e estrangeiros, enfrentam barreiras significativas para sua plena participação na sociedade. Tais barreiras podem ser de ordem física, econômica ou cultural, resultando em processos de exclusão e na privação de direitos fundamentais. Dentre esses grupos, as pessoas com deficiência encontram desafios específicos no acesso ao trabalho, mesmo sendo este um meio fundamental de inclusão social. A persistente exclusão desse grupo decorre de valores e crenças enraizados na sociedade, bem como das condições de vida que enfrentam cotidianamente, o que justifica a realização da presente pesquisa. Neste estudo, discutimos sobre as pessoas com deficiência e o trabalho. Para tanto, foi utilizada fundamentação teórica dos estudos da Teoria Crítica da Sociedade, que se dedica à análise reflexiva e crítica da sociedade capitalista contemporânea. Desenvolvida por intelectuais como Max Horkheimer, Theodor Adorno, Herbert Marcuse e Walter Benjamin, entre outros, essa abordagem teórica busca compreender as contradições estruturais da sociedade, enfatizando a necessidade de emancipação do indivíduo diante dos mecanismos de dominação e controle social. Visto que o trabalho tem sido considerado
importante meio de inclusão social, as pessoas com deficiência são alvo de exclusão, em decorrência de valores e crenças instituídos pela sociedade e as condições de vida enfrentadas cotidianamente por essas pessoas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa (Marconi, Lakatos, 2001), a sua escolha deu-se pelo interesse em analisar as condições objetivas que implicam na constituição da subjetividade, advindas das relações de trabalho, no sentido de identificar experiências individuais. Assim, a escolha do instrumento foi a entrevista semiestruturada, realizada com trabalhadores(as) com deficiência e gestores(as) de empresas do setor privado. A escolha dos sujeitos da pesquisa se deu devido à procura das mesmas junto à agência pública de emprego FUNSAT (Fundação Social do Trabalho) para garantir a empregabilidade. Espera-se que o resultado desta pesquisa possa contribuir com a melhoria das políticas públicas através de reflexões críticas e práticas mais assertivas no encaminhamento e acompanhamento do processo de inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho local. |
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Um diálogo auto etnográfico psicossocial sobre Escrevivências e saúde mental de mulheres negras |
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Curso |
Mestrado em Psicologia |
Tipo |
Dissertação |
Data |
21/03/2025 |
Área |
PSICOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Maria Carolina Ferreira dos Santos
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Banca |
- Cláudia Cristina Ferreira Carvalho
- Jacy Correa Curado
- Jeferson Camargo Taborda
- Thaize de Souza Reis
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Resumo |
Essa dissertação de mestrado é fruto de um posicionamento político que defende que a questão racial e as narrativas de mulheres negras devem ser inseridas na Psicologia Social como forma de produção de conhecimento e saúde mental. Assim, além de contribuir para uma Psicologia antirracista, também é pensado em como a saúde mental de mulheres negras pode ser fortalecida a partir do ato de escrever. O interesse pela interlocução entre literatura, negritude e a ciência Psicológica se dá pela trajetória da pesquisadora: mulher negra, bissexual e escritora, que participa na militância do movimento negro, leitora assídua da literatura afro brasileira e poeta. Diante disso, ancorados em uma ótica interseccional, nos debruçamos no conceito de Escrevivência, cunhado por Conceição Evaristo para compreender as experiências de mulheres negras no Brasil. É, então, uma escrita engendrada, racializada e política. Para o delineamento da pesquisa, foi utilizado a abordagem da Psicologia Social construcionista como repertório teórico metodológico, visto que promove uma visão crítica sobre a produção de conhecimento, é anti universalista, aposta na linguagem como forma de criar realidades e compreende os fenômenos humanos e sociais como resultado da cultura. A presente dissertação é também, um relato auto etnográfico; a auto etnografia é um método muito utilizado nas Ciências Humanas, em que considera as experiências da pessoa pesquisadora como ferramenta de produção de conhecimento e produto social. Como objetivo geral da pesquisa temos : 1) Analisar se a Escrevivência pode ser um fator de produção de saúde mental para mulheres negras, e como objetivos específicos : 2) Discorrer sobre a literatura feminina negra a partir de uma ótica psicossocial, 3) Contribuir com novas formas de pensar a produção de conhecimento e saúde mental e 4) Levantar o questionamento epistemológico e construibir para a construção de uma Psicologia antirracista. Na exposição das várias potencialidades da Escrevivência, reconhecemos a influência dos elementos africanos na linguagem e na forma de construção de vida, por meio do Pretuguês de Lélia Gonzales, a filosofia do Ubuntu e sankofa, que reconhece a importância da coletividade para a vivência negra, e a necessidade de olhar para o passado como pista para construção de futuro, enfatizando assim a importância do aquilombar a partir de um relato autoetnográfico. |
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O mito do herói e sua função social: um estudo psicanalítico |
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Curso |
Mestrado em Psicologia |
Tipo |
Dissertação |
Data |
28/02/2025 |
Área |
PSICOLOGIA |
Orientador(es) |
- Weiny Cesar Freitas Pinto
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Caio Padovan Soares de Souza
- Janaina Namba
- Lucas Ferraz Cordova
- Weiny Cesar Freitas Pinto
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Resumo |
A Psicanálise procura compreender o ser humano e a sociedade, vendo na Mitologia símbolos culturais que representam a ligação entre o inconsciente e o consciente. A união da Psicanálise com a Mitologia possibilita diversas reflexões, e sabe-se que os mitos são importantes para o homem tanto como indivíduo, quanto como sociedade. Otto Rank foi um dos primeiros pesquisadores a estudar Mitologia comparada por meio da aplicação do método psicanalítico, analisando os estereótipos de lendas de heróis e comparando os sonhos cotidianos com os mitos clássicos. Desse modo, observou em seus estudos que narrativas míticas de diferentes civilizações possuíam semelhanças entre si, que carregavam desejos e manifestações da história humana. Levando esse contexto em consideração, a presente pesquisa propõe-se a investigar qual é a função social do mito do herói através do método da Psicanálise aplicada, baseada nos conceitos teóricos desenvolvidos por Otto Rank. Em virtude da expressiva quantidade de heróis mitológicos existentes, foi necessário selecionar um personagem para ilustrar a figura do herói mítico, portanto, tendo sido escolhido para esta pesquisa o personagem Belerofonte, um dos heróis mais reverenciados da mitologia grega, cujos símbolos mitológicos permanecem populares no imaginário contemporâneo. Essa pesquisa justifica-se devido à inequívoca contribuição do trabalho de Rank para a Psicanálise aplicada aos estudos de mitologia, auxiliando psicanalistas a compreenderem melhor as culturas e sociedades. A hipótese a ser sustentada reside no fato de que a principal função do mito do herói é representar os desejos e anseios da sociedade, ilustrando, desse modo, as manifestações do inconsciente. |
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Entre cuidados e contradições: representações sociais de trabalhadoras e trabalhadores sobre uma unidade de acolhimento |
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Curso |
Mestrado em Psicologia |
Tipo |
Dissertação |
Data |
25/02/2025 |
Área |
PSICOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Alberto Mesaque Martins
- Alexandra Ayach Anache
- Luciane Pinho de Almeida
- Zaira de Andrade Lopes
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Resumo |
A pesquisa teve como objetivo analisar as representações sociais (RS) dos trabalhadores e das trabalhadoras de uma unidade de acolhimento institucional no município de Campo Grande (MS) acerca da instituição na qual atuam. Para tanto, adotou-se como fundamentação teórica a Teoria das Representações Sociais (TRS), que permite compreender como os indivíduos constroem e compartilham significados sobre a realidade em que vivem. Trata-se de um estudo qualitativo, uma vez que essa abordagem metodológica permite captar a complexidade e a subjetividade inerentes às representações sociais, considerando a dinâmica sujeito-objeto na construção do conhecimento. Para a produção de informações e dados, foram utilizados dois a entrevistas individuais semiestruturadas, que possibilitaram um aprofundamento das percepções individuais, e rodas de conversa, que favoreceram a expressão coletiva e a interação grupal. A organização dos resultados foi realizada por meio da técnica da Análise de Conteúdo de Bardin. Para a construção da análise de dados foi utilizado a TRS um procedimento sistemático que permitiu categorizar e interpretar os discursos, identificando núcleos temáticos e contradições presentes nas falas dos participantes. Os resultados revelaram representações sociais ambíguas e paradoxais em relação à unidade de acolhimento, expressas nas seguintes categorias: 1) Acolher e Vigiar, 2) Caridade, 3) Familiar, 4) Difícil, mas dá prazer, e 5) Culpada. Por um lado, os trabalhadores idealizam a instituição como um espaço acolhedor, protetor e afetivo, aproximando-a de uma concepção familiar e humanizada. Por outro, descrevem práticas institucionais que remetem a mecanismos de controle, disciplina e vigilância, assemelhando-se a estruturas prisionais. Essa dualidade evidencia uma tensão entre o discurso idealizado e a realidade operacional, na qual coexistem percepções conflitantes sobre o papel da instituição. Tal contradição pode refletir, por exemplo, a dificuldade em conciliar o trabalho da assistência social com as limitações estruturais e organizacionais do serviço, além de possíveis influências de estereótipos sociais sobre populações acolhidas. O estudo contribui, assim, para uma reflexão crítica sobre as práticas institucionais, sugerindo a necessidade de maior alinhamento entre os princípios teóricos do acolhimento e as vivências cotidianas dos trabalhadores, de modo a promover uma atuação mais coerente e emancipatória. |
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REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA MULHER UNIVERSITÁRIA SOBRE A VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA EM SUAS RELAÇÕES AFETIVAS NO ÂMBITO DA CIDADE DE CAMPO GRANDE - MS |
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Curso |
Mestrado em Psicologia |
Tipo |
Dissertação |
Data |
24/02/2025 |
Área |
PSICOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Ana Claudia dos Santos
- Constantina Xavier Filha
- Josiane Peres Goncalves
- Zaira de Andrade Lopes
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Resumo |
As marcas de um persistente sistema patriarcal ainda são muito presentes na sociedade atual, mormente quando se analisam parâmetros socioculturais que, de alguma forma, ainda balizam as desigualdades de gênero. Nesse contexto, a luta das mulheres tem sido ininterrupta em busca de uma sociedade livre de preconceitos e discriminações. Dentre as diferentes formas de violência, como a física, sexual, patrimonial e moral encontra-se a violência psicológica, a mais difícil de ser percebida, uma vez que as mulheres possuem dificuldade de perceber suas nuances e de se reconhecer como vítimas nas mais variadas situações. A violência psicológica é uma forma de violação contra as mulheres nas relações de gênero, uma vez que é contínua e gradativa, por se tratar de uma manifestação minuciosa de abusos que afetam direta ou indiretamente a sua psique, provocando-lhe contínuos prejuízos. Tendo em vista o exposto, esta pesquisa se propõe a investigar a violência de gênero dirigida à mulher, tomando como objeto a de viés psicológica, com o objetivo de analisar as representações sociais de estudantes universitárias sobre ocorrência dessa forma de violência no âmbito íntimo dos relacionamentos afetivos, nos limites das universidades situadas no município de Campo Grande – MS. Trata-se de uma pesquisa de intenção explicativa, de caráter qualitativo, com base em dois grupos focais compostos por 9 participantes ao todo, sendo estes estudantes das universidades de Campo Grande - MS. Como elemento disparador dos grupos focais foram utilizados uma notícia e um vídeo sobre violência psicológica, veiculados na imprensa online. Após a finalização dos grupos focais, utilizou-se o método de análise de conteúdo, de acordo com L. Bardin (2011); para organização dos discursos e para a análise e discussão fundamentou-se com a Teoria das Representações Sociais (1961) sistematizada por Moscovici e Jodelet (1989). Concluiu-se que as estudantes universitárias constroem representações sociais da violência psicológica em relações afetivas baseadas em papéis de gênero; porquanto as universitárias narraram diversas situações de violência psicológica, frequentemente envolvendo amigas, conhecidos ou familiares, em vez de suas vivências. Elas reconhecem a origem cultural dessa violência, enraizada nos papéis de gênero definidos pela família. Além disso, essas mulheres possuem um repertório informativo ampliado sobre gênero, adquirido tanto no campus da universidade quanto em plataformas online.
Palavras-chave: Representações Sociais; Violência de Gênero; Violência Psicológica; Estudantes Universitárias. |
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Representações Sociais de Famílias para Profissionais do SUAS |
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Curso |
Mestrado em Psicologia |
Tipo |
Dissertação |
Data |
17/02/2025 |
Área |
PSICOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Ana Maria de Oliveira Espindola
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Banca |
- Ana Claudia dos Santos
- Josiane Peres Goncalves
- Luciane Pinho de Almeida
- Zaira de Andrade Lopes
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Resumo |
A Política Nacional de Assistência Social (PNAS) dispõe em seu escopo de objetivos que visam auxiliar aquelas/aqueles que se encontram em condições de vulnerabilidade social, por meio das suas funções de inclusão, prevenção, promoção e proteção. Para tanto, estabelece no Sistema Único de Assistência Social (SUAS) o eixo da matricialidade sociofamiliar como um de seus princípios fundamentais, destacando a relevância da família como base essencial para a eficácia dos programas, projetos e serviços. Na assistência social, é constituída uma relação de interdependência entre os dispositivos legais, institucionais e as práticas desenvolvidas por profissionais que executam esta política. As atribuições das/os psicólogas/os e assistentes sociais no SUAS são subsidiadas por um arcabouço teórico, operativo e legal, mas também se fundamentam em discursos e decisões que refletem a adoção de seus valores. Nesse sentido, emerge o questionamento da pesquisa, que indaga: Quais são as representações sociais sobre família para psicólogas, psicólogos e assistentes sociais do SUAS? A pesquisa teve como objetivo analisar as representações sociais de assistentes sociais e psicólogas/os dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) de Mato Grosso do Sul – MS sobre família. Para este fim, toma-se como base teórica a Teoria das Representações Sociais (TRS), formulada por Moscovici e colaboradores, tendo como referência o caráter dinâmico das representações sociais e sua função na orientação de práticas sociais. O estudo realizou, ainda, interlocução com autoras e autores que discutem as políticas públicas de assistência social. Caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa, que utiliza como instrumento de coleta de dados as entrevistas semiestruturadas, organizadas e categorizadas. Utilizando a análise de conteúdo proposta por Bardin, analisados com base nos referenciais teóricos da TRS e demais autores. Os resultados revelaram uma tensão entre a manutenção de representações hegemônicas e a tentativa de ressignificação inclusiva dessas concepções. Por um lado, os profissionais reconhecem a pluralidade dos arranjos familiares e a necessidade de desconstruir modelos normativos. Por outro lado, persistem estigmas e preconceitos que categorizam famílias atendidas como desvios de um padrão idealizado. Os profissionais também atribuem sentidos variados às famílias, mesclando reconhecimento da diversidade e reforço de estereótipos. Aspectos como valores pessoais e religiosos foram identificados como influências significativas, constituindo práticas e representações sobre as famílias. Representações emancipatórias, que valorizam a autonomia e a pluralidade das configurações familiares, contrastam com visões conservadoras e familistas ainda prevalentes. A pesquisa evidenciou que a assistência social opera em um contexto de desigualdades estruturais e que os profissionais enfrentam desafios para equilibrar demandas das famílias e limitações institucionais. Apesar das dificuldades, há esforços crescentes para adotar práticas mais inclusivas e colaborativas, promovendo direitos e justiça social. Conclui-se que a Teoria das Representações Sociais foi uma ferramenta analítica eficaz, oferecendo um entendimento aprofundado das práticas profissionais e dos desafios enfrentados no contexto da assistência social. Contudo, o estudo destaca a necessidade de futuras pesquisas para consolidar práticas mais inclusivas e teoricamente fundamentadas no campo socioassistencial.
Palavras-chave: Representações Sociais; Assistência Social; Sistema Único de Assistência Social/ SUAS; Família. |
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OS ATOS DE 8 DE JANEIRO NA NARRATIVA DE UMA MÍDIA CONSERVADORA: CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA SOCIAL |
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Curso |
Mestrado em Psicologia |
Tipo |
Dissertação |
Data |
27/01/2025 |
Área |
PSICOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Douglas Édio Maurer Teixeira
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Banca |
- Alberto Mesaque Martins
- Ana Karla Silva Soares
- Thiago Mikhael Silva
- Zaira de Andrade Lopes
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Resumo |
O evento ocorrido em 8 de janeiro de 2023, caracterizado pela invasão da Praça dos Três Poderes em Brasília por simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro, constitui um momento importante na política brasileira. Durante essa manifestação, houve a depredação de prédios públicos, incluindo o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional. Os invasores clamaram pela tomada do poder e pela destituição do governo eleito em 2022, alegando fraude nas eleições. Baseado na Análise de Conteúdo de Bardin, este estudo tem como objetivo investigar as narrativas sobre os atos de 8 de janeiro em uma mídia jornalística, representada neste caso pelo site de notícias online Jovem Pan. Por meio de descritores-chave, foram selecionadas 768 matérias, das quais, após a aplicação de critérios de exclusão, constituiu-se um corpus de 472 matérias. Após a leitura das matérias, os dados referentes a elas foram analisados e categorizados. Os resultados revelaram que o meio de comunicação estudado apresenta em suas mensagens ao abordar os eventos, uma narrativa que reflete seus valores e posicionamentos ideológicos. As considerações finais apontam as limitações decorrentes da escassez de fontes sobre um evento recente, com produção acadêmica ainda incipiente, e sugerem que novos estudos podem ser realizados a partir deste, com foco nas investigações que analisem as verbalizações, reações e discursos dos participantes registrados em vídeos ou outras mídias sobre o 8 de janeiro.
Palavras-chave: Mídia, 8 de Janeiro, Jovem Pan, Psicologia Social. |
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Representações sociais da autolesão para jovens escolares de Campo Grande/MS: o corpo em questão |
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Curso |
Mestrado em Psicologia |
Tipo |
Dissertação |
Data |
20/12/2024 |
Área |
PSICOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Amanda Ferreira de Andrea
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Banca |
- Alberto Mesaque Martins
- Alexandra Ayach Anache
- Hugo Monteiro Ferreira
- Maria Isabel Antunes Rocha
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Resumo |
Na esteira das práticas corporais, a ação de provocar marcas intencionais no próprio corpo com o objetivo de promover alívio do sofrimento psicológico é entendida como um fenômeno social e contemporâneo. A autolesão, uma das terminologias utilizadas para nomear esse fenômeno, a qual será adotada nesse trabalho, apresenta duas características centrais: as lesões não possuem intenção suicida e não são validadas socialmente. Diversos autores consideram que a autolesão é praticada principalmente por jovens, sendo a prática, por vezes, reforçada entre os adolescentes. Observa-se, dentre outros aspectos, que a hiperconectividade, marcante dos dias atuais tem refletido na subjetividade dos jovens, principalmente nas meninas e mulheres, na sua relação com seus corpos, saúde e bem-estar, sendo impactados pelas normativas de beleza e moda que circulam socialmente, na busca do corpo ideal, magro e saudável. O corpo aparece, para os jovens, como objeto de importância social. Dito isso, essa pesquisa teve como objetivo geral analisar as representações sociais de jovens escolares em relação a autolesão. Nos objetivos específicos, buscou-se analisar as atitudes, comportamentos e hábitos relacionados às práticas corporais ou cuidados com o corpo entre os jovens e analisar os aspectos estruturais das representações sociais de autolesão para os jovens participantes da pesquisa. Para o desenvolvimento da pesquisa, utilizou-se da perspectiva teórica da Teoria das Representações Sociais, por meio da abordagem estrutural do Núcleo Central. A pesquisa foi do tipo qualitativa, realizada por meio da aplicação de um formulário online, composto pela Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP), além de questões sobre caracterização sociodemográfica, percepção de saúde mental, satisfação corporal, práticas corporais e experiências de autolesão. A aplicação se deu em três escolas públicas da rede estadual de ensino, localizadas no município de Campo Grande – Mato Grosso do Sul. Participaram 83 jovens, sendo uma maior parte meninas e a mesma proporção de jovens brancos e negros. Por meio dos resultados, foi possível constatar que as meninas são as que mais indicam insatisfação corporal e autopercepção negativa da saúde mental, em que a internet parece ter significativa relação, uma vez que a maioria dos jovens relatou uso constante das redes sociais, relação também apontada por outras pesquisas. Em relação às representações sociais (RS) da autolesão para este grupo de jovens, o núcleo central é composto pelos elementos dor e corte, enquanto elementos organizativos e normativos. O sistema periférico está organizado por categorias das causas para a autolesão, das funções e dos métodos e instrumentos, significados a partir do núcleo central. Por fim, constatou-se a necessidade de construir espaços de expressão e acolhimento à juventude, possibilitando outros meios de assimilação e ressignificação dos sofrimentos vivenciados. |
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A infração sexual e as (im)possibilidades de reintegração social de adolescentes: cartografias de uma psicóloga na socioeducação |
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Curso |
Mestrado em Psicologia |
Tipo |
Dissertação |
Data |
18/12/2024 |
Área |
PSICOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Luiza Regina Campos Dalpiaz
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Banca |
- Ana Claudia dos Santos
- Cledione Jacinto de Freitas
- Conrado Neves Sathler
- Jeferson Camargo Taborda
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Resumo |
Este trabalho problematiza as possibilidades e impossibilidades no processo de reintegração de adolescentes autores de infrações sexuais, incluindo casos de estupro de vulnerável, no contexto das medidas socioeducativas em meio aberto. A partir de minha experiência profissional como psicóloga no Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida e Prestação de Serviços à Comunidade, identifiquei lacunas nas práticas atuais, como a automatização das intervenções, a falta de engajamento comunitário e a pouca valorização de marcadores sociais, especialmente os relacionados às questões de gênero. Utilizando o método da Cartografia Social de Deleuze e Guattari, a pesquisa foi desenhada em três seções complementares e dois artigos científicos. As seções abordam a relação entre juventude, medidas socioeducativas e o ato infracional de estupro de vulnerável, destacando a importância dos estudos de gênero e problematizando a escassez de pesquisas sobre a temática no Estado de Mato Grosso do Sul. O primeiro artigo, de natureza teórica, analisa o atravessamento dos dispositivos de gênero e do patriarcado no ato infracional de estupro de vulnerável, bem como as possibilidades de atuação da Psicologia nesse contexto, propondo intervenções que desnaturalizem e despatologizem tais infrações. O segundo artigo contou com a autoetnografia performativa crítica, onde utilizo os conceitos foucaultianos de práticas confessionais enquanto práticas discursivas, regimes de verdade, além do conceito de tanatopolítica de Agamben, para discutir os desafios éticos e políticos da reintegração desses adolescentes. Ao problematizar as práticas socioeducativas vigentes, a pesquisa busca fomentar uma atuação mais humanizada e reflexiva, alinhada à crítica de Baratta e ao questionamento do modelo ressocializador proposto pelo Sinase. Assim, pretende-se contribuir para o debate sobre a reintegração desses jovens, enfatizando a necessidade de práticas inclusivas e dialógicas em um contexto permeado por relações de poder e marginalização. |
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Socioeducação e preconceito: uma análise à luz da teoria crítica |
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Curso |
Mestrado em Psicologia |
Tipo |
Artigo Científico |
Data |
06/12/2024 |
Área |
PSICOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Branca Maria de Meneses
- Dulce Regina dos Santos Pedrossian
- Nivaldo Alexandre de Freitas
- Zaira de Andrade Lopes
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Resumo |
Este estudo foi desenvolvido com o objetivo de analisar se ocorre a manifestação de preconceito em relação aos adolescentes em cumprimento da medida socioeducativa de prestação em serviços à comunidade em escolas no município de Campo Grande/MS. Paralelamente, relizou-se uma revisão de literatura nos campos da Psicologia, Ciências Humanas e Sociais, bem como na área da Educação a fim de conhecer o que vem sendo publicado acerca das interrelações entre Socioeducação, Educação e Preconceito. A partir disso, a metodologia, análise e resultados foram descritos em formato de dois artigos. Para a revisão de literatura, realizou-se uma busca nas bases de dados Scielo, Pepsic e Periódicos CAPES, partindo dos descritores “socioeducação”, “educação” e “preconceito”. A análise dos dados encontrados foi realizada por meio das contribuições da Teoria Crítica da Sociedade da Escola de Frankfurt. O quantitativo final do levantamento sistemático constou de 27 artigos, publicados no período de 2000 a 2020. Foram encontrados estudos que dissertaram ora sobre as relações entre socioeducação e preconceito ora sobre educação e preconceito. A maior parte dos estudos analisados partiu de discussões sobre a constituição do sujeito e suas relações com a educação e o preconceito. Poucas foram as publicações que dissertaram sobre socioeducação (06 artigos), no geral. Dentre as observações realizadas ao longo da pesquisa, menciona-se a importância da educação inclusiva aplicada e desenvolvida na socioeducação, tendo consequências significativas nos processos e práticas socioeducativas, com possibilidades de superação em relação ao combate ao preconceito. O estudo subsquente apresenta a metodologia e a análise dos resultados de uma pesquisa realizada por meio de entrevistas semiestruturadas com quatro socioeducadores, trabalhadores (as) em unidades receptoras de medidas socioeducativas de prestação de serviços à comunidade, de três escolas estaduais do município mencionado. A Teoria Crítica da Sociedade contribui com os estudos referentes ao preconceito ao conduzir às análises suas raízes estruturais e ideológicas, e propor mudanças nas formas de pensar e organizar a sociedade para combater a discriminação em suas diversas formas. Nas avaliações dos resultados, foram analisados os dizeres dos participantes da pesquisa e identificadas verbalizações que entrelaçaram, além do preconceito em relação aos adolescentes em conflito com a lei, outros temas que aludem a ele, tais como sentimentos manifestos, responsabilidades da família, qualificação profissional, sociedade, segregação e justiça social. Apareceram, nos discursos, os receios frente ao desconhecido do ato infracional, bem como a escassez de preparo técnico sobre a socioeducação e a legislação que a rege, a garantia dos direitos e demais procedimentos e técnicas que visem ao pensamento crítico e a emancipação humana desses sujeitos. Os resultados evidenciam que as práticas socioeducativas precisam ser repensadas e debatidas ampliando-se o universo de pesquisas com o propósito de elaborar alternativas à efetivação da socioeducação, e, em especial, a luta pelo enfrentamento ao preconceito, devido a sua presença nas instituições e na sociedade como um todo. |
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Relações afetivas no trabalho: um estudo com profissionais da Enfermagem hospitalar |
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Curso |
Mestrado em Psicologia |
Tipo |
Dissertação |
Data |
02/12/2024 |
Área |
PSICOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Talita Vanessa Akamine Silva Moreira
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Banca |
- Branca Maria de Meneses
- Dulce Regina dos Santos Pedrossian
- Jeferson Camargo Taborda
- Zaira de Andrade Lopes
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Resumo |
O interesse desta dissertação é centrado nos estudos sobre as relações afetivas no trabalho, decorrente de pesquisa com profissionais da enfermagem de um hospital privado de Campo Grande (MS). Como base epistemológica, utilizou-se a Teoria Crítica da Sociedade – Escola de Frankfurt. Esta pesquisa teve os objetivos específicos (1) a identificação do significado dado ao trabalho pelos participantes deste estudo e (2) a análise das emoções e dos afetos manifestados no trabalho pelos participantes da pesquisa. Esta pesquisa tem caráter qualitativo, por meio de entrevistas com perguntas semi estruturadas organizadas de acordo com a Escala Social e de Relações Afetivas no Trabalho e subdivididas em três sub escalas: trabalho e ideologia, afeto e trabalho e significado do trabalho – material desenvolvido e validado por Meneses (2008). Os resultados obtidos apontam que os sujeitos da pesquisa identificaram o trabalho como significativo, ligado ao sustento de si e da família; se sentir importante, pela escolha profissional (enfermagem- ajudar o próximo) e à utilidade (de se sentir útil). Quanto aos afetos no trabalho, os participantes da pesquisa manifestaram felicidade, raiva e tristeza. Ao manifestarem as emoções, o choro, ansiedade, chateação e estresse foram as principais atreladas ao trabalho. |
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Ensino de Tato para Crianças com Transtorno do Espectro Autista com Estímulos Discriminativos Mais Preferíveis e Menos Preferíveis |
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Curso |
Mestrado em Psicologia |
Tipo |
Dissertação |
Data |
27/11/2024 |
Área |
PSICOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Amanda Carolina Botareli Cesar
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Banca |
- Alexandra Ayach Anache
- Ana Karla Silva Soares
- Lucas Ferraz Cordova
- Paulo Roberto dos Santos Ferreira
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Resumo |
O presente estudo tem como intuito avaliar o aprendizado do operante verbal tato em crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), comparando dois métodos de ensino após avaliação de itens preferíveis. Um dos métodos empregou estímulos discriminativos com itens mais preferíveis, enquanto o outro utilizou como estímulos itens menos preferíveis. Foram explicitadas as características diagnósticas descritas pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM V) do espectro, ressaltando os déficits persistentes na comunicação. Os comportamentos verbais foram categorizados com base nas definições de operantes verbais, mais especificamente o tato, foco da pesquisa em questão. Definido por Skinner como o operante verbal em que a resposta é controlada por um estímulo antecedente não verbal (p. ex. um objeto, uma ação ou uma propriedade) e essa resposta é fortalecida por um estímulo reforçador generalizado. Utilizou-se de desenho experimental de caso único 3 crianças com TEA entre 6 e 7 anos que passaram, uma de cada vez, pelo procedimento para o ensino do operante verbal tato. Para o treino, foram utilizados estímulos reforçadores selecionados pelos participantes e estímulos menos reforçadores selecionados pela experimentadora. A pesquisa apresenta os resultados obtidos do treino tato comparando as duas estratégias de ensino adotadas. |
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As representações sociais de pessoas idosas sobre o envelhecimento e velhice em tempos de pandemia da Covid-19 |
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Curso |
Mestrado em Psicologia |
Tipo |
Dissertação |
Data |
15/10/2024 |
Área |
PSICOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Heloanny Vilarinho Alencar
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Banca |
- Alexandra Ayach Anache
- Jacy Correa Curado
- Zaira de Andrade Lopes
- Zeidi Araújo Trindade
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Resumo |
O estudo sobre o envelhecimento e velhice tem se tornando tema de interesse científico para muitos(as) pesquisadores(as). Certamente, uma das razões que explicam essa causalidade se refere a representatividade demográfica da população idosa no Brasil e no mundo. À medida que a população idosa aumenta e as transformações culturais ocorrem, novos desafios, expectativas e problemas sociais também surgem. No atual cenário contemporâneo, um grande problema social que se mostrou em evidência diz respeito ao surgimento da pandemia da Covid-19, revelando concepções, discursos e práticas conflitantes sobre o envelhecimento e a velhice. Diante desse cenário, a presente pesquisa investigou sobre o envelhecimento, a velhice e as pessoas idosas durante a pandemia da Covid-19, com base no seguinte problema de pesquisa: quais as representações sociais que pessoas idosas possuem sobre o envelhecimento e a velhice em tempos de pandemia da Covid-19? O objetivo geral foi analisar as representações sociais de pessoas idosas sobre o envelhecimento e velhice em tempos de pandemia da Covid-19. O estudo é fundamentado na Teoria das Representações Sociais e caracteriza-se como uma pesquisa de campo, do tipo descritiva e de abordagem qualitativa. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas individuais semiestruturadas, composta por uma amostra não probabilística de oito participantes, sendo dois homens e seis mulheres, convidados(as) por meio do método “Snowball”. Ao final, as entrevistas foram transcritas e organizadas com base na técnica de Análise de Conteúdo de Bardin, sendo divididas em dois eixos temáticos: (1) envelhecimento e velhice, e; (2) pandemia da Covid-19. Cada eixo temático traz em sua composição outros subtemas que, ao serem identificados por aproximação de significados semelhantes, formaram as respectivas categorias de análise. Os resultados apontaram que as representações sociais sobre o envelhecimento e a velhice possuem um caráter ambivalente. Por um lado, destacaram-se aspectos positivos e satisfatórios, como longevidade, respeito, experiências acumuladas, convivência familiar, estabilidade financeira, aposentadoria, autonomia e autocuidado. Por outro, surgiram aspectos negativos, associados às perdas e dificuldades, como alterações biológicas, problemas de saúde, limitações físicas, medo da dependência e desvalorização social. Em relação à pandemia da Covid-19, esta foi representada como uma doença que gerou medo, perdas significativas e medidas preventivas. Também emergiram críticas ao descaso governamental e ao dilema ético sobre a priorização entre jovens e pessoas idosas. A vivência pandêmica destacou desafios como isolamento social, preocupação com higiene, vulnerabilidade ao contágio e estigmatização social. No entanto, sentimentos positivos, como a valorização pela prioridade na vacinação, gratidão a Deus e a sensação de vitória, também foram ressaltados. Tais elementos refletem estratégias de enfrentamento e resiliência diante das adversidades deste período. |
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Adoecimento Mental em Policiais: Identificação de Preditores para o Desenvolvimento de um Sistema de Intervenção Precoce |
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Curso |
Mestrado em Psicologia |
Tipo |
Artigo Científico |
Data |
06/09/2024 |
Área |
PSICOLOGIA |
Orientador(es) |
- Alexandre Jose de Souza Peres
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Alexandre Jose de Souza Peres
- Cristiane Faiad de Moura
- Eveli Freire de Vasconcelos
- Jucimara Zacarias Martins
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Resumo |
Esta dissertação, composta por dois estudos, visou identificar preditores de adoecimento mental visando a proposição de critérios de seleção para o desenvolvimento de um Sistema de Intervenção Precoce (SIP) em saúde mental. Ambos os estudos foram realizados com os dados de registros administrativos desindentificados cedidos por uma instituição policial do centro-oeste brasileiro para essa finalidade. O Estudo 1 realizou uma análise epidemiológica dos transtornos mentais e comportamentais (TMC) entre policiais da instituição, no período de 2014 a 2022, registrando 6.298 licenças para tratamento de saúde em geral, para 1.944 servidores, com uma média de 3,24 licenças por servidor. A prevalência de TMC variou entre 2,73% e 5,03%, enquanto a incidência oscilou entre 2,82% e 5,28%. Os transtornos neuróticos, relacionados com o “stress” e somatoformes, foram os mais frequentes, correspondendo a 42,22% a 55,59% de ocorrências, seguidos pelos transtornos de humor, com variação de 46,67% a 50,84%. Esses dados revelam que 30% das licenças médicas estavam associadas a TMC, indicando a necessidade de estratégias preventivas. O Estudo 2 identificou preditores de TMC por meio do treinamento de modelos de aprendizado de máquina. Os modelos treinados se mostraram acurados: random forest (96,09%), decision tree (95,56%) e regressão logística (89,06%). Buscou-se realizar uma interpretação integrada dos resultados dos três modelos. Reconhecimento no trabalho, como elogios e premiações, atuou como fator protetor, enquanto baixo desempenho no estágio probatório, ocorrências de ourtas doenças e mudanças de lotação aumentaram o risco de TMC. Por fim, argumentamos que os resultados são evidências de que intervenções voltadas à valorização e estabilidade no trabalho podem prevenir TMC entre policiais, bem como advogamos pela constituição de um SIP em saúde mental. |
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Efeitos de um não-lugar: como se constitui o sujeito negro |
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Curso |
Mestrado em Psicologia |
Tipo |
Dissertação |
Data |
05/09/2024 |
Área |
PSICOLOGIA |
Orientador(es) |
- Weiny Cesar Freitas Pinto
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Leonardo Italo Pessoa Ferreira Gomes
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Banca |
- Lourival dos Santos
- Marcelo Bueno de Paula
- Thaize de Souza Reis
- Weiny Cesar Freitas Pinto
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Resumo |
O presente trabalho busca compreender como se dá a constituição de sujeito para a psicanálise, e nessa interface busca-se compreender sobre o sujeito negro. O lugar psicossocial em que o negro está inserido no Brasil tem efeitos psíquicos na sua constituição de sujeito? A hipótese desta pesquisa reside no fato que o fenômeno do racismo estrutural tem consequências não apenas no plano sociológico, mas também no plano psíquico na constituição do negro como sujeito. Propõe-se pensar que o racismo estrutural contribui para que exista um não-lugar social, o qual tem efeitos na constituição do sujeito negro. Para compreender tais objetivos, será realizada uma pesquisa bibliográfica com a revisão cuidadosa de textos sobre o racismo estrutural, tomando como autor principal do tema o Silvio de Almeida, e também textos psicanalíticos, utilizando como principal referencial teórico Sigmund Freud, e literaturas complementares de Jacques Lacan para compreender em linhas gerais o sujeito na psicanálise. |
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