FATORES RELACIONADOS À DECISÃO FAMILIAR SOBRE A DOAÇÃO DE ORGÃOS E TECIDOS PARA TRANSPLANTES |
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Curso |
Mestrado em Enfermagem |
Tipo |
Dissertação |
Data |
29/02/2024 |
Área |
ENFERMAGEM |
Orientador(es) |
- Marcos Antonio Ferreira Junior
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Orientando(s) |
- MARIA EDUARDA GONÇALVES ZULIN
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Banca |
- Carolina Mariano Pompeo
- Lissette Alejandra Aviles Reinoso
- Marcos Antonio Ferreira Junior
- Oleci Pereira Frota
- Viviane Euzébia Pereira Santos
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Resumo |
Com o aumento do número de pacientes nas filas de espera por um transplante de órgãos ou tecidos, faz-se necessário analisar as razões da não efetivação das doações. Estudos demonstram que uma das principais causas é a recusa familiar. Assim, esta pesquisa objetivou analisar os fatores relacionados à decisão familiar sobre a doação de órgãos e tecidos para transplantes. Trata-se de um estudo realizado em duas fases: a primeira por meio de uma revisão integrativa de literatura e outra por meio de um estudo observacional de abordagem mista, com componente de delineamento transversal e outro qualitativo. Realizou-se em um hospital de grande porte do município de Campo Grande, capital do estado de Mato Grosso do Sul/Brasil. A coleta de dados foi realizada no período de setembro de 2023 a janeiro de 2024, e incluiu pacientes atendidos pelo serviço estudado no ano de 2022. A amostra do estudo transversal foi composta por 120 prontuários. As variáveis estudadas foram a idade do possível doador, diagnóstico médico, escolaridade, motivos da recusa familiar, motivos da recusa médica, grau de parentesco do responsável pela decisão e decisão familiar. O teste do qui-quadrado foi aplicado para análise inferencial, com adoção de um valor de significância de 0,05. Para o estudo qualitativo, foram entrevistados 20 familiares/responsáveis pela decisão da doação. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas, elaboradas a partir da Readings in Family Theory. Para a análise dos dados, utilizou-se a Análise de Conteúdo de Bardin, e o processamento dos dados foi feito pelo software IRaMuTeQ®. A revisão integrativa identificou a percepção familiar sobre o destino dos órgãos, a incompreensão do diagnóstico de morte encefálica (ME) e o desconhecimento do posicionamento de diferentes religiões perante a doação como principais fatores relacionados à recusa em realizar a doação. A principal causa da não efetivação da doação foi a recusa familiar (58,58%), seguida pela recusa médica (45,74%). Entre as causas de recusas familiares, foi observada a preocupação com a integridade do corpo (19,19%), o desejo do falecido em vida (14,14%) e o desconhecimento da vontade do falecido (11,11%). Quanto às famílias que não autorizaram a doação, a maioria dos entrevistados relatou que, em vida, seus familiares haviam comunicado o desejo de não se tornarem doadores e que gostariam de serem sepultados com seus corpos íntegros. Entre os que aceitaram realizar a doação, o desejo em ajudar o próximo foi o fator decisivo. Eles assumiram a perspectiva de que, ao consentir a doação, estariam ajudando a salvar vidas. Isso foi um disparador para a tomada de decisão, até mesmo para algumas famílias que não conheciam o desejo do potencial doador em vida. A comunicação entre os membros da família permite o conhecimento sobre o posicionamento de cada ente, o que facilita a identificação de percepções particulares geradas acerca do tema, uma vez que a morte ainda é um assunto difícil e, consequentemente, evitado entre os membros da família na maior parte dos casos. |
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AUTOCUIDADO E COMPLEXIDADE FARMACOLÓGICA EM INDIVÍDUOS COM ARTRITE REUMATOIDE |
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Curso |
Mestrado em Enfermagem |
Tipo |
Dissertação |
Data |
29/02/2024 |
Área |
ENFERMAGEM |
Orientador(es) |
- Andreia Insabralde de Queiroz Cardoso
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Orientando(s) |
- JHONIFFER LUCAS DAS NEVES MATRICARDI
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Banca |
- Andreia Insabralde de Queiroz Cardoso
- Elen Ferraz Teston
- Fabiana Perez Rodrigues Bergamaschi
- Guilherme Oliveira de Arruda
- Priscilla Perez da Silva Pereira
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Resumo |
Introdução: A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica que, devido aos sintomas
incapacitantes, prejudica a qualidade de vida e a capacidade funcional, leva à perda de
produtividade e gera altos custos para a sociedade. O impacto da artrite na vida dos indivíduos
pode afetar negativamente o autocuidado. A elevada complexidade farmacológica é sugestiva
de menor qualidade do autocuidado. Objetivo: Analisar a relação entre o autocuidado e a
complexidade farmacológica em indivíduos com artrite reumatoide. Método: Trata-se de uma
pesquisa com três vertentes metodológicas. A primeira corresponde a uma revisão bibliométrica
dos estudos brasileiros que utilizaram a teoria do déficit do autocuidado de Dorothea Elizabeth
Orem. A segunda trata-se de uma revisão de escopo para sumarizar os estudos referentes ao
autocuidado em indivíduos com artrite reumatoide. A terceira consiste em um estudo
transversal com pacientes atendidos em um ambulatório de um hospital escola da região CentroOeste do Brasil no ano de 2023. Para coleta de dados, foram utilizados um formulário de dados
sociodemográficos e de saúde, a Appraisal of Self-Care Agency Scale – Revised e o Índice de
Complexidade da Farmacoterapia (categorizado em baixa, intermediária e alta complexidades).
Foram empregadas estatísticas descritiva e analítica por meio de percentis, Shapiro-Wilk,
ANOVA e Kruskal-Wallis. O projeto foi aceito no Comitê de Ética pelo parecer
consubstanciado n.º 69631023.6.0000.0021. Resultados: Na revisão de escopo, foram
recuperados 31 estudos, publicados entre 1999 e 2022, com predomínio de estudos transversais
e publicados em inglês. Os fatores relacionados ao tratamento farmacológico e à alteração no
autocuidado mais presentes foram: efeitos colaterais da medicação, quantidade de
medicamentos, tempo indeterminado de tratamento, automedicação, conhecimento do
tratamento, efeitos positivos do tratamento, assim como o medo e as crenças negativas. No
desenvolvimento da revisão bibliométrica, foram recuperados 29 artigos, publicados de 2001 a
2022. Houve predomínio de artigos em periódicos brasileiros, em idioma português, com
estudos dos tipos descritivo-exploratório e qualitativo. A análise de conteúdo gerou três classes:
uso da teoria nas pesquisas, intervenções de enfermagem e desenvolvimento de instrumentos.
O uso da teoria de Orem nas pesquisas segue em aumento progressivo, sendo utilizada em partes
ou por completo, isolada ou com outras teorias. O uso é pouco explorado em estudos de
pediatria e hebiatria, com maior nível de evidência. A teoria é utilizada em múltiplos contextos
e metodologias, com resultados para teoria e prática. Futuras pesquisas podem desenvolver
estudos mais robustos para fortalecer as ações do autocuidado em uma prática baseada em
evidências. Na pesquisa transversal, a amostra foi composta por 96 indivíduos, com médias de
autocuidado de 56,33 (Mediana=57,0), nível intermediário, e de complexidade da
farmacoterapia de 18,29 (Mediana=16,0), complexidade intermediária. Os escores medianos de
poder para o autocuidado em desenvolvimento foram diferentes (p=0,042), quando se
compararam indivíduos com baixa (Mediana=19,50) e alta complexidades (Mediana=21,50),
da frequência das doses medicamentosas. Os escores medianos de falta de poder para o
autocuidado foram significativamente diferentes (p=0,011) entre os indivíduos com níveis
intermediário (Mediana=12,00) e alto (Mediana=9,00) de complexidade da farmacoterapia em
termos globais. Conclusão: A relação entre o autocuidado e o tratamento medicamentoso de
indivíduos com artrite reumatoide envolve múltiplas variáveis. Possivelmente, uma abordagem
individualizada possibilite a compreensão dos fatores de cada indivíduo e o manejo para a
melhora do autocuidado. Foram observados escores maiores do desenvolvimento do poder para
o autocuidado entre os indivíduos com alta complexidade da farmacoterapia para frequências
de doses, bem como escores menores de falta de poder para o autocuidado entre indivíduos com
alta complexidade global da farmacoterapia. Esses achados sinalizam para a uma disposição de
maior desenvolvimento do poder para o autocuidado entre indivíduos com alta complexidade
de farmacoterapia, quando se refere à frequência de doses, e uma menor inclinação para o
autocuidado, ao analisar a complexidade da farmacoterapia em termos globais. Investigações
posteriores devem versar sobre a análise das possíveis relações entre fatores do autocuidado e
os fatores da complexidade farmacológica. No presente estudo, propôs-se a categorização de
cada fator do ICFT em níveis de complexidade, a fim de possibilitar a análise de eventuais
diferenças quanto ao autocuidado. Contudo, ainda se faz necessário testar e consolidar as
categorizações empregadas e ampliar a análise dessas relações, de modo a estimar a sua
intensidade e identificar variáveis interferentes nesse processo, bem como investigar efeitos de
intervenções sobre o potencial de autocuidado, em seus diferentes fatores, perante condições
distintas de complexidade da farmacoterapia. |
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MODELO NOLA PENDER DE PROMOÇÃO DA SAÚDE: SUBSÍDIOS PARA O CUIDADO ÀS PESSOAS COM DIABETES |
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Curso |
Mestrado em Enfermagem |
Tipo |
Dissertação |
Data |
28/02/2024 |
Área |
ENFERMAGEM |
Orientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Ana Paula de Assis Sales
- Elen Ferraz Teston
- Maria do Carmo Lourenço Haddad
- Rosilene Rocha Palasson
- Verusca Soares de Souza
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Resumo |
As ações de promoção da saúde direcionadas às pessoas com condições crônicas, como o Diabetes Mellitus, tem como propóstito estimular a autoeficácia e consequentemente o autocuidado. O Modelo de Nola Pender de Promoção da Saúde oferece subsídios para o planejamento e operacionalização de ações de cuidado pela equipe de enfermagem que consideram os fatores individuais que influenciam no comportamento e a interação deste com o meio. O presente estudo teve como objetivos sumarizar as produções científicas da Enfermagem que utilizaram o modelo de promoção da saúde de Nola Pender na Atenção Primária e conhecer a perspectiva de pessoas com Diabetes Mellitus sobre o seu comportamento em saúde. Trata-se de um estudo com duas vertentes metodológicas: revisão integrativa da literatura e pesquisa descritiva-exploratória de natureza qualitativa. Para a realização da revisão integrativa utilizou-se as bases de dados Embase, Elservier’s Scopus, Biblioteca Virtual em Saúde, Medline via PubMed, Web of Science e Ovid e a busca nas bases ocorreu em março de 2023. Por sua vez, o estudo descritivo-exploratório de abordagem qualitativa foi realizado junto a 22 pessoas com Diabetes Mellitus cadastradas em uma unidade de saúde de uma capital da região centro oeste brasileira. Os dados foram coletados por meio de entrevista em profundidade, semiestruturada e audiogravada, com duração média de uma hora, no período de agosto a novembro de 2023. Adotou-se como critério de encerramento das entrevistas, a saturação dos dados. Para coleta utilizou-se de um instrumento composto por duas partes, sendo a primeira de caracterização, e a segunda, por questões elaboradas com base no referencial teórico de Nola Pender. As entrevistas foram transcritas na íntegra e submetidas à análise de conteúdo, modalidade temática. As categorias foram demilitadas de forma apriorística, com base no referencial teórico adotado. O projeto foi aprovado pelo Comitê Permanente de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Dentre os 660 artigos localizados no estudo de revisão, oito compuseram a amostra final. Os resultados apontaram a aplicabilidade do Modelo de Promoção da Saúde em diferentes contextos e ciclos de vida como por exemplo, ao tratar de comportamentos alimentares de pessoas com hipertensão; estudos direcionados à população de idosos; sobre o aleitamento materno em primíparas; em programas de educação para melhora do comportamento e aumento de conhecimento em pessoas com HIV. No estudo qualitativo, participaram 22 pessoas com idade entre 34 e 59 anos. A análise de conteúdo modalidade temática resultou na categoria intitulada: Comportamentos Promotores de Saúde sob a ótica das pessoas com Diabetes segundo Modelo de Nola Pender. Ao refletir sobre as características e experiências individuais relacionadas ao comportamento anterior à doença, os participantes relataram que pouco cuidavam da saúde e dentre aqueles que cuidavam, a realização de caminhada foi o comportamento destacado. Sentimentos negativos em relação à condição crônica foram apontados, o que pode dificultar a motivação para mudança de comportamento. Ademais, observou-se que os entrevistados não identificam seu papel na promoção/autogerenciamento da sua condição de saúde. No que tange às barreiras à adoção dos comportamentos promotores de saúde, os fatores apontados permanecem similares aos comportamentos anteriores à doença, como a falta de tempo, de vontade, questões financeiras ecomplicações do diabetes. Do mesmo modo, hábitos como fumar, comer compulsivamente e consumir bebida alcoólica foram destacados como barreiras para mudança comportamental. Contudo, ao serem indagados sobre os benefícios, os participantes referiram melhora na qualidade de vida, vaidade, a sensação de bem-estar, vitória,
felicidade, autossatifação e autorrealização. As influências interpessoais no comportamento em saúde identificadas foram a convivência com outras pessoas e familiares. Concluiu-se que os estudos que utilizaram o Modelo de Promoção da Saúde de Nola Pender apresentaram resultados satisfatórios na aplicação deste no processo de trabalho da Enfermagem na Atenção Primária e enfatizaram que o modelo oferece subsídios para implementação de intervenções com enfoque nos comportamentos promotores de saúde. Sendo a diabetes uma condição crônica, que necessita de engajamento diário do próprio indivíduo com sua condição de saúde, a incorporação deste modelo no acompanhamento àessas pessoas pode favorecer a autoreflexão em relação aos comportamentos e hábitos de vida, proporcionando um ponto de partida para o planejamento das ações de cuidado centrado nas necessidades do usuário e na promoção da autonomia para o cuidado. Assim, acredita-se que a reflexão sobre a própria condição de saúde pode favorecer o empoderamento do individuo para uma mudança comportamental e adoção de hábitos saudáveis.
Palavras-chave: Diabetes Mellitus. Autocuidado. Promoção da Saúde. Enfermagem. Teoria de enfermagem.
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ANÁLISE DA ASSISTÊNCIA AMBULATORIAL PRESTADA AOS RECÉMNASCIDOS DE RISCO EGRESSOS DE UM HOSPITAL PÚBLICO |
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Curso |
Mestrado em Enfermagem |
Tipo |
Dissertação |
Data |
28/02/2024 |
Área |
ENFERMAGEM |
Orientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Aline Oliveira Silveira
- Fernanda Ribeiro Baptista Marques de Almeida
- Maria Angelica Marcheti
- Maria Aparecida Munhoz Gaíva
- Marisa Rufino Ferreira Luizari
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Resumo |
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ANÁLISE DA VIOLÊNCIA RELACIONADA AO TRABALHO NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL |
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Curso |
Mestrado em Enfermagem |
Tipo |
Dissertação |
Data |
28/02/2024 |
Área |
ENFERMAGEM |
Orientador(es) |
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Orientando(s) |
- Alberth Rangel Alves de Brito
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Banca |
- Cibele de Moura Sales
- Fernanda Moura Almeida Miranda
- Guilherme Oliveira de Arruda
- Luciana Contrera
- Priscila Maria Marcheti Fiorin
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Resumo |
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TENDÊNCIA TEMPORAL, E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E LETALIDADE DA COINFECÇÃO LEISHMANIOSE VISCERAL E HIV EM MATO GROSSO DO SUL |
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Curso |
Mestrado em Enfermagem |
Tipo |
Dissertação |
Data |
27/02/2024 |
Área |
ENFERMAGEM |
Orientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Elen Ferraz Teston
- Everton Falcao de Oliveira
- Gilmara Holanda da Cunha
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Resumo |
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TENDÊNCIA TEMPORAL, E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E LETALIDADE DA COINFECÇÃO LEISHMANIOSE VISCERAL E HIV EM MATO GROSSO DO SUL |
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Curso |
Mestrado em Enfermagem |
Tipo |
Dissertação |
Data |
27/02/2024 |
Área |
ENFERMAGEM |
Orientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Elen Ferraz Teston
- Everton Falcao de Oliveira
- Gilmara Holanda da Cunha
- Guilherme Oliveira de Arruda
- Verusca Soares de Souza
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Resumo |
A coinfecção leishmaniose visceral e HIV/aids constitui um grave problema de saúde pública
por causa de sua magnitude, impacto econômico e social. No cenário brasileiro, o estado de
Mato Grosso do Sul é caracterizado como região endêmica para leishmaniose e, nos últimos
anos, tem apresentado tendência crescente dos casos de HIV, o que torna necessário o
desenvolvimento de estudos sobre a coinfecção. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar a
tendência temporal, a distribuição espacial e a letalidade dos casos de coinfecção leishmaniose
visceral e HIV/aids. Estudo descritivo, transversal e quantitativo, realizado a partir das
notificações dos casos de leishmaniose visceral no estado de Mato Grosso do Sul no período de
2012-2022. Utilizaram-se as notificações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação,
as quais foram disponibilizadas pela Secretaria de Estado de Saúde, após aprovação do Comitê
de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Os dados foram
analisados por meio de estatística descritiva e mapeamento temático. No período em estudo,
foram notificados 1881 casos de leishmaniose visceral, dos quais 1594 foram confirmados e
319 (20,01%) apresentaram a coinfecção LV-HIV/aids, com as maiores incidências em: Rio
Negro, Rio Verde de Mato Grosso, Porto Murtinho e Anastácio. A tendência temporal dos casos
de coinfecção leishmaniose visceral e HIV/aids se manteve estável. Embora não tenha
apresentado evidências estatísticas de padrão espacial na incidência, houve uma considerável
expansão geográfica na Região Centro-Norte do estado. A comparação da letalidade LV com a
coinfecção LV-HIV/aids não teve diferença significativa. Houve associação estatística entre os
indivíduos com idade superior aos 40 anos e a maior probabilidade de óbito (p- valor=0,032;
RC: 0,40). Os resultados encontrados oferecem subsídios para a reflexão sobre o processo de
trabalho das equipes de saúde e os serviços de zoonoses do estado, bem como elucidam a
necessidade de ações estratégicas de prevenção das doenças em questão, rastreamento e
diagnostico precoce, além de estratégias de controle do vetor, as quais devem levar em
consideração as características climáticas e geográficas e a disponibilidade dos serviços de
saúde na área. Além disso, uma atenção especial deve ser direcionada a indivíduos com mais de
40 anos, uma vez que apresentam um maior risco de mortalidade.
Palavras-chave: Leishmaniose visceral; Coinfecção; HIV; Notificação de doenças;
Enfermagem em Saúde Pública. Enfermagem. |
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FISCALIZAÇÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA ENFERMAGEM EM HOSPITAIS DE GRANDE PORTE DE MATO GROSSO DO SUL |
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Curso |
Mestrado em Enfermagem |
Tipo |
Dissertação |
Data |
26/02/2024 |
Área |
ENFERMAGEM |
Orientador(es) |
- Rodrigo Guimaraes dos Santos Almeida
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Orientando(s) |
- ANDREZZA GABRIELLY DOS SANTOS SOLDERA
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Banca |
- Ana Paula de Assis Sales
- João Lucas Campos de Oliveira
- Maria Angelica Marcheti
- Rodrigo Guimaraes dos Santos Almeida
- Sebastiao Junior Henrique Duarte
- Verusca Soares de Souza
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Resumo |
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CULTURA DE SEGURANÇA E CARGA DE TRABALHO DE PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE |
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Curso |
Mestrado em Enfermagem |
Tipo |
Dissertação |
Data |
18/12/2023 |
Área |
ENFERMAGEM |
Orientador(es) |
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Orientando(s) |
- CYNTHIA FERNANDA TELES MACHADO
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Banca |
- Elen Ferraz Teston
- Helen Cristiny Teodoro Couto Ribeiro
- Ingrid Moura de Abreu Carvalho
- Verusca Soares de Souza
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Resumo |
Garantir a segurança do paciente na Rede de Atenção à Saúde perpassa o estabelecimento
de uma cultura que valorize a segurança e o reconhecimento de que a carga de trabalho
pode interferir na percepção e atitudes dos profissionais. Perante um cenário em que a
Atenção Primária à Saúde é pouco contemplada por documentos oficiais e literatura
científica sobre segurança do paciente, esta pesquisa teve como objetivo analisar as relações
entre a cultura de segurança e a carga de trabalho de profissionais da Atenção Primária à
Saúde. Tratou-se de um estudo exploratório, do tipo Survey, de abordagem quantitativa,
realizado no período de janeiro a julho de 2023, com 355 profissionais da Atenção Primária
de uma capital do Centro- Oeste do Brasil. Foram utilizados três instrumentos: o
questionário de caracterização sociodemográfica do trabalhador; o método National
Aeronautics and Space Administration - Task Load Index e o instrumento Medical Office
Survey on Patient Safety Culture, sendo que estes dois últimos validados e adaptados à
realidade brasileira. Os dados foram submetidos à análise estatística descritiva e inferencial.
A coleta dos dados inicialmente se deu por meio eletrônico; todavia, a partir do mês de
maio, passou a ser presencial até a obtenção da amostra. Participaram 355 profissionais de
diversas categorias, como enfermeiros (n=112, 31,5%), agentes comunitários de saúde e de
combate a endemias (n=62, 17,8%) e odontólogos (n=40, 11,3%) que atuavam na Rede há
menos de cinco anos (44,8%, n=159). A carga de trabalho foi considerada alta pela maior
parte dos profissionais (73,8%), e as 12 dimensões do instrumento Medical Office Survey
on Patient Safety Culture foram avaliadas com escores inferiores a 75%, sendo
consideradas dimensões frágeis da cultura de segurança. A dimensão melhor avaliada foi
‘Seguimento da assistência ao paciente’, com 63,7% (n=214), seguida de ‘Trabalho em
equipe’, com 60,3% (n=214). Observou-se que ‘Comunicação aberta’ e ‘Comunicação
sobre o erro’ se mostraram mais positivas entre os profissionais administrativos em relação
aos assistenciais (54,10% x 45,50%; 55,90% x 42,90%, respectivamente). A dimensão pior
avaliada foi ‘Pressão e ritmo de trabalho’, com 18,6% (n=66). Verificou-se associação
estatística significativa entre uma maior prevalência de respostas positivas e carga horária
semanal de até 40h nas dimensões ‘Apoio dos gestores na segurança do paciente’
(p<0,0001) e ‘Questões relacionadas à segurança do paciente e qualidade’ (p<0,0001).
Ainda, obteve-se associação entre menor carga de trabalho e melhor avaliação da cultura de
segurança nas dimensões ‘Processo de trabalho e padronização’ (p- valor=0,01) e ‘Apoio
dos gestores na segurança do paciente’ (p-valor=0,03), assim como na Avaliação geral de
segurança e qualidade. Em conclusão, houve a associação entre a alta carga de trabalho e
uma pior percepção da cultura de segurança do paciente entre os profissionais da atenção
primária. Desta forma, explicitar condições desfavoráveis à percepção da cultura de
segurança na atenção primária pode subsidiar o planejamento de ações para a revisão de
processos de trabalho e, como consequência, avançar na cultura de segurança na atenção
primária, cenário pouco explorado na temática, reforçando assim a divulgação científica
dos desafios enfrentados pelos trabalhadores da atenção primária à saúde. |
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CONHECIMENTO DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE SOBRE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: ESTUDO METODOLÓGICO E TRANSVERSAL |
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Curso |
Mestrado em Enfermagem |
Tipo |
Dissertação |
Data |
07/12/2023 |
Área |
ENFERMAGEM |
Orientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Carolina Mariano Pompeo
- Janaina Michelle de Oliveira
- Marcos Antonio Ferreira Junior
- Oleci Pereira Frota
- Renata Cristina Gasparino
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Resumo |
O acidente vascular cerebral (AVC) lidera entre as principais causas de morte no Brasil e ocupa
a segunda posição mundial. Desconhecer seus sinais agudos pode atrasar o atendimento e
prejudicar o prognóstico do paciente. Informar a população sobre esses sinais é crucial, e os
agentes comunitários de saúde (ACS) são uma estratégia eficaz para disseminar essa
informação e promover ações rápidas em situações de urgência. O objetivo desta pesquisa é
mensurar o conhecimento dos ACS sobre a prevenção, sinais e sintomas agudos, e as primeiras
condutas em situações de urgência por AVC. O estudo foi desenvolvido em duas etapas de
delineamento: metodológico e transversal. A fase metodológica visou construir e validar um
instrumento de avaliação do conhecimento dos ACS sobre o AVC. Na primeira fase, foi
realizada uma revisão integrativa da literatura e, em seguida, consultada a opinião de
especialistas na área de estudo. Na segunda, foi realizada a validação de conteúdo com a
utilização da técnica Delphi. Na terceira, foi aplicado o pré-teste com a população-alvo para
validação de face, avaliação da clareza, compreensibilidade e tempo de preenchimento. A
análise dos dados foi realizada pela análise de concordância e pelo índice de validade de
conteúdo (IVC). O estudo transversal consistiu na aplicação de questionário validado em 16
unidades de saúde, que foi respondido por 235 ACS e buscou responder à pergunta central do
estudo. O teste do Qui-quadrado de Pearson foi utilizado para as variáveis categóricas. Para as
variáveis contínuas, foram utilizados os testes de Mann-Whitney (U) e Kruskal-Wallis. No
estudo transversal, predominaram mulheres, a maioria dos ACS se autodeclarou como
parda/amarela, idade de 40-49 anos, média de idade 44,49 ± 8,55. Mais de 80% atuavam como
ACS há mais de cinco anos, sendo 50% com escolaridade fundamental e 66,4% sem formação
em saúde. O conhecimento variou entre pobre (36,2%), ruim (29,8%), regular (13,2%), bom
(17,9%), muito bom (2,1%) e excelente (0,9%). Casados, com ensino superior, formação em
saúde e menos de cinco anos como ACS e lotação, mostraram maior quantidade de acertos. Ter
formação na área da saúde está relacionado a pontuações mais baixas em "pobre" e mais altas
em "muito bom" (p=0,03). Possuir curso superior associou-se a pontuações superiores em
"bom", enquanto apenas ensino fundamental/médio se relaciona a pontuações mais altas em
"pobre" (p=0,03). Profissionais com mais de cinco anos na função de ACS apresentaram
pontuações menores em "bom" e maiores em "pobre" (p<0,001). A porcentagem de acertos dos
ACS em relação ao tempo de lotação mostra uma tendência inversa: mais de cinco anos de
lotação têm pontuações mais altas em categorias negativas, enquanto menos de cinco anos têm
mais acertos em "ruim", "regular" e "bom". Renda familiar de quatro salários-mínimos esteve
associada a mais acertos em "bom" e menos em "pobre" (p=0,02). O questionário validado
apresentou conhecimento insuficiente dos ACS sobre AVC. Na sessão tratamento,
prevaleceram as menores pontuações. Destaca-se a necessidade de educação permanente, com
ênfase nas lacunas identificadas. Recomenda-se promover discussões sobre políticas públicas
e treinamentos em saúde para reforçar o conhecimento na população estudada. |
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CAPACIDADE PARA O TRABALHO E FATORES PSICOSSOCIAIS DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE MATO GROSSO DO SUL |
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Curso |
Mestrado em Enfermagem |
Tipo |
Dissertação |
Data |
04/09/2023 |
Área |
ENFERMAGEM |
Orientador(es) |
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Orientando(s) |
- MÁRCIA ANDRÉIA QUEIROZ FREITAS DOS SANTOS
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Banca |
- Bianca Cristina Ciccone Giacon Arruda
- Cibele de Moura Sales
- Larissa da Silva Barcelos
- Luciana Contrera
- Maria Inês Monteiro
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Resumo |
A capacidade para o trabalho é a condição que o trabalhador possui para a execução da atividade designada para a sua função. Um marco na saúde mundial foi a Pandemia da COVID-19, em 2020, na qual se identificou uma mudança significativa no cotidiano dos profissionais da saúde, nas condições de trabalho, com a necessidade de reestruturação e adaptação das equipes. Surgindo uma preocupação quanto ao impacto da capacidade para o trabalho causado pelos fatores psicossociais do trabalho dos profissionais da saúde que atuaram durante a pandemia. Assim, objetivou-se analisar a relação entre a capacidade para o trabalho e a exposição a fatores de riscos psicossociais de profissionais de saúde em uma instituição hospitalar de referência para o tratamento de pacientes com COVID-19. A pesquisa foi realizada em duas fases, na primeira foi desenvolvido um estudo de revisão integrativa de literatura visando avaliar a capacidade para o trabalho e os fatores psicossociais dos profissionais da saúde no ambiente hospitalar. A busca realizou-se nas bases: EMBASE, Elservier’s Scopus; National Library of Medicine - Medline via PubMed; Web of Science; Cumulative Index to Nursing and Allied Heath Literature; Biblioteca Virtual em Saúde e PsycArticles, no período de julho e agosto de 2022. Os artigos foram triados com software Rayyan, os dados coletados conforme A Step-By-Step Guide to Conducting an Integrative Review e níveis de evidências do Hierarchy of Evidence for Intervention Studies. Na segunda fase foi realizado um estudo transversal, em dezembro de 2022, com trabalhadores da saúde de um hospital universitário de grande porte. Os instrumentos utilizados foram: o Índice de Capacidade para o Trabalho e Copenhagen Psychosocial Questionnaire III. Para análise dos dados utilizou-se o software R Studio, com teste qui-quadrado, exato de Fisher e modelagem por regressão logística. Na primeira etapa levantou-se 599 artigos, sendo 36 analisados, as publicações ocorreram entre os anos de 2002 a 2021, sendo a maioria a partir de 2013. Houve o Nível de Evidência VI em 33 artigos. A amostragem populacional dos estudos foi variável, sendo prevalente o sexo feminino e com profissionais da área da enfermagem. Foram encontradas várias correlações positivas e negativas dos fatores psicossociais relacionados ao Índice de Capacidade para o Trabalho e a necessidade da promoção da saúde no ambiente de trabalho. Já o estudo transversal foi constituído de 197 profissionais, a maioria do sexo feminino e com média de idade de 40 anos. As variáveis significativas com a capacidade para o trabalho foram: reconhecimento (OR=0,26; IC95%:0,09-0,75), compromisso com o local de trabalho (OR=0,20; IC95%:0,04-1,03), saúde autoavaliada (OR=0,15; IC:0,06-0,43), estresse somático (OR=0,23; IC95%:0,08-0,66), carga horária de trabalho (OR=0,23; IC95%:0,07 – 0,82), atividade física (OR=0,20; IC95%:0,04-1,03) e lazer (OR=0,27; IC95%:0,12-0,64). Conclui-se que os fatores psicossociais no ambiente de trabalho associaram-se com a capacidade para o trabalho dos profissionais da saúde. Tais resultados são indicadores importantes para subsidiar instituições, gestores e profissionais da saúde e investimentos no ambiente de trabalho, que visem a promoção de saúde no trabalho e no estilo de vida, para beneficiar o desempenho organizacional, segurança do paciente e promover a aposentadoria com saúde e qualidade de vida. |
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REPERCUSSÕES DA COVID-19 NA MORTALIDADE MATERNA NO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL |
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Curso |
Mestrado em Enfermagem |
Tipo |
Dissertação |
Data |
01/09/2023 |
Área |
ENFERMAGEM |
Orientador(es) |
- Andreia Insabralde de Queiroz Cardoso
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Orientando(s) |
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Banca |
- Ana Paula de Assis Sales
- Andreia Insabralde de Queiroz Cardoso
- Carolina Mariano Pompeo
- Fabiana Perez Rodrigues Bergamaschi
- Márcia Maria Ribera Lopes Spessoto
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Resumo |
Introdução: O perfil clínico-epidemiológico para mulheres/gestantes na pandemia de COVID19 teve repercussões na morbimortalidade que foram sendo compreendidas a partir do 2º bimestre e após a primeira “onda” da doença, quando evidências acerca da relação das alterações da gravidez e do puerpério demonstraram o aumento da incidência de óbitos para essa população em ascensão. Objetivo: Analisar as repercussões no perfil epidemiológico da mortalidade materna após o início da pandemia de COVID-19. Método: Duas etapas
metodológicas foram realizadas. A primeira foi uma revisão integrativa sobre a mortalidade durante a pandemia de COVID-19, em nível global, por meio da coleta de dados em protocolo estruturado, utilizando estratégia de P – População, V – Variável de interesse, O – desfecho. A segunda etapa consistiu em um estudo observacional, com desenho transversal e quantitativo, para analisar a mortalidade materna no estado de Mato Grosso do Sul (MS), dois anos antes da pandemia (2018 e 2019) e dois anos após o seu início (2020 e 2021); os dados, obtidos na base de dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES), são provenientes das Declarações de Óbitos Maternos e das Fichas de Investigação de Óbito Materno: síntese, conclusões e recomendações (Ficha M5). Os dados foram tabulados em Microsoft Excel e, com o auxílio do software estatístico R-Studio, foram analisadas as características socioeconômicas, além das gerais,como comorbidades, óbito na gestação ou no puerpério, local de ocorrência, necropsia, macrorregião e período de ocorrência do óbito, com a aplicação do teste qui-quadrado. A Razão de Mortalidade Materna (RMM), e os Anos Potenciais de Vida Perdidos(APVP) também foram
analisados. As prevalências do período do óbito e as razões de prevalência não ajustadas foram calculadas utilizando o modelo de regressão de Poisson. Resultados: Na primeira etapa, foram selecionadas 15 publicações, que ocorreram entre os anos de 2020 e 2022, sendo o maior quantitativo o do ano de 2021. Dois artigos evidenciaram os picos de óbito materno entre as semanas epidemiológicas 17 e 30 do ano de 2020. Os estudos evidenciaram o aumento da RMM entre os anos de 2020 e 2021. Risco e taxa de letalidade foram identificados com elevação, e o perfil clínico dos óbitos maternos esteve relacionado à faixa etária acima de 35 anos e a
comorbidades pré-existentes. Apenas um estudo relacionou a deficiência de ferro com o agravamento clínico. Na segunda etapa, foram analisadas 118 mortes maternas. Delas, 51 ocorreram entre 2018-2019 e 67, entre 2020-2021. A RMM passou de 57,97 para 80,25. Os
APVP aumentaram de 1.774,41 para 2.237,34. Puérperas tiveram elevadas taxas de mortalidade. A doença respiratória teve razão de prevalência de 2,18 (IC=1,34-3,52). Os resultados evidenciam a vulnerabilidade das mulheres no ciclo gravídico puerperal às doenças
com alto contágio e com virulência elevada, como a COVID-19. Conclusão: Os óbitos maternos foram impactados com o surgimento da pandemia, elevando as taxas de RMM, que estavam em declínio nos anos anteriores. Demonstrou-se, com testes estatísticos, que as
doenças respiratórias foram influentes nos óbitos. Gestantes e principalmente puérperas devem ser priorizadas em nível global e no estado de MS, com ações de saúde para ampliar a assistência e a prevenção de agravos dessa população no que tange ao surgimento de doenças
de alta transmissibilidade. |
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FORMAS SOCIAIS DE ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CUIDADO A SITUAÇÕES DE CRISE EM SAÚDE MENTAL |
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Curso |
Mestrado em Enfermagem |
Tipo |
Dissertação |
Data |
25/08/2023 |
Área |
ENFERMAGEM |
Orientador(es) |
- Bianca Cristina Ciccone Giacon Arruda
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Orientando(s) |
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Banca |
- Ana Carolina Guidorizzi Zanetti
- Bianca Cristina Ciccone Giacon Arruda
- Elen Ferraz Teston
- Lucas Ferraz Cordova
- Lucilene Cardoso
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Resumo |
Introdução: A crise de saúde mental é um produto social, resultado da interação do indivíduo com seu ambiente atual e histórico, um momento de conflito que requer transformações. O enfermeiro tem papel fundamental nessas situações, principalmente quando atua por meio de uma perspectiva psicossocial. Nessa perspectiva é um sujeito social essencial para vivência e apoio em situações de crise. Objetivo: Analisar a formas social de atuação à saúde mental em situações de crise a partir do relato verbal de enfermeiros da Atenção Primária à Saúde. Método: Estudo descritivo-exploratório, com abordagem qualitativa, subsidiada pelos referenciais teóricos-interpretativos da análise do comportamento e do materialismo histórico-dialético. Os dados foram coletados por meio de uma entrevista semiestruturada com doze enfermeiros da Atenção Primária à saúde e analisados pela técnica dedutiva proposta pelo Theorical Domains Framework, referencial metodológico adotado. Resultados: Os dados analisados possibilitaram a elaboração de três temas: “Conhecimento e atuação de enfermeiro”, “Recursos materiais, sociais e institucionais” e “Crenças, metas e emoções” que evidenciam uma forma social de atuação predominantemente manicomial, tendo em vista o asfixiamento político e econômico das condições necessárias para implementação da atenção psicossocial. Desse modo, a atuação vem sendo pautado por “extensão” do trabalho biomédico-psiquiátrico, com valorização de atividades “clínico-técnico-burocráticas”, fortalecida por uma conjuntura de parcos recursos e capacitação insuficiente. Essa situação recai no foco em atividades de identificação e diminuição de sinais/sintomas, classificação, medicalização, encaminhamento de demandas. Destaca-se a comunicação incipiente entres os diversos níveis da Rede de Atenção Psicossocial. Considerações finais e implicações para a prática: O estudo possibilitou o desenvolvimento de uma análise concreta e teórico-crítica da realidade material dos enfermeiros quanto a atuação em situações de crise de saúde mental, explicitando uma forma social predominantemente manicomial, com práticas que apagam os sentidos das situações de crise para o indivíduo. Além disso, os enfermeiros vêm vivenciando uma situação de precarização e contingenciamento de recursos, situação que para eles está correlacionada a recorrência das situações de crise e agravamento dos problemas de saúde mental. Ademais, evidenciou-se a necessidade da organização política pela enfermagem, com mobilização social e luta contra o modelo de atenção manicomial, valorização da profissão e maior investimento na rede e em uma estratégia de educação permanente, com vistas a consolidação da perspectiva da Reforma Psiquiátrica. |
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ADESÃO ÀS MEDIDAS ASSÉPTICAS E FREQUÊNCIA DE TOQUE EM SUPERFÍCIES AMBIENTAIS POR PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DURANTE A ADMINISTRAÇÃO ENDOVENOSA DE MEDICAMENTOS: ESTUDO OBSERVACIONAL |
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Curso |
Mestrado em Enfermagem |
Tipo |
Dissertação |
Data |
23/08/2023 |
Área |
ENFERMAGEM |
Orientador(es) |
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Orientando(s) |
- Patrícia de Souza Brandão Ramos
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Banca |
- Álvaro Francisco Lopes de Sousa
- Elaine Aparecida Rocha Domingues
- Marcos Antonio Ferreira Junior
- Oleci Pereira Frota
- Paula Regina de Souza Hermann
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Resumo |
As superfícies ambientais próximas ao paciente podem agir como reservatórios e meios de transmissão de patógenos por meio do toque das mãos dos profissionais de saúde. O objetivo deste estudo foi analisar a adesão às medidas assépticas e o toque nas superfícies ambientais pelos profissionais de Enfermagem durante a administração endovenosa de medicamentos. Trata-se de um estudo transversal observacional, realizado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto de um hospital universitário do Centro-Oeste brasileiro. A amostragem foi não probabilística por conveniência e os critérios de inclusão foram: profissionais de Enfermagem, sendo enfermeiros ou técnicos de Enfermagem, que realizavam rotineiramente a administração endovenosa de medicamentos. Foram excluídos aqueles com tempo de atuação em UTI <6 meses. Um pesquisador não-participante à equipe aplicou o questionário sociodemográfico e ocupacional. Posteriormente, os profissionais de Enfermagem foram observados em situações reais de assistência em todos os períodos. Para a análise dos dados não-paramétricos foi calculada a Razão de Prevalência (RP), com intervalo de confiança (IC) de 95%. Foram realizadas 135 observações com 1.083 episódios de toque em superfícies ambientais próximas aos pacientes. As superfícies mais tocadas pelas mãos dos profissionais foram as bombas de infusão (29,1%) e equipos (28,1%). As médias de toque na bomba de infusão contínua (2,33) e equipos (2,26) representam 57,24% da frequência total de toques. No turno vespertino houve uma maior frequência de toques no ventilador mecânico (p=0,026, média de 0,10 ± 0,17) e em outras superfícies não especificados (p=0,021, média de 1,40±0,59). Profissionais com tempo de experiência de até 10 anos tocaram mais frequentemente (p=0,049) na bomba de infusão em comparação aos seus homólogos com mais de 10 anos: média de 3,25±0,82 toques por episódio de administração medicamentosa. Foram analisados 11 indicadores de conformidade de medidas assépticas. No total, 6 medidas assépticas foram classificadas como Inadequada por mais de 80% dos participantes. Nas medidas assépticas de I - Desinfecção da ampola ou frasco-ampola; II- Desinfecção de conectores ou injetores e; III- Higienização das mãos antes da administração endovenosa, foram inadequadamente realizadas por 100% dos profissionais. A prevalência de conformidade ao uso de luvas é 4,86 vezes maior nas mulheres (RP: 4,86; IC 95%: 0,80 - 29,42; p= 0,008) do que nos homens. O período noturno apresentou maior nível de inadequação com relação ao calçamento de luvas (p= 0,028). Os resultados evidenciam que o procedimento de administração endovenosa de medicamentos, embora seja comumente realizado no âmbito das UTIs, possui fragilidades, principalmente no que tange à adesão às medidas assépticas. Esses dados demonstram que há necessidade de revisão de protocolos institucionais previamente padronizados e treinamento das equipes para promover uma assistência mais segura e eficaz. |
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INCIDENTES DE SEGURANÇA COM CATETERES VENOSOS PERIFÉRICOS DURANTE A TERAPIA INTRAVENOSA EM CRIANÇAS HOSPITALIZADAS |
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Curso |
Mestrado em Enfermagem |
Tipo |
Dissertação |
Data |
12/06/2023 |
Área |
ENFERMAGEM |
Orientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Adriano Menis Ferreira
- Álvaro Francisco Lopes de Sousa
- André Luiz Silva Alvim
- Oleci Pereira Frota
- Valquíria da Silva Lopes
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Resumo |
A identificação dos incidentes de segurança relacionados aos cateteres venosos periféricos em pediatria e suas características podem subsidiar ações para a reorganização dos processos de trabalho e de prevenção de riscos, além de ampliar o olhar para a cateterização venosa periférica em crianças. Os incidentes de segurança relacionados a cateteres venosos periféricos são um problema decorrente da terapia intravenosa e o manuseio dos cateteres, relevantes para a população pediátrica, devido aos complexos processos envolvidos e inúmeros profissionais envolvidos. A dificuldade em manter o dispositivo até a conclusão do tratamento é comum, e muitas vezes é ocasionada pela complexidade de seu manejo, acarretando o prolongamento da internação e elevação do custo associado ao tratamento. Com a escassa pesquisa do assunto, não existe um consenso sobre a forma mais eficaz de manejo, onde as condutas são baseadas muito mais em prática histórica, do que em evidências científicas. O objetivo foi identificar os incidentes de segurança com cateteres venosos periféricos durante a terapia intravenosa em crianças hospitalizadas. Estudo do tipo observacional, descritivo, longitudinal, prospectivo com abordagem quantitativa e amostra por conveniência, por meio da análise de 39 cateteres, no período de 03/01/2022 a 23/06/2023, de pacientes de 4 meses a 12 anos, mediante a coleta de dados em prontuários e observação sequencial dos cateteres analisados. Os dados foram tabulados em planilha Excel® e analisados por meio do programa EPI INFO™ 7.2.5. Para verificar a associação entre a presença de complicações e as demais variáveis, foi utilizado o teste Exato de Fisher, considerando um nível de significância de 5%. Evidenciou-se que os principais envolvidos eram da faixa etária de 4 meses a 4 anos e do sexo masculino (68,7%), e em tratamento de doenças do aparelho respiratório (28,6%). O tipo de cateter flexível foi o único tipo utilizado, predominando os calibres 22 e 24. A ocorrência de incidentes não esteve associada significativamente as características dos cateteres, calibre do cateter (p=0,74), mobilidade do paciente (p=1,0), profissional responsável pelo procedimento de punção venosa (p=0,53), local (p=1,0) e veias de inserção (p=0,74), tipo de curativo utilizado (p=1,0), conexões presentes (p=0,53) e uso de bomba de infusão. A ocorrência de incidentes esteve presente em 64,1% dos cateteres analisados. As taxas de incidência encontradas foram: 33% apresentaram obstrução, 12,8% flebite, 10,3% infiltração, 7,7% extravasamento e 35,9% não apresentaram nenhuma complicação. Os resultados evidenciam que uma análise dos incidentes de segurança, oferece elementos cruciais para elucidar fragilidades e potencialidades presentes, além de fortalecer as publicações relacionadas ao cateterismo venoso periférico em pediatria. A compreensão do perfil da população e suas associações permitirá a adoção de ações voltadas para a cultura de segurança e qualidade do cuidado pediátrico. |
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AUTOLESÃO DELIBERADA EM ADOLESCENTES NO CONTEXTO ESCOLAR: ANÁLISE DA EXPERIÊNCIA DAS EQUIPES MULTIDISCIPLINARES |
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Curso |
Mestrado em Enfermagem |
Tipo |
Dissertação |
Data |
28/02/2023 |
Área |
ENFERMAGEM |
Orientador(es) |
- Bianca Cristina Ciccone Giacon Arruda
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Orientando(s) |
- Adriana Rosa da Silva Rodrigues
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Banca |
- Bianca Cristina Ciccone Giacon Arruda
- Elen Ferraz Teston
- Kelly Graziani Giacchero Vedana
- Marcelle Paiano
- Sueli Aparecida Frari Galera
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Resumo |
Profissionais que trabalham no ambiente escolar têm percebido um aumento da procura de ajuda por adolescentes com comportamentos de autolesão deliberada. O contexto escolar é considerado um espaço apropriado para o desenvolvimento de práticas saudáveis de saúde e promoção do bem-estar dos estudantes. Assim, a equipe multidisciplinar, dentro do ambiente escolar, na convivência diária com estudantes adolescentes, auxilia na identificação precoce de alterações na saúde mental, no acesso aos familiares, na diminuição do estigma em relação à procura e assistência pelos serviços de saúde, com baixo custo de deslocamentos. O objetivo da pesquisa foi analisar a experiência de equipes multidisciplinares de acompanhamento pedagógico, psicossocial e de saúde no contexto escolar, em relação ao comportamento de autolesão deliberada em adolescentes. Estudo de natureza qualitativa, realizado em cinco campi do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul. A amostra foi intencional e participaram 29 profissionais pertencentes às cinco equipes multiprofissionais. A coleta de dados foi realizada por meio de um grupo focal com cada equipe de cada campus. Os dados foram transcritos e a análise subsidiada pela análise de conteúdo, modalidade temática, da qual emergiram três categorias: A autolesão deliberada no contexto educacional; A equipe multiprofissional e a organização do cuidado; A escola, a intersetorialidade e as políticas públicas relacionadas à Saúde Mental. Os resultados indicaram que a ciência e identificação dos casos ocorrem de maneira indireta, por meio dos pares ou familiares dos adolescentes, e por professores, assistentes de alunos e outros profissionais, que identificam alterações de comportamentos, comportamentos sugestivos ou mesmos as lesões. Outra maneira de identificação dos casos é quando eles ocorrem dentro da própria instituição. Alguns ambientes e atividades na estrutura da escola permitem a aproximação dos estudantes com os profissionais escolares, entretanto, a instituição escolar não tem recursos de infraestrutura e humanos adequados para os atendimentos. Reforça-se a importância da existência de uma equipe multidisciplinar no contexto escolar para a assistência ao comportamento de autolesão deliberada. Porém, há fragilidade no trabalho integrado e interdisciplinar da equipe, assim como no encaminhamento dos casos para a rede de atenção à saúde, devido à alta demanda e capacidade de atendimento e acompanhamento da rede. Há a necessidade de envolvimento, também, dos professores e da gestão. Indicou-se a importância da capacitação e educação permanente sobre o tema, das articulações da escola com outros setores educacionais, de saúde e de assistência social. Além do fortalecimento e implementação efetiva de políticas institucionais e de saúde pública para o atendimento de casos de autolesão deliberada, assim como de ações de promoção e prevenção em saúde mental dessa população. Com essa investigação foi possível concluir que a presença da equipe multiprofissional no ambiente escolar contribui para a identificação e desenvolvimento de ações visando a promoção da saúde mental de adolescentes no ambiente escolar.
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TRANSIÇÃO DE CUIDADOS DA INTERNAÇÃO HOSPITALAR AO DOMICÍLIO:ESTUDO DE MÉTODO MISTO |
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Curso |
Mestrado em Enfermagem |
Tipo |
Dissertação |
Data |
28/02/2023 |
Área |
ENFERMAGEM |
Orientador(es) |
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Orientando(s) |
- Liasse Monique de Pinho Gama
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Banca |
- Aline Marques Acosta
- Elen Ferraz Teston
- João Lucas Campos de Oliveira
- Maria Antonia Ramos Costa
- Verusca Soares de Souza
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Resumo |
Introdução: A transição de cuidados pode ser compreendida como o repasse de informações,
visando a continuidade dos cuidados prestados na transferência dos usuários nos distintos
setores dentro de uma mesma instituição, ou nos diferentes tipos de serviços em saúde, sendo
uma estratégia que objetiva assegurar a continuidade dos cuidados após a alta hospitalar. As
ações desenvolvidas durante a transição do cuidado podem refletir na qualidade de vida e
segurança dos pacientes, tornando-se um processo complexo e dinâmico, que exige
comunicação efetiva entre as pessoas envolvidas nas diversas formações, habilidades e
experiências. Nessa perspectiva, destacam-se as necessidades de o paciente/familiar
desenvolver cuidados contínuos e complexos em domicílio a favor da sua qualidade de vida e
sobrevivência. Para tanto, as intervenções de enfermagem devem favorecer o conhecimento e
a capacidade de cuidados àqueles que as vivenciam no processo de transição do hospital para o
domicílio. Objetivo: Analisar a transição do cuidado de pacientes em internação hospitalar para
o domicílio. Método: Trata-se de um estudo de métodos mistos, com abordagem
transformadora concomitante com maior peso qualitativo (quan + QUAL), orientado pela
Teoria das Transições. Os dados foram coletados ao longo dos meses de abril a setembro de
2022. Utilizaram-se quatro instrumentos de coleta de dados, a saber: um roteiro de
caracterização de pacientes e familiares; Índice de Barthel; instrumento Care Transitions
Measure (CTM-15); e um roteiro de entrevista de pacientes e familiares. A coleta de dados foi
dividida em duas etapas. Na primeira, recrutaram-se os pacientes e familiares, durante a
internação hospitalar, e, na segunda, realizou-se uma visita domiciliar entre dez e 30 dias após
a alta hospitalar. A análise dos dados quantitativos e qualitativos deu-se por meio da integração
destes pela estratégia de análise dos dados fundidos, baseada na representação do modelo
teórico da Transições de Afaf Meleis. Todos os preceitos éticos foram respeitados. Resultados:
Participaram do estudo 26 pacientes e 18 familiares. A natureza das transições perpassou por
novos atendimentos e reinternação. Entre as condições inibidoras e facilitadoras, salienta-se a
dinâmica familiar, baixa renda e acompanhamento da atenção básica; o padrão de resposta da
transição foi insatisfatório (escore CTM 59,23). A falha na comunicação verbal e não verbal
entre profissionais e pacientes foi o principal elemento que influenciou na segurança do
paciente na transição do cuidado, frisando-se a ausência de plano de cuidados escrito e
orientações incompletas ou insuficientes. Conclusão: A transição do cuidado da internação
para o domicílio apresentou-se inadequada. O plano de alta foi uma prática para uma transição
segura do cuidado e será reconhecido quando o enfermeiro incorporar e valorizar essa
atribuição. Julgam-se necessárias estratégias que contemplem um planejamento de alta eficaz,
seguro e responsável, que promova melhores resultados para a recuperação do bem-estar e
qualidade de vida após a alta.
Palavras-chave: Transição de Cuidados. Planejamento de Alta. Segurança do Paciente. Estudo
com Métodos Mistos. Enfermagem. |
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A CONTINUIDADE DO CUIDADO DE RECÉM-NASCIDO DE RISCO EM UM HOSPITAL ESCOLA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL |
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Curso |
Mestrado em Enfermagem |
Tipo |
Dissertação |
Data |
28/02/2023 |
Área |
ENFERMAGEM |
Orientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Aline Oliveira Silveira
- Fernanda Ribeiro Baptista Marques de Almeida
- Maria Angelica Marcheti
- Maria Aparecida Munhoz Gaíva
- Marisa Rufino Ferreira Luizari
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Resumo |
RESUMO
Introdução: Os avanços tecnológicos e o desenvolvimento da assistência neonatal nas últimas décadas trouxeram grandes mudanças, especialmente, aos recém-nascidos de alto risco. A sobrevida de crianças com baixa idade gestacional e baixo peso ao nascer aumentou significativamente, e com elas o risco de complicações durante a internação ou após a alta hospitalar, bem como a incidência de reinternações. De modo a prevenir agravos à saúde desse grupo, é fundamental identificar a continuidade do cuidado ofertado em serviços e programas de seguimento de recém-nascido de risco. Objetivo: analisar o acompanhamento do cuidado ao recém-nascido de risco em um hospital-escola, na perspectiva dos gestores, dos profissionais de saúde e familiares. Método: Trata-se de um estudo descritivo de abordagem qualitativa, desenvolvido em um hospital público do estado de Mato Grosso do Sul. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com um gestor, três profissionais de saúde e nove familiares e/ou responsáveis dos recém-nascidos assistidos pelo programa de seguimento, e extraído dados de prontuários, no período entre maio e agosto de 2022. Os resultados foram submetidos à análise de conteúdo de Bardin. Resultados: Os dados foram organizados em temas e categorias, sendo relativas ao gestor e aos profissionais: “A (des)continuidade do cuidado ao recém-nascido de risco” composta pelas categorias: “A (des)organização do serviço”, e “Dificuldades em atender a demanda”; e relativas à família: “Satisfação com o atendimento” compreendido nas categorias: “Valorização do atendimento médico”, e “Facilidades e dificuldades para o acompanhamento do RN no ambulatório de pediatria”. Considerações finais: A continuidade do cuidado ao recém-nascido de risco necessita de organização e implementação de fluxos para o ordenamento do serviço e o atendimento da demanda. O atendimento ao RN é realizado exclusivamente pelo médico, não havendo equipe multiprofissional para o acompanhamento do bebê. A distância do serviço e a ausência de apoio de uma rede é fator dificultador para a continuidade do cuidado do RN.
Descritores: Recém-Nascido Prematuro; Família; Cuidado da Criança; Assistência ambulatorial; Continuidade da Assistência ao Paciente.
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FALÊNCIA E SOBREVIDA DOS ENXERTOS CORNEANOS SEGUNDO TÉCNICA CIRÚRGICA: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA |
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Curso |
Mestrado em Enfermagem |
Tipo |
Dissertação |
Data |
28/02/2023 |
Área |
ENFERMAGEM |
Orientador(es) |
- Marcos Antonio Ferreira Junior
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Orientando(s) |
- Guilherme Henrique de Paiva Fernandes
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Banca |
- Elen Ferraz Teston
- Giovanna Karinny Pereira Cruz
- Isabelle Campos de Azevedo
- Marcos Antonio Ferreira Junior
- Oleci Pereira Frota
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Resumo |
Este estudo tem por objetos de pesquisa a falência e a sobrevida dos enxertos corneanos
realizados por meio das técnicas lamelar e penetrante quando da ceratoplastia. As doenças da
córnea representam as principais causas de cegueira em todo o mundo, e o transplante
corneano constitui o principal método de tratamento realizado nesses casos. Dentre as técnicas
de ceratoplastia, a penetrante é a utilizada com maior frequência em comparação à lamelar. A
técnica penetrante visa a troca de todas as camadas de tecido da córnea, ao passo que a
lamelar substitui apenas a camada doente e busca minimizar o risco de rejeição do enxerto.
Este estudo se justifica por cobrir uma importante lacuna do conhecimento, com base nas
informações relacionadas aos procedimentos cirúrgicos, pacientes envolvidos,
acompanhamentos pré e pós-operatório, além das demais variáveis relacionadas ao objeto
estudado. Objetivou-se analisar a falência e a sobrevida dos enxertos corneanos realizados por
meio da técnica lamelar comparada à penetrante. Trata-se de um estudo epidemiológico,
observacional, descritivo e analítico, por meio de uma coorte retrospectiva de dois grupos,
com análise dos pacientes submetidos ao transplante corneano como forma de estimar a
sobrevida dos enxertos e os desfechos por grupo, definidos pela modalidade técnica da
cirurgia realizada, com identificação das chances de ocorrência de falência e da sobrevida do
enxerto. Os dados foram organizados no primeiro semestre de 2022 de fontes secundárias dos
pacientes atendidos pelo Banco de Tecido Ocular Humano de um hospital de grande porte na
capital do estado de Mato Grosso do Sul, referente ao recorte temporal de cinco anos (2014 a
2018). Tal recorte se justifica em razão de tratar de período com realização regular dos
procedimentos, por ser anterior ao período pandêmico gerado pela Covid-19 e dispor dos
dados organizados sistematicamente. Os dados foram analisados descritiva e
inferencialmente, com uso do software estatístico livre R, versão 4.0.2, com análise da
sobrevida dos enxertos por modalidade cirúrgica, sendo coletados após aprovação ética, sob
protocolo de aprovação n.o
3.177.423. Foram investigados 817 procedimentos de transplantes
de córneas realizados entre os anos de 2014 e 2018 no serviço estudado. Destes, 705 (86,29%)
foram realizados com uso da técnica de ceratoplastia penetrante e 112 (13,71%) por meio da
lamelar. Foram encontradas probabilidades acumuladas de sobrevida de 42% e 5% para
àqueles transplantados pela técnica lamelar para os intervalos de um mês e um ano
respectivamente. Enquanto para a técnica penetrante foram de 84% e 42% nos mesmos
intervalos. Identificou-se que o transplante penetrante foi o mais utilizado no período e que
apresenta maior taxa de falência em comparação à técnica lamelar. Já em relação à sobrevida
do enxerto corneano, os transplantes realizados pela técnica penetrante apresentaram maior
taxa de sobrevivência em comparação à técnica lamelar.
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ANÁLISE CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICA E SOBREVIDA DE PACIENTES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE DE CORAÇÃO |
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Curso |
Mestrado em Enfermagem |
Tipo |
Dissertação |
Data |
28/02/2023 |
Área |
ENFERMAGEM |
Orientador(es) |
- Marcos Antonio Ferreira Junior
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Orientando(s) |
- José Anderson Souza Goldiano
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Banca |
- Elen Ferraz Teston
- Giovanna Karinny Pereira Cruz
- Isabelle Campos de Azevedo
- Marcos Antonio Ferreira Junior
- Oleci Pereira Frota
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Resumo |
O transplante de coração constitui a última opção terapêutica para os casos de insuficiência cardíaca refratária de classes funcional III ou IV. É o tratamento padrão-ouro estabelecido pela New York Heart Association, resultando em maior sobrevida e qualidade de vida ao paciente. Trata-se de um procedimento de alta complexidade, que pode gerar complicações complexas e potencialmente fatais, as quais podem interferir na sobrevida do paciente, que atualmente é de aproximadamente 70% em cinco anos pós-transplante, com uma média de sobrevida geral de onze anos. Objetivou-se analisar os aspectos clínico-epidemiológicos e a sobrevida dos pacientes transplantados com coração. Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, epidemiológico, descritivo, analítico, individuado, por meio de uma coorte retrospectiva de grupo único. Os dados foram coletados de fontes secundárias junto ao Hospital Associação Beneficente Santa Casa de Campo Grande e Hospital Caixa de Assistência dos Servidores do Mato Grosso do Sul, referentes aos procedimentos de 22 anos dos serviços, de 1999 a 2021. A coleta de dados secundários ocorreu no segundo semestre de 2022. Da população de estudo, foram amostrados de forma censitária todos os transplantados, de ambos os sexos e maiores de 18 anos de idade. Foram excluídos prontuários extraviados. Os dados foram analisados com uso do software IBM Statistical Package for the Social Sciences (SPSS®), versão 24.0 de forma descritiva e inferencial. O nível de significância estatística adotado foi de 0,05 para todos os testes aplicados. A coleta de dados aconteceu após a aprovação do protocolo de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Parecer n. 5.303.527) e todos os preceitos da bioética foram obedecidos. Os resultados obtidos são referentes a uma amostra de 16 pacientes, em que 68,75% eram do sexo masculino; 68,75% hipertensos, 56,25% diabéticos, com idade média de 49,94 anos. Os pacientes com idade superior a 50 anos apresentaram maior tempo de sobrevida, mesmo com internações sucessivas para realizações de biópsias cardíacas. O tempo médio de circulação extracorpórea foi de 137 minutos; 31,25% foram submetidos a revasularizacão do miocárdio; e 43,75% portavam insuficiência cardíaca isquêmica. Conclui-se que, apesar de o universo amostral analisado ser pequeno, este estudo contempla todos os transplantes de coração realizados em pacientes adultos ao longo de 22 anos, portanto é importante para o planejamento do manejo e das intervenções aos transplantados com coração. O conhecimento das variáveis analisadas e o tempo de pós-operatório com base na idade do paciente poderá fornecer para os profissionais de saúde dados que possibilitam uma visão prognóstica mais assertiva para a prevenção das complicações e possíveis falências dos enxertos. |
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