Integrando os modelos de distribuição das espécies: Sterculia apetala (Jacq.) Karst, Attalea phalerata Mart. ex Spreng e Anodorhynchus hyacinthinus Latham, 1790, para o Bioma Pantanal, implicações para conservação e restauração |
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Curso |
Mestrado em Biologia Vegetal |
Tipo |
Dissertação |
Data |
27/05/2020 |
Área |
BIOLOGIA GERAL |
Orientador(es) |
- Leticia Couto Garcia Ribeiro
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- DANIEL DE PAIVA SILVA
- Diogo Souza Bezerra Rocha
- Leticia Couto Garcia Ribeiro
- Victor Pereira Zwiener
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Resumo |
O Pantanal é uma das maiores e mais biodiversas áreas úmidas de interior do mundo, com mais
de 2500 espécies de plantas e animais, provenientes de diferentes províncias biogeográficas. Sua
principal característica é o pulso de inundação, fenômeno que molda a ocorrência de espécies no
bioma. Neste sentido, investigamos a influência desta característica peculiar do bioma sobre a
ocorrência da arara-azul-grande, Anodorhynchus hyacinthinus Latham, 1790 e das espécies de
planta das quais está ave depende, a arbórea manduví, Sterculia apetala (Jacq.) H.Karst. e a
palmeira acurí, Attalea phalerata Mart. ex Spreng. No Pantanal, a A. hyacinthinus tem um alto grau
de especialização alimentar na A. phalerata e de nidificação na S. apetala. Além da A. hyacinthinus,
outras espécies utilizam a S. apetala e a A. phalerata como recursos, o que demonstra a importância
dessas para conservação do bioma. Contudo, alguns fatores como a baixa porcentagem de áreas
protegidas e os crescentes níveis de conversão da vegetação nativa do bioma podem colocar estas
espécies em risco, devido à perda e fragmentação de seus habitats. Portanto, é necessária uma
melhor compreensão da distribuição dessas espécies para priorização de áreas para conservação e
ou restauração de seus habitats. Uma das principais ferramentas utilizadas na conservação, com
objetivo de responder essas questões, são os modelos de distribuição de espécies. Esses modelos
relacionam os dados de ocorrência das espécies com variáveis preditoras criando limiares de
ocorrência que posteriormente são extrapolados, para área de interesse, para mapear ambientes
favoráveis a ocorrência das espécies. Os resultados dessas análises permitem a tomada de decisão
para conservação ou restauração dos ambientes adequados a essas espécies, consequentemente às
próprias espécies, baseado em suas prováveis distribuições. Existem diferentes algoritmos com
distintas abordagens matemáticas que podem ser utilizados na elaboração desses modelos, no nosso
estudo nós optamos pelo MaxEnt. Esse algoritmo utiliza a abordagem de Máxima Entropia. Essa
abordagem é considerada uma das melhores por conseguir gerar modelos robustos, mesmo com
poucos dados, e por conseguir integrar variáveis contínuas e categóricas nos modelos. Em nosso
estudo, nós definimos a distribuição potencial das espécies S. apetala, A. phalerata e A.
hyacinthinus no bioma Pantanal, os fatores que moldam essas distribuições e associamos estas
informações com a perda (conversão da vegetação) e conservação (Unidades de Conservação e
Terras Indígenas) de habitat. Nosso estudo foi estruturado em dois capítulos. No primeiro capítulo,
nós investigamos como dois métodos de redução de viés amostrais (ambiental e geográfico) e o tipo
de variáveis utilizadas (local, climática, biótica) podem afetar os seus resultados de modelos de
distribuição elaborados em escala regional. No segundo capítulo, nós definimos a distribuição
potencial para as três espécies aqui estudadas, e os fatores que a influenciam. Neste capítulo nós
também analisamos como as áreas de ambientes previstas como adequadas para as espécies estão sendo afetadas pela conversão da vegetação nativa e as unidades de conservação do bioma.
Utilizamos essas informações para definir áreas prioritárias para conservação e restauração, dos
ambientes adequados para essas espécies. |
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Uso de recursos por beija-flores em área urbana de Campo Grande, Mato Grosso do Sul |
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Curso |
Mestrado em Biologia Vegetal |
Tipo |
Dissertação |
Data |
26/05/2020 |
Área |
BIOLOGIA GERAL |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Andrea Cardoso de Araujo
- Camila Aoki
- Erich Arnold Fischer
- Franco Leandro de Souza
- Maria Rosangela Sigrist
- Pietro Kiyoshi Maruyama Mendonça
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Resumo |
Apesar da importância de parques e remanescentes de vegetação para a manutenção da fauna em áreas urbanas, pouco ainda se conhece sobre as interações entre beija-flores e plantas nesses locais. Os beija-flores são os principais vertebrados polinizadores das Américas, contribuindo para o sucesso reprodutivo de diversas espécies vegetais. O objetivo geral desse estudo foi avaliar as interações entre beija-flores e as plantas que utilizam como recurso em áreas verdes de Campo Grande. Foram registradas um total de 63 interações incluindo seis espécies de beija-flores e 24 espécies de plantas floridas. Fabaceae e Bignoniaceae foram as famílias mais representativas, com sete e cinco espécies visitadas, respectivamente. A maioria das espécies visitadas (75%) é nativa e comum na ornamentação urbana. A rede de interações foi modular (Q = 0,481, Δ = 0,226), com conectância (C = 0,429) e especialização (H2’ = 0,532) medianas e estrutura aninhada (wNODF = 25,941). Bauhinia variegata, Handroanthus heptaphyllus, Inga edulis, Prestonia tomentosa e Psiguria ternata, juntamente com o beija-flor Eupetomena macroura foram as espécies mais centrais na rede. Houve diferença significativa entre módulos quanto à coloração e ao comprimento de corola das espécies de plantas. No período seco registramos maior quantidade de recursos florais e maior número de visitas. As áreas verdes de Campo Grande fornecem recursos que favorecem a permanência de beija-flores na cidade ao longo do ano, sendo as espécies nativas não ornitófilas importantes recurso. As informações apresentadas aqui podem ser úteis para o entendimento dos processos estruturadores e o funcionamento de comunidades em áreas modificadas antropicamente. |
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ESTRUTURA DA REDE DE INTERAÇÃO ENTRE PLANTAS E AVES FRUGÍVORAS NO PANTANAL E SEUS MECANISMOS DETERMINANTES |
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Curso |
Mestrado em Biologia Vegetal |
Tipo |
Dissertação |
Data |
22/05/2020 |
Área |
BIOLOGIA GERAL |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Edivaldo Oliveira de Souza
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Banca |
- Alexine Keuroghlian
- Camila Aoki
- Camila Silveira de Souza
- GUDRYAN JACKSON BARÔNIO
- Natalia Costa Soares
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Resumo |
Recentemente, diversos estudos têm utilizado a abordagem de redes para avaliar como espécies vegetais interagem com espécies de aves frugívoras em ambientes naturais. Nós a utilizamos para investigar a composição da rede de interação de plantas e aves frugívoras no Pantanal em uma abordagem fitocêntrica. O objetivo do presente estudo foi identificar as interações existentes entre plantas e aves frugívoras, descrever a topologia das redes de interação e o nível de especialização das espécies reconhecendo os principais mecanismos estruturantes da rede. Nossa hipótese é de que a estrutura da rede de interação pode ser afetada pela composição de espécies, que o papel das espécies na rede pode variar em função de sua abundância, da quantidade de recursos (frutos e sementes) ofertados, do período de oferta e características desses recursos e de atributos dos frugívoros. Foram registrados 500 eventos de frugivoria, os quais incluíram 24 espécies de plantas e 32 de aves. O esforço amostral do registro de interações dispensado para os dois anos de coleta foi de 81,15%. Nós encontramos uma rede especializada onde poucas espécies têm muitas interações e a maioria interage muito pouco. A rede apresentou baixa conectância e aninhamento, mas foi significativamente modular. O grau das espécies vegetais e animais não diferiu significativamente. Cecropia pachystachya e Zanthoxylum riedelianum foram as espécies vegetais com maior número de interações, força e diversidade de parceiros. Cyanocorax cyanomelas e Tangara sayaca interagiram com um maior número de plantas e apresentaram maior força. Com relação ao papel das espécies na rede, a maioria foi enquadrada como periférica, sendo que as espécies vegetais Annona cornifolia, Psychotria carthagenensis, Psidium guineense e C. pachystachya, e as aves T. sayaca, Ramphastos toco e Pyrrhura devillei, foram consideradas conectoras de módulos. Nenhuma espécie foi considerada hub de módulo ou supergeneralista. Demonstramos que as características fenológicas explicaram o papel das espécies na rede, mas que o mesmo não ocorre para a abundância dos indivíduos. Nosso estudo ajuda a compreender a estrutura dos processos ecológicos no Pantanal e pode subsidiar ações para sua conservação. |
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Papilionada Versus Não Papilionada: Ontogenia floral de Discolobium pulchellum e Riedeliella graciliflora (Leguminosae: Papilionoideae: Dalbergieae) |
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Curso |
Mestrado em Biologia Vegetal |
Tipo |
Dissertação |
Data |
22/05/2020 |
Área |
BIOLOGIA GERAL |
Orientador(es) |
- Angela Lucia Bagnatori Sartori
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- João Pedro Silvério Pena Bento
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Banca |
- Angela Lucia Bagnatori Sartori
- Elidiene Priscila Seleme
- Flavia Maria Leme
- Juliana Villela Paulino
- Viviane Gonçalves Leite
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Resumo |
PREMISSA DO ESTUDO: Os processos ontogenéticos voltados às flores não papilionadas na subfamília são alvo de estudos, devido ao padrão que foge da maioria dos seus representantes. Flores não papilionadas e de simetria actinomorfa têm surgido de modo independente, várias vezes, em Papilionoideae e contam com poucos estudos de ontogenia. Este estudo visa elucidar os processos ontogenéticos que resultam em flores papilionadas e não papilionadas de simetrias distintas dentro do clado Pterocarpus. MÉTODOS: Inflorescências, botões florais e flores foram dissecados e preparados para análises em microscopia eletrônica de varredura e microscopia de luz. PRINCIPAIS RESULTADOS: A ordem de iniciação das sépalas, o surgimento do carpelo e da simetria floral, são distintas em ambas as espécies. A ordem de iniciação das pétalas é simultânea, a iniciação dos estames antepétalos é bidirecional, o androceu é simétrico e o surgimento do carpelo é precoce, em ambas as espécies. Hipanto e nectário floral são verificados apenas em D. pulchellum e coléteres em R. graciliflora. Tricomas glandulares e idioblastos são presentes em ambas as espécies.
CONCLUSÕES: Semelhanças no desenvolvimento floral são verificadas entre as espécies estudadas, assim como com os demais representantes de Dalbergieae. A simetria floral é efetivada em momentos distintos do desenvolvimento. O desenvolvimento da corola actinomorfa de R. graciliflora não possui semelhança no desenvolvimento floral com os demais representantes de simetria actinomorfa em Papilionoideae. A presença de estruturas secretoras possivelmente tem relação com a defesa à herbivoria, pois exsudatos de natureza histoquímica distintos estão presentes nas estruturas reprodutivas. O termo bidirecional reverso é proposto para a ordem de iniciação dos estames antepétalos de D. pulchellum e R. graciliflora, até o momento não adotado em Papilionoideae. |
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Conhecimento e uso de plantas antiparasitárias em área rural e urbana no Cerrado brasileiro |
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Curso |
Mestrado em Biologia Vegetal |
Tipo |
Dissertação |
Data |
21/05/2020 |
Área |
BIOLOGIA GERAL |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Liliane Prado de Oliveira
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Banca |
- Ieda Maria Bortolotto
- Maria Antonia Carniello
- Maria Corette Pasa
- Natalia Hanazaki
- Wanderleia de Vargas
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Resumo |
O uso medicinal da flora pode fazer parte de um sistema médico local no qual
as pessoas cultivam, coletam e manipulam plantas e as usam para tratar de doenças através de seus
conhecimentos botânicos e inclui sua maneira de diagnosticar as doenças e de como tratá-las. Dentre
as doenças tratadas pelos sistemas médicos locais estão as negligenciadas, incluindo as doenças
parasitárias. Elas são causadas principalmente por protozoários e transmitidas por vetores, cujos
tratamentos permanecem precários ou inexistentes. O uso de plantas medicinais pelas populações
humanas, bem como a ocorrência de doenças parasitárias (animal e humana) pode estar fortemente
relacionado com fatores ambientais, econômicos, sociais e culturais. A forma como as plantas nativas
e introduzidas são usadas e conhecidas por homens e mulheres de diferentes idades na área rural e
urbana representa uma abordagem cultural, social e ambiental importante. Devido à frequente
ocorrência de parasitoses, bem como o emprego de espécies medicinais no tratamento e prevenção
dessas enfermidades, tanto em áreas urbanas quanto rurais, surge a necessidade de se conhecer os
aspectos culturais e sociais envolvidos no conhecimento e no uso de tais espécies medicinais. Nosso
objetivo é investigar o conhecimento e o uso de plantas medicinais para tratamento de parasitoses em
diferentes grupos de pessoas que vivem nas áreas urbanas e rurais. Realizamos entrevistas com
homens e mulheres de diferentes idades acerca desses saberes e usos de plantas para tratar e prevenir
doenças parasitárias na área urbana e rural de Sidrolândia, Mato Grosso do Sul, Centro-Oeste, Brasil.
Utilizamos Fator de consenso dos informantes (Fic), Valor de Uso (UV), Nível de Fidelidade (FL) e
Versatilidade de uso com adaptações ao nosso trabalho para compreender (estimar) como varia o
conhecimento e uso de plantas nativas e exóticas entre homens e mulheres e entre grupos de
moradores distintos (jovens, adultos e idosos) da área rural e urbana, em relação às espécies
antiparasitárias. A riqueza, a disponibilidade da planta no local e a versatilidade de usos foram os
principais componentes de análise dos dados. Não houve diferença na riqueza de espécies conhecidas
entre a área rural e a urbana, mas a área rural depende mais desses recursos para tratar doenças
parasitárias animais e humanas. Apesar da riqueza de espécies nativas ser maior, de modo geral, os
participantes sempre citam (ou seja, conhecem) e usam mais as exóticas, o que pode ser explicado
pela disponibilidade e versatilidade de uso dessas espécies nos sistemas médicos. Não encontramos
diferença entre a riqueza de espécies conhecidas e usadas em relação ao gênero e idade, o que
evidencia como os processos dinâmicos da nossa sociedade influenciam o conhecimento e o uso dessa
flora medicinal. Os resultados encontrados no presente estudo podem servir de base para orientar
políticas públicas voltadas à conservação da biodiversidade aliadas às práticas culturais, às
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autoridades de saúde sobre a importância desses conhecimentos nos sistemas médicos locais e para
dar suporte a pesquisas que buscam fortalecer o uso tradicional das plantas.
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COMUNIDADES RURAIS CULTIVAM E MANEJAM VARIEDADES CRIOULAS CONTRIBUINDO NA CONSERVAÇÃO on farm |
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Curso |
Mestrado em Biologia Vegetal |
Tipo |
Dissertação |
Data |
05/05/2020 |
Área |
BIOLOGIA GERAL |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Dianny Brigiette Cuadrado Pachon
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Banca |
- Ieda Maria Bortolotto
- Luis Alejandro Lasso Gutierrez
- Natália Carolina de Almeida Silva
- Olga Lucia Sanabria Diago
- Raquel Pires Campos
- Zefa Valdivina Pereira
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Resumo |
Este trabalho tem como objetivo geral analisar as estratégias de conservação on farm das sementes crioulas em assentamentos de reforma agrária do município de Sidrolândia- MS. Foi feita observação não participante e entrevistas semiestruturadas. As plantas citadas foram coletadas, identificadas e depositadas no herbário CGMS. Foi possível levantar dados sobre os agricultores familiares, seu perfil social, suas práticas com a terra e diversidade de cultivos de diferentes sementes crioulas. Foram entrevistados 30 agricultores familiares em oito assentamentos do município de Sidrolândia e identificadas 70 etnovariedades de sementes crioulas distribuídas em 18 espécies e nove famílias botânicas. Os agricultores entrevistados foram homens e mulheres com uma idade média de 61 anos, morando entre 5 e 21 anos no assentamento. A maioria dos entrevistados lembra de ter visto, acompanhado e aprendido as práticas com a terra desde a época dos avós ou dos pais, quando plantavam, usavam, multiplicavam e guardavam variedades crioulas. As sementes crioulas identificadas nesta pesquisa, representam a segurança de ter alimento plantado e colhido em casa, para consumo próprio e da família, resgatando práticas e cuidando do patrimônio genético e cultural sob práticas responsáveis e cuidadosas do meio ambiente e a saúde. Tendo em conta as demandas alimentares de hoje e a necessidade da mudança de modelo na agricultura, é preciso estabelecer contato com as comunidades que semeiam diversidade, colhem saúde, qualidade e soberania, multiplicam memórias e trocam tradições, aplicando e mantendo a conservação on farm das sementes crioulas. |
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Morfo-anatomia foliolar dos gêneros neotropicais do clado Pterocarpus (Leguminosae: Dalbergieae): contribuições à taxonomia |
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Curso |
Mestrado em Biologia Vegetal |
Tipo |
Dissertação |
Data |
17/04/2020 |
Área |
BIOLOGIA GERAL |
Orientador(es) |
- Angela Lucia Bagnatori Sartori
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Coorientador(es) |
- Rosani do Carmo de Oliveira Arruda
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Orientando(s) |
- Jean David Varilla Gonzalez
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Banca |
- Ana Paula Fortuna Perez
- Angela Lucia Bagnatori Sartori
- Flavio Macedo Alves
- Maria Ana Farinaccio
- Simone de Pádua Teixeira
- Wanderleia de Vargas
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Resumo |
Dalbergieae é uma importante tribo da subfamília Papilionoideae-Leguminosae, representada principalmente por árvores com nódulos radiculares do tipo aeschynomenoide. Estudos filogenéticos moleculares têm demostrado que a tribo é monofilético, agregado também gêneros com espécies herbáceas e arbustivas, subdividida em três clados: Adesmia, Dalbergia e Pterocarpus. Apesar destas contribuições, as relações infragenéricas não estão resolvidas no clado Pterocarpus, especialmente entre os gêneros monoespecíficos ou com reduzido número de espécies originários da tribo Dalbergiaeae sensu Pohill (1981), morfologicamente distintos dos novos táxons que compõem o clado atual. Este estudo tem como objetivos avaliar a morfo-anatomia foliolar dos gêneros neotropicais do grupo principal do clado Pterocarpus, visando estabelecer caracteres úteis à taxonomia dos gêneros e espécies, assim como novas sinapomorfías para entender a evolução do grupo. Considerando que as características morfo-anatômicas foliolares são de grande valor taxonômico e têm sido úteis para esclarecer as relações evolutivas de grupos vegetais com baixa consistência filogenética. Amostras foram obtidas de exsicatas depositadas em herbários, reidratadas em água aquecida e processadas de acordo com as metodologias de rotina. Avaliaram-se 35 características morfo-anatômicas da lâmina foliolar, e dessas, 24 representam valor taxonômico das quais 18 são novas ocorrências como: contorno sinuoso das células epidérmicas, presença de ornamentações nos tricomas simples multicelulares uniseriados, tipo e distribuição dos tricomas glandulares, presença de camada subepidérmica abaxial, ausência de bainha esclerenquimática perivascular e extensão das fibras até a face adaxial da lâmina foliolar, assim como diferentes formas específicas da nervura, feixe vascular e margem dos folíolos. A morfo-anatomia foliolar do grupo principal do clado Pterocarpus revelou características particulares para cada espécie e evidenciou as que corroboram as relações entre os gêneros mais próximos, dando suporte à taxonomia do grupo. |
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Ocorrência, isolamento e caracterização de Azospirillum sp. em Jacaratia corumbensis O. Kuntze (Jaracatiá) Campo Grande–MS 2019 |
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Curso |
Mestrado em Biologia Vegetal |
Tipo |
Dissertação |
Data |
12/07/2019 |
Área |
BIOLOGIA GERAL |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
- Marivaine da Silva Brasil Mansur Cardoso
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Orientando(s) |
- Romário Crisostomo de Oliveira
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Banca |
- Bianca Obes Correa
- Gecele Matos Paggi
- Juliano de Carvalho Cury
- Nayara Fernanda Lisboa Garcia
- Rosa Helena da Silva
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Resumo |
A capacidade de fixação biológica do nitrogênio atmosférico por bactérias diazotróficas
impulsiona os estudos de ocorrência, isolamento, caracterização e até mesmo seleção de
estirpes eficientes em promover o crescimento vegetal. Porém, no Brasil, poucos estudos
têm destacado a interação entre bactérias e plantas nativas, principalmente frutíferas.
Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi registrar a ocorrência, isolar e caracterizar
bactérias do gênero Azospirillum associadas à Jacaratia corumbensis O. Kuntze, bem
como verificar a habilidade dos isolados bacterianos quanto a produção de substâncias
promotoras de crescimento vegetal. Para isto, foram coletados amostras de folhas, raízes
e solo rizosférico de três indivíduos da espécie vegetal de duas áreas: Assentamento
Taquaral e Assentamento Jacadigo, localizadas à cerca de 15 km da cidade de Corumbá,
Mato Grosso do Sul. A verificação da ocorrência e isolamento das bactérias das partes
amostradas de cada planta foram realizados por meio da técnica do Número Mais
Provável utilizando os meios de cultura semissólidos NFB e LGI (isentos de nitrogênio)
semi-seletivos para os gêneros Azospirillum sp. e Nitroaspirillum sp. (anteriormente
Azospirillum amazonense). A contagem foi realizada com base na presença de película
(em forma de véu), seguindo a Tabela de McCrady para três repetições por diluição. Após
o crescimento positivo os frascos das maiores diluições foram repicados sucessivamente
para meios semissólidos e sólidos semi-específicos (NFb/LGI) para confirmar o caráter
diazotrófico. A caracterização morfológica dos isolados foi feita em meio sólido Batata,
no qual a morfologia das colônias foi avaliada visualmente. As características geradas
para cada isolado bacteriano foram comparadas e as suas semelhanças estimadas pelo
Índice de Jaccard obtidos pelo algoritmo UPGMA. Foram isoladas 147 bactérias, das
quais 50 apresentaram perfil diazotrófico. Estas foram selecionadas para avaliação das
características funcionais relacionadas a produção de substâncias promotoras de crescimento vegetal, como solubilização de fosfatos de alumínio e cálcio, atividades
amilolítica, fosfatases ácida e alcalina, e produção de Ácido indolacético. Além disso a
variabilidade genética destes isolados foi analisada pela técnica do Box A1R-PCR e os
perfis dos amplicons gerados de cada isolado foram agrupados pelo método UPGMA. Os
resultados mostraram que não houve diferença significativa no Número Mais Provável de
bactérias diazotróficas entre as áreas de estudo. Os isolados apresentaram alta
variabilidade fenotípica e genotípica, sendo observada a formação de sete grupos a 70%
e 77% de similaridade. O meio de cultivo com maior representatividade foi o NFb,
sugerindo que os isolados bacterianos obtidos nesse estudo pertencem ao gênero
Azospirillum. Do total, 36% dos isolados produziu AIA, 16% solubilizou fosfato de
cálcio, 24% apresentou atividade fosfatase ácida, 22% apresentou atividade fosfatase
alcalina e 66% apresentou atividade amilolítica, sugerindo que estes isolados apresentam
potencial para promoção de crescimento. Assim, é o primeiro estudo de bactérias
diazotróficas do gênero Azospirillum associadas à J. corumbensis para o Estado de Mato
Grosso do Sul. |
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O papel dos metabólitos secundários em fitorremediação por Pontederia parviflora (Alexander) e Salvinia auriculata (Aubl.) |
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Curso |
Mestrado em Biologia Vegetal |
Tipo |
Dissertação |
Data |
08/07/2019 |
Área |
BIOLOGIA GERAL |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Carlos Alexandre Carollo
- Cristina Marisa Ribeiro de Almeida
- Helena Maria de Oliveira Freitas
- Jorge Luiz Raposo Junior
- Najla Mohamad Kassab
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Resumo |
O presente trabalho buscou investigar o papel dos metabólitos secundários encontrados no extrato hidroetanólico das espécies Pontederia parviflora (raízes, pecíolos/caules e folhas de maneira separada) e Salvinia auriculata (planta toda) em fitorremediação passiva utilizando a biomassa seca destas espécies. Amostras do material vegetal seco e triturado foram submetidas a uma extração exaustiva dos seus metabólitos, e os extratos obtidos caracterizados posteriormente por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência acoplada com um Detector de Arranjo de Diodo e Espectrômetro de Massas tandem (CLAE-DAD-EM/EM). Foram avaliados o teor de metais acumulado no material vegetal e a capacidade de adsorção de cádmio pela biomassa seca das amostras de cada espécie, integrais e amostras com os metabólitos secundários extraídos, por Espectrometria de Emissão Óptica por plasma Acoplado Indutivamente (EEO-PAI). Após a digestão assistida por micro-ondas das amostras vegetais, foram avaliados os teores de As, Cd, Cr, Mg, Mn, Mo, Ni e Pb que já se encontravam acumulados nestes vegetais e testado o potencial de remoção de cádmio em soluções aquosas preparadas nas concentrações de 0,2 μg mL-1, 3,5 μg mL-1 e 10,0 μg mL-1. A extração exaustiva por extrator de fluido pressurizado não removeu os metais pesados do material vegetal analisado, demonstrando, nos resultados de acúmulo de metais a partir do meio onde os esses vegetais se desenvolveram, que os metabólitos secundários não estão complexados com os metais acumulados pelo vegetal, uma vez que os teores de metais são maiores na ausência dos metabólitos. Nos ensaios de remoção de cádmio, onde havia o controle do teor de metal na solução aquosa preparada, houve uma redução expressiva na concentração de 0,2 μg mL-1 do meio, porém em concentrações mais altas o mesmo efeito não foi observado, constatando inclusive o aumento no teor de cádmio no residual aquoso destes ensaios, discussão abordada neste trabalho. Os metabólitos não apresentaram efeito significativo no mecanismo testado de fitorremediação passiva, foi observado também um rápido efeito da saturação do sistema de biossorção da biomassa dessas macrófitas, sendo uma limitação para aplicação desta técnica. |
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FABACEAE NO CHACO: RIQUEZA, DISTRIBUIÇÃO E DISPERSÃO |
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Curso |
Mestrado em Biologia Vegetal |
Tipo |
Dissertação |
Data |
28/06/2019 |
Área |
BIOLOGIA GERAL |
Orientador(es) |
- Angela Lucia Bagnatori Sartori
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Andrea Cardoso de Araujo
- Angela Lucia Bagnatori Sartori
- Arnildo Pott
- Flavio Macedo Alves
- Francisca Soares De Araújo
- Geraldo Alves Damasceno Junior
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Resumo |
:O Chaco, domínio exclusivamente sul-americano, ocorre na região centro-norte da Argentina, sudeste da Bolívia, oeste do Paraguai e borda oeste do Brasil. Este domínio agrega dois setores, seco e úmido, conforme o gradiente de precipitação. Fabaceae, considerada cosmopolita, possui expressiva riqueza nas formações chaquenhas, aspecto possivelmente resultante de diferentes estratégias morfológicas, anatômicas e fisiológicas dos seus representantes. Adicionalmente, estudos têm evidenciado a predominância de dispersão de diásporos por meio de fatores abióticos em locais com baixos índices de pluviosidade e a predominância de zoocoria em regiões com elevados índices de pluviosidade. O presente estudo, para as leguminosas arbóreas e arbustivas do Chaco, está organizado em dois capítulos. O primeiro teve como objetivos verificar a riqueza de leguminosas arbóreas e arbustivas em setores do Chaco sob distintos regimes de precipitação, evidenciar padrões de distribuição dos táxons, comparar valores de distinção taxonômica do Chaco com os de outros domínios, avaliar qual o setor do Chaco tem maior filtragem de espécies. O segundo teve como objetivos definir os tipos de síndromes de dispersão, primárias e secundárias e avaliar se existe relação entre as síndromes de dispersão, tipos de frutos e hábitos de crescimento com o gradiente de precipitação. Os dados de ocorrências de espécies de Fabaceae no Chaco foram obtidas em consultas ao site Global Biodiversity Information (GBIF) e os dados climáticos foram retirados do repositório online www.worldclim.org. As leguminosas arbóreas e arbustivas do Chaco totalizam 295 espécies distribuídas em 80 gêneros, com diferentes padrões de distribuição geográfica. A distinção taxonômica indica filtragem em regiões mais secas do Chaco. Síndromes abióticas prevalecem entre as leguminosas confirmadas no Chaco em relação ao gradiente de precipitação e a precipitação de fato é modeladora da distribuição das espécies de leguminosas. |
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POTENCIAL DE USO DE ESPÉCIES NATIVAS DE CERRADO EM SISTEMAS DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA |
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Curso |
Mestrado em Biologia Vegetal |
Tipo |
Dissertação |
Data |
17/06/2019 |
Área |
BIOLOGIA GERAL |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Andrea Lucia Teixeira de Souza
- Arnildo Pott
- Leticia Couto Garcia Ribeiro
- Reginaldo Brito da Costa
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Resumo |
A adoção de sistemas silvipastoris representa uma alternativa que permite uma melhor utilização e gestão dos recursos naturais e surge ainda como uma alternativa para melhorar a qualidade das pastagens degradadas. Deste modo, objetivamos avaliar o desempenho de 13 espécies arbóreas de Cerrado para utilização em sistemas silvipastoris e verificar se alguma das nativas propiciam características de crescimento e microclima semelhantes ao Eucalyptus urograndis, espécie referência. Avaliamos altura total, diâmetro na altura do solo, área de sombra, porcentagem de bloqueio de radiação, temperatura e umidade relativa do ar. Os resultados encontrados demonstram o potencial do uso de Peltophorum dubium por apresentar características similares com Eucalyptus urograndis em termos de crescimento e área de sombra. Adicionalmente, Guazuma ulmifolia, além de aproximar-se da espécie de referência em taxa de crescimento e área de sombra, apresenta melhores índices microclimáticos devido a maior densidade de sua copa que propicia maior bloqueio de radiação, com menores valores de temperatura sob sua copa. |
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AVALIAÇÃO DA RESTRIÇÃO DO VOLUME DO RECIPIENTE DE CULTIVO NO CRESCIMENTO E ALOCAÇÃO DE RECURSOS EM ESPÉCIES ARBÓREAS DE CERRADO |
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Curso |
Mestrado em Biologia Vegetal |
Tipo |
Dissertação |
Data |
10/06/2019 |
Área |
BIOLOGIA GERAL |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Caroline Ramires da Silva
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Banca |
- Andrea Lucia Teixeira de Souza
- Geraldo Alves Damasceno Junior
- Liana Baptista de Lima
- Rogerio Rodrigues Faria
- Valdemir Antônio Laura
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Resumo |
A diminuição do componente lenhoso da vegetação do Bioma Cerrado é uma grande ameaça para as áreas naturais remanescentes. Fatores como a baixa disponibilidade de mudas de espécies nativas em viveiros e as condições em que são cultivadas podem acabar afetando o resultado destes projetos. O volume do recipiente é frequentemente considerado uma das variáveis mais influentes na morfologia das mudas. Portanto, a restrição imposta por pequenos recipientes no cultivo de mudas pode ter consequências no desempenho das espécies mesmo após o plantio no local definitivo. Portanto, teve-se como objetivo avaliar experimentalmente o efeito da limitação do volume do recipiente de cultivo de mudas no crescimento em altura e na alocação de recursos entre raízes e partes aéreas de plantas de quatro espécies florestais nativas. Um experimento foi conduzido em casa de vegetação, na Embrapa Gado de Corte em Campo Grande, MS entre os meses de abril de 2018 e janeiro de 2019. O experimento totalmente aleatorizado constituído de três níveis de tratamento: tubetinho de 110 cm3 de volume (A1), tubetão de 290 cm3 (A2) e citropote de 7000 cm3 (CT). A altura das mudas foi registrada semanalmente e ao final de 112 e 224 dias foram também registradas as seguintes medidas de arquitetura: Massa seca da raiz (MSR), massa seca da parte aérea (MSPA), fração de massa na raiz (FMR) e massa seca da planta (MSP). O crescimento das mudas das quatro espécies ao longo do tempo diferiu entre os tratamentos, sendo o recipiente CT o que apresentou maiores médias ao final de 224 dias de avaliação. O volume do recipiente de cultivo influenciou a MSR e MSPA em 112 e 224 dias para A. peregrina, M. urundeuva e J. cuspidifolia, porém H. stigonocarpa foi influenciada apenas pelo tempo de cultivo e não pelos tratamentos em cada tempo. Para a FMR em H. stigonocarpa e J. cuspidifolia os recipientes de menor volume alocaram mais recursos para as raízes aos 112 dias, já A. peregrina aos 224 dias apresentou a mesma relação. Como esperado, o recipiente de maior volume, citropote com 7000 cm³, foi o que obteve as maiores médias de altura das plantas ao final do experimento. O volume disponível para o crescimento da raiz influenciou diretamente o desenvolvimento do sistema radicular e partes aéreas destas plantas. Os modelos ajustados sugerem que ao longo do crescimento, as plantas jovens tenderam a alocar menos biomassa para as raízes em relação às partes aéreas, com exceção de H. stigonocarpa em ambos os tempos e J. cuspidifolia no tempo 112 dias. |
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RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA POR TRANSPLANTE DE PLÂNTULAS PROVENIENTES DA REGENERAÇÃO NATURAL |
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Curso |
Mestrado em Biologia Vegetal |
Tipo |
Dissertação |
Data |
17/05/2019 |
Área |
BIOLOGIA GERAL |
Orientador(es) |
- Leticia Couto Garcia Ribeiro
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Coorientador(es) |
- Geraldo Alves Damasceno Junior
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Orientando(s) |
- Letícia Koutchin dos Reis
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Banca |
- Catia Nunes Da Cunha
- Catia Urbanetz
- Leticia Couto Garcia Ribeiro
- Pedro Henrique Santin Brancalion
- Ricardo Augusto Gorne Viani
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Resumo |
Um dos principais gargalos dos programas de restauração ecológica é a aquisição de mudas de diversas espécies do ambiente local ou regional em quantidade suficiente. Para superar este desafio, o transplante de plântulas provenientes da regeneração natural, como sendo um método que permite a conservação do material genético que seria suprimido ou que está disponível dentro de fragmentos conservados, passa a ser de grande importância para a restauração ecológica. Objetivamos com esta dissertação apresentar resultados sobre a prática da restauração por transplante de plântulas jovens provenientes de espécies dominantes da regeneração natural, apresentando dois capítulos. O primeiro trata-se de uma análise bibliométrica sobre estudos realizados no mundo sobre esta prática, na qual encontramos que a mesma foi mais implantada em áreas úmidas, seguida de regiões de florestas tropicais (concentradas no Brasil, onde foram detectados os estudos com maiores riquezas de espécies utilizadas). No segundo capítulo, abordamos a implantação experimental, em ambiente sazonalmente inundável, considerando o uso de proteção anti-herbivoria no qual encontramos diferentes índices de sobrevivência, altamente dependentes da espécie escolhida, tamanho da plântula e a posição topográfica em que essas plântulas são coletadas e implantadas. Ademais, espécies quando cercadas apresentaram significativo aumento dos índices de sobrevivência e menores taxas de herbivoria foliar. As taxas de sobrevivência atingidas foram consideráveis levando em conta que o estudo ocorreu em um período de cheia excepcional (sete meses). Apesar dos custos de implantação de cercas serem maiores, o custo-efetividade individual que considera o número de sobreviventes pelo custo da implantação, foi maior comparado ao de plantio de mudas tradicional. Vale ressaltar que a prática de transplante de plântulas é, em sua maioria, indicada em casos extremos, em que há necessidade de aumentar riqueza e diversidade de formas de vida, em locais desprovidos de rede de coleta de sementes e viveiros, bem como em áreas remotas, enfatizando o seu uso a partir de indivíduos de espécies com alta densidade a fim de não impactar suas populações em ambientes naturais. A fim de corroborar a sua viabilidade em maior diversidade, estudos futuros poderão testar, com maior número de espécies, o que aqui encontramos como o melhor resultado desta prática em áreas inundáveis (transplante de plântulas da menor classe de altura, coletadas da topografia mais sujeita à inundação, plantadas no relevo mais alto e com o uso de cercas anti-herbivoria). |
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ESTRUTURA DA REDE DE INTERAÇÃO PLANTA-POLINIZADOR NO PANTANAL E SEUS MECANISMOS DETERMINANTES |
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Curso |
Mestrado em Biologia Vegetal |
Tipo |
Dissertação |
Data |
02/05/2019 |
Área |
BIOLOGIA GERAL |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Lidianei dos Santos Savala
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Banca |
- Andrea Cardoso de Araujo
- André Rodrigo Rech
- Camila Aoki
- Camila Silveira de Souza
- GUDRYAN JACKSON BARÔNIO
- Maria Rosangela Sigrist
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Resumo |
O uso da abordagem de redes de interações auxilia na identificação de padrões e processos organizadores das comunidades de plantas e polinizadores. Nós estudamos a estrutura da rede de interações entre plantas e visitantes florais ao longo de dois anos em uma sub-região do Pantanal Sul a fim de entender quais são os interagentes, como as interações se estruturam e quais os possíveis mecanismos envolvidos nessa estruturação. Foram registradas 238 interações, entre 55 espécies de plantas e 80 espécies de visitantes florais. A rede de interações planta-visitantes florais apresentou conectância incompleta e baixa, foi aninhada, modular e especializada, exceto na estação seca, quando o aninhamento não foi significativo. O número de espécies interagentes foi significativamente menor na estação seca, que apresentou maior nível de especialização (H2’). Dentre as variáveis preditoras analisadas, o número de indivíduos esteve correlacionado com o grau, a força de interações e a diversidade de parceiros. A diversidade de parceiros apresentou relação com o número de flores. A especialização das espécies (d') não foi relacionada com os atributos florais analisados. Os módulos não foram explicados por relações filogenéticas ou por atributos florais |
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CARACTERIZAÇÃO DE FORRAGEIRAS QUANTO À TOLERÂNCIA AO ESTRESSE HÍDRICO |
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Curso |
Mestrado em Biologia Vegetal |
Tipo |
Dissertação |
Data |
29/04/2019 |
Área |
BIOLOGIA GERAL |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Liana Baptista de Lima
- Liana Jank
- MARCELO LATTARULO CAMPOS
- Mateus Figueiredo Santos
- Valdemir Antônio Laura
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Resumo |
A escassez de água é o principal fator abiótico responsável pela baixa produtividade, entretanto, as
mudanças climáticas terão impactos para a sociedade e a biodiversidade causando a diminuição da
produção agrícola, aumento dos vetores de diversas doenças e a extinção de animais e plantas. Neste
trabalho, teve-se por objetivo avaliar duas cultivares e sete genótipos de Megathyrsus maximus (Jacq.)
B.K.Simon & S.W.L.Jacobs quanto a tolerância ao estresse hídrico, por meio de duas metodologias
distintas: suspensão da irrigação por 18 dias consecutivos e, aplicação de Polietileno glicol 6000 (PEG6000) por 12 dias consecutivos. No momento de supressão do fornecimento de água e aos dias múltiplos
de três de interrupção da irrigação e aos dias múltiplos de quatro para solução com PEG-6000 foi
estimado o teor de clorofila presente nas folhas, anotado o número de folhas e a altura do colmo. A taxa
de fotossíntese, transpiração, condutância estomática e temperatura das folhas foram obtidos com um
analisador de gás infravermelho e também, determinamos a biomassa da parte aérea após o estresse e
após a reidratação. Os dados foram submetidos a ANOVA e foram padronizados pelo comando
decostand. As cultivares BRS Tamani e Massai e os genótipos, PM19, PM20 e PM21 foram as mais
tolerantes, altura e condutância estomática não foram significativas em relação ao tempo e a interação
tempo cultivar. Os destaques são as cultivares Massai e BRS Tamani que, embora afetadas pelo estresse
hídrico, obtiveram 100% de rebrota e conservaram todas as suas atividades metabólicas podendo inferir
que estas realocaram seus nutrientes para as raízes a fim de aguardar melhores condições de
crescimento. Na segunda metodologia, entretanto, destacou-se PM44, seguido pelas cultivares Massai e
BRS Tamani. |
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DETERMINANTES AMBIENTAIS NA OCORRÊNCIA DE PLANTAS AQUÁTICAS NA TRANSIÇÃO AMAZÔNIA-CERRADO |
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Curso |
Mestrado em Biologia Vegetal |
Tipo |
Dissertação |
Data |
15/04/2019 |
Área |
BIOLOGIA GERAL |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
- PEDRO VASCONCELLOS EISENLOHR
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Orientando(s) |
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Banca |
- Camila Silveira de Souza
- Francielli Bao
- Marco Otávio Dias Pivari
- Rafael Soares De Arruda
- Rosa Helena da Silva
- Suzana Neves Moreira
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Resumo |
Plantas aquáticas apresentam grande capacidade de adaptação e amplitude ecológica, habitando diversos ambientes. A distribuição dessas plantas está relacionada a diversos fatores ambientais, entre eles fatores abióticos como temperatura, pH, condutividade e concentração de nutrientes. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi determinar a contribuição relativa de variáveis limnológicas na distribuição de plantas aquáticas na transição Amazônia-Cerrado. Utilizando uma Análise Canônica de Redundância (tb-RDA) buscamos relacionar a composição de espécies às variáveis ambientais. Registramos 80 espécies de plantas aquáticas pertencentes a 33 famílias e 55 gêneros. A família mais rica foi Cyperaceae (16 espécies), seguida de Poaceae (8) e Onagraceae (5), e as espécies mais frequentes foram Mikania micranta (Asteraceae) e Urospatha sagittifolia (Araceae). A estruturação da comunidade de plantas aquáticas foi influenciada pelas seguintes variáveis: pH, temperatura da água, temperatura do ar, nitrogênio kjeldahl e nitrogênio orgânico. Não foi observada influência espacial na composição da comunidade, e o alto grau de correlação entre as variáveis ambientais e as espécies aponta para um forte controle local. Nossos resultados sugerem que as espécies apresentam diferenciação de nicho e, consequentemente, as próprias preferências e tolerâncias a respeito das características físico-químicas da água. |
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Diversidade genética e fragmentação de habitats naturais de Aspidosperma quebracho-blanco Schltdl. (APOCYNACEAE), questões para conservação em vegetações de Chaco e Savana Estépica |
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Curso |
Mestrado em Biologia Vegetal |
Tipo |
Dissertação |
Data |
05/04/2019 |
Área |
BIOLOGIA GERAL |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Thomáz da Silva Guerreiro Botelho
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Banca |
- Adriana Takahasi
- Gabriel Paganini Faggioni
- Maria Ana Farinaccio
- Miriam Valli Buttow
- Wellington Santos Fava
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Resumo |
As atividades de intensa retirada de madeira de Aspidosperma quebracho-blanco fazem parte de um passado marcado pela economia extrativista do Chaco, sucedendo na redução de boa parte dos quebrachais. É uma espécie tradicionalmente conhecida pelo uso medicinal no tratamento de malária, propriedades antiasmáticas e reconhecida por estudos químicos pela presença de alcaloides em sua casca. A madeira também possui atributos que a tornaram uma ótima opção para confecção de carpintaria e fabricação de carvão. Nesse contexto, ações que visam apontar novas direções para a gestão das populações naturais da espécie são extremamente necessárias. O presente estudo teve como objetivo conhecer a diversidade genética da espécie com o intuito de subsidiar estratégias de conservação nos habitats fragmentados da espécie. Para o seu desenvolvimento foram realizadas expedições de coleta em toda área de distribuição conhecida (Argentina, Brasil e Paraguai). Os 25 indivíduos, provenientes de cinco populações, foram georreferenciados e posicionados nos arquivos shapefile contendo as fitofisionomias de Chaco e Savana Estépica para identificação de habitats fragmentados. Para descrever a diversidade genética foram utilizados seis marcadores do tipo ISSR, que apresentaram o maior número de fragmentos, boa resolução e caráter mais informativo, após os testes iniciais. Os valores de coeficiente da matriz de similaridade obtidos entre as populações variaram entre 0,26 e 0,55, diferentemente dos encontrados entre os indivíduos (0,0 e 0,77). Já as médias de diversidade genética foram baixas e variaram de forma gradativa, variando entre 0,09 e 0,15 para o índice de Shannon (H’), e de 0,19 a 0,31 na diversidade de Nei (Ne), registros coincidentes com padrões de conteúdo de informação polimórfica (PIC). Quanto a distribuição das populações, evidenciou-se impactos ambientais na região norte do Chaco e na Savana Estépica, locais onde está localizada a maioria das populações amostradas. A autocompatibilidade e os efeitos da fragmentação florestal podem ser os principais responsáveis pela redução da heterozigose e da diversidade genética da espécie. Os resultados obtidos nas análises também sugerem que as populações mais próximas sejam menos divergentes, principalmente nos ambientes de Chaco Árido, onde anemocoria é facilitada. O histórico de perturbações nos fragmentos em que as populações estão localizadas podem torná-las mais vulneráveis aos efeitos de deriva genética, endogamia e efeito de borda, comprometendo também as mais de 200 espécies de insetos associadas a A. quebracho-blanco. Vale ressaltar que as populações de áreas áridas, com condições climáticas adversas, podem ter estabelecimento de mudas comprometido, condição indispensável para coleta de germoplasma em áreas adequadas. Desse modo, os resultados obtidos apontam uma grande ameaça à conservação dos recursos genéticos de A. quebracho-blanco, havendo necessidade de unidades de conservação e criação de novos bancos de germoplasma contendo material genético oriundos de fragmentos mais conservados. |
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INTERFERÊNCIA DA AGREGAÇÃO INTERESPECÍFICA E EFICIÊNCIA DOS POLINIZADORES NO SUCESSO REPRODUTIVO DE DUAS ESPÉCIES VEGETAIS NO PANTANAL SUL |
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Curso |
Mestrado em Biologia Vegetal |
Tipo |
Dissertação |
Data |
21/03/2019 |
Área |
BIOLOGIA GERAL |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Karen Cristine Bezerra da Silva Santos
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Banca |
- Andrea Cardoso de Araujo
- André Rodrigo Rech
- Erich Arnold Fischer
- Francismeire Jane Telles da Silva
- Vanessa Gabrielle Nobrega Gomes
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Resumo |
Em uma comunidade com diferentes espécies vegetais co-ocorrendo no
espaço, e cujos períodos de floração se sobrepõem, a ocorrência em agregados pode ser
negativa, devido a potencial competição pelos recursos abióticos necessários para a
produção de sementes ou pelos serviços dos polinizadores. Assim, de modo a avaliar
como a agregação heteroespecífica afeta o sucesso reprodutivo (i.e. o número de frutos
viáveis formados e seu peso) estudamos duas espécies auto incompatíveis no Pantanal
Sul. A coleta de dados foi realizada na Base de Estudos do Pantanal (BEP-UFMS) em
Corumbá, Mato Grosso do Sul, Brasil, onde estabelecemos 60 parcelas, 30 para cada
espécie focal (Richardia grandiflora e Ludwigia lagunae), sendo 15 parcelas em
manchas monoespecíficas e 15 em heteroespecíficas. Avaliamos a carga polínica
depositada nos estigmas pelos visitantes florais e também a formação de frutos e
sementes. Nossos resultados mostraram que L. lagunae tem maior riqueza e abundância
de carga polínica nos estigmas quando em manchas heteroespecíficas, e nessa condição
houve uma redução significativa no peso dos frutos. Em Richardia grandiflora também
foi detectada maior riqueza e abundância de carga polínica em manchas
heteroespecíficas, tendo havido formação de maior número de frutos viáveis (i.e. com
mais sementes) em manchas monoespecíficas. Dessa forma, concluímos que para ambas
as espécies, os indivíduos em parcelas monoespecíficas apresentaram maior sucesso reprodutivo, pois conseguiram produzir frutos de maior peso; ou maior quantidade de
frutos viáveis, o que pode garantir maior sucesso reprodutivo. |
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Caliciaceae foliosas em Mato Grosso do Sul, Brasil |
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Curso |
Mestrado em Biologia Vegetal |
Tipo |
Dissertação |
Data |
28/02/2019 |
Área |
BIOLOGIA GERAL |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Adriano Afonso Spielmann
- Andre Aptroot
- Arnildo Pott
- Flavio Macedo Alves
- Marcos Junji Kitaura
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Resumo |
Caliciaceae é uma família bastante representativa de liquens e apresenta espécies com talos de hábito crostoso, folioso ou fruticoso. Apesar da grande diversidade de espécies (675), poucos inventários foram realizados no Brasil, sendo este o primeiro trabalho desta natureza em Mato Grosso do Sul e com o foco nas Caliciaceae de hábito folioso. Ao todo foram encontrados 38 táxons, incluindo sete novos registros para Mato Grosso do Sul, dois novos registros para o continente americano e quatro espécies novas para a Ciência. São apresentadas descrições detalhadas, comentários e chaves para identificação. Também foi efetuada a revisão teórica sobre o gênero Dirinaria, culminando em uma chave mundial, descrições e comentários sobre as espécies, o que inclui a exclusão de três espécies antes classificadas neste gênero |
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Liquens parmelioides (Parmeliaceae) do extremo sul da Mata Atlântica: a diversidade revelada em uma análise integrativa |
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Curso |
Mestrado em Biologia Vegetal |
Tipo |
Dissertação |
Data |
26/02/2019 |
Área |
BIOLOGIA GERAL |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Adriano Afonso Spielmann
- Aline Pedroso Lorenz
- Mayara Camila Scur
- Natália Mossmann Koch
- Wellington Santos Fava
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Resumo |
A identificação e a concepção da diversidade de fungos liquenizados têm sido modificadas nas últimas décadas, principalmente com a evolução das técnicas de biologia molecular e de bioinformática. Nesse sentido, o DNA barcoding tem ganhado destaque na área de identificação de fungos liquenizados por ser uma técnica de fácil execução em laboratório, todavia trazendo como primeiro desafio a montagem de um banco de sequências de referência para sua utilização. Com relação a fungos liquenizados, Parmeliaceae, maior família desse grupo de organismos, possui uma enorme diversidade no estado do Rio Grande do Sul. Neste Estado, dentre os diferentes tipos de vegetações presentes, encontram-se grandes áreas de restingas ao longo de toda a faixa litorânea. Esse tipo de vegetação pertence ao bioma Mata Atlântica e é considerado um hotspot de biodiversidade. A partir disso, esse trabalho visa realizar uma abordagem integrativa, ou seja, utilizar dados taxonômicos (baseados em características morfológicas e químicas diagnósticas) e genéticas (monofilia e distâncias genéticas) para discriminar as espécies de liquens parmelioides nas restingas do extremo sul do Brasil. Espécimes selecionados após a identificação passaram pelos processos de extração de DNA, amplificação e sequenciamento da região ITS (DNA barcode universal dos fungos). Análises filogenéticas foram realizadas com sequências de DNA geradas neste estudo e sequências obtidas no GenBank. Como resultado, 286 espécimes foram examinados e 86 sequências de ITS foram geradas, sendo representadas nesse estudo por 45 espécies finais baseadas nos resultados de ambas as análises. Entre as espécies inicialmente identificadas, apenas 17 possuiam sequências disponíveis no GenBank. Destas, seis foram consideradas coespecíficas com as sequências de referência, oito agruparam com sequências da mesma espécie, porém apresentaram divergência superior ao padrão intraespecífico, duas agruparam como mesma espécie, enquanto uma não agrupou com a sequência referência. A partir das 45 espécies finais, foram encontradas 13 novas espécies e 16 novos registros de sequências para o GenBank de espécies já conhecidas, representando um acréscimo de 60% da diversidade de liquens parmelioides nas restingas do extremo sul do Brasil. Desta forma, este trabalho demonstra o quanto a diversidade de fungos liquenizados no Brasil ainda é pouco conhecida, além de reforçar a necessidade para o aumento da aplicação de análises integrativas para se desvendar a real diversidade de espécies. |
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