Mestrado em Biologia Vegetal

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Trabalhos

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TRABALHO Ações
Estrutura e desenvolvimento floral no clado Mezilaurus (Lauraceae)
Curso Mestrado em Biologia Vegetal
Tipo Dissertação
Data 06/04/2023
Área BIOLOGIA GERAL
Orientador(es)
  • Rosani do Carmo de Oliveira Arruda
Orientando(s)
  • Ana Paula Sales de Araujo Franco
Banca
  • Angela Lucia Bagnatori Sartori
  • João Paulo Basso Alves
  • Rosani do Carmo de Oliveira Arruda
  • Simone de Pádua Teixeira
  • Thais Cury de Barros
Resumo Lauraceae possui taxonomia tradicional baseada na estrutura floral, especialmente as características do androceu, entretanto, diversos grupos que nunca foram agrupados de acordo com a taxonomia tradicional emergiram em filogenias recentes. Um desses grupos é o Clado Mezilaurus, que apresenta variação na estrutura floral entre os seis gêneros que o compõem. O grupo possui representantes com três, seis, nove ou 12 a 20 estames; anteras biloceladas ou tetraloceladas; glândulas em todas as séries de estames, glândulas apenas nos estames da série III ou ausentes. Estudos de anatomia e desenvolvimento floral têm proporcionado avanços na compreensão acerca da origem, identidade de órgãos florais, e seu significado evolutivo na família, no entanto, não têm contemplado as variações florais presentes em Lauraceae. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar a estrutura floral de espécies dos seis gêneros que compõe o clado Mezilaurus, visando elucidar questões evolutivas e identificar características que sustentem as relações no grupo. Além disso, entender os processos ontogenéticos envolvidos na redução do número de séries de estames em Mezilaurus crassiramea. Flores em antese de oitos espécies (oriundas de exsicatas de herbário) e botões florais de M. crassiramea (coletas) foram processadas e analisadas em microscopia eletrônica de varredura-MEV e microscopia de luz. A maioria das espécies apresentaram tépalas externas vascularizadas por um feixe e as tépalas internas por três feixes vasculares, exceto Anaueria brasiliensis e Chlorocardium rodiei; estames da série III com três feixes vasculares, exceto em Williamodendron spectabilis com um feixe e Chlorocardium rodiei com cinco feixes. As glândulas presentes em Chlorocardium rodiei, Clinostemon mahuba e Sextonia rubra são nectários. A reconstrução dos estados de caráter ancestral dos caracteres morfológicos e da vascularização floral, baseada na análise filogenética molecular, sustentou diversos subclados no grupo. A redução do número de séries de estames e nectários em M. crassiramea resulta da não formação de séries inteiras desde o início do desenvolvimento, levando a formação de flores com somente estames da série III. Nossos resultados indicam que possivelmente o ancestral do clado apresentava flores com as três séries de estames e um par de nectários na base dos estames da série III. A ausência dos estames das séries I e II ou da série III, em algumas espécies, é uma perda posterior. Além disso, concluímos que nos gêneros sem nectários, a vascularização dessas estruturas é mantida nos estames de algumas espécies do clado e perdida totalmente em outras.
Variação de metabólitos secundários relacionada a eventos de fogo em Rhamnidium elaeocarpum Reissek
Curso Mestrado em Biologia Vegetal
Tipo Dissertação
Data 16/12/2022
Área BIOLOGIA GERAL
Orientador(es)
  • Carlos Alexandre Carollo
Orientando(s)
  • Camila Sório Siqueira
Banca
  • Arthur Ladeira Macedo
  • Carlos Alexandre Carollo
  • Denise Brentan da Silva
  • Flavio Macedo Alves
  • Katyuce de Souza Farias
Resumo O trabalho teve como objetivo ampliar a discussão sobre o papel do metabolismo de espécies
lenhosas contra estresse causado pelo fogo. Para tanto, coletamos a casca de Rhamnidium
elaeocarpum (Rhamnaceae), espécie abundante em ambientes com passagem de incêndio, em
diferentes históricos de fogo no Pantanal. Realizamos análises espectrofotométricas para
quantificar fenóis totais e taninos, enquanto o CLAE-DAD-EM/EM foi utilizado para obter
perfil e resposta metabólica a eventos recentes de incêndio na região. Além disso, avaliamos o
comportamento termogravimétrico para validar a termotolerância de R. elaeocarpum e sua
relação aos metabólitos secundários. Nós hipotetizamos que a espécie apresentaria alterações
nas concentrações de metabólitos secundários nas cascas após eventos recentes de fogo. No
entanto, observamos que os teores fenólicos e de taninos não diferiram nos tratamentos, exceto
APD 20 (grupo com espécimes com morte da estrutura aérea), demonstrando que o
metabolismo fenólico global da espécie não é afetado por eventos recentes de fogo. Podendo
ser resultado de uma tolerância bioquímica da planta ao estresse fisiológico causado pelo regime
de fogo, que atua há muito tempo na região, ou também uma exaptação derivada de condições
ambientais pós-fogo. A destoante concentração encontrada no grupo APD 20 provavelmente
está relacionada ao processo de lixiviação dos metabólitos no material vegetal morto, uma vez
que a decomposição natural das cascas coletadas era perceptível. Ao todo, foram anotados 23
compostos, principalmente oligômeros de proantocianidinas, sugerindo a formação de uma
barreira fenólica com ação antioxidante e antimicrobiana. Observamos um desvio metabólico
causado pelo efeito do fogo, de modo que a produção de alguns compostos, principalmente a
galocatequina, aumenta em detrimento dos demais. Além deste, houve um aumento de
karwinaftopiranonas (substâncias tóxicas ao organismo humano) com a passagem do fogo de
2020, o que ressalta a necessidade de alertar a comunidade pantaneira devido seu amplo uso
medicinal. Por fim, os resultados do comportamento termogravimétrico indicaram que R.
elaoecarpum apresenta termotolerância e que os compostos secundários podem estar
relacionados a essa característica. Em geral, observamos que o fogo causa efeitos qualitativos
importantes no metabolismo de R. elaeocarpum que persistem por pelo menos dois anos, porém
não podemos afirmar se é devido a um valor adaptativo ou em resposta a fatores adjacentes no
ambiente.
Recrutamento de espécies nativas via semeadura direta no Cerrado
Curso Mestrado em Biologia Vegetal
Tipo Dissertação
Data 23/12/2021
Área BIOLOGIA GERAL
Orientador(es)
  • Leticia Couto Garcia Ribeiro
Orientando(s)
  • Amanda Natália Timóteo
Banca
  • Flavio Macedo Alves
  • Isabel Belloni Schmidt
  • Leticia Couto Garcia Ribeiro
  • Mário Guilherme de Biagi Cava
Resumo A semeadura de espécies de adubos verdes junto a espécies arbóreas nativas têm sido recomendada para iniciativas de restauração em detrimento do convencional plantio de mudas gerando, portanto, demanda por sementes destas espécies. Apesar desta recomendação para restauração, a combinação de espécies em um arranjo ideal pode variar de acordo com as características do ambiente a ser restaurado e da meta que se pretende atingir via semeadura direta. Havendo êxito, estas espécies prestarão importante papel na facilitação da restauração, principalmente no sentido remover espécies invasoras no sistema, como o caso de gramíneas exóticas invasoras do Cerrado, reduzindo a competição por luz das espécies nativas introduzidas via semeadura e consequentemente permitindo o recrutamento e desenvolvimento de espécies nativas. Todavia, como a restauração pode seguir trajetórias diversas do esperado, o restaurador precisará estar atento e pronto para intervir caso o sistema retroceda ao estado de degradação, justificando estudos experimentais que subsidiem predições. Assim, nosso objetivo neste estudo foi verificar em campo qual a melhor combinação de sementes de espécies de adubos verdes consideradas facilitadoras, a serem semeadas consorciadas com espécies nativas afim de se obter maior diversidade e recobrimento na superação dos filtros ecológicos, e.g., competição com gramíneas exóticas. Testamos experimentalmente quatro combinações de sementes de espécies nativas com as espécies possivelmente facilitadoras nos seguintes tratamentos: (1) somente sementes de espécies nativas arbóreas – N, (2) sementes de adubo verde: feijão guandu (Cajanus cajan (L.) Huth) + nativas - GN, (3) sementes de nativas + arbusto nativo: Lepidaploa aurea - NL, (4) sementes de feijão guandu + L. aurea + nativas GLN, (5) adubos verdes herbáceos exóticos (Crotalaria sp. + Canavalia ensiformes) + sementes de feijão guandu + nativas – HGN e (6) controle: sem semeadura, somente acompanhamento da regeneração vou natural – C. As espécies de adubos verdes da família de leguminosas utilizados nas combinações foram: Feijão guandú (Cajanus cajan), Crotalaria sp. e Feijão de porco (Canavalia ensiformis) e uma espécie arbustiva nativa, o Amargoso (Lepidaploa aurea), uma Asteraceae. Fizemos a avaliação da dinâmica temporal da diversidade de espécies nativas e do recobrimento de solo por 18 meses. Nossos resultados mostraram que as combinações não demonstraram ter efeito sobre a riqueza de nativas e não influenciaram a abundância das diferentes espécies nativas semeadas sob diferentes combinações com adubos verdes. Nossos resultados também destacaram a necessidade de utilização de sementes de maior massa como critério de escolha das espécies. Concluindo, nas condições estudadas, nossos dados apontam que o uso de adubos verdes não facilitou no aumento da diversidade de arbóreas nativas semeadas, podendo seu uso ser dispensável quando o objetivo for este. Porém, o uso dos das espécies de plantas de adubação verde arbustivos e herbáceos em conjunto melhoraram a cobertura do solo inicialmente, quando sem efeitos de filtros ambientais, o que pode ser um benefício inicial a ser considerado pelos gestores de projetos de restauração ecológica a ser avaliado quanto à decisão de investir ou não neste insumo.
RESTAURAÇÃO DE MATAS CILIARES POR PLANTAS TOLERANTES AO ALAGAMENTO: UM ESTUDO DE CASO COM HYMENAEA COURBARIL L. (FABACEAE)
Curso Mestrado em Biologia Vegetal
Tipo Dissertação
Data 11/12/2021
Área BIOLOGIA GERAL
Orientador(es)
  • Edna Scremin Dias
Orientando(s)
  • Fernanda Polli Pinheiro
Banca
  • Alexandre Ferraro Antunes
  • Edna Scremin Dias
  • Gisele Catian
  • Jane Rodrigues da Silva
  • Marcelo Leandro Bueno
  • Vanessa Pontara
Resumo A vegetação de mata ciliar é pauta cada vez mais discutida devido ao papel fundamental desempenhado na manutenção da integridade ecológica dos corpos d’água e pelos seus serviços ambientais. As matas ciliares são legalmente definidas pelo Código Florestal como Áreas de Preservação Permanente (APP) e, apesar de estarem respaldadas por ele, têm sofrido diretamente os danos causados pelas ações humanas especialmente nas últimas décadas. Atividades como a exploração madeireira, o uso agropecuário e as alterações estruturais decorrentes da construção de hidrelétricas têm afetado diretamente esses ambientes. Além disso, a vegetação das APP’s está sob constante influência do regime de cheia dos rios, que reflete tanto no grupo de espécies vegetais que ali ocorrem, quanto na aptidão das mesmas sobreviverem em ambiente com alterações na disponibilidade hídrica no solo. Neste contexto, o conhecimento da biologia de espécies plenamente adaptadas às mudanças na saturação hídrica do solo provocadas pelos ciclos de cheia, torna-se primordial para implementação de projetos de restauração ambiental. Nesta dissertação é apresentado um capítulo intitulado “Respostas ao alagamento em plantas jovens de Hymenaea courbaril L. (Fabaceae)”, no qual foi desenvolvido experimento controlado em casa de vegetação, e avaliadas as respostas ecofisiológicas e morfoanatômicas das plântulas.
CUSTO-EFETIVIDADE DE MÉTODOS DE IMPLANTAÇÃO DE BARU, Dipteryx alata Vogel (Fabaceae) SOB EFEITO DE FILTROS AMBIENTAIS
Curso Mestrado em Biologia Vegetal
Tipo Dissertação
Data 06/12/2021
Área BIOLOGIA GERAL
Orientador(es)
  • Leticia Couto Garcia Ribeiro
Orientando(s)
  • Luanda Caroline Parreira de Paula
Banca
  • Daniel Luis Mascia Vieira
  • Leticia Couto Garcia Ribeiro
  • Silvia Rahe Pereira
  • Zefa Valdivina Pereira
Resumo A melhoria nos custos efetividade das ações de plantios para restauração ecológica tem sido almejada cada vez mais. No entanto, a existência de filtros ambientais em áreas em processo de restauração são obstáculos para atingir esse sucesso, podendo aumentar os custos e diminuir a efetividade. Comumente, técnicas de restauração via plantio de mudas e semeadura direta têm sido utilizadas na maioria das implantações onde a restauração ativa é necessária. No caso de mudas utiliza-se o polímero de hidrogel para melhorar as condições hídricas no local e na semeadura, o bom armazenamento das sementes ao longo do tempo, posto que após a colheita elas são estocadas até o momento da implantação, tem sido umas das principais causas para o sucesso da emergência em campo. Diante dessa realidade, nós comparamos o custo efetividade do plantio de mudas todas com hidrogel e semeadura direta com e sem hidrogel, em dois tempos de armazenamento, sob efeito de diferentes filtros ambientais (herbivoria e estresse hídrico comparados à ausência desses filtros) em Dipteryx alata Vogel, uma espécie de interesse econômico do Cerrado. Para avaliar o desempenho dos dois métodos, analisamos a sobrevivência, taxa de crescimento relativo (TCR) da altura, do diâmetro e da área da copa, bem como cobertura de solo exposto e gramíneas invasoras comparados por análise de variância ANOVA. Realizamos testes de germinação conduzido em laboratório a fim de comparar as sementes armazenadas após diferentes períodos. Nossos resultados demonstram que em áreas sob maiores graus de filtros ambientais (herbivoria e estresse hídrico), ambas as técnicas não atingem uma porcentagem alta de sobrevivência. No entanto, quando o grau desses filtros não é nítido, a sobrevivência é alta para os dois métodos (semeadura e plantio de mudas), enquanto, sob efeito de herbivoria, o tipo de técnica não interfere para alcançar uma sobrevivência maior que 6% e sob estresse hídrico o plantio de mudas a taxa de sobrevivência é >50%. O uso de hidrogel não aumentou a sobrevivência no geral, sendo, portanto, seu uso dispensável nestas condições (ressaltando que a implantação foi no fim da estação seca, ou seja, seu uso no início da estação chuvosa ainda precisa ser investigado). A germinação das sementes com menor tempo de armazenamento em laboratório atingiu uma porcentagem 50% superior à das sementes com maior tempo de armazenamento, já em campo essa diferença na sobrevivência não foi observada. O crescimento das plântulas foi principalmente influenciado pelos filtros ambientais. Nem os filtros avaliados e nem os tratamentos influenciaram a invasão de gramíneas nem a presença de solo exposto. Pelo fato das mudas plantadas apresentarem uma sobrevivência significativamente maior, quando se avalia o melhor custo efetividade de forma geral (e incluindo os efeitos dos filtros), elas possuem melhor custo efetividade, sendo o arranjo mais indicado. Comparado às condições favoráveis, a herbivoria se torna mais de 20 vezes mais custosa enquanto que o estresse hídrico triplica o custo-efetividade da restauração. Este resultado especificamente é de suma relevância, uma vez que demonstra claramente a previsão do aumento dos custos da restauração sob cenários futuros de mudanças climáticas, considerando previsão da diminuição da precipitação. Concluímos que os filtros ambientais avaliados afetam diretamente o custo efetividade dos dois métodos de implantação estudados para e espécie D. alata, assim, devem ser consideradas no planejamento a fim de alcançarmos as metas de restauração nacionais e globais.
COMPOSIÇÃO DE CANGAS BRASILEIRAS: PANORAMA ECOLÓGICO E FILOGENÉTICO DE GRUPOS BOTÂNICOS
Curso Mestrado em Biologia Vegetal
Tipo Dissertação
Data 10/09/2021
Área BIOLOGIA GERAL
Orientador(es)
  • Gecele Matos Paggi
Orientando(s)
  • Larissa Hândrea Martins Machado de Oliveira
Banca
  • Flavio Macedo Alves
  • Gecele Matos Paggi
  • Geraldo Alves Damasceno Junior
  • Lidyanne Yuriko Saleme Aona
  • Maria Ana Farinaccio
Resumo Cangas são sistemas ecológicos de complexa evolução sendo uma das superfícies mais antigas expostas do planeta. Se localizam em “hotspots” de biodiversidade em todo mundo, abrigando comunidades vegetais caracterizadas por altos níveis de endemismo, elevada diversidade (alfa e beta), espécies raras e ameaçadas. Além da relevância ambiental, possuem importância econômica, visto que recobrem jazidas de minério de ferro. As aŕeas de cangas e suas comunidades naturais são pouco contempladas por políticas de conservação. Nesse sentido temos por objetivo avaliar e estabelecer por meio de análises filogenéticas e análise crítica e descritiva a composição florística de cangas nos domínios fitogeográficos brasileiros. A coleta de dados foi feita por meio de revisão bibliográfica sistematizada analisada no período de 1969 a 2019 (50 anos). Avaliamos a composição florística por meio do diagrama de Ven-Euler, análise de escalonamento multidimensional não métrico (NMDS), e método de ordenação de ward.D2. Posteriormente realizamos a reconstrução filogenética dos clados sub e super-representados para fins de conservação da comunidade vegetal dos biomas Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal. Identificamos que as famílias botânicas Poaceae, Orchidaceae, Melastomataceae e Asteraceae são as mais recorrentes em habitats de cangas. Também verificamos a predominância dos gêneros Paepalanthus, Myrcia, Baccharis, Paspalum, Ipomoea e Paepalanthus. O diagrama de Venn-Euler indicou uma variação na composição dos grupos botânicos exclusivos e comuns nos diferentes níveis taxonômicos. O padrão dos agrupamentos de similaridade de Ward foi refletido na análise NMDS, e valores de NTI e NRI indicam que as cangas dos diferentes biomas possuem baixa similaridade florística, apontando conservadorismo filogenético de nicho. O padrão geral de distribuição e composição da florística de cangas nos biomas brasileiros é caracterizado principalmente por alta diversidade de espécies relacionadas a poucas famílias botânicas. As estruturas filogenéticas de tais comunidades vegetais sugerem que filtros ambientais favoreceram ocorrências de espécies florísticas próximas evolutivamente.
Efeitos da paisagem sobre a estrutura da vegetação em remanescentes no município de Campo Grande, Mato Grosso do Sul
Curso Mestrado em Biologia Vegetal
Tipo Dissertação
Data 09/09/2021
Área BIOLOGIA GERAL
Orientador(es)
  • Andrea Cardoso de Araujo
Orientando(s)
  • Karina Santos Paulinelli Raposo
Banca
  • Adriana Takahasi
  • Andrea Cardoso de Araujo
  • Angela Lucia Bagnatori Sartori
  • Danilo Rafael Mesquita Neves
  • Marcelo Leandro Bueno
Resumo Um dos desafios da ecologia de paisagens é compreender como as espécies são afetadas pela grande expansão de áreas antropizadas e mudanças do uso do solo a ela relacionadas. O entendimento de como a composição florística está estabelecida em ambientes urbanos e rurais é essencial para elaborar estratégias de planejamento dos municípios. Este trabalho teve como objetivo caracterizar a estrutura da vegetação de remanescentes de Cerrado distribuídos em áreas urbanas e rurais do município de Campo Grande-MS, relacionando-a ao tipo de uso do solo da paisagem de entorno, em diferentes escalas espaciais e temporais. Amostramos 18 fragmentos de Cerrado e comparamos a riqueza de espécies e os índices de diversidade funcional (riqueza, uniformidade, divergência e dispersão) entre as onze áreas amostradas dentro da área urbana e as sete áreas rurais próximas da cidade. Avaliamos também se a riqueza de espécies e a dispersão funcional (FDis) são afetadas pela matriz circundante, nas diferentes escalas espaço-temporais, através de uma análise interativa, utilizando imagens de satélite dos anos de 1985, 2002 e 2018. A riqueza funcional (FRic) foi maior em áreas urbanas do que nas rurais. De modo semelhante, não houve efeito do uso do solo sobre a riqueza de espécies, mas a dispersão funcional foi afetada negativamente pela porcentagem de agropecuária, e positivamente pela cobertura de áreas urbanas no ano de 2018, sem variação detectada ao longo do tempo. Nosso estudo aponta para a importância de conhecer o histórico das cidades, para propiciar a persistência de espécies nativas nos remanescentes de vegetação, e a manutenção de suas funções ecológicas em áreas urbanas.
INFLUÊNCIA DA FLORIVORIA SOBRE A FERTILIDADE NATURAL E A VISITAÇÃO FLORAL DE Dyckia excelsa Leme (BROMELIACEAE), BRASIL
Curso Mestrado em Biologia Vegetal
Tipo Dissertação
Data 09/09/2021
Área BIOLOGIA GERAL
Orientador(es)
  • Gecele Matos Paggi
Orientando(s)
  • Deborah Cainelli
Banca
  • Camila Aoki
  • Camila Silveira de Souza
  • Gecele Matos Paggi
  • Vanessa Gabrielle Nobrega Gomes
  • Wellington Santos Fava
Resumo Características florais, em geral, estão relacionados à atração de polinizadores e oferta
de recursos tróficos, entretanto, esses atrativos podem despertar a atração de espécies
oportunistas que não realizam a polinização e que são denominadas de pilhadores ou ladrões
florais. Contudo, não há um consenso sobre o impacto real da pilhagem floral sobre a
reprodução das espécies estudadas. Dyckia excelsa Leme tem ocorrência conhecida em
apenas uma grande população na Fazenda São João e mais cinco pequenas populações nos
arredores da cidade de Corumbá e Ladário (Mato Grosso do Sul - MS), as quais não são
protegidas. O objetivo do presente estudo foi caracterizar o consumo de estruturas florais e a
pilhagem de recursos tróficos florais em D. excelsa, buscando relacionar a espécie de pilhador
à estrutura e ao recurso floral utilizado, e observando se o dano floral interfere na visitação
por polinizadores. Somando-se a isto, identificar se há influência da ação do roubo floral
sobre a fertilidade natural de D. excelsa na população da Fazenda São João em Corumbá, MS.
O estudo foi conduzido durante um ciclo reprodutivo (abril à dezembro de 2019) e o consumo
de botões florais e flores em antese foi avaliado em inflorescências com escapos florais de 10
agrupamentos distantes entre si, a influência do dano floral sobre a fertilidade natural da
espécie foi avaliada em campo, por meio da verificação do desenvolvimento dos frutos
oriundos de botões florais/flores dos 5 tratamento realizados. Os frutos foram coletados para
análise de parâmetros, para avaliar a influência da florivoria sobre a fertilidade natural de
Dyckia excelsa, foi testada a germinação das sementes (N = 750 sementes). As observações
dos visitantes florais ocorreram em três dias distintos, sendo todos os agrupamentos avaliados
em cada dia, 30 minutos para cada (N = 15 horas). Para as análises estatísticas utilizamos o
teste de Kruskal-Wallis, com 95% de confiabilidade pelo programa Bioestat 5.3. As
flores/botões florais provenientes do tratamento Florivoria simulada 1 foram as que obtiveram
resultados mais próximos do controle, esse fato pode ser possivelmente explicado pela
presença de néctar nestas flores, já que no momento em que a florivoria simulada foi realizada
não ocorreu a retirada do néctar imediatamente, e que somente foi perfurada a corola. As
observações de visitantes florais mostraram que os orifícios, tanto os naturais como os
simulados, são utilizados por muitos visitantes para acessar o néctar, desse modo pode-se
supor que estes danos são uma atração para visitantes florais. As flores com dano no ápice
floral (Testes FN2 e FS2), foram as que obtiveram os resultados mais inferiores quando
comparadas ao controle, nessas flores o dano causou tanto uma diminuição de pólen oferecido
como também causou uma alteração nos caracteres florais, influenciando na visitação e logo
na polinização destas flores. Os resultados aqui obtidos mostram que os danos florais, tais
como a perfuração na base da corola e o consumo de pétalas do ápice floral, estames e
estigma, não são completamente prejudiciais para o sucesso reprodutivo da espécie. Pelo
padrão de floração e período em que D. excelsa floresce, a permanência dos visitantes florais
é vital para a espécie, pois contribuem para a polinização cruzada das flores. Portanto, as
implementações de medidas de conservação devem ser estudadas para que D. excelsa como
também a biodiversidade associada a ela seja conservada.
Variações morfológicas, químicas e genéticas de Stereocaulon alpinum Laurer (Stereocaulaceae) e seus fotobiontes da região sul da América do Sul e Antártica Marítima
Curso Mestrado em Biologia Vegetal
Tipo Dissertação
Data 31/08/2021
Área BIOLOGIA GERAL
Orientador(es)
  • Aline Pedroso Lorenz
Orientando(s)
  • Vanessa de Oliveira Torres
Banca
  • Aline Pedroso Lorenz
  • Gecele Matos Paggi
  • Marcos Junji Kitaura
  • PRISCILA CANESQUI DA COSTA
  • Wellington Santos Fava
Resumo Os liquens são resultantes da associação simbiótica entre fungos e fotobiontes (algas verdes e/ou cianobactérias), ocorrendo em habitats diversos e presentes também em ambientes extremos, estando entre os principais componentes da vegetação polares e alpinas. Dentre as 150 espécies bipolares conhecidas, Stereocaulon alpinum, é muito utilizada em estudos importantes para biotecnologia, como por exemplo em estudos de bioprospecção de compostos químicos por apresentar diversas propriedades bioativas, tais como antimicrobiano, antimitótico, citotóxico, enzimas inibitórias, toxicológicas e imunomoduladoras. A espécie foi inicialmente reportada como polifilética e não bipolar. Neste estudo utilizamos uma abordagem integrativa, incluindo dados morfológicos, anatômicos, químicos e genéticos de espécimes de S. alpinum coletados em ambos os hemisférios (norte e sul). Um total de 35 espécimes da espécie foram analisados e para as análises filogenéticas foram utilizadas sequências de DNA do micobionte (ITS e β-tubulina) e dos fotobiontes, alga verde (gene da actina) e cianobactérias (gene 16S), respectivamente. Dos espécimes analisados, geramos um total de 67 sequências. Sua morfologia possui discreta variações dentro da espécie na altura e disposição dos pseudopodécios, estágios-cor dos cefalódios, forma dos filocládios e espessura do tomento, porém nenhuma que diversifique geneticamente, sendo assim uma espécie com alta plasticidade fenotípica. Neste estudo a química de S. alpinum, comprovou-se ser diversa sem padrões filogenéticos e geográficos. Os fotobiontes (alga verde e cianobactéria) foram Asterocholoris sp. e Nostoc sp. respectivamente, reforçando a associação desses gêneros para a espécie S. alpinum. Diante disso, o estudo revelou que a espécie S. alpinum é uma espécie monofilética e bipolar.
CARACTERES MORFOLÓGICOS DOS DIÁSPOROS, ANÁLISE DE GRUPOS ECOLÓGICOS E SÍNDROMES DE DISPERSÃO DE PLANTAS AQUÁTICAS
Curso Mestrado em Biologia Vegetal
Tipo Dissertação
Data 31/08/2021
Área BIOLOGIA GERAL
Orientador(es)
  • Edna Scremin Dias
Orientando(s)
  • Vitoria Silva Fabiano
Banca
  • Arnildo Pott
  • Denise Maria Trombert de Oliveira
  • Edna Scremin Dias
  • Edson Gomes de Moura Junior
  • Flavia Maria Leme
  • Vanessa de Carvalho Harthman Silveira
Resumo Plantas aquáticas são altamente adaptadas aos ambientes aquáticos continentais e essenciais para sua manutenção, visto integrarem diversas redes de interações ecológicas. A forte relação com a água é evidenciada pela presença de estruturas morfoanatômicas que refletem o grau de adaptação ao meio, observada também em traços morfofuncionais presentes nos diásporos. A morfologia dos diásporos das plantas aquáticas pode fornecer importantes informações relacionadas as estratégias de dispersão, sobrevivência de bancos de sementes e recrutamento de espécies, além de auxiliar na taxonomia e filogenia, e prover dados essenciais para projetos de restauração e manejo de áreas úmidas. Neste trabalho fornecemos a descrição detalhada da morfologia dos diásporos e avaliamos a convergência de caracteres dentro dos grupos de formas de vida e síndromes de dispersão, além de investigarmos atributos funcionais relacionados aos caracteres morfológicos. Para isso foram avaliados 16 traços da morfologia de 37 frutos e 47 sementes. Para a descrição dos diásporos foram utilizadas eletronmicrografias feitas com Microscopia Eletrônica de Varredura. O trabalho compreendeu 84 espécies, pertencentes a 32 famílias botânicas, abrangendo as formas de vida anfíbia, emergente, epífita, flutuantes fixas e livres e submersas fixas e livres. As plantas amostradas apresentaram como principais estratégias de dispersão a hidrocoria, autocoria, anemocoria e zoocoria, podendo ocorrer combinações de duas ou mais síndromes nas espécies. Nossas análises demonstraram que não há convergência de características dentro das formas de vida e síndromes de dispersão, porém, há relação da estratégia de dispersão e a morfologia dos diásporos. Além disso, o fator filogenético pode influenciar na seleção de traços morfológicos em frutos, o que não foi observado para as sementes. A influência das estratégias de dispersão parece estar relacionada a sua relevância para a seleção de traços de história de vida, podendo ser observados caracteres altamente adaptados aos vetores de dispersão.
Identificação de ipês (Bignoniaceae) por DNA barcoding
Curso Mestrado em Biologia Vegetal
Tipo Dissertação
Data 08/03/2021
Área BIOLOGIA GERAL
Orientador(es)
  • Flavio Macedo Alves
Orientando(s)
  • Paola Gomes Silva
Banca
  • Edihanne Gamarra Arguelho
  • Flavio Macedo Alves
  • Gecele Matos Paggi
  • PRISCILA CANESQUI DA COSTA
  • Wellington Santos Fava
Resumo Ipês são árvores ou arbustos da família Bignoniaceae amplamente utilizadas em arborização urbana em todas as regiões do Brasil. No inverno essas plantas perdem a maioria de suas folhas e as substituem por cachos de flores de cores intensas e muito apreciadas no paisagismo. Ainda que sejam de uso frequente na vegetação urbana e de grande apreciação popular, algumas espécies ainda não estão representadas nos bancos de sequências de DNA públicos e outras não estão corretamente identificadas, havendo inclusive problemas de indicação de gênero. O DNA barcoding é uma ferramenta de identificação molecular que utiliza pequenas sequências de DNA para a identificação de espécies. Para ser considerado um bom DNA barcode, a região genômica precisa atender a determinados critérios, como: 1) ser de fácil amplificação em laboratório; 2) resultar sequências curtas e, 3) ser suficientemente variável para discriminar taxa a nível de espécie. Neste estudo, utilizamos dois dos marcadores plastidiais indicados pelo Consortium for the Barcode of Life (CBOL), o gene matK e o espaçador intergênico trnH-psbA, para verificar o seu potencial de identificação de espécies de ipês urbanos da cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Foram estudadas 12 espécies popularmente conhecidas como ipês dos gêneros Cybistax, Handroanthus, Jacaranda, Tabebuia e Tecoma. Nossos resultados sugerem que o marcador trnH-psbA é o melhor candidato locus único para identificar as espécies de ipês, quando comparado com o matK, enquanto os resultados baseados nos marcadores concatenados (matK + trnH-psbA), indicaram a mesma taxa de eficiência de identificação que o trnH-psbA, porém com suporte de ramos mais elevados. Nas análises de BLAST, obtivemos pouco sucesso na identificação das espécies. Isso se deve ao fato de o banco de dados público de sequências de DNA não contemplar todas as espécies abordadas neste estudo e também por conter sequências de baixa qualidade. Isso demonstra a necessidade de um banco de dados local para a identificação através de DNA barcoding e também a necessidade de mais estudos que disponibilizem sequências de DNA de alta qualidade, com acurácia taxonômica.
Manutenção da capacidade de absorção de água de quatro espécies arbóreas de Cerrado sob baixos potenciais Hídricos
Curso Mestrado em Biologia Vegetal
Tipo Dissertação
Data 30/06/2020
Área BIOLOGIA GERAL
Orientador(es)
  • Valdemir Antônio Laura
Orientando(s)
  • Camila Oliveira Miranda
Banca
  • Denise Renata Pedrinho
  • Geraldo Alves Damasceno Junior
  • Liana Baptista de Lima
  • Rogerio Rodrigues Faria
  • Valdemir Antônio Laura
Resumo Estudos acerca das características morfológicas de espécies arbóreas nativas adaptadas para ultrapassar diferentes filtros ambientais são fundamentais para conservação de ecossistemas e restauração de áreas degradadas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta de duas espécies arbóreas do Domínio Cerrado ao estresse hídrico. Especificamente pretendeu-se: 1) analisar estratégias morfológicas de variações nos traços funcionais e 2) verificar sob quais potenciais hídricos durante o estresse as espécies rebrotam após a reidratação. Foram avaliadas as espécies Guazuma ulmifolia Lam. e Sapindus saponaria L.. O estresse hídrico foi simulado com polietileno glicol 6000 (PEG 6000). No experimento, foi utilizado delineamento em blocos inteiramente casualizados, com 12 repetições por espécie e seis potenciais hídricos: 0,0, -0,4, -0,8, -1,2 -1,6 -2,0 MPa. Os resultados obtidos demonstram que os indivíduos de G. ulmifolia enfrentam consequências imediatas quando submetidos ao déficit hídrico como perda de folhas, redução do diâmetro do caule e massa seca. Nos indivíduos de S. saponaria suas folhas foram mantidas, ainda que, no final do experimento, quase todas secas. Nas duas espécies não houve a produção de novas folhas nos tratamentos -1,6 e 2,0 MPa após a reidratação. Os indivíduos da espécie G. ulmifolia possuem folhas sensíveis ao déficit hídrico, mas suas folhas são recuperadas logo após a reidratação.
Efeitos de variáveis ambientais nas síndromes de dispersão e distribuição de leguminosas no Pantanal
Curso Mestrado em Biologia Vegetal
Tipo Dissertação
Data 26/06/2020
Área BIOLOGIA GERAL
Orientador(es)
  • Angela Lucia Bagnatori Sartori
Orientando(s)
  • Lucas Eduardo da Silva
Banca
  • Andrea Cardoso de Araujo
  • Angela Lucia Bagnatori Sartori
  • Nicolay Leme da Cunha
  • Rosa Helena da Silva
  • Vivian Almeida Assunção
  • Wellington Santos Fava
Resumo Perguntas: 1) Qual a síndrome de dispersão predominante de leguminosas no Pantanal? 2) Existe relação entre as síndromes de dispersão de leguminosas e as variáveis ambientais? 3) Leguminosas com diferentes habitos de crescimento sao afetadas de modo diferente pelas variaveis ambientais?
Localização: Planície do Pantanal.
Métodos: Um banco de dados foi construído a partir da obtenção de informações selecionadas em rede de herbários on line. Os frutos de leguminosas do Pantanal foram classificados quanto aos tipos e posteriormente inferidos seus respectivos agentes dispersores (bióticos e abióticos). As variáveis abióticas consideradas neste estudo foram frequência de inundação, precipitação, temperatura, carbono orgânico e pH do solo. Possíveis influências das variáveis ambientais sobre os atributos e traços das espécies foram testados sob duas abordagens: 1) Modelos generalizados lineares mistos (GLMM) e 2) Modelos generalizados aditivos (GAM). Todas as análises foram realizadas no software R Core Team.
Resultados: Como síndrome de dispersão primária prevaleceu autocoria, seguida de anemocoria, zoocoria e barocoria. E como secundárias foram zoocoria, hidrocoria e anemocoria. Dentre as variáveis abióticas testadas, a precipitação média anual compôs os melhores modelos. Todos os hábitos de crescimento apresentaram diminuição na frequência média de ocorrência com o aumento dos índices de precipitação. Autocoria prevaleceu em áreas com precipitação baixa. Todos os hábitos de crescimento apresentaram diminuição na frequência média de ocorrência com o aumento dos índices de precipitação. A distribuição das leguminosas volúveis apresentou registros de maior frequência média em locais com os menores índices de carbono orgânico.
Conclusões: Síndromes abióticas são relevantes para a manutenção e o sucesso das leguminosas no Pantanal. Estudos mais detalhados devem contribuir para o entendimento da influência das síndromes secundárias na distribuição da família. As leguminosas prevalecem em locais com índices de precipitação menores, porém ocorrem em todo o domínio. Provavelmente a diversificação da família a partir de áreas secas tem contribuído para a sua ocupação em locais com uma amplitude de precipitação considerável, como é o Pantanal.
Sementes de espécie do Chaco possuem memória hídrica como adaptação ao estresse
Curso Mestrado em Biologia Vegetal
Tipo Dissertação
Data 13/06/2020
Área BIOLOGIA GERAL
Orientador(es)
  • Arnildo Pott
Orientando(s)
  • Wendilly Lorraine Campos Tabosa de Azevedo
Banca
  • Aparecida Leonir da Silva
  • Arnildo Pott
  • Aurora Maria Rosa de Oliveira
  • Jane Rodrigues da Silva
Resumo Parkinsonia praecox (Ruiz & Pav.) Hawkins (Fabaceae) ocorre no Chaco localizado ao sul do Pantanal no Brasil. Esse ambiente apresenta características semiáridas em sua porção seca, exigindo adaptações para o sucesso reprodutivo, como memória hídrica. Esse trabalho objetivou determinar se sementes de P. praecox possuem memória hídrica e entender os efeitos dos Ciclos de Hidratação e Desidratação (CHD) durante a embebição sobre a germinação e formação de plântulas normais em condições de déficit hídrico. Inicialmente foram estabelecidos, para os testes, a temperatura para germinação e potenciais osmóticos em polietilenoglicol-6000 (PEG 6000). As sementes passaram por CHD (0, 1, 2 e 3 ciclos) correspondentes a 33%, 56% e 58% de hidratação, determinados a partir da curva de embebição, e colocadas para germinar em condições de restrição hídrica – 0,8 MPa. A temperatura ideal para germinação foi 30 ºC. A germinação em PEG-6000 ocorreu até -1,0 MPa e a formação de plântulas -0,8 Mpa. Os CHD aumentaram a tolerância ao déficit hídrico, proporcionando aumento da velocidade e porcentagem de germinação. Concluiu-se que sementes de P. praecox, quando submetidas a dois CHD com 56% de hidratação, possuem melhores respostas às condições de déficit hídrico.
Sementes de Campomanesia adamantium (Myrtaceae): uma categoria intermediária quanto à tolerância à dessecação e armazenamento?
Curso Mestrado em Biologia Vegetal
Tipo Dissertação
Data 10/06/2020
Área BIOLOGIA GERAL
Orientador(es)
  • Flavio Macedo Alves
Orientando(s)
  • Ana Karine Paes dos Santos
Banca
  • Ana Cristina Araujo Ajalla
  • Aparecida Leonir da Silva
  • Aurora Maria Rosa de Oliveira
  • Flavio Macedo Alves
  • Jane Rodrigues da Silva
  • Victor Augusto Forti
Resumo O sucesso no armazenamento de sementes depende do conhecimento sobre seu comportamento durante esse período em diferentes condições, o que permite a utilização de técnicas adequadas para a manutenção da viabilidade. Campomanesia adamantium, uma Myrtaceae conhecida popularmente como “guavira”, é nativa do Cerrado e considerada medicinal, além de ter potencial econômico por seu uso na alimentação. As sementes de C. adamantium já foram classificadas como recalcitrantes, demonstrando ser uma espécie com sementes que não toleram a secagem até níveis baixos de teor de água. Porém, há resultados conflitantes na literatura quando se trata do comportamento dessa espécie durante o armazenamento, demonstrando que há necessidade de se avaliar o conjunto de fatores que afetam a viabilidade dessas sementes em diferentes condições de armazenamento para determinar a presença ou não de recalcitrância. Com base no exposto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o desempenho das sementes de C. adamantium após a dessecação e durante o armazenamento em diferentes condições. Sementes de C. adamantium foram secas até 35; 30; 25; 20; 15; 12,5; 10; 7,5 e 5% de água. As sementes com 35, 30, 20, 15, 12,5 e 10% de água foram submetidas ao armazenamento a 25ºC±2ºC e 60%UR, 20ºC±2ºC e 45%UR, 8ºC±1ºC e 30%UR e -7ºC±1ºC e 40%UR. Constatamos que as sementes dessa espécie toleram a secagem até 5% de água. Além disso, podem ser armazenadas a 25ºC±2 e 60%UR por até 60 dias sem prejuízo da viabilidade, desde que seja em alto teor de água (35% ou 30%). Consequentemente concluímos que as sementes de C. adamantium possuem comportamento intermediário à dessecação e ao armazenamento.
A Influência da Inundação e do Fogo na Estrutura e Composição de Espécies Arbóreas das Formações Monodominantes de Tabebuia aurea (Bignoniaceae) “Paratudal” no Pantanal
Curso Mestrado em Biologia Vegetal
Tipo Dissertação
Data 03/06/2020
Área BIOLOGIA GERAL
Orientador(es)
  • Geraldo Alves Damasceno Junior
Orientando(s)
  • Daniel Armando Manrique Pineda
Banca
  • Fabio de Oliveira Roque
  • Flavio Macedo Alves
  • Geraldo Alves Damasceno Junior
  • Jens Oldeland
  • Marcelo Leandro Bueno
Resumo Os filtros ambientais afetam a diversidade de espécies. A compreensão da influência desses filtros na estruturação das comunidades vegetais são um dos principais desafios da ecologia na busca de ideias de manejo e conservação dos ecossistemas. As formações monodominantes do Pantanal estão sujeitas às fases de cheia e seca onde a inundação e o fogo atuam como filtros biológicos definindo a distribuição da flora e fauna. O objetivo deste trabalho foi verificar se a interação entre inundação e fogo influenciam na abundância, riqueza e área basal de espécies arbóreas; nas formações monodominantes de Tabebuia aurea e se esses fatores podem influenciar na monodominancia. Por meio de imagens de satélite Landsat-5, -8 e Resourcesat-1, foram selecionadas 37 áreas com frequências de fogo de 2 até 9 anos, em 15 anos de investigação (2003 – 2017). Foram instaladas um total de 125 parcelas de 25m X 25m nas diferentes áreas. A descrição da comunidade foi feita por meio da coleta de todos os indivíduos com diâmetro à altura do peito igual ou maior a 3,18 cm e identificações. Dados da altura da marca da água em cada indivíduo foram usados para identificar o efeito da inundação. Foi comparada abundância, riqueza e área basal com o Modelo Linear Generalizado com distribuição Negativa Binomial, Poisson e Gaussian, respectivamente. Abundância e riqueza sob maior frequência de fogo foram maiores em número de indivíduos e de espécies nas áreas mais altas, diminuindo nas áreas sujeitas a maiores níveis de inundação. Enquanto áreas sob frequência de fogo menor o número de indivíduos foi constante com um incremento no número de espécies em relação ao aumento da altura da água. Área basal diminuiu com o aumento da altura da água independente da frequências de fogo, sendo maior em áreas sob frequência de fogo menor. Nossos resultados evidenciam que os indivíduos de T. aurea são beneficiados pela interação fogo e inundação, como também pela diminuição de outras especies não tolerantes aos dois filtros ambientais.
Efeito do ambiente na estrutura do lenho de clones de Eucalyptus urophylla S.T. Blake e Eucalyptus grandis Hill ex Maiden x Eucalyptus urophylla plantados em distintas regiões microclimáticas
Curso Mestrado em Biologia Vegetal
Tipo Dissertação
Data 28/05/2020
Área BIOLOGIA GERAL
Orientador(es)
  • Edna Scremin Dias
Orientando(s)
  • Debora Porfiria Furtado de Lima Maidana
Banca
  • Edna Scremin Dias
  • Fábio Akira Mori
  • Mauro Guida dos Santos
  • PETER STOLTENBORG GROENENDYK
Resumo Precipitação é um fator chave para a variabilidade intraespecífica nos traços funcionais das plantas. Entretanto, pouco se sabe acerca dos efeitos da precipitação no crescimento e nas características do lenho e foliares em 20 árvores do mesmo clone. Neste trabalho, investigamos o efeito da precipitação no crescimento das árvores, nas características do lenho e foliares em clones de Eucalyptus urophylla e Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla. Avaliamos o crescimento das árvores, as características do lenho e foliares em árvores com seis anos de idade do mesmo clone de cada uma das espécies. Aplicamos modelos lineares para verificar a variabilidade nestas características para ambos os clones em dois plantios.
Encontramos lenho com vasos mais largos, menos densos, com maior condutividade hidráulica potencial, raios mais altos e mais largos, maior fração de vasos e parênquima e menor fração de fibras no plantio com menor precipitação. Além disso, as árvores tiveram menor área foliar específica e maior teor de matéria seca foliar no plantio com menor precipitação.
Nossos resultados mostram que as características do lenho e foliares em clones são plásticas, fator essencial para as plantas lidarem com a variabilidade na precipitação e garantir sua sobrevivência.
Integrando os modelos de distribuição das espécies: Sterculia apetala (Jacq.) Karst, Attalea phalerata Mart. ex Spreng e Anodorhynchus hyacinthinus Latham, 1790, para o Bioma Pantanal, implicações para conservação e restauração
Curso Mestrado em Biologia Vegetal
Tipo Dissertação
Data 27/05/2020
Área BIOLOGIA GERAL
Orientador(es)
  • Leticia Couto Garcia Ribeiro
Orientando(s)
  • Maxwell da Rosa Oliveira
Banca
  • DANIEL DE PAIVA SILVA
  • Diogo Souza Bezerra Rocha
  • Leticia Couto Garcia Ribeiro
  • Victor Pereira Zwiener
Resumo O Pantanal é uma das maiores e mais biodiversas áreas úmidas de interior do mundo, com mais
de 2500 espécies de plantas e animais, provenientes de diferentes províncias biogeográficas. Sua
principal característica é o pulso de inundação, fenômeno que molda a ocorrência de espécies no
bioma. Neste sentido, investigamos a influência desta característica peculiar do bioma sobre a
ocorrência da arara-azul-grande, Anodorhynchus hyacinthinus Latham, 1790 e das espécies de
planta das quais está ave depende, a arbórea manduví, Sterculia apetala (Jacq.) H.Karst. e a
palmeira acurí, Attalea phalerata Mart. ex Spreng. No Pantanal, a A. hyacinthinus tem um alto grau
de especialização alimentar na A. phalerata e de nidificação na S. apetala. Além da A. hyacinthinus,
outras espécies utilizam a S. apetala e a A. phalerata como recursos, o que demonstra a importância
dessas para conservação do bioma. Contudo, alguns fatores como a baixa porcentagem de áreas
protegidas e os crescentes níveis de conversão da vegetação nativa do bioma podem colocar estas
espécies em risco, devido à perda e fragmentação de seus habitats. Portanto, é necessária uma
melhor compreensão da distribuição dessas espécies para priorização de áreas para conservação e
ou restauração de seus habitats. Uma das principais ferramentas utilizadas na conservação, com
objetivo de responder essas questões, são os modelos de distribuição de espécies. Esses modelos
relacionam os dados de ocorrência das espécies com variáveis preditoras criando limiares de
ocorrência que posteriormente são extrapolados, para área de interesse, para mapear ambientes
favoráveis a ocorrência das espécies. Os resultados dessas análises permitem a tomada de decisão
para conservação ou restauração dos ambientes adequados a essas espécies, consequentemente às
próprias espécies, baseado em suas prováveis distribuições. Existem diferentes algoritmos com
distintas abordagens matemáticas que podem ser utilizados na elaboração desses modelos, no nosso
estudo nós optamos pelo MaxEnt. Esse algoritmo utiliza a abordagem de Máxima Entropia. Essa
abordagem é considerada uma das melhores por conseguir gerar modelos robustos, mesmo com
poucos dados, e por conseguir integrar variáveis contínuas e categóricas nos modelos. Em nosso
estudo, nós definimos a distribuição potencial das espécies S. apetala, A. phalerata e A.
hyacinthinus no bioma Pantanal, os fatores que moldam essas distribuições e associamos estas
informações com a perda (conversão da vegetação) e conservação (Unidades de Conservação e
Terras Indígenas) de habitat. Nosso estudo foi estruturado em dois capítulos. No primeiro capítulo,
nós investigamos como dois métodos de redução de viés amostrais (ambiental e geográfico) e o tipo
de variáveis utilizadas (local, climática, biótica) podem afetar os seus resultados de modelos de
distribuição elaborados em escala regional. No segundo capítulo, nós definimos a distribuição
potencial para as três espécies aqui estudadas, e os fatores que a influenciam. Neste capítulo nós
também analisamos como as áreas de ambientes previstas como adequadas para as espécies estão sendo afetadas pela conversão da vegetação nativa e as unidades de conservação do bioma.
Utilizamos essas informações para definir áreas prioritárias para conservação e restauração, dos
ambientes adequados para essas espécies.
Uso de recursos por beija-flores em área urbana de Campo Grande, Mato Grosso do Sul
Curso Mestrado em Biologia Vegetal
Tipo Dissertação
Data 26/05/2020
Área BIOLOGIA GERAL
Orientador(es)
  • Andrea Cardoso de Araujo
Orientando(s)
  • Vivian Akemi Nakamura
Banca
  • Andrea Cardoso de Araujo
  • Camila Aoki
  • Erich Arnold Fischer
  • Franco Leandro de Souza
  • Maria Rosangela Sigrist
  • Pietro Kiyoshi Maruyama Mendonça
Resumo Apesar da importância de parques e remanescentes de vegetação para a manutenção da fauna em áreas urbanas, pouco ainda se conhece sobre as interações entre beija-flores e plantas nesses locais. Os beija-flores são os principais vertebrados polinizadores das Américas, contribuindo para o sucesso reprodutivo de diversas espécies vegetais. O objetivo geral desse estudo foi avaliar as interações entre beija-flores e as plantas que utilizam como recurso em áreas verdes de Campo Grande. Foram registradas um total de 63 interações incluindo seis espécies de beija-flores e 24 espécies de plantas floridas. Fabaceae e Bignoniaceae foram as famílias mais representativas, com sete e cinco espécies visitadas, respectivamente. A maioria das espécies visitadas (75%) é nativa e comum na ornamentação urbana. A rede de interações foi modular (Q = 0,481, Δ = 0,226), com conectância (C = 0,429) e especialização (H2’ = 0,532) medianas e estrutura aninhada (wNODF = 25,941). Bauhinia variegata, Handroanthus heptaphyllus, Inga edulis, Prestonia tomentosa e Psiguria ternata, juntamente com o beija-flor Eupetomena macroura foram as espécies mais centrais na rede. Houve diferença significativa entre módulos quanto à coloração e ao comprimento de corola das espécies de plantas. No período seco registramos maior quantidade de recursos florais e maior número de visitas. As áreas verdes de Campo Grande fornecem recursos que favorecem a permanência de beija-flores na cidade ao longo do ano, sendo as espécies nativas não ornitófilas importantes recurso. As informações apresentadas aqui podem ser úteis para o entendimento dos processos estruturadores e o funcionamento de comunidades em áreas modificadas antropicamente.
ESTRUTURA DA REDE DE INTERAÇÃO ENTRE PLANTAS E AVES FRUGÍVORAS NO PANTANAL E SEUS MECANISMOS DETERMINANTES
Curso Mestrado em Biologia Vegetal
Tipo Dissertação
Data 22/05/2020
Área BIOLOGIA GERAL
Orientador(es)
  • Camila Aoki
Orientando(s)
  • Edivaldo Oliveira de Souza
Banca
  • Alexine Keuroghlian
  • Camila Aoki
  • Camila Silveira de Souza
  • GUDRYAN JACKSON BARÔNIO
  • Natalia Costa Soares
Resumo Recentemente, diversos estudos têm utilizado a abordagem de redes para avaliar como espécies vegetais interagem com espécies de aves frugívoras em ambientes naturais. Nós a utilizamos para investigar a composição da rede de interação de plantas e aves frugívoras no Pantanal em uma abordagem fitocêntrica. O objetivo do presente estudo foi identificar as interações existentes entre plantas e aves frugívoras, descrever a topologia das redes de interação e o nível de especialização das espécies reconhecendo os principais mecanismos estruturantes da rede. Nossa hipótese é de que a estrutura da rede de interação pode ser afetada pela composição de espécies, que o papel das espécies na rede pode variar em função de sua abundância, da quantidade de recursos (frutos e sementes) ofertados, do período de oferta e características desses recursos e de atributos dos frugívoros. Foram registrados 500 eventos de frugivoria, os quais incluíram 24 espécies de plantas e 32 de aves. O esforço amostral do registro de interações dispensado para os dois anos de coleta foi de 81,15%. Nós encontramos uma rede especializada onde poucas espécies têm muitas interações e a maioria interage muito pouco. A rede apresentou baixa conectância e aninhamento, mas foi significativamente modular. O grau das espécies vegetais e animais não diferiu significativamente. Cecropia pachystachya e Zanthoxylum riedelianum foram as espécies vegetais com maior número de interações, força e diversidade de parceiros. Cyanocorax cyanomelas e Tangara sayaca interagiram com um maior número de plantas e apresentaram maior força. Com relação ao papel das espécies na rede, a maioria foi enquadrada como periférica, sendo que as espécies vegetais Annona cornifolia, Psychotria carthagenensis, Psidium guineense e C. pachystachya, e as aves T. sayaca, Ramphastos toco e Pyrrhura devillei, foram consideradas conectoras de módulos. Nenhuma espécie foi considerada hub de módulo ou supergeneralista. Demonstramos que as características fenológicas explicaram o papel das espécies na rede, mas que o mesmo não ocorre para a abundância dos indivíduos. Nosso estudo ajuda a compreender a estrutura dos processos ecológicos no Pantanal e pode subsidiar ações para sua conservação.
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