Resumo |
Esse estudo possui como objeto o perfil socioeconômico dos estudantes negros cotistas da Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), no período de 2013 a 2018, tendo como objetivo geral
identificar e analisar qual o perfil socioeconômico desses estudantes. Nesse estudo compreende-se que
o perfil socioeconômico afeta o acesso à educação superior dos estudantes negros cotistas. Desta forma,
desvelar o perfil socioeconômico pode contribuir para o desenvolvimento de políticas sociais que
auxiliem no acesso, permanência e à conclusão do curso. Estabeleceu-se como recorte para essa
investigação o acesso por meio das linhas raciais da política de cotas, ou seja, os estudantes negros,
autodeclarados como pretos e pardos. Para compreender o acesso da população negra na educação
superior, desenvolveu-se um estudo a partir de referenciais que promovem discussões no campo de
estudo das questões raciais e de dados públicos, que permitiram evidenciar a luta da população negra
pelo direito de ter acesso à educação superior, evidenciando a mobilização e a luta do movimento negro,
pela implementação da política de cotas como lei federal. Para identificar o perfil socioeconômico dos
estudantes negros cotistas, foi utilizado o questionário preenchido pelos estudantes no ato da
matrícula, respondido por meio do Sistema Acadêmico e Docente (SISCAD/UFMS), posteriormente
armazenado pela Agência de Tecnologia da Informação e Comunicação (AGETIC/UFMS). Para
análise e organização dos resultados obtidos, desenvolveu-se tabelas, gráficos e quadros que
permitiram identificar o perfil socioeconômico dos estudantes cotistas negros, com vistas a estabelecer
correlações entre os resultados. Os resultados da pesquisa evidenciaram: o aumento do acesso de
estudantes negros na UFMS, mais que a metade se autodeclara como pardo, o ingresso do sexo
masculino é maior doque o feminino, a faixa etária da maioria dos estudantes negros cotistas está entre
19 e 28 anos, o estado civil que se destacou foi solteiro e sem filhos, a maior parcela dos pais, mães e
responsáveis dos estudantes negros cotistas não tiveram acesso à educação superior, o acesso dos
estudantes negros cotistas na UFMS tem ocorrido principalmente em cursos antes, considerados de
supremacia branca, e identificamos ainda que as cotas tem contribuído para oportunizar o ingresso
para aqueles que não tiveram acesso à educação superior na faixa etária de 18 a 24 anos.
Palavras-chave: Perfil Socioeconômico; Estudantes Negros Cotista; Educação Superior; Política de
Cotas. |