PERCEPÇÕES DE CUIDADORES DE USUÁRIOS ACAMADOS FRENTE AOS DESAFIOS IMPOSTOS PELA PANDEMIA DE COVID-19 NO ÂMBITO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE |
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Curso |
Mestrado em Saúde da Família |
Tipo |
Dissertação |
Data |
31/10/2023 |
Área |
SAÚDE COLETIVA |
Orientador(es) |
- Sonia Maria Oliveira de Andrade
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Lena Lansttai Bevilaqua Menezes
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Banca |
- Cássia Barbosa Reis
- Juliana Pedroso Bauab Geraldo
- Mara Lisiane de Moraes dos Santos
- Sonia Maria Oliveira de Andrade
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Resumo |
O cenário mundial foi transformado com a propagação do novo coronavírus, intitulado
SARS-CoV-2, que causa a Covid-19, devido, principalmente, à sua capacidade de
rápida disseminação geográfica. Esse singular contexto gerou grandes desafios,
como o enfrentamento da crise sanitária na Atenção Primária à Saúde e a prestação
de assistência a usuários fragilizados que dependem da assistência de terceiros. Esta
pesquisa tem uma abordagem quanti-qualitativa de tipo descritivo e exploratória, com
base nos dados coletados em unidade de saúde da família no município de Campo
Grande, Mato Grosso do Sul. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas
direcionadas ao público-alvo de cuidadores de usuários que recebem insumos
médico-hospitalares para uso em domicílio, que compõem useram a amostra por
conveniência. Para organização dos dados, foi utilizada a técnica do Discurso do
Sujeito Coletivo, de Fernando Lefèvre e Ana Maria Lefèvre, e a análise se deu na
perspectiva do método materialista histórico-dialético sob o ponto de vista do singular-
-particular-universal. Assim, os resultados obtidos sinalizam que ainda há
predominância de cuidadoras do sexo feminino (73,3%) em resposta à cultura
brasileira. Entre estes cuidadores, existem também pessoas idosas, devido ao
aumento da expectativa de vida. A respeito dos usuários sobre os quais os cuidadores
são objeto da pesquisa, ficou evidente que fazem uso de convênio médico e consultas
particulares devido à dificuldade de acesso, via SUS, a profissionais de várias
categorias, tais como fisioterapia e ortopedia, entre outros. Outrossim, todos eles
deveriam contar com a assistência de uma equipe paliativista via Estratégia Saúde da
Família. Cerca de 20 milhões de pessoas deixaram de ter acesso a remédios através
da Farmácia Popular do Brasil devido à queda do orçamento destinado pelo Governo
Federal ao programa na última década. Conclui-se que o enfrentamento da pandemia
no Brasil foi deficitário. Os números de incidência e mortalidade fizeram do Brasil um
epicentro da doença e a falta de conhecimento sobre esta causou muito sofrimento,
tanto para os profissionais de saúde quanto para os cuidadores formais e informais,
em especial os familiares que prestam a assistência e não podem contar com nenhum
benefício assistencial ou previdenciário para sua própria subsistência. Nesse sentido,
torna-se imprescindível a implantação da Política Nacional de Cuidado no Brasil e que,
nela, esteja preconizada a participação dos profissionais da ESF na capacitação dos
cuidadores. Apesar do caótico contexto pandêmico, de todo desgaste físico, mental e
da sobrecarga, os cuidadores têm aprendido, sentindo satisfação no ato de cuidar, e
saído em busca dos direitos de seus assistidos.
Descritores: pandemia; COVID-19; Estratégia Saúde da Família; cuidados primários;
cuidadores. |
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Conhecimento sobre a infecção e vacinação contra o Papilomavírus humano em estudantes do ensino fundamental da rede pública em Campo Grande-MS |
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Curso |
Mestrado em Saúde da Família |
Tipo |
Dissertação |
Data |
28/09/2023 |
Área |
SAÚDE COLETIVA |
Orientador(es) |
- Cacilda Tezelli Junqueira Padovani
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Cacilda Tezelli Junqueira Padovani
- Ines Aparecida Tozetti
- Marco Antonio Moreira Puga
- Sonia Maria Oliveira de Andrade
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Resumo |
O Papilomavírus humano (HPV) é causador da infecção sexualmente
transmissível (IST) mais incidente, podendo ocasionar verrugas na pele e mucosas
da região genital, assim como, câncer por infecção com os tipos virais de alto risco
oncogênico. O início da atividade sexual cada vez mais precoce propicia alta
vulnerabilidade das adolescentes em relação às IST, incluindo aquela causada pelo
HPV. A falta ou limitação do conhecimento entre os adolescentes acerca deste vírus,
assim como o desconhecimento da sua relação com o desenvolvimento do câncer de
colo de útero e outros, apresenta relevância e deve ser questionado. A prevenção
através da vacinação é o método mais eficaz e deve ser incentivado entre os que
estão na faixa etária indicada, visto que a cobertura vacinal, atualmente, encontra-se
abaixo do esperado. A pesquisa teve como objetivo analisar o conhecimento sobre a
infecção por HPV e incentivar a vacinação contra o HPV, em escolas da rede pública.
Tratou-se de uma pesquisa descritiva, transversal, quantitativa, com coleta de dados
primários, mediante entrevista estruturada entre estudantes do 6º ao 9º ano das
escolas municipais Professor Luiz Cavallon e Domingos Gonçalves Gomes, no
município de Campo Grande - MS. A maioria dos participantes estava na faixa etária
de 11 a 14 anos e pertencia ao sexo feminino (63,4%). Os dados mostraram que a
maioria dos alunos já ouviu falar sobre o HPV (70,1%), porém poucos sabem o que o
vírus causa. Dentre os participantes, somente 38,1% afirmaram que é um vírus que
causa câncer e 11,3% responderam que é um vírus que causa verrugas. A existência
da vacina contra o HPV foi relatada por 84,5%; 89,7% acham que essa vacina é
importante e 57,7% sabiam que a vacina está disponível de forma gratuita para
meninos e meninas com 9 a 14 anos. Apontou-se que 49% dos alunos referiram estar
vacinados, 38,7% não estariam vacinados e 12,4% não souberam responder. Quanto
à quantidade de doses, 25,3% referiram duas doses, 19,1% uma dose, 14,4% não
souberam responder quantas doses e 41,2% relataram não ter tomado nenhuma
dose. No entanto, quando consultados os dados referentes à vacinação (ESUS e
carteiras vacinais) encontrou-se uma cobertura vacinal superior ao referido, 62,3%
dos alunos estavam vacinados e 32,5% não. As ações de vacinação, após ação
educativa na escola resultaram em 79 alunos vacinados, a maioria deles com a
primeira dose (70,9%, n=56) e os outros 29,1% (n=23) receberam a segunda.
Concluiu-se que há déficit de conhecimento entre os participantes, visto que, a maioria
já ouviu falar sobre o HPV, no entanto, grande parte dos adolescentes não soube
afirmar a sua relação com o câncer de colo uterino. A aplicabilidade e relevância do
estudo para a Estratégia Saúde da Família (ESF) se deu por meio do aumento efetivo
da quantidade de doses de vacina administradas e através da disseminação do
conhecimento acerca do HPV, favorecendo a prevenção contra esta
infecção. Recomenda-se estratégias que possam aumentar a adesão vacinal sejam
otimizadas através da oferta da vacinação nas escolas e intensificação das ações de
educação em saúde. |
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ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E O PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO : UMA DISCUSSÃO SOBRE OS FATORES QUE IMPACTAM A VACINAÇÃO NO PRIMEIRO ANO DE VIDA DA CRIANÇA. |
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Curso |
Mestrado em Saúde da Família |
Tipo |
Dissertação |
Data |
14/09/2023 |
Área |
SAÚDE COLETIVA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Joseane Recalde Demenciano
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Banca |
- Everton Ferreira Lemos
- Nathan Aratani
- Renata Palopoli Picoli
- Sydia Rosana de Araujo Oliveira
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Resumo |
O binômio cuidado na saúde da criança e vacinação como medida de prevenção em saúde pública, certamente impacta diretamente na diminuição da morbimortalidade no Brasil, ficando atrás somente dos cuidados de saneamento básico e fornecimento de água potável. Diante deste cenário existe a necessidade de monitoramento da cobertura vacinal do Programa Nacional de Imunização - PNI, pelos estados e municípios. Este estudo teve como objetivo avaliar os processos de trabalho relativos as salas de vacinação, que possam impactar na imunização da criança de um ano idade, nas unidades de Atenção Primária em Saúde – APS no município de Campo Grande – MS. Trata-se de uma pesquisa com métodos mistos, exploratória, descritiva, observacional com coleta de dados primários e secundários. Inicialmente foram coletados dados secundários do sistema de informação de imunização nacional (SIPNI- WEB) e, em seguida, coleta de dados qualitativos, em Campo Grande – MS. Para tanto, foram avaliadas amostras de 14 (quatorze) unidades de saúde da atenção básica, 2 (duas) por região sanitária. Utilizou-se um instrumento de supervisão em sala de vacinação com base no documento padronizado pelo Ministério da Saúde e disponibilizado pelo PNI. Este instrumento foi adaptado para coleta de dados primários nestas unidades, como roteiro de observação da rotina e processos na sala de vacina durante os atendimentos. No processo de análise foi utilizada a Matriz SWOT ferramenta que aponta pontos fortes e fracos, sendo possível intervenções pontuais, conforme relatado na pesquisa. Concluiu-se que o processo de imunização visando a cobertura vacinal no primeiro ano de vida, vem sendo comprometido por alguns fatores como más condições estruturais, rotatividade de profissionais nas unidades de saúde e ausência de capacitação continuada, os profissionais estão sem cursos específicos de atualização a mais de 10 (dez) anos. Em contrapartida, as unidades contam com um bom processo logístico que garante o abastecimento das vacinas e insumos, a busca ativa com a ajuda dos agentes comunitários de saúde, e horários estendidos para o atendimento. Salienta-se que as demandas associadas a imunização são desenvolvidas por meio de um financiamento tripartite que envolve investimentos dos governos Federal, Estadual e Municipal. Contudo, é necessário que em todas as esferas sejam desenvolvidas ações efetivas com base nas demandas da comunidade, ou seja, na gestão municipal é preciso que seja feito o levantamento das necessidades específicas do município, por conseguinte, o repasse das informações para que sejam implementadas as ações por parte das esferas estadual e federal de modo a efetivar as políticas públicas em saúde. Quanto as contribuições para a Estratégia Saúde da Família a pesquisa são de extrema relevância, partindo do pressuposto de que poderá fornecer subsídios para a adequação de estratégias voltadas a continuidade da vacinação na primeira infância. De modo que contribui para a conscientização quanto a importância da imunização, bem como, o acesso aos postos de vacinação, campanhas e intensificação do programa na atenção primária, traduzindo-se em uma vigilância epidemiológica eficiente no município. |
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Caracterização do Acesso aos Serviços de Atenção Primária à Saúde de Pessoas Situadas em Núcleos Urbanos Informais na Região Urbana de Campo Grande/MS |
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Curso |
Mestrado em Saúde da Família |
Tipo |
Dissertação |
Data |
12/09/2023 |
Área |
SAÚDE COLETIVA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Emerson Andrade Gonçalves
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Banca |
- André Barciela Veras
- Antonio José Grande
- Clayton Peixoto de Souza
- Débora Dupas Gonçalves do Nascimento
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Resumo |
Os serviços de saúde são essenciais para a qualidade de vida da população,
sobretudo, para as famílias e pessoas em maior vulnerabilidade social e que convivem
em áreas consideradas de risco, seja físico, biológico, psicológico, social ou
econômico, por conterem características territoriais e geográficas desfavorecidas.
Esses lugares, comumente denominados de favelas, estão frequentemente ligados a
índices baixos de desenvolvimento humano e deficiência de serviços públicos. Este
estudo buscou caracterizar o acesso aos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS)
de pessoas situadas em Núcleos Urbanos Informais (NUI) na região urbana de Campo
Grande/MS, tendo como objetivo específico caracterizar o acesso dos serviços de
APS das pessoas que vivem em locais com perfil análogo às favelas na área urbana
do município, com cadastro social na Agência Municipal de Habitação e Assuntos
Fundiários (AMHASF). Também teve por finalidade identificar os núcleos urbanos
informais e a frequência dessa população à APS; expor os determinantes de saúde e
o perfil social para o acesso desta população ao serviço de APS; e identificar o tipo
de equipamento em saúde mais buscados por esta população. O método, seguindo
as diretrizes de STROBE para estudos observacionais, foi baseado em análise
quantitativa por banco de dados secundários de saúde, assistência social e habitação
do governo municipal, com delineamento transversal, descritiva e observacional, entre
os períodos de 2019 a 2021, na busca para a contribuição na discussão das
demandas, políticas, tipos e volume de serviços em saúde que são acessados por
estes usuários, principalmente, as da Rede de Atenção à Saúde (RAS), que estão
diretamente ligadas a promoção e prevenção de riscos e agravos em saúde. Os
principais resultados sugerem haver uma possível causalidade entre moradores que
ganham menores médias de renda entre as variáveis analisadas e demandarem com
maior frequência dos atendimentos em APS. Isso tem um fator importante para o
melhor direcionamento das políticas públicas no município, visando uma melhor
cobertura da Atenção Básica dos serviços da saúde, garantindo melhor eficácia e
equidade nos atendimentos para a Estratégia da Saúde da Família (ESF). |
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Avaliação dos usuários do Programa Nacional de Controle do Tabagismo e sua interface com os agravos de saúde durante a pandemia de Covid-19 |
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Curso |
Mestrado em Saúde da Família |
Tipo |
Dissertação |
Data |
12/09/2023 |
Área |
SAÚDE COLETIVA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
- Leonardo Henriques Portes
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Orientando(s) |
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Banca |
- Adriane Pires Batiston
- Arthur de Almeida Medeiros
- Elen Ferraz Teston
- Fernando Pierette Ferrari
- Leonardo Henriques Portes
- Maristela Rodrigues Sestelo
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Resumo |
O tabagismo é considerado um grave problema de saúde mundial. O Programa Nacional de Controle do Tabagismo lidera o enfrentamento ao hábito de fumar principalmente na Estratégias Saúde da Família, que durante o período pandêmico da covid-19, enfrentou vários desafios. Com isso, objetivou-se avaliar os usuários do referido programa quanto às condições de saúde e sua situação em relação ao hábito de fumar. Procedeu-se a um estudo descritivo transversal, com coleta de dados secundários no período de novembro de 2022 a fevereiro de 2023 para levantamento dos participantes do programa em Campo Grande-MS no período de 2020 a 2021. Utilizou-se de um formulário estruturado para coleta dos dados primários, aplicado via telefone no período de março a junho de 2023, investigou-se, pela ótica do usuário, os seguintes fatores: 1) Frequência da covid-19 nos participantes; 2) Desenvolvimento de complicações pós-infecção pela covid-19; 3) Hábito de fumar durante a pandemia de covid-19. Os resultados foram tabulados com a utilização do software Microsoft Excel 2010® e analisados utilizando estatística descritiva a partir do software SPSS 25.0. Identificou-se que a participação dos usuários do programa foi reduzida consideravelmente entre os anos de 2020 e 2021, principalmente quanto à adesão dos participantes às sessões de acompanhamento; tendo a covid-19 contribuído como um importante fator para a não adesão ao programa. Foram entrevistadas 119 pessoas, assistidas pelo programa de cessação do tabagismo, sendo que: 104 pessoas (87,39%) fizeram uso exclusivo do SUS; 85 pessoas (71,43%) autodeclararam-se fumantes; 99 usuários (83,19%) participaram apenas uma vez do programa; 61 participantes (51,26%), iniciaram, mas não concluíram o programa; 62 pessoas (52,10%) declararam ter contraído o vírus da covid-19, dentre outras variáveis. Conclui-se que a participação dos usuários ao programa foi reduzida nos anos pesquisados (2020 e 2021), principalmente devido à situação pandêmica de covid-19. A maioria dos entrevistados, mesmo tendo realizado o programa, autodeclararam-se fumantes. Embora este estudo tenha sido realizado em um momento pandêmico, sua aplicabilidade é demonstrada no que tange o levantamento de informações importantes, tanto sobre o comportamento e adesão e percepção dos usuários quanto ao programa. Com isso, propõe-se que os dados apresentados nesta pesquisa possam somar para desenvolvimentos de novos desfechos das terapias para cessar o fumo.
Descritores: Estratégia saúde da família; Covid-19; Tabagismo; Programa Nacional de Controle do Tabagismo.
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SITUAÇÃO VACINAL DAS PESSOAS IDOSAS ACOMETIDAS PELA COVID-19 ASSISTIDAS PELA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NA FRONTEIRA BRASIL-PARAGUAI |
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Curso |
Mestrado em Saúde da Família |
Tipo |
Dissertação |
Data |
11/09/2023 |
Área |
SAÚDE COLETIVA |
Orientador(es) |
- Arthur de Almeida Medeiros
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Hélcia Carla dos Santos Pitombeira
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Banca |
- Adriane Pires Batiston
- Arthur de Almeida Medeiros
- Elen Ferraz Teston
- Kenio Costa de Lima
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Resumo |
O surgimento da pandemia de Covid-19 significou impactos significativos à saúde pública.
Foram realizados esforços no sentido de mitigar os efeitos da doença, sobretudo àqueles
classificados como população de risco. No Brasil, observou-se que a oferta da vacinação
repercutiu significativamente na redução da morbimortalidade sobretudo na população idosa.
Desse modo, o estudo tem como objetivo conhecer a situação vacinal das pessoas idosas
acometidas pela Covid-19 assistidas pela Estratégia Saúde da Família (ESF) na fronteira BrasilParaguai. Trata-se de um estudo transversal desenvolvido com a população idosa acometida
pela Covid-19 assistida pela ESF na microrregião de Ponta Porã em Mato Grosso do Sul. Após
identificação das pessoas acometidas pela Covid-19, que se encontravam fora do período de
isolamento em até 30 dias, realizou-se contato telefônico e posterior visita domiciliar, momento
em que foi aplicado instrumento para caracterização sociodemográfica, da condição de saúde
específica à Covid-19 e da situação vacinal. As entrevistas aconteceram no período de
maio/2021 a março/2022. Procedeu-se análise descritiva, com resultados apresentados em
frequências absolutas e relativas, e medidas de centralidade e dispersão. Aplicou-se teste de
regressão de Poisson com variância robusta, para estimar a razão de prevalência e o respectivo
intervalo de confiança em relação ao desfecho “ciclo vacinal completo”. Adotou-se nível de
significância de 5%. Participaram do estudo 140 pessoas idosas, sendo a maior proporção com
até 79 anos (81,4%), do sexo feminino (63,6%) e autodeclaradas brancas (50,7%). Em relação
à escolaridade, 56,8% possuem nível fundamental incompleto, 10,1% nível médio completo e
apenas 0,7% nível superior. Aqueles que afirmaram não possuir renda ou que recebem valor de
até um salário mínimo correspondeu a 50,4% da população estudada. Quanto à situação vacinal
observou-se que 85,0% dos participantes haviam concluído o ciclo vacinal estabelecido com as
duas doses, nos casos das vacinas CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer, ou com a dose única da
vacina da Janssen, e a vacina administrada com maior frequência foi a CoronaVac (81,7%). O
tempo médio entre a primeira e a segunda dose das vacinas foi de 30,15 ± 21,96 dias na
CoronaVac, na Pfizer o intervalo foi de 76,5 ± 14,84 dias, e entre os que receberam o imunizante
da AstraZeneca o tempo médio foi de 83,46 ± 28,79 dias. O tempo entre o surgimento do
primeiro sintoma da doença e a confirmação do diagnóstico foi, em média, de 4,05 ± 2,91 dias,
e o tempo médio entre a conclusão do ciclo vacinal primário e a confirmação do diagnóstico de
Covid-19 foi de 140,02 ± 109,24 dias. Não foi observada associação entre a conclusão do ciclo
vacinal em relação as variáveis sociodemográficas. Por fim, verificou-se que a cobertura vacinal
foi inferior à preconizada pelo Ministério da Saúde e que o protocolo estabelecido pelo governo
estadual divergiu daquele estabelecido pelo governo federal. O diagnóstico da Covid-19 entre
as pessoas vacinadas aconteceu após o período médio reportado na literatura de eficiência da
vacina. Nesse sentido, o fortalecimento da ESF no enfrentamento à pandemia sobretudo com
ações direcionadas a grupos vulneráveis tornou-se imperativo no combate à Covid-19. |
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ENCONTROS, DESEJOS E CUIDADO NO TRABALHO VIVO EM ATO EM DUAS UNIDADES DE ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLA EM CAMPO GRANDE/MS. |
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Curso |
Mestrado em Saúde da Família |
Tipo |
Dissertação |
Data |
11/09/2023 |
Área |
SAÚDE COLETIVA |
Orientador(es) |
- Mara Lisiane de Moraes dos Santos
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Sacadura Espada Lima Junior
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Banca |
- Alcindo Antonio Ferla
- Alessandro Diogo de Carli
- Emerson Elias Merhy
- Mara Lisiane de Moraes dos Santos
- Maria Paula Cerqueira Gomes
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Resumo |
O cuidado em saúde é fundamental para a produção da vida, devendo se constituir como o
propósito das ações das equipes de saúde. Entretanto, nem todas as ações de saúde são
necessariamente cuidadoras. Nessa perspectiva, o trabalho na Estratégia Saúde da
Família produz incômodos e interrogações sobre como o cuidado é produzido nos encontros
entre usuários e trabalhadores nas Unidades de Saúde da Família (USF), bem como
dúvidas sobre quais desejos estariam envolvidos na produção do cuidado. O objetivo foi
cartografar experiências de cuidado em saúde a partir de encontros no trabalho vivo em ato
na Rede Básica em duas USF de Campo Grande (MS), e instaurar conexões teóricas com
as narrativas produzidas com base nos encontros no campo da pesquisa. Foi realizado um
estudo qualitativo, com utilização da cartografia, a qual permite conhecer e acompanhar as
subjetivações dos cenários psicossociais e relacionais da produção do cuidado em saúde.
Foram realizados encontros semanais com trabalhadores e usuários nos momentos do
trabalho vivo em ato, durante 6 meses. Em vários encontros houve conflitos durante as
ações de cuidado ou, ainda, ausência de relações ou vínculos, com encontros “mecanizados”.
Ao mesmo tempo, houve encontros em que ficaram evidentes conexões das produções
desejantes de usuários e trabalhadores, produzindo novas possibilidades de cuidado que
fugiam das limitações impostas pelas práticas e rotinas instituídas. Nesses casos, as
experiências de cuidado mostraram a criação de linhas de fuga ao instituído, produzindo
outras possibilidades de cuidado singulares, e mais alinhadas aos desejos dos atores
envolvidos na produção do cuidado. Houve experiências com trabalhadores de saúde com
autonomia, demonstrando capacidade de produzir formas de se reinventar, abrindo espaços
para produzir cuidado centrado nos desejos do usuário. Houve também experiências com
trabalhadores de saúde que se afastaram da produção do cuidado como caminho
fundamental em defesa da vida, desconsiderando a produção dos desejos nos encontros.
Nessas situações foi evidente a atuação a partir da clínica baseada em estados de
dominação, ações castradoras da liberdade, limitadas ao tratamento das doenças do corpo
biológico, repleta de disciplinarizações que tentam a todo momento atuar e interceptar a
produção do desejo dos usuários. A cartografia desenvolvida mostra que é fundamental
que os espaços micropolíticos nas unidades de saúde tornem-se permeáveis às produções
desejantes dos encontros, promovendo a transformação dos atores envolvidos no processo
do cuidado, em um permanente tornar-se, em um eterno devir. Sem a pretensão de
generalização dos resultados, essa pesquisa é relevante ao dar visibilidade aos diferentes
modos de produzir cuidado em saúde no cotidiano de duas USF, seja o cuidado como
vigilância e dominação sobre o outro, como o cuidado que defende a vida com autonomia e
que considere os movimentos dos desejos dos usuários, com acolhimento, emancipação e
trocas, mediante processos de subjetivação que reinventem as possibilidades de existir e que
enfatizem a produção de saúde como produção de subjetividades. Ao problematizar o
cuidado no trabalho vivo em ato no campo da Saúde da Família, que essa pesquisa
produza incômodos e convoque pensamentos que nos instiguem, como trabalhadores da
saúde, a produzirmos práticas cuidadoras na Estratégia Saúde da Família com possibilidades
que considerem a produção do desejo e de mais vida nas vidas. |
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AVALIAÇÃO DO CUMPRIMENTO DE INDICADORES E DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS EM UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE CAMPO GRANDE (MS) |
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Curso |
Mestrado em Saúde da Família |
Tipo |
Dissertação |
Data |
05/09/2023 |
Área |
SAÚDE COLETIVA |
Orientador(es) |
- Alessandro Diogo de Carli
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Alessandro Diogo de Carli
- Livia Fernandes Probst
- Mara Lisiane de Moraes dos Santos
- Rodrigo Dalla Pria Balejo
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Resumo |
O Programa Previne Brasil (PPB), atual programa de financiamento de custeio da
Atenção Primária à Saúde (APS) do Ministério da Saúde tem gerado dúvidas,
incertezas e controvérsias. O principal receio de gestores municipais, membros do
CONASS e CONASSEMS é a possível perda de recursos financeiros da saúde. Neste
modelo, o subsídio se dá por meio de quatro critérios: capitação ponderada,
pagamento por desempenho, incentivo para ações estratégicas, e o incentivo
financeiro com base em critério populacional, acrescentado posteriormente. Nesse
ínterim, a Estratégia de Saúde da Família (ESF) é o modelo prioritário da Atenção
Primária à Saúde (APS). Para fortalecer a ESF, o município de Campo Grande-MS
(CG-MS) estabeleceu, desde 2020, uma parceria com a Fundação Oswaldo Cruz
(FIOCRUZ) através do Laboratório de Inovação da Atenção Primária à Saúde (LIAPS).
Com a parceria, houve a incorporação dos Programas de Residência Multiprofissional
em Saúde da Família (RMSF) e Residência em Medicina de Família e Comunidade
(RMFC). Sendo assim, se faz necessários estudos que avaliem as possíveis
consequências da implementação do PPB e do LIAPS, pois a captação de recursos
pode variar nas diferentes regiões do território em virtude da heterogeneidade
existente e das estratégias municipais adotadas. Ainda não se encontrou um padrão
de concentração de ganhos ou perdas nas diferentes regiões do país, portanto, esse
estudo comparou a captação de recursos da APS de CG-MS antes e após a
implantação do PPB. O objetivo desse estudo foi de verificar o desempenho e o
potencial de expansão de captação de recursos de todas as Unidades de Saúde da
Família participantes e não participantes do LIAPS em relação ao cumprimento dos
Indicadores do PPB. Trata-se de um estudo quantitativo, observacional, analítico, de
corte transversal, baseado em dados secundários relativos ao período de janeiro de
2018 a dezembro de 2022 provenientes do Sistema de Informação do Ministério da
Saúde (E-SUS), plataforma do Egestor, do Fundo Nacional de Saúde (FNS) e
informações cedidas pela Secretaria de Saúde de Campo Grande-MS (SESAU),
utilizado para a conferência dos indicadores. Os dados foram submetidos à análise
estatística analítica, através dos testes de qui-quadrado e Exato de Fisher utilizados
para analisar as associações entre as variáveis categóricas. O teste de Mann Whitney
foi utilizado para comparar as equipes de unidades com e sem LIAPS, quanto aos
critérios de capitação ponderada. Todas as análises foram realizadas no programa R,
8
com nível de significância de 5%. Os resultados revelaram uma tendência de aumento
nos repasses de custeio, considerando o período como um todo (2018 a 2022),
sugerindo uma possível interferência nos achados devido ao período de transição
prolongado em virtude da pandemia de Covid-19. Após a análise, verificou-se que em
2021 foram reduzidas as associações estatísticas significativas entre as unidades de
saúde com e sem LIAPS. Mas, em 2022, as unidades LIAPS obtiveram desempenho
superior as demais. As porcentagens mais relevantes das unidades LIAPS foram
obtidas no critério de pagamento por desempenho referentes aos indicadores 1, 3, 5,6
e 7. Entretanto, o município, entre o período de 2020 e 2021, não alcançou as metas
propostas pela pactuação do PPB. Ao analisar a viabilidade da Estratégia Saúde da
Família após a implantação do programa de financiamento do Ministério da Saúde,
esse estudo se torna relevante, com impacto para a mesma, pois, para que haja
aperfeiçoamento contínuo da capacidade de gestão e manutenção dos serviços de
saúde é imprescindível analisar os critérios e parâmetros de capitação de recursos
financeiros da APS. Além disso, foi avaliada uma estratégia de reestruturação das
USF do município (o LIAPS), a qual impulsionou o aumento do cumprimento de
indicadores do PPB nas unidades implantadas. Isto ocorreu, provavelmente, devido
ao fortalecimento dos atributos essenciais e derivados, a utilização de ferramentas de
gestão do cuidado, a qualificação das práticas através da educação permanente em
saúde e a implementação da carteira de serviço. Ações estas com possibilidades de
aplicabilidade imediata nas demais ESF. |
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ANÁLISE DA DESCENTRALIZAÇÃO DO COMPARTILHAMENTO DO CUIDADO DA PESSOA VIVENDO COM HIV (PVHA) À ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM CAMPO GRANDE, MS. |
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Curso |
Mestrado em Saúde da Família |
Tipo |
Dissertação |
Data |
05/09/2023 |
Área |
SAÚDE COLETIVA |
Orientador(es) |
- Alessandro Diogo de Carli
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Fabiane Marques Neves Dittmar Duarte
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Banca |
- Alessandro Diogo de Carli
- Livia Fernandes Probst
- Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
- Sonia Maria Oliveira de Andrade
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Resumo |
A descentralização do cuidado da pessoa vivendo com HIV (PVHA) na Atenção
Primária em Saúde teve seu marco inicial em 2013, mas o município de Campo
Grande (MS) só incorporou essa diretriz em 2019, com a sistematização da
assistência em 22 unidades de Atenção Primária em Saúde (APS), conhecidas
também como Unidades Dispensadoras de Medicamentos Antirretrovirais (UDM).
Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo analisar a descentralização do
Compartilhamento do Cuidado da PVHA à APS em Campo Grande – MS. Trata-se de
um estudo quantitativo, analítico que foi realizado com os profissionais médicos,
enfermeiros, farmacêuticos, gerentes e usuários UDM. Os dados primários foram
coletados por meio da aplicação de dois formulários estruturados. Um destes, foi
adaptado do QualiAids, e avaliou aspectos correspondentes à estrutura e processo.
O segundo, de autoria da própria pesquisadora, foi respondido por PVHA em
tratamento nessas unidades de saúde, a partir do qual foi possível avaliar a satisfação
destes usuários com o serviço de saúde. Os dados coletados foram organizados em
planilha Excel e em seguida foram realizadas análises. As informações foram
descritas com frequências absolutas e relativas, apresentando a distribuição dos
dados de forma detalhada. A seguir o teste Exato de Fisher foi utilizado para analisar
as associações entre as avaliações dos usuários e a vulnerabilidade dos bairros das
unidades de saúde onde eles fazem o acompanhamento na APS. Para essas análises
de associação, os bairros das unidades foram classificados em baixa (0,05 a 0,45),
média (0,46 a 0,61) e alta vulnerabilidade social (0,62 a 0,96), a partir dos índices de
exclusão social dos bairros. Todas as análises foram realizadas no programa R,
considerando o nível de significância de 5%. Os resultados foram organizados por
meio de categorias, realizando a apresentação da categorização geral dos resultados
obtidos por meio de dados primários e secundárdios, seguido da apresentação dos
resultados considerando os quatro atributos essenciais para as ações e serviços da
APS, sendo apresentados em (1) acesso do primeiro contato do indivíduo com o
sistema de saúde; (2) longitudinalidade do cuidado a PVHA; (3) integralidade na
assistência; e (4) coordenação de atenção a PVHA, e por fim a avaliação dos usuários
das Unidades do Compartilhamento do Cuidado da pessoa vivendo com HIV (PVHA)
com a vulnerabilidade. Os resultados do estudo apontaram o tempo de consulta
médica para novos PVHA é de 30 a 45 minutos e os retornos de 15 a 30 minutos; o
profissional médico identifica a necessidade de encaminhar PVHA para outro
profissional e outros serviços; não é realizado atividades em sala de espera; o principal
motivo de procura por consulta extra é falta de medicamentos; a dispensação do ARV
é realizada pelo SICLOM e apesar da satisfação dos usuários ser elevada, o tempo
de espera pela consulta é algo que incomoda. Entre as estratégias de atenção à saúde
ofertada ao HIV na APS, o estudo apontou potencialidades de acesso ao diagnóstico
e tratamento oportuno no território próximo ao domicílio da PVHA, fatores importantes
para a vinculação e retenção desse usuário ao serviço público, cujo o maior objetivo
é a supressão viral. Essas estratégias do cuidado da PVHA vem ao encontro dos
atributos essenciais da APS no que tange acesso de primeiro contato;
longitudinalidade; coordenação e integralidade do cuidado da PVHA e dos serviços
que poderão ser acessados, tendo em vista que o HIV é uma doença crônica com
importante redução da morbimortalidade dentro do roll de agravos que a equipe de
saúde do território necessitam manejar. O estudo apontou também elevado grau de
satisfação das PVHA que frequentam as UDM em destaque para a organização das
unidades e atendimento pela recepção e equipe de saúde. Em relação ao seguimento
da PVHA, 65,05% não apresentam doença avançada e 94,18% dignósticadas no
período estão vivas. No tocante aos fatores individuais e contextuais que interferem
no processo saúde-doença das PVHA, três quesitos foram destacados: satisfação
com a higiene, limpeza e organização da unidade; atendimento da recepção
(gentileza, atenção, informações) e, atendimento e tratamento recebido pela equipe
de saúde. O modelo sistemático de avaliação incorporado na descentralização do
Compartilhamento do Cuidado da PVHA na APS produzidas neste estudo pode
influenciar decisões pautadas em dados validados cientificamente e subsidiar
estratégias de gestão política, socialmente adequadas para o fortalecimento da
Política de Assistência da PVHA. |
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COMPORTAMENTO DE USUÁRIOS EM RELAÇÃO À IMUNIZAÇÃO DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19 NA PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM |
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Curso |
Mestrado em Saúde da Família |
Tipo |
Dissertação |
Data |
30/08/2023 |
Área |
SAÚDE COLETIVA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Luana Cristina Roberto Borges
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Banca |
- Adriane Pires Batiston
- Bianca Cristina Ciccone Giacon Arruda
- Elen Ferraz Teston
- Sonia Silva Marcon
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Resumo |
O Programa Nacional de Imunização possui papel fundamental na redução das taxas de morbimortalidade de doenças imunopreveníveis no país. Contudo, a expansão de correntes obscurantistas tem gerado frequentes questionamentos em relação a efetividade e segurança das vacinas, situação agravada pela pandemia da covid-19. Reconhecer as atitudes da população, sob a ótica dos profissionais de saúde durante um período de calamidade pública, pode contribuir para a adoção de estratégias de enfrentamento às fake news e o com o aumento da cobertura e redução do atraso vacinal. O presente estudo tem como objetivo conhecer a repercussão da pandemia da covid-19 no comportamento dos usuários com relação à imunização sob a perspectiva dos profissionais de enfermagem. Trata-se de um estudo descritivo-exploratório, com abordagem qualitativa, conduzido com 20 profissionais de enfermagem atuantes em sala de vacina e gestão de imunização de um distrito sanitário de Campo Grande – MS. A coleta de dados foi realizada, de modo presencial, nos serviços de saúde por meio de entrevista semiestruturada, audiogravada, com duração média de 30 minutos. Após a transcrição na íntegra, foram submetidas a análise de conteúdo, modalidade temática. Os resultados –apontaram a influência das Fake News na credibilidade vacinal durante a pandemia da covid-19, em especial com a ascensão do negacionismo e a disseminação de notícias falsas, o que refletiu na atitude dos usuários com relação as vacinas. Frente a isso, a adesão e confiabilidade vacinal, a valorização da ciência e do serviço de saúde podem ser fortalecidos por meio de práticas educacionais em saúde realizadas inclusive nas salas de vacina. Ademais, o presente estudo revelou maior sensibilização dos usuários com relação às medidas preventivas, o aumento da procura das vacinas de rotina, a aproximação de diferentes públicos ao Sistema Único de Saúde, bem como o potencial educativo dos profissionais nas ações cotidianas. Entretanto, a redução dos casos graves e a queda da taxa de mortalidade, refletiu na incompletude do esquema vacinal pela população. Conclui-se que a pandemia explicitou as dimensões do cuidado assistencial que a Atenção Primária a Saúde pode proporcionar ao público e viabilizou uma oportunidade de aproximação e valorização do Sistema Único de Saúde pela população brasileira. Para o fortalecimento da adesão e a confiança nas vacinas, e a valorização da ciência e dos serviços de saúde, é fundamental investir em práticas educacionais na área da saúde. O estudo fornece subsídios para promoção, planejamento e oferta de medidas que busquem ampliar o acesso à informação com relação a vacinação. Destaca-se que a retomada da cultura da prevenção se mostra como ponto primordial para a manutenção das altas taxas de cobertura vacinal, bem como a valorização do SUS em todas as suas vertentes, ressaltando sua importância como base sólida para o progresso científico. Recomenda-se que estudos futuros busquem reconhecer a percepção dos usuários nessa temática com o intuito de articular intervenções entre o serviço de saúde e a comunidade.
Descritores: Imunização; Atenção Primária à Saúde; Estratégia Saúde da Família; Atitude frente à Saúde; COVID-19.
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MATRICIAMENTO COMO ARRANJO DE GESTÃO COMPARTILHADA EM SAÚDE MENTAL: PERCEPÇÕES DOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE/MS |
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Curso |
Mestrado em Saúde da Família |
Tipo |
Dissertação |
Data |
29/08/2023 |
Área |
SAÚDE COLETIVA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Guilherme Arthur Fatini Moreira
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Banca |
- Alessandro Diogo de Carli
- André Barciela Veras
- Leandro Antero da Silva
- Luciana Paes de Andrade
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Resumo |
Os transtornos mentais figuram entre as principais causas de morbidade no Brasil e no mundo, somente a depressão responde por mais de 4% da carga global de doenças e ocupa um lugar destacado entre as principais causas de incapacidade, contribuindo para problemas gerais de saúde, como infarto agudo do miocárdio, diabetes e morte prematura. Indivíduos com transtornos mentais exibem taxas mais elevadas de incapacidade e mortalidade, apresentando expectativa de vida reduzida quando comparados à população em geral. A Atenção Primária à Saúde é reconhecida como a principal porta de entrada no Sistema Único de Saúde, desempenhando papel de coordenação do cuidado na rede; quando integrados os conceitos de atenção especializada na Atenção Básica, surge um novo conceito introduzido em 1999 por Gastão Wagner de Souza Campos denominado de Matriciamento, que tem o objetivo de proporcionar retaguarda assistencial especializada e construir conjuntamente um projeto de intervenção pedagógico-terapêutica integrando os diferentes níveis assistenciais. A pesquisa objetivou compreender as percepções dos profissionais da Atenção Primária à Saúde em relação ao Matriciamento em Saúde Mental, descrevendo a teoria e o processo do matriciamento na Atenção Primária à saúde, investigando o conceito e os princípios do apoio matricial na visão dos profissionais da Atenção Primária à Saúde, analisando processo de trabalho na Atenção Primária à Saúde e sua integração com a Rede de Atenção Psicossocial, identificando os fatores facilitadores e as barreiras ao Apoio Matricial e descrevendo de que maneira a integração entre saúde mental e Atenção Primária à Saúde pode contribuir para a promoção e proteção à saúde de indivíduos com transtorno mental. Para isso, adotou-se uma abordagem qualitativa realizada em Campo Grande-MS, entre novembro e dezembro de 2021. A amostra do estudo adotou uma abordagem não-probabilística intencional por saturação, composta por profissionais de saúde atuantes em Unidades de Saúde da Família, que foram selecionadas de acordo com a atuação na Estratégia Saúde de Família e realizam atividades de Apoio Matricial. A composição dos participantes do estudo englobou todos os profissionais envolvidos no Apoio Matricial das equipes de referência de quatro unidades de Atenção Primária à Saúde. A coleta de dados foi realizada por meio de um roteiro de questões direcionadas a grupos focais compostos de 11 a 14 participantes, sendo que para cada grupo, as questões introduzidas inicialmente eram de fácil resposta, elevando-se, de forma progressiva, a especificidade e complexidade. A moderação da discussão esteve a cargo do pesquisador, que possibilitou certa adaptabilidade na gestão do grupo, registrando assuntos pertinentes não antecipados. As entrevistas foram registradas, conservadas em formatos digitais e transcritas integralmente para avaliação. Para organizar o material coletado, empregou-se o método de Análise de Discurso, uma vertente da matriz francesa desta disciplina, que concebe os objetos discursivos sob a tensão da historicidade, da interdiscursividade e da sistematicidade da língua. Compreendeu-se a partir das percepções dos profissionais da Atenção Primária à Saúde que existem divergências no conhecimento e nas abordagens adotadas entre as distintas unidades de saúde, de modo que os participantes demonstram o conhecimento teórico em relação ao matriciamento em conformidade com a processo metodológico originalmente proposto, já os conceitos e os princípios práticos não estão em conformidade com os princípios da Atenção Primária à Saúde e nem com o modelo de Apoio Matricial. Essa discrepância ressalta a importância de um diagnóstico situacional preliminar nos territórios e na Rede de Atenção Psicossocial antes da efetivação do matriciamento, viando compreender as necessidades das equipes e estabelecer expectativas realistas dos resultados esperados para melhor eficácia das práticas futuras, visando à atenção integral à saúde da população. Este trabalho tem o potencial de impactar significativamente a qualidade dos serviços de saúde ao explorar a abordagem de trabalho colaborativo entre diferentes equipes e profissionais de saúde; a pesquisa pode fornecer subsídios importantes para melhorar a progressão e a eficácia dos cuidados em nível primário de atenção à saúde. Além disso, a aplicabilidade do conteúdo deste estudo pode contribuir na melhoria da assistência aos pacientes, na otimização de recursos humanos e na promoção de uma abordagem integrada à saúde na comunidade atendida pelas Estratégias Saúde da Família. |
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CAMINHOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DE GUIAS DE PRÁTICA CLÍNICA PARAMANEJO DA CÁRIE DENTÁRIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE |
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Curso |
Mestrado em Saúde da Família |
Tipo |
Dissertação |
Data |
15/08/2023 |
Área |
SAÚDE COLETIVA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Hazelelponí Querã Naumann Cerqueira Leite
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Banca |
- Andreia Morales Cascaes
- Arthur de Almeida Medeiros
- Rafael Aiello Bomfim
- Valeria Rodrigues de Lacerda
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Resumo |
Os Guias de Prática Clínica (GPC) são ferramentas de apoio para a decisão clínica
baseada em evidências científicas. No entanto, eles não são bem implementados em
todos os cenários da Atenção Primária à Saúde (APS). O objetivo foi avaliar a
percepção dos cirurgiões-dentistas em relação ao manejo da cárie dentária e quanto
ao conhecimento e prática dos GPC por gestores (coordenadores municipais) e
cirurgiões-dentistas na APS do Estado do Mato Grosso do Sul usando o Quadro
Consolidado para Pesquisa de Implementação (CFIR). Para pesquisa qualitativa
foram realizadas entrevistas semiestruturadas com oito informantes-chave, e
posteriormente, utilizou-se a análise de conteúdo e os domínios do CFIR para
explicitar as barreiras e facilitadores. Para pesquisa quantitativa foi aplicado um
questionário com características sociodemográficas dos dentistas do setor público e
privado, seguido de perguntas pré-definidas baseadas nos cinco domínios do CFIR,
acrescido de quatro questões relacionadas a uma das diretrizes publicadas pela
Coordenação-Geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde. As principais barreiras
foram: desconhecimento sobre os guias (características da intervenção); a resistência
à inovação por profissionais mais antigos (características dos indivíduos); falta de
apoio e incentivos organizacionais (configuração externa), pouco recursos disponíveis
para calibração do dentista e falta de prontidão para implementação (cenário interno).
Os facilitadores principais foram: boa conexão entre a equipe de trabalho e
comunicações existentes dentro da organização (cenário interno); reconhecimento da
necessidade da implementação de um guia para manejo de cárie dentária na APS
(cenário interno), aceitabilidade para o uso dos GPC (características dos indivíduos);
usar líderes de opinião como facilitadores; e a necessidade de melhorar a qualidade
dos serviços e fluxo de trabalho (processo de trabalho). As partes interessadas
reconhecem a necessidade da mínima intervenção frente ao manejo da cárie dentária
e apoiam o uso do GPC na APS. Porém alguns desafios devem ser enfrentados, como
melhorar o acesso a esses documentos, enfrentar resistência à inovação por parte
dos profissionais da área odontológica, melhorar a alocação de recursos disponíveis
para a calibração dos profissionais e promover a prontidão para implementação.
Alguns atalhos podem facilitar a superação desses obstáculos, como a utilização de
pessoas formadoras de opinião, no intuito de favorecer a disseminação da evidência
científica, aliado ao investimento em educação continuada através de capacitação
constante aos profissionais do serviço. Ainda, é desejável que os gestores
reconheçam quem são os líderes de opinião para facilitar a implementação.
Os fatores que influenciam a implementação de evidências na prática clínica através
de Guias de Prática Clínica dentro do serviço de Saúde Bucal da APS puderam ser
identificados nessa pesquisa. Estudar eles contribuem para criação de estratégias de
implementação de GPC, para melhorar a prática clínica dos profissionais e os
resultados de saúde dos pacientes..
Descritores: guia de prática clínica; odontologia; cárie dentária; estratégia saúde da
família; atenção primária à saúde |
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FATORES ASSOCIADOS AO ÓBITO EM GESTANTES E PUÉRPERAS INDÍGENAS E NÃO INDÍGENAS POR SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE PELA COVID-19, NO BRASIL |
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Curso |
Mestrado em Saúde da Família |
Tipo |
Dissertação |
Data |
11/08/2023 |
Área |
SAÚDE COLETIVA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Adryelle Katheline D'Elia de Moura
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Banca |
- Débora Dupas Gonçalves do Nascimento
- Everton Ferreira Lemos
- Glênio Alves de Freitas
- Nathan Aratani
- Renata Palopoli Picoli
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Resumo |
A COVID-19 é uma doença causada pelo novo coronavírus e se tornou uma ameaça
devastadora à saúde da população mundial, tendo a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG-Cov-2,) como sua forma mais grave. As gestantes e puérperas estão entre os grupos de risco, uma vez que as alterações fisiológicas da gestação e pós-parto aumentam o risco de infecções e as deixam susceptíveis à SRAG. Os povos indígenas também se enquadram como grupo de risco e são alvo de afecções graves, principalmente respiratórias, devido às situações de vulnerabilidade social e de saúde. Esta pesquisa teve por objetivo analisar a associação entre os determinantes sociodemográficos, comorbidades, sintomas e características de hospitalização com o desfecho de gestantes e puérperas indígenas e não indígenas
hospitalizadas por SRAG pela COVID-19, no Brasil. O estudo é transversal, quantitativo e retrospectivo, com dados secundários, extraídos no Banco de Dados do Observatório Obstétrico Brasileiro (OOBr), de gestantes e puérperas em idade reprodutiva (entre 10 a 49 anos), internadas por SRAG pela COVID-19, classificadas em raça/cor da pele indígena e não indígena (mulheres brancas, pretas, pardas e amarelas), no período da 9ª semana epidemiológica de 2020 à 35ª semana de 2022. Foram analisadas as variáveis com o desfecho, por meio do teste do qui-quadrado e intervalo de confiança de 95% (IC 95%). Realizou-se regressão logística para identificar os fatores associados ao óbito em gestantes e puérperas indígenas. Em panorama geral, apresentaram fatores associados ao óbito as gestantes do 3º
trimestre, de 20 a 34 anos, residentes na zona urbana/periurbana e na região Nordeste, sem comorbidades e saturação de O2 < 95%, somado a dispneia e necessitaram de internação em UTI, com uso de suporte ventilatório invasivo. Quando comparados os casos de óbitos entre as indígenas e não indígenas, pôde ser observada diferença estatística significante com mais vulnerabilidade das indígenas nas variáveis condição(gestante/puérpera), faixa etária, escolaridade, zona de residência, região de residência e comorbidades. Destaca-se que dentre
as indígenas, residir em zona rural aumenta em trinta e três vezes sua chance de evoluir à óbito quando comparado às indígenas que residem em área urbana/periurbana. Residir nas regiões Norte e Centro-Oeste, aumentam em mais de dez vezes quando comparamos ao Sul/Sudeste. Conclui-se que a pandemia agudizou e aprofundou as desigualdades sociais e étnico-raciais no Brasil, se fazendo necessário esforços específicos que garantam atenção qualificada e temporalmente oportuna a essa população.
Descritores: Saúde de populações indígenas; Gestantes; Período Pós-Parto; COVID-19; Estratégia Saúde da Família. |
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O CUIDADO TERRITORIAL EM SAÚDE E AS POPULAÇÕES ORIGINÁRIAS: NARRATIVAS NA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL DO PROGRAMA MAIS MÉDICOS |
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Curso |
Mestrado em Saúde da Família |
Tipo |
Dissertação |
Data |
07/08/2023 |
Área |
SAÚDE COLETIVA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- MARCUS VINÍCIUS MARCELINI SILVEIRA RIBEIRO
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Banca |
- Alcindo Antonio Ferla
- Júlio Cesar Schweickardt
- Lucas Pereira Melo
- Mara Lisiane de Moraes dos Santos
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Resumo |
Propõe-se neste projeto identificar os efeitos da atuação profissional em saúde,
partindo da experiência de supervisão acadêmica do Programa Mais Médicos para o
Brasil (PMMB) com os médicos cooperados cubanos na atenção primária à saúde
dos povos originários, no sistema de saúde indígena da região amazônica. O projeto
se desenvolve a partir de conexões teóricas com as narrativas da experiência e
rotina como supervisor acadêmico, bem como da análise documental de artigos,
livros e documentos públicos, todos de livre acesso. Procura-se identificar temas
surgidos da prática profissional para aprofundamento e produção de conexões
teóricas com o campo empírico, tendo como base a educação permanente e o
desenvolvimento da prática profissional. As reflexões passam pelo tema do acesso à
saúde, situações clínicas, diálogos interculturais, supervisão acadêmica e logística
de trabalho nesta região. Como resultados foram desenvolvidos, um artigo que
procura relacionar o Programa Mais Médicos, as narrativas do pesquisador sobre a
sua prática profissional e as possibilidades da educação em saúde em tal contexto.
Também, um artigo sobre o enfrentamento da pandemia de Covid-19 no Amazonas
pelas equipes de saúde e as narrativas sobre as experiências do pesquisador com
atividades de educação em saúde, na saúde indígena do Programa Mais Médicos,
nesse período. Por fim, um artigo sobre a pesquisa narrativa como método
contra-hegemônico de pesquisa e de organização de dados, bem como um campo
capaz de abrir possibilidades de produções científicas autênticas e que
compreendam que a pesquisa sirva também como instrumento de denúncia e
transformação social.
Decs: Estratégia Saúde da família; Saúde indígena; Programa mais médicos |
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EFEITOS DA PANDEMIA DE COVID-19 NA APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS: PERCEPÇÕES DOS FAMILIARES, PROFISSIONAIS DA SAÚDE E DA EDUCAÇÃO |
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Curso |
Mestrado em Saúde da Família |
Tipo |
Dissertação |
Data |
27/04/2023 |
Área |
SAÚDE COLETIVA |
Orientador(es) |
- Débora Dupas Gonçalves do Nascimento
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Tais Lima de Deus Esperança
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Banca |
- Débora Dupas Gonçalves do Nascimento
- Edinalva Neves Nascimento
- Renata Palopoli Picoli
- Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
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Resumo |
O novo coronavírus causou mudanças abruptas na sociedade mundial. Impôs o isolamento para
conter a contaminação e gerou o maior impacto que a Saúde e a Educação sofreram no último
século. Este estudo objetiva analisar os efeitos da pandemia da COVID-19 na aprendizagem
das crianças do primeiro e segundo ano do ensino fundamental. Para tal, foi realizado um estudo
descritivo-exploratório, de caráter qualitativo, no município de Campo Grande – MS, nas
Unidades de Saúde da Família (USF) apoiadas pelo Núcleo Ampliado de Saúde da Família e
Atenção Primária (NASF-AP) e nas escolas municipais de ensino fundamental da área de
abrangência, assistidas pelo Programa Saúde na Escola (PSE). De cada distrito sanitário foram
selecionados um equipamento de saúde e um de educação, totalizando 14, definidos por sorteio.
Os participantes escolhidos por conveniência foram: seis coordenadores indicados pelos
diretores e um vice-diretor, 14 professores indicados pelos coordenadores, 14 familiares
indicados pelos professores, sete enfermeiros indicados pelos gerentes das USF e sete
integrantes da equipe NASF-AP, escolhidos por sorteio, totalizando 48 pessoas. Os dados foram
coletados através de entrevistas semiestruturadas, norteadas por um roteiro elaborado para cada
grupo de entrevistados. As entrevistas foram gravadas, transcritas e categorizadas pelo método
de análise de conteúdo de Bardin (2011). Os resultados foram apresentados em três artigos: O
impacto da pandemia no desenvolvimento infantil: percepções de pais e familiares, que
evidenciou a avaliação predominantemente negativa sobre o ensino remoto, aumento do
sofrimento de crianças e familiares, prejuízo na aquisição de habilidades escolares e pouca
apropriação acerca do PSE, pelos responsáveis; Aprendizagem das crianças no contexto da
pandemia: perspectivas dos profissionais da educação e propostas para o Programa Saúde na
Escola, que demonstrou a fragilidade do ensino remoto, com baixa participação nas atividades
on-line, devido à falta de acesso às tecnologias, maior vulnerabilidade, prejuízo no
desenvolvimento e aprendizagem dos educandos, aumento do sofrimento psíquico das crianças
e dos profissionais da educação e pouca apropriação dos professores acerca do PSE; O impacto
da pandemia de Covid-19 no cuidado e aprendizagem infantil: percepções dos profissionais da
saúde e ações para minimizar os danos, cujos resultados corroboraram com os artigos anteriores
sobre aumento do sofrimento psíquico das crianças, fragilidade na intersetorialidade do PSE,
devido a pouca participação da Educação na construção de ações, somada à predominância da
perspectiva biomédica, em detrimento da biopsicossocial. E acrescentou dados sobre mudanças
nos processos de trabalho da APS, sobrecarga e aumento do sofrimento psíquico dos
profissionais. Conclui-se que os educandos tiveram prejuízos em diversos aspectos da vida e
houve aumento do sofrimento psíquico dos membros da comunidade escolar e da saúde. Os
resultados desta pesquisa contribuem com os gestores locais e formuladores de políticas
públicas, na definição de diretrizes para melhora na efetividade e resolutividade do cuidado
integral à saúde da criança, por meio das adequações do PSE e das intervenções das equipes da
APS/ESF, de modo que responda às necessidades da comunidade escolar, no intuito de
melhorar a qualidade de vida das crianças e sua rede de proteção.
Descritores: Estratégia Saúde da Família (ESF); pandemia de COVID-19; promoção da saúde
escolar |
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AUTOCUIDADO APOIADO: CONHECIMENTO DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE NO CUIDADO EM DIABETES MELLITUS TIPO II NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE. |
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Curso |
Mestrado em Saúde da Família |
Tipo |
Dissertação |
Data |
14/03/2023 |
Área |
SAÚDE COLETIVA |
Orientador(es) |
- Bianca Cristina Ciccone Giacon Arruda
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Nilda Maria de Jesus Santos Maurer
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Banca |
- Bianca Cristina Ciccone Giacon Arruda
- Elen Ferraz Teston
- Guilherme Oliveira de Arruda
- Shérida Karanini Paz de Oliveira
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Resumo |
As condições crônicas constituem circunstâncias comuns aos atendimentos em saúde, dentre elas, destaca-se o Diabetes Mellitus tipo II, cuja participação ativa da própria pessoa que convive com doença é fundamental para o sucesso do tratamento. Para tanto, o autocuidado apoiado é uma tecnologia assistencial que propicia o empoderamento do indivíduo para o gerenciamento do autocuidado e o posiciona como protagonista do seu processo saúde-doença. Contudo, mesmo sendo baixo custo e associado a melhores resultados clínicos, o autocuidado apoiado não é implementado, por vezes, por dificuldades relacionadas ao conhecimento dos profissionais atuantes na Atenção Primária à Saúde. Este estudo objetivou compreender o conhecimento dos profissionais de saúde sobre o autocuidado apoiado no cuidado a indivíduos com Diabetes Mellitus tipo II. Estudo exploratório, de abordagem qualitativa, com coleta de dados realizada em duas Unidades de Saúde da Família do município de Campo Grande, estado de Mato Grosso do Sul. Os dados foram coletados em quatro grupos focais, dois em cada unidade de saúde, entre os meses de fevereiro e abril de 2022, com 37 profissionais de saúde. Os grupos focais foram conduzidos com uso de questões norteadoras acerca do tema. Foi aplicado um questionário de caracterização sociodemográfica dos participantes. Os dados obtidos foram submetidos à análise de conteúdo, subsidiada pelo referencial teórico Theoretical Domains Framework. Esse trabalho está inserido em um projeto matricial intitulado “Autocuidado apoiado no manejo do Diabetes mellitus na Atenção Primária: intervenção e avaliação”, o qual foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos. Os resultados foram estruturados em duas categorias: O conceito do autocuidado apoiado e seus elementos; e Fatores que interferem no autocuidado apoiado. Sobre a primeira, os principais resultados versaram sobre os cuidados aos indivíduos, tendo a unidade de saúde e a família como suporte e corresponsáveis, e a fragilidade no conhecimento acerca da tecnologia do autocuidado apoiado, atrelando-o à assiduidade do indivíduo aos cuidados e serviços ofertados. Em relação a segunda categoria, foram indicados como fatores limitantes a implementação dos elementos do autocuidado de maneira não sistematizada; fragilidade no cuidado interdisciplinar; conhecimento e aceitação do indivíduo sobre sua condição de saúde; influencia de fatores culturais e socioeconômicos da população no comportamento e na aplicação do autocuidado; diferentes recursos disponíveis ao serviço e a descrença no poderio de mudança social. Conclui-se que, apesar das fragilidades identificadas no conhecimento e na aplicabilidade da tecnologia do autocuidado apoiado a organização do processo de trabalho, dos recursos humanos e de infraestrutura, e a cultura de educação permanente podem refletir na implementação dessa tecnologia nos contextos de saúde, proporcionando um cuidado adequado a indivíduos com Diabetes Mellitus tipo II. O entendimento acerca do conhecimento profissional quanto ao uso dessa tecnologia permite a compreensão de barreiras e potencialidades de uso na Atenção Primária à Saúde. O estudo subsidiou a identificação de empecilhos a novas práticas eficazes em autogerenciamento de condições crônicas no que tange indivíduos com Diabetes Mellitus tipo II. |
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Conhecimento das Mulheres sobre o HPV e Câncer de Colo Uterino em área de abrangência da Estratégia Saúde da Família, Campo Grande-MS |
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Curso |
Mestrado em Saúde da Família |
Tipo |
Dissertação |
Data |
08/03/2023 |
Área |
SAÚDE COLETIVA |
Orientador(es) |
- Cacilda Tezelli Junqueira Padovani
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Nina Kriss do Amaral Rodrigues
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Banca |
- Adriane Pires Batiston
- Cacilda Tezelli Junqueira Padovani
- Luana Silva Soares
- Marco Antonio Moreira Puga
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Resumo |
A infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo é causada pelo Papilomavírus humano (HPV). Alguns tipos de HPV são considerados de alto risco oncogênico e sem relacionam com câncer de colo uterino. O conhecimento das mulheres sobre a relação causal entre HPV e o câncer de colo uterino é relevante, por ser imprescindível para a eficácia de seu rastreamento e controle. Pessoas sexualmente ativas estão expostas ao vírus, por isso a prevenção é o método mais eficaz, através da vacinação e adoção de práticas sexuais conscientes e protegidas. O objetivo desta pesquisa foi verificar o nível de conhecimento sobre o HPV, bem como, a relação com o câncer de colo uterino, das mulheres atendidas na área de abrangência da Estratégia Saúde da Família do bairro Sírio Libanês, em Campo Grande, MS. A pesquisa é descritiva, transversal, com coleta de dados primários de mulheres atendidas no período de maio a agosto de 2022, foram incluídas 250 mulheres, abordadas em consultas ginecológicas ou visitas domiciliares, mediante entrevista estruturada com aplicação de questionário por enfermeiro ou agentes comunitários de saúde. Observou-se que 43,6% possuem o ensino médio completo e 55,6% recebem entre 1 e 3 salários-mínimos. A maioria (88,4%)já ouviu falar sobre o HPV, no entanto, 27,6% das mulheres não souberam afirmar o que o HPV significa; 31,2% das mulheres desconhecem o sexo oral como via de transmissão viral, 80,8% não referiu o contato pele-pele como modo de transmissão e 35,6% não reconheceram as verrugas genitais como manifestação clínica da infecção. A maioria (71,2%) referiu o hábito de autoexaminar-se, no entanto, 81 mulheres (32,4%) afirmaram ter realizado o exame colpocitológico entre 1 e 2 anos e 73 (29,2%) não realizavam há mais de dois anos. A maioria afirmou estar ciente da importância da vacinação contra o HPV, da realização do exame colpocitológico e do uso de preservativos em todas as práticas sexuais como forma de prevenção da infecção, no entanto, 22,4% das mulheres não apontaram a redução do número de parceiros sexuais e 74,8% delas desconhecem ou negam que o não compartilhamento de utensílios pessoais pode contribuir para a prevenção da infecção por HPV. A maioria (95,2%) das mulheres afirmaram existir tratamento para a infecção. Profissionais de saúde (56%) e televisão (47,6%), foram as fontes de informação sobre o HPV mais frequentes. Dentre as mulheres que possuem filhos, 35% afirmaram que as crianças não foram vacinadas contra o HPV ou não souberam informar. Concluiu-se que o conhecimento das investigadas era limitado quanto às especificidades da infecção e sua relação com o câncer de colo uterino. Com o desenvolvimento da pesquisa constatou-se o aumento efetivo pela busca do exame preventivo na unidade, conforme o relatório de procedimentos individualizados. É possível afirmar que houve impacto direto nos indicadores de saúde da mulher, na disseminação do conhecimento acerca do HPV, favorecendo a principal forma de prevenção contra a infecção causada pelo HPV, o que configura a aplicabilidade e relevância do estudo para a ESF.
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INCAPACIDADE FÍSICA NA PESSOA COM HANSENÍASE E A ASSISTÊNCIA DAS EQUIPES DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM MATO GROSSO DO SUL |
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Curso |
Mestrado em Saúde da Família |
Tipo |
Dissertação |
Data |
03/03/2023 |
Área |
SAÚDE COLETIVA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Ana Paula Ribeiro Mijolaro Lagemann
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Banca |
- Adriane Pires Batiston
- Alessandro Diogo de Carli
- Arthur de Almeida Medeiros
- Jaison Antônio Barreto
- Marli Marques
- Sonia Maria Oliveira de Andrade
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Resumo |
A hanseníase é uma doença de grande poder incapacitante e ainda representa um grave problema de saúde pública no Brasil. Incapacidades físicas sinalizam diagnóstico tardio e precariedade na assistência. Nosso objetivo foi avaliar a frequência de incapacidade física na pessoa com hanseníase e a assistência das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) em Mato Grosso do Sul. Realizou-se uma pesquisa descritiva, quantitativa, utilizando dados primários e secundários de Mato Grosso do Sul, no período de 2016 a 2020. Dados primários foram coletados através de questionário com 34 questões, para médicos e enfermeiros das Unidades de Saúde com ESF (US/ESF) e que notificaram casos de hanseníase entre 2018 a 2020 e aos fisioterapeutas, que atenderam casos de hanseníase nos diferentes serviços de saúde. Participaram 82 profissionais, de 27 municípios, sendo 54 enfermeiros, 19 fisioterapeutas e 9 médicos. Deste total, 60 (73,17%) atuam em US/ESF e 22 (26,83%) em outros serviços. Os 19 fisioterapeutas participam no diagnóstico precoce e assistência, preenchem o formulário de avaliação do Grau de Incapacidade física (GIF) no diagnóstico e na alta e da avaliação neurológica simplificada. Nas US/ESF apenas 45,00% referiram realizar avaliação do GIF e escassez de materiais: fio dental, estesiômetro, tubo de vidro, tabela de Snellen, nas demais US o GIF está sendo realizado (72,72%) a despeito da escassez de materiais essenciais, exceto estesiômetro. Dados secundários foram coletados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no site DataSUS, de casos novos, residentes no estado, notificados entre 2016 a 2020, curados e avaliados usando parâmetros do Ministério da Saúde. Entre os 1.900 casos novos, o GIF no diagnóstico foi 81,89%, GIF2 em 12,85%, não avaliados ou ignorado, 18,10%, parâmetro “regular”. Nas coortes de cura, o GIF foi 72,12%, GIF2 em 6,17%, não avaliados ou ignorado, 27,87%, parâmetro “precário”. O GIF2 no diagnóstico foi elevado e na alta ficou comprometido pela ausência de avaliação mínima necessária. O GIF2 no ingresso do paciente foi alto, sinalizando retardo no diagnóstico. A precariedade das avaliações do GIF evidencia fragilidade da assistência e comprometimento do planejamento de ações em todos os níveis de atenção. Os pacientes, no diagnóstico, apresentam incapacidade física acima do aceitável e na alta por cura, estão subdiagnosticadas, evidenciando baixa qualidade da assistência. Esta assistência deve atender aos protocolos estabelecidos, focadas no diagnóstico precoce, tratamento, cura, avaliação de incapacidade física no diagnóstico, durante o tratamento e na alta e reabilitação aos casos com incapacidade física instalada. Nossos achados sinalizam a necessidade de fortalecer a atenção básica e os serviços de referência em fisioterapia, com disponibilidade de materiais fundamentais nas avaliações, além de treinamentos/capacitações teórico e prático, aos fisioterapeutas, abordando o manejo clínico, avaliação física, da sensibilidade, prevenção e reabilitação.
Descritores: Saúde da Família; Hanseníase; Modalidades de Fisioterapia; Epidemiologia |
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CONDIÇÕES DE VIDA E SAÚDE DE INDÍGENAS KAINGANG COM DIABETES MELLITUS |
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Curso |
Mestrado em Saúde da Família |
Tipo |
Dissertação |
Data |
16/02/2023 |
Área |
SAÚDE COLETIVA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Júnior Cesar de Souza Benedito
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Banca |
- Adriane Pires Batiston
- Alberto Sumiya
- Arthur de Almeida Medeiros
- Elen Ferraz Teston
- Maria do Carmo Lourenço Haddad
- Renata Palopoli Picoli
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Resumo |
O Diabetes Mellitus é uma condição crônica prevalente no cenário mundial, que além de repercutir na qualidade de vida, pode levar a complicações sistêmicas e orais. A relação diabetes e doença periodontal é bidirecional, sendo observado um agravo na destruição do tecido periodontal e um controle glicêmico desfavorável em pessoas com diabetes e doença periodontal. Nesse sentido, tornam-se necessárias investigações que envolvem a relação entre a doença periodontal e o diabetes mellitus, em especial na população indígena pela condição de vulnerabilidade e pelas limitações de acesso aos serviços de saúde. Tem-se por objetivo analisar a condições de vida, saúde e doença periodontal em indígenas Kaingang com Diabetes Mellitus. Estudo descritivo, analítico, transversal com abordagem quantitativa, realizado a partir de entrevistas, exame intraoral e consulta dos registros em prontuário. Os dados foram coletados no período de agosto a outubro de 2022 e analisados por meio de estatística descritiva e inferencial, utilizando-se os testes t de Student e Qui-quadrado. Dentre os 45 participantes, 53,3% eram mulheres, com idade média de 56,3 ± 12,4 anos, sendo 71,2% com idade entre 40 e 59 anos. Para realização da entrevista, 64,4% indígenas necessitaram do tradutor. No que concerne ao estado conjugal, 91,1% morava com companheiro(a). Em relação à escolaridade, 44,4% frequentaram o ensino fundamental e 37,8% não estudaram. Quanto aos comportamentos em saúde, 20,0% eram tabagistas, 11,1% faziam uso abusivo de álcool, 42,2% eram irregularmente ativos e 28,9%, sedentários. A média de dentes cariados, perdidos e obturados foi de 21,7 ± 9,6, sendo 31,1% dos participantes estratificados com risco elevado para saúde bucal. Ademais, 42,2% referiram xerostomia e 66,7% foram diagnosticados com doença periodontal, sendo 24,5% foram diagnosticados com gengivite e 42,2%, periodontite. Quanto às condições clínicas, 17,8% utilizavam insulina, 13,3% estavam em polifarmácia, 62,2% eram hipertensos e 48,9%, obesos. Em relação aos marcadores metabólicos, a média de hemoglobina glicada foi de 9,6 ± 2,7%; glicemia venosa, 189,1 ± 95,3 mg/dL; triglicérides, 297,2 ± 332,1 mg/dL; colesterol total, 187,4 ± 52,8 mg/dL; creatinina, 0,9 ± 1,5 mg/dL e ureia, 30,5 ± 9,9 mg/dL. Os resultados demonstram a importância de ações de rastreamento precoce das condições crônicas na população indígena e a necessidade de incluir ações individuais de autocuidado, monitoramento da glicemia e pressão arterial, estímulo a redução no consumo de tabaco e utilização de álcool, à prática de atividade física; além de estratégias que estimulem um regime alimentar saudável. |
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Cobertura e Ações da Gestão do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional em Mato Grosso do Sul, 2009-2019 |
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Curso |
Mestrado em Saúde da Família |
Tipo |
Dissertação |
Data |
13/12/2022 |
Área |
SAÚDE COLETIVA |
Orientador(es) |
- Osvaldinete Lopes de Oliveira Silva
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Francielle Perini Zanatta
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Banca |
- Camila Medeiros da Silva Mazzeti
- Elen Ferraz Teston
- Luciana Bronzi de Souza
- Osvaldinete Lopes de Oliveira Silva
- Rita de Cassia Bertolo Martins
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Resumo |
O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional objetiva fornecer dados sobre a situação nutricional e alimentar dos usuários do Sistema Único de Saúde para a formulação de ações, programas e políticas que visem tanto a promoção da alimentação adequada e saudável, como a prevenção e o tratamento de agravos nutricionais. É uma importante ferramenta de apoio para as equipes de Estratégia de Saúde da Família organizarem as ações locais de atenção nutricional. O objetivo do estudo foi avaliar a tendência temporal de cobertura do sistema e identificar as ações desenvolvidas pela gestão que potencializam esta cobertura. Trata-se de pesquisa analítica, quantitativa, ecológica e transversal com coleta de dados primários e secundários. Os dados primários foram coletados através de questionário eletrônico aplicado aos coordenadores municipais do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional autorizados por seus Secretários de Saúde no período de 2021 a 2022. Os dados secundários foram provenientes do SISVAN web, coletados em 2021, de relatórios públicos segundo o indicador peso para altura, e de acesso restrito para cobertura de marcadores de consumo alimentar, autorizada pela Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul, de crianças menores de 5 anos, e as estimativas populacionais do Ministério da Saúde para o respectivo ano. Os dados foram analisados pelo software estatístico STATA 13.0. Para a análise da tendência temporal do estado nutricional foi realizada regressão Joinpoint e para associação das variáveis regressão logística. Participaram do estudo 43,03% (n=34) dos municípios sul-mato-grossenses. Observou-se tendência temporal de aumento da cobertura de registro dos indicadores do estado nutricional. A minoria dos coordenadores utiliza o sistema para apoio às ações de gestão. Entre os municípios que apresentaram equipamentos antropométricos suficientes a chance de ter a cobertura do estado nutricional acima da média nacional foi de 6 vezes (p 0,043), de 5 vezes para aqueles que tinham equipamentos em boas condições de uso (p 0,021) e formulários impressos (p 0,046) e de 4 vezes para aqueles que receberam capacitação (p 0,047) essas variáveis potencializaram a cobertura para estado nutricional. Quanto à cobertura para marcadores de consumo alimentar foi observado que aqueles municípios que receberam capacitação para marcadores a chance de ter a cobertura acima da média nacional foi de 4 vezes com uma marginal significância (p 0,059). A falta de capacitação (p 0,059), quantidade insuficiente de profissionais (p 0,046) e a sobrecarga de trabalho (p 0,046) foram dificuldades apontadas com associação negativa com a cobertura de consumo alimentar. Houve tendência de aumento da cobertura para o estado nutricional, porém é necessária valorização da VAN como instrumento de gestão, maior comprometimento dos gestores na disponibilidade de
recursos para estrutura e capacitação dos coordenadores do Sistema de Vigilância Alimentar e nutricional fortalecendo as equipes de Estratégia de Saúde da Família no direcionamento das ações locais de alimentação e nutrição para que consigam desempenhar as atividades preconizadas no ciclo de gestão e produção de cuidado. |
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