PRESENÇA DE CÉLULAS CD57+, CD163+ E DNA PAPILOMAVÍRUS HUMANO NA CAVIDADE ORAL DE PACIENTES COM LEUCOPLASIA E CARCINOMA EPIDERMOIDE ORAL |
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Curso |
Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias |
Tipo |
Dissertação |
Data |
31/03/2023 |
Área |
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Jennifer Naed Martins de Freitas
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Banca |
- Alda Maria Teixeira Ferreira
- Cacilda Tezelli Junqueira Padovani
- Ines Aparecida Tozetti
- James Venturini
- Marco Antonio Moreira Puga
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Resumo |
O câncer orofaríngeo tem aumentado entre jovens e adultos nos últimos anos e tem
como uma das principais causas a infecção por Papilomavírus humano (HPV), que é
considerada uma Infecção sexualmente transmissível (IST). A leucoplasia é a lesão
potencialmente neoplásica mais comum na cavidade oral apresentando grande risco
para desenvolvimento de câncer epidermoide oral. As lesões na cavidade oral têm
fatores de risco em comum, existindo a possibilidade de que a infecção por
Papilomavírus humano (HPV) possa favorecer a transformação maligna nas
diferentes lesões leucoplásicas e assim, progredindo para carcinoma epidermoide
oral (CEO). O sistema imune é responsável pela eliminação do HPV na maioria das
infecções, entretanto a persistência do vírus é fator predisponente para a
transformação maligna das células infectadas. As células NK são responsáveis por
eliminar células infectadas por vírus e células tumorais. Já os macrófagos podem ser
ativados pela via clássica, onde são chamados de M1 e destroem microrganismos,
desencadeiam a inflamação, ou pela via alternativa sendo denominados M2 ou
macrófagos associados a tumor (TAM). O presente trabalho visou correlacionar a
expressão de CD57 (células Natural Killer - NK) e CD163 (Macrófagos M2) à
detecção de DNA de HPV em pacientes com leucoplasia e CEO. Os participantes
foram selecionados no período de 2018 a 2020 nas Clínicas da Faculdade de
Odontologia da UFMS e no Centro de Especialidades Odontológicas da Secretaria
Municipal de Saúde de Campo Grande - MS. CEP/UFMS 2.621.049. Para a
detecção do HPV por Nested PCR, foram coletadas células esfoliadas obtidas da
superfície das lesões e após esta coleta, os pacientes foram submetidos a
procedimentos cirúrgicos para biópsia das lesões, utilizadas para histopatologia e
imunohistoquímica. A frequência de detecção do DNA de HPV entre os participantes
da pesquisa foi de 27,78% (10/36). As lesões foram classificadas como Epitélio Sem
Displasia (n=6), Displasia Epitelial Discreta (n=7), Displasia Epitelial Moderada (n=9)
e CEO (n=17). Em amostras classificadas histologicamente como CEO, a expressão
de CD163 (macrófagos M2) foi maior (4456,32 cels/mm3
), enquanto que a expressão
de CD57 (células NK) foi menor (2741,05 cels/mm3
). Não houve relação entre a
positividade para DNA de HPV e a expressão de CD163 e CD57 (p>0,05). Não houve relação entre a positividade para DNA de HPV e os resultados
histopatológicos. Elevada expressão de CD163 e menor expressão de CD57 em
tecidos com CEO representa um pior prognóstico considerando a atividade pró-
tumoral dos macrófagos M2 e menor quantidade de células NK que poderiam
eliminar as células tumorais contendo a progressão do tumor.
Palavras-chave: Cavidade Oral, Displasia epitelial e Imunohistoquímica. |
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COVID-19: Impactos da pandemia e das medidas restritivas na comunidade escolar de Campo Grande - MS |
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Curso |
Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias |
Tipo |
Dissertação |
Data |
23/02/2023 |
Área |
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS |
Orientador(es) |
- Eduardo de Castro Ferreira
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Coorientador(es) |
- Zoraida del Carmen Fernandez Grillo
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Orientando(s) |
- Sanderson da Silva Coelho
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Banca |
- Alexsandra Rodrigues de Mendonça Favacho
- Eduardo de Castro Ferreira
- Elaine Cristina Vaz Vaez Gomes
- Glaucia Elisete Barbosa Marcon
- Suellem Luzia Costa Borges
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Resumo |
A pandemia da COVID-19 causada pelo SARS-CoV-2 tornou-se um dos grandes desafios do século XXI, devido a rápida disseminação do vírus e altas taxas de mortalidade. O primeiro surto foi relatado em Wuhan, província de Hubei, China durante um alerta sobre vários casos de pneumonia. Desde então, o vírus se espalhou por todo o mundo e, no dia 20 de maio de 2020, já havia registro de cerca de 4.806.299 pessoas infectadas com a síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV 2), o que ocasionou 319.599 mortes. Em Mato Grosso do Sul, o governador do estado por meio do Decreto N° 15391 de 16 de março de 2020, suspendeu todas as atividades que implicassem a aglomeração de pessoas e, dentre elas, as aulas presenciais nas unidades de educação de forma temporária. Por isso, o presente estudo tem por objetivo identificar as repercussões psicossociais da COVID-19 em comunidades de escolas públicas estaduais e
municipais da cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, avaliando a percepção da comunidade escolar com respeito à pandemia, às medidas restritivas e seus impactos e investigar adesão de vacinação declarada pelos participantes da comunidade estudada. A pesquisa teve um
cunho exploratório por meio da análise descritiva, e tabulação de dados no RedCap por meio do percentual de respostas obtidas dos questionários. Como resultado, houve aceite de vinte escolas
públicas da cidade de Campo Grande, com a participação total de 1.043 indivíduos sendo eles
34,99% professores e 65,0% pais ou responsáveis. A pandemia apresentou grandes impactos no período de voltas aulas, tendo 5,3% de evasão escolar de alunos que não retornaram a escola por motivos de saúde de algum familiar ou pela exposição ao vírus. Outro fator de grande impacto foi 55,7% da redução da renda familiar que afetou 59,63% nos hábitos alimentares. Além disso, observou-se 77,56% de prevalência de sintomas da COVID-19 nos participantes. Tendo a febre, dor de cabeça, perda do paladar, perda do olfato, dor na garganta, secreção nasal e diarreia os maiores índices de sintomas apresentados. Além disso, observou-se nas repercussões psicológicas dos participantes o sentimento de medo, ansiedade, dificuldade de concentração. |
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FUNGEMIA POR SACCHAROMYCES CEREVISIAE ASSOCIADA AO USO DO PROBIÓTICO S. CEREVISIAE VAR BOULARDII. RELATO DE UMA SÉRIE DE CASOS E REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA |
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Curso |
Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias |
Tipo |
Dissertação |
Data |
31/01/2023 |
Área |
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS |
Orientador(es) |
- Anamaria Mello Miranda Paniago
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Anamaria Mello Miranda Paniago
- Claudia Elizabeth Volpe Chaves
- LUANA ROSSATO
- Marcia de Souza Carvalho Melhem
- Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
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Resumo |
Saccharomyces cerevisiae é um fungo muito difundido na natureza, considerado não patogênico e usado na fabricação de alimentos e de produtos probióticos. Tem sido observado aumento de infecção de corrente sanguínea por S. cerevisiae, associado ao uso de probióticos para tratamento de diarreias principalmente em pacientes hospitalizados. O objetivo deste trabalho foi descrever características clínicas de fungemia por S. cerevisiae e avaliar aspectos dos isolados de S. cerevisiae de uma série de casos ocorridos em um hospital terciário de Mato Grosso do Sul e de casos previamente publicados. Na primeira etapa, dados clínicos e laboratoriais de cinco pacientes internados em um hospital terciário de Mato Grosso do Sul, em cujas amostras de sangue foi identificado S. cerevisiae, foram levantados. Os isolados foram submetidos a teste de sensibilidade a antifúngicos, análise molecular e avaliação de produção de biofilme. A seguir, foi realizada uma revisão sistemática incluindo relatos de casos e série de casos de fungemia após uso de probiótico. Em relação aos cinco casos deste estudo, quatro haviam usado probiótico e foi possível demonstrar a similaridade genética dos cinco isolados com a cepa do probiótico. Todos os isolados apresentaram baixa capacidade de formação de biofilme, enquanto o isolado do probiótico apresentou moderada capacidade. Três pacientes tiveram diagnóstico de infecção da corrente sanguínea, um de fungemia transitória e um de endocardite. Na revisão sistemática, 75 casos foram estudados -71 casos da literatura e os quatro casos da série aqui relatada que fizeram uso de probiótico. França, Brasil e Bélgica foram os países com mais casos relatados. A faixa etária predominante foi entre 60 e 79 anos (30,7%). Imunossupressão foi relatada em 28% dos casos. Cerca de um quarto dos pacientes (25,3%) evoluiu para óbito. Os antifúngicos mais utilizados foram o fluconazol (38,7%) e anfotericina B (20,0%). Antifungigrama por microdiluição em caldo de 15 isolados revelaram que: i) mais da metade (n=8; 53,3%) apresentavam CIM ≥ 8 ug/mL para fluconazol; ii) cerca de um quarto (n=4; 26,7%) era não-selvagem para anfotericina B; iii) um isolado do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul apresentou CIM >16 ug/mL para ambas as equinocandidas testadas (caspofungina e micafungina). Pontos de corte clínicos não foram ainda estabelecidos para S. cerevisiae, no entanto, os elevados valores de CIM para vários antifúngicos observados reforçam a preocupação com a emergência de S. cerevisiae resistentes
Descritores : Saccharomyces cerevisiae, epidemiologia, infecção invasiva, antifungigrama.
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COLONIZAÇÃO POR ASPERGILLUS EM PACIENTES INTERNADOS EM HOSPITAL PÚBLICO DE CAMPO GRANDE, MS. |
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Curso |
Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias |
Tipo |
Dissertação |
Data |
28/11/2022 |
Área |
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS |
Orientador(es) |
- Marcia de Souza Carvalho Melhem
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Anamaria Mello Miranda Paniago
- Cibele Aparecida Tararam
- Juliana Possatto Fernandes Takahashi
- Marcia de Souza Carvalho Melhem
- Wellington Santos Fava
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Resumo |
Aspergilose é uma micose invasiva, causada por espécies de fungos filamentosos do gênero Aspergillus. A aderência desses fungos aos pulmões é o fator chave para o mecanismo de colonização, que predispõe o hospedeiro para aspergilose, em suas formas alérgicas, podendo evoluir para infiltrado pulmonar com hemoptise e eosinofilia, ou formas graves, como a alveolar obstrutiva, durante o processo invasivo. Quando a invasão se limita aos pulmões, tem-se a aspergilose pulmonar invasiva e quando há disseminação, pela via sanguínea para outros órgãos, tem-se a aspergilose disseminada. Pacientes com alteração do epitélio, ou que tiveram episódios necróticos prévios, podem apresentar cavidades pulmonares que facilitam a instalação e filamentação de conídios de Aspergillus, resultando em massas denominadas aspergilomas. O presente trabalho teve por objetivo contribuir para o conhecimento da colonização respiratória por espécies de Aspergillus e seus fenótipos de resistência. Foram utilizados 94 isolados de Aspergillus, provenientes de amostras respiratórias de pacientes atendidos, entre janeiro 2017 e abril de 2021, em um hospital escola público terciário, situado na cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A recuperação dos isolados foi realizada após semeadura em meios de rotina, como ágar Sabouraud dextrose e/ou ágar batata com cloranfenicol, e incubação sob temperatura de 37°C. Foram identificadas cinco Seções: Fumigati (37%), Flavi (33%), Nigri (27%), Usti (2%) e Terrei (1%). A resistência a 4mg/L de itraconazol, foi verificada em teste de triagem para todos os isolados e somente um (1,1%), pertencente à Seção Flavi, apresentou resultado positivo. Os valores de concentração inibitória mínima de itraconazol, voriconazol, posaconazol e anfotericina B foram determinados para cada seção e interpretados segundo pontos de corte clínicos (breakpoints), preconizados pela norma de referência europeia EUCAST. A resistência foi de 11,7% (11/94), sendo maior (9,6%; 9/94) na Seção Fumigati, seguido de Flavi e Nigri (ambos 1,1%; 1/94). Por se tratar de espécies oportunistas, sendo A. fumigatus associado à altas taxas de mortalidade em pacientes hospitalizados, a ocorrência de colonização respiratória por cepas resistentes pode representar risco de aspergilose refratária à terapia, caso a doença de desenvolva e o tratamento seja realizado com fármacos azólicos. |
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INJÚRIA RENAL AGUDA EM PACIENTES HIV/AIDS HOSPITALIZADOS |
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Curso |
Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias |
Tipo |
Dissertação |
Data |
25/11/2022 |
Área |
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS |
Orientador(es) |
- Anamaria Mello Miranda Paniago
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Jackelyne Alves de Medeiros Vilela
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Banca |
- Anamaria Mello Miranda Paniago
- Eliana da Costa Alvarenga de Brito
- Elsa Alidia Petry Goncalves
- Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
- Silvia Naomi de Oliveira Uehara
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Resumo |
Pacientes infectados pelo HIV são mais vulneráveis à Injúria Renal Aguda (IRA). O objetivo desse estudo foi estimar a incidência e analisar fatores associados à IRA em pacientes recém diagnosticados com HIV/AIDS hospitalizados, bem como o seu impacto no tempo de hospitalização e óbito. O estudo foi realizado no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, no período de novembro de 2020 a abril de 2022. Foram incluídos prospectivamente pacientes que tiveram diagnóstico de HIV/AIDS durante a hospitalização e que não faziam uso de TARV. A IRA foi diagnosticada e classificada de acordo com os critérios Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO). Foram incluídos 63 pacientes. A maioria homem (n= 47; 74,6%), com mediana de 42 anos de idade [Q1; Q3 29; 53] e de contagem de CD4+ de 40,5 células/mm3 [Q1; Q3 25,0; 104]. Quase todos (n= 59; 93,7%) apresentavam alguma doença oportunística, sendo as mais frequentes: tuberculose (n= 25; 39,7%), neurotoxoplasmose (n=17; 27%), pneumocistose (n= 15; 23,8%), leishmaniose visceral e criptococose (n=10; 15,9%). A incidência acumulada de IRA foi de 65,1% (IC 95%). O tempo mediano para IRA foi de 5 dias [Q1; Q3 2; 14] após a internação. Variáveis associadas à IRA foram: baixa contagem de células CD4+, criptococose, uso de anfotericina B, uso de droga vasopressora e necessidade de suporte ventilatório. Quinze (36,6%) atingiram a classificação mais elevada de IRA (KDIGO 3) e as principais causas foram sepse e nefrotoxicidade. Oito pacientes (53,3%) foram submetidos à hemodiálise. Pacientes com IRA permaneceram mais tempo internados do que os sem IRA com média de 16,8 dias (DP 10,7) VS 32,4 dias (DP 12,8) (p<0,001). Os resultados mostram que a incidência de IRA em pacientes hospitalizados com HIV/AIDS é elevada e aqueles que apresentam IRA apresentam o dobro do tempo de hospitalização. Medidas de prevenção de doenças oportunísticas, especialmente das que demandem o uso de anfotericina B desoxicolato, como a criptococose, podem impactar na redução de IRA em pacientes HIV/AIDS hospitalizados. Palavras-chave: AIDS. CD4+. Hospitalização. Nefrotoxicidade. |
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AVALIAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE RASTREAMENTO PARA DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO LATENTE POR MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS EM PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS |
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Curso |
Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias |
Tipo |
Dissertação |
Data |
30/09/2022 |
Área |
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS |
Orientador(es) |
- Anamaria Mello Miranda Paniago
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Maria Aparecida Cavichioli de Santana
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Banca |
- Adriana Carla Garcia Negri
- Anamaria Mello Miranda Paniago
- Ana Paula da Costa Marques
- Ângela Carvalho Freitas
- Everton Falcao de Oliveira
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Resumo |
A tuberculose (TB) é uma das principais causas de óbito em pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA) e o tratamento da infecção latente por Mycobacterium tuberculosis (ILTB) é um dos pilares do controle da TB. Avaliamos duas diferentes estratégias para a triagem de ILTB em PVHA atendidas em centro de referência de doenças infecciosas em Campo Grande, MS. Os participantes do estudo eram PVHA com 18 anos ou mais. Foram excluídos casos com TB ativa; história de tratamento de ILTB; teste tuberculínico (TT) realizado há menos de 6 meses; indisponibilidade para retornar para leitura do TT e indisponibilidade ou impossibilidade de coleta de sangue para a realização do ensaio de liberação de interferon gama (IGRA). Foram realizados IGRA com QuantiFERON® TB Gold Plus (QFT-Plus), TT e radiografia de tórax posteroanterior e perfil. Foram considerados casos de ILTB aqueles com QFT-Plus positivo ou TT positivo e descartada TB ativa na avaliação médica e radiológica. Foram incluídos 296 participantes, com mediana de idade de 44 (IQR1 =33,3 e IQR3= 54) anos, com predomínio de homens (60,8%), não brancos (67,2%). Tinham mediana de contagem de CD4+ de 556 (IQR1 =395 e IQR3= 774,5) células/mm³ e 88,2% tinham carga viral não detectável. A prevalência de ILTB foi 15,9% (Intervalo de Confiança IC 95%: 11,9% – 20,6%). A positividade do TT foi de 7,4% (IC 95%: 4,7%-11,0%) e do QFT-Plus foi de 12,8% (IC 95% 9,3%- 17,3%). A prevalência de ILTB foi mais alta nos com contagem de CD4+ igual ou superior a 350 células/mm3 do que entre aqueles com CD4+ menor do que 350 células/mm3 (6,8% vs 18,1%; p=0,033). Enquanto a positividade do TT foi mais frequente nos com contagem de CD4+ igual ou superior a 350 células/mm3 (p=0,010), isso não foi observado com o QFT-Plus (p=0,116). Trinta e quatro (11,5%) pacientes apresentaram discordância entre os resultados dos testes IGRA e TT, sendo que 25 eram IGRA positivo e TT negativo e 9 eram IGRA negativo e TT positivo. O coeficiente kappa dos testes revelou uma concordância apenas razoável (k=0,374; IC95%: 0,177 – 0,572, p= 0,001). Não observamos associações entre variáveis clínicas e epidemiológicas e a ocorrência de testes discordantes. O IGRA identificou mais casos de ILTB quando comparado ao TT, no entanto 9 dos 48 pacientes só puderam ser diagnosticados com ILTB pelo TT. Conclui-se que a utilização dos dois testes, QFT-Plus e TT em paralelo, em PVHA foi capaz de detectar mais casos de ILTB do que o TT isoladamente e os resultados apontam para a superioridade do QFT-Plus entre os com CD4+. |
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MONITORAMENTO DE AEROCONTAMINAÇÃO POR ASPERGILLUS SPP. EM HOSPITAL TERCIÁRIO DE CAMPO GRANDE |
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Curso |
Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias |
Tipo |
Dissertação |
Data |
30/09/2022 |
Área |
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Michele Scardine Corrêa de Lemos
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Banca |
- Anamaria Mello Miranda Paniago
- Ana Rita Barbieri Filgueiras
- Marilene Rodrigues Chang
- Rosianne Assis de Sousa Tsujisaki
- Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
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Resumo |
Espécies de Aspergillus são fungos produtores de esporos que são dispersos no ar ambiente. A inalação dessas partículas pode levar desde um processo alérgico, ou uma infecção pulmonar primária até uma infecção disseminada, comumente fatal em pacientes com condição de imunodepressão. Aspergillus são responsáveis pela segunda maior ocorrência de infecções fúngicas invasivas em hospitais terciários. O objetivo deste estudo foi investigar a aerocontaminação por Aspergillus em ar condicionado e ar ambiente de um hospital terciário de Campo Grande-MS e determinar o perfil de suscetibilidade antifúngica dos isolados. No ano de 2021, amostras de ar foram coletadas na Unidade de Clínica Médica (UCM), Unidade de Cuidados Intensivos/Semi-Intensivos (UCIS) e Unidade de Urgência e Emergência (UUE) com uso de amostrador de ar (100L/min por 1min) contendo placas de ágar Dicloran Rosa Bengala. As placas foram incubadas por 72 h a 30ºC. Os Aspergillus foram identificados a nível de seção por meio de suas características macro e microscópicas e confirmadas por PCR e sequenciamento de DNA. A suscetibilidade aos antifúngicos itraconazol, voriconazol e posaconazol foi determinada pelo teste de triagem conforme recomendação do EUCAST e a resistência foi confirmada com a metodologia de microdiluição em caldo (EUCAST E.Def. 9.3.2). Foram realizadas 238 amostragens, 184 do ar ambiente e 54 de ar condicionados. Cerca de 4.300 colônias de fungos foram isoladas. Dentre estas, 324 (7,54%) colônias eram de Aspergillus spp. Estes foram identificados a nível de seção como sendo 95 (29,5%) da seção Fumigati, 89 (27,4%) da seção Nigri; 73 (22,5%) da seção Versicolores; 38 (11,7%) da seção Flavi; 17 (5,2)% da seção Nidulantes; 10 (3,1)% da seção Terrei e em 2 (0,6%) não foi possível identificar a seção. Aspergillus da seção Fumigati foram mais isolados no inverno e na UCIS. No teste de triagem realizado com 148/324 Aspergillus foi observada resistência em 16 (10,8%). A resistência a pelo menos um antifúngico foi confirmada em quatro (12,5%) isolados de A. fumigatus, dois (3,7%) A. flavus, dois (3,7%) da seção Nigri, sendo um (1,85%) A. tubingensis e 8 (32,0%) da seção Versicolores, sendo cinco (20,0%) A. sydowii. No ar ambiente e no ar condicionado de unidades hospitalares, onde se encontram pacientes críticos, foram isolados fungos do gênero Aspergillus que podem causar aspergilose invasiva. No ar ambiente do hospital foram identificados A. fumigatus resistentes a azóis, fungos esses que podem causar aspergilose de difícil tratamento. O monitoramento do ar de unidades hospitalares com pacientes críticos é essencial como subsídio para implementação de melhorias na qualidade do ar ambiente minimizar o risco de aquisição de aspergilose pulmonar e invasiva. |
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PHLEBOTOMINAE (DIPTERA: PSYCHODIDAE) EM DUAS CIDADES COM TRANSMISSÃO INTENSA DE LEISHMANIOSE VISCERAL, BRASIL |
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Curso |
Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias |
Tipo |
Dissertação |
Data |
29/09/2022 |
Área |
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS |
Orientador(es) |
- Alessandra Gutierrez de Oliveira
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Coorientador(es) |
- Aline Etelvina Casaril Arrua
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Orientando(s) |
- Aline Márcia dos Santos Villasanti
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Banca |
- Alessandra Gutierrez de Oliveira
- Eliane Mattos Piranda
- Everton Falcao de Oliveira
- Yasmin Silva Rizk
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Resumo |
Os estudos de fauna de flebotomíneos permitem avaliar a presença de vetores e fornecer subsídios para as medidas de vigilância e controle das leishmanioses. O objetivo deste estudo é descrever a fauna de flebotomíneos em Campo Grande (MS) e São Luís (MA), bem como os índices sociodemográficos e ambientais das áreas urbanas. As coletas dos espécimes foram realizadas, mensalmente, por três noites consecutivas, com armadilhas luminosas do tipo CDC em 20 pontos de cada cidade. As armadilhas foram instaladas às 18:00 h e retirada às 06:00 h. As informações sociodemográficas foram obtidas por meio do banco de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os dados ambientais (precipitação pluviométrica, umidade relativa do ar, temperatura e velocidade do vento) pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Em Campo Grande, as capturas ocorreram de julho de 2021 a junho de 2022, enquanto em São Luís as coletas foram conduzidas de agosto de 2021 a março de 2022. Nas duas cidades, foram coletados 8.198 flebotomíneos. Deste total, 5.849 são oriundos de Campo Grande e 2.349 de São Luís. Foram coletados 5.670 (69,16%) machos e 2.528 (30,84%) fêmeas. Lutzomyia longipalpis foi a espécie mais frequente tanto em Campo Grande (MS) com 5.823 (99,55%) quanto em São Luís (MA) com 2.337 (99,48%). Vale ressaltar que esta espécie é o principal vetor de Leishmania infantum, evidenciando a participação de Lutzomyia longipalpis na transmissão da leishmaniose visceral, nos municípios estudados. Estudos de flebotomíneos são essenciais para auxiliar no controle do vetor e, consequentemente, no controle das leishmanioses. |
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TRATAMENTO DA INFECÇÃO LATENTE POR TUBERCULOSE EM PESSOAS VIVENDO COM HIV SOB A ÓTICA DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE. |
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Curso |
Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias |
Tipo |
Dissertação |
Data |
23/09/2022 |
Área |
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS |
Orientador(es) |
- Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Adriana Carla Garcia Negri
- Anamaria Mello Miranda Paniago
- Débora Dupas Gonçalves do Nascimento
- Everton Ferreira Lemos
- Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
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Resumo |
O tratamento da Infecção Latente por Tuberculose (ILTB) em pessoas vivendo com HIV (PVHIV) reduz o risco de adoecimento por Tuberculose (TB), principal causa de morte nessa população. A baixa adesão dos profissionais à implementação do tratamento da ILTB e escassez de estudos referentes aos aspectos psicossociais podem interferir neste enfrentamento. Nosso objetivo foi compreender a percepção dos profissionais de saúde da atenção especializada, acerca do Tratamento da ILTB para PVHIV, em uma Capital da região Centro Oeste do Brasil. Neste estudo qualitativo realizado no período de outubro de 2020 a agosto de 2022 foram incluídos 14 profissionais, 10 médicos e 04 enfermeiros atuantes há mais de seis meses nos serviços de referência. A coleta de dados se deu por meio de entrevista semiestruturada e áudio gravada, os dados foram tratados com base na Teoria Fundamentada em Dados (TDF) e sua análise ancorada no referencial teórico do Interacionismo Simbólico (IS). Foi utilizado o critério de amostragem por saturação teórica. Os resultados foram estruturados em formato de um artigo abarcando o fenômeno central “Enfrentando desafios na implementação do tratamento da ILTB à luz das evidências científicas” sustentado por quatro categorias: 1) Demonstrando conhecimento teórico sobre a ILTB e seu protocolo de tratamento; 2) Lidando com as complexidades para adesão do protocolo no serviço; 3) Tendo o vínculo como instrumento de superação nas diferentes perspectivas do cuidado às PVHIV; 4) Buscando estratégias para facilitar a adesão do protocolo de tratamento no serviço. Evidenciou-se que os profissionais dos serviços de referência detêm conhecimento teórico sobre o protocolo de tratamento da ILTB e o compreendem como tratamento preventivo da TB e seus desfechos nas PVHIV, no entanto, enfrentam dificuldades na sua implementação diante de obstáculos estruturais no serviço, inseguranças em instituir a terapêutica e vulnerabilidades dos pacientes. Vislumbram condições ideais para adesão do protocolo no serviço e procuram mediar os enfrentamentos fortalecendo o vínculo com pacientes por meio da interação multiprofissional, ensino e pesquisa. Espera-se que esse estudo possa subsidiar ações no enfrentamento de lacunas na adesão ao tratamento de ILTB com implicações para a eliminação da TB e óbitos de PVHIV.
Descritores em saúde: Tuberculose. Tuberculose latente. HIV. Epidemiologia. Adesão. Protocolo de Tratamento. Pesquisa qualitativa. |
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IMPACTO DA CRIPTOCOCOSE NA RECUPERAÇÃO IMUNOLÓGICA EM PACIENTES COM AIDS E IMUNOSSUPRESSÃO GRAVE |
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Curso |
Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias |
Tipo |
Dissertação |
Data |
19/09/2022 |
Área |
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS |
Orientador(es) |
- Anamaria Mello Miranda Paniago
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Elisângela Freitas Mendonça
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Banca |
- Adriana de Oliveira Franca
- Anamaria Mello Miranda Paniago
- Claudia Elizabeth Volpe Chaves
- Eunice Atsuko Totumi Cunha
- Everton Falcao de Oliveira
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Resumo |
A criptococose é uma micose sistêmica oportunística com elevada letalidade e que ocorre em condições de imunossupressão, incluindo infecção pelo HIV/aids. A recuperação imunológica obtida com a terapia antirretroviral (TARV) é a forma mais efetiva no controle das infecções oportunísticas na aids. Baseado em observação na prática clínica e considerando que Cryptococcus spp acelera a replicação do HIV in vitro, nós hipotetizamos que a criptococose retarda ou impede a recuperação imunológica de pacientes com aids e imunossupressão grave. O objetivo do estudo foi analisar se há associação entre a presença de criptococose e a recuperação imunológica de pacientes com aids e imunossupressão grave num seguimento de até 5 anos. Os participantes foram selecionados de uma população de 230 pacientes com aids e contagem de CD4+ ≤ 200 células/mm3, que foram submetidos à investigação sistemática de criptococcose. Aqueles que foram acompanhados por mais do que 100 dias foram elegíveis para este estudo de coorte. Assim, o grupo exposto à criptococose foi composto por 21 pacientes e um grupo não exposto foi selecionado aleatoriamente por sorteio e pareado por faixa de células CD4+, na proporção 3 não-exposto para 1 exposto, com 67 participantes. O desfecho recuperação imune foi definido como contagem de CD4+ de 350 células ou mais. As análises estatísticas utilizadas foram o qui-quadrado ou prova exata de Fisher para comparar variáveis categóricas e o teste U de Mann Whitney para variáveis contínuas. Análise multivariada por regressão logística foi usada para avaliar variáveis independentemente associadas à recuperação imunológica. A curva de Kaplan Meier, analisada pelo log rank, foi utilizada para o tempo de recuperação imune. Um valor de p < 0,05 foi considerado significativo e de 0,05 a 0,10 como tendência. Ambos os grupos apresentavam características basais similares, exceto pelo fato de que os expostos à criptococose tinham uma proporção menor de neurotoxoplasmose. Uma tendência de menor taxa de recuperação imunológica foi observada no grupo com criptococose (19,0% vs 38,8%, p= 0,096). Os outros desfechos estudados, tais como razão células CD4+ final/ inicial, diferença entre CD4 final e inicial e tempo para atingir a recuperação imunológica não diferiram entre os grupos. Na análise multivariada foi possível observar que idade menor de 40 anos, carga viral do HIV indetectável no seguimento e maior tempo de acompanhamento foram variáveis independentemente associadas à recuperação imunológica. Pacientes com criptococose apresentaram 3,61 (IC 95% 0,90-14,53; p=0,071) vezes mais chance de falha na recuperação imunológica do que os pacientes sem persistindo a tendência à significância estatística. Os resultados encontrados apontam para a possibilidade da criptococose ser um fator associado a menores taxas de recuperação imunológica na aids e imunossupressão grave, o que poderá ser elucidado com estudos que envolvam um número maior de pacientes.
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INFECÇÃO POR SARS-COV-2 EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM HOSPITAIS TERCIÁRIOS DE CAMPO GRANDE - MS |
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Curso |
Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias |
Tipo |
Dissertação |
Data |
29/08/2022 |
Área |
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS |
Orientador(es) |
- Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Antonio Luiz Dal Bello Gasparoto
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Banca |
- Adriana Carla Garcia Negri
- Anamaria Mello Miranda Paniago
- Ana Paula da Costa Marques
- Angelita Fernandes Druzian
- Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
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Resumo |
Estudar os aspectos epidemiológicos, clínicos e moleculares da infecção pelo SARS-CoV-2 e a identificação de fatores associados a infecção em profissionais de saúde podem contribuir para a compreensão da infecção entre os profissionais de saúde. Considerando a escassez de dados sobre a dinâmica da infecção pelo novo coronavírus no Brasil na época, o presente estudo objetivou 1) estimar a taxa de ataque da infecção pelo SARS-CoV-2 em profissionais de saúde de dois hospitais terciários de Campo Grande, MS; 2) analisar as características demográficas, clínicas e fatores de riscos; 3) identificar as variantes circulantes do vírus. Um estudo de coorte, observacional e prospectivo foi conduzido com 554 profissionais de saúde no período de maio de 2020 a janeiro de 2021. Durante 12 visitas, com intervalo de 15 dias, foram realizadas coletas de secreção nasal e orofaríngea e entrevista estruturada. A detecção do SARS-CoV-2 foi realizada por RT-qPCR e o sequenciamento completo do genoma viral foi realizado em amostras com o vírus detectável. A maioria dos participantes do estudo era constituído por indivíduos do sexo feminino (77,08%), brancos (57,40%), com idade entre 20 e 40 anos (64,98%), predominantemente com sobrepeso (37,90%), sem comorbidades (74,72%). A maioria relatou não fazer uso de medicamentos contínuos (68,77%), apresentar cicatriz da vacina BCG (91,69%), não tabagistas e não alcoolistas (90,43%). Predominantemente os participantes eram provenientes do hospital de referência estadual para Covid-19 (58,31%), possuíam pós-graduação (54,33%), compunham o corpo de enfermagem (61,92%), estavam alocados no Centro de Terapia Intensiva (CTI) (37,36%) e informaram ter recebido dois treinamentos para uso e remoção de EPIs (79,43%). A infecção ativa pelo SARS-CoV-2 foi confirmada em 28,51%, sendo 4,43% assintomáticos, 9,50% oligossintomáticos e 86,07% sintomáticos. As taxas de ataque mensais variaram de 0,51% a 9,52% e dois picos foram identificados em agosto e dezembro/2020, com as maiores taxas de ataque no hospital referência. Os fatores de risco associados com o diagnóstico molecular positivo, independentemente da presença ou ausência de sintomas, foram: ser do sexo masculino, trabalhar no hospital de referência para Covid-19 e possuir escolaridade de nível superior. Os sintomas associados ao diagnóstico positivo foram: apresentar tosse, mialgia, cefaleia, anosmia e febre. O uso de medicamentos ou substâncias com a intenção de prevenir ou tratar a infecção que apresentaram associação a infecção ativa foram hidroxicloroquina e zinco. A dinâmica de infecção foi similar entre os profissionais de saúde estudados e a população da cidade de Campo Grande, tanto para a primeira onda como para a segunda onda da pandemia. Entre as amostras que apresentaram positividade para o RNA do SARS-CoV-2 na técnica de RT-qPCR, 35 (22,15%) foram submetidas para o sequenciamento de genoma completo e cinco linhagens foram detectadas, B.1.1.28, P.2, B.1.1.33 e N.4. Nossos resultados sugerem que: 1) profissionais da saúde atuantes em hospital de referência para Covid-19 apresentaram maior incidência em comparação com o hospital não-referência; 2) a dinâmica da infecção na população estudada acompanhou o comportamento da infecção na população em geral na cidade de Campo Grande; 3) a infecção assintomática em 4,43% e oligossintomática em 9,50%, poderiam passar desapercebidas pela triagem de rotina de sintomáticos dos serviços de saúde ocupacional; 4) a distribuição das linhagens circulantes do SARS-CoV-2 entre os profissionais de saúde em estudo, coincidiu com as linhagens dominantes no Brasil. |
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INFECÇÃO PELO VÍRUS LINFOTRÓPICO DE CÉLULAS T HUMANAS (HTLV) NA POPULAÇÃO INDÍGENA DA RESERVA DE DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL |
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Curso |
Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias |
Tipo |
Dissertação |
Data |
27/06/2022 |
Área |
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS |
Orientador(es) |
- Ana Rita Coimbra Motta de Castro
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Ana Rita Coimbra Motta de Castro
- Antonio Carlos Rosário Vallinoto
- Sabrina Moreira dos Santos Weis
- Silvia Naomi de Oliveira Uehara
- Tayana Serpa Ortiz Tanaka
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Resumo |
O Vírus T-Linfotrópico Humano (HTLV) apresenta distribuição mundial e sua infecção demonstra elevada prevalência em alguns grupos populacionais no Brasil, incluindo as populações indígenas. O estado de Mato Grosso do Sul conta com a segunda maior reserva indígena do país, localizada na cidade de Dourados. Considerando a carência de estudos e dados epidemiológicos da infecção pelo HTLV neste grupo populacional, o presente estudo transversal objetivou estimar a prevalência e os principais fatores associados à infecção pelo HTLV, bem como investigar os principais tipos e subtipos virais circulantes. Após consentimento, 1.875 indígenas da reserva de Dourados foram submetidos à entrevista e coleta de amostras de sangue. Todas as amostras biológicas coletadas foram triadas para pesquisa de anticorpos anti-HTLV-1/2 utilizando imunoensaio enzimático (ELISA) e as que apresentaram resultado positivo, confirmadas por western blot. As amostras confirmadamente positivas foram submetidas à amplificação da região 5’LTR do HTLV por nested PCR. O DNA proviral do HTLV-1 obtido foi submetido à genotipagem por sequenciamento parcial de nucleotídeos por Sanger. A idade mediana da população estudada foi de 31 anos. A maioria era do sexo feminino (74,2%) e da etnia Guarani-Kaiowá (69,2%). Entre os indivíduos estudados, 872 (46,5%) e 1.003 (53,5%) eram residentes nas vilas de Jaguapiru e Bororó, respectivamente. A prevalência da infecção pelo HTLV-1 foi de 0,1% (IC 95%: 0,1-0,2). Após análise filogenética, os isolados foram classificados como pertencentes ao subtipo Cosmopolita (1a) e subgrupo Transcontinental (A). A prevalência da infecção pelo HTLV-1 na população estudada é considerada baixa quando comparada às encontradas em outras populações indígenas no Brasil. Diferentemente do encontrado nestes grupos indigenas do norte do país, a ausência de HTLV-2 na população estudada e a similaridade genética dos isolados sugere a introdução do HTLV-1 da área urbana para a indígena.
Palavras-chave: HTLV-1. Prevalência. Indígenas. |
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ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA INFECÇÃO POR M. TUBERCULOSIS EM MATO GROSSO DO SUL, 2016 A 2020. |
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Curso |
Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias |
Tipo |
Dissertação |
Data |
24/05/2022 |
Área |
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS |
Orientador(es) |
- Julio Henrique Rosa Croda
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Coorientador(es) |
- Crhistinne Cavalheiro Maymone Goncalves
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Orientando(s) |
- Cleide Aparecida Alves Souza
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Banca |
- Anamaria Mello Miranda Paniago
- Anete Trajman
- Julio Henrique Rosa Croda
- Roberto Dias de Oliveira
- Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
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Resumo |
Considera-se infecção por Mycobacterium tuberculosis (ITB), quando o indivíduo entra em contato com o bacilo, a partir de um indivíduo com tuberculose (TB) pulmonar ou laríngea. O bacilo permanece viável sem causar tuberculose doença (TBD), mas a reativação pode ocorrer, se o indivíduo apresentar condições que favoreçam a multiplicação celular, como em pacientes imunossuprimido, com comorbidades ou em terapia imunossupressora. O tratamento preventivo da infecção por Mycobacterium tuberculosis (TPT), em populações com alto risco de desenvolver TBD, faz parte das estratégias de eliminação da TB. Este estudo, realizado em Mato Grosso do Sul, descreve a epidemiologia da ITB, no período de 2016 a 2020. Estudo transversal, descritivo com componente analítico, abrange 79 municípios do estado utilizando dados secundários do SINAN; LABGERENCIAL; IL-TB e fichas físicas de notificação (FN-ITB) para o período e/ou municípios sem implantação IL-TB. Os dados foram organizados e processados com o programa Microsoft excel-2016, linguagem “R” e ferramenta QGis de geoprocessamento. As análises compreenderam estatística descritiva e inferenciais com intervalo de confiança a 95% (IC95%) para proporções sociodemográficas e odds ratio para o desfecho estimativa de modelagem do tipo Logit e nível de significância p<0,05. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, CAAE: 30719320.0.0000.0021. Foram incluídas 968 pessoas em TPT, sendo 773 (3,97% - IC[3,69%; 4,25%]) provenientes de contatos de TBD que resultou em maior proporção de tratados entre os contatos sem confirmação laboratorial do que aqueles contatos com confirmação laboratorial (102 (4,00% - IC[3,29%; 4,86%], 491 (3,01% - IC[2,76%; 3,29%],) respectivamente). Outros 195 relacionados a indivíduos sem história de contato, entre eles 32 PVHIV representando menos de 5% em relação as PVHIV com CD4 ≤ 350 células/ mm³ 32/741 (4,31%). Comparado as faixas etárias a concentração foi entre 1 a 20 anos e maiores de 51 anos (IC 95% = 55,68%, (48,57; 63,57), com predomínio do sexo feminino (IC 95% = 53,31 (50,10; 56,48) e indígenas (43,18%, IC95%:40,04-46,37). Com implantação do IL-TB houve acréscimo de municípios notificantes (13 para 50) e de pessoas notificadas em TPT (147%), municípios com pacientes de TB com confirmação laboratorial apresentaram razão de contatos registrados (5,06) superior a dados estatísticos de moradores por domicílio. Houve consonância dos exames de exclusão de TB e indicação de ITB com os critérios protocolares em 88,50% dos indivíduos que realizaram todos os exames. Correlacionando o tratamento com rifampicina e isoniazida, a rifampicina apresentou melhor desempenho no número de doses tomadas (80%). A frequência de conclusão por tratamento completo foi significativamente superior entre a população indígena e naqueles indivíduos que realizaram todos os exames. Conclui-se lacunas nas indicações de tratamento, principalmente entre os contatos de TB e fortalecimento de indicação de TPT nos grupos prioritários. A implantação do IL-TB apresentou-se eficaz quanto ampliação de notificados, monitorados e tratados de ITB. |
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USO DE PLASMA DE DOADOR CONVALESCENTE PARA TRATAR PACIENTES COM INFECÇÃO GRAVE PELO SARS-COV-2 (COVID-19) |
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Curso |
Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias |
Tipo |
Dissertação |
Data |
13/04/2022 |
Área |
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS |
Orientador(es) |
- Julio Henrique Rosa Croda
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Coorientador(es) |
- Crhistinne Cavalheiro Maymone Goncalves
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Orientando(s) |
- Ghislaine Gonçalez de Araujo Arcanjo
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Banca |
- Ana Lucia Lyrio de Oliveira
- Anamaria Mello Miranda Paniago
- Julio Henrique Rosa Croda
- Karla Regina Warszawski de Oliveira
- Roberto Dias de Oliveira
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Resumo |
A COVID-19 é uma doença potencialmente fatal sem terapia específica. Evidências
sugerem que o plasma convalescente (PCC) pode ser útil contra casos graves de SARS-CoV2. Métodos: Ensaio clínico multicêntrico, controlado e randomizado, em cinco hospitais no
Brasil entre abril e dezembro de 2020, para avaliar se a transfusão de PCC de alta doses pode
beneficiar pacientes criticamente enfermos com COVID-19. Pacientes graves hospitalizados
com até 10 dias de início dos sintomas eram elegíveis. O estudo foi planejado para um tamanho
de amostra de 120 participantes. Foram adicionadas ao tratamento padrão três doses diárias
(600 ml cada) de transfusão de PCC (anticorpo neutralizante título ≥ 64), para o grupo
randomizado como grupo plasma, o grupo controle não recebeu nenhum tratamento adicional.
Os resultados primários foram a taxa de mortalidade em 30 e 60 dias. Os desfechos secundários
foram dias sem ventilação mecânica e dias sem hospitalização avaliados respectivamente aos
30 e 60 dias a partir da randomização. Resultados e discussão: cento e dez participantes foram
inscritos e três posteriormente excluídos. Entre os 107 participantes avaliados, 36 foram
randomizados para receber PCC e 71 para o grupo controle. As idades médias entre os grupos
foram 56 ± 15 anos (PCC) e 59 ± 12 anos (controle). As taxas de mortalidade foram de 22% no
PCC e 25% no grupo de controle (OR 0,84; IC de 95%, 0,32-2,25; P = 0,81) no dia 30 e 31%
(PCC) e 35% (controle) (OR 0,81; IC de 95%, 0,35-1,86; P = 0,67) no dia 60. O número de dias
livres de ventilação mecânica na avaliação de 30 dias foram 12,5 (PCC; intervalo, 0-30) e 12
(controle; 0-30; P = 0,82) e 42,5 (PCC; 0-60) e 39 (controle; 0-60; P = 0,80) no dia 60. O tempo
de permanência em internação hospitalar não foi diferente entre os grupos (P = 0,43). A
transfusão de PCC não gerou impacto significativo nos marcadores inflamatórios séricos.
Conclusão: A adição de PCC de alta dose para suporte no cuidado dos pacientes com COVID19 grave, não trouxe benefício na diminuição de mortalidade, nem reduziu o tempo de
permanência hospitalar ou a ventilação mecânica.
Palavras-Chave: Anticorpos neutralizantes. COVID-19. Infecções por Coronavírus.
Imunização Passiva. SARS-CoV2.
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TIPOS CELULARES ENVOLVIDOS NA RESPOSTA IMUNE À INFECÇÃO DA CÉRVICE UTERINA POR PAPILOMAVÍRUS DE ALTO RISCO ONCOGÊNICO (HR-HPV) |
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Curso |
Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias |
Tipo |
Dissertação |
Data |
30/03/2022 |
Área |
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Danielle Oliveira da Fonseca
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Banca |
- Antonio José Grande
- Cacilda Tezelli Junqueira Padovani
- Ines Aparecida Tozetti
- Luana Silva Soares
- Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
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Resumo |
A relação entre a infecção por HPV de alto risco oncogênico (HR-HPV) e as células da resposta imune é importante para compreensão da fisiopatologia da infecção e seu papel na progressão neoplásica. O objetivo deste trabalho é identificar as células da resposta imune envolvidas no processo de infecção por HR-HPV, correlacionadas ou não à presença de lesões cervicais e/ou câncer cervical. Um estudo de revisão sistemática composto por estudos primários de desenhos transversais, coortes e de caso controle foi realizado. A população de estudo foi composta por mulheres com testes positivos para HPV através de metodologia direta ou indireta. O quantitativo total de estudos recuperados foi de 6698, sendo 658 identificados como duplicatas. Portanto, o quantitativo final incluído foi de 6040. Posteriormente, 5957 estudos foram excluídos pois não respondiam à questão proposta. Dessa forma, 83 estudos foram considerados para leitura de texto completo. O quantitativo final de estudos incluídos foi de 25, visto que 58 estudos não atendiam aos critérios de elegibilidade. Ademais, foram adicionados 13 estudos via inserção manual. O quantitativo total, portanto, foi de 38 publicações divididas em 10 de metodologia indireta e 28 de metodologia direta. As lesões foram separadas por diferentes graus de acometimento em: câncer cervical, Lesão Intraepitelial Escamosa de Alto Grau (HSIL), Lesão Intraepitelial Escamosa de Baixo Grau (LSIL) e Negativo para Lesão Intraepitelial e Malignidade (NILM). Os tipos celulares relacionados às lesões foram: Linfócitos T (LT), Linfócitos B (LB), Linfócitos T Regulatórios (Tregs), Células Natural Killer (NK), Células NKT (NKT), Macrófagos, Células de Langerhans (LC) e Células Dendríticas (DC). Entre todas as relações observadas entre as células da resposta imune e a infecção viral/ lesões de acordo com a metodologia diretas e indireta, pode-se destacar como principais a presença de LT, LTregs e Macrófagos. Estas células estiveram aumentadas em um maior número de estudos associados à pacientes com infecção por HR-HPV e/ou lesões cervicais de alto grau, assim como, concordaram entre si, na grande maioria dos achados em ambas as metodologias. O risco de viés das publicações incluídas, assim como, a relação da qualidade da evidência, foram verificados utilizando-se a escala de New Castle Ottawa e GRADEpro, respectivamente. O presente trabalho, através da identificação de células da resposta imune em mulheres com infecção por HR-HPV contribui sugestivamente para o estabelecimento de estratégias para acompanhamento da progressão ou remissão de lesões cervicais assim como proposta inicial para novos estudos mais direcionados quanto à importância e funções efetoras de tais células. Contudo, é necessário considerar a importância de mais estudos longitudinais para uma melhor compreensão da resposta imune a longo prazo assim como a ausência dos fatores de inclusão e exclusão na maioria dos estudos incluídos. Os resultados encontrados nos fornecem dados preliminares sugestivos da importância dos LT, Tregs e Macrófagos em futuras pesquisas haja vista a concordância entre os achados das populações celulares e sua relação ao HR-HPV e lesões cervicais. |
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A CARGA DE DOENÇA POR SÍNDROME CONGÊNITA ASSOCIADA À INFECÇÃO PELO VÍRUS ZIKA (SCZ) NO BRASIL: USO DO INDICADOR ANOS DE VIDA AJUSTADOS PARA INCAPACIDADE (DISABILITY ADJUSTED LIFE YEARS – DALYS) |
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Curso |
Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias |
Tipo |
Dissertação |
Data |
08/03/2022 |
Área |
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS |
Orientador(es) |
- Everton Falcao de Oliveira
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Bruna Luiza de Amorim Vilharba
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Banca |
- Adriane Pires Batiston
- Alessandra Gutierrez de Oliveira
- Everton Falcao de Oliveira
- Márcio José de Medeiros
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Resumo |
O Zika vírus (ZIKV) adquiriu importância em saúde pública no Brasil anos de 2015-2016, quando causou uma epidemia na América Latina. Durante o período da epidemia notou-se o aumento de casos de microcefalia em recém-nascidos de mães infectadas pelo ZIKV durante a gestação. A partir do aumento desses casos e a forte sugestão de associação com a infecção intrauterina pelo ZIKV, o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiram a síndrome congênita associada ao Zika (SCZ) como um conjunto de anomalias congênitas observadas em crianças nascidas de mães com histórico de febre do Zika gestacional, que tem a microcefalia como sinal clínico de maior prevalência. Para descrever o impacto da SCZ no Brasil, o presente estudo teve como objetivo estimar a carga da doença devido a síndrome congênita associada ao ZIKV no Brasil por meio do indicador DALY (do inglês, disability adjusted life years) e de outras medidas de frequência, como incidência, prevalência e mortalidade durante os anos de 2015 a 2020. A associação destes indicadores com variáveis socioeconômicas também foi avaliada por meio do coeficiente de correlação de Spearman. Dados secundários extraídos do DATASUS e fornecidos pelo Núcleo de Governança de Dados do Ministérios da Saúde foram utilizados no estudo. A carga da doença foi expressa por meio de DALY. De 2015 a 2020 foram confirmados 3.591 casos de SCZ no Brasil, com incidência de 44,03 casos por 1.000 nascidos vivos e prevalência de 82,14 casos por 1.000 nascidos vivos. Durante o período do estudo, a mortalidade específica por SCZ foi de 12,35 óbitos por 1.000 nascido vivos. Foi estimada uma perda de 30.027,44 DALYs no período de 2015 a 2020. A região Nordeste apresentou os maiores valores para todos os indicadores. A correlação entre os indicadores de saúde e indicadores socioeconômicos sugeriram que há uma correlação significativa entre renda per capita, coeficiente de Gini, taxa de analfabetismo e instalação sanitária por fossa séptica. O estudo nos permitiu ter acesso a todos os casos de SCZ já notificados nos mostrando a possível situação da doença no Brasil e consideramos que nossos resultados podem auxiliar na compreensão de estudos futuros.
Palavras-chave: Síndrome Congênita do Zika vírus. Zika vírus. Epidemiologia. Indicadores de saúde.
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IDENTIFICAÇÃO MOLECULAR E PERFIL DE SUSCETIBILIDADE A ANTIFÚNGICOS DE ASPERGILLUS OBTIDOS DE SOLOS, EXPOSTOS E ISENTOS DE AZÓLICOS, NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL |
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Curso |
Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias |
Tipo |
Dissertação |
Data |
04/03/2022 |
Área |
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS |
Orientador(es) |
- Marcia de Souza Carvalho Melhem
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Francine de Sales Dorneles
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Banca |
- Anamaria Mello Miranda Paniago
- Cibele Aparecida Tararam
- Juliana Possatto Fernandes Takahashi
- Marcia de Souza Carvalho Melhem
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Resumo |
A ocorrência de falha terapêutica com fármacos da classe dos azóis, em
pacientes com aspergilose invasiva, é um desafio na prática médica. Fatores
predisponentes do hospedeiro e resistência antifúngica da cepa infectante são
atores importantes nesse cenário. A resistência em Aspergillus, fungo ubíquo na
natureza, é atribuída às duas vias de exposição: clínica, por tratamentos longos,
ou ambiental, por contato prévio com fungicidas triazólicos utilizados na
agricultura para controle de fungos fitopatógenos. Mutações idênticas,
responsáveis pela resistência a azóis, ocorrem em cepas ambientais e clínicas,
reforçando uma hipótese: resistência cruzada entre fármacos e agrotóxicos
triazólicos. O estudo, descritivo e prospectivo, investigou frequência de
resistência a triazólicos, em espécies ambientais de Aspergillus no estado de
Mato Grosso do Sul e correlação entre exposição ambiental a fungicidas.
Lavouras (n=9), caracterizando o ambiente pulverizado, e agroflorestas (n=3),
representando o ambiente isento de pulverização, localizadas em sete
municípios do estado. Amostras de solo (n=61) foram processadas e semeadas
em meio DRBC e proporcionaram isolamento de 131 colônias de Aspergillus,
classificadas por análise morfologia, em quatro seções, Fumigati (50%), Nigri
(18%), Terrei (16%) e Flavi (16%). A identificação de espécie por
sequenciamento do gene benA foi realizada em 68 isolados, proporcionando a
verificação de 10 espécies: A. fumigatus (50%), A. terreus (10%), A. niger (10%),
A. flavus (9%), A. alabamensis (6%), A. tubingensis (4%), A. tamarii (3%), A.
caelatus (2%), A. parasiticus (3%) e A.brasiliensis (3%). Asensibilidade dos
isolados a 3 fármacos, itraconazol (ITC), voriconazol (VCZ), posaconazol (POS)
e a 2 fungicidas triazólicos, tebuconazol (TEB) e difenoconazol (DIF) foi
determinada pelo valor de MIC, segundo procedimentos e pontos de corte,
epidemiológico e clínico, do comitê EUCAST. Isolados resistentes, ou não
selvagens (NWT), a azóis foram encontrados em alta frequência (92,6%) e em
todas as espécies, com destaque para multirresistência a ITC, VCZ e POS em
três isolados de A. fumigatus. Solo de lavouras teve origem de maior resistência
(37%), em relação ao de agroflorestas (29%). A. fumigatus resistente a azóis
foram recuperados com maior frequência de lavouras, em relação às
agroflorestas. A existência da rota da resistência ambiental nos agentes de |
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ASPECTOS CLÍNICOS E IMUNOLÓGICOS DE PACIENTES ASSINTOMÁTICOS OU COM FORMA LEVE DE COVID-19 QUE APRESENTARAM SINTOMAS PROLONGADOS |
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Curso |
Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias |
Tipo |
Dissertação |
Data |
04/03/2022 |
Área |
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Wellyngton Matheus de Souza Santiago
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Banca |
- Ana Paula da Costa Marques
- Ana Rita Coimbra Motta de Castro
- James Venturini
- Marco Antonio Moreira Puga
- Ricardo de Souza Cavalcante
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Resumo |
A Covid-19 é uma infecção causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, cujos pacientes infectados podem apresentar manifestações respiratórias e sistêmicas variadas. A evolução para a forma mais grave está associada a um processo inflamatório exacerbado, conhecido como “tempestade de citocina”. Apesar da maioria dos pacientes apresentar formas leves da doença, os sintomas prolongados têm sido observados, incluindo fraqueza, mialgia, cefaleia e alterações de paladar e olfato. Nesse contexto, a literatura dispõe de poucos dados sobre a resposta inflamatória desses pacientes. Visando compreender melhor os mecanismos inflamatórios envolvidos na ausência e persistência desses sintomas, o presente estudo de coorte prospectiva determinou o perfil de citocinas inflamatórias séricas em uma coorte de pacientes com teste molecular positivo para SARS-CoV-2 assintomáticos ou com a forma leve de Covid-19. Os pacientes incluídos realizaram quatro visitas, sendo a primeira (V1) em ambiente domiciliar (até 10 dias de sintomas) e as demais com 30 (V2), 60 (V3) e 120 (V4) dias do início dos sintomas no ambulatório do Hospital Dia “Professora Esterina Corsini” (HUMAP/UFMS. Durante as visitas ambulatoriais os pacientes foram submetidos a coleta de dados clínicos e demográficos, avaliação clínica, coleta de sangue periférico para realização de exames complementares laboratoriais e quantificação dos mediadores inflamatórios IL-6, IL-10, IL-12, IL-1β, TNF-α, GM-CSF e G-CSF utilizando kits de alta sensibilidade. Todos os pacientes foram também encaminhados para realização de exames de espirometria e tomografia computadorizada de tórax. Os resultados encontrados revelaram que 59,7% dos pacientes apresentaram sintomas prolongados após 30 dias, 53,3%% após 60 dias e 56% após 120 dias. Os principais sintomas prolongados foram: tosse (V1=28%; V2=16%; V3=9%; V4=13%), cefaleia (V1=25%; V2=19%; V3=9%; V4=25%), anosmia (V1=19%; V2=16%; V3=6%; V4=13%) e adinamia (V1=13%; V2=34%; V3=28%; V4=16%). Não foram observadas alterações significativas na função pulmonar. Os achados tomográficos de tórax relevaram lesões compatíveis com Covid-19 em 50% dos pacientes aos 30 dias e apenas 4% aos 120 dias. Os pacientes avaliados apresentaram níveis séricos de IL-6 mais elevados comparado ao grupo controle, cujas concentrações estiveram associadas ao índice de massa corpórea acima de 25. Assim, a presença de sintomas pós-Covid-19 em indivíduos que apresentaram a forma leve está associada a presença de inflamação do tipo low-grade, possivelmente relacionada ao sobrepeso. |
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Adesão à terapia antirretroviral em pessoas vivendo com HIV que são atendidas pela Rede de Atenção Psicossocial de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, 2014-2018 |
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Curso |
Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias |
Tipo |
Dissertação |
Data |
16/12/2021 |
Área |
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS |
Orientador(es) |
- Everton Falcao de Oliveira
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Anamaria Mello Miranda Paniago
- Anderson Ravy Stolf
- Claudia Du Bocage Santos Pinto
- Everton Falcao de Oliveira
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Resumo |
A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) continua sendo um grande problema
de saúde pública no Brasil. O atual protocolo clínico de tratamento brasileiro recomenda o
início da terapia antirretroviral (TARV) a todos os adultos com sorologia positiva para o HIV,
mesmo sem comprometimento imunológico. Atualmente, no contexto HIV/aids, um dos
maiores desafios diz respeito à adesão da TARV. O consumo de álcool e outras drogas em
pessoas vivendo com HIV (PVHIV) têm sido associados à diminuição da adesão ou
descontinuidade da TARV. O indivíduo com transtornos mentais apresenta um risco aumentado
de exposição em relação às infecções sexualmente transmissíveis. São poucos os estudos que
aproximam saúde mental e adesão à TARV no Brasil. Outro aspecto complicador são que os
serviços de assistências a esses indivíduos que trabalham dissociados. Deste modo, este estudo
avaliou a adesão à terapia antirretroviral em PVHIV atendidas na CAPS e/ou eCR, no período
de janeiro de 2014 a dezembro de 2018. Os objetivos constituem em descrever o perfil clínicoepidemiológico de PVHIV com transtornos mentais moderados ou graves, descrever os
esquemas terapêuticos e a adesão à TARV e identificar as variáveis associadas de má adesão à
TARV. Fundamentado em dados primários (aplicação de questionário) e secundários
(prontuários, sistemas de informações). A proporção de PVHIV com transtornos mentais
moderados ou graves, vinculadas aos pontos de atenção da RAPS, no período de estudo foi de
8,8 casos a cada 1000 PVHIV. O perfil epidemiológico predominante foi do sexo masculino,
brancos ou pardos, heterossexuais, com o ensino fundamental incompleto. Foram encontradas
percentuais de 40,2% de coinfecções; 44,4% indicação do uso de drogas; 35,5% de ideações ou
pensamentos suicidas. Em 1º lugar transtornos relacionados a abuso de substâncias e álcool,
em 2º transtornos depressivos e 3º lugar transtornos ansiosos. Evidenciou-se baixa adesão à
TARV em PVHIV com transtornos mentais. A falha terapêutica imunológica apresentou
associação com os transtornos mentais, com a presença de coinfecções no período. Os
resultados identificaram variáveis associadas à má adesão à TARV, como pessoas em situação
de rua, ao uso abusivo de álcool e de drogas ilícitas, acompanhamentos irregulares nos serviços
de saúde mental e infectologia. Os achados são importantes para auxiliar o trabalho das equipes
de saúde e poderão subsidiar a proposição de melhorias das linhas de cuidado aperfeiçoando
uma rede integrada para melhoria da saúde desse público atendido nessas regiões, além de gerar
conhecimentos para o fortalecimento das políticas de cuidado no âmbito do SUS.
Palavras-chave: saúde mental, transtornos mentais, terapia antirretroviral, adesão.
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INVESTIGAÇÃO DA PRESENÇA DE Bartonella spp. EM DOADORES DE SANGUE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO |
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Curso |
Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias |
Tipo |
Dissertação |
Data |
30/09/2021 |
Área |
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS |
Orientador(es) |
- Alexsandra Rodrigues de Mendonça Favacho
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Alexsandra Rodrigues de Mendonça Favacho
- Ana Lucia Oliveira
- Glaucia Elisete Barbosa Marcon
- Silvia Naomi de Oliveira Uehara
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Resumo |
Bartonella spp. são proteobactérias Gram-negativas fastidiosas de isolamento difícil que infectam eritrócitos e células endoteliais, e podem causar infecções assintomáticas à morbidade grave, inclusive condições potencialmente fatais em humanos. A transmissão acidental ao homem ocorre por inoculação da bactéria após contato traumático, mordedura ou arranhões de animais infectados, ou por vetores artrópodes hematófagos (flebotomíneos, pulgas, piolhos, moscas picadoras, carrapatos, e potencialmente os triatomíneos). Este estudo analisou a prevalência de Bartonella spp. em doadores de sangue do Hemocentro de Referência do estado do Rio de Janeiro, Brasil. Trata-se de um estudo transversal com dados primários. Foi coletado sangue periférico por amostragem de conveniência de doadores, no ano de 2018. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (CEP) do HEMORIO (Nº 409/16) e um questionário epidemiológico foi entregue aos doadores participantes. As amostras de soro foram analisadas para a presença de anticorpos IgG contra Bartonella henselae, utilizando o kit Bartonella henselae IFA IgG por reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI). Das 501 amostras de doadores de sangue, 12% (60/501) apresentaram anticorpos IgG anti-B. henselae, com cut-off igual ou superior a 64. Segundo análise socioepidemiológica entre os doadores sororreagentes, 18 (30%) eram do sexo feminino e 42 (70%) do sexo masculino; idade entre 18 e 65 anos (média de idade foi de 37,55 anos), todos residentes da região metropolitana do estado Rio de Janeiro, sendo a maioria do município do Rio de Janeiro (41/68,3%) e o contato com animais e vetores foi relatado, mas não houve variáveis significativas (p≤ 0.05) pelos testes Qui-quadrado ou exato de Fisher, quando avaliados: gênero, cor/raça, exposição com vetores, contato com animais e faixa etária. Pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR) convencional foram utilizados 3 iniciadores específicos direcionados aos genes da proteína citrato sintase (gltA), da proteína de choque térmico (htrA) e da subunidade beta da RNA polimerase (rpoB). A presença de DNA de Bartonella na corrente sanguínea foi detectada em 0,2% (01/501) dos doadores para o gene gltA. A sequência obtida apresentou 100% de semelhança a Bartonella henselae. Os resultados deste estudo indicam evidência sorológica significativa de Bartonella henselae em doadores de sangue no estado do Rio de Janeiro e faz-se necessário a adição da Bartonella spp. na lista de agentes de transmissão transfusional na triagem de rotina em doadores de sangue. |
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