Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias

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Trabalhos

Trabalhos Disponíveis

TRABALHO Ações
ESTUDO DESCRITIVO E COMPORTAMENTAL DOS USUÁRIOS DE PREP EM CAMPO GRANDE, MS.
Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
Tipo Dissertação
Data 28/09/2023
Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
Orientador(es)
  • Ana Rita Coimbra Motta de Castro
Coorientador(es)
    Orientando(s)
    • Roberto Paulo Braz Júnior
    Banca
    • Ana Rita Coimbra Motta de Castro
    • Gabriela Alves Cesar
    • Iara Barbosa Ramos
    • Mauricio Antonio Pompilio
    Resumo Desde a identificação dos primeiros casos de infecção pelo vírus da imunodeficiência (HIV) no mundo, a epidemia da infecção pelo HIV continua sendo um grande desafio para a saúde pública. Estima-se que o número de casos novos de HIV segue aumentando no Brasil e no mundo, afetando desproporcionalmente alguns grupos populacionais chave. A partir de 2012 e com o intuito de impedir a ocorrência de novas infecções pelo HIV, surge, como parte de uma combinação de abordagens de prevenção farmacológica utilizando antirretrovirais para pessoas com maior risco de se infectarem pelo HIV, a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP). Considerando a comprovada relação entre a efetividade da PrEP na redução da transmissão do HIV e a sua adesão, o presente estudo teve como objetivo estudar os aspectos epidemiológicos, bem como identificar as barreiras de acesso ao serviço dos usuários de PrEP contra HIV/AIDS atendidos no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) de Campo Grande, MS. Trata-se de um estudo transversal, realizado entre janeiro de 2021 e abril de 2022, que incluiu 140 usuários de PrEP atendidos nesta unidade do Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados sobre as características sociodemográficas e fatores associados ao abandono de PrEP foram obtidos por meio de entrevistas individuais utilizando questionário padronizado. A maioria dos usuários de PrEP é homens-cis (92,0%) brancos (51,0%), maiores de 30 anos (56,5%), de orientação homossexual (76,5%) e com pelo menos 12 anos de estudo formal (77,5%). Cerca de 60,0% admitiram uso inconsistente de preservativo em relações sexuais recentes, principalmente de natureza anal. Aproximadamente 88,00% se veem em risco de contrair infecção sexualmente transmissível (IST) no próximo ano. Quanto as novas formas de apresentação, 46,0% revelou que usaria “PrEP sob demanda” e 92,00% tem interesse no uso de “PrEP injetável”. Após seis meses de acompanhamento, 43,6% (IC 95,0%: 35,5-52,0) descontinuaram o uso da PrEP, principalmente devido a mudanças no comportamento sexual (38,3%) e dificuldades de acesso a serviços de saúde (21,3%). O estudo ressalta a necessidade de inclusão de diferentes populações-chave e destaca a importância da PrEP como estratégia de acompanhamento contínuo para prevenção do HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), além da importância de incluir novas apresentações como opção para PrEP oral diária no SUS.
    ABANDONO DE TRATAMENTO ANTIRRETROVIRAL (TARV) EM PESSOAS QUE VIVEM COM HIV/aids (PVHA) EM CAMPO GRANDE, MATO GROSSO DO SUL
    Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
    Tipo Dissertação
    Data 25/09/2023
    Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
    Orientador(es)
    • Ana Rita Coimbra Motta de Castro
    Coorientador(es)
      Orientando(s)
      • Andréia Souza Pinto da Silva
      Banca
      • Anamaria Mello Miranda Paniago
      • Ana Rita Coimbra Motta de Castro
      • Gabriela Alves Cesar
      • Silvia Naomi de Oliveira Uehara
      • Tayana Serpa Ortiz Tanaka
      Resumo Mesmo após 40 anos de epidemia, a infecção causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) ainda se configura como um problema global de saúde pública, apesar de ter se tornado uma condição clínica crônica controlável em virtude da eficácia da terapia antirretroviral. Entretanto, seu manejo, apresenta fragilidades no que tange ao acesso ao cuidado integral, tais como diagnóstico tardio e abandono de tratamento, sendo este último o foco deste estudo. Esta pesquisa teve por objetivo caracterizar o abandono de tratamento antirretroviral (TARV) nas pessoas que vivem com HIV/aids (PVHA) no município de Campo Grande – MS e avaliar a estratégia de reaver a vinculação destes usuários ao tratamento antirretroviral. Primeiramente, foi conduzido um estudo transversal retrospectivo que utilizou informações de bancos de dados de usuários em perda de seguimento/tratamento antirretroviral, e em seguida foi realizada uma busca ativa para reengajar PVHA nos cuidados médicos. A população estudada incluiu PVHA acima de 18 anos, não gestante e com perda de seguimento/abandono de tratamento ≥ 100 dias em dois serviços de assistência especializada em HIV/aids no período de janeiro de 2021 a abril de 2022. Um total de 852 PVHA em Loss To Follow Up (LTFU) foram incluídas. A maioria era homem, adulto jovem (média de 38 anos), em tratamento há mais de três meses antes da perda de seguimento, com contagem de células CD4+ acima de 200 células/μl, e com a última determinação de carga viral detectável há mais de 12 meses. A taxa de não-adesão/revinculação ao TARV na população estudada foi de 45,76% associada à idade maior ou igual a 46 anos, contagem de células CD4 menor que 100 células/uL, tempo de perda de seguimento ≥12 meses e mais de uma tentativa de contato de busca ativa. A última carga viral detectável e o tempo em abandono maior ou igual a três meses foram fatores associados ao reengajamento e consequente retorno ao TARV. A estratégia de rastreamento das PVHA em LTFU por telefonemas foi realizada para apenas 31,69%, contudo destes, apenas 3,39% retornaram ao tratamento. O déficit na atualização de dados, no monitoramento, na vinculação, na retenção e no preenchimento correto dos sistemas de informação relacionados às PVHA corroboram para o desfecho negativo. O desenvolvimento de estratégias de reengajamento é relativamente novo, com vários estudos em todo o mundo, mas as pesquisas ainda são limitadas no Brasil. Os resultados deste estudo demonstram a relevância das intervenções centradas no paciente e a necessidade de garantir o tratamento precoce e promover a permanência no cuidado com a consequente supressão viral, impactando nos indicadores de saúde da população, com ênfase nos gestores de saúde e partes interessadas no cuidado ao HIV.
      IMPACTO DA VACINAÇÃO PRÉVIA COM BCG NA RESPOSTA ANTI-SPIKE IGG EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE IMUNIZADOS COM DIFERENTES VACINAS CONTRA COVID-19
      Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
      Tipo Dissertação
      Data 04/09/2023
      Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
      Orientador(es)
      • Julio Henrique Rosa Croda
      Coorientador(es)
        Orientando(s)
        • Mariana Gazzoni Sperotto
        Banca
        • Cacilda Tezelli Junqueira Padovani
        • Ines Aparecida Tozetti
        • Julio Henrique Rosa Croda
        • Karla Regina Warszawski de Oliveira
        • Sabrina Moreira dos Santos Weis
        Resumo A COVID-19 é uma doença infecciosa causada pelo Coronavírus SARS-CoV-2, com impacto global. Diversas pesquisas foram conduzidas em busca de vacinas para prevenir a infecção, das quais, a AstraZeneca, CoronaVac e BNT162b2 foram aplicadas no Brasil. A vacina Bacilo de Calmette e Guérin (BCG), utilizada contra a tuberculose, demonstrou em estudos proteger contra patógenos inespecíficos, ativando macrófagos, fagócitos e citocinas pró-inflamatória, possuindo atividade antiviral. Essa atividade antiviral inespecífica levou a um interesse em investigar se essa vacina poderia oferecer alguma proteção contra o SARS-CoV-2. Com isso, o objetivo do presente estudo foi quantificar a soroconversão e os níveis de anticorpos produzidos pelas vacinas disponíveis no mercado brasileiro, considerando a influência da vacinação com a BCG. Foram selecionados 874 trabalhadores da saúde com idade acima de 18 anos e divididos em grupos para as vacinas AZD1222 (n=592), CoronaVac (n=264) e Pfizer (n=18), cada um com subdivisão entre aqueles que receberam o placebo e aqueles que receberam a BCG. Realizou-se teste quantitativo e qualitativo de anti-spike IgG, utilizando um ensaio quimioluminescente de micropartículas imunológicas no soro coletado 28 dias após a vacinação. O grupo que recebeu a vacina Pfizer apresentou um número reduzido de participantes, e portanto, seus resultados foram excluídos da análise estatística. O estudo encontrou os níveis de anticorpos anti-spike IgG duas vezes mais elevados na vacina AZD1222 em comparação com a CoronaVac (geometric mean ratio (GMR) 2,58, 95% intervalo de confiança (IC)) com duas doses, e quando comparado duas doses da CoronaVac com uma dose de AZD1222, o resultado foi similar (GRM 0,99, 95% IC). A presença da BCG (grupo BCG n=435; placebo salina n=439) não induziu o aumento de anticorpos contra SARS-CoV-2 em ambos os grupos (AZD1222 p=0,38; CoronaVac p=0,76). Com isso, conclui-se que a presença da vacina BCG não aumentou a proteção mediada por anticorpos contra a COVID-19, e a vacina AZD1222 induziu duas vezes mais anticorpos que a CoronaVac.
        ANÁLISE DA COBERTURA VACINAL EM CRIANÇAS MENORES DE 2 ANOS, EM CAMPO GRANDE/MS, NO PERÍODO DE 2005 E 2017-2018.
        Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
        Tipo Dissertação
        Data 06/06/2023
        Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
        Orientador(es)
        • Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
        Coorientador(es)
          Orientando(s)
          • Emmanuela Maria de Freitas Lopes
          Banca
          • Ana Paula da Costa Marques
          • Everton Falcao de Oliveira
          • James Venturini
          • JOSE CASSIO DE MORAES
          • Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
          Resumo A vacinação é uma medida essencial de prevenção em saúde pública, com impactos significativos na redução de doenças. No Brasil, por meio do Programa Nacional de Imunização, são ofertados à população 47 imunobiológicos, incluindo vacinas, soros e imunoglobulinas, com um custo anual de 4,3 bilhões de reais. O uso de Inquéritos de Cobertura Vacinal (ICV) identifica a cobertura vacinal com base nos registros das cadernetas de vacinação e elenca os motivos de hesitação vacinal informados pelos responsáveis. O objetivo da pesquisa foi analisar e comparar os resultados dos inquéritos de cobertura vacinal na coorte de nascidos nos anos de 2005 e 2017/2018, em Campo Grande, MS. Trata-se de estudo observacional descritivo de caráter quantitativo, realizado pela comparação dos resultados dos ICVs realizados no município de Campo Grande, MS, nos anos de 2005 e 2017/2018. Foram descritos os motivos de hesitação vacinal no ICV realizado com a coorte de nascidos vivos no ano de 2017/2018. Verificou-se que as coberturas vacinais nos períodos do estudo não alcaçaram as metas de 95%, preconizadas pelo Ministério da Saúde, passando de 72,2% em 2005 para 54,2% em 2017/2018. No SIPNI as coberturas vacinais foram superiores às encontradas nas fotos das cadernetas de vacinação em ambos inquéritos, principalmente para os imunobiológicos administrados preferencialmente nas maternidades. Houve aumento no nível de escolaridade materna, no número de salas de vacinas e de equipes de saúde da família, contudo sem aumento da cobertura vacinal. O contexto pandêmico, o medo das reações vacinais, a falta de tempo para levar a criança para vacinar, o horário inadequado de funcionamento do posto e a falta de vacina foram os principais motivos elencados pelos responsáveis para que as crianças não fossem vacinadas.
          COBERTURA VACINAL ENTRE CASOS CONFIRMADOS DE DOENÇAS IMUNOPREVENÍVEIS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA EM MATO GROSSO DO SUL, 2011 A 2020
          Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
          Tipo Dissertação
          Data 31/05/2023
          Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
          Orientador(es)
          • Everton Falcao de Oliveira
          Coorientador(es)
            Orientando(s)
            • Danielli de Almeida Moura
            Banca
            • Claudia Du Bocage Santos Pinto
            • Everton Falcao de Oliveira
            • Márcio José de Medeiros
            • Maria Elizabeth Araujo Ajalla
            • Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
            Resumo O Brasil, por meio do Programa Nacional de Imunização (PNI), distribui milhões de doses de vacinas, de forma universal e gratuita. Entretanto, nos últimos anos tem sido observado o ressurgimento de doenças controladas no passado, o que pode ser atribuído à significativa queda nas coberturas vacinais em todo o país. Desde a década de 1990, as coberturas vacinais (CV) infantis estavam acima de 95%; no entanto, a partir de 2016, essas coberturas têm declinado expressivamente, o que alerta para a emergência de crises sanitárias. Mediante este cenário, este estudo teve como objetivo estimar a CV na população de indivíduos que foram notificados como casos confirmados de doenças imunopreveníveis de notificação compulsória, cujas vacinas estão disponíveis no PNI, em Mato Grosso do Sul, no período entre 2011 a 2020. Trata-se de um estudo descritivo transversal realizado com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foi realizada analise descritiva dos resultados. A incidência foi utilizada como medida de frequência de doenças e a proporção de vacinados entre todos os casos foi utilizada para a descrever a CV segundo doença e sexo. Durante o período de janeiro de 2011 a dezembro de 2020, foram reportados ao SINAN do Mato Grosso do Sul 34.822 casos de doenças preveníveis por vacinas; destes, 17.595 (50,53%) foram confirmados. A maior CV observada dentre os casos confirmados de cada doença, foi de 50% para difteria, seguida por coqueluche (48,93%), raiva humana (33,33%), tétano (26,66%), hepatite B (26,57%), influenza (13,49%), varicela (13,09%), hepatite A (6,58%) e meningite por Haemoplhilus (0). A média da CV entre os casos confirmados destas doenças, exceto varicela, manteve-se extremamente baixa ao longo dos dez anos de estudo, variando de 18,83% no ano de 2012 a 39,21% em 2013. Entre os anos de 2013 e 2015, houve uma queda de 48,83% na média da CV entre os casos confirmados dessas oito doenças imunopreveníveis; entre 2017 e 2018, a queda foi de quase 45,46%. Em Mato Grosso do Sul, considerando dados de cobertura para a população geral que são de domínio público no DATASUS, de 2011 a 2020, observamos uma tendência decrescente na cobertura vacinal, que atingiu percentuais acima de 95% entre os anos de 2014 e 2015, decaindo para 64% em 2016. Em contrapartida, ao considerar somente os dados vacinais entre os casos confirmados das doenças passíveis de prevenção por imunização, a cobertura vacinal é drasticamente menor, uma vez que nossos dados evidenciaram um total de 22,01% de CV dentre os casos confirmados de nove doenças preveníveis por vacinação, cujas vacinas estão disponíveis no SUS.

            Palavras-chave: vacinação, cobertura vacinal, doenças imunopreveníveis, notificação compulsória, epidemiologia.
            OCORRÊNCIA DA INFECÇÃO POR Bartonella sp. E Ehrlichia sp. EM CÃES (Canis lupus familiaris) E GATOS (Felis catus) DE CAMPO GRANDE, MS
            Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
            Tipo Dissertação
            Data 12/05/2023
            Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
            Orientador(es)
            • Alexsandra Rodrigues de Mendonça Favacho
            Coorientador(es)
              Orientando(s)
              • Camila Maria dos Santos
              Banca
              • Alexsandra Rodrigues de Mendonça Favacho
              • Carina Elisei de Oliveira
              • Daniel Maximo Corrêa de Alcantara
              • Eduardo de Castro Ferreira
              • Eliane Mattos Piranda
              Resumo A casuística de agentes transmitidos por vetores possui uma elevada ocorrência na clínica de
              pequenos animais. A região Centro-Oeste do Brasil apresenta uma elevada detecção de
              patógenos transmitidos por vetores que possuem caráter zoonótico. Sabendo disso, existe uma
              necessidade de monitoramento para implementação de medidas de prevenção e controle das
              mesmas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a presença e o contato prévio de Bartonella sp. e
              Ehrlichia sp. em cães e gatos atendidos na clínica veterinária da Universidade Anhanguera
              Uniderp no ano de 2019. Foram utilizadas 93 amostras de cães e 45 de gatos. As amostras de
              sangue total e soro foram coletadas de animais atendidos na rotina da clínica universitária –
              Anhanguera Uniderp. Dos 93 cães examinados, 71(76%) amostras de soro foram reagentes para
              RIFI de Ehrlichia canis e em 30 amostras de sangue foram detectável DNA de Ehrlichia sp.,
              com uma prevalência total de 78% de cães positivos para erliquiose. As análises dos modelos
              estatísticos demonstraram que cães machos, jovens com trombocitopenia e anemia são
              sugestivos de testagem positiva para Ehrlichia sp. O DNA de Bartonella sp. não foi detectado
              em nenhuma amostra de cão, contudo houve uma soroprevalência de 12% (11/93), sendo o
              primeiro trabalho a relatar a exposição de cães para Bartonella henselae na cidade Campo
              Grande, MS. Com relação aos gatos, das 45 amostras de sangue, uma testou positivo na
              detecção de DNA de Ehrlichia sp., e de 30 amostras de soro analisadas por RIFI, 3 (10%) foram
              sororreagentes. Trinta amostras de soro de gatos foram testadas para RIFI de Bartonella
              henselae, com uma soroprevalência de 40% (12/30), enquanto o DNA de Bartonella sp. foi
              detectado em 5 (11%) de 45 amostras analisadas. Por falta de dados nenhum sinal clínico ou
              alteração hematológica foi comparado ao resultado dos gatos positivos. Esses resultados
              demonstram uma ocorrência alta de erliquiose em cães na população estudada e a exposição de
              animais domésticos da cidade de Campo Grande - MS a Bartonella sp., ainda pouco estudada
              no estado, assim como a identificação dos gatos positivos para o DNA de Bartonella sp. alertam
              para o risco de transmissão desta zoonose aos humanos.
              ESTUDO MOLECULAR DE PATÓGENOS EMERGENTES E REEMERGENTES NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL COM ARBOVIROSES NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
              Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
              Tipo Dissertação
              Data 14/04/2023
              Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
              Orientador(es)
              • Alexsandra Rodrigues de Mendonça Favacho
              Coorientador(es)
              • Zoraida del Carmen Fernandez Grillo
              Orientando(s)
              • Gislene Garcia de Castro Lichs
              Banca
              • Alexsandra Rodrigues de Mendonça Favacho
              • Everton Falcao de Oliveira
              • Everton Ferreira Lemos
              • FELIPE GOMES NAVECA
              • VALDINETE ALVES DO NASCIMENTO
              Resumo A emergência de arboviroses em locais vulneráveis (regiões com condições favoráveis a manutenção do vetor, com vulnerabilidade social e econômica e com populações susceptíveis aos arbovírus) representa um potencial desafio para a Saúde Pública no Brasil. Além das arboviroses, outras doenças com similaridade de sintomas, circulando simultâneamente são subdiagnosticadas por falta, entre outros fatores, da implantação de testes diagnósticos específicos na rotina laboratorial. Esse trabalho buscou analisar a ocorrência de patógenos até então, pouco estudados no estado, em amostras encaminhadas ao Laboratório Central de Saúde Pública do Mato Grosso do Sul (LACEN-MS). Trata-se de um estudo epidemiológico, ambidirecional, baseado em análise molecular de Mayaro, Oropouche, Eritrovírus B19 e Nilo Ocidental em amostras biológicas com suspeita de dengue, zika e chikungunya, porém negativas na PCR e sorologicamente, no período de 2017 a 2022. Um total de 773 amostras foram submetidas à amplificação por PCR com protocolos já validados pela Fiocruz Amazônia. O DNA de Eritrovírus B19 (B19V) foi detectado em 10,6% das amostras examinadas, e entre elas 10 eram de gestantes. As amostras positivas para B19V foram sequenciadas e a reconstrução filogenética mostrou que todas as amostras pertencem ao genótipo 1a (G1a). Os resultados comprovam a importância da inclusão de B19V no diagnóstico laboratorial diferencial, não apenas para fins epidemiológicos, mas também para a conduta do tratamento adequada ao paciente. Apesar da ausência de evidências moleculares de MAYV, OROV e WNV nas amostras examinadas, reiteramos a importância da vigilância integrada para detectar a circulação de arbovírus negligenciados e emergentes no Brasil e na construção de diferentes ações para os desafios na interface animal-humano-ecossistema (Saúde Única). São muitos os casos que, apesar dos sintomas clínicos levarem a suspeita clínica de arboviroses, os resultados laboratoriais são negativos, o que dificulta o diagnóstico no serviço de saúde. Desta forma, nossos resultados reforçam a necessidade de fortalecimento e integração das vigilâncias epidemiológica, vetorial e laboratorial, a fim de ampliar as investigações de patógenos circulantes e direcionarmos métodos de controle e prevenção contra essas doenças no estado de Mato Grosso do Sul e em todo o país, uma vez que a população está suscetível a esses patógenos.

              Palavras-chave: Arboviroses, Eritovirus B19, Vigilância, diagnóstico diferencial.
              BIOMARCADORES ASSOCIADOS A GRAVIDADE NA INFECÇÃO POR SARS-CoV-2
              Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
              Tipo Dissertação
              Data 04/04/2023
              Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
              Orientador(es)
              • Julio Henrique Rosa Croda
              Coorientador(es)
              • Marco Antonio Moreira Puga
              • Crhistinne Cavalheiro Maymone Goncalves
              Orientando(s)
              • Fabiani de Morais Batista
              Banca
              • Crhistinne Cavalheiro Maymone Goncalves
              • Julio Henrique Rosa Croda
              • Karla Regina Warszawski de Oliveira
              • Rivaldo Venancio da Cunha
              • Roberto Dias de Oliveira
              Resumo A doença por Coronavírus 2019 (COVID-19) é altamente infecciosa. Estudos documentaram a relação entre a gravidade da COVID-19 e os níveis circulantes de proteína C reativa (PCR), interleucina-6 (IL-6) e D-dímero. Em pacientes com a COVID-19 grave, foram encontrados níveis elevados de IL-6 e interleucina 2 (IL-2) e fator de necrose tumoral-Alfa (TNF-α). Outros marcadores são identificados de forma semelhante quando pacientes com COVID-19 em estado crítico apresentaram maiores níveis circulantes de IL-2, IL-7, IL-10 e TNF-α. Uma melhor compreensão das respostas imunes à infecção por SARS-CoV-2 que diferencie casos leves de graves é fundamental para uma avaliação acurada do prognóstico e identificação de futuros biomarcadores. O objetivo do estudo foi identificar diferenças nos níveis de biomarcadores sorológicos entre indivíduos com COVID-19 leve e grave. Métodos: Foram incluídos participantes de quatro cidades brasileiras, maiores de 18 anos, no período de outubro de 2020 a junho de 2021. Os participantes foram testados para presença de SARS-CoV-2 através da Reação em Cadeia da Polimerase com Transcrição Reversa Quantitativa (RT-qPCR) e, adicionalmente, tiveram uma amostra de sangue coletada para posterior análise dos biomarcadores. Os participantes foram divididos em casos índices (participantes com suspeita clínica de gripe, com até 11 dias de sintomas, com teste positivo para SARS-CoV-2, hospitalizados ou não) e contatos domiciliares de casos índices não hospitalizados (independentemente de apresentarem ou não sintomas), o que possibilitou a análise de amostras de participantes positivos assintomáticos e grupo controle negativo. A análise dos biomarcadores sorológicos foi realizada utilizando a tecnologia MAGPIX Luminex® xMAP®, usando três painéis MILLIPLEX® Map diferentes. Setenta e um biomarcadores foram quantificados de participantes com infecção por SARS-CoV-2 e grupo controle. Correlacionamos os níveis dos marcadores biológicos com os grupos controle Negativo (C), assintomático (A), não hospitalizado (leve-M) e hospitalizado (grave-S). Resultados: Foram incluídos 48 participantes, sendo a maioria do sexo feminino (67%), com mediana de idade de 47 anos. Dentre os biomarcadores de angiogênese, identificamos 6/17 (EGF, IL-8, HGF, HB-EGF, VEGF-C, VEGF-A) que apresentaram níveis significativamente elevados nos casos graves. Entre os biomarcadores de doenças cardiovasculares, 7/10 apresentaram diferenças significativas entre os grupos (D-dímero, GDF-15, mioglobina, sICAM-1, MPO, P-selectina e Lipocalinlipocalin-2/NGAL). Os biomarcadores D-dímero, GDF-15 e sICAM-1 estavam com os níveis mais elevados nos casos graves quando comparados com os demais grupos. Das citocinas/quimiocinas avaliadas, 9/44 apresentaram diferença estatisticamente significativa entre os grupos (IL-6, IL-7, IL-18, IP-10, M-CSF, MDC, MIP-1 beta, PDGF-AA e TNF alfa). IL-6, IP-10, M-CSF, MDC e MIP-1 beta foram maiores nos casos graves do que no grupo C. Conclusão: Este é o primeiro estudo compressivo no Brasil que identificou e descreveu níveis de marcadores biológicos relacionados aos níveis de citocinas, sistema cardíaco e endotelial. Pode-se observar que a maioria das alterações dos biomarcadores, quando comparados entre os grupos, apresentaram diferença estatisticamente significativa. Embora tenha sido possível encontrar alterações da maioria dos biomarcadores em participantes hospitalizados, estudos adicionais são necessários visando melhorar a associação com a evolução clínica, monitoramento e os fatores de riscos dos indivíduos com a COVID-19.
              PRESENÇA DE CÉLULAS CD57+, CD163+ E DNA PAPILOMAVÍRUS HUMANO NA CAVIDADE ORAL DE PACIENTES COM LEUCOPLASIA E CARCINOMA EPIDERMOIDE ORAL
              Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
              Tipo Dissertação
              Data 31/03/2023
              Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
              Orientador(es)
              • Ines Aparecida Tozetti
              Coorientador(es)
                Orientando(s)
                • Jennifer Naed Martins de Freitas
                Banca
                • Alda Maria Teixeira Ferreira
                • Cacilda Tezelli Junqueira Padovani
                • Ines Aparecida Tozetti
                • James Venturini
                • Marco Antonio Moreira Puga
                Resumo O câncer orofaríngeo tem aumentado entre jovens e adultos nos últimos anos e tem
                como uma das principais causas a infecção por Papilomavírus humano (HPV), que é
                considerada uma Infecção sexualmente transmissível (IST). A leucoplasia é a lesão
                potencialmente neoplásica mais comum na cavidade oral apresentando grande risco
                para desenvolvimento de câncer epidermoide oral. As lesões na cavidade oral têm
                fatores de risco em comum, existindo a possibilidade de que a infecção por
                Papilomavírus humano (HPV) possa favorecer a transformação maligna nas
                diferentes lesões leucoplásicas e assim, progredindo para carcinoma epidermoide
                oral (CEO). O sistema imune é responsável pela eliminação do HPV na maioria das
                infecções, entretanto a persistência do vírus é fator predisponente para a
                transformação maligna das células infectadas. As células NK são responsáveis por
                eliminar células infectadas por vírus e células tumorais. Já os macrófagos podem ser
                ativados pela via clássica, onde são chamados de M1 e destroem microrganismos,
                desencadeiam a inflamação, ou pela via alternativa sendo denominados M2 ou
                macrófagos associados a tumor (TAM). O presente trabalho visou correlacionar a
                expressão de CD57 (células Natural Killer - NK) e CD163 (Macrófagos M2) à
                detecção de DNA de HPV em pacientes com leucoplasia e CEO. Os participantes
                foram selecionados no período de 2018 a 2020 nas Clínicas da Faculdade de
                Odontologia da UFMS e no Centro de Especialidades Odontológicas da Secretaria
                Municipal de Saúde de Campo Grande - MS. CEP/UFMS 2.621.049. Para a
                detecção do HPV por Nested PCR, foram coletadas células esfoliadas obtidas da
                superfície das lesões e após esta coleta, os pacientes foram submetidos a
                procedimentos cirúrgicos para biópsia das lesões, utilizadas para histopatologia e
                imunohistoquímica. A frequência de detecção do DNA de HPV entre os participantes
                da pesquisa foi de 27,78% (10/36). As lesões foram classificadas como Epitélio Sem
                Displasia (n=6), Displasia Epitelial Discreta (n=7), Displasia Epitelial Moderada (n=9)
                e CEO (n=17). Em amostras classificadas histologicamente como CEO, a expressão
                de CD163 (macrófagos M2) foi maior (4456,32 cels/mm3
                ), enquanto que a expressão
                de CD57 (células NK) foi menor (2741,05 cels/mm3
                ). Não houve relação entre a
                positividade para DNA de HPV e a expressão de CD163 e CD57 (p>0,05). Não houve relação entre a positividade para DNA de HPV e os resultados
                histopatológicos. Elevada expressão de CD163 e menor expressão de CD57 em
                tecidos com CEO representa um pior prognóstico considerando a atividade pró-
                tumoral dos macrófagos M2 e menor quantidade de células NK que poderiam
                eliminar as células tumorais contendo a progressão do tumor.
                Palavras-chave: Cavidade Oral, Displasia epitelial e Imunohistoquímica.
                COVID-19: Impactos da pandemia e das medidas restritivas na comunidade escolar de Campo Grande - MS
                Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
                Tipo Dissertação
                Data 23/02/2023
                Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
                Orientador(es)
                • Eduardo de Castro Ferreira
                Coorientador(es)
                • Zoraida del Carmen Fernandez Grillo
                Orientando(s)
                • Sanderson da Silva Coelho
                Banca
                • Alexsandra Rodrigues de Mendonça Favacho
                • Eduardo de Castro Ferreira
                • Elaine Cristina Vaz Vaez Gomes
                • Glaucia Elisete Barbosa Marcon
                • Suellem Luzia Costa Borges
                Resumo A pandemia da COVID-19 causada pelo SARS-CoV-2 tornou-se um dos grandes desafios do século XXI, devido a rápida disseminação do vírus e altas taxas de mortalidade. O primeiro surto foi relatado em Wuhan, província de Hubei, China durante um alerta sobre vários casos de pneumonia. Desde então, o vírus se espalhou por todo o mundo e, no dia 20 de maio de 2020, já havia registro de cerca de 4.806.299 pessoas infectadas com a síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV 2), o que ocasionou 319.599 mortes. Em Mato Grosso do Sul, o governador do estado por meio do Decreto N° 15391 de 16 de março de 2020, suspendeu todas as atividades que implicassem a aglomeração de pessoas e, dentre elas, as aulas presenciais nas unidades de educação de forma temporária. Por isso, o presente estudo tem por objetivo identificar as repercussões psicossociais da COVID-19 em comunidades de escolas públicas estaduais e
                municipais da cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, avaliando a percepção da comunidade escolar com respeito à pandemia, às medidas restritivas e seus impactos e investigar adesão de vacinação declarada pelos participantes da comunidade estudada. A pesquisa teve um
                cunho exploratório por meio da análise descritiva, e tabulação de dados no RedCap por meio do percentual de respostas obtidas dos questionários. Como resultado, houve aceite de vinte escolas
                públicas da cidade de Campo Grande, com a participação total de 1.043 indivíduos sendo eles
                34,99% professores e 65,0% pais ou responsáveis. A pandemia apresentou grandes impactos no período de voltas aulas, tendo 5,3% de evasão escolar de alunos que não retornaram a escola por motivos de saúde de algum familiar ou pela exposição ao vírus. Outro fator de grande impacto foi 55,7% da redução da renda familiar que afetou 59,63% nos hábitos alimentares. Além disso, observou-se 77,56% de prevalência de sintomas da COVID-19 nos participantes. Tendo a febre, dor de cabeça, perda do paladar, perda do olfato, dor na garganta, secreção nasal e diarreia os maiores índices de sintomas apresentados. Além disso, observou-se nas repercussões psicológicas dos participantes o sentimento de medo, ansiedade, dificuldade de concentração.
                FUNGEMIA POR SACCHAROMYCES CEREVISIAE ASSOCIADA AO USO DO PROBIÓTICO S. CEREVISIAE VAR BOULARDII. RELATO DE UMA SÉRIE DE CASOS E REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA
                Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
                Tipo Dissertação
                Data 31/01/2023
                Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
                Orientador(es)
                • Anamaria Mello Miranda Paniago
                Coorientador(es)
                  Orientando(s)
                  • Bruna Abdul Ahad Saad
                  Banca
                  • Anamaria Mello Miranda Paniago
                  • Claudia Elizabeth Volpe Chaves
                  • LUANA ROSSATO
                  • Marcia de Souza Carvalho Melhem
                  • Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
                  Resumo Saccharomyces cerevisiae é um fungo muito difundido na natureza, considerado não patogênico e usado na fabricação de alimentos e de produtos probióticos. Tem sido observado aumento de infecção de corrente sanguínea por S. cerevisiae, associado ao uso de probióticos para tratamento de diarreias principalmente em pacientes hospitalizados. O objetivo deste trabalho foi descrever características clínicas de fungemia por S. cerevisiae e avaliar aspectos dos isolados de S. cerevisiae de uma série de casos ocorridos em um hospital terciário de Mato Grosso do Sul e de casos previamente publicados. Na primeira etapa, dados clínicos e laboratoriais de cinco pacientes internados em um hospital terciário de Mato Grosso do Sul, em cujas amostras de sangue foi identificado S. cerevisiae, foram levantados. Os isolados foram submetidos a teste de sensibilidade a antifúngicos, análise molecular e avaliação de produção de biofilme. A seguir, foi realizada uma revisão sistemática incluindo relatos de casos e série de casos de fungemia após uso de probiótico. Em relação aos cinco casos deste estudo, quatro haviam usado probiótico e foi possível demonstrar a similaridade genética dos cinco isolados com a cepa do probiótico. Todos os isolados apresentaram baixa capacidade de formação de biofilme, enquanto o isolado do probiótico apresentou moderada capacidade. Três pacientes tiveram diagnóstico de infecção da corrente sanguínea, um de fungemia transitória e um de endocardite. Na revisão sistemática, 75 casos foram estudados -71 casos da literatura e os quatro casos da série aqui relatada que fizeram uso de probiótico. França, Brasil e Bélgica foram os países com mais casos relatados. A faixa etária predominante foi entre 60 e 79 anos (30,7%). Imunossupressão foi relatada em 28% dos casos. Cerca de um quarto dos pacientes (25,3%) evoluiu para óbito. Os antifúngicos mais utilizados foram o fluconazol (38,7%) e anfotericina B (20,0%). Antifungigrama por microdiluição em caldo de 15 isolados revelaram que: i) mais da metade (n=8; 53,3%) apresentavam CIM ≥ 8 ug/mL para fluconazol; ii) cerca de um quarto (n=4; 26,7%) era não-selvagem para anfotericina B; iii) um isolado do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul apresentou CIM >16 ug/mL para ambas as equinocandidas testadas (caspofungina e micafungina). Pontos de corte clínicos não foram ainda estabelecidos para S. cerevisiae, no entanto, os elevados valores de CIM para vários antifúngicos observados reforçam a preocupação com a emergência de S. cerevisiae resistentes

                  Descritores : Saccharomyces cerevisiae, epidemiologia, infecção invasiva, antifungigrama.
                  COLONIZAÇÃO POR ASPERGILLUS EM PACIENTES INTERNADOS EM HOSPITAL PÚBLICO DE CAMPO GRANDE, MS.
                  Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
                  Tipo Dissertação
                  Data 28/11/2022
                  Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
                  Orientador(es)
                  • Marcia de Souza Carvalho Melhem
                  Coorientador(es)
                    Orientando(s)
                    • Murillo Augusto Palhares
                    Banca
                    • Anamaria Mello Miranda Paniago
                    • Cibele Aparecida Tararam
                    • Juliana Possatto Fernandes Takahashi
                    • Marcia de Souza Carvalho Melhem
                    • Wellington Santos Fava
                    Resumo Aspergilose é uma micose invasiva, causada por espécies de fungos filamentosos do gênero Aspergillus. A aderência desses fungos aos pulmões é o fator chave para o mecanismo de colonização, que predispõe o hospedeiro para aspergilose, em suas formas alérgicas, podendo evoluir para infiltrado pulmonar com hemoptise e eosinofilia, ou formas graves, como a alveolar obstrutiva, durante o processo invasivo. Quando a invasão se limita aos pulmões, tem-se a aspergilose pulmonar invasiva e quando há disseminação, pela via sanguínea para outros órgãos, tem-se a aspergilose disseminada. Pacientes com alteração do epitélio, ou que tiveram episódios necróticos prévios, podem apresentar cavidades pulmonares que facilitam a instalação e filamentação de conídios de Aspergillus, resultando em massas denominadas aspergilomas. O presente trabalho teve por objetivo contribuir para o conhecimento da colonização respiratória por espécies de Aspergillus e seus fenótipos de resistência. Foram utilizados 94 isolados de Aspergillus, provenientes de amostras respiratórias de pacientes atendidos, entre janeiro 2017 e abril de 2021, em um hospital escola público terciário, situado na cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A recuperação dos isolados foi realizada após semeadura em meios de rotina, como ágar Sabouraud dextrose e/ou ágar batata com cloranfenicol, e incubação sob temperatura de 37°C. Foram identificadas cinco Seções: Fumigati (37%), Flavi (33%), Nigri (27%), Usti (2%) e Terrei (1%). A resistência a 4mg/L de itraconazol, foi verificada em teste de triagem para todos os isolados e somente um (1,1%), pertencente à Seção Flavi, apresentou resultado positivo. Os valores de concentração inibitória mínima de itraconazol, voriconazol, posaconazol e anfotericina B foram determinados para cada seção e interpretados segundo pontos de corte clínicos (breakpoints), preconizados pela norma de referência europeia EUCAST. A resistência foi de 11,7% (11/94), sendo maior (9,6%; 9/94) na Seção Fumigati, seguido de Flavi e Nigri (ambos 1,1%; 1/94). Por se tratar de espécies oportunistas, sendo A. fumigatus associado à altas taxas de mortalidade em pacientes hospitalizados, a ocorrência de colonização respiratória por cepas resistentes pode representar risco de aspergilose refratária à terapia, caso a doença de desenvolva e o tratamento seja realizado com fármacos azólicos.
                    INJÚRIA RENAL AGUDA EM PACIENTES HIV/AIDS HOSPITALIZADOS
                    Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
                    Tipo Dissertação
                    Data 25/11/2022
                    Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
                    Orientador(es)
                    • Anamaria Mello Miranda Paniago
                    Coorientador(es)
                      Orientando(s)
                      • Jackelyne Alves de Medeiros Vilela
                      Banca
                      • Anamaria Mello Miranda Paniago
                      • Eliana da Costa Alvarenga de Brito
                      • Elsa Alidia Petry Goncalves
                      • Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
                      • Silvia Naomi de Oliveira Uehara
                      Resumo Pacientes infectados pelo HIV são mais vulneráveis à Injúria Renal Aguda (IRA). O objetivo desse estudo foi estimar a incidência e analisar fatores associados à IRA em pacientes recém diagnosticados com HIV/AIDS hospitalizados, bem como o seu impacto no tempo de hospitalização e óbito. O estudo foi realizado no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, no período de novembro de 2020 a abril de 2022. Foram incluídos prospectivamente pacientes que tiveram diagnóstico de HIV/AIDS durante a hospitalização e que não faziam uso de TARV. A IRA foi diagnosticada e classificada de acordo com os critérios Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO). Foram incluídos 63 pacientes. A maioria homem (n= 47; 74,6%), com mediana de 42 anos de idade [Q1; Q3 29; 53] e de contagem de CD4+ de 40,5 células/mm3 [Q1; Q3 25,0; 104]. Quase todos (n= 59; 93,7%) apresentavam alguma doença oportunística, sendo as mais frequentes: tuberculose (n= 25; 39,7%), neurotoxoplasmose (n=17; 27%), pneumocistose (n= 15; 23,8%), leishmaniose visceral e criptococose (n=10; 15,9%). A incidência acumulada de IRA foi de 65,1% (IC 95%). O tempo mediano para IRA foi de 5 dias [Q1; Q3 2; 14] após a internação. Variáveis associadas à IRA foram: baixa contagem de células CD4+, criptococose, uso de anfotericina B, uso de droga vasopressora e necessidade de suporte ventilatório. Quinze (36,6%) atingiram a classificação mais elevada de IRA (KDIGO 3) e as principais causas foram sepse e nefrotoxicidade. Oito pacientes (53,3%) foram submetidos à hemodiálise. Pacientes com IRA permaneceram mais tempo internados do que os sem IRA com média de 16,8 dias (DP 10,7) VS 32,4 dias (DP 12,8) (p<0,001). Os resultados mostram que a incidência de IRA em pacientes hospitalizados com HIV/AIDS é elevada e aqueles que apresentam IRA apresentam o dobro do tempo de hospitalização. Medidas de prevenção de doenças oportunísticas, especialmente das que demandem o uso de anfotericina B desoxicolato, como a criptococose, podem impactar na redução de IRA em pacientes HIV/AIDS hospitalizados. Palavras-chave: AIDS. CD4+. Hospitalização. Nefrotoxicidade.
                      AVALIAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE RASTREAMENTO PARA DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO LATENTE POR MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS EM PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS
                      Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
                      Tipo Dissertação
                      Data 30/09/2022
                      Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
                      Orientador(es)
                      • Anamaria Mello Miranda Paniago
                      Coorientador(es)
                        Orientando(s)
                        • Maria Aparecida Cavichioli de Santana
                        Banca
                        • Adriana Carla Garcia Negri
                        • Anamaria Mello Miranda Paniago
                        • Ana Paula da Costa Marques
                        • Ângela Carvalho Freitas
                        • Everton Falcao de Oliveira
                        Resumo A tuberculose (TB) é uma das principais causas de óbito em pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA) e o tratamento da infecção latente por Mycobacterium tuberculosis (ILTB) é um dos pilares do controle da TB. Avaliamos duas diferentes estratégias para a triagem de ILTB em PVHA atendidas em centro de referência de doenças infecciosas em Campo Grande, MS. Os participantes do estudo eram PVHA com 18 anos ou mais. Foram excluídos casos com TB ativa; história de tratamento de ILTB; teste tuberculínico (TT) realizado há menos de 6 meses; indisponibilidade para retornar para leitura do TT e indisponibilidade ou impossibilidade de coleta de sangue para a realização do ensaio de liberação de interferon gama (IGRA). Foram realizados IGRA com QuantiFERON® TB Gold Plus (QFT-Plus), TT e radiografia de tórax posteroanterior e perfil. Foram considerados casos de ILTB aqueles com QFT-Plus positivo ou TT positivo e descartada TB ativa na avaliação médica e radiológica. Foram incluídos 296 participantes, com mediana de idade de 44 (IQR1 =33,3 e IQR3= 54) anos, com predomínio de homens (60,8%), não brancos (67,2%). Tinham mediana de contagem de CD4+ de 556 (IQR1 =395 e IQR3= 774,5) células/mm³ e 88,2% tinham carga viral não detectável. A prevalência de ILTB foi 15,9% (Intervalo de Confiança IC 95%: 11,9% – 20,6%). A positividade do TT foi de 7,4% (IC 95%: 4,7%-11,0%) e do QFT-Plus foi de 12,8% (IC 95% 9,3%- 17,3%). A prevalência de ILTB foi mais alta nos com contagem de CD4+ igual ou superior a 350 células/mm3 do que entre aqueles com CD4+ menor do que 350 células/mm3 (6,8% vs 18,1%; p=0,033). Enquanto a positividade do TT foi mais frequente nos com contagem de CD4+ igual ou superior a 350 células/mm3 (p=0,010), isso não foi observado com o QFT-Plus (p=0,116). Trinta e quatro (11,5%) pacientes apresentaram discordância entre os resultados dos testes IGRA e TT, sendo que 25 eram IGRA positivo e TT negativo e 9 eram IGRA negativo e TT positivo. O coeficiente kappa dos testes revelou uma concordância apenas razoável (k=0,374; IC95%: 0,177 – 0,572, p= 0,001). Não observamos associações entre variáveis clínicas e epidemiológicas e a ocorrência de testes discordantes. O IGRA identificou mais casos de ILTB quando comparado ao TT, no entanto 9 dos 48 pacientes só puderam ser diagnosticados com ILTB pelo TT. Conclui-se que a utilização dos dois testes, QFT-Plus e TT em paralelo, em PVHA foi capaz de detectar mais casos de ILTB do que o TT isoladamente e os resultados apontam para a superioridade do QFT-Plus entre os com CD4+.
                        MONITORAMENTO DE AEROCONTAMINAÇÃO POR ASPERGILLUS SPP. EM HOSPITAL TERCIÁRIO DE CAMPO GRANDE
                        Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
                        Tipo Dissertação
                        Data 30/09/2022
                        Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
                        Orientador(es)
                        • Marilene Rodrigues Chang
                        Coorientador(es)
                          Orientando(s)
                          • Michele Scardine Corrêa de Lemos
                          Banca
                          • Anamaria Mello Miranda Paniago
                          • Ana Rita Barbieri Filgueiras
                          • Marilene Rodrigues Chang
                          • Rosianne Assis de Sousa Tsujisaki
                          • Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
                          Resumo Espécies de Aspergillus são fungos produtores de esporos que são dispersos no ar ambiente. A inalação dessas partículas pode levar desde um processo alérgico, ou uma infecção pulmonar primária até uma infecção disseminada, comumente fatal em pacientes com condição de imunodepressão. Aspergillus são responsáveis pela segunda maior ocorrência de infecções fúngicas invasivas em hospitais terciários. O objetivo deste estudo foi investigar a aerocontaminação por Aspergillus em ar condicionado e ar ambiente de um hospital terciário de Campo Grande-MS e determinar o perfil de suscetibilidade antifúngica dos isolados. No ano de 2021, amostras de ar foram coletadas na Unidade de Clínica Médica (UCM), Unidade de Cuidados Intensivos/Semi-Intensivos (UCIS) e Unidade de Urgência e Emergência (UUE) com uso de amostrador de ar (100L/min por 1min) contendo placas de ágar Dicloran Rosa Bengala. As placas foram incubadas por 72 h a 30ºC. Os Aspergillus foram identificados a nível de seção por meio de suas características macro e microscópicas e confirmadas por PCR e sequenciamento de DNA. A suscetibilidade aos antifúngicos itraconazol, voriconazol e posaconazol foi determinada pelo teste de triagem conforme recomendação do EUCAST e a resistência foi confirmada com a metodologia de microdiluição em caldo (EUCAST E.Def. 9.3.2). Foram realizadas 238 amostragens, 184 do ar ambiente e 54 de ar condicionados. Cerca de 4.300 colônias de fungos foram isoladas. Dentre estas, 324 (7,54%) colônias eram de Aspergillus spp. Estes foram identificados a nível de seção como sendo 95 (29,5%) da seção Fumigati, 89 (27,4%) da seção Nigri; 73 (22,5%) da seção Versicolores; 38 (11,7%) da seção Flavi; 17 (5,2)% da seção Nidulantes; 10 (3,1)% da seção Terrei e em 2 (0,6%) não foi possível identificar a seção. Aspergillus da seção Fumigati foram mais isolados no inverno e na UCIS. No teste de triagem realizado com 148/324 Aspergillus foi observada resistência em 16 (10,8%). A resistência a pelo menos um antifúngico foi confirmada em quatro (12,5%) isolados de A. fumigatus, dois (3,7%) A. flavus, dois (3,7%) da seção Nigri, sendo um (1,85%) A. tubingensis e 8 (32,0%) da seção Versicolores, sendo cinco (20,0%) A. sydowii. No ar ambiente e no ar condicionado de unidades hospitalares, onde se encontram pacientes críticos, foram isolados fungos do gênero Aspergillus que podem causar aspergilose invasiva. No ar ambiente do hospital foram identificados A. fumigatus resistentes a azóis, fungos esses que podem causar aspergilose de difícil tratamento. O monitoramento do ar de unidades hospitalares com pacientes críticos é essencial como subsídio para implementação de melhorias na qualidade do ar ambiente minimizar o risco de aquisição de aspergilose pulmonar e invasiva.
                          PHLEBOTOMINAE (DIPTERA: PSYCHODIDAE) EM DUAS CIDADES COM TRANSMISSÃO INTENSA DE LEISHMANIOSE VISCERAL, BRASIL
                          Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
                          Tipo Dissertação
                          Data 29/09/2022
                          Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
                          Orientador(es)
                          • Alessandra Gutierrez de Oliveira
                          Coorientador(es)
                          • Aline Etelvina Casaril Arrua
                          Orientando(s)
                          • Aline Márcia dos Santos Villasanti
                          Banca
                          • Alessandra Gutierrez de Oliveira
                          • Eliane Mattos Piranda
                          • Everton Falcao de Oliveira
                          • Yasmin Silva Rizk
                          Resumo Os estudos de fauna de flebotomíneos permitem avaliar a presença de vetores e fornecer subsídios para as medidas de vigilância e controle das leishmanioses. O objetivo deste estudo é descrever a fauna de flebotomíneos em Campo Grande (MS) e São Luís (MA), bem como os índices sociodemográficos e ambientais das áreas urbanas. As coletas dos espécimes foram realizadas, mensalmente, por três noites consecutivas, com armadilhas luminosas do tipo CDC em 20 pontos de cada cidade. As armadilhas foram instaladas às 18:00 h e retirada às 06:00 h. As informações sociodemográficas foram obtidas por meio do banco de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os dados ambientais (precipitação pluviométrica, umidade relativa do ar, temperatura e velocidade do vento) pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Em Campo Grande, as capturas ocorreram de julho de 2021 a junho de 2022, enquanto em São Luís as coletas foram conduzidas de agosto de 2021 a março de 2022. Nas duas cidades, foram coletados 8.198 flebotomíneos. Deste total, 5.849 são oriundos de Campo Grande e 2.349 de São Luís. Foram coletados 5.670 (69,16%) machos e 2.528 (30,84%) fêmeas. Lutzomyia longipalpis foi a espécie mais frequente tanto em Campo Grande (MS) com 5.823 (99,55%) quanto em São Luís (MA) com 2.337 (99,48%). Vale ressaltar que esta espécie é o principal vetor de Leishmania infantum, evidenciando a participação de Lutzomyia longipalpis na transmissão da leishmaniose visceral, nos municípios estudados. Estudos de flebotomíneos são essenciais para auxiliar no controle do vetor e, consequentemente, no controle das leishmanioses.
                          TRATAMENTO DA INFECÇÃO LATENTE POR TUBERCULOSE EM PESSOAS VIVENDO COM HIV SOB A ÓTICA DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE.
                          Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
                          Tipo Dissertação
                          Data 23/09/2022
                          Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
                          Orientador(es)
                          • Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
                          Coorientador(es)
                            Orientando(s)
                            • Vânia Silva dos Reis
                            Banca
                            • Adriana Carla Garcia Negri
                            • Anamaria Mello Miranda Paniago
                            • Débora Dupas Gonçalves do Nascimento
                            • Everton Ferreira Lemos
                            • Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
                            Resumo O tratamento da Infecção Latente por Tuberculose (ILTB) em pessoas vivendo com HIV (PVHIV) reduz o risco de adoecimento por Tuberculose (TB), principal causa de morte nessa população. A baixa adesão dos profissionais à implementação do tratamento da ILTB e escassez de estudos referentes aos aspectos psicossociais podem interferir neste enfrentamento. Nosso objetivo foi compreender a percepção dos profissionais de saúde da atenção especializada, acerca do Tratamento da ILTB para PVHIV, em uma Capital da região Centro Oeste do Brasil. Neste estudo qualitativo realizado no período de outubro de 2020 a agosto de 2022 foram incluídos 14 profissionais, 10 médicos e 04 enfermeiros atuantes há mais de seis meses nos serviços de referência. A coleta de dados se deu por meio de entrevista semiestruturada e áudio gravada, os dados foram tratados com base na Teoria Fundamentada em Dados (TDF) e sua análise ancorada no referencial teórico do Interacionismo Simbólico (IS). Foi utilizado o critério de amostragem por saturação teórica. Os resultados foram estruturados em formato de um artigo abarcando o fenômeno central “Enfrentando desafios na implementação do tratamento da ILTB à luz das evidências científicas” sustentado por quatro categorias: 1) Demonstrando conhecimento teórico sobre a ILTB e seu protocolo de tratamento; 2) Lidando com as complexidades para adesão do protocolo no serviço; 3) Tendo o vínculo como instrumento de superação nas diferentes perspectivas do cuidado às PVHIV; 4) Buscando estratégias para facilitar a adesão do protocolo de tratamento no serviço. Evidenciou-se que os profissionais dos serviços de referência detêm conhecimento teórico sobre o protocolo de tratamento da ILTB e o compreendem como tratamento preventivo da TB e seus desfechos nas PVHIV, no entanto, enfrentam dificuldades na sua implementação diante de obstáculos estruturais no serviço, inseguranças em instituir a terapêutica e vulnerabilidades dos pacientes. Vislumbram condições ideais para adesão do protocolo no serviço e procuram mediar os enfrentamentos fortalecendo o vínculo com pacientes por meio da interação multiprofissional, ensino e pesquisa. Espera-se que esse estudo possa subsidiar ações no enfrentamento de lacunas na adesão ao tratamento de ILTB com implicações para a eliminação da TB e óbitos de PVHIV.
                            Descritores em saúde: Tuberculose. Tuberculose latente. HIV. Epidemiologia. Adesão. Protocolo de Tratamento. Pesquisa qualitativa.
                            IMPACTO DA CRIPTOCOCOSE NA RECUPERAÇÃO IMUNOLÓGICA EM PACIENTES COM AIDS E IMUNOSSUPRESSÃO GRAVE
                            Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
                            Tipo Dissertação
                            Data 19/09/2022
                            Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
                            Orientador(es)
                            • Anamaria Mello Miranda Paniago
                            Coorientador(es)
                              Orientando(s)
                              • Elisângela Freitas Mendonça
                              Banca
                              • Adriana de Oliveira Franca
                              • Anamaria Mello Miranda Paniago
                              • Claudia Elizabeth Volpe Chaves
                              • Eunice Atsuko Totumi Cunha
                              • Everton Falcao de Oliveira
                              Resumo A criptococose é uma micose sistêmica oportunística com elevada letalidade e que ocorre em condições de imunossupressão, incluindo infecção pelo HIV/aids. A recuperação imunológica obtida com a terapia antirretroviral (TARV) é a forma mais efetiva no controle das infecções oportunísticas na aids. Baseado em observação na prática clínica e considerando que Cryptococcus spp acelera a replicação do HIV in vitro, nós hipotetizamos que a criptococose retarda ou impede a recuperação imunológica de pacientes com aids e imunossupressão grave. O objetivo do estudo foi analisar se há associação entre a presença de criptococose e a recuperação imunológica de pacientes com aids e imunossupressão grave num seguimento de até 5 anos. Os participantes foram selecionados de uma população de 230 pacientes com aids e contagem de CD4+ ≤ 200 células/mm3, que foram submetidos à investigação sistemática de criptococcose. Aqueles que foram acompanhados por mais do que 100 dias foram elegíveis para este estudo de coorte. Assim, o grupo exposto à criptococose foi composto por 21 pacientes e um grupo não exposto foi selecionado aleatoriamente por sorteio e pareado por faixa de células CD4+, na proporção 3 não-exposto para 1 exposto, com 67 participantes. O desfecho recuperação imune foi definido como contagem de CD4+ de 350 células ou mais. As análises estatísticas utilizadas foram o qui-quadrado ou prova exata de Fisher para comparar variáveis categóricas e o teste U de Mann Whitney para variáveis contínuas. Análise multivariada por regressão logística foi usada para avaliar variáveis independentemente associadas à recuperação imunológica. A curva de Kaplan Meier, analisada pelo log rank, foi utilizada para o tempo de recuperação imune. Um valor de p < 0,05 foi considerado significativo e de 0,05 a 0,10 como tendência. Ambos os grupos apresentavam características basais similares, exceto pelo fato de que os expostos à criptococose tinham uma proporção menor de neurotoxoplasmose. Uma tendência de menor taxa de recuperação imunológica foi observada no grupo com criptococose (19,0% vs 38,8%, p= 0,096). Os outros desfechos estudados, tais como razão células CD4+ final/ inicial, diferença entre CD4 final e inicial e tempo para atingir a recuperação imunológica não diferiram entre os grupos. Na análise multivariada foi possível observar que idade menor de 40 anos, carga viral do HIV indetectável no seguimento e maior tempo de acompanhamento foram variáveis independentemente associadas à recuperação imunológica. Pacientes com criptococose apresentaram 3,61 (IC 95% 0,90-14,53; p=0,071) vezes mais chance de falha na recuperação imunológica do que os pacientes sem persistindo a tendência à significância estatística. Os resultados encontrados apontam para a possibilidade da criptococose ser um fator associado a menores taxas de recuperação imunológica na aids e imunossupressão grave, o que poderá ser elucidado com estudos que envolvam um número maior de pacientes.

                              INFECÇÃO POR SARS-COV-2 EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM HOSPITAIS TERCIÁRIOS DE CAMPO GRANDE - MS
                              Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
                              Tipo Dissertação
                              Data 29/08/2022
                              Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
                              Orientador(es)
                              • Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
                              Coorientador(es)
                                Orientando(s)
                                • Antonio Luiz Dal Bello Gasparoto
                                Banca
                                • Adriana Carla Garcia Negri
                                • Anamaria Mello Miranda Paniago
                                • Ana Paula da Costa Marques
                                • Angelita Fernandes Druzian
                                • Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
                                Resumo Estudar os aspectos epidemiológicos, clínicos e moleculares da infecção pelo SARS-CoV-2 e a identificação de fatores associados a infecção em profissionais de saúde podem contribuir para a compreensão da infecção entre os profissionais de saúde. Considerando a escassez de dados sobre a dinâmica da infecção pelo novo coronavírus no Brasil na época, o presente estudo objetivou 1) estimar a taxa de ataque da infecção pelo SARS-CoV-2 em profissionais de saúde de dois hospitais terciários de Campo Grande, MS; 2) analisar as características demográficas, clínicas e fatores de riscos; 3) identificar as variantes circulantes do vírus. Um estudo de coorte, observacional e prospectivo foi conduzido com 554 profissionais de saúde no período de maio de 2020 a janeiro de 2021. Durante 12 visitas, com intervalo de 15 dias, foram realizadas coletas de secreção nasal e orofaríngea e entrevista estruturada. A detecção do SARS-CoV-2 foi realizada por RT-qPCR e o sequenciamento completo do genoma viral foi realizado em amostras com o vírus detectável. A maioria dos participantes do estudo era constituído por indivíduos do sexo feminino (77,08%), brancos (57,40%), com idade entre 20 e 40 anos (64,98%), predominantemente com sobrepeso (37,90%), sem comorbidades (74,72%). A maioria relatou não fazer uso de medicamentos contínuos (68,77%), apresentar cicatriz da vacina BCG (91,69%), não tabagistas e não alcoolistas (90,43%). Predominantemente os participantes eram provenientes do hospital de referência estadual para Covid-19 (58,31%), possuíam pós-graduação (54,33%), compunham o corpo de enfermagem (61,92%), estavam alocados no Centro de Terapia Intensiva (CTI) (37,36%) e informaram ter recebido dois treinamentos para uso e remoção de EPIs (79,43%). A infecção ativa pelo SARS-CoV-2 foi confirmada em 28,51%, sendo 4,43% assintomáticos, 9,50% oligossintomáticos e 86,07% sintomáticos. As taxas de ataque mensais variaram de 0,51% a 9,52% e dois picos foram identificados em agosto e dezembro/2020, com as maiores taxas de ataque no hospital referência. Os fatores de risco associados com o diagnóstico molecular positivo, independentemente da presença ou ausência de sintomas, foram: ser do sexo masculino, trabalhar no hospital de referência para Covid-19 e possuir escolaridade de nível superior. Os sintomas associados ao diagnóstico positivo foram: apresentar tosse, mialgia, cefaleia, anosmia e febre. O uso de medicamentos ou substâncias com a intenção de prevenir ou tratar a infecção que apresentaram associação a infecção ativa foram hidroxicloroquina e zinco. A dinâmica de infecção foi similar entre os profissionais de saúde estudados e a população da cidade de Campo Grande, tanto para a primeira onda como para a segunda onda da pandemia. Entre as amostras que apresentaram positividade para o RNA do SARS-CoV-2 na técnica de RT-qPCR, 35 (22,15%) foram submetidas para o sequenciamento de genoma completo e cinco linhagens foram detectadas, B.1.1.28, P.2, B.1.1.33 e N.4. Nossos resultados sugerem que: 1) profissionais da saúde atuantes em hospital de referência para Covid-19 apresentaram maior incidência em comparação com o hospital não-referência; 2) a dinâmica da infecção na população estudada acompanhou o comportamento da infecção na população em geral na cidade de Campo Grande; 3) a infecção assintomática em 4,43% e oligossintomática em 9,50%, poderiam passar desapercebidas pela triagem de rotina de sintomáticos dos serviços de saúde ocupacional; 4) a distribuição das linhagens circulantes do SARS-CoV-2 entre os profissionais de saúde em estudo, coincidiu com as linhagens dominantes no Brasil.
                                INFECÇÃO PELO VÍRUS LINFOTRÓPICO DE CÉLULAS T HUMANAS (HTLV) NA POPULAÇÃO INDÍGENA DA RESERVA DE DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL
                                Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
                                Tipo Dissertação
                                Data 27/06/2022
                                Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
                                Orientador(es)
                                • Ana Rita Coimbra Motta de Castro
                                Coorientador(es)
                                • Larissa Melo Bandeira
                                Orientando(s)
                                • Carolina Amianti
                                Banca
                                • Ana Rita Coimbra Motta de Castro
                                • Antonio Carlos Rosário Vallinoto
                                • Sabrina Moreira dos Santos Weis
                                • Silvia Naomi de Oliveira Uehara
                                • Tayana Serpa Ortiz Tanaka
                                Resumo O Vírus T-Linfotrópico Humano (HTLV) apresenta distribuição mundial e sua infecção demonstra elevada prevalência em alguns grupos populacionais no Brasil, incluindo as populações indígenas. O estado de Mato Grosso do Sul conta com a segunda maior reserva indígena do país, localizada na cidade de Dourados. Considerando a carência de estudos e dados epidemiológicos da infecção pelo HTLV neste grupo populacional, o presente estudo transversal objetivou estimar a prevalência e os principais fatores associados à infecção pelo HTLV, bem como investigar os principais tipos e subtipos virais circulantes. Após consentimento, 1.875 indígenas da reserva de Dourados foram submetidos à entrevista e coleta de amostras de sangue. Todas as amostras biológicas coletadas foram triadas para pesquisa de anticorpos anti-HTLV-1/2 utilizando imunoensaio enzimático (ELISA) e as que apresentaram resultado positivo, confirmadas por western blot. As amostras confirmadamente positivas foram submetidas à amplificação da região 5’LTR do HTLV por nested PCR. O DNA proviral do HTLV-1 obtido foi submetido à genotipagem por sequenciamento parcial de nucleotídeos por Sanger. A idade mediana da população estudada foi de 31 anos. A maioria era do sexo feminino (74,2%) e da etnia Guarani-Kaiowá (69,2%). Entre os indivíduos estudados, 872 (46,5%) e 1.003 (53,5%) eram residentes nas vilas de Jaguapiru e Bororó, respectivamente. A prevalência da infecção pelo HTLV-1 foi de 0,1% (IC 95%: 0,1-0,2). Após análise filogenética, os isolados foram classificados como pertencentes ao subtipo Cosmopolita (1a) e subgrupo Transcontinental (A). A prevalência da infecção pelo HTLV-1 na população estudada é considerada baixa quando comparada às encontradas em outras populações indígenas no Brasil. Diferentemente do encontrado nestes grupos indigenas do norte do país, a ausência de HTLV-2 na população estudada e a similaridade genética dos isolados sugere a introdução do HTLV-1 da área urbana para a indígena.
                                Palavras-chave: HTLV-1. Prevalência. Indígenas.
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