Spatial and temporal ecology of two armadillo species in midwestern |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Trabalho de Conclusão de Curso |
Data |
22/08/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
- Guilherme de Miranda Mourão
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Eliezer Gurarie
- Mariella Superina
- William James Loughry
- Yamil Edgardo Di Blanco
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Resumo |
Problemas ecológicos contemporâneos críticos (e.g. prever como animais podem responder a alteração do hábitat ou alterações climáticas), exigem o conhecimento factual sobre a biologia e ecologia de espécies. Características biológicas e funções ecológicas de espécies que utilizam tocas e são dificilmente visualizadas podem ser inferidas através do estudo de sua ecologia espacial. Além disso, mesmo que o comportamento de tatus seja pouco estudado, esses homeotermos imperfeitos podem fornecer modelos valiosos para entender como a fisiologia afeta o comportamento de mamíferos em resposta a mudanças ambientais.
Aqui procuro caracterizar a biologia de duas espécies de tatus pouco conhecidas, entender aspectos de sua ecologia e como elas respondem às mudanças ambientais. Armadilhas fotográficas, VHF e GPS telemetria foram usadas para monitorar duas espécies de tatus (tatu peba, Euphractus sexcinctus, n = 17; e tatu bola, Tolypeutes matacus, n = 26), em três áreas do Pantanal, Brasil. Na primeira seção desta tese, utilizei observações diretas e filmagens de armadilhas fotográficas colocadas em frente a abrigos e tocas de T. matacus para descrever o uso dos mesmos e comparei aos hábitos adotados por T. tricinctus no nordeste do Brasil. Dediquei a segunda seção a explorar a ecologia espacial e temporal e a biologia social do pouco conhecido T. matacus. Junto a colaboradores, caracterizei o padrão de atividade usando um modelo não paramétrico de uma função circular condicional de Kernel. Caracterizei a seleção de habitat, com relação características da vegetação e distância a caminhos de terra, usando funções de seleção de passos (Step Selection Functions). A área de vida foi estimada através de modelos probabilísticos não paramétricos de Kernel e mínimos polígonos convexos. A interação estática entre pares de indivíduos foi caracterizada usando o índice de sobreposição de distribuição de uso (Utilization Distribution Overlap Index) e a relação entre o movimento desses pares foi explorada usando uma análise de Proximidade. Na terceira seção, eu e colaboradores avaliamos como variações em padrões de atividade e seleção de habitat por T. matacus e E. sexcinctus estão correlacionadas com a temperatura do ar. Para avaliar a variação dos horários de atividade e sua duração de acordo com mudanças na temperatura do ar foram usados modelos lineares de efeitos mistos. Para avaliar os efeitos do tipo de cobertura, ciclo circadiano e temperatura do ar na seleção de recursos por tatus foram usadas funções de seleção de passos (Step Selection Functions). Tolypeutes sp. utilizam quatro tipos de abrigo, que são usados e reutilizados com frequências diferentes por indivíduos de sexos e classes etárias diferentes. Observações diretas e indiretas mostraram que Tolypeutes cava suas próprias tocas, ao contrário do que se acreditava até o momento. Tolypeutes matacus ficam ativos em média por 5.5±2.8 horas por dia, com atividade concentrada na primeira
metade da noite. No entanto, nossos modelos demonstram que, à medida que a temperatura do ar
diminui, seus períodos de atividade se tornam mais curtos e tem pico mais cedo. De forma similar,
nossos modelos sugerem que a atividade de E. sexcinctus durante o período diurno diminui à
medida que a temperatura do ar aumenta. A força de seleção relativa de quase todos os tipos de
vegetação por T. matacus, está relacionada a distância aos caminhos de terra. Tolypeutes matacus
seleciona principalmente florestas independente do status de atividade. No entanto, a seleção de
habitat por T. matacus pode variar de acordo com a temperatura. Euphractus sexcinctus tende a
selecionar áreas de vegetação aberta durante a atividade e áreas florestadas durante o descanso.
Além disso, ambas as espécies estudadas devem selecionar áreas florestais quando enfrentando
temperaturas do ar fora de suas zonas de termoneutralidade. O tamanho da área de vida de T.
matacus machos foi positivamente relacionado à massa corporal, enquanto a área de vida das
fêmeas não escalou com a massa. Machos adultos apresentaram áreas de vida maiores. Fêmeas de
T. matacus não compartilharam suas áreas de vida e áreas core com outras fêmeas, independente
da classe etária, enquanto áreas de vida e áreas core ocupadas por machos foram sobrepostas por
outros machos e fêmeas. Díades de T. matacus mantiveram distância média de 423 m e estiveram
em proximidade (< 50m) em apenas 1% das localizações simultâneas. A meu conhecimento, este
é o primeiro estudo de T. matacus em vida livre no Brasil e o mais abrangente estudo sobre sua
ecologia até o momento em qualquer lugar. O padrão de espaçamento e área de vida de T.
matacus aponta para um comportamento geralmente associal e um sistema reprodutivo
promíscuo. A reduzida profundidade das tocas sugere que o uso de tocas por Tolypeutes tem mais
chances de estar relacionado ao cuidado parental e estratégias de termorregulação do que a
mecanismos de defesa. Tolypeutes matacus pode ser caracterizado como uma espécie
predominantemente noturna que seleciona preferencialmente áreas próximas a caminhos de terra e
áreas florestadas, mas que também pode ocupar paisagens alteradas. No entanto, exemplos
específicos da natureza dinâmica dos padrões de atividade e seleção do habitat em função da
temperatura do ar ilustram como ambas as espécies estudadas podem alterar seu comportamento.
Tolypeutes matacus tem sido classificado como Deficiente de Dados no Brasil e como Quase
Ameaçada em nível internacional e espero que as informações geradas aqui possam contribuir
para a conservação desta espécie. Além disso, esses resultados ressaltam a importância da
heterogeneidade do habitat para a conservação em longo prazo de espécies animais que dependem
de estratégias comportamentais para atingir a termorregulação adequada. |
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Monodominance of Erythrina fusca Lour.: influence of environmental factors, chemical ecology and dendroecology |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
09/08/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Arnildo Pott
- Erich Arnold Fischer
- Maria Antonia Carniello
- Pia Parolin
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Resumo |
Em algumas regiões tropicais, ocorrem áreas onde mais de metade do número de indivíduos pertencem a apenas uma espécie, conhecidas popularmente como formações monodominantes. Apesar de não existir um padrão de características ambientais que determinam a ocorrência de todas as espécies monodominantes, alguns fatores influenciam mais comumente, como características do solo, ocorrência de fogo e inundação entre outros. No Pantanal brasileiro é comum a ocorrência de áreas de monodominância. A espécie Erythrina fusca, por exemplo, é amplamente dispersa pelo mundo, sendo característica de áreas inundáveis, e na sub-região de Cáceres no Pantanal ocorre como monodominante. Essa espécie é um importante recurso para a fauna e possui uma forte relação com o ecossistema local. Assim, considerando a importância dessa espécie e a lacuna de conhecimento sobre como os fatores ambientais influenciam a ocorrência de espécies monodominantes, nosso trabalho objetivou investigar os fatores que podem influenciar a dominância de E. fusca na sub-região de Cáceres no Pantanal. Nossas hipóteses são que os eventos ambientais, bem como características intrínsecas de E. fusca facilitam a sua dominância em detrimento de outras espécies. Para investigar isso nós comparamos a estruturação de áreas de dominância de E. fusca com florestas mistas adjacentes analisando a relação do solo e inundação com a ocorrência da espécie. Investigamos as influências da inundação e do fogo sobre a germinação e metabolismo secundário nos estágios iniciais de desenvolvimento. Realizamos análises dendroecológicas para observar a influência de eventos climáticos sobre o crescimento e estabelecimento da espécie e investigamos a presença de potencial alelopático que poderia conferir vantagens na competição com outras espécies vegetais. Nós observamos que a monodominância de E. fusca parece ser favorecida pelos fatores ambientais, como os maiores níveis de inundação e baixa fertilidade do solo, detectamos que a inundação e o fogo conferem mudanças nos padrões de germinação e metabolismo secundário da espécie, observamos que o estabelecimento dos indivíduos é favorecido por níveis mais altos de inundação e que a presença de potencial alelopático, principalmente nas folhas, pode fornecer vantagens na competição com outras espécies. Assim, nós concluímos que a dominância da espécie Erythrina fusca na sub-região de Cáceres no Pantanal possui forte relação com os níveis de inundação, características do solo e intrínsecas, que influenciam sua ocorrência, estabelecimento, germinação e liberação de compostos alelopáticos e que mudanças nesses fatores podem ser prejudiciais à ocorrência dessa importante formação vegetal, uma vez que essa monodominância depende de condições particulares de solo e inundação para ocorrer. |
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Remoção Secundária de Diásporos de Jatobá-do-cerrado Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne (Caesalpinioideae) |
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Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
15/05/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Irídia Maria Leme Barbosa
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Banca |
- Alan Fecchio
- Celine de Melo
- José Carlos Morante Filho
- Rogerio Rodrigues Faria
- Rudi Ricardo Laps
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Resumo |
A predação e dispersão de sementes moldam a dinâmica populacional e a distribuição
das plantas. A dispersão é a remoção de propágulos para distâncias variadas cujo tipo
mais representativo nos trópicos é a zoocoria, por contribuir para a diversidade de
plantas nos ecossistemas. O Jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa) é uma espécie
arbórea proeminente e seus diásporos são primariamente dispersos pela gravidade e se
acumulam de forma variada sob a copa da árvore. O objetivo desse estudo foi avaliar a
distância de dispersão e o destino dos diferentes diásporos em relação ao tamanho do
diásporo (vagem grande e pequena) e quantidade de recursos presentes (semente com e
sem arilo). Além disso, foi avaliada a distância de dispersão entre período de seca e
chuva, bem como em área onde Jatobá-do-cerrado é comum ou rara. O estudo foi
realizado no Parque Natural Municipal do Pombo, município de Três Lagoas, MS, nos
meses de setembro e novembro de 2015, antes e após a queda dos frutos (dispersão
primária). O experimento consistiu em 24 unidades experimentais, 12 árvores adultas de
Jatobá-do-cerrado no cerrado sentido restrito denso e 12 pontos em campo sujo, em que
quatro tipos de diásporos foram posicionados e marcados para acessar o respectivo
destino. Após 30 dias da montagem do experimento para cada estação realizamos a
coleta dos dados sobre o destino dos diásporos. Em princípio, na estação seca, as vagens
tiveram maiores distâncias (≥ 15 metros) e 100% das vagens foram removidas do local
de origem na área de cerrado sentido restrito, enquanto na estação chuvosa, a maioria
dos diásporos permaneceu intacto. Na área de campo sujo, tanto a estação seca como
chuvosa, as sementes tiveram 78% de remoção, embora tenha ocorrido um aumento de
manipulação das vagens na estação chuvosa. A two-way NPMANOVA indicou o efeito
significativo dos habitats, tipos de diásporo e a interação dos fatores sobre o destino das
vagens e sementes. As vagens por representarem recursos rentáveis percorreram
maiores distâncias, processo que reduz os níveis de mortalidade densidade-dependente.
Depois de manipuladas a longas distâncias, e se abertas, e parte das sementes estocadas
ou não consumidas podem elevar consideravelmente as chances de germinação e
estabelecimento de novos indivíduos
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The costs of parental care and skin-feeding in Leptodactylus podicipinus (Anura: Leptodactylidae) |
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Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
10/05/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
- Cynthia Peralta De Almeida Prado
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Juan Fernando Cuestas Carrillo
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Banca |
- Cinthia A. Brasileiro
- Denise C. Rossa-Feres
- María Laura Ponssa
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Resumo |
O cuidado parental é muito diversificado entre as famílias de anuros. As espécies do gênero Leptodactylus exibem diferentes modos reprodutivos, incluindo cuidado parental. Este investimento adicional gera custos que os parentais devem enfrentar. Nós usamos Leptodactylus podicipinus, um membro do grupo de L. melanonotus, como modelo para investigar os custos do cuidado maternal e a interação mãe-prole no Pantanal sul. Fêmeas de L. podicipinus cuidam dos ovos e dos girinos até a metamorfose. Esta dissertação de mestrado é apresentada em dois capítulos. No capítulo 1, medimos os custos do cuidado maternal usando dados de captura-recaptura para comparar variáveis energéticas entre fêmeas cuidadoras e não-cuidadoras (i.e. massa do corpo, massa do corpo adiposo, dos ovários e do volume do conteúdo estomacal). No capítulo 2, estudamos a relação mãe-prole, examinando as características da pele, o trato digestório dos girinos e o comportamento para investigar a ocorrência de dermatotrofia em L. podicipinus. Características da pele foram comparadas entre fêmeas cuidadoras, não-cuidadoras e machos. Fêmeas cuidadoras perderam massa após uma semana, comparadas às fêmeas sem girinos. A massa dos ovários e o volume dos estômagos também foram menores em fêmeas cuidadoras e estômagos vazios ocorreram apenas nessas fêmeas com girinos. Porém, não houve diferença na massa dos corpos gordurosos. Nossos resultados indicam que os benefícios do cuidado parental em L. podicipinus podem impor alguns custos às fêmeas, pois a redução na tomada de alimento e na massa dos ovários podem reduzir o tamanho do corpo e a fecundidade futura. Fêmeas cuidando de girinos exibiram epiderme e estrato esponjoso mais espesso. Além disso, a concentração de lipídeos foi maior na epiderme de fêmeas cuidadoras e encontramos células epiteliais no trato digestório de girinos, sugerindo dermatotrofia em L. podicipinus, o primeiro registro deste tipo de cuidado em Anura. |
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Dichogamous sexual system in Cissus spinosa (Vitaceae): floral biology, synchronicity, and visitors |
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Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
17/03/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Andrea Cardoso de Araujo
- André Rodrigo Rech
- Erich Arnold Fischer
- Felipe Wanderley de Amorim
- Maria Rosangela Sigrist
- SPENCER CHARLES HILTON BARRETT
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Resumo |
A separação de órgãos sexuais masculinos e femininos em angiospermas é essencial para o seu sucesso
reprodutivo, temporalmente ou espacialmente, pois reduz o autocruzamento e a auto-interferência, e
produz proles mais saudáveis. A dicogamia é uma dessas estratégias com várias subcategorias
relacionadas ao momento específico em que ocorre a maturação e apresentação de estames e pistilos,
tornando-a um fenômeno de diagnóstico complexo, que se acredita ter evoluído para evitar a
autopolinização. Em particular, a sincronização do surgimento de estruturas reprodutivas masculinas e
femininas, dentro das flores, em inflorescências, e em toda planta é um aspecto essencial para evitar a
autofecundação de espécies de plantas dicogâmicas. Além disso, para garantir o sucesso reprodutivo, as
espécies dicogâmicas necessitam de vetores de pólen, como insetos, que visitam as flores masculinas e
femininas para garantir o fluxo de pólen ea produção de sementes. Neste trabalho, investiguei o sistema
sexual e reprodutivo da espécie de liana Cissus spinosa (Vitaceae) no Pantanal brasileiro, que foi
preliminarmente observada como uma espécie com protandria aparentemente sincronizada,
posteriormente questionamos: qual é o sistema sexual de dicogâmico específico e o sistema de
acasalamento desta espécie e quais são os potenciais polinizadores e visitantes florais? Utilizando
espécimes da liana escandente Cissus spinosa no campo, fiz observações da biologia floral, coletas de
todos os estágios do desenvolvimento floral (isto é, fase reprodutiva), sistema de acasalamento e
visitação floral entre os anos de 2014-2016. Através da análise de dados sobre morfologia floral e
maturação de estames e pistilo ao longo do tempo, verifiquei que Cissus spinosa apresentou uma
dicogamia síncrona de vários ciclos, com flores protândricas que apresentavam um alto nível de
sincronização dentro e entre inflorescências de plantas individuais. Cissus spinosa é auto-compatível,
formando frutos em todos os tratamentos do teste do sistema de acasalamento. Os polinizadores
potenciais foram abelhas Apidae, tais como Apis mellifera e Trigona spinipes, juntamente com espécies
de Crabronidae e Vespidae. Outros visitantes incluíram besouros (Chrysomelidae), borboletas
(Nymphalidae), e moscas (Sacrophagidae & Syphridae). Em geral, o tipo de dicogamia aqui relatado
pode ser uma estratégia que ocorre para evitar a autofecundação nesta espécie autocompatível, uma vez
que as inflorescências são sincronicamente masculinas ou femininas e as plantas dentro da mesma área
3
oferecem ambas as fases florais consistentemente ao longo do dia. Esta pesquisa representa o primeiro
relato para este tipo específico de dicogamia no grande gênero de Cissus e pode apontar tendências entre
este gênero ou família, especialmente aquelas em regiões tropicais. |
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Efeito da perda de habitat associados a impactos hidrelétricos sobre uma comunidade de borboletas frugívoras no sudoeste da Floresta Amazônica brasileira |
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Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
07/03/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Débora Leite Rodrigues do Carmo
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Banca |
- André Victor Lucci Freitas
- Danilo Bandini Ribeiro
- Fabio de Oliveira Roque
- Gustavo Graciolli
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Resumo |
Empreendimentos hidrelétricos estão sendo implementados em diversas regiões do
mundo e particularmente na Amazônia. As usinas hidrelétricas causam diversos impactos
ambientais, mas pouco se sabe sobre como essas atividades afetam a biodiversidade do
local onde são construídas. Se faz necessário identificar esses efeitos ambientais para
perspectivas de conservação, e pode-se utilizar sistemas cartográficos e bioindicadores
para avaliá-los. Assim sendo, o objetivo deste trabalho é identificar os impactos de
supressão vegetal causado por uma represa em uma área no sudoeste da Amazônia
brasileira e verificar como a comunidade de borboletas frugívoras da região respondeu as
consequentes mudanças na paisagem. A área de estudo possui uma vegetação
predominantemente ombrófila aberta e o clima da região é classificado como quente
úmido. Nas análises de supressão vegetal, foram utilizadas informações sobre a
construção da hidrelétrica e imagens de satélite para determinar a extensão dos impactos
sobre a floresta. Para avaliar as modificações na estrutura da comunidade de borboletas,
foi conduzido um monitoramento de 16 campanhas em quatro módulos na região de
análise e diversos parâmetros de diversidade da comunidade foram analisados. As seis
primeiras campanhas do monitoramento correspondem a época antes do impacto de
inundação de áreas ocasionado com finalização da represa, e as 10 ultimas são referentes
à depois do impacto. As análises da paisagem mostram que uma grande extensão de
floresta foi suprimida com alagamentos e desmatamentos em virtude das obras da usina,
alterando assim a paisagem na região. Desde o começo da usina houve uma perda de 4%
de cobertura florestal na paisagem e ocorreu mais de 900 km² de desmatamento.
Atualmente resta cerca de 77% de cobertura florestal dentro da paisagem. Durante o
monitoramento das borboletas, foram amostrados 2164 indivíduos pertencentes a 117
espécies e quatro subfamílias. A riqueza da comunidade total foi maior antes do impacto.
10
Porém, depois do impacto o sub-bosque apresentou maior diversidade, e também neste
estrato duas tribos aumentaram em abundância e uma tribo aumentou em riqueza após a
perturbação. Isso pode ter ocorrido devido ao favorecimento de borboletas de áreas
abertas e impactadas nos níveis mais baixos da floresta. Além disso, as ordenações
indicaram uma homogeneização biótica dentro da comunidade, provavelmente devido ao
favorecimento dos mesmos tipos de organismos e a exclusão de outros após o impacto.
Não houve diminuição na diversidade geral da comunidade, mesmo assim as borboletas
frugívoras responderam às alterações na paisagem, se mostrando novamente eficientes
indicadoras ecológicas.
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Araneofauna estruturada em gradiente urbano-rural independente da paisagem e da estrutura vegetal |
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Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
06/03/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Alexandre Bragio Bonaldo
- Antonio Domingos Brescovit
- Danilo Bandini Ribeiro
- Eduardo Martins Venticinqüe
- Josue Raizer
- Rafael Dettogni Guariento
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Resumo |
A urbanização é destacada como um dos principais fatores relacionados a perda de
biodiversidade, porém nem todos os grupos de animais são afetados da mesma maneira
por esse processo. Nós avaliamos os efeitos da urbanização sobre a comunidade de
aranhas ao longo de um gradiente urbano-rural em escala local e de paisagem. As aranhas
foram coletadas com guarda-chuva entomológico em 15 fragmentos, onde foram tomadas
medidas de estrutura vertical da vegetação, as quais representaram os efeitos locais e
medidas de componentes da matriz circundante desses fragmentos através de imagens de
satélite, que representaram os efeitos da paisagem. A composição de espécies variou entre
áreas urbanas e rurais, com espécies ocorrendo exclusivamente em fragmentos rurais,
assim como em fragmentos urbanos. Em áreas da periferia urbana várias espécies foram
comuns aquelas das demais áreas. A comunidade de aranhas não respondeu a estrutura
da vegetação e nem a composição da paisagem ao redor dos fragmentos, o que pode ser
explicado pela alta diversidade de uso de habitat do grupo estudado (aranhas do estrato
arbustivo), uma vez que as respostas são mais claras quando o grupo alvo pertence a uma
mesma guilda. Portanto, há variação na composição de espécies de aranhas ao longo do
gradiente urbano-rural, mas essa variação não depende da estrutura vegetal dos
fragmentos e dos elementos da paisagem que circundam os remanescentes florestais. |
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Influência da sazonalidade na comunidade de aves em campos alagáveis e ambiente associados, no Pantanal de Miranda, MS |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
10/02/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Fabio de Oliveira Roque
- Heitor Miraglia Herrera
- Josue Raizer
- Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos
- Rudi Ricardo Laps
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Resumo |
As comunidades naturais são sistemas dinâmicos espacialmente heterogêneos cuja densidade e estrutura mudam com o tempo, principalmente em ambientes altamente sazonais como o Pantanal, sujeito a variações no pulso de inundação e precipitação. Avaliamos a variação na riqueza e na abundância de aves ao longo das estações de cheia, vazante, seca e enchente, em função da sazonalidade, pulso de inundação e pluviosidade, ao longo de três ciclos anuais. Avaliamos também a distribuição em guildas tróficas e status de ocorrência. O estudo foi desenvolvido na região do Pantanal do Miranda em Mato Grosso do Sul, em áreas de campos inundáveis e ambientes associados (canjiqueiral, paratudal, borda de capão e mata ciliar). Foi utilizado o método de transectos lineares com registro visual e auditivo. Registramos 235 espécies de aves (11.581 registros), 117 Não-Passeriformes e 118 Passeriformes (50,2%). As espécies com maior abundância foram Patagioenas picazuro, Brotogeris chiriri, Columbina picui, Aratinga nenday e Phimosus infuscatus. Registramos três ciclos sazonais distintos: dois anos de cheia intercalados por um ano sem extravasamento do rio. As guildas mais abundantes foram insetívoras (39%), seguido de onívoras (30%). Além de aves residentes, o local foi utilizado por aves nômades e migratórias neárticas e austrais. A comunidade de aves (riqueza e abundância) respondeu significativamente ao pulso de inundação, sendo que níveis altos do rio afetam negativamente a riqueza de aves. Consequentemente, a cheia foi o período de menor riqueza e menor abundância de aves. A maior riqueza ocorreu na seca e a maior abundância na vazante. Graus diferentes de inundação propiciaram resultados distintos na comunidade de aves, levando a crer que uma cheia intensa tem impactos mais negativos que um ano sem cheia, e que anos com cheias menores podem favorecer a comunidade de aves. A precipitação não se relacionou significativamente com a riqueza ou abundância de aves, e a variação temporal também não foi significativa. Em função de variações plurianuais no ciclo de inundação, houveram dois anos com cheia, intercalados com um ano sem cheia. No ano sem cheia, apesar de chuvas terem criado grande áreas de alagamento nos meses equivalentes, algumas espécies dependentes de campos alagados estiveram ausentes. Campos alagáveis e ambientes associados da região do Miranda abrigam riqueza de aves expressiva, que utilizam a área principalmente para forrageio, sendo importantes para espécies residentes, visitantes nômades, migratórias neoárticas e austrais.
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Efeito da perda e fragmentação florestal sobre a comunidade de Psitacídeos |
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Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
16/12/2016 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
- Maria João Veloso da Costa Ramos Pereira
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Cármen Sofia Lourenço Lemos Dionísio
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Banca |
- Cintia Cornelius Frische
- Gláucia Helena Fernandes Seixas
- José Augusto Alves
- Jose Manuel Ochoa Quintero
- Rafael Dettogni Guariento
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Resumo |
A perda e degradação do habitat a partir da intensa alteração ambiental, resultante de
atividades antropogênicas, têm efeitos diretos ou indiretos sobre toda a biodiversidade e
consequentemente sobre a avifauna. Assim, o futuro da proteção e conservação da
biodiversidade irá implicar um manejo em paisagens cada vez mais antropizadas. Desta
forma, estudos que considerem fatores da paisagem como a cobertura vegetacional e o
tamanho do fragmento são cruciais para fazer previsões acerca do efeito do uso do solo
sobre as comunidades animais e conceber estratégias de gestão eficazes. De forma a
investigar como as espécies respondem a alterações ambientais, utilizámos as espécies da
família Psittacidae como modelo. Neste estudo, procurámos avaliar como a comunidade
de psitacídeos responde aos efeitos da fragmentação florestal e perda de habitat numa
região do Cerrado. Para tal, analisámos como a riqueza, abundância relativa e
composição de espécies variam entre paisagens com diferentes coberturas florestais e
entre fragmentos florestais com diferentes tamanhos. Os nossos resultados indicam que a
variação observada na riqueza e abundância relativa de psitacídeos não está relacionada
com a cobertura florestal. No entanto, a composição de psitacídeos varia entre as
diferentes coberturas florestais das diferentes paisagens analisadas. O tamanho do
fragmento também não explica as diferenças na variação de riqueza, abundância relativa
e diversidade de psitacídeos. Além disso, detectamos mais duas espécies de psitacídeos
para a região da Serra da Bodoquena – Aratinga auricapillus e Forpus xanthopterygius,
do que os anteriormente descritos na literatura. Os psitacídeos não mostraram um efeito
claro na resposta às alterações ambientais, provavelmente relacionado com a sua
capacidade de dispersão para atividades tais como a procura de alimento. Estas espécies,
distribuídas pelas diferentes coberturas florestais e pelos diferentes tamanhos de
fragmentos, mostram assim uma resposta positiva à
indicamos medidas para mitigar os impactos futuros da perda de habitat e sugerimos
espécies prioritárias para a conservação.
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Demographic and genetic parameters of two pond-breeding frogs in human-altered landscapes of the Brazilian Chaco |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
15/07/2016 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
- Cynthia Peralta De Almeida Prado
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Gabriel Paganini Faggioni
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Banca |
- Carlos Guilherme Becker
- Cynthia Peralta De Almeida Prado
- Diego Jose Santana Silva
- Fausto Nomura
- Fernando Rodrigues da Silva
- Tiago da Silveira Vasconcelos
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Resumo |
Rãs são organismos semiaquáticos dependentes de corpos d’água para reprodução e
desenvolvimento dos girinos, mas que utilizam ambientes terrestres para procurar abrigo e
alimento, assim como para migração e dispersão. Consequentemente, hábitats terrestres
adequados devem estar distribuídos ao redor de corpos d’água para garantir o ciclo de vida
completo da maioria das espécies de rãs. Na direção oposta, atividades antrópicas avançam sobre
vegetações nativas, alterando a composição e configuração das paisagens e desconectando
ambientes aquáticos e terrestres. Ao longo desta Tese, eu investiguei os efeitos da modificação
antrópica da paisagem em parâmetros demográficos e genéticos de duas rãs Neotropicais que se
reproduzem em poças temporárias, Leptodactylus bufonius (Lb) e L. chaquensis (Lc). As duas
espécies coocorrem na paisagem de estudo, o Chaco brasileiro de Porto Murtinho, mas
apresentam diferentes estratégias reprodutivas e preferências de hábitat. No Capítulo 1, eu
estimei as probabilidades de ocupação de hábitat, detecção, colonização e extinção local através
de análises em múltiplas escalas geográficas. Meus resultados mostraram que a substituição de
vegetação nativa por pastos afetou a probabilidade de ocupação do hábitat por Lc, mas os efeitos
mais fortes foram observados em Lb devido ao seu modo reprodutivo. No Capítulo 2, para
possibilitar a investigação dos efeitos da modificação de hábitat em parâmetros genéticos de Lb e
Lc, eu isolei e caracterizei marcadores microssatélites para as duas espécies. Os novos
marcadores genéticos apresentaram alto polimorfismo e estão entre os poucos microssatélites
disponíveis para o estudo de espécies do gênero Leptodactylus. No Capítulo 3, eu usei os novos
marcadores genéticos para procurar por evidência de gargalos genéticos e endogamia, assim
como para investigar a influência das modificações de hábitat na conectividade funcional entre
as poças. Eu utilizei análises clássicas de genética de populações, assim como avanços recentes
na teoria e ferramentas de genética de paisagem, como a parametrização de superfícies de
resistência baseada em dados quantitativos. As duas espécies apresentaram evidências de
impactos demográficos passados (poucas gerações). Meus resultados indicaram que a
configuração atual da paisagem parece estar limitando o fluxo gênico de Lb, mas não de Lc entre
as poças. Em conclusão, meus resultados indicaram que a conversão de matas nativas em pastos
afetou diferentemente as populações de Lb e Lc. Indivíduos de Lc utilizaram todos os tipos de
poças e foram capazes de se movimentar através da matriz de pastos. Lb foi dependente de
hábitats florestados devido ao seu modo reprodutivo. Para esta espécie, poças temporárias devem
estar cercadas e conectadas por áreas florestadas para que se garanta a conectividade funcional e
a reprodução. A minha tese ressalta (1) a importância de hábitats terrestres para espécies de rãs
semiaquáticas; (2) as conexões entre características espécie-específicas e as consequências da
modificação de hábitat; (3) a relevância de estudos com múltiplas espécies em estudos de
ecologia de paisagem; e (4) a utilidade de hipóteses biologicamente informativas baseadas em
características espécies-específicas.
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Influência da variação interanual das inundações no Pantanal sobre a abundância das populações de dois mamíferos ameaçados: o cervo do pantanal (Blastocerus dichotomus Illiger, 1811) e o veado campeiro (Ozotoceros bezoarticus Linnaeus, 1758) |
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Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
24/06/2016 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Guellity Marcel Fonseca Pereira
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Banca |
- Helena De Godoy Bergallo
- José Mauricio Barbanti
- Liliani Marilia Tiepolo
- Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos
- Marcelo Oscar Bordignon
- Roger Rodrigues Torres
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Resumo |
Em ambientes inundáveis as populações de diversas espécies podem variar devido à
heterogeneidade temporal e espacial nas comunidades de plantas e da produtividade de
ecossistemas, mediadas pela duração e intensidade das inundações. O presente estudo
objetivou avaliar a relação entre a variação da densidade de cervo-do-pantanal
(Blastocerus dichotomus) e veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus) e a variação nas
inundações no Pantanal, bem como analisar a magnitude dos efeitos de mudanças
climáticas sobre a abundância destas espécies. As densidades foram obtidas através de
levantamentos aéreos cobrindo toda a planície inundável, e foi encontrada uma relação
significativa entre inundação e densidade apenas para o cervo-do-pantanal. A densidade
desta espécie variou de 0,16 a 0,32 indivíduos/km² (população máxima estimada em
44800 ± 7686 indivíduos), enquanto a densidade de veado-campeiro variou de 0,11 a
0,25 grupos/km² (população máxima estimada de 34800 ± 6369 grupos) durante os oito
levantamentos aéreos realizados entre 1991-2004. Frente os cenários mais recentes de
mudanças na precipitação em toda a Bacia do Alto Paraguai, estimamos declínios de
10% a 25% nas populações de cervo cujas probabilidades de ocorrência são de 85 e
60%, respectivamente, até 2040, e declínios críticos de 50% a 75% nas populações cujas
probabilidades são 55% e 60%, respectivamente, até 2100. Sob esta perspectiva, os
impactos de mudanças climáticas podem ainda ser agravados pela sinergia com
alterações ambientais que interferem na hidrologia do Pantanal, tais como projetos de
aproveitamentos hidroelétricos, intervenções nos principais rios para melhorar a
navegação e canais de drenagem em áreas úmidas.
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Variação da abundância de Physalaemus biligonigerus (Cope, 1861) (Anura: Leptodactylidae) sob influência da estrutura do habitat e paisagem em área de planície inundável, Brasil |
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Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
23/06/2016 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Pedro Henrique Pereira de Jesus
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Banca |
- Antonio Conceicao Paranhos Filho
- Christine Strüsmann
- Cynthia Peralta De Almeida Prado
- Diego Jose Santana Silva
- Milton Cezar Ribeiro
- Vanda Lucia Ferreira
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Resumo |
As características da estrutura do habitat e da paisagem são determinantes na
compreensão dos padrões de distribuição, diversidade, riqueza e abundância dos
anfíbios. A influência do habitat em micro e mesoescala nos parâmetros populacionais
dos anfíbios é cada vez mais evidente, e cada espécie responde a esses efeitos de
diferentes formas. Diante disso, investigamos a influência do habitat ao nível de
microescala e mesoescala na abundância de Physalaemus biligonigerus em uma área da
porção oeste da sub-região do Pantanal da Nhecolândia. Os indivíduos foram
amostrados através de armadilhas de interceptação e queda com cerca-guia entre 2008 a
2014. A abundância de rã-chorona (n = 659) variou ao longo dos anos e campanhas,
porém, a espécie foi mais abundante na estação úmida. O modelo linear misto
demonstrou que o índice de umidade por diferença normalizada e a distância da água
exercem influência significativa sobre a abundância ponderada de P. biligonigerus. Na
análise de variância, a porcentagem de campo limpo também foi um preditor
importante, e a mesma interage de modo expressivo com a distância da água. Isso
demonstra que P. biligonigerus predomina nas áreas de campos e menos distantes da
água. Nossos resultados evidenciam a influência da configuração da paisagem sobre a
abundância de P. biligonigerus.
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Spatiotemporal distribution of Phyllostomid bats in the Pantanal wetland: effects of resource availability and vegetation structure |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
10/06/2016 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Christoph Friedrich Johannes Meyer
- Josue Raizer
- Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos
- Maria João Veloso da Costa Ramos Pereira
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Resumo |
Eu testei a hipótese de que a intensidade de inundação influencia a ecologia de populações e
comunidades de morcegos filostomídeos no Pantanal. A intensidade de inundação influencia a
estrutura da vegetação, composição e a disponibilidade de frutos e recursos florais que
influencia a dieta e o uso do hábitat dos filostomídeos. Os filostomídeos mais abundantes do
Pantanal têm dietas muitos similares centradas nas mesmas espécies de frutos comuns de
locais mais úmidos. No entanto diferenças na dinâmica do uso do hábitat entre as duas
espécies garante a coexistência e a alta abundancia em locais com maior previsibilidade na
disponibilidade de frutos. O consumo de recursos vegetais é filogeneticamente relacionado,
espécies filogeneticamente próximas consomem recursos vegetais em proporções similares. A
disponibilidade de recursos vegetais consumido pelos filostomídeos é influenciada pela
intensidade de inundação o que induz a uma resposta filogeneticamente estruturada da
comunidade de filostomíedos à intensidade de inundação. Linhagens distintas de
filostomídeos usam hábitats com diferentes intensidades de inundação em resposta aos
recursos vegetais mais consumidos. A instabilidade climática causada pelos ciclos de
inundação e seca limita a disponibilidade de recursos vegetais que afeta de forma
determinante a dieta, demografia e a estrutura da comunidade dos morcegos filostomídeos no
Pantanal.
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Estruturação espaço-temporal, funcional e filogenética de borboletas frugívoras em diferentes estratos verticais de uma Floresta Estacional Semidecidual |
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Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
30/05/2016 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Danilo Bandini Ribeiro
- Fabio de Oliveira Roque
- Leandro da Silva Duarte
- Lucas Augusto Kaminski
- Nicolas Oliveira Mega
- Nicolay Leme da Cunha
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Resumo |
Uma das principais perguntas em ecologia de comunidades é entender os fatores que
afetam a distribuição e composição de espécies no espaço e no tempo. Neste contexto, a
estratificação vertical da vegetação tem sido apontada como um importante estruturador da composição de espécies dos mais diferentes táxons, uma vez que os estratos
apresentam diferenças em seus fatores abióticos. No presente estudo buscamos avaliar se a assembleia de borboletas frugívoras estaria estruturada diferentemente entre os estratos
verticais no Parque Nacional da Serra da Bodoquena. Este trabalho buscou avaliar, além da composição de espécies, já mostrada em trabalhos anteriores, a diversidade funcional
e a associação filogenética dos organismos em cada estrato vertical. Para isso, utilizamos armadilhas com iscas atrativas dispostas alternadamente entre o sub-bosque e o dossel ao
longo de seis transecções independentes no PARNA Serra da Bodoquena. Em um ano de
amostragem foram registrados 4230 indivíduos, distribuídos em 63 espécies de borboletas
frugívoras. O sub-bosque foi o estrato mais rico e abundante, enquanto que o dossel apresentou maior diversidade, provavelmente pela alta dominância da espécie Eunica
Macris no subosque. Porém, observamos um padrão de estratificação vertical sazonal,
onde verificamos uma inversão nos valores relativos de riqueza e abundância nos meses mais frios, sendo o dossel o estrato mais rico e abundante neste período. A composição
de espécies diferiu significativamente entre os dois estratos, e todas as subfamílias estiveram presentes tanto no dossel quanto no sub-bosque; a tribo Morphini, pertencente
a subfamília Satyrinae, ocorreu exclusivamente no sub-bosque. Embora não saibamos exatamente quais os fatores que determinam esta estruturação vertical na assembleia de
borboletas frugívoras, uma das possíveis hipóteses seriam os fatores abióticos (luminosidade) e/ou bióticos como a distribuição de plantas hospedeiras e a predação. De
forma geral, sugerimos que a estruturação da assembleia de borboletas frugívoras ao longo dos estratos verticais no PARNA Serra da Bodoquena é em parte determinada pela
variação nos fatores ambientais entre os estratos, que atua como um filtro selecionando espécies com determinadas características funcionais; todavia, este filtro não é
filogenético, ou seja, o grau de relacionamento entre as espécies que ocorrem em um estrato não é significativamente diferente do de espécies que ocorrem em estratos
diferentes. Alguns atributos medidos nestes organismos diferiram significativamente entre os estratos verticais, estando estes atributos correlacionados ao voo e à
termorregulação. Em borboletas, existem muitos aspectos diferentes relacionados ao voo (velocidade, duração, agilidade, manobrabilidade). A velocidade do voo é positivamente
correlacionada com a menor amplitude da asa, comprimento e largura do tórax, enquanto que a massa relativa do abdómen é negativamente relacionada à velocidade do voo; em
geral, voos mais lentos conferem ao organismo maior manobrabilidade. Nesse contexto, a diferenciação funcional entre os estratos verticais encontrada no presente trabalho, pode
estar relacionada a diferentes estratégias de defesa contra a predação, devido suas características morfológicas e de voo; ainda, pode haver relação direta com biologia
termal das espécies, que juntas podem auxiliar na fuga contra predadores. Como conclusão, observamos que as espécies de borboletas frugívoras se distribuem
diferentemente entre o sub-bosque e o dossel. Essa diferença encontrada na composição da assembleia de borboletas frugívoras, associada à diferença funcional, sugere que os
estratos são fundamentalmente distintos quanto as suas condições bióticas e/ou abióticas, mesmo em uma floresta de menor porte, como a Serra da Bodoquena, que apresenta o
estrato de sub-bosque e dossel mais próximos um do outro se comparada à Mata Atlântica e à Amazônia. Além disso, constatamos um agrupamento funcional e não filogenético
entre os estratos verticais; desta forma, podemos sugerir que os processos ecológicos e não os fatores históricos foram preponderantes na estruturação funcional da assembleia
de borboletas frugívoras entre o sub-bosque e o dossel.
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Comportamento, uso de recursos e influência de Apis mellifera na rede de interações entre abelhas e plantas |
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Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
23/05/2016 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Júnior Henrique Frey Dargas
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Banca |
- Andrea Cardoso de Araujo
- Denise Lange
- Marco Aurelio Ribeiro De Mello
- Pietro Kiyoshi Maruyama Mendonça
- Rogerio Rodrigues Faria
- Rudi Ricardo Laps
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Resumo |
Neste estudo investigamos as preferências florais, o uso de recursos, o comportamento e
a importância de A. mellifera em rede de interações plantas-abelhas no Pantanal. Apis
melllifera foi registrada visitando 36 espécies vegetais, sendo que em 81% das visitas,
atuou como polinizador. Durante as visitas, a maior parte destas abelhas coletou apenas
néctar (42%) ou néctar e pólen (36%), e apenas uma menor proporção (22%) coletou
exclusivamente pólen. Abelhas nativas atuaram predominantemente como
polinizadoras, exceto Trigona spinipes que atua como pilhador de recursos florais. A
modularidade nas redes de abelhas e espécies vegetais não foi significativa, sendo
evidenciado alto aninhamento da rede, sobretudo pela elevada presença de espécies
generalistas. Após a de remoção da espécie exótica A. mellifera da rede, houve um
decréscimo do aninhamento, mas a modularidade continuou não sendo significativa,
evidenciando a importância de A. mellifera no aumento do aninhamento da rede.
Comparando-se as interações de T. spinipes e A. mellifera não houve diferença
significativa entre o grau e a centralidade. Apis mellifera demonstrou-se
supergeneralista, não sendo evidenciadas preferências florais por essa espécie. Sendo
assim, mostramos aqui que a ocorrência de Apis mellifera, uma espécie exótica
altamente generalista, altera a estrutura das redes de interação promovendo um alto
aninhamento, e dimuição da modularidade da rede.
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Adequação da bacia do Alto Rio Paraná para a reintrodução de ariranhas (Pteronura brasiliensis) |
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Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
09/05/2016 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
- Guilherme de Miranda Mourão
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Carolina Ribas Pereira
- Caroline Leuchtenberger
- Erich Arnold Fischer
- Jose Manuel Ochoa Quintero
- Juliana Quadros
- Yzel Rondon Súarez
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Resumo |
A bacia do Paraná é considerada área de distribuição histórica das ariranhas (Pteronura brasiliensis).
Avaliar a ocorrência de ariranhas em áreas de distribuição histórica e identificar áreas para possível
reintrodução da espécie na bacia são metas do Plano de Ação Nacional para Ariranhas- ICMBio. A
reintrodução de uma espécie, no entanto, poderá funcionar apenas se a espécie em questão encontrar
condições adequadas na nova paisagem, sendo necessários estudos que procurem identificar a
adequabilidade da paisagem para dar suporte a estratégias como esta. Os objetivos deste trabalho consistem
em (i) averiguar a presença de ariranhas em trechos de rios da bacia do Alto Rio Paraná; (ii) determinar
variáveis ambientais que favorecem a probabilidade de ocorrência de estruturas construídas pelas ariranhas;
(iii) determinar se características ambientais de trechos de corpos d’água podem ser usadas para alocá-los
em categorias segundo a ocorrência conhecida de ariranhas. Para isso percorri trechos da bacia do Alto Rio
Paraná e da bacia do Alto Rio Paraguai, no Pantanal a procura de vestígios de P. brasiliensis. Sinais de
presença e ausência da espécie foram amostrados quanto a variáveis ambientais que pudessem estar
correlacionadas à seleção de habitat. Um modelo de regressão logística foi utilizado para prever a
probabilidade de algum ponto específico do barranco ser usado por ariranhas, baseado em vestígios deixados
por elas e uma Análise de Coordenadas Principais (PCoA) foi utilizada para responder se e quais
características ambientais ordenam a ocorrência de ariranhas nesses trechos e se há disponibilidade destas
características na bacia do Alto Rio Paraná. Não foram encontrados quaisquer vestígios de ariranhas na
bacia do Paraná. O modelo logístico indicou que a probabilidade de se encontrar vestígios de ariranhas
diminui com o aumento da velocidade dos corpos d’água e aumenta conforme o aumento da largura da mata
riparia. Com a PCoA foi possível identificar que as variáveis velocidade do corpo d’água, textura do solo,
largura da mata riparia, condutividade da água, inclinação e distância de cidades estão correlacionadas a
presença de ariranhas em trechos de rios. Os dois primeiros eixos da ordenação PCoA mostraram que as
bacias do Alto Rio Paraná e Alto Rio Paraguai diferem quanto as características de corpos d’água e sugerem
que os trechos amostrados na bacia do Alto Rio Paraná não reúnem muitas das características relacionadas
com a presença de sinais de ariranhas.
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Elementos estruturadores das metacomunidades de peixes de riachos neotropicais |
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Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
09/05/2016 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Walmir Benedito Freitas Mundim Junior
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Banca |
- Fábio Cop Ferreira
- Izaias Medice Fernandes
- Josue Raizer
- Mauricio Cetra
- Rudi Ricardo Laps
- Yzel Rondon Súarez
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Resumo |
A ecologia de comunidades busca a compreender fatores que determinam a distribuição
das espécies em múltiplas escalas, partindo deste princípio, o estudo de
metacomunidades propõe responder questionamentos sobre a relação entre a
importância das diferentes escalas espaciais e as interações biológicas como
determinantes da organização da distribuição das espécies. Neste sentido, os riachos são
habitats ideais para as investigações ecológicas, por exibirem estruturas de forma
hierárquica contextualizadas em ordem de riachos. No presente trabalho buscamos
testar a hipótese de que o padrão de distribuição das assembleias de peixes varia na
bacia do rio Amambai e nas diferentes ordens dos riachos. Utilizamos como modelo a
bacia do rio Amambai, Alto Rio Paraná, Mato Grosso do Sul. Amostramos 64 trechos
de riachos ao longo de toda bacia. Registramos 79 espécies de peixes, sendo que riqueza
e composição de espécies mudou entre as diferentes ordens dos riachos e algumas
espécies foram mais presentes. A riqueza de espécies, obtida por rarefação,foi maior em
trechos de riachos localizados na porção inferior da bacia com alta velocidade de
corrente. Para cada ordem de riacho, as características ambientais que mais influenciam
a distribuição das espécies mudam. Constatamos diferenças na estrutura da
metacomunidades, sendo que na bacia como um todo o padrão foi aninhado, nos riachos
de 1ª ordem quase-aninhamento e nos demais riachos quase-clementsiano. Nossos
resultados reforçam a ideia de que assembleias de riachos de baixa ordem são mais
influencia das por características locais e que o aumento do volume dos riachos leva ao
aumento da riqueza das espécies que estão relacionadas à heterogeneidade espacial e
posição longitudinal.
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Odonates as indicators of landscape change in a region of the Cerrado |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
12/04/2016 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Andrea Cardoso de Araujo
- Daniel Forsin Buss
- Gustavo Graciolli
- Leandro Juen
- Marina Schmidt Dalzochio
- Sheyla Regina Marques Couceiro
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Resumo |
O conhecimento sobre quais fatores determinam as tendências atuais da biodiversidade
considerando às condições recentes de perda e fragmentação de habitats é essencial para
projetar e executar estratégias para conservação das espécies. Identificar e descrever as
consequências das ameaças antropogênicas atuais e seus efeitos sobre os padrões e
processos das assembleias de espécies são fundamentais para a ecologia de
comunidades. Neste estudo, investigamos como mudanças antropogênicas do uso do
solo em paisagens naturais afetam as comunidades de Odonata. Nós dividimos este
estudo em três capítulos. No primeiro capítulo, nós avaliamos se a comunidade de
Zygoptera (Odonata) demonstra respostas não lineares em relação ao declínio de
remanescentes de vegetação nativa em torno de córregos seguindo uma abordagem de
limiares. No segundo capítulo, considerando a desconstrução da comunidade em
“traits”, nós avaliamos como os diferentes comportamentos de oviposição das espécies
respondem a perda de vegetação nativa. No terceiro capítulo, nós consideramos a
comunidade desconstruída em “traits” relacionados à capacidade de dispersão enfatizando o papel da resistência da paisagem como um importante preditor na
estruturação dessas comunidades de Odonata. Os dados para este estudo foram obtidos a
partir de coletas em 116 córregos no estado de Mato Grosso do Sul. Nossos resultados
enfatizaram que a perda e ou modificações na vegetação nativa são variáveis chaves que
influenciam as comunidades de Odonata. As duas abordagens usadas nesse trabalho,
respostas não lineares, considerando a comunidade como um todo ou a comunidade
desconstruído em caracteristicas relacionados à capacidade de dispersão e oviposição,
são essenciais para avaliar o efeito das mudanças em paisagens naturais nas
comunidades de Odonata. Essas abordagens provaram ser ferramentas relevantes em
estudos de ecologia, auxiliando na tomada de decisões na conservação de espécies e
especialmente dos ambientes aquáticos que são essenciais para a manutenção de grande
parte da biodiversidade do planeta.
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Dípteros ectoparasitos de morcegos no Novo Mundo: Distribuição espacial e padrões de associação |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
29/02/2016 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Luiz Felipe Alves da Cunha Carvalho
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Banca |
- Andrea Cardoso de Araujo
- Fernando Paiva
- Gustavo Graciolli
- Luiz Eduardo Roland Tavares
- Márcio Roberto Pie
- Mauricio Osvaldo Moura
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Resumo |
Compreender os padrões de distribuição, abundância e interação de espécies é uma das propostas centrais em estudos ecológicos. Uma maneira comum de verificar se um conjunto de espécies resulta em uma comunidade estruturada ou ordenada é determinar se grupos específicos de espécies estão associados a um determinado habitat ou área biogeográfica. Os objetivos deste estudo foram investigar a associação de moscas ectoparasitas de morcegos nas Américas, entre as faixas latitudinais de 50º Norte até 40º Sul e 127º Oeste e 34º Leste, caracterizando e determinando o padrão estrutural das redes de interações estabelecidas; e avaliar o padrão espacial na riqueza de moscas ectoparasitas no continente americano, testando as variáveis preditoras deste padrão. A associação moscas-morcegos revelou redes não aninhadas, compartimentadas e modulares. As espécies interativas são gradativamente substituídas ao longo das faixas latitudinais, porém a especialização de rede é relativamente estável. Verificamos uma maior riqueza de moscas ao norte da Linha do Equador, sendo esta não relacionada ao gradiente latitudinal, nem à riqueza de espécies de morcegos ou variáveis ambientais. |
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Comunidade de anuros e o efeito do desenvolvimento urbano sobre a composição e riqueza de espécies em fragmentos florestais de Cerrado em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
27/01/2016 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Cláudia Márcia Marily Ferreira
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Banca |
- Cynthia Peralta De Almeida Prado
- Franco Leandro de Souza
- Marcelo Menin
- Sonia Zanini Cechin
- Vanessa Kruth Verdade
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Resumo |
A destruição do habitat é um dos principais fatores responsáveis pelo declínio de
populações de anfíbios ao redor do mundo, sendo a urbanização um processo que
promove a fragmentação e perda do habitat, gerando mudanças profundas no ambiente,
o que contribui para a perda da biodiversidade de espécies. Mais de um terço das
espécies de anfíbios conhecidas no mundo está ameaçada pelo desenvolvimento urbano,
que gera mudanças na vegetação e hidrologia, poluição dos ambientes aquáticos e
terrestres e poluição sonora. Estudos demonstram que a composição de espécies de
anfíbios em áreas urbanas é alterada, ocorrendo um domínio de espécies generalistas
quanto ao uso do habitat, e que nestes locais a riqueza de espécies diminui. No Brasil,
poucos são os trabalhos que avaliaram os efeitos do desenvolvimento urbano sobre a
fauna de anfíbios e no estado do Mato Grosso do Sul é escasso o conhecimento sobre
este grupo de vertebrados em área urbana. Desta forma os principais objetivos deste
estudo foram descrever a composição de espécies e a riqueza de anfíbios anuros em
remanescentes de Cerrado na área urbana de Campo Grande, Mato Grosso do Sul,
Brasil, avaliar se as comunidades variam ao longo do gradiente de urbanização e
investigar o papel do habitat local sobre a composição e riqueza de espécies. A fauna de
anuros foi amostrada em três estações chuvosas por meio de armadilhas de
interceptação e queda, procura auditiva, procura visual e encontro fortuito. A análise da
paisagem urbana foi realizada em diferentes escalas espaciais ao redor das áreas de
estudo e a porcentagem de impermeabilização do solo e a distância de cada fragmento
do centro urbano de Campo Grande foram usadas como indicativas do nível de
urbanização. Variáveis do habitat local foram também mensuradas. Dezessete espécies
de anuros foram registradas e houve um predomínio de animais das famílias
Leptodactylidae e Hylidae. A anurofauna da região é dominada por espécies
generalistas e que toleram mudanças no ambiente promovidas pela ação do homem. A
composição e riqueza de espécies não foram afetadas pela urbanização. Uma possível
explicação para o resultado encontrado é que a variável porcentagem de área
impermeável do solo tenha um efeito limiar e que uma cobertura menor de superfície
impermeável da que foi registrada neste estudo seja suficiente para reduzir o número de
espécies de anuros da região. A área dos fragmentos urbanos não afetou a riqueza de
espécies; é provável que a presença de habitats aquáticos para a reprodução seja um
fator mais importante para determinar a presença de diferentes espécies de anuros que a
área fragmentos. Para que o impacto da urbanização sobre os anuros em Campo Grande
seja minimizado é importante que as áreas verdes sejam preservadas e restauradas. Para
que os anuros residentes possam se dispersar e migrar é necessário à existência de
corredores de habitat conectando os fragmentos florestais. Além disso, é fundamental
que a coleta e o tratamento do esgoto ocorram de forma adequada, para que a
reprodução e ciclos de vida dos anfíbios anuros não sejam alterados.
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