Doutorado em Ecologia e Conservação

Atenção! O edital referente ao processo seletivo e arquivos pertinentes ao curso estão disponíveis no site do curso.
Os resultados dos processos seletivos serão divulgados no site do curso.

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TRABALHO Ações
Genetic distances within and among species of Teloschistaceae (Ascomycota) and delimitation of the bipolar Polycauliona candelaria (L.) Frödén, Arup & Søchting and Rusavskia elegans (Link) S. Y. Kondr. and Kärnefelt
Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
Tipo Tese
Data 30/11/2018
Área ECOLOGIA
Orientador(es)
  • Aline Pedroso Lorenz
Orientando(s)
  • Mayara Camila Scur
Banca
  • Andre Aptroot
  • Diego Jose Santana Silva
  • Manuela Dal Forno
  • Paulo Eduardo Aguiar Saraiva Câmara
  • Robert Karl Luecking
Resumo A presente tese descreveu a variação no DNA barcode (capítulo 1) em uma das mais diversas e amplamente distribuídas famílias de fungos liquenizados, Teloschistaceae, e focou na diversidade genética de duas espécies bipolares, Polycauliona candelaria (capítulo 2) e Rusavskia elegans (capítulo 3). Apesar do marcador ITS (DNA barcode universal para fungos) ser amplamente utilizado em estudos filogenéticos de fungos liquenizados, os padrões gerais dos limites intra- e interespecíficos são apenas estabelecidos e testados para Parmeliaceae. No capítulo inicial, as sequências de DNA barcode de Teloschistaceae disponíveis no GenBank utilizando critérios de seleção (utilizando-se sequências representantes como base de busca) foram exploradas, a monofilia de espécies testada, e, subsequentemente, aplicadas à dois métodos de validação de espécies. As distâncias estimadas no primeiro capítulo podem ser utilizadas como referência e serem úteis em estudos integrativos com espécies dessa família. Para os capítulos dois (P. candelaria) e três (R. elegans), os liquens foram coletados com o suporte dos Programas Antárticos Argentino e Brasileiro nas ilhas Shetlands do Sul, peninsula Antártica e ilha James Ross, assim como no sul da América do Sul. Adicionalmente, espécimes do Hemisfério Norte e Colombia foram coletadas por colegas ou concedidos por herbários. As análises realizadas no capítulo dois sugerem que Polycauliona candelaria é uma única espécie originada na América do Norte 1.3 milhões de anos atrás, e que a dispersão para a América do Sul ocorreu em eventos de longa dispersão recentes (LDD), possivelmente utilizando os Andes como pontos de paradas (mountain hopping). Os menores índices de diversidade genética foram encontrados na Antártia, provavelmente devido a recente efeito fundador que ocorreu no final do período Pleistoceno. No capítulo três, todos os talos de R. elegans analisados foram encontrados na ilha James Ross, e três linhagens moleculares divergentes foram identificadas. Rusavskia elegans provou ser difícil de encontrar nas ilhas Shetlands do Sul e península, onde todo material coletado foi morfologiamente e geneticamente identificado como Caloplaca ou Austroplaca. A distribuição desta espécie na Antártica parece ser mais restrita do que previamente considerada, e ausente de ambientes ricos em nitrogênio. Dados químicos e ecológicos mostraram baixa resolução taxonômica, enquanto caracteres anatômicos, como a presença de estruturas isidioides, espessura do tecido parahimênico e a margem do himênio, foram utilizados para caracterizar as diferentes linhagens. Espécies crípticas e plasticidade fenotípica ocorrem dentro de R. elegans, e a dispersão para a Antártica parece ter ocorrido por múltiplos eventos de dispersão de longa distância. Com essa tese, o sucesso da colonização de espécies da família Teloschistaceae em ambientes extremos é mais uma vez reforçada, assim como a importância de estudos integrativos para delimitar e avaliar a história evolutiva de fungos liquenizados. Os dados de distâncias genéticas se mostraram eficientes como ferramenta adicional para a caracterização de grupos, incluindo complexos de espécies. O período Pleistoceno foi importante para a colonização da Antártica por liquens, e os grupos provavelmente chagaram ao continente por eventos recentes de dispersão de longa distância.
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    Porcos ferais invasores em paisagens naturais e agrícolas do Mato Grosso do Sul: Ecos dissonantes de um país megadiverso sob ameaça alienígena
    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
    Tipo Tese
    Data 16/10/2018
    Área ECOLOGIA APLICADA
    Orientador(es)
    • Antonio Conceicao Paranhos Filho
    Orientando(s)
    • Wagner Augusto Fischer
    Banca
    • Adriano Garcia Chiarello
    • Camila Leonardo Mioto
    • Carlos Henrique Salvador de Oliveira
    • Fabio Verissimo Goncalves
    Resumo A proposta deste trabalho não é de apenas desenvolver uma tese, mas a de promover uma síntese sobre o tema central que permeia e orienta três capítulos distintos, tanto no conteúdo como também no formato, todos abordando assuntos complementares. O primeiro trata de gestão pública em linguagem de conservação; o segundo foca o público geral em formato de divulgação científica; e o terceiro trata de questões científicas, das relações e variáveis ecológicas, ambientais, socioeconômicas que se misturam ao afetar o mesmo tema. O tema é a invasão de porcos ferais exóticos e outras espécies alienígenas em diferentes escalas, no estado de Mato Grosso do Sul, no Pantanal e no Brasil, bem como suas causas, consequências, implicações e desafios para a sociedade e a gestão pública, desde que responsáveis e competentes para lidar com o assunto. No geral, trata da necessidade que o país tem de integrar suas políticas de gestão da fauna silvestre e exótica em sistemas produtivos racionais e sustentáveis, buscando harmonizar o que chamo de ecos dissonantes, representados por forças socioeconômicas e socioambientais que historicamente se antagonizam no Brasil, quando deveriam convergir e se complementar, a exemplo do que ainda pode ser vislumbrado no MS. Em especial, por ainda abrigar boa parte de sua biodiversidade e áreas naturais, sobretudo o Pantanal, em boas condições para contrapor a lógica convencional de mercado que hoje estimula apenas o paradigma da invasão alienígena. Com base nesse desequilíbrio econômico-ecológico (ecos) e como objetivo final, debato as questões abordadas e apresento o modelo vigente de gestão da fauna em que o governo detém sua tutela não-econômica e assim faz pesar a balança em favor de espécies exóticas de produção, que atendem muito bem às demandas básicas da sociedade, porém atua contra a conservação da biodiversidade e da gestão das reservas naturais brasileiras. Por fim, proponho um novo modelo de gestão e manejo da fauna silvestre com propriedade privada e incentivos de mercado para uso de espécies nativas, buscando anular as contradições que atuam em desfavor às potencialidades estratégicas representadas pela diversidade de recursos ambientais e faunísticos brasileiros. É preciso honrar e fazer valer a riqueza nacional de origem indígena, estimulando seus usos para se contraporem aos usos de produção convencionais com a oferta também de parte de seus recursos ambientais como produtos valiosos para o mercado de bens de capital natural que atendam às necessidades da sociedade demandante. Temo que somente isso poderá diminuir e reverter o acelerado processo de invasão alienígena, contribuindo para atender demandas socioeconômicas tanto por animais de estimação como de produção, manejo extensivo e cinegético. Gestores ambientais de todo o mundo contribuíram na elaboração da Convenção sobre Diversidade Biológica, que defende estratégias de mercado como forma de reverter a crise de conservação da biodiversidade que assola o planeta, como acontece no Brasil e no estado de Mato Grosso do Sul. A diferença é que aqui se tem muito a mais a perder do que em qualquer outro país do mundo. Pergunto: até quando?
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      Análise nutricional da dieta de um grupo de Alouatta caraya: proteínas e metabólitos secundários
      Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
      Tipo Tese
      Data 10/10/2018
      Área ECOLOGIA
      Orientador(es)
      • Maria Rita Marques
      Orientando(s)
      • Vanessa Katherinne Stavis Kras Borges
      Banca
      • Denise Brentan da Silva
      • ELEONORE ZULNARA FREIRE SETZ
      • Fernando De Camargo Passos
      • Zelinda Maria Braga Hirano
      Resumo O Bioma Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil e tem apresentado uma alta taxa
      de desmatamento nos últimos anos. Os animais do Cerrado mantêm uma
      interdependência com relação à flora, portanto evoluíram e se adaptaram aos aspectos
      da sazonalidade, que influenciam toda a dinâmica da vida no bioma, desde os hábitos
      alimentares, reprodutivos e de abrigos. As populações de primatas brasileiros
      necessitam de ambientes com estrato arbóreo, utilizando essas áreas para viverem e se
      reproduzirem ou como corredores entre duas manchas maiores. Estudos sobre a
      ecologia nutricional de primatas herbívoros se concentram em termos de composição
      das plantas e os recursos consumidos. Os primatas têm sido descritos em uma variedade
      de escalas, incluindo o tempo gasto alimentando-se de diferentes itens, ingestão de
      macronutrientes e micronutrientes, além da ingestão de metabólitos secundários de
      plantas, sendo que muitos deles são tóxicos. Os trabalhos referentes à dieta do gênero
      Alouatta buscam compreender quais são os principais fatores que influenciam a seleção
      de determinado item alimentar e espécie vegetal que irá compor sua dieta. A limitação
      de proteínas tem sido considerada um fator chave nas hipóteses sobre a evolução das
      diversas características dos primatas, sugerindo que os animais devem priorizar as
      proteínas em suas escolhas alimentares. O gênero Alouatta possui a dieta mais folívora
      entre os primatas neotropicais, sendo animais que apresentam alta capacidade de
      adaptação a diferentes tipos de floresta. A composição química das plantas tem papel
      fundamental na seleção de plantas utilizadas como alimento pelos animais. A
      palatabilidade, digestibilidade, valor calórico ou nutricional e grau de toxidez são
      fundamentais para esta seleção e são aspectos ainda pouco investigados dentro das
      espécies de primatas neotropicais. A metabolômica é uma ferramenta utilizada
      especificamente para determinação do metabolismo de compostos de baixo peso
      molecular, e assim pode ser aplicada na compreensão dos metabólitos secundários
      presentes na dieta. Em estudos realizados anteriormente observaram-se algumas
      preferências de um grupo de A. caraya sobre determinadas espécies vegetais em
      detrimento de outras. Destas observações surgiu este trabalho que teve como objetivo
      principal identificar o perfil nutricional do tecido foliar de espécies vegetais consumidas
      e não consumidas por um grupo de Alouatta caraya em fragmento de Floresta
      Estacional Semidecídua inserida em uma área do Bioma Cerrado, e verificar se esses
      metabólitos estão influenciando ou não a seleção de plantas da dieta desses animais.
      Foram escolhidas 15 espécies vegetais classificadas em três grupos para análise
      quantitativa de metabólitos primários (proteínas) e secundários (fenol e tanino), além de
      estudos metabolômicos. Os extratos vegetais foram analisados quanto a sua toxicidade
      em Caenorhabditis elegans e atividade antioxidante (DPPH). As concentrações de
      fenóis e taninos totais não apresentaram diferenças significativas entre os três grupos de
      plantas analisados, a quantificação de proteínas apresentou diferença significativa do
      grupo das não abundantes mais consumidas com relação às abundantes não consumidas.
      O perfil metabolômico observado das espécies vegetais revelou que as espécies vegetais
      evitadas na dieta dos primatas continham substâncias como alcaloides, triterpenos e
      alguns derivados fenilpropanóicos. Os resultados encontrados neste estudo contribuem
      de várias formas para o entendimento da ecologia e conservação do gênero Alouatta
      além de direcionar pesquisas aplicadas visando entender essas interações complexas em
      mais detalhes enriquecendo assim o conhecimento sobre a saúde e fisiologia dos bugios
      com relação à seleção de alimentos.
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        Redes de interações planta-polinizadores em ecossistemas sazonais do Brasil Central
        Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
        Tipo Tese
        Data 27/08/2018
        Área ECOLOGIA
        Orientador(es)
        • Andrea Cardoso de Araujo
        Orientando(s)
        • Camila Silveira de Souza
        Banca
        • Ana María Martín González
        • André Rodrigo Rech
        • Erich Arnold Fischer
        • Isabela Galarda Varassin
        • Jeferson Vizentin-Bugoni
        Resumo O uso de atributos funcionais (e.g. morfologia, fenologia) em conjunto com a abordagem de redes é promissor para avaliar a associação entre a estrutura das interações em comunidades e o seu funcionamento. Nesta tese, focamos especificamente na interação entre plantas e polinizadores em ambientes tropicais sazonais (Cerrado e Pantanal). A tese foi dividida em três capítulos, que abordam diferentes aspectos da estrutura da rede de interações em ambientes tropicais ricos em espécies, com principal foco no Pantanal Sul. Foi investigado como a variação temporal (capítulo 1), os atributos das espécies e a composição de polinizadores (capítulo 2) e o método de amostragem (capítulo 3), podem influenciar a estrutura dessas redes. De acordo com os resultados apresentados no capítulo 1, as redes dos ambientes estudados (Campo sujo, Chaco, Vereda e Pantanal) foram caracterizadas por menor riqueza e abundância de recursos florais e tiveram maiores níveis de particionamento de interação na estação seca, provavelmente devido a maior competição entre as espécies. No capítulo 2, baseados em dados coletados durante dois anos no Pantanal Sul, evidenciamos uma rede de polinização significativamente modular, com espécies animais e vegetais agrupadas em onze módulos diferentes, consistentes com os sistemas de polinização. O tamanho da flor, cor e tipo de recompensa são as principais variáveis associadas à estrutura modular. Por fim, no capítulo 3, os resultados indicaram que a amostragem de interaçções polinizador-planta apenas do ponto de vista fitocêntrico, abordagem usualmente empregada na maioria dos estudos, pode superestimar a especialização e o nível de modularidade das redes. Foram encontradas diferenças significativas em relação aos índices em nível de espécie (e.g. especialização e modularidade) entre as abordagens (fitocêntrica e zoocêntrica), sendo essas diferenças explicadas por grupos de polinizadores e recursos florais oferecidos. Esta tese contribui com o entendimento dos processos que determinam as interações entre espécies em comunidades ecológicas. Esforços adicionais nesse sentido, como a inclusão de outros atributos funcionais como preditores, bem como estudos mais detalhados avaliando os efeitos de espécies exóticas como Apis mellifera, são possíveis caminhos para o desenvolvimento de outras hipóteses que podem contribuir para uma melhor compreensão dos padrões de interação e seus efeitos na estrutura das comunidades tropicais.
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          Comunidade de aves e o efeito do desenvolvimento urbano sobre a riqueza, a abundância e a composição de espécies em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil
          Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
          Tipo Tese
          Data 03/08/2018
          Área ECOLOGIA
          Orientador(es)
          • Franco Leandro de Souza
          Orientando(s)
          • Berinaldo Bueno
          Banca
          • Augusto Joao Piratelli
          • Márcio Rodrigo Gimenes
          • Renato Cintra
          Resumo As áreas urbanas têm se expandido rapidamente devido ao aumento da população humana e as investigações dos padrões de diversidade de aves nas cidades estão se tornando comuns. O grupo das aves é ideal para estudar os efeitos da urbanização, pois muitas espécies ocorrem em áreas urbanas e possuem alta sensibilidade às mudanças na estrutura e composição do habitat. Os estudos que avaliaram os efeitos da urbanização sobre a avifauna apontam que a riqueza de espécies é inversamente proporcional a urbanização. No Brasil, alguns trabalhos avaliaram os efeitos da urbanização sobre a avifauna, porém no Cerrado e no Mato Grosso do Sul os estudos ainda são escassos. Dessa forma, os principais objetivos deste estudo são descrever a composição da comunidade de aves da área urbana de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil e avaliar se a riqueza, a abundância e a composição das aves variam ao longo de um gradiente de urbanização. A coleta de dados foi realizada entre os meses de fevereiro e março de 2016 em 61 hexágonos com diferentes porcentagens de superfície impermeável que estavam distribuídos por toda a cidade. Em cada hexágono, quatro pontos de contagem foram estabelecidos e todas as aves vistas e/ou ouvidas foram registradas. As variáveis ambientais relacionadas ao percentual de superfície impermeável, número de edificações e árvores de diferentes alturas e número de postes foram registradas para cada hexágono. Cento e vinte e uma espécies de aves pertencentes a 40 famílias e 18 ordens foram registradas. A comunidade de aves foi constituída principalmente por espécies nativas, residentes e com dietas flexíveis, onde umas poucas espécies tiveram elevada abundância de indivíduos. Além disso, a avifauna é predominantemente florestal. A variável impermeabilidade influenciou negativamente a riqueza e a abundância de espécies por reduzir as áreas disponíveis para as espécies e a heterogeneidade ambiental. Contrariamente, a variável edificações até 5 m de altura afetou positivamente a abundância devido a presença de residências e seus diferentes recursos para a avifauna. A quantidade de postes não influenciou a comunidade de aves possivelmente porque os postes precisam estar associados a outros elementos urbanos para que existam efeitos na avifauna. A vegetação não afetou a avifauna provavelmente porque a avifauna esteja mais relacionada com a origem nativa ou exótica da vegetação do que com a quantidade e a estrutura vertical das árvores. Para que o efeito negativo da urbanização sobre a avifauna seja mitigado é fundamental o melhor planejamento e gestão do meio urbano. A manutenção e a ampliação das áreas verdes urbanas, bem como a diversificação arquitetônica e estrutural das residências aumentam a heterogeneidade ambiental e disponibilidade de habitats, o que favorece a existência de uma rica diversidade de aves.
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            Threatened species in priority areas for biodiversity conservation: data systematization, influence of choice of methods and applications, in Mato Grosso do Sul, Brazil
            Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
            Tipo Tese
            Data 29/05/2018
            Área ECOLOGIA
            Orientador(es)
            • Danilo Bandini Ribeiro
            Orientando(s)
            • Sylvia Torrecilha
            Banca
            • DANIEL DE PAIVA SILVA
            • ELEONORE ZULNARA FREIRE SETZ
            • Mauricio de Almeida Gomes
            • Rafael Dettogni Guariento
            • Reinaldo Francisco Ferreira Lourival
            • Roberto Macedo Gamarra
            Resumo Nesta tese utilizei as espécies de aves e mamíferos ameaçados na seleção de áreas prioritárias à conservação da biodiversidade no estado de Mato Grosso do Sul.
            No primeiro Capítulo sistematizamos uma base de dados georreferenciados de registros de espécies de aves e mamíferos ameaçados no Mato Grosso do Sul. No segundo capítulo avaliamos a efetividade dos polígonos da IUCN na sistematização da distribuição das espécies numa escala espacial detalhada. O terceiro capítulo buscou avaliar o papel das áreas protegidas na conservação de 16 espécies ameaçadas de aves de campos naturais.
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              Reproductive ecology of cacti species in the Brazilian Chaco
              Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
              Tipo Trabalho de Conclusão de Curso
              Data 06/04/2018
              Área ECOLOGIA
              Orientador(es)
                Orientando(s)
                  Banca
                  • Angela Lucia Bagnatori Sartori
                  • Erich Arnold Fischer
                  Resumo Cactaceae é uma das famílias mais diversas da região Neotropical, com cerca de 1480 espécies. Estas plantas produzem flores e frutos que são uma importante fonte de recursos para diferentes grupos animais, os quais potencialmente atuam como polinizadores ou dispersores de sementes. No Chaco brasileiro, região mais afetada pelo desmatamento na planície pantaneira, esta família está representada por 16 espécies, ainda pouco conhecidas quanto aos diferentes aspectos de sua ecologia reprodutiva. Este cenário enfatiza a necessidade de mais estudos que investiguem e forneçam dados ecológicos para Cactaceae, contribuindo com informações que podem ser usadas em iniciativas de conservação para a família. Neste sentido, eu abordo diferentes aspectos da ecologia reprodutiva das cactáceas que ocorrem na região do Chaco brasileiro, incluindo fenologia e interações ecológicas com mutualistas e antagonistas. O primeiro capítulo foca na floração e frutificação de dez espécies de cactáceas que ocorrem no Chaco brasileiro. Eu avaliei como estas plantas respondem a sazonalidade climática dessa região, buscando entender padrões temporais de disponibilidade de recursos para consumidores, os quais influenciam o sucesso reprodutivo dessas espécies e a dinâmica da comunidade. Temperatura e comprimento do dia foram os principais fatores desencadeando os eventos fenológicos das espécies estudadas, que floresceram e produziram frutos principalmente na estação chuvosa. No segundo capítulo, eu descrevo a morfologia de flores, frutos e sementes, e relaciono tais características com os potenciais polinizadores e dispersores de sementes. A maioria das espécies tem flores brancas que abrem a noite, sugerindo polinização por vetores noturnos tais como como mariposas e morcegos. Todos os frutos registrados são bagas de coloração atrativa, sugerindo as aves como potenciais dispersores de sementes. Por sua vez, no terceiro capítulo, foram estudadas duas espécies de cactos colunares Echinopsis rhodotricha e Stetsonia coryne, cujas flores são noturnas mas se mantêm abertas e funcionais até o final da manhã do dia seguinte. Dessa forma podem usar serviços de polinização tanto de visitantes noturnos quanto diurnos, resultando em sistemas mistos de polinização. Realizei análises de eficiência dos polinizadores e avaliei a contribuição de cada grupo na produção de frutos e sementes destas espécies. Os resultados do experimento de exclusão mostraram que os visitantes diurnos foram mais efetivos que os noturnos. A baixa taxa de visitas e de capturas de mariposas, sugere que este grupo de polinizadores tem uma baixa contribuição para sucesso reprodutivo de S. coryne e E. rhodotricha. No quarto capítulo, avaliei os efeitos da florivoria sobre o sucesso reprodutivo de E. rhodotricha. Quantifiquei e comparei a produção de frutos em uma população natural, considerando flores intactas e danificadas. Duas espécies de vertebrados consomem as flores de E. rhodotricha, reduzem a atratividade e recompensas aos polinizadores, e afetam o seu sucesso reprodutivo. Adicionalmente, como material suplementar, nós produzimos o Guia de campo dos cactos do Chaco brasileiro. Este guia traz informações sobre a flora de cactos do Chaco, aumentando o conhecimento sobre a diversidade de espécies e visando incentivar sua conservação na região.
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                    Reproductive ecology of cacti species in the Brazilian Chaco
                    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                    Tipo Tese
                    Data 06/04/2018
                    Área ECOLOGIA
                    Orientador(es)
                    • Andrea Cardoso de Araujo
                    Orientando(s)
                    • Vanessa Gabrielle Nobrega Gomes
                    Banca
                    • Angela Lucia Bagnatori Sartori
                    • Erich Arnold Fischer
                    • Isabel Cristina Sobreira Machado
                    • Zelma Glebya Maciel Quirino
                    Resumo Cactaceae é uma das famílias mais diversas da região Neotropical, com cerca de 1480 espécies. Estas plantas produzem flores e frutos que são uma importante fonte de recursos para diferentes grupos animais, os quais potencialmente atuam como polinizadores ou dispersores de sementes. No Chaco brasileiro, região mais afetada pelo desmatamento na planície pantaneira, esta família está representada por 16 espécies, ainda pouco conhecidas quanto aos diferentes aspectos de sua ecologia reprodutiva. Este cenário enfatiza a necessidade de mais estudos que investiguem e forneçam dados ecológicos para Cactaceae, contribuindo com informações que podem ser usadas em iniciativas de conservação para a família. Neste sentido, eu abordo diferentes aspectos da ecologia reprodutiva das cactáceas que ocorrem na região do Chaco brasileiro, incluindo fenologia e interações ecológicas com mutualistas e antagonistas. O primeiro capítulo foca na floração e frutificação de dez espécies de cactáceas que ocorrem no Chaco brasileiro. Eu avaliei como estas plantas respondem a sazonalidade climática dessa região, buscando entender padrões temporais de disponibilidade de recursos para consumidores, os quais influenciam o sucesso reprodutivo dessas espécies e a dinâmica da comunidade. Temperatura e comprimento do dia foram os principais fatores desencadeando os eventos fenológicos das espécies estudadas, que floresceram e produziram frutos principalmente na estação chuvosa. No segundo capítulo, eu descrevo a morfologia de flores, frutos e sementes, e relaciono tais características com os potenciais polinizadores e dispersores de sementes. A maioria das espécies tem flores brancas que abrem a noite, sugerindo polinização por vetores noturnos tais como como mariposas e morcegos. Todos os frutos registrados são bagas de coloração atrativa, sugerindo as aves como potenciais dispersores de sementes. Por sua vez, no terceiro capítulo, foram estudadas duas espécies de cactos colunares Echinopsis rhodotricha e Stetsonia coryne, cujas flores são noturnas mas se mantêm abertas e funcionais até o final da manhã do dia seguinte. Dessa forma podem usar serviços de polinização tanto de visitantes noturnos quanto diurnos, resultando em sistemas mistos de polinização. Realizei análises de eficiência dos polinizadores e avaliei a contribuição de cada grupo na produção de frutos e sementes destas espécies. Os resultados do experimento de exclusão mostraram que os visitantes diurnos foram mais efetivos que os noturnos. A baixa taxa de visitas e de capturas de mariposas, sugere que este grupo de polinizadores tem uma baixa contribuição para sucesso reprodutivo de S. coryne e E. rhodotricha. No quarto capítulo, avaliei os efeitos da florivoria sobre o sucesso reprodutivo de E. rhodotricha. Quantifiquei e comparei a produção de frutos em uma população natural, considerando flores intactas e danificadas. Duas espécies de vertebrados consomem as flores de E. rhodotricha, reduzem a atratividade e recompensas aos polinizadores, e afetam o seu sucesso reprodutivo. Adicionalmente, como material suplementar, nós produzimos o Guia de campo dos cactos do Chaco brasileiro. Este guia traz informações sobre a flora de cactos do Chaco, aumentando o conhecimento sobre a diversidade de espécies e visando incentivar sua conservação na região.
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                      Processos estruturadores de comunidades aquáticas em áreas alagáveis tropicais
                      Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                      Tipo Trabalho de Conclusão de Curso
                      Data 05/12/2017
                      Área ECOLOGIA
                      Orientador(es)
                      • Rafael Dettogni Guariento
                      Orientando(s)
                      • Milena Delatorre Nunes
                      Banca
                      • Diogo Borges Provete
                      • Fabio de Oliveira Roque
                      • Geraldo Alves Damasceno Junior
                      • Tadeu de Siqueira Barros
                      Resumo Apesar de o Pantanal ser um ecossistema de água doce altamente dinâmico pouco se conhece sobre os padrões e processos que governam a montagem de comunidades, sobretudo de organismos aquáticos. Assim, no primeiro capítulo busco entender se grupos taxonômicos que tem características anfíbias, porém com distintas habilidades de dispersão – plantas aquáticas e anuros adultos – apresentam congruência na estrutura de metacomunidade em lagoas de água doce. Ainda, quantifiquei a importância relativa de processos ecológicos locais, os quais inferem nicho, e regionais relacionados a dispersão dos organismos. Portanto, investiguei a interação entre variáveis naturais, perturbações humanas e espaciais na organização das metacomunidades. Para tal, apliquei duas abordagens complementares: Análise dos elementos da estrutura de metacomunidade – EMS; e Partição da variância, usando análise de redundância parcial – pRDA, em dados qualitativos, quantitativos e excluindo espécies raras. Demonstrei que a distribuição de espécies de ambos os grupos podem ser congruentes e apresentar o mesmo padrão estrutural na montagem de metacomunidade. No entanto, os padrões alteram conforme removo espécies raras e/ou faço uso de dados de presença-ausência e abundância. Os padrões mais comuns foram aninhados (nestedness) e aleatórios (random). Para plantas, o uso da terra pelo gado foi correlacionado aos padrões estruturais encontrados. Já a estrutura da metacomunidade de anuros foi associada a estabilidade da lagoa. O puro efeito do ambiente mais que do espaço explicou a distribuição das espécies de plantas aquáticas, e somente as variáveis ambientais e a conectividade hidrológica contribuíram para a organização da metacomunidade de anuros. No entanto, a elevada proporção de variação não explicada, somada aos padrões aleatórios de distribuição das espécies sugerem que além do processo de nicho, o principal condutor da organização das metacomunidades, processos estocásticos também podem atuar na montagem de metacomunidade de organismos aquáticos em lagoas do Pantanal. No segundo capítulo adicionei a propriedade funcional para buscar padrões na organização das comunidades incorporando traços das espécies de plantas aquáticas ao longo da heterogeneidade ambiental das lagoas do Pantanal. Investiguei se há turnover na composição de espécies e de traços na medida que altera a estabilidade da lagoa e seu pH. Também testei se as plantas aquáticas são espacialmente estruturadas e se o gradiente ambiental é correlacionado às propriedades taxonômica (riqueza e abundância) e funcional (riqueza e diversidade) das comunidades. Para analisar o turnover apliquei os métodos RLQ e fourth-corner. Na busca por estrutura espacial usei análises de coordenadas principais de matrizes vizinhas (PCNM) e correlograma de Mantel. Por último, correlacionei as características ambientais com as propriedades taxonômicas e funcionais usando correlações de Pearson com permutações. Como esperado as espécies e os traços funcionais são guiados por processos de nicho. Contrariando nossa expectativa de que haveria autocorrelação espacial, processos espaciais não tiveram importância alguma na distribuição das espécies de plantas aquáticas, sugerindo que a inundação deva atuar fortemente na dispersão de propágulos o que leva a coocorrência das espécies entre as lagoas. Ainda discordando das expectativas, não houve correlação entre a riqueza taxonômica e o gradiente de estabilidade das lagoas, o que leva a conclusão de que as variações na estabilidade das lagoas promovam efeitos prioritários e como consequência o contingenciamento histórico no estabelecimento das espécies.
                      Alterações da paisagem e padrões de diversidade de morcegos e de suas moscas ectoparasitas no limite norte do Cerrado
                      Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                      Tipo Trabalho de Conclusão de Curso
                      Data 21/11/2017
                      Área ECOLOGIA
                      Orientador(es)
                      • Gustavo Graciolli
                      Orientando(s)
                      • Ciro Libio Caldas dos Santos
                      Banca
                      • Enrico Bernard
                      • Enrique Reyes Novelo
                      • Ludmilla Moura de Souza Aguiar
                      • Mauricio de Almeida Gomes
                      Resumo O conhecimento dos fatores relacionados aos padrões de diversidade em escala local e regional é uma das principais prioridades na criação de estratégias para reduzir os impactos antrópicos sobre a biodiversidade. Entre os biomas com maior perda de hábitat, o Cerrado se destaca devido à redução da vegetação nativa para a agropecuária e intensificação do número de incêndios. Na zona norte do limite do Cerrado, pertencente ao estado do Maranhão, as alterações na paisagem são consequências principalmente dos monocultivos de eucalipto e soja. O objetivo deste estudo é avaliar se esta perda de vegetação no nordeste maranhense na última década pode afetar os padrões de diversidades das espécies de morcegos e seus ectoparasitos nas áreas remanescentes. No período de 2014 e 2015, realizamos capturas em 48 pontos amostrais de seis municípios no nordeste maranhense, com diferentes níveis de perturbação relacionadas ao desmatamento e ao fogo. Como variáveis explicativas nos modelos da diversidade beta e de abundância de morcegos e seus ectoparasitos, utilizamos a porcentagem de cobertura arbórea (2014) e perda de vegetação (2000-2014), número de focos de queimadas (2000-2015) e médias de variáveis climáticas. As associações foram analisadas a partir de modelos lineares mistos generalizados e de partição hierárquica. Capturamos 1.571 morcegos nos 48 pontos amostrais, pertencentes a 37 espécies das famílias Emballonuridae (1 espécie), Molossidae (1), Phyllostomidae (32), Thyropteridae (1) e Vespertilionidae (2). Quanto às moscas ectoparasitas, coletamos 3.114 indivíduos de 30 espécies das famílias Nycteribiidae (4 espécies) e Streblidae (26). Encontramos uma maior estimativa da riqueza de espécies nos municípios com maior cobertura de vegetação e/ou menor número de focos de queimadas. A variação da diversidade beta de morcegos esteve associada às diferenças no histórico de exposição ao fogo entre as áreas estudadas, em interação com a proporção de cobertura e perda de vegetação existentes. No entanto, os efeitos foram diferentes entre as diversidades filogenética, funcional, taxonômica e de espécies analisadas, demonstrando a necessidade de utilizar estes tipos de diversidade para melhor descrever os possíveis efeitos nestas comunidades. A seleção da média pluviométrica nos modelos dos ectoparasitos indica a importância da inclusão de variáveis climáticas, nas análises de interação parasito-hospedeiro com a paisagem. Para a abundância dos morcegos, o fogo teve maior expressividade nos modelos selecionados, sugerindo que algumas espécies de frugívoros devem utilizar áreas abertas como rotas de forrageamento. Estes resultados indicam a importância do fogo e da perda de vegetação na composição de espécies de morcegos nas áreas de cerrado estudadas. Assim, políticas públicas devem priorizar a manutenção das áreas remanescentes e o manejo adequado do fogo para manutenção da biodiversidade local.
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                        A especificidade parasitária e a variação geográfica de artrópodos ectoparasitos em morcegos em Mato Grosso do Sul, com informação filogenética.
                        Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                        Tipo Tese
                        Data 06/11/2017
                        Área ECOLOGIA
                        Orientador(es)
                          Orientando(s)
                            Banca
                              Resumo
                              A especificidade parasitária e a variação geográfica de artrópodos ectoparasitos em morcegos em Mato Grosso do Sul, com informação filogenética
                              Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                              Tipo Tese
                              Data 06/11/2017
                              Área ECOLOGIA
                              Orientador(es)
                              • Gustavo Graciolli
                              Orientando(s)
                              • Camila de Lima Silva
                              Banca
                              • ANALIA GLADYS AUTINO
                              • Fernando Paiva
                              • Karla Magalhães Campião
                              • Luiz Eduardo Roland Tavares
                              Resumo As análises comparativas de redes hospedeiro-parasito podem revelar padrões com implicações para a estabilidade e dinâmica coevolucionária dessas associações e no entendimento sobre como a diversidade de parasitos é regulada nos ecossistemas naturais. As redes de interação, de acordo com seus dados representados, podem ser classificadas como redes qualitativas (ou binárias) ou quantitativas (ou ponderadas). Foram avaliadas interações parasito-hospedeiro com uma abordagem de rede, e se o acréscimo de peso nas análises poderia alterar a estrutura das ligações nas redes de interação entre morcegos e sua comunidade de artrópodos ectoparasitos. As redes de interação apresentaram estruturas modulares, nas quais as espécies pertencentes aos módulos interagem entre si, com poucas conexões a espécies de outros módulos. O principal atributo do hospedeiro que influenciou a modularidade observada foi a taxonomia: espécies de hospedeiros mais próximas tiveram composições parasitárias mais aninhadas e maior probabilidade de pertencer ao mesmo módulo na rede. É importante analisar não somente a capacidade de um parasito de infestar poucas ou muitas espécies hospedeiras em um determinado local, mas também, o seu potencial para expandir sua distribuição geográfica e infestar novas espécies de hospedeiro. Portanto, foi verificado se em diferentes regiões Mato Grosso do Sul poderia haver dissimilaridade de espécies hospedeiras entre as moscas ectoparasitas em morcegos (beta-especificidade), e o grau de especificidade filogenética, ou seja, o quanto os hospedeiros de um parasito são aparentados entre si. As moscas ectoparasitas apresentaram alta especificidade filogenética e alta beta-especificidade, infestando morcegos filogeneticamente relacionados. Foi observado "turnover" e aninhamento, e a riqueza de espécies hospedeiras pode ter influenciado os resultados.
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                                A especificidade parasitária e a variação geográfica de artrópodos ectoparasitos em morcegos em Mato Grosso do Sul, com informação filogenética
                                Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                                Tipo Trabalho de Conclusão de Curso
                                Data 06/11/2017
                                Área ECOLOGIA
                                Orientador(es)
                                  Orientando(s)
                                    Banca
                                    • ANALIA GLADYS AUTINO
                                    • Fernando Paiva
                                    • Karla Magalhães Campião
                                    • Luiz Eduardo Roland Tavares
                                    Resumo As análises comparativas de redes hospedeiro-parasito podem revelar padrões com implicações para a estabilidade e dinâmica coevolucionária dessas associações e no entendimento sobre como a diversidade de parasitos é regulada nos ecossistemas naturais. As redes de interação, de acordo com seus dados representados, podem ser classificadas como redes qualitativas (ou binárias) ou quantitativas (ou ponderadas). Foram avaliadas interações parasito-hospedeiro com uma abordagem de rede, e se o acréscimo de peso nas análises poderia alterar a estrutura das ligações nas redes de interação entre morcegos e sua comunidade de artrópodos ectoparasitos. As redes de interação apresentaram estruturas modulares, nas quais as espécies pertencentes aos módulos interagem entre si, com poucas conexões a espécies de outros módulos. O principal atributo do hospedeiro que influenciou a modularidade observada foi a taxonomia: espécies de hospedeiros mais próximas tiveram composições parasitárias mais aninhadas e maior probabilidade de pertencer ao mesmo módulo na rede. É importante analisar não somente a capacidade de um parasito de infestar poucas ou muitas espécies hospedeiras em um determinado local, mas também, o seu potencial para expandir sua distribuição geográfica e infestar novas espécies de hospedeiro. Portanto, foi verificado se em diferentes regiões Mato Grosso do Sul poderia haver dissimilaridade de espécies hospedeiras entre as moscas ectoparasitas em morcegos (beta-especificidade), e o grau de especificidade filogenética, ou seja, o quanto os hospedeiros de um parasito são aparentados entre si. As moscas ectoparasitas apresentaram alta especificidade filogenética e alta beta-especificidade, infestando morcegos filogeneticamente relacionados. Foi observado "turnover" e aninhamento, e a riqueza de espécies hospedeiras pode ter influenciado os resultados.
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                                      Untangling Odonata diversity in the Neotropical region through DNA Barcoding
                                      Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                                      Tipo Tese
                                      Data 20/10/2017
                                      Área ECOLOGIA
                                      Orientador(es)
                                      • Fabio de Oliveira Roque
                                      Orientando(s)
                                      • Ricardo Koroiva
                                      Banca
                                      • Ângelo Parise Pinto
                                      • Diego Jose Santana Silva
                                      • Frederico Falcão Salles
                                      • Rhainer Guillermo Nascimento Ferreira
                                      Resumo Libélulas (Insecta: Odonata) são uma ordem de insetos que contém mais de 6.000 espécies descritas em mais de 30 famílias. Este táxon é reconhecido por apresentar uma capacidade efetiva de ser indicadores ecológicos e atuar como grupo guarda-chuva para a conservação da biodiversidade de água doce. Embora as libélulas tenham um grande número de espécies com sequências depositadas em bancos de dados públicos, a informação genética das espécies neotropicais ainda é escassa. Este cenário leva à necessidade de mais estudos que possam investigar e fornecer dados moleculares para este grupo taxonômico, permitindo o uso de ferramentas moleculares na delimitação de espécies e na identificação de espécimes em libélulas neotropicais. Neste sentido, esta tese com cinco capítulos avalia, constrói e analisa dados moleculares de libélulas, com foco especial em espécies neotropicais, abordagem de código de barras de DNA (“DNA Barcoding”) e sua aplicação em estudos ecológicos. As informações geradas nesta tese aumentaram em quase 50% o número de espécies com sequências depositadas presentes na América do Sul. O uso do método de código de barras do DNA para a identificação de espécimes de libélulas neotropicais foi considerado eficiente. Com essa abordagem, obtive uma identificação confiável para mais de 90% dos espécimes coletados em uma das regiões mais diversas do Brasil. Além disso, através da avaliação do “barcoding gap” em um conjunto de dados global, foi possível verificar que pouco mais de 15% das espécies das libélulas do mundo não podem ser separadas com esta técnica. Os resultados desta tese têm implicações diretas em campos de biodiversidade, como taxonomia (e.g. limitações do uso do gene COI (citocromo oxidase subunidade I) para a identificação de espécimes em escala global), evolução (e.g. baixo valor de variação intraespecífica em espécies de Argia) e monitorização de espécies neotropicais. (e.g. capacidade de identificar espécimes com o gene COI). Obviamente, o aprimoramento de bases de dados locais é necessário, mas a evidência de usabilidade do código de barras de DNA é de fundamental importância para os futuros esforços científicos e financeiros que devem ser desenvolvidos e implementados em conformidade. Neste contexto, o desenvolvimento de estudos e bases de dados sobre código de barras de DNA para libélulas neotropicais deve ser considerado como uma ferramenta promissora de aplicação ampla e imediata para este táxon.
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                                        Comunidade de carnívoros do Pantanal: Fatores que Influenciam sua ocupação e co-ocorrência
                                        Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                                        Tipo Trabalho de Conclusão de Curso
                                        Data 06/10/2017
                                        Área ECOLOGIA
                                        Orientador(es)
                                          Orientando(s)
                                            Banca
                                              Resumo Carnívoros são considerados componentes chave na comunidade animal, influenciando a estrutura e a dinâmica da maioria das comunidades ao redor do mundo. No entanto, os carnívoros representam algumas das espécies mais ameaçadas, resultado das mudanças no uso do solo, perda e degradação de habitat, perseguição por humanos, declínio de suas presas principais e doenças. O declínio de grandes carnívoros resulta em um efeito cascata, uma vez que eles controlam as populações de herbívoros por meio da predação e as populações de mesopredadores por meio de competição intraguilda. Adicionalmente, espécies de carnívoros podem interagir negativamente por meio de competição por interferência ou exploração. Assim, a coexistência entre potenciais competidores pode depende da partilha temporal e/ou espacial de recursos.
                                              Na presente tese estudei a seleção de habitat, os ritmos circadianos e a competição intraguilda quanto ao uso do espaço pelas espécies de carnívoros do Pantanal. Analisei a riqueza e distribuição de espécies de carnívoros, estimei suas taxas de ocupação e os fatores que afetam a ocupação e a detectabilidade, e avaliei a partilha espacial e temporal entre grandes predadores e mesopredadores. Os dados foram obtidos com auxílio de armadilhas fotográficas e analisados meio de modelos de ocupação, considerando a detecção imperfeita. Utilizei densidade de kernel para descrever o padrão de atividades, e uma abordagem de co-ocorrência par-a-par para avaliar a co-ocorrência entre as espécies de carnívoros em quatro regiões do Pantanal.
                                              Combinando todas as áreas de estudo e estações de armadilhas fotográficas, 11 espécies foram registradas em 1109 registros independentes. Dentre as áreas de estudo a Fazenda Sagrado foi a que apresentou maior riqueza de espécie (11 espécies detectadas). Relativamente à probabilidade de ocupação (ψ), os resultados variaram entre as espécies focais, com a maior probabilidade de ocupação registrada para o coati (ψ = 0.79 ± 0.10) e a menor para a irara (ψ = 0.35 ± 0.11). As espécies exibiram uma notória variabilidade na probabilidade de detecção (p), com o maior valor verificado para o cachorro-do-mato (p = 0.50 ± 0.06), e o menor para a onça-parda (p = 0.18 ± 0.04). A inclusão de variáveis nos modelos de ocupação demostrou que a presença de predadores de topo, como por exemplo a onça-parda, possuem o efeito mais consistente na comunidade de mesopredadores, com influência positiva, seguida pelas categorias de habitat. Ao contrário do esperado a onça-parda esteve presente nos modelos de ocupação de quatro espécies de mesopredadores com influência positiva o que pode ser considerado um indicador de agregação entre eles, provavelmente como um resultado de um padrão de seleção dos mesmos habitats. A disponibilidade de presas, teve o efeito mais consistente na comunidade de predadores com influência positiva na estimativa de ocupação de onça-pintadas e onça-pardas. Em relação à detectabilidade, categorias de habitats foi o preditor mais importante, influenciando positiva e negativamente a probabilidade de detecção das espécies de carnívoros. Os padrões gerais de atividade encontrados no presente estudo se assemelham com os já relatados em outros lugares para a maioria das espécies de carnívoros, com atividade crepuscular ou noturna, com excessão da irara, coati e jaguarundi, os quais são majoritariamente diurnos no Pantanal. De acordo com a abordagem de co-ocorrência par-a-par, a maioria dos pares de espécies estudadas ocorreram mais vezes do que o esperado por chance (aleatoriamente), uma evidência de baixa evasão espacial.
                                              Por fim, os resultados deste estudo permitem concluir que os carnívoros utilizam amplamente recursos similares, com compartilhamento do espaço e/ou do tempo entre poucas espécies, demonstrando assim, em geral, baixa segregação de nicho no Pantanal. Adicionalmente, diferentes ritmos circadianos contribuíram mais que a partilha espacial para a segregação de nicho dentre os carnívoros. Concluindo, a habilidade das espécies de carnívoros em modificar seus padrões de atividade para evitar predadores ou competidores, ou para ajustarem-se à disponibilidade de suas presas principais, é provavelmente a principal característica que facilita a coexistência delas no Pantanal.
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                                              Comunidade de carnívoros do Pantanal: Fatores que Influenciam sua ocupação e co-ocorrência
                                              Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                                              Tipo Trabalho de Conclusão de Curso
                                              Data 06/10/2017
                                              Área ECOLOGIA
                                              Orientador(es)
                                              • Erich Arnold Fischer
                                              Orientando(s)
                                              • Vania Cristina Foster
                                              Banca
                                              • Guilherme de Miranda Mourão
                                              • Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos
                                              • Marina Zanin Gregorini
                                              Resumo Carnívoros são considerados componentes chave na comunidade animal, influenciando a estrutura e a dinâmica da maioria das comunidades ao redor do mundo. No entanto, os carnívoros representam algumas das espécies mais ameaçadas, resultado das mudanças no uso do solo, perda e degradação de habitat, perseguição por humanos, declínio de suas presas principais e doenças. O declínio de grandes carnívoros resulta em um efeito cascata, uma vez que eles controlam as populações de herbívoros por meio da predação e as populações de mesopredadores por meio de competição intraguilda. Adicionalmente, espécies de carnívoros podem interagir negativamente por meio de competição por interferência ou exploração. Assim, a coexistência entre potenciais competidores pode depende da partilha temporal e/ou espacial de recursos.
                                              Na presente tese estudei a seleção de habitat, os ritmos circadianos e a competição intraguilda quanto ao uso do espaço pelas espécies de carnívoros do Pantanal. Analisei a riqueza e distribuição de espécies de carnívoros, estimei suas taxas de ocupação e os fatores que afetam a ocupação e a detectabilidade, e avaliei a partilha espacial e temporal entre grandes predadores e mesopredadores. Os dados foram obtidos com auxílio de armadilhas fotográficas e analisados meio de modelos de ocupação, considerando a detecção imperfeita. Utilizei densidade de kernel para descrever o padrão de atividades, e uma abordagem de co-ocorrência par-a-par para avaliar a co-ocorrência entre as espécies de carnívoros em quatro regiões do Pantanal.
                                              Combinando todas as áreas de estudo e estações de armadilhas fotográficas, 11 espécies foram registradas em 1109 registros independentes. Dentre as áreas de estudo a Fazenda Sagrado foi a que apresentou maior riqueza de espécie (11 espécies detectadas). Relativamente à probabilidade de ocupação (ψ), os resultados variaram entre as espécies focais, com a maior probabilidade de ocupação registrada para o coati (ψ = 0.79 ± 0.10) e a menor para a irara (ψ = 0.35 ± 0.11). As espécies exibiram uma notória variabilidade na probabilidade de detecção (p), com o maior valor verificado para o cachorro-do-mato (p = 0.50 ± 0.06), e o menor para a onça-parda (p = 0.18 ± 0.04). A inclusão de variáveis nos modelos de ocupação demostrou que a presença de predadores de topo, como por exemplo a onça-parda, possuem o efeito mais consistente na comunidade de mesopredadores, com influência positiva, seguida pelas categorias de habitat. Ao contrário do esperado a onça-parda esteve presente nos modelos de ocupação de quatro espécies de mesopredadores com influência positiva o que pode ser considerado um indicador de agregação entre eles, provavelmente como um resultado de um padrão de seleção dos mesmos habitats. A disponibilidade de presas, teve o efeito mais consistente na comunidade de predadores com influência positiva na estimativa de ocupação de onça-pintadas e onça-pardas. Em relação à detectabilidade, categorias de habitats foi o preditor mais importante, influenciando positiva e negativamente a probabilidade de detecção das espécies de carnívoros. Os padrões gerais de atividade encontrados no presente estudo se assemelham com os já relatados em outros lugares para a maioria das espécies de carnívoros, com atividade crepuscular ou noturna, com excessão da irara, coati e jaguarundi, os quais são majoritariamente diurnos no Pantanal. De acordo com a abordagem de co-ocorrência par-a-par, a maioria dos pares de espécies estudadas ocorreram mais vezes do que o esperado por chance (aleatoriamente), uma evidência de baixa evasão espacial.
                                              Por fim, os resultados deste estudo permitem concluir que os carnívoros utilizam amplamente recursos similares, com compartilhamento do espaço e/ou do tempo entre poucas espécies, demonstrando assim, em geral, baixa segregação de nicho no Pantanal. Adicionalmente, diferentes ritmos circadianos contribuíram mais que a partilha espacial para a segregação de nicho dentre os carnívoros. Concluindo, a habilidade das espécies de carnívoros em modificar seus padrões de atividade para evitar predadores ou competidores, ou para ajustarem-se à disponibilidade de suas presas principais, é provavelmente a principal característica que facilita a coexistência delas no Pantanal.
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                                                Application of knowledge on ungulate species-habitat and landscape relationships to establish a conservation strategy in the Pantanal
                                                Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                                                Tipo Trabalho de Conclusão de Curso
                                                Data 06/10/2017
                                                Área ECOLOGIA
                                                Orientador(es)
                                                • Guilherme de Miranda Mourão
                                                Orientando(s)
                                                • Walfrido Moraes Tomás
                                                Banca
                                                • Erich Arnold Fischer
                                                • Helena De Godoy Bergallo
                                                • Liliani Marilia Tiepolo
                                                Resumo A busca por estratégias de desenvolvimento sustentável é uma agenda cada vez mais importante no mundo atualmente, e não é uma receita geral que possa ser aplicada em todos os lugares, já que existem aspectos ecológicos, políticos, culturais, históricos e ecnomicos que variam de uma região a outra. A conservação da biodiversidade e de processos ecológicos são um dos tres pilares do conceito de sustentabilidade, sendo os outros dois a contraparte ecnomica e a social. A composição da paisagem, tanto natural quanto a modificada pelas atividades econmicas humanas, é um dos fatores chave influenciando a riqueza de espécies em escala regional, e assim a perspectiva de paisagem é atualmente vista como essencial para o manejo de recursos. Enquanto métricas de paisagem têm sido muito utilizadas em pesquisa, elas têm sido pouco aplicaas na prática para propósitos de planejamento para a conservação, especialmente sob o conceito de paisagens multifuncionais, que é bastante relacionado com paisagens sustentáveis. Este estudo busca aplicar modelos de ocupação por espécie e estudos da relação entre abundância e variáveis de paisagem como uma base para desenvolver uma estratégia alternativa de conservação de paisagem e habitats para propriedades privadas no Pantanal. O Pantanal é considerada uma das maiores áreas úmidas do mundo, com mais de 180.000 km2 no centro da América do Sul, abrangendo Brazil, Bolívia e Paraguai, e enfrenta diversas ameaças que colocam em risco sua rica biodiversidade. Entre as ameaças está a substituição da vegetação nativa por pastagens cultivadas, que tem aumentado nas últimas décadas, simplificando uma paisagem naturalmente complexa e em mosaic constituída de áreas úmidas, florestas e campos. Além disso, processos crônicos de degradação dos habitats podem estar ocorrendo, afetando a qualidade dos habitats para diversas espécies.
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                                                  Effect of trophic downgrading in tropical karstic streams
                                                  Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                                                  Tipo Trabalho de Conclusão de Curso
                                                  Data 14/09/2017
                                                  Área ECOLOGIA
                                                  Orientador(es)
                                                  • Fabio de Oliveira Roque
                                                  Orientando(s)
                                                  • Elaine Cristina Corrêa
                                                  Banca
                                                  • Francisco Valente Neto
                                                  • Jose Manuel Ochoa Quintero
                                                  • Rafael Dettogni Guariento
                                                  • Timothy Peter Moulton
                                                  Resumo A perda da biodiversidade resultante da influência antrópica, afeta frequentemente os consumidores de topo das cadeias tróficas. A extinção dos grandes consumidores ou a desclassificação trófica (trophic downgrading) pode resultar em efeitos pervasivos nos níveis tróficos inferiores e na estrutura física dos ecossistemas terrestres e aquáticos. Nesta tese de doutorado, investiguei os efeitos da perda dos macroconsumidores (ex: peixes e camarões) na comunidade bentônica e nos processos ecossistêmicos em diferentes córregos cársticos tropicas da região Centro-Oeste do Brasil. No primeiro capítulo, avaliei como a cascata trófica produzida pelos macroconsumidores interage com a perda da vegetação ripária alongo de um gradiente de vegetação. No capítulo subsequente, investiguei como essa perda de vegetação afeta a interação dos consumidores nos grupos funcionais dos invertebrados bentônicos. No último capítulo, avaliei o efeito dos consumidores nos processos ecossistêmicos (acúmulo de sedimentos (massa seca e massa seca livre de cinza), deposição de cálcio, abundância dos invertebrados e na produção de biofilme) em um córrego cárstico. Para testar essas predições, eu utilizei uma técnica de exclusão elétrica que tem sido amplamente empregada por ecologistas de córregos para estudar o efeito da presença ou ausência de consumidores de topo nos diferentes níveis tróficos, essa técnica permitiu a colonização de algas e a deposição de sedimentos. Em resumo, encontrei que a exclusão experimental dos macroconsumidores afetou a produção primária (clorofila-a), mas não afetou a abundância dos invertebrados ao longo da perda de vegetação ripária. Nessa tese de doutorado também concluo que a presença dos macroconsumidores aumentou o acúmulo de carbonato de cálcio através do tempo. Entretanto, a perda de espécie pode não somente ter efeito na interação trófica associada com a comunidade bentônica, mas com a formação cárstica como um todo.
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                                                    A comunidade de aves e suas interações mutualísticas com plantas em fragmentos florestais na Serra da Bodoquena
                                                    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                                                    Tipo Tese
                                                    Data 05/09/2017
                                                    Área ECOLOGIA
                                                    Orientador(es)
                                                    • Erich Arnold Fischer
                                                    Orientando(s)
                                                    • Claudenice Faxina
                                                    Banca
                                                    • Erich Arnold Fischer
                                                    • Franco Leandro de Souza
                                                    • Marco Aurelio Pizo Ferreira
                                                    • Rudi Ricardo Laps
                                                    • Sáuria Lúcia Rocha de Castro
                                                    Resumo A Serra da Bodoquena tem sofrido intensamente com a perda e fragmentação de
                                                    habitats, ocasionando inúmeros prejuízos à diversidade biológica. Neste sentido,
                                                    estudos vêm sendo realizados para conhecer e avaliar os danos causados às
                                                    comunidades animais e vegetais. Em tais avaliações algumas ferramentas têm se
                                                    destacado para entender como as espécies respondem às alterações do ambiente e
                                                    propor medidas de conservação. A avifauna é considerada boa indicadora biológica, e
                                                    por este motivo o uso das aves bem como suas interações têm ajudado a entender as
                                                    consequências das alterações ambientais. Assim, a proposta deste estudo foi avaliar
                                                    como a comunidade de aves e suas interações mutualísticas com as plantas, respondem
                                                    ante a um gradiente de paisagem, medidos pela cobertura florestal, área do fragmento
                                                    maior, distância até o Parque Nacional da Serra da Bodoquena (PNSB) e um gradiente
                                                    de estrutura de vegetação medido por cobertura de dossel, altura de dossel e
                                                    porcentagem de subosque. Para isto foram selecionadas 20 paisagens na região da Serra
                                                    da Bodoquena e definidos 40 transetos (dois em cada paisagem) que foram percorridos
                                                    trimestralmente entre janeiro 2015 e dezembro de 2016, totalizando 640 horas de
                                                    amostragem de aves e interações com plantas. Para obter as métricas da paisagem
                                                    (cobertura florestal, fragmento maior e distância da fonte) foi estabelecido um ponto
                                                    central entre os dois transetos de cada paisagem, e a partir deste ponto foi estabelecido
                                                    um “buffer” com raio de 3000 m para medidas da paisagem (aproximadamente 2830
                                                    ha). Para obter os dados de estrutura da vegetação, foram estabelecidos cinco pontos por
                                                    transecto onde foram tomados os dados de cobertura de dossel, altura de dossel e
                                                    porcentagem de subosque. As espécies de aves foram identificadas e classificadas de
                                                    acordo com sensibilidade às alterações ambientais, dependência de florestas, categoria
                                                    alimentar, tamanho corporal (g) e estrato preferencialmente ocupado. Os registros das
                                                    interações entre as aves e plantas foram feitos ao longo de cada transeto. Toda ave
                                                    observada se alimentando de alguma planta foi registrada, bem como a espécie de
                                                    planta, que foi coletada para identificação em herbário. Para avaliar a resposta da
                                                    riqueza, abundância e diversidade de aves, bem como a resposta das espécies
                                                    classificadas quanto à dependência de florestas e sensibilidade a alterações ambientais,
                                                    ante o gradiente de paisagem, foram criados modelos utilizando o Critério de
                                                    Informação de Akaike (AIC) e feita Análise de Redundância (RDA). Para as análises de
                                                    interações, as medidas de aninhamento (NODF2), aninhamento ponderado (WNDF),
                                                    modularidade (M), modularidade ponderada (Q), especialização (H2) e conectância
                                                    foram obtidas em cada paisagem e foram realizados testes de permutação
                                                    (PERMANOVA) para identificar diferenças entres as paisagens e em seguida foram
                                                    criados modelos entre as variáveis das redes de interações e as métricas da paisagem, e
                                                    selecionados modelos por Critério de Informação de Akaike. Para as análises entre as
                                                    variáveis da estrutura da vegetação e riqueza, abundância e diversidade foram criados
                                                    modelos e utilizado o Critério de Informação de Akaike para seleção de modelos. Para a
                                                    categoria alimentar, tamanho corporal, estrato preferencial e os grupos funcionais
                                                    (categoria alimentar + tamanho corporal e categoria alimentar + estrato preferencial) em
                                                    relação à estrutura da vegetação foram feitas Análise de Redundância (RDA) e Modelo
                                                    Linear Generalizado (GLZ). E baseado nos níveis de sensibilidade de aves à
                                                    fragmentação florestal 30 espécies identificadas nas paisagens foram utilizadas para a
                                                    avaliação de um índice de integridade biótica (IIB). Ao todo foram registradas 300
                                                    espécies de aves pertencentes a 59 famílias e 25 ordens. As respostas das assembléias de
                                                    aves ao aumento da cobertura florestal e da distância da fonte variaram conforme a
                                                    dependência das espécies ao ambiente florestal. As espécies foram separadas em classes
                                                    de sensibilidade e dependência de florestas, as espécies dependentes, semidependentes e
                                                    com média sensibilidade aumentaram em riqueza e abundância com o aumento da
                                                    cobertura florestal, e a riqueza e abundância foram negativamente relacionadas à
                                                    distância à fonte. As interações envolveram 73 espécies de plantas e 79 espécies de
                                                    aves. A riqueza de plantas diminuiu à medida que se afastou da fonte. A distância da
                                                    fonte também influenciou na riqueza de aves e de interações. O aninhamento e a
                                                    conectância das redes de interações diminuíram à medida que se aumentou a cobertura
                                                    florestal e a distância à fonte, e a modularidade e especialização aumentaram. A
                                                    cobertura de dossel foi a variável mais importante para explicar a riqueza, abundância e
                                                    diversidade de aves, e a densidade do subosque influenciou a ocorrência de grupos
                                                    funcionais, categoria alimentar, tamanho corporal, estrato preferencial. Ocorreu
                                                    substituição de espécies considerando o gradiente de paisagem, e o IIB foi
                                                    positivamente relacionado com a cobertura florestal (r2
                                                    = 0,64; p < 0,0001) e com a área de fragmento maior (r2
                                                    = 0,72; p < 0,0001), e negativamente com a distância do PNSB(r2
                                                    = 0,56; p < 0,000). Os resultados evidenciaram que análises considerando a
                                                    comunidade como um todo pode mascarar os reais efeitos da perda e fragmentação de
                                                    habitat sobre as aves. As métricas das redes podem ser usadas como indicadoras da
                                                    qualidade do ambiente na área estudada, pois responderam ao gradiente de cobertura
                                                    florestal e distância da fonte. A composição e estrutura da comunidade de aves da Serra
                                                    da Bodoquena estão relacionadas ao gradiente de estrutura da vegetação, e o uso de
                                                    grupos funcionais para monitoramento ambiental pode ser eficaz e refletir no grau de
                                                    conservação da área. O IIB pode ser ferramenta útil para avaliação da qualidade do
                                                    ambiente na região da Serra da Bodoquena.
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                                                      Integrated analysis of the ecological and socioeconomic dimensions of the Cerrado hotspot landscape: political implications for conservation and restoration
                                                      Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                                                      Tipo Tese
                                                      Data 28/08/2017
                                                      Área ECOLOGIA
                                                      Orientador(es)
                                                      • Jose Manuel Ochoa Quintero
                                                      Orientando(s)
                                                      • Mauricio Stefanes
                                                      Banca
                                                      • Alexandra Penedo de Pinho
                                                      • Antonio Conceicao Paranhos Filho
                                                      • Danilo Bandini Ribeiro
                                                      • Jose Manuel Ochoa Quintero
                                                      • Paulino Barroso Medina Júnior
                                                      • Roberto Macedo Gamarra
                                                      Resumo A humanidade não pode mais continuar convertendo habitats nativos sem considerar os limiares e finitude dos recursos naturais, por outro lado também não é estratégico que estudos e planejamentos ambientais estabelecerem metas de conservação/restauração a revelia dos aspectos e tendências socioeconômicos globais. A modelagem utilizada aqui testa se diferentes unidades de análises e diferentes escalas espaciais poderiam influenciar na compreensão dos limiares ecológicos acerca da manutenção ou recuperação da biodiversidade. Além disso, engloba as dimensões ecológicas e socioeconômicas nas análises. No capítulo 1 apresento um framework comparando cenários com diferentes metas de conservação/restauração ecológica de modo a obter maior ganho de área e qualidade delas com menores custos. Paralelamente, os conflitos com donos de terra são minimizados por meio do balanceamento entre valores de resiliência ecológica e de rentabilidade agropecuária na escala das paisagens, para as quais classifiquei os níveis de prioridade para restauração. No capítulo 2, aproveitando a recente disponibilidade do acervo agrário brasileiro, analisei os ativos e passivos de cobertura nativa no interior das propriedades rurais e descobri que 67% das fazendas apresentam algum déficit de vegetação nativa na porção do bioma Cerrado no Estado de Mato Grosso do Sul. Além disso, constatei haver uma concentração fundiária na área estudada, já que 74,2% do território é ocupado por grandes propriedades, e que por isso detém as maiores áreas de remanescentes de vegetação. Dentre os usos identificados, a pastagem é a atividade que ocupa mais de 50% da área total por classes de tamanho analisadas. Em segundo, está a produção de grãos de soja e milho para exportação, seguida por cana-de-açúcar e eucalipto. No terceiro capítulo apresento sugestões para programas de restauração que considerem as diferentes classes de tamanho das fazendas aliadas ao nível de rentabilidade das propriedades a fim de reduzir custo global de restauração, mas também maximizar taxa de sucesso de programas de restauração ecológica. Assim, por meio da integração das análises dos dois primeiros capítulos, foi possível incorporar o custo de oportunidade das áreas excedentes no índice de rentabilidade em nível de propriedade, estratégia que pode conferir um benefício extra aos donos de terras que mantiveram a cobertura de vegetação nativa, além de trazer nosso modelo mais perto da realidade de campo.
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