Socioecologia da caça de subsistência em populações tradicionais do sudoeste da Amazônia |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
18/01/2019 |
Área |
ECOLOGIA APLICADA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- RAFAEL MORAIS CHIARAVALLOTI
- Walfrido Moraes Tomás
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Resumo |
A carne de caça é consumida em grande escala por famílias tradicionais que vivem no interior de áreas protegidas ou próximas a elas na Amazônia. Nessa situação estão populações indígenas e rurais que habitam áreas remotas e vivem à margem da economia formal. Para elas a carne de caça é o principal recurso de subsistência, de grande importância social, nutricional e econômica. Nessa tese, investiguei como relações sociais podem ser moldadas em torno da caça de subsistência e como as populações tradicionais no sudoeste da Amazônia são economicamente dependentes da carne de caça. A tese está estruturada em três capítulos; no primeiro capítulo procuro entender como fatores sociais e atributos dos caçadores influenciam a partilha de carne de caça entre famílias ribeirinhas. No segundo capítulo, investigo se atributos dos caçadores e características socioeconômicas influenciam o uso do espaço e a eficiência na caça. No terceiro e último capítulo, avalio cenários econômicos de renda doméstica das populações tradicionais, dos três países que compõem o sudoeste da Amazônia, para assegurar o consumo de proteína doméstica em caso de proibição ou colapso da caça de subsistência, tomando em conta a substituição de carne de caça por carne bovina. Em geral, partilhar carne de caça depende em grande parte da biomassa caçada, e não da estrutura social, parentesco ou espécies de presas abatidas por caçadores na Reserva Extrativista Riozinho da Liberdade. Por outro lado, a idade do caçador afeta significativa e positivamente a importância dele na rede de partilha de carne, indicando a influência de atributos pessoais no padrão de compartilhamento. Esses caçadores também são mais eficientes na caça, assim como aqueles que possuem renda baixa. Em contrapartida, viver em vilas pequenas e constituir famílias grandes implica usar áreas maiores para caça. Redução ou proibição da caça de subsistência a longo prazo causariam sérios problemas de segurança alimentar, conservação e economia, já que demonstro que a renda familiar é insuficiente para substituir o consumo de carne de caça pelo consumo de carne bovina. Assim, discuto nesta tese a importância dos fatores sociais e econômicos como forças direcionadoras que influenciam e moldam como a caça de subsistência é praticada. Além disso, evidencio que a carne de caça é um recurso insubstituível para populações tradicionais e rurais na Amazônia. |
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Socioecologia da caça de subsistência em populações tradicionais do sudoeste da Amazônia |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Trabalho de Conclusão de Curso |
Data |
18/01/2019 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- André Pinassi Antunes
- José Manuel Vieira Fragoso
- RAFAEL MORAIS CHIARAVALLOTI
- Renaud Pierre-Cyril
- Walfrido Moraes Tomás
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Resumo |
A carne de caça é consumida em grande escala por famílias tradicionais que vivem no
interior de áreas protegidas ou próximas a elas na Amazônia. Nessa situação estão
populações indígenas e rurais que habitam áreas remotas e vivem à margem da
economia formal. Para elas a carne de caça é o principal recurso de subsistência, de
grande importância social, nutricional e econômica. Nessa tese, investiguei como
relações sociais podem ser moldadas em torno da caça de subsistência e como as
populações tradicionais no sudoeste da Amazônia são economicamente dependentes da
carne de caça. A tese está estruturada em três capítulos; no primeiro capítulo procuro
entender como fatores sociais e atributos dos caçadores influenciam a partilha de carne
de caça entre famílias ribeirinhas. No segundo capítulo, investigo se atributos dos
caçadores e características socioeconômicas influenciam o uso do espaço e a eficiência
na caça. No terceiro e último capítulo, avalio cenários econômicos de renda doméstica
das populações tradicionais, dos três países que compõem o sudoeste da Amazônia, para
assegurar o consumo de proteína doméstica em caso de proibição ou colapso da caça de
subsistência, tomando em conta a substituição de carne de caça por carne bovina. Em
geral, partilhar carne de caça depende em grande parte da biomassa caçada, e não da
estrutura social, parentesco ou espécies de presas abatidas por caçadores na Reserva
Extrativista Riozinho da Liberdade. Por outro lado, a idade do caçador afeta
significativa e positivamente a importância dele na rede de partilha de carne, indicando
a influência de atributos pessoais no padrão de compartilhamento. Esses caçadores
também são mais eficientes na caça, assim como aqueles que possuem renda baixa. Em
contrapartida, viver em vilas pequenas e constituir famílias grandes implica usar áreas
maiores para caça. Redução ou proibição da caça de subsistência a longo prazo
causariam sérios problemas de segurança alimentar, conservação e economia, já que
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demonstro que a renda familiar é insuficiente para substituir o consumo de carne de
caça pelo consumo de carne bovina. Assim, discuto nesta tese a importância dos fatores
sociais e econômicos como forças direcionadoras que influenciam e moldam como a
caça de subsistência é praticada. Além disso, evidencio que a carne de caça é um
recurso insubstituível para populações tradicionais e rurais na Amazônia.
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ENDOPARASITISMO EM ANUROS DURANTE A ESTAÇÃO REPRODUTIVA, NA REGIÃO NHECOLÂNDIA, PANTANAL, BRASIL |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
21/12/2018 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Priscilla Soares dos Santos
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Banca |
- Fabio de Oliveira Roque
- Karla Magalhães Campião
- Luiz Eduardo Roland Tavares
- Rafael Dettogni Guariento
- Ricardo Massato Takemoto
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Resumo |
O parasitismo é considerado como um importante mecanismo que impulsiona as dinâmicas nas comunidades hospedeiras. Sua relação com anuros acompanham as histórias de vida bifásicas desse grupo, pois quando em estágios juvenis e adultos, esses hospedeiros ocorrem em dispersas paisagens terrestres, e podem atingir altas densidades apenas em agregações durante a reprodução nos locais aquáticos, as quais acentuam a transmissão dos parasitos; e quando em estágios larvais ou em metamorfose, a imunidade é menor em relação aos adultos, tornando essas fases mais suscetíveis às infecções parasitárias, e consequentemente em alguns casos, levando a mortalidade. Entranto, os anfíbios apresentam-se como modelos para estudos parasitológicos, visto a sua importância nos ecossistemas, e consequentemente, atuam como hospedeiros intermediários ou definitivos para diversos parasitos, em hábitats terrestres e aquáticos. Dessa forma, o conhecimento da fauna parasitária associada aos anuros pode contribuir para o entendimento dos fenômenos biológicos de interações. Outro aspecto relacionado ao parasitismo é a importância da sua distribuição em relação ao habitat dos anuros, bem como, a relação dos parasitos com a reprodução dos seus hospedeiros. Contudo, o presente estudo teve como objetivo caracterizar e estimar a composição de infracomunidades de metazoários endoparasitos, em cinco espécies de anuros (Boana raniceps, Pithecopus azureus, Pseudis platensis, Scinax acuminatus e S. nasicus) durante estações reprodutivas no Pantanal sul-mato-grossense. Complementarmente, foi analisada a comunidade componente de parasitos em relação ao microhabitat dessas espécies, e se as comunidades componentes de parasitos de duas espécies (Pithecopus azureus e Pseudis platensis) estariam correlacionadas com o seu investimento reprodutivo. |
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Genetic distances within and among species of Teloschistaceae (Ascomycota) and delimitation of the bipolar Polycauliona candelaria (L.) Frödén, Arup & Søchting and Rusavskia elegans (Link) S. Y. Kondr. and Kärnefelt |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
30/11/2018 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
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Resumo |
A presente tese descreveu a variação no DNA barcode (capítulo 1) em uma das mais diversas e amplamente distribuídas famílias de fungos liquenizados, Teloschistaceae, e focou na diversidade genética de duas espécies bipolares, Polycauliona candelaria (capítulo 2) e Rusavskia elegans (capítulo 3). Apesar do marcador ITS (DNA barcode universal para fungos) ser amplamente utilizado em estudos filogenéticos de fungos liquenizados, os padrões gerais dos limites intra- e interespecíficos são apenas estabelecidos e testados para Parmeliaceae. No capítulo inicial, as sequências de DNA barcode de Teloschistaceae disponíveis no GenBank utilizando critérios de seleção (utilizando-se sequências representantes como base de busca) foram exploradas, a monofilia de espécies testada, e, subsequentemente, aplicadas à dois métodos de validação de espécies. As distâncias estimadas no primeiro capítulo podem ser utilizadas como referência e serem úteis em estudos integrativos com espécies dessa família. Para os capítulos dois (P. candelaria) e três (R. elegans), os liquens foram coletados com o suporte dos Programas Antárticos Argentino e Brasileiro nas ilhas Shetlands do Sul, peninsula Antártica e ilha James Ross, assim como no sul da América do Sul. Adicionalmente, espécimes do Hemisfério Norte e Colombia foram coletadas por colegas ou concedidos por herbários. As análises realizadas no capítulo dois sugerem que Polycauliona candelaria é uma única espécie originada na América do Norte 1.3 milhões de anos atrás, e que a dispersão para a América do Sul ocorreu em eventos de longa dispersão recentes (LDD), possivelmente utilizando os Andes como pontos de paradas (mountain hopping). Os menores índices de diversidade genética foram encontrados na Antártia, provavelmente devido a recente efeito fundador que ocorreu no final do período Pleistoceno. No capítulo três, todos os talos de R. elegans analisados foram encontrados na ilha James Ross, e três linhagens moleculares divergentes foram identificadas. Rusavskia elegans provou ser difícil de encontrar nas ilhas Shetlands do Sul e península, onde todo material coletado foi morfologiamente e geneticamente identificado como Caloplaca ou Austroplaca. A distribuição desta espécie na Antártica parece ser mais restrita do que previamente considerada, e ausente de ambientes ricos em nitrogênio. Dados químicos e ecológicos mostraram baixa resolução taxonômica, enquanto caracteres anatômicos, como a presença de estruturas isidioides, espessura do tecido parahimênico e a margem do himênio, foram utilizados para caracterizar as diferentes linhagens. Espécies crípticas e plasticidade fenotípica ocorrem dentro de R. elegans, e a dispersão para a Antártica parece ter ocorrido por múltiplos eventos de dispersão de longa distância. Com essa tese, o sucesso da colonização de espécies da família Teloschistaceae em ambientes extremos é mais uma vez reforçada, assim como a importância de estudos integrativos para delimitar e avaliar a história evolutiva de fungos liquenizados. Os dados de distâncias genéticas se mostraram eficientes como ferramenta adicional para a caracterização de grupos, incluindo complexos de espécies. O período Pleistoceno foi importante para a colonização da Antártica por liquens, e os grupos provavelmente chagaram ao continente por eventos recentes de dispersão de longa distância. |
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Genetic distances within and among species of Teloschistaceae (Ascomycota) and delimitation of the bipolar Polycauliona candelaria (L.) Frödén, Arup & Søchting and Rusavskia elegans (Link) S. Y. Kondr. and Kärnefelt |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
30/11/2018 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
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Resumo |
A presente tese descreveu a variação no DNA barcode (capítulo 1) em uma das mais diversas e amplamente distribuídas famílias de fungos liquenizados, Teloschistaceae, e focou na diversidade genética de duas espécies bipolares, Polycauliona candelaria (capítulo 2) e Rusavskia elegans (capítulo 3). Apesar do marcador ITS (DNA barcode universal para fungos) ser amplamente utilizado em estudos filogenéticos de fungos liquenizados, os padrões gerais dos limites intra- e interespecíficos são apenas estabelecidos e testados para Parmeliaceae. No capítulo inicial, as sequências de DNA barcode de Teloschistaceae disponíveis no GenBank utilizando critérios de seleção (utilizando-se sequências representantes como base de busca) foram exploradas, a monofilia de espécies testada, e, subsequentemente, aplicadas à dois métodos de validação de espécies. As distâncias estimadas no primeiro capítulo podem ser utilizadas como referência e serem úteis em estudos integrativos com espécies dessa família. Para os capítulos dois (P. candelaria) e três (R. elegans), os liquens foram coletados com o suporte dos Programas Antárticos Argentino e Brasileiro nas ilhas Shetlands do Sul, peninsula Antártica e ilha James Ross, assim como no sul da América do Sul. Adicionalmente, espécimes do Hemisfério Norte e Colombia foram coletadas por colegas ou concedidos por herbários. As análises realizadas no capítulo dois sugerem que Polycauliona candelaria é uma única espécie originada na América do Norte 1.3 milhões de anos atrás, e que a dispersão para a América do Sul ocorreu em eventos de longa dispersão recentes (LDD), possivelmente utilizando os Andes como pontos de paradas (mountain hopping). Os menores índices de diversidade genética foram encontrados na Antártia, provavelmente devido a recente efeito fundador que ocorreu no final do período Pleistoceno. No capítulo três, todos os talos de R. elegans analisados foram encontrados na ilha James Ross, e três linhagens moleculares divergentes foram identificadas. Rusavskia elegans provou ser difícil de encontrar nas ilhas Shetlands do Sul e península, onde todo material coletado foi morfologiamente e geneticamente identificado como Caloplaca ou Austroplaca. A distribuição desta espécie na Antártica parece ser mais restrita do que previamente considerada, e ausente de ambientes ricos em nitrogênio. Dados químicos e ecológicos mostraram baixa resolução taxonômica, enquanto caracteres anatômicos, como a presença de estruturas isidioides, espessura do tecido parahimênico e a margem do himênio, foram utilizados para caracterizar as diferentes linhagens. Espécies crípticas e plasticidade fenotípica ocorrem dentro de R. elegans, e a dispersão para a Antártica parece ter ocorrido por múltiplos eventos de dispersão de longa distância. Com essa tese, o sucesso da colonização de espécies da família Teloschistaceae em ambientes extremos é mais uma vez reforçada, assim como a importância de estudos integrativos para delimitar e avaliar a história evolutiva de fungos liquenizados. Os dados de distâncias genéticas se mostraram eficientes como ferramenta adicional para a caracterização de grupos, incluindo complexos de espécies. O período Pleistoceno foi importante para a colonização da Antártica por liquens, e os grupos provavelmente chagaram ao continente por eventos recentes de dispersão de longa distância. |
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Genetic distances within and among species of Teloschistaceae (Ascomycota) and delimitation of the bipolar Polycauliona candelaria (L.) Frödén, Arup & Søchting and Rusavskia elegans (Link) S. Y. Kondr. and Kärnefelt |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
30/11/2018 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
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Resumo |
A presente tese descreveu a variação no DNA barcode (capítulo 1) em uma das mais diversas e amplamente distribuídas famílias de fungos liquenizados, Teloschistaceae, e focou na diversidade genética de duas espécies bipolares, Polycauliona candelaria (capítulo 2) e Rusavskia elegans (capítulo 3). Apesar do marcador ITS (DNA barcode universal para fungos) ser amplamente utilizado em estudos filogenéticos de fungos liquenizados, os padrões gerais dos limites intra- e interespecíficos são apenas estabelecidos e testados para Parmeliaceae. No capítulo inicial, as sequências de DNA barcode de Teloschistaceae disponíveis no GenBank utilizando critérios de seleção (utilizando-se sequências representantes como base de busca) foram exploradas, a monofilia de espécies testada, e, subsequentemente, aplicadas à dois métodos de validação de espécies. As distâncias estimadas no primeiro capítulo podem ser utilizadas como referência e serem úteis em estudos integrativos com espécies dessa família. Para os capítulos dois (P. candelaria) e três (R. elegans), os liquens foram coletados com o suporte dos Programas Antárticos Argentino e Brasileiro nas ilhas Shetlands do Sul, peninsula Antártica e ilha James Ross, assim como no sul da América do Sul. Adicionalmente, espécimes do Hemisfério Norte e Colombia foram coletadas por colegas ou concedidos por herbários. As análises realizadas no capítulo dois sugerem que Polycauliona candelaria é uma única espécie originada na América do Norte 1.3 milhões de anos atrás, e que a dispersão para a América do Sul ocorreu em eventos de longa dispersão recentes (LDD), possivelmente utilizando os Andes como pontos de paradas (mountain hopping). Os menores índices de diversidade genética foram encontrados na Antártia, provavelmente devido a recente efeito fundador que ocorreu no final do período Pleistoceno. No capítulo três, todos os talos de R. elegans analisados foram encontrados na ilha James Ross, e três linhagens moleculares divergentes foram identificadas. Rusavskia elegans provou ser difícil de encontrar nas ilhas Shetlands do Sul e península, onde todo material coletado foi morfologiamente e geneticamente identificado como Caloplaca ou Austroplaca. A distribuição desta espécie na Antártica parece ser mais restrita do que previamente considerada, e ausente de ambientes ricos em nitrogênio. Dados químicos e ecológicos mostraram baixa resolução taxonômica, enquanto caracteres anatômicos, como a presença de estruturas isidioides, espessura do tecido parahimênico e a margem do himênio, foram utilizados para caracterizar as diferentes linhagens. Espécies crípticas e plasticidade fenotípica ocorrem dentro de R. elegans, e a dispersão para a Antártica parece ter ocorrido por múltiplos eventos de dispersão de longa distância. Com essa tese, o sucesso da colonização de espécies da família Teloschistaceae em ambientes extremos é mais uma vez reforçada, assim como a importância de estudos integrativos para delimitar e avaliar a história evolutiva de fungos liquenizados. Os dados de distâncias genéticas se mostraram eficientes como ferramenta adicional para a caracterização de grupos, incluindo complexos de espécies. O período Pleistoceno foi importante para a colonização da Antártica por liquens, e os grupos provavelmente chagaram ao continente por eventos recentes de dispersão de longa distância. |
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Genetic distances within and among species of Teloschistaceae (Ascomycota) and delimitation of the bipolar Polycauliona candelaria (L.) Frödén, Arup & Søchting and Rusavskia elegans (Link) S. Y. Kondr. and Kärnefelt |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
30/11/2018 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Andre Aptroot
- Diego Jose Santana Silva
- Manuela Dal Forno
- Paulo Eduardo Aguiar Saraiva Câmara
- Robert Karl Luecking
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Resumo |
A presente tese descreveu a variação no DNA barcode (capítulo 1) em uma das mais diversas e amplamente distribuídas famílias de fungos liquenizados, Teloschistaceae, e focou na diversidade genética de duas espécies bipolares, Polycauliona candelaria (capítulo 2) e Rusavskia elegans (capítulo 3). Apesar do marcador ITS (DNA barcode universal para fungos) ser amplamente utilizado em estudos filogenéticos de fungos liquenizados, os padrões gerais dos limites intra- e interespecíficos são apenas estabelecidos e testados para Parmeliaceae. No capítulo inicial, as sequências de DNA barcode de Teloschistaceae disponíveis no GenBank utilizando critérios de seleção (utilizando-se sequências representantes como base de busca) foram exploradas, a monofilia de espécies testada, e, subsequentemente, aplicadas à dois métodos de validação de espécies. As distâncias estimadas no primeiro capítulo podem ser utilizadas como referência e serem úteis em estudos integrativos com espécies dessa família. Para os capítulos dois (P. candelaria) e três (R. elegans), os liquens foram coletados com o suporte dos Programas Antárticos Argentino e Brasileiro nas ilhas Shetlands do Sul, peninsula Antártica e ilha James Ross, assim como no sul da América do Sul. Adicionalmente, espécimes do Hemisfério Norte e Colombia foram coletadas por colegas ou concedidos por herbários. As análises realizadas no capítulo dois sugerem que Polycauliona candelaria é uma única espécie originada na América do Norte 1.3 milhões de anos atrás, e que a dispersão para a América do Sul ocorreu em eventos de longa dispersão recentes (LDD), possivelmente utilizando os Andes como pontos de paradas (mountain hopping). Os menores índices de diversidade genética foram encontrados na Antártia, provavelmente devido a recente efeito fundador que ocorreu no final do período Pleistoceno. No capítulo três, todos os talos de R. elegans analisados foram encontrados na ilha James Ross, e três linhagens moleculares divergentes foram identificadas. Rusavskia elegans provou ser difícil de encontrar nas ilhas Shetlands do Sul e península, onde todo material coletado foi morfologiamente e geneticamente identificado como Caloplaca ou Austroplaca. A distribuição desta espécie na Antártica parece ser mais restrita do que previamente considerada, e ausente de ambientes ricos em nitrogênio. Dados químicos e ecológicos mostraram baixa resolução taxonômica, enquanto caracteres anatômicos, como a presença de estruturas isidioides, espessura do tecido parahimênico e a margem do himênio, foram utilizados para caracterizar as diferentes linhagens. Espécies crípticas e plasticidade fenotípica ocorrem dentro de R. elegans, e a dispersão para a Antártica parece ter ocorrido por múltiplos eventos de dispersão de longa distância. Com essa tese, o sucesso da colonização de espécies da família Teloschistaceae em ambientes extremos é mais uma vez reforçada, assim como a importância de estudos integrativos para delimitar e avaliar a história evolutiva de fungos liquenizados. Os dados de distâncias genéticas se mostraram eficientes como ferramenta adicional para a caracterização de grupos, incluindo complexos de espécies. O período Pleistoceno foi importante para a colonização da Antártica por liquens, e os grupos provavelmente chagaram ao continente por eventos recentes de dispersão de longa distância. |
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Porcos ferais invasores em paisagens naturais e agrícolas do Mato Grosso do Sul: Ecos dissonantes de um país megadiverso sob ameaça alienígena |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
16/10/2018 |
Área |
ECOLOGIA APLICADA |
Orientador(es) |
- Antonio Conceicao Paranhos Filho
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Adriano Garcia Chiarello
- Camila Leonardo Mioto
- Carlos Henrique Salvador de Oliveira
- Fabio Verissimo Goncalves
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Resumo |
A proposta deste trabalho não é de apenas desenvolver uma tese, mas a de promover uma síntese sobre o tema central que permeia e orienta três capítulos distintos, tanto no conteúdo como também no formato, todos abordando assuntos complementares. O primeiro trata de gestão pública em linguagem de conservação; o segundo foca o público geral em formato de divulgação científica; e o terceiro trata de questões científicas, das relações e variáveis ecológicas, ambientais, socioeconômicas que se misturam ao afetar o mesmo tema. O tema é a invasão de porcos ferais exóticos e outras espécies alienígenas em diferentes escalas, no estado de Mato Grosso do Sul, no Pantanal e no Brasil, bem como suas causas, consequências, implicações e desafios para a sociedade e a gestão pública, desde que responsáveis e competentes para lidar com o assunto. No geral, trata da necessidade que o país tem de integrar suas políticas de gestão da fauna silvestre e exótica em sistemas produtivos racionais e sustentáveis, buscando harmonizar o que chamo de ecos dissonantes, representados por forças socioeconômicas e socioambientais que historicamente se antagonizam no Brasil, quando deveriam convergir e se complementar, a exemplo do que ainda pode ser vislumbrado no MS. Em especial, por ainda abrigar boa parte de sua biodiversidade e áreas naturais, sobretudo o Pantanal, em boas condições para contrapor a lógica convencional de mercado que hoje estimula apenas o paradigma da invasão alienígena. Com base nesse desequilíbrio econômico-ecológico (ecos) e como objetivo final, debato as questões abordadas e apresento o modelo vigente de gestão da fauna em que o governo detém sua tutela não-econômica e assim faz pesar a balança em favor de espécies exóticas de produção, que atendem muito bem às demandas básicas da sociedade, porém atua contra a conservação da biodiversidade e da gestão das reservas naturais brasileiras. Por fim, proponho um novo modelo de gestão e manejo da fauna silvestre com propriedade privada e incentivos de mercado para uso de espécies nativas, buscando anular as contradições que atuam em desfavor às potencialidades estratégicas representadas pela diversidade de recursos ambientais e faunísticos brasileiros. É preciso honrar e fazer valer a riqueza nacional de origem indígena, estimulando seus usos para se contraporem aos usos de produção convencionais com a oferta também de parte de seus recursos ambientais como produtos valiosos para o mercado de bens de capital natural que atendam às necessidades da sociedade demandante. Temo que somente isso poderá diminuir e reverter o acelerado processo de invasão alienígena, contribuindo para atender demandas socioeconômicas tanto por animais de estimação como de produção, manejo extensivo e cinegético. Gestores ambientais de todo o mundo contribuíram na elaboração da Convenção sobre Diversidade Biológica, que defende estratégias de mercado como forma de reverter a crise de conservação da biodiversidade que assola o planeta, como acontece no Brasil e no estado de Mato Grosso do Sul. A diferença é que aqui se tem muito a mais a perder do que em qualquer outro país do mundo. Pergunto: até quando? |
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Análise nutricional da dieta de um grupo de Alouatta caraya: proteínas e metabólitos secundários |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
10/10/2018 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Vanessa Katherinne Stavis Kras Borges
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Banca |
- Denise Brentan da Silva
- ELEONORE ZULNARA FREIRE SETZ
- Fernando De Camargo Passos
- Zelinda Maria Braga Hirano
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Resumo |
O Bioma Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil e tem apresentado uma alta taxa
de desmatamento nos últimos anos. Os animais do Cerrado mantêm uma
interdependência com relação à flora, portanto evoluíram e se adaptaram aos aspectos
da sazonalidade, que influenciam toda a dinâmica da vida no bioma, desde os hábitos
alimentares, reprodutivos e de abrigos. As populações de primatas brasileiros
necessitam de ambientes com estrato arbóreo, utilizando essas áreas para viverem e se
reproduzirem ou como corredores entre duas manchas maiores. Estudos sobre a
ecologia nutricional de primatas herbívoros se concentram em termos de composição
das plantas e os recursos consumidos. Os primatas têm sido descritos em uma variedade
de escalas, incluindo o tempo gasto alimentando-se de diferentes itens, ingestão de
macronutrientes e micronutrientes, além da ingestão de metabólitos secundários de
plantas, sendo que muitos deles são tóxicos. Os trabalhos referentes à dieta do gênero
Alouatta buscam compreender quais são os principais fatores que influenciam a seleção
de determinado item alimentar e espécie vegetal que irá compor sua dieta. A limitação
de proteínas tem sido considerada um fator chave nas hipóteses sobre a evolução das
diversas características dos primatas, sugerindo que os animais devem priorizar as
proteínas em suas escolhas alimentares. O gênero Alouatta possui a dieta mais folívora
entre os primatas neotropicais, sendo animais que apresentam alta capacidade de
adaptação a diferentes tipos de floresta. A composição química das plantas tem papel
fundamental na seleção de plantas utilizadas como alimento pelos animais. A
palatabilidade, digestibilidade, valor calórico ou nutricional e grau de toxidez são
fundamentais para esta seleção e são aspectos ainda pouco investigados dentro das
espécies de primatas neotropicais. A metabolômica é uma ferramenta utilizada
especificamente para determinação do metabolismo de compostos de baixo peso
molecular, e assim pode ser aplicada na compreensão dos metabólitos secundários
presentes na dieta. Em estudos realizados anteriormente observaram-se algumas
preferências de um grupo de A. caraya sobre determinadas espécies vegetais em
detrimento de outras. Destas observações surgiu este trabalho que teve como objetivo
principal identificar o perfil nutricional do tecido foliar de espécies vegetais consumidas
e não consumidas por um grupo de Alouatta caraya em fragmento de Floresta
Estacional Semidecídua inserida em uma área do Bioma Cerrado, e verificar se esses
metabólitos estão influenciando ou não a seleção de plantas da dieta desses animais.
Foram escolhidas 15 espécies vegetais classificadas em três grupos para análise
quantitativa de metabólitos primários (proteínas) e secundários (fenol e tanino), além de
estudos metabolômicos. Os extratos vegetais foram analisados quanto a sua toxicidade
em Caenorhabditis elegans e atividade antioxidante (DPPH). As concentrações de
fenóis e taninos totais não apresentaram diferenças significativas entre os três grupos de
plantas analisados, a quantificação de proteínas apresentou diferença significativa do
grupo das não abundantes mais consumidas com relação às abundantes não consumidas.
O perfil metabolômico observado das espécies vegetais revelou que as espécies vegetais
evitadas na dieta dos primatas continham substâncias como alcaloides, triterpenos e
alguns derivados fenilpropanóicos. Os resultados encontrados neste estudo contribuem
de várias formas para o entendimento da ecologia e conservação do gênero Alouatta
além de direcionar pesquisas aplicadas visando entender essas interações complexas em
mais detalhes enriquecendo assim o conhecimento sobre a saúde e fisiologia dos bugios
com relação à seleção de alimentos. |
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Redes de interações planta-polinizadores em ecossistemas sazonais do Brasil Central |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
27/08/2018 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Ana María Martín González
- André Rodrigo Rech
- Erich Arnold Fischer
- Isabela Galarda Varassin
- Jeferson Vizentin-Bugoni
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Resumo |
O uso de atributos funcionais (e.g. morfologia, fenologia) em conjunto com a abordagem de redes é promissor para avaliar a associação entre a estrutura das interações em comunidades e o seu funcionamento. Nesta tese, focamos especificamente na interação entre plantas e polinizadores em ambientes tropicais sazonais (Cerrado e Pantanal). A tese foi dividida em três capítulos, que abordam diferentes aspectos da estrutura da rede de interações em ambientes tropicais ricos em espécies, com principal foco no Pantanal Sul. Foi investigado como a variação temporal (capítulo 1), os atributos das espécies e a composição de polinizadores (capítulo 2) e o método de amostragem (capítulo 3), podem influenciar a estrutura dessas redes. De acordo com os resultados apresentados no capítulo 1, as redes dos ambientes estudados (Campo sujo, Chaco, Vereda e Pantanal) foram caracterizadas por menor riqueza e abundância de recursos florais e tiveram maiores níveis de particionamento de interação na estação seca, provavelmente devido a maior competição entre as espécies. No capítulo 2, baseados em dados coletados durante dois anos no Pantanal Sul, evidenciamos uma rede de polinização significativamente modular, com espécies animais e vegetais agrupadas em onze módulos diferentes, consistentes com os sistemas de polinização. O tamanho da flor, cor e tipo de recompensa são as principais variáveis associadas à estrutura modular. Por fim, no capítulo 3, os resultados indicaram que a amostragem de interaçções polinizador-planta apenas do ponto de vista fitocêntrico, abordagem usualmente empregada na maioria dos estudos, pode superestimar a especialização e o nível de modularidade das redes. Foram encontradas diferenças significativas em relação aos índices em nível de espécie (e.g. especialização e modularidade) entre as abordagens (fitocêntrica e zoocêntrica), sendo essas diferenças explicadas por grupos de polinizadores e recursos florais oferecidos. Esta tese contribui com o entendimento dos processos que determinam as interações entre espécies em comunidades ecológicas. Esforços adicionais nesse sentido, como a inclusão de outros atributos funcionais como preditores, bem como estudos mais detalhados avaliando os efeitos de espécies exóticas como Apis mellifera, são possíveis caminhos para o desenvolvimento de outras hipóteses que podem contribuir para uma melhor compreensão dos padrões de interação e seus efeitos na estrutura das comunidades tropicais. |
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Comunidade de aves e o efeito do desenvolvimento urbano sobre a riqueza, a abundância e a composição de espécies em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
03/08/2018 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
- Jose Manuel Ochoa Quintero
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Orientando(s) |
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Banca |
- Augusto Joao Piratelli
- Márcio Rodrigo Gimenes
- Renato Cintra
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Resumo |
As áreas urbanas têm se expandido rapidamente devido ao aumento da população humana e as investigações dos padrões de diversidade de aves nas cidades estão se tornando comuns. O grupo das aves é ideal para estudar os efeitos da urbanização, pois muitas espécies ocorrem em áreas urbanas e possuem alta sensibilidade às mudanças na estrutura e composição do habitat. Os estudos que avaliaram os efeitos da urbanização sobre a avifauna apontam que a riqueza de espécies é inversamente proporcional a urbanização. No Brasil, alguns trabalhos avaliaram os efeitos da urbanização sobre a avifauna, porém no Cerrado e no Mato Grosso do Sul os estudos ainda são escassos. Dessa forma, os principais objetivos deste estudo são descrever a composição da comunidade de aves da área urbana de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil e avaliar se a riqueza, a abundância e a composição das aves variam ao longo de um gradiente de urbanização. A coleta de dados foi realizada entre os meses de fevereiro e março de 2016 em 61 hexágonos com diferentes porcentagens de superfície impermeável que estavam distribuídos por toda a cidade. Em cada hexágono, quatro pontos de contagem foram estabelecidos e todas as aves vistas e/ou ouvidas foram registradas. As variáveis ambientais relacionadas ao percentual de superfície impermeável, número de edificações e árvores de diferentes alturas e número de postes foram registradas para cada hexágono. Cento e vinte e uma espécies de aves pertencentes a 40 famílias e 18 ordens foram registradas. A comunidade de aves foi constituída principalmente por espécies nativas, residentes e com dietas flexíveis, onde umas poucas espécies tiveram elevada abundância de indivíduos. Além disso, a avifauna é predominantemente florestal. A variável impermeabilidade influenciou negativamente a riqueza e a abundância de espécies por reduzir as áreas disponíveis para as espécies e a heterogeneidade ambiental. Contrariamente, a variável edificações até 5 m de altura afetou positivamente a abundância devido a presença de residências e seus diferentes recursos para a avifauna. A quantidade de postes não influenciou a comunidade de aves possivelmente porque os postes precisam estar associados a outros elementos urbanos para que existam efeitos na avifauna. A vegetação não afetou a avifauna provavelmente porque a avifauna esteja mais relacionada com a origem nativa ou exótica da vegetação do que com a quantidade e a estrutura vertical das árvores. Para que o efeito negativo da urbanização sobre a avifauna seja mitigado é fundamental o melhor planejamento e gestão do meio urbano. A manutenção e a ampliação das áreas verdes urbanas, bem como a diversificação arquitetônica e estrutural das residências aumentam a heterogeneidade ambiental e disponibilidade de habitats, o que favorece a existência de uma rica diversidade de aves. |
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Threatened species in priority areas for biodiversity conservation: data systematization, influence of choice of methods and applications, in Mato Grosso do Sul, Brazil |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
29/05/2018 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- DANIEL DE PAIVA SILVA
- ELEONORE ZULNARA FREIRE SETZ
- Mauricio de Almeida Gomes
- Rafael Dettogni Guariento
- Reinaldo Francisco Ferreira Lourival
- Roberto Macedo Gamarra
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Resumo |
Nesta tese utilizei as espécies de aves e mamíferos ameaçados na seleção de áreas prioritárias à conservação da biodiversidade no estado de Mato Grosso do Sul.
No primeiro Capítulo sistematizamos uma base de dados georreferenciados de registros de espécies de aves e mamíferos ameaçados no Mato Grosso do Sul. No segundo capítulo avaliamos a efetividade dos polígonos da IUCN na sistematização da distribuição das espécies numa escala espacial detalhada. O terceiro capítulo buscou avaliar o papel das áreas protegidas na conservação de 16 espécies ameaçadas de aves de campos naturais.
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Reproductive ecology of cacti species in the Brazilian Chaco |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Trabalho de Conclusão de Curso |
Data |
06/04/2018 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Angela Lucia Bagnatori Sartori
- Erich Arnold Fischer
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Resumo |
Cactaceae é uma das famílias mais diversas da região Neotropical, com cerca de 1480 espécies. Estas plantas produzem flores e frutos que são uma importante fonte de recursos para diferentes grupos animais, os quais potencialmente atuam como polinizadores ou dispersores de sementes. No Chaco brasileiro, região mais afetada pelo desmatamento na planície pantaneira, esta família está representada por 16 espécies, ainda pouco conhecidas quanto aos diferentes aspectos de sua ecologia reprodutiva. Este cenário enfatiza a necessidade de mais estudos que investiguem e forneçam dados ecológicos para Cactaceae, contribuindo com informações que podem ser usadas em iniciativas de conservação para a família. Neste sentido, eu abordo diferentes aspectos da ecologia reprodutiva das cactáceas que ocorrem na região do Chaco brasileiro, incluindo fenologia e interações ecológicas com mutualistas e antagonistas. O primeiro capítulo foca na floração e frutificação de dez espécies de cactáceas que ocorrem no Chaco brasileiro. Eu avaliei como estas plantas respondem a sazonalidade climática dessa região, buscando entender padrões temporais de disponibilidade de recursos para consumidores, os quais influenciam o sucesso reprodutivo dessas espécies e a dinâmica da comunidade. Temperatura e comprimento do dia foram os principais fatores desencadeando os eventos fenológicos das espécies estudadas, que floresceram e produziram frutos principalmente na estação chuvosa. No segundo capítulo, eu descrevo a morfologia de flores, frutos e sementes, e relaciono tais características com os potenciais polinizadores e dispersores de sementes. A maioria das espécies tem flores brancas que abrem a noite, sugerindo polinização por vetores noturnos tais como como mariposas e morcegos. Todos os frutos registrados são bagas de coloração atrativa, sugerindo as aves como potenciais dispersores de sementes. Por sua vez, no terceiro capítulo, foram estudadas duas espécies de cactos colunares Echinopsis rhodotricha e Stetsonia coryne, cujas flores são noturnas mas se mantêm abertas e funcionais até o final da manhã do dia seguinte. Dessa forma podem usar serviços de polinização tanto de visitantes noturnos quanto diurnos, resultando em sistemas mistos de polinização. Realizei análises de eficiência dos polinizadores e avaliei a contribuição de cada grupo na produção de frutos e sementes destas espécies. Os resultados do experimento de exclusão mostraram que os visitantes diurnos foram mais efetivos que os noturnos. A baixa taxa de visitas e de capturas de mariposas, sugere que este grupo de polinizadores tem uma baixa contribuição para sucesso reprodutivo de S. coryne e E. rhodotricha. No quarto capítulo, avaliei os efeitos da florivoria sobre o sucesso reprodutivo de E. rhodotricha. Quantifiquei e comparei a produção de frutos em uma população natural, considerando flores intactas e danificadas. Duas espécies de vertebrados consomem as flores de E. rhodotricha, reduzem a atratividade e recompensas aos polinizadores, e afetam o seu sucesso reprodutivo. Adicionalmente, como material suplementar, nós produzimos o Guia de campo dos cactos do Chaco brasileiro. Este guia traz informações sobre a flora de cactos do Chaco, aumentando o conhecimento sobre a diversidade de espécies e visando incentivar sua conservação na região. |
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Reproductive ecology of cacti species in the Brazilian Chaco |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
06/04/2018 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Vanessa Gabrielle Nobrega Gomes
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Banca |
- Angela Lucia Bagnatori Sartori
- Erich Arnold Fischer
- Isabel Cristina Sobreira Machado
- Zelma Glebya Maciel Quirino
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Resumo |
Cactaceae é uma das famílias mais diversas da região Neotropical, com cerca de 1480 espécies. Estas plantas produzem flores e frutos que são uma importante fonte de recursos para diferentes grupos animais, os quais potencialmente atuam como polinizadores ou dispersores de sementes. No Chaco brasileiro, região mais afetada pelo desmatamento na planície pantaneira, esta família está representada por 16 espécies, ainda pouco conhecidas quanto aos diferentes aspectos de sua ecologia reprodutiva. Este cenário enfatiza a necessidade de mais estudos que investiguem e forneçam dados ecológicos para Cactaceae, contribuindo com informações que podem ser usadas em iniciativas de conservação para a família. Neste sentido, eu abordo diferentes aspectos da ecologia reprodutiva das cactáceas que ocorrem na região do Chaco brasileiro, incluindo fenologia e interações ecológicas com mutualistas e antagonistas. O primeiro capítulo foca na floração e frutificação de dez espécies de cactáceas que ocorrem no Chaco brasileiro. Eu avaliei como estas plantas respondem a sazonalidade climática dessa região, buscando entender padrões temporais de disponibilidade de recursos para consumidores, os quais influenciam o sucesso reprodutivo dessas espécies e a dinâmica da comunidade. Temperatura e comprimento do dia foram os principais fatores desencadeando os eventos fenológicos das espécies estudadas, que floresceram e produziram frutos principalmente na estação chuvosa. No segundo capítulo, eu descrevo a morfologia de flores, frutos e sementes, e relaciono tais características com os potenciais polinizadores e dispersores de sementes. A maioria das espécies tem flores brancas que abrem a noite, sugerindo polinização por vetores noturnos tais como como mariposas e morcegos. Todos os frutos registrados são bagas de coloração atrativa, sugerindo as aves como potenciais dispersores de sementes. Por sua vez, no terceiro capítulo, foram estudadas duas espécies de cactos colunares Echinopsis rhodotricha e Stetsonia coryne, cujas flores são noturnas mas se mantêm abertas e funcionais até o final da manhã do dia seguinte. Dessa forma podem usar serviços de polinização tanto de visitantes noturnos quanto diurnos, resultando em sistemas mistos de polinização. Realizei análises de eficiência dos polinizadores e avaliei a contribuição de cada grupo na produção de frutos e sementes destas espécies. Os resultados do experimento de exclusão mostraram que os visitantes diurnos foram mais efetivos que os noturnos. A baixa taxa de visitas e de capturas de mariposas, sugere que este grupo de polinizadores tem uma baixa contribuição para sucesso reprodutivo de S. coryne e E. rhodotricha. No quarto capítulo, avaliei os efeitos da florivoria sobre o sucesso reprodutivo de E. rhodotricha. Quantifiquei e comparei a produção de frutos em uma população natural, considerando flores intactas e danificadas. Duas espécies de vertebrados consomem as flores de E. rhodotricha, reduzem a atratividade e recompensas aos polinizadores, e afetam o seu sucesso reprodutivo. Adicionalmente, como material suplementar, nós produzimos o Guia de campo dos cactos do Chaco brasileiro. Este guia traz informações sobre a flora de cactos do Chaco, aumentando o conhecimento sobre a diversidade de espécies e visando incentivar sua conservação na região. |
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Processos estruturadores de comunidades aquáticas em áreas alagáveis tropicais |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Trabalho de Conclusão de Curso |
Data |
05/12/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
- Rafael Dettogni Guariento
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Diogo Borges Provete
- Fabio de Oliveira Roque
- Geraldo Alves Damasceno Junior
- Tadeu de Siqueira Barros
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Resumo |
Apesar de o Pantanal ser um ecossistema de água doce altamente dinâmico pouco se conhece sobre os padrões e processos que governam a montagem de comunidades, sobretudo de organismos aquáticos. Assim, no primeiro capítulo busco entender se grupos taxonômicos que tem características anfíbias, porém com distintas habilidades de dispersão – plantas aquáticas e anuros adultos – apresentam congruência na estrutura de metacomunidade em lagoas de água doce. Ainda, quantifiquei a importância relativa de processos ecológicos locais, os quais inferem nicho, e regionais relacionados a dispersão dos organismos. Portanto, investiguei a interação entre variáveis naturais, perturbações humanas e espaciais na organização das metacomunidades. Para tal, apliquei duas abordagens complementares: Análise dos elementos da estrutura de metacomunidade – EMS; e Partição da variância, usando análise de redundância parcial – pRDA, em dados qualitativos, quantitativos e excluindo espécies raras. Demonstrei que a distribuição de espécies de ambos os grupos podem ser congruentes e apresentar o mesmo padrão estrutural na montagem de metacomunidade. No entanto, os padrões alteram conforme removo espécies raras e/ou faço uso de dados de presença-ausência e abundância. Os padrões mais comuns foram aninhados (nestedness) e aleatórios (random). Para plantas, o uso da terra pelo gado foi correlacionado aos padrões estruturais encontrados. Já a estrutura da metacomunidade de anuros foi associada a estabilidade da lagoa. O puro efeito do ambiente mais que do espaço explicou a distribuição das espécies de plantas aquáticas, e somente as variáveis ambientais e a conectividade hidrológica contribuíram para a organização da metacomunidade de anuros. No entanto, a elevada proporção de variação não explicada, somada aos padrões aleatórios de distribuição das espécies sugerem que além do processo de nicho, o principal condutor da organização das metacomunidades, processos estocásticos também podem atuar na montagem de metacomunidade de organismos aquáticos em lagoas do Pantanal. No segundo capítulo adicionei a propriedade funcional para buscar padrões na organização das comunidades incorporando traços das espécies de plantas aquáticas ao longo da heterogeneidade ambiental das lagoas do Pantanal. Investiguei se há turnover na composição de espécies e de traços na medida que altera a estabilidade da lagoa e seu pH. Também testei se as plantas aquáticas são espacialmente estruturadas e se o gradiente ambiental é correlacionado às propriedades taxonômica (riqueza e abundância) e funcional (riqueza e diversidade) das comunidades. Para analisar o turnover apliquei os métodos RLQ e fourth-corner. Na busca por estrutura espacial usei análises de coordenadas principais de matrizes vizinhas (PCNM) e correlograma de Mantel. Por último, correlacionei as características ambientais com as propriedades taxonômicas e funcionais usando correlações de Pearson com permutações. Como esperado as espécies e os traços funcionais são guiados por processos de nicho. Contrariando nossa expectativa de que haveria autocorrelação espacial, processos espaciais não tiveram importância alguma na distribuição das espécies de plantas aquáticas, sugerindo que a inundação deva atuar fortemente na dispersão de propágulos o que leva a coocorrência das espécies entre as lagoas. Ainda discordando das expectativas, não houve correlação entre a riqueza taxonômica e o gradiente de estabilidade das lagoas, o que leva a conclusão de que as variações na estabilidade das lagoas promovam efeitos prioritários e como consequência o contingenciamento histórico no estabelecimento das espécies. |
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Alterações da paisagem e padrões de diversidade de morcegos e de suas moscas ectoparasitas no limite norte do Cerrado |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Trabalho de Conclusão de Curso |
Data |
21/11/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Ciro Libio Caldas dos Santos
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Banca |
- Enrico Bernard
- Enrique Reyes Novelo
- Ludmilla Moura de Souza Aguiar
- Mauricio de Almeida Gomes
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Resumo |
O conhecimento dos fatores relacionados aos padrões de diversidade em escala local e regional é uma das principais prioridades na criação de estratégias para reduzir os impactos antrópicos sobre a biodiversidade. Entre os biomas com maior perda de hábitat, o Cerrado se destaca devido à redução da vegetação nativa para a agropecuária e intensificação do número de incêndios. Na zona norte do limite do Cerrado, pertencente ao estado do Maranhão, as alterações na paisagem são consequências principalmente dos monocultivos de eucalipto e soja. O objetivo deste estudo é avaliar se esta perda de vegetação no nordeste maranhense na última década pode afetar os padrões de diversidades das espécies de morcegos e seus ectoparasitos nas áreas remanescentes. No período de 2014 e 2015, realizamos capturas em 48 pontos amostrais de seis municípios no nordeste maranhense, com diferentes níveis de perturbação relacionadas ao desmatamento e ao fogo. Como variáveis explicativas nos modelos da diversidade beta e de abundância de morcegos e seus ectoparasitos, utilizamos a porcentagem de cobertura arbórea (2014) e perda de vegetação (2000-2014), número de focos de queimadas (2000-2015) e médias de variáveis climáticas. As associações foram analisadas a partir de modelos lineares mistos generalizados e de partição hierárquica. Capturamos 1.571 morcegos nos 48 pontos amostrais, pertencentes a 37 espécies das famílias Emballonuridae (1 espécie), Molossidae (1), Phyllostomidae (32), Thyropteridae (1) e Vespertilionidae (2). Quanto às moscas ectoparasitas, coletamos 3.114 indivíduos de 30 espécies das famílias Nycteribiidae (4 espécies) e Streblidae (26). Encontramos uma maior estimativa da riqueza de espécies nos municípios com maior cobertura de vegetação e/ou menor número de focos de queimadas. A variação da diversidade beta de morcegos esteve associada às diferenças no histórico de exposição ao fogo entre as áreas estudadas, em interação com a proporção de cobertura e perda de vegetação existentes. No entanto, os efeitos foram diferentes entre as diversidades filogenética, funcional, taxonômica e de espécies analisadas, demonstrando a necessidade de utilizar estes tipos de diversidade para melhor descrever os possíveis efeitos nestas comunidades. A seleção da média pluviométrica nos modelos dos ectoparasitos indica a importância da inclusão de variáveis climáticas, nas análises de interação parasito-hospedeiro com a paisagem. Para a abundância dos morcegos, o fogo teve maior expressividade nos modelos selecionados, sugerindo que algumas espécies de frugívoros devem utilizar áreas abertas como rotas de forrageamento. Estes resultados indicam a importância do fogo e da perda de vegetação na composição de espécies de morcegos nas áreas de cerrado estudadas. Assim, políticas públicas devem priorizar a manutenção das áreas remanescentes e o manejo adequado do fogo para manutenção da biodiversidade local. |
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A especificidade parasitária e a variação geográfica de artrópodos ectoparasitos em morcegos em Mato Grosso do Sul, com informação filogenética. |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
06/11/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
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Resumo |
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A especificidade parasitária e a variação geográfica de artrópodos ectoparasitos em morcegos em Mato Grosso do Sul, com informação filogenética |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
06/11/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- ANALIA GLADYS AUTINO
- Fernando Paiva
- Karla Magalhães Campião
- Luiz Eduardo Roland Tavares
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Resumo |
As análises comparativas de redes hospedeiro-parasito podem revelar padrões com implicações para a estabilidade e dinâmica coevolucionária dessas associações e no entendimento sobre como a diversidade de parasitos é regulada nos ecossistemas naturais. As redes de interação, de acordo com seus dados representados, podem ser classificadas como redes qualitativas (ou binárias) ou quantitativas (ou ponderadas). Foram avaliadas interações parasito-hospedeiro com uma abordagem de rede, e se o acréscimo de peso nas análises poderia alterar a estrutura das ligações nas redes de interação entre morcegos e sua comunidade de artrópodos ectoparasitos. As redes de interação apresentaram estruturas modulares, nas quais as espécies pertencentes aos módulos interagem entre si, com poucas conexões a espécies de outros módulos. O principal atributo do hospedeiro que influenciou a modularidade observada foi a taxonomia: espécies de hospedeiros mais próximas tiveram composições parasitárias mais aninhadas e maior probabilidade de pertencer ao mesmo módulo na rede. É importante analisar não somente a capacidade de um parasito de infestar poucas ou muitas espécies hospedeiras em um determinado local, mas também, o seu potencial para expandir sua distribuição geográfica e infestar novas espécies de hospedeiro. Portanto, foi verificado se em diferentes regiões Mato Grosso do Sul poderia haver dissimilaridade de espécies hospedeiras entre as moscas ectoparasitas em morcegos (beta-especificidade), e o grau de especificidade filogenética, ou seja, o quanto os hospedeiros de um parasito são aparentados entre si. As moscas ectoparasitas apresentaram alta especificidade filogenética e alta beta-especificidade, infestando morcegos filogeneticamente relacionados. Foi observado "turnover" e aninhamento, e a riqueza de espécies hospedeiras pode ter influenciado os resultados. |
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A especificidade parasitária e a variação geográfica de artrópodos ectoparasitos em morcegos em Mato Grosso do Sul, com informação filogenética |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Trabalho de Conclusão de Curso |
Data |
06/11/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- ANALIA GLADYS AUTINO
- Fernando Paiva
- Karla Magalhães Campião
- Luiz Eduardo Roland Tavares
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Resumo |
As análises comparativas de redes hospedeiro-parasito podem revelar padrões com implicações para a estabilidade e dinâmica coevolucionária dessas associações e no entendimento sobre como a diversidade de parasitos é regulada nos ecossistemas naturais. As redes de interação, de acordo com seus dados representados, podem ser classificadas como redes qualitativas (ou binárias) ou quantitativas (ou ponderadas). Foram avaliadas interações parasito-hospedeiro com uma abordagem de rede, e se o acréscimo de peso nas análises poderia alterar a estrutura das ligações nas redes de interação entre morcegos e sua comunidade de artrópodos ectoparasitos. As redes de interação apresentaram estruturas modulares, nas quais as espécies pertencentes aos módulos interagem entre si, com poucas conexões a espécies de outros módulos. O principal atributo do hospedeiro que influenciou a modularidade observada foi a taxonomia: espécies de hospedeiros mais próximas tiveram composições parasitárias mais aninhadas e maior probabilidade de pertencer ao mesmo módulo na rede. É importante analisar não somente a capacidade de um parasito de infestar poucas ou muitas espécies hospedeiras em um determinado local, mas também, o seu potencial para expandir sua distribuição geográfica e infestar novas espécies de hospedeiro. Portanto, foi verificado se em diferentes regiões Mato Grosso do Sul poderia haver dissimilaridade de espécies hospedeiras entre as moscas ectoparasitas em morcegos (beta-especificidade), e o grau de especificidade filogenética, ou seja, o quanto os hospedeiros de um parasito são aparentados entre si. As moscas ectoparasitas apresentaram alta especificidade filogenética e alta beta-especificidade, infestando morcegos filogeneticamente relacionados. Foi observado "turnover" e aninhamento, e a riqueza de espécies hospedeiras pode ter influenciado os resultados. |
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Untangling Odonata diversity in the Neotropical region through DNA Barcoding |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
20/10/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Ângelo Parise Pinto
- Diego Jose Santana Silva
- Frederico Falcão Salles
- Rhainer Guillermo Nascimento Ferreira
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Resumo |
Libélulas (Insecta: Odonata) são uma ordem de insetos que contém mais de 6.000 espécies descritas em mais de 30 famílias. Este táxon é reconhecido por apresentar uma capacidade efetiva de ser indicadores ecológicos e atuar como grupo guarda-chuva para a conservação da biodiversidade de água doce. Embora as libélulas tenham um grande número de espécies com sequências depositadas em bancos de dados públicos, a informação genética das espécies neotropicais ainda é escassa. Este cenário leva à necessidade de mais estudos que possam investigar e fornecer dados moleculares para este grupo taxonômico, permitindo o uso de ferramentas moleculares na delimitação de espécies e na identificação de espécimes em libélulas neotropicais. Neste sentido, esta tese com cinco capítulos avalia, constrói e analisa dados moleculares de libélulas, com foco especial em espécies neotropicais, abordagem de código de barras de DNA (“DNA Barcoding”) e sua aplicação em estudos ecológicos. As informações geradas nesta tese aumentaram em quase 50% o número de espécies com sequências depositadas presentes na América do Sul. O uso do método de código de barras do DNA para a identificação de espécimes de libélulas neotropicais foi considerado eficiente. Com essa abordagem, obtive uma identificação confiável para mais de 90% dos espécimes coletados em uma das regiões mais diversas do Brasil. Além disso, através da avaliação do “barcoding gap” em um conjunto de dados global, foi possível verificar que pouco mais de 15% das espécies das libélulas do mundo não podem ser separadas com esta técnica. Os resultados desta tese têm implicações diretas em campos de biodiversidade, como taxonomia (e.g. limitações do uso do gene COI (citocromo oxidase subunidade I) para a identificação de espécimes em escala global), evolução (e.g. baixo valor de variação intraespecífica em espécies de Argia) e monitorização de espécies neotropicais. (e.g. capacidade de identificar espécimes com o gene COI). Obviamente, o aprimoramento de bases de dados locais é necessário, mas a evidência de usabilidade do código de barras de DNA é de fundamental importância para os futuros esforços científicos e financeiros que devem ser desenvolvidos e implementados em conformidade. Neste contexto, o desenvolvimento de estudos e bases de dados sobre código de barras de DNA para libélulas neotropicais deve ser considerado como uma ferramenta promissora de aplicação ampla e imediata para este táxon. |
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