Doutorado em Ecologia e Conservação

Atenção! O edital referente ao processo seletivo e arquivos pertinentes ao curso estão disponíveis no site do curso.
Os resultados dos processos seletivos serão divulgados no site do curso.

Trabalhos

Trabalhos Disponíveis

TRABALHO Ações
An assessment of ecosystem services for the Brazilian Pantanal and Upper Paraguay River Basin: Socioeconomic instruments for biodiversity conservation and the sustainable use of natural resources
Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
Tipo Tese
Data 28/11/2023
Área ECOLOGIA
Orientador(es)
  • Fabio de Oliveira Roque
Coorientador(es)
  • Fabio de Oliveira Roque
Orientando(s)
  • Fábio Padilha Bolzan
Banca
  • Mauricio de Almeida Gomes
  • Ricardo Jose Senna
  • Rogerio Rodrigues Faria
Resumo Esta tese aborda a importância da valoração dos serviços ecossistêmicos (SE) bem como a espacialização das Contribuições da Natureza para as Pessoas (CNP), utilizando como modelo o Pantanal brasileiro e a Bacia do Alto Paraguai. Destacamos os desafios enfrentados na gestão e conservação dos SE nessas regiões, incluindo a necessidade de políticas públicas que reconheçam o valor das CNP. As contribuições da natureza para as pessoas no Pantanal e na Bacia do Alto Paraguai incluem benefícios materiais, como alimentos, água, madeira e medicamentos, bem como benefícios não materiais, como recreação, turismo, espiritualidade e saúde mental. Abordamos a importância da valoração e espacialização das contribuições da natureza como ferramentas poderosas para o desenvolvimento de estratégias e políticas que equilibrem o crescimento econômico com a proteção ambiental na nossa área de estudo. Discutimos os principais desafios e oportunidades da monetização dos SE e como a congruência ou divergência entre as necessidades das pessoas pelas contribuições da natureza pode ser um modelo interessante usado para subsidiar tomadas de decisão tanto por entes públicos quanto privados de forma mais assertiva e eficiente.
Sentinels of the Pantanal: Health and territory defense in giant otters
Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
Tipo Tese
Data 20/11/2023
Área ECOLOGIA
Orientador(es)
  • Guilherme de Miranda Mourão
Coorientador(es)
  • Caroline Leuchtenberger
Orientando(s)
  • Nathalie Edina Foerster
Banca
  • Erich Arnold Fischer
  • Juliano André Bogoni
  • Marcelo Lopes Rheingantz
Resumo A ariranha (Pteronura brasiliensis) é um mamífero semiaquático social e territorial encontrado nos rios do Pantanal. Apesar do seu status de ameaçada, informações sobre a saúde da espécie são escassas. Nesta tese, (1) avaliamos o nível de contaminação por mercúrio nas ariranhas; (2) relatamos um caso de miíase; e (3) avaliamos o comportamento territorial através de experimentos de playback. Nossas análises indicaram níveis mais altos de mercúrio em cursos d'água conectados as áreas de mineração de ouro, diminuindo rio abaixo. Isto destaca um gradiente de contaminação e a abrangência do impacto de atividades locais poluentes no Pantanal. Adicionalmente, relatamos o primeiro caso de miíase causada por moscas Cochliomyia hominivorax (Calliphoridae) em uma ariranha encontrada morta no Pantanal. A ariranha provavelmente adquiriu as larvas após um conflito intraespecífico, e a miíase possivelmente deteriorou a saúde da ariranha, o que impediu a recuperação e acelerou sua morte. Por fim, para avaliar o comportamento territorial das ariranhas, realizamos experimentos de playback e avaliamos as respostas ao tipo de som transmitido (chamado de adulto e bufo) e à proximidade do grupo (próprio, vizinho e não-vizinho), considerando a presença de filhotes e o tamanho efetivo do grupo. Nossos resultados mostraram que a sociabilidade das ariranhas está associada à sua capacidade de defesa e que os indivíduos devem avaliar os custos de exposição e combate. As ariranhas apresentaram respostas diferentes aos tipos de sons, o que pode estar relacionado ao significado e ao tipo de informação transmitida por esses sons e às diferenças na assinatura vocal. Os grupos apresentaram respostas reduzidas na presença de filhotes, sugerindo uma estratégia para minimizar sua exposição a ameaças potenciais. Nossos resultados não suportam a hipótese "Querido Inimigo", mas corroboram com a hipótese do nível de ameaça, que afirma que vizinhos e não-vizinhos podem representar diferentes níveis de ameaça de acordo com a variação nos recursos e em outras variáveis ambientais.
Wildfires and flooding effects on the soil arachnid assemblage in the Cerrado-Pantanal ecotone
Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
Tipo Tese
Data 10/11/2023
Área ECOLOGIA
Orientador(es)
  • Danilo Bandini Ribeiro
Coorientador(es)
    Orientando(s)
    • Bruno Arguelho Arrua
    Banca
    • Bruno Alves Buzatto
    • Camila Aoki
    • Geraldo Alves Damasceno Junior
    • Josue Raizer
    • Rogerio Rodrigues Faria
    Resumo Eventos naturais e recorrentes, como incêndios florestais e o pulso de inundação, exercem funções essenciais na configuração da biodiversidade e no dinamismo das comunidades biológicas em diversos ecossistemas. Esses acontecimentos, por serem perturbações naturais, estão intrinsecamente entrelaçados com a dinâmica das comunidades biológicas, influenciando a estruturação das populações e fomentando interações complexas entre os organismos que compõem os sistemas ecológicos. Com efeitos que se estendem desde a regeneração e adaptação de espécies vegetais até a determinação da presença e abundância de animais, tais eventos atuam como forças formadoras promovendo ciclos vitais, favorecendo nichos específicos e até estimulando a evolução de formas de vida que habitam essas paisagens em constante transformação. O Cerrado e o Pantanal são biomas distintos e biodiversos no Brasil. Enquanto o Cerrado é caracterizado por sua vegetação de savana e alta variabilidade de espécies, o Pantanal é uma extensa área úmida que abriga ecossistemas aquáticos únicos. A interação entre incêndios e inundações é uma característica marcante desses biomas. No Cerrado, as queimadas são naturais e frequentes, desempenhando um papel importante na manutenção de sua biodiversidade. No Pantanal, as cheias sazonais são essenciais para a regeneração e diversificação da vegetação. No entanto, mudanças nos padrões de incêndio ou inundação podem impactar significativamente as comunidades biológicas e a saúde desses ecossistemas delicadamente equilibrados. Em suma, compreender o papel intrínseco dos incêndios e das variações hidrológicas na dinâmica dos ecossistemas é crucial para a conservação e gestão sustentável destes preciosos ambientes naturais. Por meio deste estudo, procuramos verificar os efeitos de incêndios florestais e inundações em comunidades de duas ordens de aracnídeos de solo, Araneae e Solifugae. Este estudo foi dividido em três capítulos. No primeiro capítulo, avaliamos os efeitos de fatores específicos, como frequência dos incêndios, época de ocorrência, inundações e estrutura espacial, bem como a interação entre esses fatores na assembleia de aracnídeos do solo na Reserva Indígena Kadiwéu. A frequência de queimadas afetou positivamente a riqueza de aranhas. Observamos um efeito negativo da interação entre locais não inundáveis e a frequência de queimadas na riqueza de aranhas. Existe uma influência da inundação na composição das aranhas, o que pode estar relacionado ao papel fundamental que as variações hidrológicas desempenham na formação dos habitats disponíveis para as aranhas. As variáveis espaciais estruturam a composição das aranhas e podem estar refletindo a heterogeneidade ambiental, o que pode influenciar a distribuição e agregação de espécies de aranhas em diferentes locais da área de estudo. No segundo capítulo, avaliamos a variação temporal na assembleia de aranhas, comparando amostras antes dos incêndios e diferentes períodos após os incêndios ocorridos em 2021. Observamos que a abundância de aranhas aumentou no período de 3-4 meses após os incêndios. Também observamos um aumento no NDVI durante este período, demonstrando uma rápida recuperação da vegetação após eventos de incêndio. Portanto, o fogo pode afetar positivamente a abundância de aranhas indiretamente, uma vez que o aumento do NDVI pode estar relacionado ao rebrote das plantas após o fogo, atraindo assim mais insetos herbívoros que são presas potenciais para os aracnídeos. Houve uma redução na diversidade de aranhas. Considerando que diferentes espécies de um mesmo grupo taxonômico podem ter hábitos específicos, o fogo pode afetar positivamente, negativamente ou não determinadas espécies. A substituição de espécies foi a partição da betadiversidade que mais explicou a variação na composição das aranhas. Observamos que o número de espécies que contribuem para as diferenças na composição diminui com o tempo. No terceiro capítulo, avaliamos os efeitos de fatores específicos do fogo (frequência e época do fogo) na abundância de solífugos. Fatores específicos não afetaram a abundância de solífugos. Mas o número de indivíduos é estruturado ao longo do tempo após os incêndios, assim como o NDVI, demonstrando o efeito positivo indireto do fogo na abundância de solifugos. Incêndios e inundações podem afetar direta e indiretamente as populações de aracnídeos do solo, promovendo impactos na vegetação, influenciando na disponibilidade de abrigo e alimentação. No entanto, os resultados também indicam que as comunidades são resilientes e podem se recuperar em um curto período.
    Influência de atividades antrópicas sobre a avifauna ameaçada de extinção e suas implicações para a conservação da biodiversidade
    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
    Tipo Tese
    Data 01/11/2023
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Mauricio de Almeida Gomes
    Coorientador(es)
    • Clinton Neil Jenkins
    Orientando(s)
    • Ana Claudia de Almeida
    Banca
    • Jayme Augusto Prevedello
    • LILIAN PATRICIA SALES MACEDO
    • MÁRIO SÉRGIO MUNIZ TAGLIARI
    • PABLO RIUL
    • Thadeu Sobral de Souza
    Resumo As pressões humanas, como desmatamento, incêndios, superexploração de recursos, poluição e mineração, estão intensivamente degradando os ecossistemas naturais e causando a perda de biodiversidade em todo o planeta. As regiões tropicais estão sofrendo mais com os impactos humanos em comparação com regiões temperadas devido às intensas mudanças climáticas e do uso do solo. Em associação a estes, outros fatores causadores de extinção têm ameaçado a biodiversidade tropical, como a caça e a introdução de espécies exóticas. A perda de biodiversidade também pode perturbar as redes nos ecossistemas naturais, impactando negativamente na provisão de serviços ecossistêmicos. Para entender como as pressões humanas impactam a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos em áreas tropicais, podemos utilizar as aves como modelos de estudo. Elas estão sob alto risco de extinção devido à contínua degradação das regiões tropicais, o que também ameaça muitos serviços ecossistêmicos que elas fornecem. Portanto, nesta tese, investiguei os efeitos das mudanças climáticas e do uso do solo futuras na distribuição potencial de aves ameaçadas e como a defaunação de espécies endêmicas e ameaçadas impactam a provisão de serviços ecossistêmicos. No Capítulo 1, utilizei a modelagem de nicho ecológico associada a um modelo de uso do solo para avaliar as respostas de uma ave vulnerável (Crax fasciolata) às mudanças climáticas e do uso do solo separadas e combinadas sob cenários histórico e futuros no Brasil. Os resultados mostraram um aumento na adequabilidade ambiental para Crax fasciolata no Brasil no futuro, mas com variação entre domínios fitogeográficos e cenários futuros. Embora as projeções futuras indiquem um aumento na adequabilidade climática, a ameaça iminente de perda de habitat representa um grande desafio. Particularmente no Pantanal e no Cerrado, a perda de habitat pode resultar em um declínio significante na adequabilidade ambiental, elevando o risco de extinção para a espécie devido à sua maior abundância nesses domínios. No Capítulo 2, integrei modelos climáticos gerados pela modelagem de nicho ecológico com dados de cobertura florestal para avaliar as distribuições potenciais atuais e futuras de espécies de aves endêmicas e ameaçadas de extinção na Mata Atlântica e identifiquei áreas prioritárias para restauração e conservação para estas aves. Os resultados mostraram que a maioria das espécies podem experienciar uma redução nas distribuições potenciais em um futuro próximo. Adicionalmente, os resultados indicam que apenas uma porção limitada das áreas prioritárias para conservação estão dentro de áreas protegidas existentes. Essa situação aumenta a vulnerabilidade dessas espécies de aves à extinção. No Capítulo 3, investiguei o impacto da defaunação dessas espécies endêmicas e ameaçadas da Mata Atlântica na estrutura da rede ecológica e na provisão de serviços ecossistêmicos em diferentes cenários. Os resultados mostraram que a estrutura da rede permanecerá estável devido à redundância funcional, mas taxas médias e altas de defaunação podem causar reduções substanciais de serviços ecossistêmicos essenciais. Esses resultados destacam a necessidade urgente de esforços de conservação nas regiões pesquisadas, particularmente em domínios com degradação severa, como o Pantanal, e os hotspots de biodiversidade do Brasil: Mata Atlântica e Cerrado. Enfatizo a necessidade de expandir/criar áreas protegidas, implementar programas de restauração de vegetação natural, fortalecer o controle do desmatamento e erradicar a caça e outras ameaças para conservar as aves ameaçadas e endêmicas no Brasil, além de proteger os serviços ecossistêmicos que elas fornecem.
    Padrões e processos macroevolutivos na origem e diversificação de vertebrados terrestres da Floresta Atlântica
    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
    Tipo Tese
    Data 30/08/2023
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Diogo Borges Provete
    Coorientador(es)
    • Fernando Rodrigues da Silva
    Orientando(s)
    • Matheus de Toledo Moroti
    Banca
    • Gabriel Nakamura de Souza
    • Gustavo Graciolli
    • Renan Maestri
    • Thaís Barreto Guedes da Costa
    Resumo A Floresta Atlântica é um dos hotspots globais de biodiversidade devido ao grande número de espécies endêmicas sob alto grau de ameaça. Várias hipóteses têm sido propostas para explicar as causas da alta biodiversidade neste bioma, como a hipótese dos refúgios. Por outro lado, barreiras de dispersão e especiação alopátrica parecem ser importantes para determinar a diversidade genética em algumas espécies. No entanto, ainda não existe consenso sobre a importância relativa destes processos ou como eles variam ao longo do espaço e entre organismos com diferentes habilidades de dispersão e tolerância térmica. Logo, iniciativas que integram abordagens de áreas como ecologia, macroevolução e evolução fenotípica podem contribuir para melhorar o entendimento sobre os processos chave envolvidos na formação da biota da Floresta Atlântica. O objetivo dessa tese foi identificar os processos macroevolutivos envolvidos na origem e diversidade de vertebrados terrestres da Floresta Atlântica. A tese está dividida em dois capítulos: o primeiro intitulado “Productivity interacts with diversification rate in determining species richness and trait diversity of tetrapods in a global hotspot” e o segundo “The effects of climatic niche on the rate of body size evolution in terrestrial vertebrates”. No primeiro capítulo estávamos interessados em investigar quais variáveis das dinâmicas de equilíbrio (topografia, clima e produtividade primária) e de não-equilíbrio (taxa de diversificação e idade da assembleia) explicam a riqueza de espécies e a diversidade funcional dos quatro clados de vertebrados terrestres (anfíbios anuros, répteis squamata, aves e mamíferos não-voadores) na Floresta Atlântica. Também investigamos se os padrões espaciais são congruentes entre os grupos. Encontramos que a riqueza de espécies e a diversidade funcional têm os mesmos preditores nas linhagens de vertebrados, mas operam de maneira diferente no espaço. A diversidade de clados não foi afetada pelo tempo de especiação, enquanto a taxa de diversificação teve uma grande influência positiva na diversidade funcional e na riqueza de espécies. Nossos resultados reforçam a necessidade de avaliar múltiplos táxons ao testar explicações alternativas para padrões de diversidade. No segundo capítulo, estávamos interessados em testar se a taxa de evolução do tamanho do corpo de vertebrados terrestres é impactada pelo nicho climático. Encontramos que os vertebrados terrestres apresentam padrões idiossincráticos de evolução fenotípica ao longo do tempo, com algumas linhagens acelerando e outras desacelerando suas taxas evolutivas. Além disso, não encontramos uma relação significativa entre as taxas de evolução fenotípica e o nicho climático. No entanto, a amplitude influencia mais a variação das taxas do que a sua posição do nicho. Esses resultados ressaltam a importância das pressões seletivas e das características específicas de cada grupo na evolução fenotípica. Ainda, é possível que diferentes eixos do nicho ecológico das espécies impactem as taxas evolutivas do tamanho do corpo nos vertebrados terrestres. Juntos, esses capítulos fornecem uma visão mais completa dos processos que moldaram a biota da Floresta Atlântica, abrangendo tanto aspectos macroecológicos quanto macroevolutivos das comunidades de vertebrados terrestres. Nossas descobertas têm implicações para nossa compreensão dos impulsionadores de biodiversidade e das mudanças evolutivas nas taxas fenotípicas de vertebrados, assim como dos fatores que moldam os padrões de biodiversidade em escalas regionais.
    Giant anteaters’ movement ecology revels forests as a potential resource to open-area mammals in heterogeneous landscapes
    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
    Tipo Tese
    Data 04/08/2023
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos
    Coorientador(es)
      Orientando(s)
      • Aline da Silva Giroux
      Banca
      • Cecilia Ines Robles
      • Julia Emi de Faria Oshima
      • MARLEE TUCKER
      • PAVLA HEJCMANOVA
      Resumo Florestas atuam como tampões térmicos, oferecendo temperaturas mais amenas que áreas abertas adjacentes. Com a crescente frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, florestas podem ser importantes abrigos termais para a vida selvagem. Em endotermos, as estratégias de termorregulação comportamental reduzem o custo energético associado à termorregulação fisiológica. Mamíferos com baixa capacidade para termorregulação fisiológica devem mostrar comportamentos termorregulatórios mais conspícuos e, portanto, devem ser modelos valiosos para entender a importância das florestas como abrigos termais durante mudanças climáticas. Exploramos a ecologia do movimento do tamanduá-bandeira, Myrmecophaga tridactyla, um grande mamífero com baixa produção de calor corpóreo, exemplificando como florestas podem ser importantes recursos térmicos para mamíferos de áreas abertas vivendo em paisagens heterogêneas. Usando dados de monitoramento via GPS e modelos de movimento, investigamos (1) o quanto tamanduás bandeira modulam sua atividade e seleção por florestas como estratégias de termorregulação comportamental e (2) o quanto as características intrínsecas dos indivíduos e a disponibilidade de florestas influenciam seu uso do espaço e suas necessidades espaciais. Além de uma surpreendentemente alta plasticidade comportamental de curto prazo relativa à atividade, os tamanduás-bandeiras também mostraram aumento de seleção por florestas em extremos de frio e calor. Eles selecionaram florestas à noite em períodos de frio e à luz do dia em períodos de calor, enquanto evitaram florestas em temperaturas amenas. Machos e fêmeas apresentaram diferentes estratégias de uso do espaço, que escalaram diferentemente com a massa corpórea, e aumentaram sua área de vida com a redução de proporção de florestas nessa área. Florestas foram importantes recursos termais em temperaturas extremas. Tamanduás-bandeira com menor acesso a florestas possivelmente aumentaram sua área de vida para maximizar as chances de acessar esses abrigos térmicos. A redução da disponibilidade de florestas em paisagens heterogêneas pode reduzir a adequabilidade termal do habitat e aumentar as necessidades espaciais, mesmo para mamíferos que são usualmente encontrados em áreas abertas, como tamanduás-bandeira. Com as mudanças climáticas, a importância das florestas deve aumentar para esses mamíferos e isso precisa ser considerado em efetivas decisões de manejo.
      Parental care communication in the neotropical foam-nesting frogs Leptodactylus (Anura, Leptodactylidae): from behavioural to omic perspectives
      Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
      Tipo Tese
      Data 04/08/2023
      Área ECOLOGIA
      Orientador(es)
      • Diego Jose Santana Silva
      Coorientador(es)
      • Diego Jose Santana Silva
      • Cynthia Peralta De Almeida Prado
      Orientando(s)
      • Juan Fernando Cuestas Carrillo
      Banca
      • ADAM MICHAEL MURRAY STUCKERT
      • EVA FISCHER
      • LISA MARIA SCHULTE
      • Norberto Peporine Lopes
      • RENATO CHRISTENSEN NALI
      Resumo O cuidado parental é definido como uma vantagem evolutiva para aumentar a sobrevivência da prole, como um benefício para ao fitness da prole. Nos anfíbios, o cuidado parental varia em termos de tempo de cuidado e esforço, em particular, as fêmeas cuidadoras de Leptodactylus (Leptodactylidae) cuidam de ovos e girinos aquáticos por um longo período. O cuidado inclui a orientação dos girinos que é mediada pela comunicação fêmea-prole. Essa comunicação foi descrita pela primeira vez como um comportamento estereotipado denominado “pummping behaviour”, no qual as fêmeas batem na água com a pélvis para criar ondas às quais os girinos respondem seguindo e mordendo as fêmeas. Este tipo de comunicação (por exemplo, mecânica, química) só é conhecido a partir de observações comportamentais, e os sinais e mecanismos genéticos envolvidos são pouco conhecidos. Nesta tese descrevi vários aspectos da comunicação do cuidado parental em rãs de ninhos de espuma (Anura: Leptodactylidae) por abordagens comportamentais e ômicas. No Capítulo 1, revisei o conhecimento atual sobre o cuidado parental em Leptodactylus. No Capítulo 2, revisei o conhecimento das secreções cutâneas das espécies de Leptodactylidae. No Capítulo 3, estudei como os sinais das fêmeas cuidadoras e as pistas de coespecíficos afetam o comportamento dos cardumens de girinos. No Capítulo 4 identifiquei um grupo de sinais químicos exclusivos das fêmeas cuidadoras com potencial para a comunicação com os girinos. Finalmente, no Capítulo 5 identifiquei os “up-regulated” genes das fêmeas cuidadoras, a fim de relacioná-los com diversas alterações fisiológicas. Experimentalmente, determinamos o que desencadeia a agregação e atração do girino por fêmeas assistentes de Leptodactylus podicipinus e L. macrosternum. Além disso, encontramos diferenças na composição da pele entre femeas cuidadoras, femeas e machos. E identificamos um conjunto de genes “upregulated” da pele das fêmea cuidadoras que podem desencadear a expressão dos sinais químicos envolvendo na comunicação de femeas cuidadoras com a prole e as alterações anatômicas da pele de L. podicipinus durante o cuidado parental. Usando novas técnicas analíticas, avançamos no entendimento da comunicação química e adaptação genética durante o cuidado parental, abrindo uma grande área inexplorada de conhecimento que pode ser aplicada a outras espécies de Leptodactylus e anuros para pesquisa evolutiva.
      EFEITOS DO HUMAN FOOTPRINT, ESPÉCIES INVASORAS E DE DOENÇAS EMERGENTES EM PADRÕES DE DIVERSIDADE DE ANFÍBIOS NEOTROPICAIS
      Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
      Tipo Tese
      Data 21/07/2023
      Área ECOLOGIA
      Orientador(es)
      • Diogo Borges Provete
      Coorientador(es)
      • DANIEL DE PAIVA SILVA
      Orientando(s)
      • Philip Teles Soares
      Banca
      • Fabio de Oliveira Roque
      • Franco Leandro de Souza
      • SIDNEY FEITOSA GOUVEIA
      Resumo Os anfíbios são um dos principais grupos de vertebrados ameaçados globalmente,
      sofrendo declínios constantes. Diversas as ameaças são responsáveis por esses declínios,
      tais como as mudanças climáticas, fragmentação do habitat e conversão de áreas naturais,
      além de agentes patogênicos e espécies invasoras. Anfíbios são afetados por essas
      ameaças devido a aspectos de sua história de vida, tais como dependência de ambiente
      aquático, sua fisiologia e sensibilidade à variação de temperaturas. Apesar do
      conhecimento sobre esses impactos, ainda é incerto de que maneira eles estão atuando em
      conjunto para o declínio dos anfíbios e como afetam as diferentes facetas da diversidade
      (taxonômica, funcional e filogenética) na região neotropical. Assim, essa tese teve como
      objetivos (Capítulo 1) investigar como mudanças climáticas globais em conjunto com
      espécies invasoras (nesse caso a Lithobates catesbeianus - Lc) (Shaw, 1802) (Anura:
      Ranidae) e o fungo quitrídio (Batrachochytrium dendrobatidis - Bd) (Berger, 1998)
      (Fungi, Chytridiomycota, Rhizophydiales), causador da quitridiomicose, afetam a
      distribuição de anuros no neotrópico.Além disso, (Capítulo 2) buscamos entender de que
      maneira as ameaças antrópicas afetam as diferentes facetas da diversidade de anfíbios na
      região neotropical e de que maneira elas se relacionam com a distribuição de Bd e Lc. No
      primeiro capítulo geramos modelos de distribuição potencial para Bd e Lc e para 46
      espécies de anuros neotropicais para os cenários atuai e para o futuro (2100). Além disso,
      testamos a sobreposição de nicho climático e também dos mapas de adequabilidade
      gerados e os comparamos. A distribuição de espécies nativas de anuros tende a diminuir
      nos próximos anos devido às mudanças climáticas, enquanto a da espécie invasora rã-
      touro e o Batrachochytrium dendrobatidis (Bd), irão aumentar nos próximos anos, se
      sobrepondo com as espécies nativas. Assim, haverá um afeito sinérgico dessas ameaças,
      acentuando ainda mais o seu declínio. No segundo capítulo testamos como as variáveis
      2
      de uso do solo e densidade populacional humna (usadas para a criação do índice Human
      Footprint - HF), afetam diferentes facetas da diversidade e como essa diversidade está
      relacionada com a distribuição potencial de Bd e Lc. Para isso, coletamos as informações
      das espécies a partir dos dados da IUCN e a partir daí calculamos a riqueza (diversidade
      taxonômica), diversidade funcional e filogenética de espécies. Coletamos também as
      informações das variáveis antrópicas a partir de bases de dados e geramos modelos de
      distribuição atual para Bd e Lc (mesmos modelos do capítulo 1). Verificamos que as
      facetas da diversidade são em geral negaticamente relacionadas a com as variáveis
      antrópicas na maior parte da região neotropical. Além disso, a maior parte da diversidade
      está localizada em regiões onde o Bd é presente. Somado a isso, tanto o Bd, quanto a Lc
      tendem a ocorrer em regiões em que as variáveis de uso do solo como monoculturas e
      pastagens são maiores. Assim, temos além da fragmentação de ambientes naturais do
      anuros neotropicais, a influencia negativa das espécies invasoras. Essas ameaças podem
      levar a extinção não somente de espécies, mas para a perda de atributos funcionais e
      linhagens inteiras. Dessa maneira, é necessário considerar essas ameaças e elaborar
      políticas e planos de conservação que levem em consideração a ação delas em conjunto,
      evitando assim homogenenização da diversidade e a manutenção das áreas de ocorrência
      das espécies de anuros neotropicais.
      Abundância, comportamento e reprodução de taperuçus (Aves: Apodidae) em três cachoeiras do Cerrado Central
      Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
      Tipo Tese
      Data 17/07/2023
      Área ECOLOGIA
      Orientador(es)
      • Erich Arnold Fischer
      Coorientador(es)
        Orientando(s)
        • Gabriel Arvelino de Paula
        Banca
        • Caio Graco Machado Santos
        • Franco Leandro de Souza
        • RENATA STOPIGLIA
        • Rudi Ricardo Laps
        • Sergio Roberto Posso
        Resumo Os taperuçus são aves da família Apodidae, que se alimentam de pequenos insetos capturados em pleno voo. Eles ocorrem somente nas Américas e são pouco estudados. Neste trabalho, analisamos três colônias de taperuçus em cachoeiras do bioma Cerrado, sendo duas em Minas Gerais e uma em Goiás. Fizemos censos por contagem direta e capturas com redes-de-neblina nos períodos da manhã e da tarde. Registramos três espécies: Cypseloides senex (taperuçu-velho), Cypseloides fumigatus (taperuçu-preto) e Streptoprocne zonaris (taperuçu-de-coleira-branca). A ausência atual de C. fumigatus na Cachoeira de Queimado nos preocupa, pois pode estar relacionada à construção de uma usina hidrelétrica a montante. Observamos diferenças na abundância e no tempo de forrageamento dos taperuçus entre as colônias. A abundância foi maior na Cachoeira Salto do Itiquira (5.536 ± 1.198), mediana na Cachoeira de Queimado (721 ± 223) e menor na Cachoeira de Buritizinho (247 ± 165). O tempo de forrageamento foi inverso: maior em Buritizinho (13h), mediano em Queimado (12h) e menor em Salto do Itiquira (10h). Isso pode ser explicado pelo fato de que bandos maiores se beneficiam das informações geradas pelos indivíduos, permitindo maior eficiência na busca por alimento. Em junho/setembro, registramos cópulas de C. senex pousados na vegetação dos paredões úmidos ao redor da cachoeira e durante o voo em queda livre. Logo depois, começaram a construção dos ninhos e, em setembro/outubro, já havia ovos. Os filhotes nasceram em outubro/novembro e deixaram o ninho até dezembro, no máximo. O ninho de C. senex é delgado e construído próximo da água, menor que o de S. zonaris, que fica em locais abrigados sem água corrente. Reportamos fidelidade dos indivíduos de C. senex com recapturas de indivíduos anilhados nas mesmas colônias, bem como banhos diários de C. senex e S. zonaris pousados verticalmente na cachoeira. Uma vantagem dos taperuçus ocuparem cachoeiras pode ser a prática regular do banho, que ajuda a combater ectoparasitas e a evitar predadores em voo. Projetos de conservação de C. senex devem abranger a bacia hidrográfica a montante das cachoeiras e estabelecer medidas para assegurar a qualidade das águas fluviais.
        Intervention ecology with fire uses to maintain the availability of flowers and fruits for fauna in tropical wetlands
        Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
        Tipo Tese
        Data 07/07/2023
        Área ECOLOGIA
        Orientador(es)
        • Leticia Couto Garcia Ribeiro
        Coorientador(es)
          Orientando(s)
          • Bruno Henrique dos Santos Ferreira
          Banca
          • Camila Aoki
          • Isabel Belloni Schmidt
          • Luís Felipe Daibes de Andrade
          Resumo O fogo é uma perturbação ecológica que atua como um dos principais filtros ambientais que moldam a estrutura e funcionamento de vegetações abertas graminosas. Da mesma forma, a água seleciona espécies tolerantes a certas condições ambientais, como saturação de umidade do solo e inundações filtrando espécies tolerantes a cada condição ambiental. No Pantanal, por exemplo, a inundação é um dos principais fatores responsáveis por moldar a heterogeneidade vegetacional. Portanto, sendo o Pantanal, um bioma sazonal, com elevada produtividade primária, diferentes regimes de fogo, considerando frequência e período de queima, ajudam a moldar a heterogeneidade de suas paisagens. A interação entre diferentes regimes de fogo e inundação refletem em diferentes padrões de biodiversidade no Pantanal e em ecossistemas de em seu entorno, tais como a vegetação de Cerrado no planalto pantaneiro. O Território Indígena Kadiwéu situa-se no ecótono entre os biomas Pantanal e Cerrado e, portanto, confere cenário ideal para monitoramentos da biodiversidade sob diferentes regimes de fogo e inundação. Nesta tese, avalio como os diferentes regimes de fogo, ao influenciar padrões de diversidade vegetal, podem por consequência afetar a disponibilidade de flores e frutos, que são importantes para manutenção da fauna. No mesmo sentido, avalio se certos regimes podem ser ideais em detrimento de outros, considerando também o período fértil das espécies vegetais monitoradas. Além disso, consideramos que o fogo pode afetar a germinação de espécies comuns do ecótono Cerrado/Pantanal, a exemplo da Calliandra parviflora Benth. (Fabaceae), que, por outro lado, permanece bem adaptada a este ambiente devido à estratégia de reprodução vegetativa, características funcionais que podem auxiliar a escolha de espécies para uso na restauração ecológica. De modo geral, minhas premissas se amparam na hipótese da pirodiversidade, como forma de promoção da biodiversidade, para concepção de recomendações técnicas. Para cada um dos meus estudos de três anos de campo, apresentados nos capítulos um ao três, realizo recomendações técnicas para o manejo integrado do fogo em áreas úmidas, considerando aspectos socioambientais. Em contrapartida, apresento no quarto capítulo, um estudo de caso focado nos esforços para conservação da Arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus), que podem ser comprometidos pela perda de habitat e recursos em decorrência de períodos extremos de incêndios, como os registrados em 2020. Em síntese, concluímos que, os esforços para o Manejo Integrado do Fogo em áreas úmidas, como o Pantanal e seu entorno, devem ter caráter adaptativo e incluir medidas preventivas à mega incêndios. Para tanto, a manutenção de equipes prestando trabalho educativo e preventivo permanentemente é essencial, tal como o trabalho prestado pela Brigada indígena Kadiwéu, sob assistência e responsabilidade de órgãos ambientais competentes. Essas brigadas, devem ser capacitadas para constante atualização técnica conforme avanços científicos. A ciência deve, portanto, ser levada em consideração para intervenções ecológicas com uso do fogo em áreas úmidas, tal como recomendamos em nossas publicações e nas referências que consultamos. A pirodiversidade, eleva a beta-diversidade de espécies vegetais, a alta diversidade de espécies reflete em elevada diversidade funcional em traços florais. Além disso, a diversificação em regimes de fogo, reduz o risco da queima de plantas em período fértil, ao passo que diversifica respostas fenológicas, assegurando a manutenção contínua de flores e frutos em paisagens propensas ao fogo.
          Ecologia evolutiva de uma metacomunidade de morcegos na Serra da Bodoquena - Brasil
          Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
          Tipo Tese
          Data 20/06/2023
          Área ECOLOGIA
          Orientador(es)
          • Diogo Borges Provete
          Coorientador(es)
          • Erich Arnold Fischer
          Orientando(s)
          • Adriana Carolina Acero Murcia
          Banca
          • Enrico Bernard
          • HUGO MANTILLA MELUK
          • Rafaela Velloso Missagia
          • Sandra Milena Ospina Garcés
          Resumo A perda da cobertura nativa e alterações nas paisagens naturais cresceram rapidamente nas últimas décadas, principalmente por causas antrópicas como a expansão urbana, a agricultura e a pecuária. O Cerrado brasileiro não é exceção, dado que é a área com maior produção de soja, milho e carne. Apesar de ser a savana com maior biodiversidade no mundo é um dos biomas mais ameaçados porque só o 6,5% da vegetação nativa está em áreas de preservação. As relações morfologia-ambiente podem determinar a distribuição das espécies nas comunidades, e o uso da terra é um fator que pode alterar essa relação, funções do ecossistema, e contribuir para a perda de espécies. Porém pouco se sabe sobre como mudanças da paisagem afetam o espaço de formas em comunidades e se a distribuição de formas pode ser útil na predição de respostas dos organismos a distúrbios. Dada a grande diversidade de formas para a exploração de ambientes e recursos, morcegos são um modelo ideal para perguntar sobre processos evolutivos e ecológicos que influenciam a montagem de metacomunidades. Os objetivos desta tese foram 1). Avaliar como o tamanho, a guilda trófica, e a estratégia de forrageio influenciam a forma do crânio e mandíbula numa escala regional; e 2). Avaliar como mudanças da paisagem influenciam a distribuição da forma das asas de morcegos que ocorrem na metacomunidade. Para isso, amostramos morcegos em 20 comunidades na Serra da Bodoquena, centro oeste do Brasil. Para quantificar a morfologia (crânio, mandíbula, asa) de 32 espécies de morcegos, obtivemos fotografias em 2D em campo e coleções científicas. Para determinar fatores ecológicos e comportamentais, revisamos a literatura e classificamos as espécies em cinco guildas tróficas, e em três estratégias de forrageio. Para quantificar a composição e estrutura da paisagem de cada comunidade, usamos buffers de 1 Km, 3 Km e 5 Km, e extraímos métricas da paisagem como borda, cobertura florestal, savana, fragmentos e agricultura. No capítulo 1, mostramos que as espécies mais aparentadas filogeneticamente foram agrupadas no morfoespaço; a alometria do crânio seguiu uma trajetória comum, provavelmente relacionada aos sentidos olfativo-visuais, e não à guilda trófica e ao comportamento de forrageio. No entanto, a forma da mandíbula seguiu trajetórias únicas, sugerindo pressões diferenciais relacionadas à guilda trófica e ao comportamento de forrageio. No capítulo 2, encontramos um efeito positivo em diferentes escalas espaciais em relação à redundância funcional com a cobertura florestal, o número de fragmentos, a porcentagem de savana e agricultura, e menor efeito na dispersão funcional numa escala mais fina. O que pode sugerir uma homogeneização funcional direcionada pelo uso do solo.
          Padrões de coocorrência, períodos de atividade e a influência do uso do solo sobre a probabilidade de ocorrência de anfíbios anuros da porção centro-sul do Cerrado
          Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
          Tipo Tese
          Data 27/01/2023
          Área ECOLOGIA
          Orientador(es)
          • Cynthia Peralta De Almeida Prado
          Coorientador(es)
          • Alessandro Ribeiro de Morais
          Orientando(s)
          • Tainã Lucas Andreani
          Banca
          • Cinthia Aguirre Brasileiro
          • Cynthia Peralta De Almeida Prado
          • Franco Leandro de Souza
          • Paula Cabral Eterovick
          • Rogério Pereira Bastos
          Resumo A modificação de ecossistemas para fins agrícolas pode desencadear efeitos negativos sobre a biodiversidade por meio de muitos processos, como a perda e fragmentação de hábitat, que podem ser observados em diversos táxons. Isto é especialmente importante para as espécies de anfíbios, que apresentam variadas exigências em seus diferentes estágios de vida, levando-os a ser considerados como o grupo de vertebrados mais ameaçados de extinção. Assim, por meio de uma amostragem ao longo da porção centro-sul do Cerrado e utilizando modelos de probabilidade de ocorrência, no capítulo 1 avaliamos a influência dos principais tipos de usos do solo sobre as espécies de anfíbios anuros de áreas abertas. Ao longo do capítulo 2 apresentamos os resultados destas avaliações para espécies encontradas dentro de fragmentos florestais do bioma. Além disso, no capítulo 3 apresentamos os padrões de atividade das espécies, testando a hipótese de retenção de informação filogenética nestes padrões. Neste capítulo também descrevemos as relações de coocorrência espacial e temporal entre as espécies de anuros registradas. No capítulo 1, encontramos que as diferentes porcentagens de cobertura do solo exerceram influência sobre a ocorrência de algumas espécies de anuros ao longo do Cerrado de maneira espécie-específica. Para espécies registradas em fragmentos florestais (capítulo 2), não detectamos efeitos significativos da cobertura florestal sobre a ocorrência de anuros, com exceção de Barycholos ternetzi, o que poderia ser explicado pelo hábito generalista da maioria das espécies de Cerrado. Por fim, no capítulo 3, a maioria das coocorrências positivas registradas sugere uma partição das dimensões espacial e temporal do nicho acústico em locais que, provavelmente, atendem às demandas ecológicas similares das espécies. Adicionalmente, detectamos sinal filogenético nos padrões de atividade de vocalização em diferentes horários do dia. Nossos resultados sugerem que mesmo espécies com ampla distribuição pelo Cerrado, como o caso de Dendropsophus minutus e Boana sp. (gr. albopunctata), podem sofrer efeitos adversos sobre sua ocorrência, causados por alterações antrópicas. A descrição desses resultados é importante para a construção de ações de conservação e manejo de espécies de anuros, especialmente em um bioma considerado como um dos prioritários para a conservação da biodiversidade como o Cerrado.
          Biogeography and Evolution of Proceratophrys Miranda-Ribeiro, 1920 (Anura, Odontophrynidae)
          Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
          Tipo Tese
          Data 05/12/2022
          Área ECOLOGIA
          Orientador(es)
          • Diego Jose Santana Silva
          Coorientador(es)
          • Sarah Mângia Barros
          Orientando(s)
          • Carla da Silva Guimarães
          Banca
          • Diego Jose Santana Silva
          • Donald Beardsley Shepard
          • Felipe de Medeiros Magalhães
          • Rafael Felix de Magalhães
          • Thais Helena Condez
          Resumo América do Sul é um excelente cenário pra testar hipóteses evolutivas, dado sua complexidade histórica geoclimática que moldou sua paisagem possibilitando gerar e abrigar uma diversidade de espécies extraordinária. Proceratophrys é um gênero diverso de anura amplamente distribuído em diferentes ecorregiões, como Amazônia, Caatinga, Cerrado, Floresta de Chiquitano, Mata Atlântica, além de representar um grupo curioso com morfologias discrepantes entre espécies intimamente relacionadas. Através de abordagens filogenéticas, biogeográficas e métodos comparativos buscamos contemplar desde aspectos morfológicos utilizados na taxonomia até processos evolutivos associados a diversificação (genotípica e fenotípica) e distribuição das espécies ao longo da América do Sul. No Capítulo 1 nós revisamos e padronizamos as definições de caracteres morfológicos e morfométricos para todas espécies de Proceratophrys, totalizando uma lista comentada de 25 características, com suas terminologias, e seus respectivos estados (todos ilustrados), fortemente recomenda para descrições e comparações entre as espécies. Dessa forma pretendemos estabelecer uma referência para futuros trabalhos taxonômicos dentro do gênero. No Capítulo 2 estimamos uma filogenia molecular datada para Proceratophrys, e com base nela reconstruímos história biogeográfica e a evolução do estado ancestral para o apêndice palpebral. Recuperamos o gênero como monofilético, composto por dois clados principais bem suportados, um deles formado exclusivamente por espécies da Caatinga e outro pelas demais espécies (das demais ecorregiões). O ancestral comum do gênero foi estimado para o início do Eoceno, tendo surgido em uma região florestada entre a Mata Atlântica e a Caatinga, apresentando apêndice palpebral. Os processos de diversificação e dispersão dentro do gênero foram associadas ao histórico de expansão e retração entre as formações de áreas abertas e florestais provocadas pelas oscilações climáticas. Por fim, no Capítulo 3, nós realizamos uma filogeografia de P. boiei utilizando dados multi-loci afim de avaliar sua estruturação e diversificação, e os possíveis processos explicativos. Recuperamos três linhagens com evolução independente, que são filogenicamente coesas e bem suportadas, com alta diversidade genética cada uma, com antigos processos de diversificação durante Mioceno e Plioceno, e geograficamente estruturadas ao longo da porção sul da Mata Atlântica. Mostramos que características climáticas, tais como temperatura e precipitação, e distância geográfica moldaram a diversidade genética atual.
          Estrutura espacial de populações de Thrichomys fosteri em um complexo de pequenos fragmentos no Pantanal
          Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
          Tipo Tese
          Data 23/09/2022
          Área ECOLOGIA
          Orientador(es)
          • Mauricio de Almeida Gomes
          Coorientador(es)
            Orientando(s)
            • Nayara Yoshie Sano
            Banca
            • Ana Paula Carmignotto
            • Fabio de Oliveira Roque
            • Marcus Vinicius Vieira
            • Mauricio de Almeida Gomes
            • Natália Oliveira Leiner
            • Nilton Carlos Caceres
            Resumo A perda e fragmentação dos ambientes naturais podem reduzir o tamanho de populações
            locais, representando uma ameaça à persistência de algumas espécies. Por conta disso, o
            estudo de metapopulações traz bases teóricas que são essenciais para o manejo de
            espécies, onde as espécies conseguem se manter com um hábitat menor e descontínuo
            através de trocas periódicas de indivíduos que mantém a variabilidade genética da
            população. Essa tese tem o objetivo de entender como as populações de Thichomys
            fosteri se mantém em uma área naturalmente fragmentada do Pantanal da Nhecolândia.
            No primeiro capítulo, eu descrevo se há a troca de indivíduos entre os pequenos
            fragmentos (conhecidos como capões) da região e como há a comunicação dos
            indivíduos entre um grupo de 15 fragmentos. No segundo capítulo, eu averiguo se essa
            troca de indivíduos é suficiente para considerar que há a formação de metapopulação e
            vejo também de qual dos modelos teóricos essa população se aproxima mais.
            Encontramos que a rede formada entre os capões apresenta modularidade e
            especialização. Além disso, os resultados sugerem que as populações de Thichomys
            fosteri formam uma metapopulação, com estrutura de fonte-sumidouro. Com isso,
            consigo trazer um panorama sobre como as populações de pequenos mamíferos se
            estruturam na paisagem e como eles conseguem manter populações estáveis ao longo do
            tempo. Esse modelo pode ser extrapolado para outros organismos que consigam se
            manter em paisagens fragmentadas, auxiliando no manejo e conservação de várias
            espécies.
            Diversidade taxonômica e funcional de formigas da diagonal seca
            Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
            Tipo Dissertação
            Data 07/07/2022
            Área ECOLOGIA
            Orientador(es)
            • Gustavo Graciolli
            Coorientador(es)
            • Rodrigo Aranda
            Orientando(s)
            • Mariáh Leite Tibcherani
            Banca
            • Fabio de Oliveira Roque
            • FABRICIO BEGGIATO BACCARO
            • Gustavo Graciolli
            • Jarbas Marcal de Queiroz
            • Jose Henrique Schoereder
            • Josue Raizer
            Resumo A biogeografia busca compreender os padrões de distribuição das espécies e da
            variação geográfica na composição através de mecanismos e processos bióticos e
            abióticos que podem estar envolvidos, resultando em informações sobre como as
            mudanças de fatores ambientais influenciam na distribuição atual das espécies. Assim,
            considerando a variação dos fatores ambientais na América do Sul, a diagonal seca,
            formada pela Caatinga, Cerrado e Chaco, é caracterizada por apresentar períodos de seca
            severa. Desta forma, formigas podem ser utilizadas em estudos biogeográficos uma vez
            que estão bem distribuídas ao longo do globo, não sendo encontradas apenas nos polos,
            evidenciando que são adaptadas a grande variação de temperatura e umidade. Assim, o
            primeiro capítulo tem como objetivo verificar a influência da história evolutiva na
            riqueza, composição e diversidade taxonômica de formigas da Caatinga, Cerrado e
            Chaco, comparando a diversidade alfa, beta e gama. Já o segundo capítulo
            tem como objetivo do estudo é avaliar a funcionalidade da comunidade de formigas em
            cada um dos domínios da diagonal seca e entre eles, além de verificar a riqueza
            funcional, dispersão funcional e redundância funcional de cada um dos domínios e,
            estabelecer os grupos funcionais de formigas da Caatinga, Cerrado e Chaco.
            Controle Biológico de Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary e Promoção de Crescimento de Plantas de Feijão por cepas de Trichoderma spp. isoladas em Mato Grosso do Sul
            Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
            Tipo Tese
            Data 21/12/2021
            Área ECOLOGIA
            Orientador(es)
            • Maria Rita Marques
            Coorientador(es)
              Orientando(s)
              • Clarice Rossato Marchetti
              Banca
              • Denise Brentan da Silva
              • Edson dos Anjos dos Santos
              • Fabio de Oliveira Roque
              • Itamar Soares de Melo
              • JOSE RENATO STANGARLIN
              • Maria Rita Marques
              Resumo O presente trabalho compreendeu a investigação de 57 isolados de Trichoderma spp.,
              isolados do solo do Mato Grosso do Sul, ou endofíticos das espécies vegetais Bauhinia
              ungulata, Aspilia grazielae e Vockysia divergens, nativas do Pantanal e Cerrado do MS,
              quanto à capacidade de inibir o crescimento e propagação do fitopatógeno Sclerotinia
              sclerotiorum. Foram realizados testes de confrontação direta, cultura em placas pareadas
              e ensaios de atividade de enzimas degradadoras de parede celular (CWDEs). Todos
              apresentaram resultados significativos na inibição de crescimento frente à S.
              sclerotiourm. Oito cepas foram testadas sobre os fitopatógenos Fusarium sp,
              Macrophomina phaseolina e Rhizoctonia solani., apresentando alta taxa de inibição do
              crescimento dos mesmos. Quanto à produção de CWDEs, as 57 cepas testadas neste
              trabalho apresentaram uma alta atividade específica das enzimas β-1,3- glucanases e
              proteases. No teste de proteção quanto à severidade da doença (mofo branco), após
              aspersão do fitopatógeno (S. sclerotiorum) nas folhas de plantas de feijão, destaca-se os
              tratamentos com as cepas T25 e T55, que conferiram 90 a 100% de proteção contra a
              doença. Nos testes com a adição do fitopatógeno no substrato as plantas tratadas com as
              cepas T25 e T55 também foram assintomáticas. Foi testada a capacidade de 8 cepas de
              Trichoderma sp em hiperparasitar escleródios de S. sclerotiorum e a viabilidade destes
              em discos de cenoura. As cepas testadas inviabilizaram entre 93 e 100% a germinação
              dos escleródios. Para detectar a presença de Trichoderma sp como endofítico em plantas
              de feijão as oito cepas do experimento com S. sclerotiorum no substrato foram testadas
              e os reisolados de T25 e T27 foram caracterizados como semelhantes, comparando com a
              cepa inoculada. A capacidade de Trichoderma spp. em promover o crescimento de
              plantas de feijão foi determinada através da comparação da massa fresca e seca total,
              comprimento das raízes, caule e área foliar com o controle, sem fungos. Todos os
              tratamentos com as cepas de Trichoderma sp testadas evidenciaram potencial como
              promotoras de crescimento, havendo diferença estatística em relação ao controle e entre
              elas, sendo que as cepas T55 e T57 apresentaram a maior porcentagem de ganho de massa
              seca. Por outro lado, o tratamento com a cepa T46 apresentou inibição de crescimento
              das plantas. Foram selecionados oito isolados para análise de compostos voláteis por
              cromatografia gasosa (CG/MS), e alguns compostos foram identificados, tais como
              acorenol (alcalóide), 6-pentil-α-pirona (lactona), beta-cedreno, sesquifelandreno,
              cembreno, sesquisabineno, 7- metanoazuleno, alfa-cedrol, acorenona, epicubenol,
              verticellol, cadina-1,4-dieno e naftaleno (terpenóides).Os resultados obtidos mostram
              que as cepas de Trichoderma sp testadas neste trabalho apresentam potencial como
              agentes de biocontrole contra S. sclerotiorum, e também como bioestimulantes, sendo
              capazes de aumentar o crescimento e o desenvolvimento de plantas.
              Redes parasitárias de hospedeiros anfíbios e répteis em uma região de Cerrado em Mato Grosso do Sul, Brasil
              Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
              Tipo Tese
              Data 10/12/2021
              Área ECOLOGIA
              Orientador(es)
              • Luiz Eduardo Roland Tavares
              Coorientador(es)
              • Karla Magalhães Campião
              Orientando(s)
              • Isabela Caroline Oliveira da Silva
              Banca
              • Gustavo Graciolli
              • José Luis Luque Alejos
              • Luis Cláudio Muniz Pereira
              • Luiz Eduardo Roland Tavares
              Resumo O parasitismo representa uma das estratégias de vida mais comuns no planeta, contudo muitas associações entre diversos tipos de hospedeiros e parasitos ainda são pouco estudadas. O que representa grande ausência de conhecimento frente a diversidade parasitária existente. Isto pode ser
              observado principalmente quando se trata de hospedeiros animais, como os anfíbios e répteis.
              Apesar de muitas espécies destes grupos terem suas faunas parasitárias descritas, ainda existem diversas lacunas a respeito de suas comunidades parasitárias. Muitas informações sobre os aspectos que estruturam as interações acabam não sendo abordados em muitos estudos, principalmente a quando se trata de redes de associações parasitárias. Neste sentido, nesta tese abordamos a
              composição das comunidades parasitárias em espécies de anfíbios, lagartos e serpentes. Investigamos a existência de padrões gerais na organização de redes parasitárias para cada grupo de hospedeiro e seus parasitos associados. Por último, com o objetivo de uma maior compreensão
              sobre os papéis desempenhados pelas espécies de hospedeiros e parasitos nas redes, buscamos analisar a influência das prevalências parasitárias na localidade das espécies dentro das redes, verificando também os traços das espécies que podem proporcionar maiores vulnerabilidades a infecções ou dependências dos parasitos aos seus hospedeiros.
              Causes and processes determining the structure of anuran assemblage in an Atlantic Forest fragmented area
              Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
              Tipo Tese
              Data 03/12/2021
              Área ECOLOGIA
              Orientador(es)
              • Mauricio de Almeida Gomes
              Coorientador(es)
                Orientando(s)
                • EDUARDO OLIVEIRA PACHECO
                Banca
                • Fabio de Oliveira Roque
                • Jayme Augusto Prevedello
                • José Carlos Morante Filho
                • Mauricio de Almeida Gomes
                • RENATO CHRISTENSEN NALI
                • Rudi Ricardo Laps
                Resumo Entender as causas e processos por trás das diferenças na composição de espécies entre áreas
                pode ser útil para entender como a degradação de ambientes naturais afeta a estrutura das
                comunidades. A diversidade beta pode explicar as mudanças entre as comunidades, dividindo-a
                em dois componentes: aninhamento e substituição (turnover). Além disso, ela é uma ferramenta
                para inferir o papel de processos determinísticos e estocásticos na estrutura da comunidade ao
                longo de gradientes ecológicos. Nesta tese, avaliamos no Capítulo 1 a importância dos dois
                componentes da diversidade beta (aninhamento e turnover) entre ambientes de mata contínua,
                fragmentos florestais e matriz de pastagem; no Capítulo 2, avaliamos se as diferenças nas
                comunidades obedecem a padrões determinísticos ou estocásticos em uma paisagem
                fragmentada no estado do RJ. Descobrimos que a quantidade de habitat influencia a relevância
                do aninhamento e turnover, mas sua importância relativa depende de qual tipo de ambiente está
                sendo considerado na comparação. Também observamos a prevalência de processos estocásticos
                conduzindo a diferença na composição de espécies entre fragmentos florestais e matrizes de
                pasto. Esses resultados destacam a importância de avaliar quais mecanismos estão gerando
                padrões de diversidade beta e a necessidade de considerar um gradiente de cobertura vegetal
                (incluindo áreas de matriz) na análise da biodiversidade para ter um melhor entendimento dos
                padrões de biodiversidade em paisagens fragmentadas.
                Ecology of South American coati (Nasua nasua) in urban forest fragments of Brazilian Cerrado
                Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                Tipo Tese
                Data 23/11/2021
                Área ECOLOGIA
                Orientador(es)
                • Heitor Miraglia Herrera
                Coorientador(es)
                • Grasiela Edith de Oliveira Porfirio Petry
                • Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos
                Orientando(s)
                • Wanessa Teixeira Gomes Barreto
                Banca
                • Beatriz de Mello Beisiegel
                • Fabio de Oliveira Roque
                • Guilherme de Miranda Mourão
                • Heitor Miraglia Herrera
                • Rita de Cássia Bianchi
                Resumo A crescente urbanização a nível global resulta em importantes mudanças no uso da terra, o que torna cada vez mais necessário compreender de que maneira as populações de animais silvestres que sobrevivem em áreas urbanas são afetadas. Ainda que seja de amplo conhecimento a capacidade de adaptação de algumas espécies silvestres ao ambiente urbano e a importância de muitas delas para a manutenção das dinâmicas florestais, pouco tem sido estudado sobre as consequências de se viver em uma matriz urbana sabidamente hostil. Assim, estudos sobre parâmetros demográficos, sociobiologia, padrão de atividade e uso do espaço fornecem informações importantes, capazes de subsidiar estratégias efetivas de manejo de espécies silvestres que habitam ambientes urbanos. Nesse estudo, nós utilizamos os quatis (Nasua nasua) como modelo, dada sua conhecida adaptabilidade às áreas sob influência antrópica e seu interessante, mas ainda pouco compreendido sistema de organização social. Essa tese está dividida em dois capítulos. No primeiro capítulo estimamos os parâmetros demográficos por meio do método de captura-marcação-recaptura. No segundo capítulo exploramos aspectos da organização social, padrão de atividade e uso do espaço. Para tal, monitoramos os quatis por GPS telemetria para estimar e testar o efeito das variáveis sexo e peso corporal no tamanho das áreas de vida, além de avaliar o uso do espaço e a atividade circadiana. Além disso, por meio de análises de redes sociais, nós determinamos o número de grupos sociais e sua composição quanto ao sexo e faixa etária. De um modo geral, obtivemos densidades maiores do que as reportadas para a espécie no ambiente natural, mas uma sobrevivência aparente baixa que associada à alta disponibilidade de recursos possivelmente manteve a população estável. Ainda, a seleção por áreas florestadas em uma paisagem urbana diminuiu a área de vida, mas não alterou o ciclo circadiano em grupos de quatis. Aparentemente o ambiente urbano favorece uma maior coesão dos machos adultos no grupo social independente do período reprodutivo.
                Bats ectoparasites infracommunities structure patterns and interactions
                Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                Tipo Tese
                Data 17/11/2021
                Área ECOLOGIA
                Orientador(es)
                • Gustavo Graciolli
                Coorientador(es)
                  Orientando(s)
                  • Guilherme Douglas Piel Dornelles
                  Banca
                  • Boris Krasnov
                  • Eder Silva Barbier
                  • Erich Arnold Fischer
                  • Gustavo Graciolli
                  • Ricardo Guerrero
                  Resumo As estruturas das comunidades de parasitas resultam de cadeias complexas de interações. Esses organismos interagem com os hospedeiros, outras espécies de parasitas, outros indivíduos da mesma espécie e sofrem pressão das variáveis ambientais. Alguns desses processos de estruturação podem ser acessados por meio da Teoria da Metacomunidade. Esta teoria se concentra em avaliar padrões e mecanismos que contribuem para a variação da diversidade de espécies no espaço, geralmente em escalas locais e regionais. A abordagem na escala local pode ser usada para explorar processos estruturais de infracomunidades. Infracomunidade é o termo usado para identificar todos os parasitas de um determinado indivíduo hospedeiro, compartilhando algumas das características e processos das populações de espécies de vida livre. Esta tese trata principalmente de estruturas de infracomunidades e das interações de suas populações. Está dividida em três capítulos, todos usando morcegos e seus ectoparasitas como modelo de estudo. No primeiro capítulo dessa tese usei a abordagem baseada em padrões da metacomunidade para identificar o padrão adequado às infracomunidades de ectoparasitos de três espécies de morcegos capturados no Pantanal. Essas espécies são Artibeus planirostris, Myotis nigricans e Noctilio albiventris. Como a maioria dos trabalhos usa apenas um grupo morfológico de ectoparasitas, identifiquei a estrutura de infracomunidades de todos os táxons e então para cada classe (Insecta e Acarina). Em todas as três espécies de morcegos, a estrutura de infracomunidade para todos os táxons foi o mesmo subconjunto de aninhada, Clamped species loss, dentre os quais um apresentava a versão "quasi". As infracomunidades de insetos e ácaros eram todos de padrões diferentes, com exceção de Acari em Artibeus planirostris que também era da estrutura Clamped species loss. Esses resultados mostraram que a exclusão de táxons durante a realização das análises dos Elementos da Estrutura da Metacomunidade (EMS) pode levar a interpretações errôneas e, portanto, recomendamos que sempre se use todas as espécies presentes. O segundo capítulo trata do efeito da cobertura florestal, das características do hospedeiro e da interação entre ectoparasitas na estrutura, abundância e aglomeração desses ectoparasitas nas infracomunidades. Para isso usei um conjunto de dados de dois anos de coleta de ectoparasitas na Serra da Bodoquena. Encontrei que a estrutura aninhada Random species loss foi a mais frequente para ectoparasitas de morcegos neste conjunto de dados. O número de estruturas “quasi” foi menos frequente nas áreas com maior cobertura florestal, indicando que o efeito dos processos de estruturação nestas foi mais forte. Além disso, a aglomeração (ICr) foi maior em morcegos capturados em áreas com menor cobertura florestal, talvez devido à menor disponibilidade de abrigos adequados. Relacionado à interação entre as espécies de ectoparasitas, não encontrei evidência de competição entre elas, mas encontrei um aumento na intensidade média de infestação de duas espécies junto ao aumento da riqueza na infracomunidade. Então, pode haver um processo de facilitação ou essas espécies se beneficiaram das mesmas condições que levaram seus hospedeiros a acumularem maior riqueza de ectoparasitas. No terceiro capítulo testei a hipótese da razão sexual densidade-dependente dos ectoparasitas, em que os ectoparasitas fêmeas estariam mais agregados em hospedeiros específicos, presumivelmente devido às demandas nutricionais, e os machos estariam mais dispersos pela população hospedeira. Para isso utilizei uma amostra de Anoura geoffroyi capturados em cavernas de Minas Gerais. Encontrei resultados que não corroboravam com a hipótese proporção sexual densidade-dependente, mas encontrei que as fêmeas hospedeiras estavam mais infestadas por Exastinion clovisi do que os machos. Suponho que isso aconteça devido à falta de mobilidade, pois esta foi a única espécie encontrada sem capacidade de voar, embora não haja nenhum estudo avaliando a capacidade de mobilidade dessas moscas.
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