Mestrado em Ecologia e Conservação

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TRABALHO Ações
Como a dinâmica ambiental de fogo, inundação e sazonalidade alteram a inflamabilidade de plantas no Pantanal, MS
Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
Tipo Dissertação
Data 31/07/2025
Área ECOLOGIA
Orientador(es)
  • Geraldo Alves Damasceno Junior
Coorientador(es)
  • Evaldo Benedito de Souza
Orientando(s)
  • Anahi Cerzósimo de Souza Escobar
Banca
    Resumo
    Fenologia reprodutiva e condição corpórea de três espécies de morcegos insetívoros no sudeste do Pantanal
    Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
    Tipo Dissertação
    Data 03/07/2025
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Erich Arnold Fischer
    Coorientador(es)
    • Livia Medeiros Cordeiro
    Orientando(s)
    • RAPHAELA ICASSATTI QUEIROZ
    Banca
    • Carolina Ferreira Santos
    • Fernando Henrique Martin Gonçalves
    • Marcelo Oscar Bordignon
    • Rafael Soares De Arruda
    Resumo A variação das condições climáticas e da disponibilidade de recursos influencia fortemente o desenvolvimento e as fases reprodutivas das espécies, denominado de fenologia. Morcegos insetívoros tendem a apresentar diferentes padrões reprodutivos com a mudança de latitude e altitude, devido as diferentes zonas climáticas. A condição corpórea é influenciada pelos recursos disponíveis no ambiente e sucesso de forrageio. Valores elevados do Índice de Condição Corpórea (ICC) indica o acúmulo de reserva energética do indivíduo, sendo capaz de interferir nas fenofases e gerar gatilho reprodutivo. Neste estudo descrevemos a fenologia reprodutiva e condição corpórea de três espécies de morcegos insetívoros (Myotis nigricans, Molossus molossus e Noctilio albiventris) na região sul do Pantanal (sub-regiões Nhecolândia, Aquidauana e Miranda), utilizando banco de dados entre 1998 e 2009. O Pantanal apresenta duas estações longas e bem definidas, período úmido e período de seca. Insetos estão presentes em maior quantidade durante a estação chuvosa no Pantanal. Molossus molossus apresentou padrão reprodutivo monoéstrico sazonal, com um ciclo reprodutivo alinhado ao período de maior disponibilidade de recursos alimentares no Pantanal, durante a estação chuvosa. O registro de valores mais altos de condição corpórea para os machos adultos, fêmeas grávidas e fêmeas lactantes ocorreu durante o período chuvoso, o esperado devido a maior quantidade de insetos no ambiente. Myotis nigricans apresentou padrão reprodutivo poliéstrico, entretanto, nossos resultados não permitem identificar se houve um padrão sazonal ou uma reprodução longa não sazonal. Os valores mais altos do ICC das fêmeas reprodutivas, machos adultos e fêmeas adultas não reprodutivas foram encontrados durante a estação seca, enquanto para os machos e fêmeas jovens foram durante a estação chuvosa. No geral, não houve grandes diferenças de ICC entre os sexos e idades. Noctilio albiventris apresentou padrão poliéstrico bimodal não sazonal, com ciclos reprodutivos durante a estação chuvosa e seca. O ICC oscilou em ambos os sexos durante as duas estações, devido ao padrão reprodutivo e forrageamento.
    Estrutura das redes frugívoros-plantas e atributos funcionais de espécies vegetais consumidas por vertebrados em áreas urbanas
    Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
    Tipo Dissertação
    Data 27/06/2025
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Andrea Cardoso de Araujo
    Coorientador(es)
      Orientando(s)
      • Carla Damaris Da Silva Lacerda
      Banca
        Resumo
        Variáveis Filogenéticas e Ambientais na Estruturação de Comunidades de Lagartos da Bacia do Alto Paraguai e suas Interações com o Histórico de Fogo
        Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
        Tipo Dissertação
        Data 06/06/2025
        Área ECOLOGIA
        Orientador(es)
        • Diego Jose Santana Silva
        Coorientador(es)
          Orientando(s)
          • Álvaro Aragão de Lima
          Banca
            Resumo A distribuição das comunidades biológicas é influenciada por fatores ambientais, históricos e biológicos, que moldam sua composição e diversidade ao longo do tempo e do espaço. O clima, a elevação e a heterogeneidade da paisagem têm papéis fundamentais na organização dessas comunidades, enquanto o fogo e as alterações ambientais afetam diretamente sua estrutura. Este estudo investigou os fatores que influenciam a riqueza das comunidades de lagartos na Bacia do Alto Paraguai, uma região que abrange as ecorregiões de Cerrado e o Pantanal. Foram analisados dados de ocorrência de espécies obtidos a partir de levantamentos de campo e buscas em bases científicas, e relatórios disponíveis em sites dos órgãos ambientais de cada estado, além de variáveis ambientais, incluindo clima, elevação e intensidade do fogo. A diversidade filogenética serviu como indicador para compreender padrões de ocupação e estruturação das comunidades. Os resultados mostraram que fatores filogenéticos são o principal fator associado à riqueza de espécies, enquanto a interação entre clima, elevação e distância geográfica pode atuar como um fator limitante da diversidade local. Além disso, a intensidade do fogo apresentou uma relação negativa com a elevação, o que indica que áreas mais altas sofrem menor impacto das queimadas. Destaco que, embora os fatores ambientais influenciem a composição das comunidades, a filogenia exerce um impacto mais significativo na diversidade. Reforço a necessidade de estratégias de conservação que considerem a influência do fogo e das mudanças climáticas sobre os lagartos da região, além da importância do monitoramento contínuo para a preservação dessas comunidades em longo prazo.
            Efeitos da urbanização na variabilidade intra- e interespecífica de atributos fenotípicos em metacomunidades de anfíbios
            Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
            Tipo Dissertação
            Data 28/05/2025
            Área ECOLOGIA
            Orientador(es)
            • Diogo Borges Provete
            Coorientador(es)
              Orientando(s)
              • Leandro Batista da Cunha Menezes
              Banca
                Resumo A conversão de paisagens naturais em novos ecossistemas urbanos altera diversos processos ecológicos e evolutivos, e consequentemente, a montagem de comunidades. Isso provoca não só uma mudança na identidade de espécies nas comunidades, mas também uma modificação na distribuição dos fenótipos e distância filogenética entre as espécies co-ocorrentes. No entanto, pouco se sabe sobre como a idade e tamanho da cidade impactam o fenótipo de espécies com limitação de dispersão. Nesta dissertação, testei se gradientes de urbanização restringem a variação de atributos fenotípicos em anfíbios, e o papel da evolução de atributos na montagem de comunidades. Para isso, estimamos variáveis ambientais locais e de paisagem em 20 poças em Campo Grande (MS) e outras 20 em São José dos Campos (SP). Medimos atributos fenotípicos relacionados ao nicho de impacto, como: comprimento e largura da cabeça (mm); e nicho de requerimento: comprimento rostro-cloacal, comprimento da coxa, tíbia e pé (mm) para cada espécie em cada poça. Particionamos a variação fenotípica em níveis hierárquicos e testamos o efeito das variáveis ambientais locais e de paisagem nos atributos fenotípicos. Por fim, testamos como o componente fenotípico herdado e adaptativo da variação fenotípica é influenciado pelo gradiente urbano. Houve uma homogeneização dos atributos nas populações de anuros na escala de comunidade em ambas as cidades. O efeito das variáveis ambientais locais e de paisagem e fontes de variação fenotípica diferiram entre cidades. A dissimilaridade funcional pura foi maior dentro das cidades, mas a sua magnitude mudou entre elas. Somente São José dos Campos demonstrou evidências de convergência evolutiva, como no tamanho do corpo. Nossos resultados sugerem que não só a idade, mas também o ritmo de urbanização, pode mudar a magnitude do efeito e a resposta dos anuros até mesmo entre cidades tropicais.
                Long-term population dynamics of jaguars (Panthera onca) and the importance of refuge during extreme fire events
                Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                Tipo Dissertação
                Data 11/04/2025
                Área ECOLOGIA
                Orientador(es)
                • Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos
                Coorientador(es)
                • Fernando Rodrigo Tortato
                Orientando(s)
                • ABIGAIL ALLEN MARTIN
                Banca
                  Resumo Compreender o impacto de eventos ambientais extremos sobre predadores de topo é fundamental para o planejamento da conservação em um clima em mudança. Este estudo examina a dinâmica populacional de longo prazo das onças-pintadas (Panthera onca) no norte do Pantanal, Brasil, com foco no papel ecológico das florestas ripárias. Ao longo de 11 anos, realizamos levantamentos sistemáticos de marcação-recaptura, registrando 4.161 avistamentos de onças-pintadas e analisando parâmetros populacionais, incluindo sobrevivência, recrutamento e crescimento populacional em todos os grupos demográficos (sexo e idade). Nossos resultados revelam que as florestas ripárias mitigam o impacto demográfico dos incêndios florestais ao oferecerem habitat de refúgio para indivíduos deslocados e ao apoiar populações locais durante distúrbios. Embora as taxas de sobrevivência tenham diminuído durante e após os incêndios, o recrutamento aumentou à medida que os indivíduos buscaram refúgio. Notavelmente, o recrutamento de filhotes aumentou após os incêndios, destacando a importância da qualidade do habitat para o sucesso reprodutivo. Essas dinâmicas ressaltam o papel duplo dos refúgios em amortecer impactos imediatos e facilitar a recuperação populacional a longo prazo. Esta pesquisa destaca a necessidade de preservar os sistemas ripários como refúgios ecológicos e de implementar políticas de conservação para mitigar os impactos de distúrbios induzidos pelas mudanças climáticas.
                  Inferindo relações sociais de onças-pintadas (Panthera onca) durante o consumo de carcaças no Pantanal-MS
                  Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                  Tipo Dissertação
                  Data 31/03/2025
                  Área ECOLOGIA
                  Orientador(es)
                  • Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos
                  Coorientador(es)
                  • Aline da Silva Giroux
                  • Fernando Rodrigo Tortato
                  Orientando(s)
                  • Mariana Branco Ribeiro
                  Banca
                  • Andre dos Santos Souza
                  • Grasiela Edith de Oliveira Porfirio Petry
                  • Henrique Villas Bôas Concone
                  • Ronaldo Gonçalves Morato
                  • Suellen da Silva Santos
                  Resumo A onça-pintada (Panthera onca) é tradicionalmente considerada um carnívoro solitário, apresenta interações sociais complexas, especialmente no contexto do compartilhamento de alimentos. Investigamos como a massa média da presa, o sexo dos indivíduos e o grau de parentesco entre eles influenciam as formas de consumo das carcaças (solo, síncrono e assíncrono). Entre 2012 e 2022, foram monitoradas 1097 carcaças na Caiman Pantanal, Miranda, Mato Grosso do Sul, Brasil, e foram identificadas 152 onças-pintadas por meio de armadilhas fotográficas e observações diretas. Embora o consumo solo tenha sido o mais frequente (49,4%), observamos que, a cada acréscimo de 100kg na massa média da presa, o número de indivíduos envolvidos no consumo aumentou em 11% e a probabilidade de consumo síncrono, em comparação ao assíncrono, aumentou 24%. Fêmeas formaram a maior parte das díades de consumo síncrono (90,8%), sendo o único grupo com influência estatisticamente significativa. Além disso, o aumento no grau de parentesco entre as onças-pintadas esteve associado a uma maior probabilidade de consumo síncrono. Esses resultados sugerem que a disponibilidade de alimento e a presença de fêmeas aparentadas favorecem a formação de agrupamentos rudimentares durante o consumo da carcaça, o que contribui no comportamento social e desenvolvimento de um sistema social matrilinear.
                  Relationships between Sacred Natural Sites, Ecological Corridors, andPriority Resilience Climate Change Areas in the Upper Paraguay RiverBasin
                  Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                  Tipo Dissertação
                  Data 31/03/2025
                  Área ECOLOGIA
                  Orientador(es)
                  • Fabio de Oliveira Roque
                  Coorientador(es)
                    Orientando(s)
                    • KÁREN ARINE ALMEIDA DE SOUZA
                    Banca
                    • Henrique Fernandes de Magalhaes
                    • Maria Helena da Silva Andrade
                    • Silvio Mancini
                    Resumo Esta dissertação destaca o papel crítico dos Sítios Naturais Sagrados (SNS), definidos por Wild & McLeod (2008) como "áreas de terra ou água com significado espiritual especial para pessoas e comunidades", como ferramentas complementares para a conservação da biodiversidade.Com a meta global de proteger 30% das áreas terrestres e aquáticas até 2030, estabelecida pelo Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal, os SNS são propostos como medidas eficazes a serem incluídas no Target 3, como Outras Medidas de Conservação Baseadas em Áreas (OECMs). No entanto, para que isso seja alcançado, é necessário reavaliar, em nível nacional, o conceito de biodiversidade utilizado nos processos de tomada de decisão para a criação de áreas protegidas, que deve incorporar perspectivas culturais e espirituais, bem como o conhecimento tradicional de povos indígenas e comunidades locais, cujas práticas estão profundamente ligadas à conservação desses sítios sagrados.
                    O estudo também investiga as relações espaciais dos SNS no Pantanal e no planalto da Bacia do Alto Paraguai (BAP), com foco em parâmetros-chave para a conservação da biodiversidade, como Corredores Ecológicos, que é o resultado da pesquisa realizada
                    por Da Rosa Oliveira (2024) e Áreas Prioriárias Resilientes às Mudanças Climáticas, que foramdelimitadas pela pesquisa da The Nature Conservancy (2024).
                    Os resultados revelam que os SNS estão significativamente associados aos Corredores Ecológicos, destacando sua importância na manutenção da conectividade ecológica e no suporte ao movimento das espécies. No entanto, a sobreposição entre os SNS e as Áreas Prioritárias de Resiliência Climática não foi estatisticamente significativa, possivelmente devido a critérios de seleção distintos e às características únicas dos ecossistemas de áreas úmidas. Apesar disso, os achados reforçam o papel essencial dos SNS na preservação da biodiversidade e do patrimônio cultural, especialmente em regiões de alta diversidade biológica e cultural, como o Pantanal. Ao integrar os SNS nas estratégias de conservação, essas áreas são uma abordagem complementar para alcançar as metas globais de biodiversidade e garantir a resiliência de ecossistemas e comunidades tradicionais.
                    Eficácia do padrão de coloração Preto-Laranja-Preto como estratégia aposemática em formigas-feiticeiras (Hymenoptera: Mutillidae)
                    Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                    Tipo Dissertação
                    Data 28/02/2025
                    Área ECOLOGIA
                    Orientador(es)
                    • Gustavo Graciolli
                    Coorientador(es)
                    • Rodrigo Aranda
                    Orientando(s)
                    • Alan do Nascimento Leite
                    Banca
                    • Gisela Barbosa Sobral De Oliveira
                    • Rhainer Guillermo Nascimento Ferreira
                    Resumo Algumas espécies de Mutillidae exibem um padrão de coloração característico comum em micro-himenópteros, denominado Preto-Laranja-Preto (BOB, do inglês “Black-Orange-Black”). O padrão BOB observado nos mutilídeos está correlacionado com o tamanho do corpo, sendo mais comum em espécies de menor tamanho. É especulado que os indivíduos menores possuam um tegumento menos resistente, tornando-os mais vulneráveis a ataques predatórios. Portanto, essas espécies poderiam se beneficiar significativamente de um sinal que reduzisse as chances de serem alvos de predadores. O objetivo do estudo foi avaliar a eficácia da coloração BOB como estratégia antipredatória via aposematismo em fêmeas de Mutillidae. Foram realizados testes de alimentação com 31 aranhas sendo: papa-moscas Plexippus paykulli (10), aranhas-lobo (10) e Nothroctenus sp. (11). Cada aranha foi submetida a dois testes com a vespa com padrão BOB, onde foram registrados os dados: I – se houve investida (sim/não), II – tempo para a primeira investida na presa (s), III – número de investidas (n), e IV – se houve sucesso na predação (sim/não). Após cada um dos testes era oferecido um inseto típico da alimentação das aranhas para verificar se havia predação. Nenhuma aranha conseguiu consumir a vespa oferecida, possivelmente por não conseguirem perfurar o exoesqueleto. As aranhas-lobo evitaram as vespas com padrão BOB, indicando uma possível adaptação inata ou aprendizado prévio. Não houve diferença significativa no tempo para primeiro ataque entre encontros com a vespa, porém a quantidade de ataques entre encontros foi significativamente diferente para as P. paykulli. Os resultados trazem indícios de uma defesa aposemática eficaz contra os predadores invertebrados testados. Pesquisas adicionais com outros predadores e em outros contextos serão essenciais para entender mais a fundo o padrão de coloração BOB em Mutillidae.
                    Efeitos da fragmentação florestal sobre a estrutura trófica de morcegos filostomídeos na região da Serra da Bodoquena
                    Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                    Tipo Dissertação
                    Data 26/02/2025
                    Área ECOLOGIA
                    Orientador(es)
                    • Erich Arnold Fischer
                    Coorientador(es)
                      Orientando(s)
                      • Hellen Dias Lacerda
                      Banca
                      • Carolina Ferreira Santos
                      • Fernando Henrique Martin Gonçalves
                      • Josue Raizer
                      • Maurício Silveira
                      • Rafael Soares De Arruda
                      Resumo A perda e fragmentação de florestas são processos simultâneos que impactam a biodiversidade em regiões tropicais. A resposta das comunidades de morcegos à fragmentação florestal é ainda pouco estudada no Cerrado brasileiro, e pode diferir entre espécies com diferentes hábitos alimentares, tamanho e locais de forrageamento. O objetivo deste trabalho foi avaliar como a perda e a fragmentação florestal influenciam as comunidades e a estrutura trófica de morcegos filostomídeos ao longo de 20 paisagens que constituem um gradiente de cobertura florestal na região da Serra da Bodoquena, Mato Grosso do Sul. Especificamente avaliar efeitos da cobertura florestal, número de fragmentos, e comprimento de bordas, em três escalas espaciais (buffers de 500, 1000, e 2500 m de raio), sobre a biomassa, riqueza, dominância e diversidade de espécies e guildas tróficas. Foram registrados 2.646 indivíduos pertencentes a 24 espécies de filostomídeos e cinco guildas tróficas. A guilda de frugívoros foi dominante, seguida pelas guildas de animalívoros e nectarívoros. Filostomídeos insetívoros e onívoros foram relativamente raros. A riqueza de guildas das comunidades de morcegos da Serra da Bodoquena apresentou resposta positiva ao comprimento de borda florestal, e resposta negativa com respeito à cobertura florestal e ao número de fragmentos florestais. Entretanto, a biomassa, dominância e diversidade das comunidades não apresentaram resposta significativa às variáveis da paisagem. Os resultados indicam que o aumento de bordas devido à fragmentação florestal promove o aumento da riqueza de guildas de morcegos filostomídeos na Serra da Bodoquena. Paisagens com grande cobertura florestal ou, no outro extremo, com pouca cobertura e fragmentos pequenos, tendem a conter menor área de bordas, levando a um efeito negativo sobre a riqueza.

                      Palavras chave: Riqueza de morcegos, cobertura florestal, números de fragmentos, borda florestal
                      Efeitos de características das cavernas sobre a comunidade de morcegos cavernícolas no cárste da Bodoquena, Mato Grosso do Sul
                      Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                      Tipo Dissertação
                      Data 26/02/2025
                      Área ECOLOGIA
                      Orientador(es)
                      • Erich Arnold Fischer
                      Coorientador(es)
                      • Livia Medeiros Cordeiro
                      Orientando(s)
                      • Aléxia Murgi Leonardo
                      Banca
                        Resumo Cavernas são parte importante dos ecossistemas terrestres por conterem comunidades biológicas ricas e peculiares, principalmente quando há aporte de matéria orgânica trazida por morcegos habitantes. Neste estudo, descrevo a fauna de morcegos cavernícolas na região cárstica da Serra da Bodoquena, assim como o efeito de características físicas das cavernas sobre a abundância, a riqueza e a composição de espécies de morcegos. Foram amostradas 17 cavernas que abrangeram a variação estrutural das cavernas da região. Capturamos os morcegos com redes de neblina dispostas nas entradas das cavernas, e medidas físicas das cavernas foram tomadas ou obtidas através de mapas disponíveis. Foram capturados 361 indivíduos de 15 espécies e quatro famílias. Cada caverna apresentou entre duas e oito espécies de morcegos (4,8 ± 1,79; média ± DP). Cavernas em altitudes mais baixas, contendo salões mais altos, e entradas mais estreitas e protegidas apresentaram mais indivíduos. A riqueza de espécies diminuiu com o aumento da largura da entrada, e a composição de espécies por caverna foi influenciada pela altitude, largura da entrada, altura máxima, exposição da entrada, e extensão da caverna. Os resultados sustentam grande diversidade de morcegos cavernícolas na Serra da Bodoquena, e a ocupação diferencial das cavernas pelas espécies de morcegos conforme características internas e externas. Os resultados aportam amplo conhecimento da fauna de morcegos cavernícolas da região, e podem contribuir para o planejamento de ações de conservação na Serra da Bodoquena.
                        Fenologia e sazonalidade da condição corpórea de morcegos fitófagos no Pantanal
                        Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                        Tipo Dissertação
                        Data 24/02/2025
                        Área ECOLOGIA
                        Orientador(es)
                        • Erich Arnold Fischer
                        Coorientador(es)
                          Orientando(s)
                          • Vinícius Santos Pereira
                          Banca
                          • Alan Fredy Eriksson
                          • BRUNO HENRIQUE DOS SANTOS FERREIRA
                          • Carolina Ferreira Santos
                          • Marlon Zortéa
                          Resumo O Pantanal, uma vasta planície de sedimentação da América do Sul, abriga 66 espécies de morcegos, importantes na polinização e dispersão de sementes. O comportamento e a reprodução desses mamíferos são influenciados pela sazonalidade climática, o que reflete variações na disponibilidade de recursos. Este estudo tem como objetivo descrever a fenologia reprodutiva e a variação mensal da condição corpórea de morcegos frugívoros e nectarívoros, e avaliar a relação dessas variáveis com temperatura, pluviosidade e riqueza de frutos e flores. Utilizou-se um banco de dados com 4.867 capturas nas sub-regiões de Nhecolândia, Miranda e Aquidauana, ao longo de 10 anos, com registros de fenofases e medições da condição corpórea. Os resultados indicaram variações significativas no índice de condição corpórea (ICC) de acordo com as estações climáticas e a disponibilidade de recursos. Fêmeas grávidas e adultas apresentaram maior ICC na estação úmida, com maior disponibilidade de frutos e flores, enquanto os menores valores ocorreram na estação seca. Entre as espécies, Artibeus lituratus e Carollia perspicillata mostraram picos de ICC na estação úmida, enquanto Sturnira lilium apresentou correlação negativa entre a riqueza de frutos e o ICC. Entre os nectarívoros, Anoura caudifer teve uma relação positiva entre a riqueza de flores e ICC, e Glossophaga soricina com a pluviosidade. Espécies onívoras como Phyllostomus discolor e Phyllostomus hastatus não apresentaram efeitos significativos das variáveis ambientais. Esses resultados demonstram que a variação no ICC está fortemente associada à sazonalidade e à disponibilidade de recursos alimentares.
                          Percepções e comunicação sobre riscos ambientais na Paisagem Modelo Pantanal: governança e dinâmica da rede social
                          Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                          Tipo Dissertação
                          Data 22/11/2024
                          Área ECOLOGIA
                          Orientador(es)
                          • Fabio de Oliveira Roque
                          Coorientador(es)
                            Orientando(s)
                            • Jéssica Schlosser de Sa Teles
                            Banca
                            • André Valle Nunes
                            • Jose Manuel Ochoa Quintero
                            Resumo Desastres ambientais, como mudanças climáticas e desastres naturais, exigem abordagens de
                            governança adaptativas que integrem comunidades e instituições. Este estudo explora esses desafios na
                            governança da Paisagem Modelo Pantanal, uma região afetada por eventos ambientais, tais como
                            incêndios florestais, secas extremas e perda de biodiversidade. Aplicou-se questionários para captar as
                            percepções das comunidades e instituições locais sobre os riscos ambientais, resultando em um ranking
                            dos riscos prioritários e na construção de um mapa da rede social dos atores envolvidos. Utilizando
                            análises de redes sociais (ARS), avaliou-se a estrutura da rede com métricas de centralidade,
                            modularidade e assortatividade. A ARS revelou uma rede fragmentada, com baixa centralidade de grau
                            entre muitos atores periféricos e uma alta dependência de poucos nós centrais, o que indica
                            vulnerabilidade estrutural. Com uma modularidade de 0,68, observou-se subgrupos internamente
                            coesos, mas com interação limitada entre si, e uma assortatividade negativa (-0,29), sugerindo uma
                            estrutura hierárquica que restringe o fluxo de informações. Análises textuais adicionais no IRaMuTeQ,
                            incluindo nuvem de palavras e análise de similitude, revelaram um desalinhamento nas prioridades:
                            enquanto a comunidade foca em necessidades locais e imediatas, as instituições priorizam intervenções
                            de maior alcance e longo prazo. Essa divergência, refletida no ranking de riscos, reforça a necessidade
                            de estratégias para um fluxo contínuo de informações e um alinhamento conjunto nas percepções de
                            risco entre os grupos. Medidas sugeridas pelos atores, como a criação de sistemas de alerta, o
                            fortalecimento de lideranças e a melhoria da infraestrutura local, mostram-se essenciais para uma
                            governança eficaz. Conclui-se que o alinhamento entre a estrutura da rede e as percepções dos grupos
                            pode reduzir a fragmentação, fortalecer o engajamento comunitário e construir uma rede social mais
                            coesa e resiliente, capaz de enfrentar de forma mais eficiente os riscos ambientais na região.
                            Palavras-chave: governança ambiental, análise de redes sociais, riscos ambientais, resiliência
                            comunitária
                            Um estudo histórico sobre a malacofauna sul mato-grossense e as influências ambientais da área urbana de Campo Grande, MS, sobre a comunidade de moluscos terrestres e nematofauna associada.
                            Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                            Tipo Dissertação
                            Data 22/10/2024
                            Área ECOLOGIA
                            Orientador(es)
                            • Luiz Eduardo Roland Tavares
                            Coorientador(es)
                            • SUZETE RODRIGUES GOMES
                            Orientando(s)
                            • Karina Leal de Oliveira
                            Banca
                              Resumo O arranjo espacial e a variação na quantidade de organismos, conhecidos como padrão de distribuição de espécies, são moldados por fatores como o clima, recursos, barreiras geográficas e interações entre espécies. O primeiro capítulo deste estudo abordou a distribuição de moluscos no estado do Mato Grosso do Sul, preenchendo uma lacuna de conhecimento desse grupo para o Estado. Com base em banco de dados de coleções científicas do Brasil e de outros países, apresentamos uma compilação inédita, que mapeia e organiza espécies de moluscos terrestres. Registramos uma concentração expressiva de moluscos em áreas úmidas como o Pantanal, incluindo espécies vetoras de doenças, como Biomphalaria e Pomacea, espécies aquáticas. Também documentamos o primeiro registro de Allopeas gracile e Gastrocopta pellucida no estado, caracois terrestres. Esses resultados são base para futuras pesquisas taxonômicas e ecológicas. O segundo estudo avaliou de que forma fatores climatológicos e características do solo afetam as comunidades de moluscos e nematodas em áreas urbanas de Campo Grande, MS. A rápida urbanização é reconhecida como uma fonte de transformações nos ecossistemas, destacando a urgência de estratégias eficazes de conservação. Descobertas recentes indicam associações e interações especializadas entre espécies de moluscos terrestres na área urbana, identificando habitats específicos para as populações. Foram identificadas 11 espécies com variações significativas em riqueza e abundância entre as áreas estudadas. Bulimulus corumbaensis, Sarasinula linguaeformis e Achatina fulica mostraram ampla distribuição. Áreas menos populosas favoreceram maior diversidade e ambientes distintos, enquanto regiões mais densamente povoadas apresentaram predominância de espécies invasoras, como A. fulica. A distribuição das espécies variou entre as áreas estudadas, com o Centro se destacando como um ponto focal de riqueza. A diversidade mostrou-se influenciada pelas estações, com baixas temperaturas e umidade elevando a mortalidade dos espécimes no inverno, e um retorno populacional a partir do outono, com pico no verão. O estudo também revelou uma alta prevalência de larvas de nematódeos, especialmente em lesmas da família Veronicellidae, destacando a adaptabilidade dessas espécies a ambientes urbanos e seu potencial para transmissão de patógenos.
                              Relationships between the risk of emerging zoonotic diseases and the architecture of interactions between people, domestic animals and wildlife in the Pantanal
                              Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                              Tipo Dissertação
                              Data 02/10/2024
                              Área ECOLOGIA
                              Orientador(es)
                              • Fabio de Oliveira Roque
                              Coorientador(es)
                                Orientando(s)
                                • Giulia Armani Araujo
                                Banca
                                • Aiesca Oliveira Pellegrin
                                • João Augusto Rossi Borges
                                • Rudi Ricardo Laps
                                Resumo Há um reconhecimento crescente dos riscos à saúde pública relacionados às interações humanas com animais selvagens e domésticos. Aproximadamente 70% das Doenças Zoonóticas Emergentes (DZE) e muitas pandemias recentes podem ser atribuídas ao aumento das interações entre humanos e animais. Fatores como dinâmicas sociais e papéis de gênero influenciam significativamente essas interações, afetando a epidemiologia das doenças infecciosas. A percepção dos riscos associados às DZE varia entre diferentes grupos sociais, sendo as populações socialmente vulneráveis as que enfrentam riscos aumentados devido a barreiras, como o acesso a serviços de saúde e educação. O papel das paisagens na dinâmica das doenças zoonóticas também é enfatizado. Mudanças no uso da terra causadas por atividades antropogênicas prejudicaram a biodiversidade e alteraram os padrões de interação entre humanos e animais. Estudos anteriores sugeriram que esse contexto poderia levar a um aumento na transmissão de patógenos e a uma maior frequência de interações. No entanto, as respostas nas redes de interação são vistas como dependentes do contexto, influenciadas por fatores socioeconômicos e práticas culturais. Acredita-se que esses fatores moldem as estruturas agrícolas e, subsequentemente, afetem a abundância das espécies e os riscos à saúde pública. Esta dissertação é composta por dois capítulos interconectados que investigam fatores socioeconômicos, de gênero e ambientais nas interações entre pessoas e animais no Pantanal. Um apêndice apresenta uma estrutura de avaliação de risco para doenças zoonóticas emergentes na área úmida do Pantanal, desenvolvida de forma colaborativa com pesquisadores.
                                O primeiro capítulo examina a percepção de risco e as dinâmicas de gênero no Pantanal. Postula que, embora os homens tenham mais interações com animais (uma rede com maior riqueza de animais), eles possuem uma percepção de risco mais baixa; em contraste, as mulheres têm uma percepção de risco elevada vinculada a papéis de cuidadores. O estudo também antecipou uma correlação negativa entre percepção de risco e número de interação, esperando que comunidades ribeirinhas mostrassem mais interações devido à maior biodiversidade. Os resultados revelaram que os homens realmente interagiram mais com os animais do que as mulheres apresentando uma rede mais rica em composição, o mesmo aconteceu com as comunidades ribeirinhas em relação aos assentamentos. No entanto, os níveis de risco percebidos não variaram significativamente entre os gêneros ou grupos sociais. Observações feitas em campo ainda indicaram maior simetria no papel dos gêneros entre os moradores das comunidades ribeirinhas. O segundo capítulo investiga como os gradientes de vegetação nativa impactam as redes de interação entre humanos e animais em assentamentos agrários do pantanal. A hipótese sugeriu uma correlação positiva entre interações e a porcentagem de vegetação nativa. A análise da rede revelou que apenas uma pequena parte das interações poderia ser explicada pelo gradiente de vegetação nativa, e a rede apresentou assortatividade de grau, indicando que nós com graus semelhantes tendem a se conectar. Não houve uma relação significativa entre interações compartilhadas, vegetação nativa e distância entre propriedades. Embora as evidências não tenham apoiado fortemente a hipótese, fatores como conectividade funcional através de fragmentos de vegetação nativa foram sugeridos. O estudo enfatiza a necessidade de entender as interações entre humanos e animais no Pantanal para formulação de políticas públicas de saúde e conservação eficazes. Defende um modelo de conservação participativa que envolva as comunidades locais no processo de formulação de políticas, promovendo a coprodução de estratégias de saúde e conservação para melhorar a aceitação e a eficácia. A importância das métricas de rede na epidemiologia e conservação é destacada, juntamente com um apelo à colaboração brasileira com bancos de dados globais de zoonoses para um melhor rastreamento de surtos de doenças. Recomenda-se a integração da conservação da biodiversidade em programas de One Health, com foco em gênero, na mudança de comportamentos humanos e na conscientização sobre os benefícios da biodiversidade para mitigar os riscos de doenças zoonóticas, ao mesmo tempo em que se apoiam os esforços de conservação.
                                Palavras-chave: One Health; Conservação; Socio-metacomunidade; Zoonoses
                                Assimetria flutuante de Paraponera clavata (Fabricius, 1775) em fragmentos urbanos e áreas de regeneração
                                Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                                Tipo Dissertação
                                Data 07/06/2024
                                Área ECOLOGIA
                                Orientador(es)
                                • Gustavo Graciolli
                                Coorientador(es)
                                  Orientando(s)
                                  • BEATRIZ OLIVEIRA GARBIN
                                  Banca
                                  • Luan Dias Lima
                                  • Mauricio Osvaldo Moura
                                  • Rodrigo Aranda
                                  • Rodrigo Pires Dallacqua
                                  Resumo A assimetria flutuante pode ser definida pela diferença entre o lado direito e esquerdo de um indivíduo, sendo essa diferença normalmente influenciada por fatores externos. O objetivo desse estudo foi verificar a diferença do nível de assimetria flutuante em populações de Paraponera clavata (Fabricius, 1775) em fragmentos urbanos e áreas em regeneração. O estudo foi realizado em uma área com influência antrópica, localizada dentro do município de Campo Grande, Mato Grosso do Sul e uma área com tempo de regeneração maior que 40 anos, localizada na Fazenda Santa Fé, no município de Santa Rita do Pardo, Mato Grosso do Sul. Os ninhos foram localizados e as coletas foram realizadas pelo método de busca ativa. Além de mensurar as medidas do comprimento do escapo antenal e o fêmur e tíbia de todos os pares de pernas para a realização da morfometria linear, foi realizado também morfometria geométrica através da estrutura da cabeça. Foram obtidos 12 ninhos no total, sendo sete ninhos na APP-UFMS e cinco ninhos na Fazenda Santa Fé. A área com maior influência antrópica apresentou uma diferença significativa na PCoA, mostrando uma variação de tamanho nos indivíduos coletados. Já a área em processo de regeneração, apresentou uma menor variação de tamanho na realização da morfometria linear. Quando realizada as análises de morfometria geométrica, foi possível concluir uma assimetria flutuante, sendo que não houve diferença significativa na forma das cabeças de P. clavata, porém levando em consideração o tamanho, é possível verificar uma diferença, a qual é maior na área com influência antrópica, além disso é possível concluir que a variação de tamanho está relacionada ao processo de regeneração e antropização das áreas.
                                  Ocorrência de agentes infecciosos em carnívoros silvestres e cães domésticos no Pantanal Sul
                                  Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                                  Tipo Dissertação
                                  Data 05/04/2024
                                  Área ECOLOGIA
                                  Orientador(es)
                                  • Fernando Paiva
                                  Coorientador(es)
                                    Orientando(s)
                                    • Mario Henrique Alves
                                    Banca
                                    • Fernando de Souza Rodrigues
                                    • Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos
                                    • MEIRE CHRISTINA SEKI
                                    • rogério ribas lange
                                    Resumo A maioria das doenças infecciosas emergentes e reemergentes no mundo são zoonoses com origem no ambiente silvestre. Entre os fatores associados à emergência e reemergência de doenças pode-se destacar urbanização, desmatamento e fragmentação de habitats, características que aumentam o contato entre animais domésticos ou silvestres e humanos. Os carnívoros selvagens e os cães semi-domiciliados podem compartilhar parasitos através do contato direto ou indireto em diversas regiões do mundo, como por exemplo o Pantanal. O objetivo do presente estudo foi determinar, por meio de diagnósticos moleculares qualitativos (PCR), a presença de patógenos transmitidos por vetores como: Borrelia spp., Rickettsia spp., Cytauxzoon felis, Hepatozoon spp., Leishmania spp., e Trypanosoma spp.; ou mesmo infecciosos por cistos ou oocistos como Neospora caninum e Toxoplasma gondi usando amostras de baço de carnívoros silvestres atropelados e amostras de sangue de cães domésticos obtidas nas margens da rodovia BR262 entre Aquidauana e Corumbá, no Mato Grosso do Sul. Do total de 54 amostras examinadas, sendo 26 de carnívoros silvestres e 28 de cães domésticos, 20 (37%) estavam positivas para ao menos um dos agentes patógenos analisados, sendo o agente mais prevalente o Hepatozoon spp., diagnosticado em 15 amostras. O presente estudo apresenta os primeiros relatos diagnóstico molecular positivo de Neospora caninum e Hepatozoon spp. em cachorro-vinagre (Speothos venaticus) e de Hepatozoon spp. em lontras de vida livre (Lontra longicaudis) e ressalta a importância da utilização de carcaças de animais atropelados como ferramenta epidemiológica com potencial para detecção de agentes importantes para a saúde pública.
                                    Aspectos ecológicos das relações parasita-hospedeiro em morcegos na Serra da Bodoquena, Mato Grosso do Sul
                                    Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                                    Tipo Dissertação
                                    Data 23/02/2024
                                    Área ECOLOGIA
                                    Orientador(es)
                                    • Fernando Paiva
                                    Coorientador(es)
                                      Orientando(s)
                                      • Carolina Barbosa de Souza
                                      Banca
                                      • Felipe Bisaggio Pereira
                                      • Gustavo Graciolli
                                      • Gustavo Lima Urbieta
                                      • Priscilla Soares dos Santos
                                      Resumo A diversidade de hábitos alimentares e de vida dos morcegos favorece a ocorrência de uma grande riqueza parasitária, esses atributos funcionais os expõem a diferentes grupos parasitários e propicia aos parasitas a exploração de diferentes nichos ecológicos. Com isso, os morcegos constituem um grupo de hospedeiros com potencial para serem estudados afim de compreender as dinâmicas parasitológicas. O objetivo deste estudo foi descrever a composição e a estrutura das infracomunidades de endoparasitos em morcegos cavernícolas, com diferentes hábitos alimentares, capturados na Serra da Bodoquena, Mato Grosso do Sul. Para investigação parasitológica uma amostra de 68 morcegos, distribuídos em doze espécies, pertencentes a três famílias: Anoura caudifer, Glossophaga soricina (nectarívoras; Phyllostomidae), Carollia perspicillata, Sturnira lilium cf., Micronycteris microtis cf., Micronycteris sanborni cf., Platyrrhinus lineatus (Phyllostomidae), Phyllostomus hastatus (Phyllostomidae), Chrotopterus auritus (Phyllostomidae), Desmodus rotundus (Phyllostomidae), Peropteryx macrotis (Emballonuridae), e Natalus macrourus (Natalidae). Foram encontrados representantes com hábitos alimentares insetívoros, carnívoros, hematófagos, frugívoros, nectárivoros e onívoros. Ao total, 207 espécimes helmintos foram identificados; Rictularia sp., Capillaria sp. Seuratum sp. cf., Physaloptera sp., Litomosoides sp. Nematoda, Vampirolepis sp., Diphyllobothriidae gen. sp., Urotrema scabridum, Prosthodendrium conturbatum e Anenterotrema mesolecitha, além do hematozóario Trypanosoma sp. As prevalências dos organismos parasitas variou DE 25% a 100% entre as espécies hospedeiras, a abundância dos helmintos revelou predominância de espécies de Trematodas (70%). Pela análise de rede bipartida, a modularidade revelou cinco módulos, indicando que há associações especializadas. A modularidade, uma característica de interações especialistas, foi influenciada pela dieta do hospedeiro, corroborando com estudos anteriores. A especificidade helmíntica relacionou-se com a dieta dos morcegos, evidenciando a influência da alimentação na dinâmica parasitária. Por exemplo, Chrotopterus auritus, com hábito carnívoro, apresentou maior diversidade de conexões com diferentes grupos parasitários. Por outro lado, Desmodus rotundus, com hábito hematófago, apresentou apenas parasitismo por Trypanosoma sp. Este estudo pioneiro na região contribui para compreender os padrões de transmissão de helmintos e tripanossomatídeos ressaltando a importância dos hábitos alimentares na dinâmica parasitária. Essas informações enriquecem o conhecimento sobre parasitas de morcegos na Serra da Bodoquena, Mato Grosso do Sul, Brasil, e serão fundamentais para estudos futuros.

                                      PALAVRAS-CHAVES: Helmintos; Endoparasitos; Morcegos; Cavernas; Ecologia Parasitária

                                      Incorporating Agricultural, Socioeconomic, and Political Factors into Conservation Strategies for the Giant Armadillo (Priodontes maximus) in the Cerrado
                                      Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                                      Tipo Dissertação
                                      Data 20/12/2023
                                      Área ECOLOGIA
                                      Orientador(es)
                                      • Fabio de Oliveira Roque
                                      Coorientador(es)
                                      • Jose Manuel Ochoa Quintero
                                      Orientando(s)
                                      • Bruna Gomes de Oliveira
                                      Banca
                                      • André Valle Nunes
                                      • Katia Maria Paschoaletto Micchi de Barros Ferraz
                                      • Nina Attias
                                      Resumo Modelos de distribuição de espécies são essenciais para a proposição de estratégias de conservação para grandes mamíferos. No entanto, fatores antrópicos devem ser incorporados para que essas estratégias sejam mais efetivas. No presente estudo escolhemos o tatu-canastra (Priodontes maximus) como espécie alvo, mapeamos a sua distribuição e analisamos a estrutura da paisagem em sua área de potencial ocorrência. Paralelamente, mapeamos as dimensões socioeconômicas, agrárias e de governança pública dos municípios do Cerrado, que foram classificados em grupos a fim de se acessar o contexto local. A partir da combinação desses resultados, discutimos estratégias de conservação para a espécie em contexto local-regional. Para a modelagem de distribuição foram usados 486 pontos de presença independentes e 14 variáveis preditoras, resultando em um modelo com 695.367 km2 de habitat remanescente para a espécie, o que corresponde a 33% do bioma Cerrado, com 7,6% dessa área no interior de Unidades de Conservação ou Terras Indígenas. Cinco variáveis antrópicas foram usadas para classificar os 1434 municípios da área de estudo, resultando em 3 grupos de perfis municipais distintos. Foram então gerados um mapa e um quadro que combinam as informações de perfil municipal e quantidade de habitat remanescente por município a fim de orientar os primeiros passos na tomada de decisão para estratégias de conservação. Um grupo se destacou devido a presença de grandes porções de áreas de vegetação nativa remanescente tanto em propriedades privadas quanto em áreas protegidas, indicando grande oportunidade de conservação.
                                      Vulnerability of Rural Properties in the Pantanal Amid Recent Exceptional Environmental Changes
                                      Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                                      Tipo Dissertação
                                      Data 20/12/2023
                                      Área ECOLOGIA
                                      Orientador(es)
                                      • Geraldo Alves Damasceno Junior
                                      Coorientador(es)
                                        Orientando(s)
                                        • Pablo Pinheiro Dutra
                                        Banca
                                        • Christian Niel Berlinck
                                        • Jose Marcato Junior
                                        • Renata Libonati dos Santos
                                        • Rosa Helena da Silva
                                        Resumo Este trabalho analisou as mudanças ambientais excepcionais recentes (REECs) no Pantanal, com foco nas propriedades rurais de diferentes tamanhos afetadas. Os resultados destacam que as REECs não ocorrem uniformemente no espaço e afetam propriedades de diferentes tamanhos de maneira desigual. Propriedades pequenas foram particularmente atingidas por incêndios excepcionais, o que tem implicações significativas, pois essas áreas abrigam comunidades com recursos limitados e dependem da agricultura de subsistência. Estratégias de prevenção e combate a incêndios, diversificação de fontes de renda e fortalecimento da capacidade adaptativa dessas comunidades são recomendadas para redução da vulnerabilidade frente a essas mudanças. Nosso estudo ressalta a importância de intervenções direcionadas de acordo com a necessidade local e colaboração para promover a resiliência das comunidades afetadas por REECs no Pantanal.
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