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TRABALHO Ações
Riqueza e diversidade funcional de aves em paisagens urbanas brasileiras: Uma abordagem ambiental, social e econômica
Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
Tipo Dissertação
Data 06/04/2021
Área ECOLOGIA
Orientador(es)
  • Diogo Borges Provete
Coorientador(es)
  • Bruno Vilela de Moraes e Silva
Orientando(s)
  • Gabriel Tirintan de Lima
Banca
  • Diogo Borges Provete
  • Fabio de Oliveira Roque
  • Levi Carina Terribile
  • Ricardo Dobrovolski
Resumo Urbanização é uma das ações antrópicas que mais modifica os ecossistemas, causando perda e redistribuição de espécies. Esses “novos” ecossistemas urbanos são sistemas socioecológicos influenciados por fatores socioeconômicos e culturais humanos. No entanto, análises do efeito da urbanização sobre a biodiversidade que considerem aspectos socioeconômicos em grande escala ainda são raras. Aqui, testei o efeito do contraste rural-urbano em 65 municípios brasileiros sobre a riqueza e diversidade funcional de aves utilizando dados de ciência cidadã. Observamos que cidades favorecem atributos funcionais específicos como espécies carnívoras, saprófagas, granívoras e herbívoros, além de espécies que forrageiam em solo e em corpos d’água. Também comportam espécies migratórias parciais. Porém, perdem espécies florestais, frugívoras e que se alimentam de invertebrados. Áreas urbanas têm menor riqueza taxonômica e redundância funcional, indicando baixa resiliência, sendo áreas de risco de perda de serviços ecossistêmicos. Observamos efeitos positivos de variáveis ambientais na diferença de redundância e singularidade funcional e riqueza taxonômica. Já variáveis socioeconômicas foram pouco relevantes. Singularidade e Redundância funcional tiveram forte relação com riqueza taxonômica. Nossos resultados podem ajudar a identificar mecanismos que alteram a diversidade de aves em ambientes urbanos que seriam úteis para desenvolver programas que aumentem a qualidade ambiental das cidades, mantendo a biodiversidade e serviços ecossistêmicos no futuro.
Estrutura da rede de interações abelhas-flores no Pantanal da Serra do Amolar
Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
Tipo Dissertação
Data 26/03/2021
Área ECOLOGIA
Orientador(es)
  • Andrea Cardoso de Araujo
Coorientador(es)
    Orientando(s)
    • Nathalia Souza Rocha
    Banca
    • Andrea Cardoso de Araujo
    • Camila Aoki
    • Isabela Galarda Varassin
    • Maria Rosangela Sigrist
    • Michele Soares de Lima
    Resumo A análise de redes de interações é uma ferramenta importante em estudos em ecologia de comunidades, ajudando a revelar a organização e o funcionamento de sistemas complexos de espécies que interagem entre si, dando pistas de como essas espécies podem responder às mudanças ambientais. As interações entre abelhas e plantas são essenciais para a reprodução da maioria das angiospermas nativas (87,5%) no Brasil, e evidências crescentes sugerem que as populações de muitos polinizadores, incluindo abelhas, estão experimentando declínio em todo o mundo. O objetivo deste trabalho foi avaliar a estrutura da rede de interações abelha-planta na região da Serra do Amolar, Pantanal sul-mato-grossense, avaliando a frequência e o comportamento de visitas das abelhas às flores, bem como algumas características funcionais desses dois grupos, através de amostras bimestrais ao longo de nove meses, nos anos de 2019 e 2020. Foram registradas 37 espécies de abelhas visitando 86 espécies de plantas, totalizando 123 espécies compondo a rede de interações. A rede apresentou baixa conectância, foi significativamente aninhada e apresentou especialização moderada. As interações foram influenciadas pelo hábito e tipo de corola das flores visitadas. A eussocialidade das abelhas foi uma característica determinante para os padrões da rede, sendo um indício da persistência dessas espécies no habitat. O estudo também mostrou que a abelha exótica Apis mellifera exerce papel central na rede, atuando como conectora de módulos. A região da Serra do Amolar é constituída, prioritariamente, por áreas de vegetação de Floresta Estacional Decidual, Savana Arborizada e Savana Gramíneo Lenhosa, desta forma, mais estudos incluindo esses outros tipos de ambientes devem ser realizados, uma vez que são importantes para compreender o funcionamento do ecossistema como um todo, e as interações que ocorrem na região.
    Structure and trophic interactions in anuran metacommunities in Midwestern Brazil
    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
    Tipo Tese
    Data 17/03/2021
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Diego Jose Santana Silva
    Coorientador(es)
      Orientando(s)
      • Karoline Ceron
      Banca
      • Denise De Cerqueira Rossa Feres
      • Diego Jose Santana Silva
      • Jeferson Vizentin-Bugoni
      • Paula Cabral Eterovick
      • Paulo Roberto Guimarães Junior
      • Timothée Emmanuel Poisot
      Resumo Comunidades e metacomunidades variam em composição no tempo e no espaço. Da mesma forma, as interações entre as espécies também podem variar ao longo dessas dimensões. Meu objetivo nesta tese é compreender os efeitos do tempo e do espaço nas metacomunidades de anuros, bem como nas interações anuro-presa. No primeiro capítulo, analisei os padrões estruturais das redes de interação anuros-presas em diferentes partes do mundo. Como resultado sugiro que diferentes processos, mediados principalmente pela latitude, estão moldando a arquitetura das redes anuros-presas em todo o mundo. No segundo capítulo, examinei os padrões sazonais da contribuição local para a diversidade beta (LCBD) de anuros em diferentes ecorregiões do Oeste do Brasil e avaliei sua correlação com a riqueza e se os preditores ambientais e/ou espaciais guiam os padrões de LCBD. Eu descobri que os padrões de LCBD são semelhantes entre as estações, com os locais tendendo a contribuir da mesma forma para a exclusividade da comunidade durante a estação seca e chuvosa. Entre as ecorregiões estudadas, o Cerrado apresentou os maiores valores de LCBD em ambas as estações. Além disso, a LCBD foi negativamente correlacionada com a riqueza de espécies na estação seca. Também descobri que a variação da LCBD foi explicada pela ecorregião na estação seca, mas na estação chuvosa os modelos globais ambientais e espaciais não foram significativos. Finalmente, no terceiro capítulo, avaliei a mudança das interações anuro-presa entre as estações e entre quatro ecorregiões no Oeste do Brasil. Meus resultados indicaram que a variação na beta diversidade das interações entre as estações e entre as áreas foi gerada por diferenças na disponibilidade de presas. A beta diversidade das interações entre ecorregiões e estações do ano foi alta e impulsionada principalmente pela religação das interações. Além disso, a diversidade beta das espécies foi positivamente relacionada à distância geográfica, mas o mesmo não ocorreu com a beta diversidade das interações. Eu proponho que a flutuação na abundância das presas junto com a capacidade limitada de dispersão dos anuros e presas são responsáveis pelo padrão
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      temporal e espacial das redes entre anuros e presas. Assim, as metacomunidades de anuros e suas interações variam no tempo e no espaço, mas os processos que estão conduzindo esses padrões são únicos e diferem dependendo da ecorregião.
      Structure and trophic interactions in anuran metacommunities in Midwestern Brazil
      Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
      Tipo Tese
      Data 17/03/2021
      Área ECOLOGIA
      Orientador(es)
        Coorientador(es)
        Orientando(s)
          Banca
            Resumo Comunidades e metacomunidades variam em composição no tempo e no espaço. Da
            mesma forma, as interações entre as espécies também podem variar ao longo dessas
            dimensões. Meu objetivo nesta tese é compreender os efeitos do tempo e do espaço nas
            metacomunidades de anuros, bem como nas interações anuro-presa. No primeiro capítulo,
            analisei os padrões estruturais das redes de interação anuros-presas em diferentes partes do
            mundo. Como resultado sugiro que diferentes processos, mediados principalmente pela
            latitude, estão moldando a arquitetura das redes anuros-presas em todo o mundo. No segundo
            capítulo, examinei os padrões sazonais da contribuição local para a diversidade beta (LCBD)
            de anuros em diferentes ecorregiões do Oeste do Brasil e avaliei sua correlação com a riqueza
            e se os preditores ambientais e/ou espaciais guiam os padrões de LCBD. Eu descobri que os
            padrões de LCBD são semelhantes entre as estações, com os locais tendendo a contribuir da
            mesma forma para a exclusividade da comunidade durante a estação seca e chuvosa. Entre as
            ecorregiões estudadas, o Cerrado apresentou os maiores valores de LCBD em ambas as
            estações. Além disso, a LCBD foi negativamente correlacionada com a riqueza de espécies na
            estação seca. Também descobri que a variação da LCBD foi explicada pela ecorregião na
            estação seca, mas na estação chuvosa os modelos globais ambientais e espaciais não foram
            significativos. Finalmente, no terceiro capítulo, avaliei a mudança das interações anuro-presa
            entre as estações e entre quatro ecorregiões no Oeste do Brasil. Meus resultados indicaram
            que a variação na beta diversidade das interações entre as estações e entre as áreas foi gerada
            por diferenças na disponibilidade de presas. A beta diversidade das interações entre
            ecorregiões e estações do ano foi alta e impulsionada principalmente pela religação das
            interações. Além disso, a diversidade beta das espécies foi positivamente relacionada à
            distância geográfica, mas o mesmo não ocorreu com a beta diversidade das interações. Eu
            proponho que a flutuação na abundância das presas junto com a capacidade limitada de
            dispersão dos anuros e presas são responsáveis pelo padrão temporal e espacial das redes
            entre anuros e presas. Assim, as metacomunidades de anuros e suas interações variam no
            tempo e no espaço, mas os processos que estão conduzindo esses padrões são únicos e
            diferem dependendo da ecorregião
            Estrutura da Comunidade de Fungos Endofíticos eBioprospecção de Isolados de Aspilia grazielae (Santos), Espécie Vegetal Endêmica de Mato Grosso do Sul
            Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
            Tipo Tese
            Data 13/11/2020
            Área ECOLOGIA
            Orientador(es)
            • Maria Rita Marques
            Coorientador(es)
            • Alinne Pereira de Castro
            Orientando(s)
            • Carlos Eduardo Weirich
            Banca
            • Aline Pedroso Lorenz
            • Bianca Obes Correa
            • Cirano José Ulhoa
            • Gecele Matos Paggi
            • Maria Rita Marques
            • Wellington Santos Fava
            Resumo O uso de novas tecnologias para o estudo do DNA vem crescendo nos últimos anos. Essas mudanças iniciaram em 2005, com o surgimento das primeiras tecnologias conhecidas como NGS (Next Generation Sequencing), permitindo uma nova abordagem de sequenciamento em larga escala. Essas novas tecnologias promovem o sequenciamento de DNA em plataformas capazes de gerar informação sobre milhões de pares de bases. Neste trabalho, utilizamos a plataforma Illumina MiSeq para investigar e comparar a estrutura da comunidade de fungos endofíticos da espécie vegetal Aspilia grazielae. Também utilizamos o método de plaqueamento de fragmentos vegetais (folhas e raízes) em meio BDA para isolamento de fungos endofíticos in vivo. Este trabalho foi dividido em três capítulos, que abordam aspectos relacionados à estrutura da comunidade dos fungos endofíticos e o seu potencial biotecnológico para biorremediação e bioprospecção. Foi investigado como a mineração influencia na estrutura da comunidade de fungos endofíticos de plantas crescidas em duas áreas, uma nativa e outra de recuperação (capítulo 1), o potencial biotecnológico para biorremediação de Fe+2 e Mn+2 pelos fungos que apresentaram maior tolerância e esses metais (capítulo 2), e a capacidade de três isolados do gênero Aspergillus em promover o crescimento de mudas de Aspilia grazielae (capítulo 3). De acordo com os resultados apresentados no capítulo 1, encontramos uma redução significativa do filo de Ascomycota na área de recuperação, indicando grande impacto do processo antropogênico nessa comunidade. Portanto, embora nosso estudo seja um instantâneo dessa comunidade complexa, sugerimos a importância de preservar a área nativa dos maciços do Pantanal, não apenas para conservar a biodiversidade da micobiota, mas também como fonte de comunidade endofítica da rizosfera para colonizar áreas de recuperação de atividades de mineração que poderiam ser fundamentais para o sucesso das iniciativas de restauração. No capítulo 2, no qual avaliamos o potencial de biorremediação pelos isolados do gênero Aspergillus e Penicillium, constatamos que o gênero Aspergillus se mostrou mais tolerante aos metais testados do que o gênero Penicillium. Contudo, para fins de biorremediação, os isolados de Aspergillus não foram tão eficientes na remoção dos metais em meio líquido quanto o gênero Penicillium. Um isolado do gênero Penicillium (CR1) mostrou ser o mais eficiente para remoção de metais, principalmente de Fe+2, dentre todos os isolados testados, indicando que o mesmo apresenta um alto potencial para biorremediação de Fe+2. Tais resultados sugerem que a cepa CR1 tem potencial para aplicabilidade na remediação de metais pesados de solos e águas poluídos. No capítulo 3, os resultados mostraram a capacidade dos isolados de Aspergillus em crescer em meio de cultura contendo soluções concentradas de Fe+2 e Mn+2. Observou-se também que os isolados promoveram o crescimento vegetativo das mudas de A. grazielae, quando adicionados ao solo, atuando como bioestimuladores de crescimento, e com potencial para biofertilizantes em programas de agricultura sustentável. No entanto, mais estudos são necessários para propor a preparação de uma bioformulação indutora de crescimento, e revelar os mecanismos pelos quais estes fungos atuam.
            Sexual and density dependent behavior in two neotropical small mammals
            Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
            Tipo Tese
            Data 30/09/2020
            Área ECOLOGIA
            Orientador(es)
            • Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos
            Coorientador(es)
              Orientando(s)
              • Thiago Mateus Rocha dos Santos
              Banca
              • Camila dos Santos de Barros
              • Erich Arnold Fischer
              • Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos
              • Mauricio de Almeida Gomes
              • Wellington Hannibal Lopes
              Resumo 1. Área de vida e seleção de recursos são importantes abordagens ecológicas para o compreendimento de como os animais ocupam o espaço e como eles utilizam os recursos. O sexo dos animais é um importante fator intrínseco que pode mediar ou alterar em como o indivíduo uso o habitat e seleciona o recurso. Outro importante fator é a densidade populacional que pode limitar ou facilitar tanto a formação e ocupação da área de vida como a seleção dos recursos.

              2. Aqui nós apresentamos dois estudo, um relacionado à área de vida do gambá Didelphis albiventris em uma área urbana e o outro sobre a seleção de recursos no roedor Thrichomys fosteri em uma região do Pantanal. No primeiro nós investigamos a relação da massa corpórea e do sexo influenciando a área de vida, hipotetizando que machos devem ter áreas de vida maiores que fêmeas e animais maiores devem ter áreas devida maiores. No segundo estudo, nós hipotetizamos que o principal recurso para o roedor deve ser a formação de bromélias comum na área de estudo pois a proteção deve ser o fator chave na seleção de recursos, entretanto fêmeas devem selecionar mais esse recurso que machos. Nós também hipotetizamos que a abundância de coespecíficos deve promover uma seleção negativa pelas fêmeas e positiva para os machos, devido às diferenças comportamentais relacionadas aos sexos.

              3. Não encontramos relação do sexo nem o peso com o tamanho da área de vida em D. albiventris, entretanto fêmeas apresentaram baixa sobreposição das áreas core entre elas do que os machos. A formação de bromélias foi o principal recurso para T. fosteri, entretanto a força de seleção foi quase o dobro para fêmeas que para machos. A densidade populacional leva à uma seleção negativa pelas fêmeas enquanto para machos leva à uma seleção positiva.

              4. A limitação espacial e as barreiras urbanas podem ser um fator que explica a ausência de efeito da massa e sexo na área de vida dos gambás. Além disso, suplementação de alimentação com restos humanos e o hábito generalista também podem limitar a movimentação de animais urbanos. A baixa sobreposição das áreas core de fêmeas pode ser uma resposta do comportamento reprodutivo onde fêmeas necessitam de áreas mais exclusivas para o cuidado da prole. A seleção maior de fêmeas de T. fosteri por bromélias também pode ser explicada pela maior necessidade de proteção das fêmeas que possuem seu sucesso reprodutivo na sobrevivência da prole e da mesma forma, elas tendem a evitar áreas com alta densidade populacional. Já machos, maximizam seu sucesso reprodutivo cobrindo um maior número de fêmeas, assim eles devem se expor mais e não evitar áreas com alta densidade de indivíduos.
              Metacomunidade de Chrysomelidae (Coleoptera) em remanescentes florestais e sua relação com os atributos locais e da paisagem
              Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
              Tipo Tese
              Data 03/09/2020
              Área ECOLOGIA
              Orientador(es)
              • Danilo Bandini Ribeiro
              Coorientador(es)
              • Josue Raizer
              Orientando(s)
              • Thiago Silva Teles
              Banca
              • Camila Aoki
              • Diogo Borges Provete
              • Francisco Valente Neto
              • Mauricio de Almeida Gomes
              • Pedro Giovâni da Silva
              Resumo Mudanças na cobertura e uso do solo têm sido uma grande ameaça à biodiversidade por reduzir áreas de habitat natural e por alterar a dinâmica de metacomunidades originais, via fragmentação de habitat. Nesta tese, meu objetivo é compreender os efeitos das características da paisagem (i.e., composição e estrutura) e das características do habitat sobre a metacomunidade de Chrysomelidae (Coleoptera), habitantes de fragmentos relictuais de floresta semidecídua em uma paisagem com intensa prática agrícola. No primeiro capítulo apresento uma descrição da região de estudo, da assembleia destes besouros quanto a sua riqueza e composição, e os padrões espaciais e temporais de distribuição na área e período de estudo. Ao todo, foram capturados 610 indivíduos de 135 espécies pertencentes a sete subfamílias em 18 remanescentes florestais. Galerucinae e Eumolpinae apresentaram a maior riqueza e abundância. O maior pico de abundância e riqueza aconteceu em outubro de 2017, enquanto os menores valores foram registrados em fevereiro de 2018. No segundo capítulo, descrevo os efeitos da paisagem e do habitat sobre a riqueza e composição dos besouros crisomelídeos. Os resultados mostram que a riqueza de Chrysomelidae depende de características da paisagem e de processos espacialmente estruturados, que são independentes das características do habitat e paisagem. Quanto à composição de espécies, os resultados evidenciam a importância dos processos espacialmente estruturados em escala ampla, sendo estes processos responsáveis por determinar a variação na composição de espécies. As características da paisagem e do habitat não explicaram significativamente a variação na composição de espécies. Estes resultados de que a assembleia de crisomelídeos não está relacionada aos atributos da paisagem e do habitat, mas sim às estruturas espaciais, indica que há processos espacialmente estruturados que são independentes das características da paisagem e do habitat. Sendo assim, esta assembleia deve se organizar de acordo com a dinâmica de manchas, na qual as manchas de habitat são relativamente homogêneas (na perspectiva das espécies) e a dispersão é o fator mais importante que pode estar estruturando esta metacomunidade.
              Reforço populacional do jabuti Chelonoidis carbonarius (Spix,1824) em um remanescente urbano de Cerrado
              Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
              Tipo Tese
              Data 30/07/2020
              Área ECOLOGIA
              Orientador(es)
                Coorientador(es)
                Orientando(s)
                  Banca
                  • Diego Jose Santana Silva
                  • Laura Verrastro Vinas
                  • Liliana Piatti
                  • Rudi Ricardo Laps
                  Resumo Processos de resgate de fauna e reintrodução de animais silvestres são comuns no Brasil e seus efeitos sobre as populações residentes são desconhecidos. Com o objetivo de ajudar a dar um destino mais apropriado para os animais encontrados nos centros de triagem e reabilitação de animais silvestres, esse projeto realizou um reforço populacional de jabutis-piranga (Chelonoidis carbonarius) com animais provindos desses centros. O estudo foi estruturado em dois capítulos: a primeira discute os aspectos gerais do reforço populacional de jabutis e a segunda parte aborda os padrões espaciais dos indivíduos soltos no ambiente natural. O trabalho foi realizado no fragmento florestal da UFMS (Campo Grande, MS, Brasil). Vinte e seis jabutis provenientes do CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) passaram por exames clínicos e físicos, sendo 11 soltos (equipados com GPS) no fragmento através da técnica de soltura gradual. Durante o período de aclimatação, foram fornecidos alimento e água, bem como um monitoramento sanitário e nutricional. Após esse período, os indivíduos foram soltos e monitorados, tendo sua movimentação e saúde avaliados. Um indivíduo morreu durante o período de monitoramento e apenas um animal voltou ao local de soltura para se alimentar. Os animais eventualmente foram encontrados fora da reserva, caminhando pelo campus da universidade. Os jabutis se dispersaram de maneira rápida e curta. Nem que nem o sexo nem o peso do animal influenciaram os parâmetros dos modelos de dispersão. O movimento dos animais soltos foi semelhante ao dos nativos, possuindo áreas de vida de tamanho semelhante. Além disso, nem o peso e nem o sexo influenciaram no tamanho das áreas de vidas. Podemos considerar que a translocação dos indivíduos foi bem-sucedida a curto prazo, visto que houve uma alta sobrevivência dos animais soltos, bem como o estabelecimento de suas áreas de vida dentro do perímetro do local de soltura.
                  Reforço populacional do jabuti Chelonoidis carbonarius (Spix,1824) em um remanescente urbano de Cerrado
                  Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                  Tipo Tese
                  Data 30/07/2020
                  Área ECOLOGIA APLICADA
                  Orientador(es)
                  • Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos
                  Coorientador(es)
                  • Zaida Ortega Diago
                  Orientando(s)
                  • Patricia Sayuri Shibuya
                  Banca
                  • Diego Jose Santana Silva
                  • LARISSA NASCIMENTO BARRETO
                  • Laura Verrastro Vinas
                  • Liliana Piatti
                  • Rudi Ricardo Laps
                  Resumo Processos de resgate de fauna e reintrodução de animais silvestres são comuns no Brasil e seus efeitos sobre as populações residentes são desconhecidos. Com o objetivo de ajudar a dar um destino mais apropriado para os animais encontrados nos centros de triagem e reabilitação de animais silvestres, esse projeto realizou um reforço populacional de jabutis-piranga (Chelonoidis carbonarius) com animais provindos desses centros. O estudo foi estruturado em dois capítulos: a primeira discute os aspectos gerais do reforço populacional de jabutis e a segunda parte aborda os padrões espaciais dos indivíduos soltos no ambiente natural. O trabalho foi realizado no fragmento florestal da UFMS (Campo Grande, MS, Brasil). Vinte e seis jabutis provenientes do CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) passaram por exames clínicos e físicos, sendo 11 soltos (equipados com GPS) no fragmento através da técnica de soltura gradual. Durante o período de aclimatação, foram fornecidos alimento e água, bem como um monitoramento sanitário e nutricional. Após esse período, os indivíduos foram soltos e monitorados, tendo sua movimentação e saúde avaliados. Um indivíduo morreu durante o período de monitoramento e apenas um animal voltou ao local de soltura para se alimentar. Os animais eventualmente foram encontrados fora da reserva, caminhando pelo campus da universidade. Os jabutis se dispersaram de maneira rápida e curta. Nem que nem o sexo nem o peso do animal influenciaram os parâmetros dos modelos de dispersão. O movimento dos animais soltos foi semelhante ao dos nativos, possuindo áreas de vida de tamanho semelhante. Além disso, nem o peso e nem o sexo influenciaram no tamanho das áreas de vidas. Podemos considerar que a translocação dos indivíduos foi bem-sucedida a curto prazo, visto que houve uma alta sobrevivência dos animais soltos, bem como o estabelecimento de suas áreas de vida dentro do perímetro do local de soltura.
                  Flora, fenologia reprodutiva e redes de interações plantas-borboletas na Borda Oeste do Pantanal, MS
                  Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                  Tipo Tese
                  Data 30/06/2020
                  Área ECOLOGIA
                  Orientador(es)
                    Coorientador(es)
                    Orientando(s)
                      Banca
                      • André Rodrigo Rech
                      • Camila Silveira de Souza
                      • Erich Arnold Fischer
                      • Maria Rosangela Sigrist
                      Resumo A borda oeste do Pantanal engloba enclaves de relevo residual caracterizados por
                      diversas fitofisionomias, que contrastam com a vegetação aquática na planície
                      inundável pantaneira. Dentre essas formações, encontram-se as vegetações típicas de
                      mata decídua, que ocorrem nas encostas calcáreas e manchas de solo ferruginoso, e as
                      vegetações de cangas, que ocorrem sobre lajedos ferruginosos. Ambas as vegetações
                      estão sujeitas a condições ambientais extremas, definidas pela constituição edafo
                      topográfica, baixa precipitação e retenção hídrica do solo, resultando em uma
                      heterogeneidade de micro-habitas que determina a distribuição, abundância e interações
                      entre as espécies. Essas áreas estão também sujeitas à intensa ação antrópica, que
                      constitui em importante risco na manutenção de populações de espécies endêmicas ou
                      vulneráveis. Estudos ecológicos sobre a distribuição espacial e temporal das espécies,
                      bem como suas interações com polinizadores locais, são ferramentas importantes em
                      projetos de conservação. Seis áreas distribuídas entre fitofisionomias de canga, mata
                      decídua ferruginosa e mata decídua calcárea foram monitoradas durante o período de
                      janeiro de 2017 a dezembro de 2018, quanto aos seus aspectos florísticos, de
                      diversidade funcional, fenologia reprodutiva e de suas interações com lepidópteros
                      visitantes florais. As matas decíduas calcárea e ferruginosa foram semelhantes tanto na
                      prevalência dos atributos funcionais quanto no arranjo dos grupos funcionais. Os grupos
                      funcionais de canga refletem o arranjo espacial das espécies (espécies abundantes e
                      esparsas no lajedo, além de espécies relacionadas às ilhas de vegetação) e as estratégias
                      ecológicas frente ao estresse ambiental (herbáceas anuais, árvores e arbustos,
                      suculentas), mas as três áreas estudadas apresentaram baixa riqueza funcional. A
                      floração e a frutificação nesses ecossitemas foram anuais, não-sazonais e fracamente
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                      sincrônicas no nível de espécie, mas com forte sincronia entre indivíduos na
                      comunidade. Como era esperado, de acordo com outros estudos em ambientes sazonais,
                      as fenofases apresentaram correlação com fatores abióticos, como temperatura,
                      precipitação e comprimento do dia. As redes de interações com lepidópteros visitantes
                      florais apresentaram baixa conectância, mas especialização, aninhamento e
                      modularidade significativos. E como estudo de caso, cangas da região do Maciço do
                      Urucum possuem uma grande riqueza de espécies e alta diversidade beta, semelhantes a
                      de outros afloramentos ferruginosos do Brasil. As informações resultantes desse estudo
                      podem nortear e embasar futuras ações de manejo e conservação de espécies endêmicas
                      e dos ecossistemas sazonais da borda oeste do Pantanal.
                      FLORA, FENOLOGIA REPRODUTIVA E REDE DE INTERAÇÕES PLANTAS-LEPIDÓPTEROS NA BORDA OESTE DO PANTANAL SUL
                      Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                      Tipo Tese
                      Data 30/06/2020
                      Área ECOLOGIA
                      Orientador(es)
                        Coorientador(es)
                        Orientando(s)
                          Banca
                          • André Rodrigo Rech
                          • Camila Silveira de Souza
                          • Erich Arnold Fischer
                          • Maria Rosangela Sigrist
                          Resumo A borda oeste do Pantanal engloba enclaves de relevo residual caracterizados por
                          diversas fitofisionomias, que contrastam com a vegetação aquática na planície
                          inundável pantaneira. Dentre essas formações, encontram-se as vegetações típicas de
                          mata decídua, que ocorrem nas encostas calcáreas e manchas de solo ferruginoso, e as
                          vegetações de cangas, que ocorrem sobre lajedos ferruginosos. Ambas as vegetações
                          estão sujeitas a condições ambientais extremas, definidas pela constituição edafo
                          topográfica, baixa precipitação e retenção hídrica do solo, resultando em uma
                          heterogeneidade de micro-habitas que determina a distribuição, abundância e interações
                          entre as espécies. Essas áreas estão também sujeitas à intensa ação antrópica, que
                          constitui em importante risco na manutenção de populações de espécies endêmicas ou
                          vulneráveis. Estudos ecológicos sobre a distribuição espacial e temporal das espécies,
                          bem como suas interações com polinizadores locais, são ferramentas importantes em
                          projetos de conservação. Seis áreas distribuídas entre fitofisionomias de canga, mata
                          decídua ferruginosa e mata decídua calcárea foram monitoradas durante o período de
                          janeiro de 2017 a dezembro de 2018, quanto aos seus aspectos florísticos, de
                          diversidade funcional, fenologia reprodutiva e de suas interações com lepidópteros
                          visitantes florais. As matas decíduas calcárea e ferruginosa foram semelhantes tanto na
                          prevalência dos atributos funcionais quanto no arranjo dos grupos funcionais. Os grupos
                          funcionais de canga refletem o arranjo espacial das espécies (espécies abundantes e
                          esparsas no lajedo, além de espécies relacionadas às ilhas de vegetação) e as estratégias
                          ecológicas frente ao estresse ambiental (herbáceas anuais, árvores e arbustos,
                          suculentas), mas as três áreas estudadas apresentaram baixa riqueza funcional. A
                          floração e a frutificação nesses ecossitemas foram anuais, não-sazonais e fracamente
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                          sincrônicas no nível de espécie, mas com forte sincronia entre indivíduos na
                          comunidade. Como era esperado, de acordo com outros estudos em ambientes sazonais,
                          as fenofases apresentaram correlação com fatores abióticos, como temperatura,
                          precipitação e comprimento do dia. As redes de interações com lepidópteros visitantes
                          florais apresentaram baixa conectância, mas especialização, aninhamento e
                          modularidade significativos. E como estudo de caso, cangas da região do Maciço do
                          Urucum possuem uma grande riqueza de espécies e alta diversidade beta, semelhantes a
                          de outros afloramentos ferruginosos do Brasil. As informações resultantes desse estudo
                          podem nortear e embasar futuras ações de manejo e conservação de espécies endêmicas
                          e dos ecossistemas sazonais da borda oeste do Pantanal.
                          Flora, fenologia reprodutiva e rede de interações plantas-lepidópteros na borda oeste do Pantanal sul
                          Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                          Tipo Tese
                          Data 30/06/2020
                          Área ECOLOGIA
                          Orientador(es)
                            Coorientador(es)
                            Orientando(s)
                              Banca
                              • André Rodrigo Rech
                              • Camila Silveira de Souza
                              • Erich Arnold Fischer
                              • Maria Rosangela Sigrist
                              Resumo A borda oeste do Pantanal engloba enclaves de relevo residual caracterizados por diversas fitofisionomias, que contrastam com a vegetação aquática na planície inundável pantaneira. Dentre essas formações, encontram-se as vegetações típicas de mata decídua, que ocorrem nas encostas calcáreas e manchas de solo ferruginoso, e as vegetações de cangas, que ocorrem sobre lajedos ferruginosos. Ambas as vegetações estão sujeitas a condições ambientais extremas, definidas pela constituição edafo-topográfica, baixa precipitação e retenção hídrica do solo, resultando em uma heterogeneidade de microhabitats que determina a distribuição, abundância e interações entre as espécies. Essas áreas estão também sujeitas à intensa ação antrópica, que constitui em importante risco na manutenção de populações de espécies endêmicas ou vulneráveis. Estudos ecológicos sobre a distribuição espacial e temporal das espécies, bem como suas interações com polinizadores locais, são ferramentas importantes em projetos de conservação. Seis áreas distribuídas entre fitofisionomias de canga, mata decídua ferruginosa e mata decídua calcárea foram monitoradas durante o período de janeiro de 2017 a dezembro de 2018, quanto aos seus aspectos florísticos, de diversidade funcional, fenologia reprodutiva e de suas interações com lepidópteros visitantes florais. As matas decíduas calcárea e ferruginosa foram semelhantes tanto na prevalência dos atributos funcionais quanto no arranjo dos grupos funcionais. Os grupos funcionais de canga refletem o arranjo espacial das espécies (espécies abundantes e esparsas no lajedo, além de espécies relacionadas às ilhas de vegetação) e as estratégias ecológicas frente ao estresse ambiental (herbáceas anuais, árvores e arbustos, suculentas), mas as três áreas estudadas apresentaram baixa riqueza funcional. A floração e a frutificação nesses ecossitemas foram anuais, não-sazonais e fracamente sincrônicas no nível de espécie, mas com forte sincronia entre indivíduos na comunidade. Como era esperado, de acordo com outros estudos em ambientes sazonais, as fenofases apresentaram correlação com fatores abióticos, como temperatura, precipitação e comprimento do dia. As redes de interações com lepidópteros visitantes florais apresentaram baixa conectância, mas especialização, aninhamento e modularidade significativos. E como estudo de caso, cangas da região do Maciço do Urucum possuem uma grande riqueza de espécies e alta diversidade beta, semelhantes a de outros afloramentos ferruginosos do Brasil. As informações resultantes desse estudo podem nortear e embasar futuras ações de manejo e conservação de espécies endêmicas e dos ecossistemas sazonais da borda oeste do Pantanal.
                              FLORA, FENOLOGIA REPRODUTIVA E REDE DE INTERAÇÕES PLANTAS-LEPIDÓPTEROS NA BORDA OESTE DO PANTANAL SUL
                              Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                              Tipo Tese
                              Data 30/06/2020
                              Área ECOLOGIA
                              Orientador(es)
                              • Andrea Cardoso de Araujo
                              Coorientador(es)
                                Orientando(s)
                                • Michele Soares de Lima
                                Banca
                                • André Rodrigo Rech
                                • Camila Silveira de Souza
                                • Erich Arnold Fischer
                                • Maria Rosangela Sigrist
                                Resumo A borda oeste do Pantanal engloba enclaves de relevo residual caracterizados por diversas fitofisionomias, que contrastam com a vegetação aquática na planície inundável pantaneira. Dentre essas formações, encontram-se as vegetações típicas de mata decídua, que ocorrem nas encostas calcáreas e manchas de solo ferruginoso, e as vegetações de cangas, que ocorrem sobre lajedos ferruginosos. Ambas as vegetações estão sujeitas a condições ambientais extremas, definidas pela constituição edafo-topográfica, baixa precipitação e retenção hídrica do solo, resultando em uma heterogeneidade de microhabitats que determina a distribuição, abundância e interações entre as espécies. Essas áreas estão também sujeitas à intensa ação antrópica, que constitui em importante risco na manutenção de populações de espécies endêmicas ou vulneráveis. Estudos ecológicos sobre a distribuição espacial e temporal das espécies, bem como suas interações com polinizadores locais, são ferramentas importantes em projetos de conservação. Seis áreas distribuídas entre fitofisionomias de canga, mata decídua ferruginosa e mata decídua calcárea foram monitoradas durante o período de janeiro de 2017 a dezembro de 2018, quanto aos seus aspectos florísticos, de diversidade funcional, fenologia reprodutiva e de suas interações com lepidópteros visitantes florais. As matas decíduas calcárea e ferruginosa foram semelhantes tanto na prevalência dos atributos funcionais quanto no arranjo dos grupos funcionais. Os grupos funcionais de canga refletem o arranjo espacial das espécies (espécies abundantes e esparsas no lajedo, além de espécies relacionadas às ilhas de vegetação) e as estratégias ecológicas frente ao estresse ambiental (herbáceas anuais, árvores e arbustos, suculentas), mas as três áreas estudadas apresentaram baixa riqueza funcional. A floração e a frutificação nesses ecossitemas foram anuais, não-sazonais e fracamente sincrônicas no nível de espécie, mas com forte sincronia entre indivíduos na comunidade. Como era esperado, de acordo com outros estudos em ambientes sazonais, as fenofases apresentaram correlação com fatores abióticos, como temperatura, precipitação e comprimento do dia. As redes de interações com lepidópteros visitantes florais apresentaram baixa conectância, mas especialização, aninhamento e modularidade significativos. E como estudo de caso, cangas da região do Maciço do Urucum possuem uma grande riqueza de espécies e alta diversidade beta, semelhantes a de outros afloramentos ferruginosos do Brasil. As informações resultantes desse estudo podem nortear e embasar futuras ações de manejo e conservação de espécies endêmicas e dos ecossistemas sazonais da borda oeste do Pantanal.
                                Understanding the threshold of species loss by combining local knowledge with in-field data on mammal and bird species in the Cerrado Hotspot
                                Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                                Tipo Tese
                                Data 29/06/2020
                                Área ECOLOGIA DE ECOSSISTEMAS
                                Orientador(es)
                                • Fabio de Oliveira Roque
                                Coorientador(es)
                                  Orientando(s)
                                  • Isabel Melo Vasquez
                                  Banca
                                  • Danilo Bandini Ribeiro
                                  • Fabio de Oliveira Roque
                                  • Mauricio de Almeida Gomes
                                  • Maurício Silveira
                                  • Rudi Ricardo Laps
                                  Resumo A mudança no uso da terra induzida pelos seres humanos é a ameaça mais importante que afeta a sobrevivência de várias espécies e reduz a provisão de serviços ecossistêmicos para as comunidades locais. Estudos recentes mostraram que, uma vez que a cobertura vegetal das paisagens atinge determinados níveis, o número de espécies diminui mais rapidamente, o que é chamado limiar de perda de espécies. É urgente realizar esses estudos em paisagens modificadas pelos seres humanos, a fim de fornecer informações relevantes para a tomada de decisões e conservação em terras públicas e privadas. Além disso, é altamente relevante incluir ecossistemas não florestais no escopo, como o Hotspot do Cerrado, uma vez que esses tipos de ecossistemas têm sido frequentemente negligenciados para conservação no Brasil. Este estudo aborda o limiar de perda de espécies em paisagens modificadas pelos seres humanos em duas perspectivas diferentes. Primeiro, faz uma revisão de estudos empíricos em todo o mundo que usam a abordagem do limiar de perda de espécies com aves e encontra 31 artigos publicados de 1994 a 2018, com 24 estudos realizados em latitudes temperadas e sete em regiões tropicais, observando a tendência crescente de os estudos e sua potencial aplicação a estratégias de conservação e restauração de paisagens para conservação de aves. Em seguida, realiza uma pesquisa empírica no planalto da Serra da Bodoquena com 18 mamíferos de médio e grande porte e seis espécies de aves, utilizando dados coletados com armadilhas fotográficas. Concentra-se nos 9 mamíferos e 2 aves que responderam negativamente à perda de vegetação nativa a 500 m de buffer, resultando em um limiar médio de 56% da cobertura vegetal nativa. Ao interpolar esse valor em mapas de conversão de uso antropogênico modelados para 2030 e 2050 para projetar como a probabilidade de ocupação mudará ao longo do tempo, a perda anual prevista foi 22,6 km2 acima do valor limite médio, indicando que quase metade da área atual com valores acima do limite estará abaixo deles em 2050. Além disso, este estudo explora um componente mais social investigando a percepção do habitante local sobre a riqueza e o declínio de mamíferos no nível da propriedade. Para entender as diferenças de percepção de acordo com a principal atividade econômica, realizei entrevistas com 37 habitantes locais dedicados à produção agrícola, pecuária e turismo em uma área do Cerrado no estado de Mato Grosso do Sul. Embora não encontre diferença significativa na riqueza total percebida de acordo com a atividade econômica, há uma diferença significativa na percepção de riqueza de espécies de áreas abertas e de florestas dentro de propriedades turísticas (t 0,0194, n = 6), o que sugere que essa categoria de os proprietários de terras, contando com atividades econômicas relacionadas à biodiversidade, têm um melhor conhecimento sobre sua biodiversidade e podem estar dispostos a proteger grandes áreas de florestas em suas propriedades.
                                  Artrópodes ectoparasitos sobre ninhadas de arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus) em cavidades naturais e artificiais, no Pantanal do Miranda, MS, Brasil
                                  Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                                  Tipo Dissertação
                                  Data 15/06/2020
                                  Área ECOLOGIA
                                  Orientador(es)
                                  • Gustavo Graciolli
                                  Coorientador(es)
                                  • Neiva Maria Robaldo Guedes
                                  Orientando(s)
                                  • Cynthia Maria Mazzi de Souza
                                  Banca
                                  • Carlos Abs da Cruz Bianchi
                                  • Gláucia Helena Fernandes Seixas
                                  • Heitor Miraglia Herrera
                                  • Luiz Eduardo Roland Tavares
                                  • Rudi Ricardo Laps
                                  Resumo Vários estudos que buscam entender melhor a relação ave-ectoparasito são focados em infestações por ectoparasitos que ocorrem locais de nidificação de espécies com filhotes que precisam de cuidado parental intenso, já que os hospedeiros ficam por semanas ou meses nos ninhos. Os efeitos dos parasitos são amplificados em aves que nidificam em cavidades, pois essas fornecem um micro-habitat favorável a proliferação e reprodução de ectoparasitos. Esse é o caso da arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus), que nidifica em ninhos naturais de manduvi (Sterculia apetala) e em ninhos artificiais instalados pelo Projeto Arara Azul. O objetivo desse trabalho foi analisar a comunidade de ectoparasitos em filhotes de arara-azul e averiguar se existe diferença na composição e riqueza de acordo com o tipo de ninho e ao longo das fases de desenvolvimento do filhote. O trabalho foi realizado no Refúgio Ecológico Caiman, no Pantanal de Miranda. Foi usada a técnica de escalada para ter acesso aos ninhos e os filhotes foram inspecionados minuciosamente. Os ectoparasitos foram classificados por grupo funcional e identificados e os índices parasitológicos foram calculados pelo programa Quantitative Parasitology. Foram encontrados os grupos funcionais ácaro, ácaro de pena e berne e as espécies Philornis sp., Ornithonyssus sp., Campephilocoptes sp. e Fainalges sp. Observamos que não há diferença estatística entre a intensidade média de infestação e prevalência de acordo com o tipo de ninho, mas que as prevalências apresentam diferenças significativas de acordo com as fases de desenvolvimento. Seria interessante analisar como fatores abióticos afetam o parasitismo e como os ectoparasitos reagem a diferentes tipos de ambiente.
                                  FLORA, FENOLOGIA REPRODUTIVA E REDE DE INTERAÇÕES PLANTAS-LEPIDÓPTEROS NA BORDA OESTE DO PANTANAL SUL
                                  Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                                  Tipo Tese
                                  Data 03/06/2020
                                  Área ECOLOGIA
                                  Orientador(es)
                                    Coorientador(es)
                                    Orientando(s)
                                      Banca
                                      • André Rodrigo Rech
                                      • Camila Silveira de Souza
                                      • Erich Arnold Fischer
                                      • Maria Rosangela Sigrist
                                      Resumo A borda oeste do Pantanal engloba enclaves de relevo residual caracterizados por diversas fitofisionomias, que contrastam com a vegetação aquática na planície inundável pantaneira. Dentre essas formações, encontram-se as vegetações típicas de mata decídua, que ocorrem nas encostas calcáreas e manchas de solo ferruginoso, e as vegetações de cangas, que ocorrem sobre lajedos ferruginosos. Ambas as vegetações estão sujeitas a condições ambientais extremas, definidas pela constituição edafo-topográfica, baixa precipitação e retenção hídrica do solo, resultando em uma heterogeneidade de microhabitats que determina a distribuição, abundância e interações entre as espécies. Essas áreas estão também sujeitas à intensa ação antrópica, que constitui em importante risco na manutenção de populações de espécies endêmicas ou vulneráveis. Estudos ecológicos sobre a distribuição espacial e temporal das espécies, bem como suas interações com polinizadores locais, são ferramentas importantes em projetos de conservação. Seis áreas distribuídas entre fitofisionomias de canga, mata decídua ferruginosa e mata decídua calcárea foram monitoradas durante o período de janeiro de 2017 a dezembro de 2018, quanto aos seus aspectos florísticos, de diversidade funcional, fenologia reprodutiva e de suas interações com lepidópteros visitantes florais. As matas decíduas calcárea e ferruginosa foram semelhantes tanto na prevalência dos atributos funcionais quanto no arranjo dos grupos funcionais. Os grupos funcionais de canga refletem o arranjo espacial das espécies (espécies abundantes e esparsas no lajedo, além de espécies relacionadas às ilhas de vegetação) e as estratégias ecológicas frente ao estresse ambiental (herbáceas anuais, árvores e arbustos, suculentas), mas as três áreas estudadas apresentaram baixa riqueza funcional. A floração e a frutificação nesses ecossitemas foram anuais, não-sazonais e fracamente sincrônicas no nível de espécie, mas com forte sincronia entre indivíduos na comunidade. Como era esperado, de acordo com outros estudos em ambientes sazonais, as fenofases apresentaram correlação com fatores abióticos, como temperatura, precipitação e comprimento do dia. As redes de interações com lepidópteros visitantes florais apresentaram baixa conectância, mas especialização, aninhamento e modularidade significativos. E como estudo de caso, cangas da região do Maciço do Urucum possuem uma grande riqueza de espécies e alta diversidade beta, semelhantes a de outros afloramentos ferruginosos do Brasil. As informações resultantes desse estudo podem nortear e embasar futuras ações de manejo e conservação de espécies endêmicas e dos ecossistemas sazonais da borda oeste do Pantanal.
                                      Efeito da chuva na manutenção das armadilhas de larvas e na morfologia externa dos adultos de Myrmeleon brasiliensis (Návas, 1914) (Neuroptera: Myrmeleontidae)
                                      Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                                      Tipo Trabalho de Conclusão de Curso
                                      Data 02/06/2020
                                      Área ECOLOGIA
                                      Orientador(es)
                                      • Gustavo Graciolli
                                      Coorientador(es)
                                      • Tatiane do Nascimento Lima
                                      Orientando(s)
                                      • Bruna Barba Algarve
                                      Banca
                                      • Caleb Califre Martins
                                      • Danilo Bandini Ribeiro
                                      • Gilberto Soares Albuquerque
                                      • Rodrigo Aranda
                                      Resumo As variações ambientais são capazes de condicionar a diversidade, os hábitos de
                                      vida e a morfologia dos insetos. A influência dos fatores ambientais, como por exemplo, a
                                      sazonalidade e a incidência de chuva, tem sido bastante estudada, visto que variações nesses
                                      fatores ambientais podem influenciar diretamente o ciclo de vida, a ocorrência de migrações,
                                      a diapausa, entre outros aspectos dos insetos. Os insetos conhecidos popularmente como
                                      formiga-leão são holometábolos, na fase larval são predadores de outros artrópodes e podem
                                      construir armadilhas no solo para capturarem as presas. As larvas da espécie Myrmeleon
                                      brasiliensis (Návas, 1914) (Neuroptera: Myrmeleontidae) necessitam do solo seco e arenoso
                                      para construírem as armadilhas e forragearem, contudo, indivíduos dessa espécie podem ser
                                      encontrados em uma região de Cerrado, onde a estação chuvosa tem duração de
                                      aproximadamente quatro meses. Neste estudo, foi observado o efeito da chuva no
                                      comportamento de manutenção das armadilhas de larvas dessa espécie, bem como nas
                                      características morfológicas dos adultos. Foram realizadas observações em campo, para
                                      identificar se há variação da abundância entre as estações seca e chuvosa e na relação positiva
                                      entre o tamanho da larva e o diâmetro da armadilha. Também foi realizado um experimento em laboratório para observar se as larvas se deslocam em busca de solo seco após a chuva
                                      destruir a armadilha, bem como foi avaliado o efeito da chuva no tempo de desenvolvimento
                                      larval e nos atributos dos adultos. Como resultado foi observado que a estação seca apresenta
                                      condições mais favoráveis e é possível visualizar uma maior quantidade de armadilhas.
                                      Quando há área disponível para as larvas se locomoverem, a maioria investe no deslocamento
                                      para reconstruir uma nova armadilha logo após a chuva, porém, com um diâmetro menor.
                                      Quando isso não é possível, elas aguardam o solo secar e reconstroem constantemente as
                                      armadilhas, dessa forma, o gasto energético acelera a fase larval e os adultos emergem com
                                      comprimento do corpo e asas menores.
                                      Community structure and occupancy patterns of amphibians in an urban-rural gradient
                                      Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                                      Tipo Dissertação
                                      Data 20/05/2020
                                      Área ECOLOGIA
                                      Orientador(es)
                                        Coorientador(es)
                                        Orientando(s)
                                          Banca
                                          • Fabio de Oliveira Roque
                                          • Francisco Valente Neto
                                          • Paula Koeler Lira
                                          • Thomas Püettker
                                          Resumo A conversão de ambientes naturais em áreas urbanas é considerada a principal ameaça à conservação da biodiversidade em todo o mundo. Embora algumas espécies possam ser favorecidas por esse processo, muitas são afetadas negativamente, causando mudanças na composição da comunidade por meio de extinções locais e substituição de espécies. Nesse sentido, o principal objetivo deste estudo foi compreender como os anuros são distribuídos em poças em um gradiente urbano-rural no município de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil. No primeiro capítulo, avaliamos como o área da poça, a urbanização e a cobertura florestal afetaram a riqueza de espécies de anuros e qual processo (aninhamento ou rotatividade) foi o principal responsável na estruturação da comunidade. Além disso, no segundo capítulo, investigamos se existe uma relação positiva de abundância-ocupação de anuros, e também se espécies de anuros mais abundantes ocupam uma faixa maior no gradiente urbano-rural. Amostramos os anfíbios em 20 poças com diferentes áreas e imersas em diferentes porcentagens de urbanização e cobertura florestal natural. Encontramos 835 indivíduos, distribuídos em 20 espécies. A abordagem de seleção de modelos identificou apenas um modelo plausível para explicar a riqueza de espécies de anuros, incluindo porcentagem de urbanização em um buffer de 500 m e a área da poça. As mudanças na composição da comunidade foram explicadas principalmente pelo componente de rotatividade, que foi afetado principalmente pelo percentual de urbanização em um buffer de 500 m. Encontramos relações positivas de abundância-ocupação em escala local e regional. Por fim, descobrimos que espécies mais abundantes ocupavam uma faixa maior no gradiente urbano-rural. Nossos resultados sugerem que a urbanização atua como um filtro ambiental, determinando quais espécies são capazes de ocupar poças em áreas urbanas. O papel da composição da paisagem em ambientes urbanos é fundamental para criar melhores planos de conservação para as cidades e encontrar maneiras de conciliar o crescimento urbano com a conservação da biodiversidade.
                                          Community structure and occupancy patterns of amphibians in an urban-rural gradient
                                          Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                                          Tipo Dissertação
                                          Data 15/05/2020
                                          Área ECOLOGIA
                                          Orientador(es)
                                          • Mauricio de Almeida Gomes
                                          Coorientador(es)
                                            Orientando(s)
                                            • Carolina Cunha Ganci
                                            Banca
                                            • Fabio de Oliveira Roque
                                            • Francisco Valente Neto
                                            • Paula Koeler Lira
                                            • Thomas Püettker
                                            Resumo A conversão de ambientes naturais em áreas urbanas é considerada a principal ameaça à conservação da biodiversidade em todo o mundo. Embora algumas espécies possam ser favorecidas por esse processo, muitas são afetadas negativamente, causando mudanças na composição da comunidade por meio de extinções locais e substituição de espécies. Nesse sentido, o principal objetivo deste estudo foi compreender como os anuros são distribuídos em poças em um gradiente urbano-rural no município de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil. No primeiro capítulo, avaliamos como o área da poça, a urbanização e a cobertura florestal afetaram a riqueza de espécies de anuros e qual processo (aninhamento ou rotatividade) foi o principal responsável na estruturação da comunidade. Além disso, no segundo capítulo, investigamos se existe uma relação positiva de abundância-ocupação de anuros, e também se espécies de anuros mais abundantes ocupam uma faixa maior no gradiente urbano-rural. Amostramos os anfíbios em 20 poças com diferentes áreas e imersas em diferentes porcentagens de urbanização e cobertura florestal natural. Encontramos 835 indivíduos, distribuídos em 20 espécies. A abordagem de seleção de modelos identificou apenas um modelo plausível para explicar a riqueza de espécies de anuros, incluindo porcentagem de urbanização em um buffer de 500 m e a área da poça. As mudanças na composição da comunidade foram explicadas principalmente pelo componente de rotatividade, que foi afetado principalmente pelo percentual de urbanização em um buffer de 500 m. Encontramos relações positivas de abundância-ocupação em escala local e regional. Por fim, descobrimos que espécies mais abundantes ocupavam uma faixa maior no gradiente urbano-rural. Nossos resultados sugerem que a urbanização atua como um filtro ambiental, determinando quais espécies são capazes de ocupar poças em áreas urbanas. O papel da composição da paisagem em ambientes urbanos é fundamental para criar melhores planos de conservação para as cidades e encontrar maneiras de conciliar o crescimento urbano com a conservação da biodiversidade.
                                            The fruit role on fish assemblage in a karst stream
                                            Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                                            Tipo Dissertação
                                            Data 30/04/2020
                                            Área ECOLOGIA DE ECOSSISTEMAS
                                            Orientador(es)
                                            • Fabio de Oliveira Roque
                                            Coorientador(es)
                                            • Francisco Valente Neto
                                            Orientando(s)
                                            • Davidson Gomes Nogueira
                                            Banca
                                            • Alan Paul Covich
                                            • Fabrício Barreto Teresa
                                            • Gustavo Graciolli
                                            • Rafael Dettogni Guariento
                                            Resumo Frutos carnosos da floresta ripária que entram nos córregos são recursos importantes para uma enorme variedade de consumidores. Esse recurso pode moldar a comunidade quando disponível por seus altos valores energéticos, especialmente em córregos de baixa ordem, e alterar as interações na comunidade. Assim, compreender como as redes alimentares de água doce reagem durante esses eventos é de importância teórica e prática. Aqui, nosso principal objetivo foi investigar as interações entre macroconsumidores, invertebrados bentônicos e frutos. Investigamos como a taxa de consumo de frutos diferia de acordo com a comunidade de peixes que consome variáveis ambientais; se a disponibilidade de frutos determina a assembleia de peixes; e se os macroconsumidores controlam a comunidade de invertebrados bentônicos associados aos frutos em decomposição. Esperávamos que variáveis ambientais explicassem a estrutura da comunidade de peixes, o que por sua vez orientaria a taxa de consumo de frutos. Durante período de disponibilidade de frutas, esperávamos um aumento na abundância de peixes frugívoros. E quanto aos efeitos da exclusão de peixes em invertebrados bentônicos, esperávamos maior abundância de invertebrados na ausência de macroconsumidores. Para responder a cada uma dessas perguntas, realizamos três experimentos complementares. Primeiramente, adicionamos frutos ao substrato do córrego e medimos o tempo e a composição da comunidade consumindo os frutos em locais com diferentes características ambientais. Segundo, simulamos períodos de frutificação (“masting”) e medimos a comunidade de peixes antes, durante e após o evento. Terceiro, excluímos os macroconsumidores das amostras de frutos e medimos como a comunidade bentônica reagiu. As características ambientais não explicaram a estrutura da comunidade de peixes, mas a estrutura da comunidade de peixes explicou a taxa de consumo. O “masting” teve um efeito positivo na comunidade ao longo do tempo, no entanto, a estrutura formada sob as árvores também teve parte na estruturação da comunidade de peixes. O tempo necessário para a assimilação dos frutos no córrego foi muito maior quando comparado entre com e sem peixes, minutos na presença de peixes e semanas na ausência. Nossos achados corroboram com estudos realizados em ambiente terrestre, eles seguem os mesmos padrões de assembleias de comunidade durante a disponibilidade de frutos. Também foram encontradas evidências de copa das árvores estruturando a comunidade de peixes. A perda dessas interações pode resultar em efeitos na cadeia alimentar que ainda não entendemos. Essas descobertas podem ajudar a formular planos de manejo para conservação e restauração no platô de Bodoquena e biomas similares, incluindo árvores frutíferas, como as figueiras, que fornecem recursos e promovem áreas de interação.
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