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TRABALHO Ações
Padrões e processos macroevolutivos na origem e diversificação de vertebrados terrestres da Floresta Atlântica
Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
Tipo Tese
Data 30/08/2023
Área ECOLOGIA
Orientador(es)
  • Diogo Borges Provete
Coorientador(es)
  • Fernando Rodrigues da Silva
Orientando(s)
  • Matheus de Toledo Moroti
Banca
  • Gabriel Nakamura de Souza
  • Gustavo Graciolli
  • Renan Maestri
  • Thaís Barreto Guedes da Costa
Resumo A Floresta Atlântica é um dos hotspots globais de biodiversidade devido ao grande número de espécies endêmicas sob alto grau de ameaça. Várias hipóteses têm sido propostas para explicar as causas da alta biodiversidade neste bioma, como a hipótese dos refúgios. Por outro lado, barreiras de dispersão e especiação alopátrica parecem ser importantes para determinar a diversidade genética em algumas espécies. No entanto, ainda não existe consenso sobre a importância relativa destes processos ou como eles variam ao longo do espaço e entre organismos com diferentes habilidades de dispersão e tolerância térmica. Logo, iniciativas que integram abordagens de áreas como ecologia, macroevolução e evolução fenotípica podem contribuir para melhorar o entendimento sobre os processos chave envolvidos na formação da biota da Floresta Atlântica. O objetivo dessa tese foi identificar os processos macroevolutivos envolvidos na origem e diversidade de vertebrados terrestres da Floresta Atlântica. A tese está dividida em dois capítulos: o primeiro intitulado “Productivity interacts with diversification rate in determining species richness and trait diversity of tetrapods in a global hotspot” e o segundo “The effects of climatic niche on the rate of body size evolution in terrestrial vertebrates”. No primeiro capítulo estávamos interessados em investigar quais variáveis das dinâmicas de equilíbrio (topografia, clima e produtividade primária) e de não-equilíbrio (taxa de diversificação e idade da assembleia) explicam a riqueza de espécies e a diversidade funcional dos quatro clados de vertebrados terrestres (anfíbios anuros, répteis squamata, aves e mamíferos não-voadores) na Floresta Atlântica. Também investigamos se os padrões espaciais são congruentes entre os grupos. Encontramos que a riqueza de espécies e a diversidade funcional têm os mesmos preditores nas linhagens de vertebrados, mas operam de maneira diferente no espaço. A diversidade de clados não foi afetada pelo tempo de especiação, enquanto a taxa de diversificação teve uma grande influência positiva na diversidade funcional e na riqueza de espécies. Nossos resultados reforçam a necessidade de avaliar múltiplos táxons ao testar explicações alternativas para padrões de diversidade. No segundo capítulo, estávamos interessados em testar se a taxa de evolução do tamanho do corpo de vertebrados terrestres é impactada pelo nicho climático. Encontramos que os vertebrados terrestres apresentam padrões idiossincráticos de evolução fenotípica ao longo do tempo, com algumas linhagens acelerando e outras desacelerando suas taxas evolutivas. Além disso, não encontramos uma relação significativa entre as taxas de evolução fenotípica e o nicho climático. No entanto, a amplitude influencia mais a variação das taxas do que a sua posição do nicho. Esses resultados ressaltam a importância das pressões seletivas e das características específicas de cada grupo na evolução fenotípica. Ainda, é possível que diferentes eixos do nicho ecológico das espécies impactem as taxas evolutivas do tamanho do corpo nos vertebrados terrestres. Juntos, esses capítulos fornecem uma visão mais completa dos processos que moldaram a biota da Floresta Atlântica, abrangendo tanto aspectos macroecológicos quanto macroevolutivos das comunidades de vertebrados terrestres. Nossas descobertas têm implicações para nossa compreensão dos impulsionadores de biodiversidade e das mudanças evolutivas nas taxas fenotípicas de vertebrados, assim como dos fatores que moldam os padrões de biodiversidade em escalas regionais.
A influência das tocas do tatu-canastra (Priodontes maximus) na diversidade de artrópodes
Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
Tipo Dissertação
Data 30/08/2023
Área ECOLOGIA
Orientador(es)
  • Gustavo Graciolli
Coorientador(es)
  • Arnaud Léonard Jean Desbiez
Orientando(s)
  • Mateus Yan de Oliveira
Banca
  • Adriana Bocchiglieri
  • THIAGO FERNANDES MARTINS
Resumo A engenharia do ecossistema é um mecanismo importante para a manutenção e aumento de espécies na escala da paisagem. Engenheiros do ecossistema criam habitats que são utilizados por várias espécies. É o caso do tatu-canastra (Priodontes maximus), pois suas tocas servem de abrigo e refúgio térmico para muitos organismos, como as mais de 70 espécies de vertebrados já relatadas utilizando suas tocas. Essas tocas também podem favorecer a comunidade de artrópodes, uma vez que apresentam condições ideais, como umidade e temperaturas constantes, para o desenvolvimento desses animais. Entretanto, ainda não há informações sobre as espécies de artrópodes que podem utilizar as tocas de tatus. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar a importância das tocas do tatu-canastra para a comunidade de artrópodes e verificar se a presença delas influencia na abundância, riqueza e diversidade de espécies da região. Para isso, amostramos 43 tocas de tatu-canastra e 43 pontos controle com armadilhas de CO2, pitfall e moericke durante junho e setembro de 2021 no Pantanal da Nhecolândia, Mato Grosso do Sul, Brasil. Os dados gerados demonstraram que as tocas do tatu-canastra favorecem mais de 300 espécies de artrópodes no Pantanal e que a sua presença aumenta 24,3% a diversidade de espécies regional. Além disso, pulgas e carrapatos foram mais abundantes e ocorreram principalmente nas tocas, indicando que este ambiente pode favorecer a transmissão de patógenos no ecossistema. Concluímos que o tatu-canastra parece ter grande importância na estruturação da comunidade de artrópodes e que pode ser um importante aliado na conservação, já que a preservação desta espécie pode favorecer indiretamente muitas espécies de vertebrados e invertebrados que utilizam as suas tocas.A engenharia do ecossistema é um mecanismo importante para a manutenção e aumento de espécies na escala da paisagem. Engenheiros do ecossistema criam habitats que são utilizados por várias espécies. É o caso do tatu-canastra (Priodontes maximus), pois suas tocas servem de abrigo e refúgio térmico para muitos organismos, como as mais de 70 espécies de vertebrados já relatadas utilizando suas tocas. Essas tocas também podem favorecer a comunidade de artrópodes, uma vez que apresentam condições ideais, como umidade e temperaturas constantes, para o desenvolvimento desses animais. Entretanto, ainda não há informações sobre as espécies de artrópodes que podem utilizar as tocas de tatus. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar a importância das tocas do tatu-canastra para a comunidade de artrópodes e verificar se a presença delas influencia na abundância, riqueza e diversidade de espécies da região. Para isso, amostramos 43 tocas de tatu-canastra e 43 pontos controle com armadilhas de CO2, pitfall e moericke durante junho e setembro de 2021 no Pantanal da Nhecolândia, Mato Grosso do Sul, Brasil. Os dados gerados demonstraram que as tocas do tatu-canastra favorecem mais de 300 espécies de artrópodes no Pantanal e que a sua presença aumenta 24,3% a diversidade de espécies regional. Além disso, pulgas e carrapatos foram mais abundantes e ocorreram principalmente nas tocas, indicando que este ambiente pode favorecer a transmissão de patógenos no ecossistema. Concluímos que o tatu-canastra parece ter grande importância na estruturação da comunidade de artrópodes e que pode ser um importante aliado na conservação, já que a preservação desta espécie pode favorecer indiretamente muitas espécies de vertebrados e invertebrados que utilizam as suas tocas.
Efeito do Fogo Sobre a Diversidade Funcional de Aves do Ecótono Cerrado-Pantanal
Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
Tipo Dissertação
Data 11/08/2023
Área ECOLOGIA
Orientador(es)
  • Danilo Bandini Ribeiro
Coorientador(es)
    Orientando(s)
    • Allan Corral Anjos
    Banca
    • FLÁVIO KULAIF UBAID
    • Franco Leandro de Souza
    • TULIO DORNAS DE OLIVEIRA
    Resumo As queimadas representam uma das questões ambientais mais relevantes em muitos ecossistemas. Na maioria das vezes decorrentes da ação antropogênica, os incêndios florestais comportam-se como um dos principais redutores da diversidade biológica, elevando os números de extinções locais. Em alguns ecossistemas, o fogo atua como um elemento importante na dinâmica ecológica. No caso do Pantanal e Cerrado, ambientes chamados de pirofíticos, o fogo é um processo naturalmente sazonal que molda a dinâmica das comunidades de animais e plantas. O presente trabalho teve como objetivo analisar a influência do fogo sobre a comunidade de aves. Foi realizado um levantamento qualitativo e quantitativo da avifauna, através da metodologia de pontos de escuta em dez tratamentos, e dois ambientes distintos, assim como em diferentes frequências de queima. Dessa forma, buscou-se entender como a comunidade de aves, e também seus atributos funcionais respondem frente ao regime de fogo. O fogo de fato afetou a comunidade de aves, principalmente quando comparadas em diferentes frequências e intensidades de queimas, apresentando respostas distintas em ambientes florestados e campestres, e por consequência, afetando também os traços funcionais das espécies presentes.
    Giant anteaters’ movement ecology revels forests as a potential resource to open-area mammals in heterogeneous landscapes
    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
    Tipo Tese
    Data 04/08/2023
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos
    Coorientador(es)
      Orientando(s)
      • Aline da Silva Giroux
      Banca
      • Cecilia Ines Robles
      • Julia Emi de Faria Oshima
      • MARLEE TUCKER
      • PAVLA HEJCMANOVA
      Resumo Florestas atuam como tampões térmicos, oferecendo temperaturas mais amenas que áreas abertas adjacentes. Com a crescente frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, florestas podem ser importantes abrigos termais para a vida selvagem. Em endotermos, as estratégias de termorregulação comportamental reduzem o custo energético associado à termorregulação fisiológica. Mamíferos com baixa capacidade para termorregulação fisiológica devem mostrar comportamentos termorregulatórios mais conspícuos e, portanto, devem ser modelos valiosos para entender a importância das florestas como abrigos termais durante mudanças climáticas. Exploramos a ecologia do movimento do tamanduá-bandeira, Myrmecophaga tridactyla, um grande mamífero com baixa produção de calor corpóreo, exemplificando como florestas podem ser importantes recursos térmicos para mamíferos de áreas abertas vivendo em paisagens heterogêneas. Usando dados de monitoramento via GPS e modelos de movimento, investigamos (1) o quanto tamanduás bandeira modulam sua atividade e seleção por florestas como estratégias de termorregulação comportamental e (2) o quanto as características intrínsecas dos indivíduos e a disponibilidade de florestas influenciam seu uso do espaço e suas necessidades espaciais. Além de uma surpreendentemente alta plasticidade comportamental de curto prazo relativa à atividade, os tamanduás-bandeiras também mostraram aumento de seleção por florestas em extremos de frio e calor. Eles selecionaram florestas à noite em períodos de frio e à luz do dia em períodos de calor, enquanto evitaram florestas em temperaturas amenas. Machos e fêmeas apresentaram diferentes estratégias de uso do espaço, que escalaram diferentemente com a massa corpórea, e aumentaram sua área de vida com a redução de proporção de florestas nessa área. Florestas foram importantes recursos termais em temperaturas extremas. Tamanduás-bandeira com menor acesso a florestas possivelmente aumentaram sua área de vida para maximizar as chances de acessar esses abrigos térmicos. A redução da disponibilidade de florestas em paisagens heterogêneas pode reduzir a adequabilidade termal do habitat e aumentar as necessidades espaciais, mesmo para mamíferos que são usualmente encontrados em áreas abertas, como tamanduás-bandeira. Com as mudanças climáticas, a importância das florestas deve aumentar para esses mamíferos e isso precisa ser considerado em efetivas decisões de manejo.
      Parental care communication in the neotropical foam-nesting frogs Leptodactylus (Anura, Leptodactylidae): from behavioural to omic perspectives
      Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
      Tipo Tese
      Data 04/08/2023
      Área ECOLOGIA
      Orientador(es)
      • Diego Jose Santana Silva
      Coorientador(es)
      • Diego Jose Santana Silva
      • Cynthia Peralta De Almeida Prado
      Orientando(s)
      • Juan Fernando Cuestas Carrillo
      Banca
      • ADAM MICHAEL MURRAY STUCKERT
      • EVA FISCHER
      • LISA MARIA SCHULTE
      • Norberto Peporine Lopes
      • RENATO CHRISTENSEN NALI
      Resumo O cuidado parental é definido como uma vantagem evolutiva para aumentar a sobrevivência da prole, como um benefício para ao fitness da prole. Nos anfíbios, o cuidado parental varia em termos de tempo de cuidado e esforço, em particular, as fêmeas cuidadoras de Leptodactylus (Leptodactylidae) cuidam de ovos e girinos aquáticos por um longo período. O cuidado inclui a orientação dos girinos que é mediada pela comunicação fêmea-prole. Essa comunicação foi descrita pela primeira vez como um comportamento estereotipado denominado “pummping behaviour”, no qual as fêmeas batem na água com a pélvis para criar ondas às quais os girinos respondem seguindo e mordendo as fêmeas. Este tipo de comunicação (por exemplo, mecânica, química) só é conhecido a partir de observações comportamentais, e os sinais e mecanismos genéticos envolvidos são pouco conhecidos. Nesta tese descrevi vários aspectos da comunicação do cuidado parental em rãs de ninhos de espuma (Anura: Leptodactylidae) por abordagens comportamentais e ômicas. No Capítulo 1, revisei o conhecimento atual sobre o cuidado parental em Leptodactylus. No Capítulo 2, revisei o conhecimento das secreções cutâneas das espécies de Leptodactylidae. No Capítulo 3, estudei como os sinais das fêmeas cuidadoras e as pistas de coespecíficos afetam o comportamento dos cardumens de girinos. No Capítulo 4 identifiquei um grupo de sinais químicos exclusivos das fêmeas cuidadoras com potencial para a comunicação com os girinos. Finalmente, no Capítulo 5 identifiquei os “up-regulated” genes das fêmeas cuidadoras, a fim de relacioná-los com diversas alterações fisiológicas. Experimentalmente, determinamos o que desencadeia a agregação e atração do girino por fêmeas assistentes de Leptodactylus podicipinus e L. macrosternum. Além disso, encontramos diferenças na composição da pele entre femeas cuidadoras, femeas e machos. E identificamos um conjunto de genes “upregulated” da pele das fêmea cuidadoras que podem desencadear a expressão dos sinais químicos envolvendo na comunicação de femeas cuidadoras com a prole e as alterações anatômicas da pele de L. podicipinus durante o cuidado parental. Usando novas técnicas analíticas, avançamos no entendimento da comunicação química e adaptação genética durante o cuidado parental, abrindo uma grande área inexplorada de conhecimento que pode ser aplicada a outras espécies de Leptodactylus e anuros para pesquisa evolutiva.
      EFEITOS DO HUMAN FOOTPRINT, ESPÉCIES INVASORAS E DE DOENÇAS EMERGENTES EM PADRÕES DE DIVERSIDADE DE ANFÍBIOS NEOTROPICAIS
      Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
      Tipo Tese
      Data 21/07/2023
      Área ECOLOGIA
      Orientador(es)
      • Diogo Borges Provete
      Coorientador(es)
      • DANIEL DE PAIVA SILVA
      Orientando(s)
      • Philip Teles Soares
      Banca
      • Fabio de Oliveira Roque
      • Franco Leandro de Souza
      • SIDNEY FEITOSA GOUVEIA
      Resumo Os anfíbios são um dos principais grupos de vertebrados ameaçados globalmente,
      sofrendo declínios constantes. Diversas as ameaças são responsáveis por esses declínios,
      tais como as mudanças climáticas, fragmentação do habitat e conversão de áreas naturais,
      além de agentes patogênicos e espécies invasoras. Anfíbios são afetados por essas
      ameaças devido a aspectos de sua história de vida, tais como dependência de ambiente
      aquático, sua fisiologia e sensibilidade à variação de temperaturas. Apesar do
      conhecimento sobre esses impactos, ainda é incerto de que maneira eles estão atuando em
      conjunto para o declínio dos anfíbios e como afetam as diferentes facetas da diversidade
      (taxonômica, funcional e filogenética) na região neotropical. Assim, essa tese teve como
      objetivos (Capítulo 1) investigar como mudanças climáticas globais em conjunto com
      espécies invasoras (nesse caso a Lithobates catesbeianus - Lc) (Shaw, 1802) (Anura:
      Ranidae) e o fungo quitrídio (Batrachochytrium dendrobatidis - Bd) (Berger, 1998)
      (Fungi, Chytridiomycota, Rhizophydiales), causador da quitridiomicose, afetam a
      distribuição de anuros no neotrópico.Além disso, (Capítulo 2) buscamos entender de que
      maneira as ameaças antrópicas afetam as diferentes facetas da diversidade de anfíbios na
      região neotropical e de que maneira elas se relacionam com a distribuição de Bd e Lc. No
      primeiro capítulo geramos modelos de distribuição potencial para Bd e Lc e para 46
      espécies de anuros neotropicais para os cenários atuai e para o futuro (2100). Além disso,
      testamos a sobreposição de nicho climático e também dos mapas de adequabilidade
      gerados e os comparamos. A distribuição de espécies nativas de anuros tende a diminuir
      nos próximos anos devido às mudanças climáticas, enquanto a da espécie invasora rã-
      touro e o Batrachochytrium dendrobatidis (Bd), irão aumentar nos próximos anos, se
      sobrepondo com as espécies nativas. Assim, haverá um afeito sinérgico dessas ameaças,
      acentuando ainda mais o seu declínio. No segundo capítulo testamos como as variáveis
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      de uso do solo e densidade populacional humna (usadas para a criação do índice Human
      Footprint - HF), afetam diferentes facetas da diversidade e como essa diversidade está
      relacionada com a distribuição potencial de Bd e Lc. Para isso, coletamos as informações
      das espécies a partir dos dados da IUCN e a partir daí calculamos a riqueza (diversidade
      taxonômica), diversidade funcional e filogenética de espécies. Coletamos também as
      informações das variáveis antrópicas a partir de bases de dados e geramos modelos de
      distribuição atual para Bd e Lc (mesmos modelos do capítulo 1). Verificamos que as
      facetas da diversidade são em geral negaticamente relacionadas a com as variáveis
      antrópicas na maior parte da região neotropical. Além disso, a maior parte da diversidade
      está localizada em regiões onde o Bd é presente. Somado a isso, tanto o Bd, quanto a Lc
      tendem a ocorrer em regiões em que as variáveis de uso do solo como monoculturas e
      pastagens são maiores. Assim, temos além da fragmentação de ambientes naturais do
      anuros neotropicais, a influencia negativa das espécies invasoras. Essas ameaças podem
      levar a extinção não somente de espécies, mas para a perda de atributos funcionais e
      linhagens inteiras. Dessa maneira, é necessário considerar essas ameaças e elaborar
      políticas e planos de conservação que levem em consideração a ação delas em conjunto,
      evitando assim homogenenização da diversidade e a manutenção das áreas de ocorrência
      das espécies de anuros neotropicais.
      Abundância, comportamento e reprodução de taperuçus (Aves: Apodidae) em três cachoeiras do Cerrado Central
      Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
      Tipo Tese
      Data 17/07/2023
      Área ECOLOGIA
      Orientador(es)
      • Erich Arnold Fischer
      Coorientador(es)
        Orientando(s)
        • Gabriel Arvelino de Paula
        Banca
        • Caio Graco Machado Santos
        • Franco Leandro de Souza
        • RENATA STOPIGLIA
        • Rudi Ricardo Laps
        • Sergio Roberto Posso
        Resumo Os taperuçus são aves da família Apodidae, que se alimentam de pequenos insetos capturados em pleno voo. Eles ocorrem somente nas Américas e são pouco estudados. Neste trabalho, analisamos três colônias de taperuçus em cachoeiras do bioma Cerrado, sendo duas em Minas Gerais e uma em Goiás. Fizemos censos por contagem direta e capturas com redes-de-neblina nos períodos da manhã e da tarde. Registramos três espécies: Cypseloides senex (taperuçu-velho), Cypseloides fumigatus (taperuçu-preto) e Streptoprocne zonaris (taperuçu-de-coleira-branca). A ausência atual de C. fumigatus na Cachoeira de Queimado nos preocupa, pois pode estar relacionada à construção de uma usina hidrelétrica a montante. Observamos diferenças na abundância e no tempo de forrageamento dos taperuçus entre as colônias. A abundância foi maior na Cachoeira Salto do Itiquira (5.536 ± 1.198), mediana na Cachoeira de Queimado (721 ± 223) e menor na Cachoeira de Buritizinho (247 ± 165). O tempo de forrageamento foi inverso: maior em Buritizinho (13h), mediano em Queimado (12h) e menor em Salto do Itiquira (10h). Isso pode ser explicado pelo fato de que bandos maiores se beneficiam das informações geradas pelos indivíduos, permitindo maior eficiência na busca por alimento. Em junho/setembro, registramos cópulas de C. senex pousados na vegetação dos paredões úmidos ao redor da cachoeira e durante o voo em queda livre. Logo depois, começaram a construção dos ninhos e, em setembro/outubro, já havia ovos. Os filhotes nasceram em outubro/novembro e deixaram o ninho até dezembro, no máximo. O ninho de C. senex é delgado e construído próximo da água, menor que o de S. zonaris, que fica em locais abrigados sem água corrente. Reportamos fidelidade dos indivíduos de C. senex com recapturas de indivíduos anilhados nas mesmas colônias, bem como banhos diários de C. senex e S. zonaris pousados verticalmente na cachoeira. Uma vantagem dos taperuçus ocuparem cachoeiras pode ser a prática regular do banho, que ajuda a combater ectoparasitas e a evitar predadores em voo. Projetos de conservação de C. senex devem abranger a bacia hidrográfica a montante das cachoeiras e estabelecer medidas para assegurar a qualidade das águas fluviais.
        Efeitos do fogo na assembleia de borboletas na transição Pantanal-Cerrado
        Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
        Tipo Dissertação
        Data 14/07/2023
        Área ECOLOGIA
        Orientador(es)
        • Danilo Bandini Ribeiro
        Coorientador(es)
        • Thiago Silva Teles
        Orientando(s)
        • Rafaela Aparecida Mariano Fernandes
        Banca
        • JESSIE PEREIRA DOS SANTOS
        • MARINA DO VALE BEIRÃO
        Resumo O fogo é uma das principais fontes de distúrbio em diversos ecossistemas, tendo influência na sua
        composição, estrutura, disponibilidade de recursos e consequentemente, a composição das
        comunidades animais, As borboletas são sensíveis às mudanças que ocorrem em seu hábitat e
        podem responder aos diferentes regimes de fogo (frequência e época de ocorrência). O objetivo
        desta dissertação é saber como as borboletas respondem aos diferentes regimes de fogo, em relação
        à frequência (número de eventos de fogo) e época da ocorrência de fogo na estação seca (início ou
        fim). Para isso, esta dissertação está estruturada em dois capítulos, sendo o primeiro uma revisão
        sistemática e o segundo um estudo observacional. O primeiro capítulo avalia as lacunas existentes
        em ecossistemas que foram sujeitos a eventos de fogo e utilizaram borboletas como objeto de
        estudos e o segundo capítulo avalia os possíveis efeitos das diferentes épocas de queimadas na
        fauna de borboletas no Pantanal sul-mato-grossense.
        Intervention ecology with fire uses to maintain the availability of flowers and fruits for fauna in tropical wetlands
        Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
        Tipo Tese
        Data 07/07/2023
        Área ECOLOGIA
        Orientador(es)
        • Leticia Couto Garcia Ribeiro
        Coorientador(es)
          Orientando(s)
          • Bruno Henrique dos Santos Ferreira
          Banca
          • Camila Aoki
          • Isabel Belloni Schmidt
          • Luís Felipe Daibes de Andrade
          Resumo O fogo é uma perturbação ecológica que atua como um dos principais filtros ambientais que moldam a estrutura e funcionamento de vegetações abertas graminosas. Da mesma forma, a água seleciona espécies tolerantes a certas condições ambientais, como saturação de umidade do solo e inundações filtrando espécies tolerantes a cada condição ambiental. No Pantanal, por exemplo, a inundação é um dos principais fatores responsáveis por moldar a heterogeneidade vegetacional. Portanto, sendo o Pantanal, um bioma sazonal, com elevada produtividade primária, diferentes regimes de fogo, considerando frequência e período de queima, ajudam a moldar a heterogeneidade de suas paisagens. A interação entre diferentes regimes de fogo e inundação refletem em diferentes padrões de biodiversidade no Pantanal e em ecossistemas de em seu entorno, tais como a vegetação de Cerrado no planalto pantaneiro. O Território Indígena Kadiwéu situa-se no ecótono entre os biomas Pantanal e Cerrado e, portanto, confere cenário ideal para monitoramentos da biodiversidade sob diferentes regimes de fogo e inundação. Nesta tese, avalio como os diferentes regimes de fogo, ao influenciar padrões de diversidade vegetal, podem por consequência afetar a disponibilidade de flores e frutos, que são importantes para manutenção da fauna. No mesmo sentido, avalio se certos regimes podem ser ideais em detrimento de outros, considerando também o período fértil das espécies vegetais monitoradas. Além disso, consideramos que o fogo pode afetar a germinação de espécies comuns do ecótono Cerrado/Pantanal, a exemplo da Calliandra parviflora Benth. (Fabaceae), que, por outro lado, permanece bem adaptada a este ambiente devido à estratégia de reprodução vegetativa, características funcionais que podem auxiliar a escolha de espécies para uso na restauração ecológica. De modo geral, minhas premissas se amparam na hipótese da pirodiversidade, como forma de promoção da biodiversidade, para concepção de recomendações técnicas. Para cada um dos meus estudos de três anos de campo, apresentados nos capítulos um ao três, realizo recomendações técnicas para o manejo integrado do fogo em áreas úmidas, considerando aspectos socioambientais. Em contrapartida, apresento no quarto capítulo, um estudo de caso focado nos esforços para conservação da Arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus), que podem ser comprometidos pela perda de habitat e recursos em decorrência de períodos extremos de incêndios, como os registrados em 2020. Em síntese, concluímos que, os esforços para o Manejo Integrado do Fogo em áreas úmidas, como o Pantanal e seu entorno, devem ter caráter adaptativo e incluir medidas preventivas à mega incêndios. Para tanto, a manutenção de equipes prestando trabalho educativo e preventivo permanentemente é essencial, tal como o trabalho prestado pela Brigada indígena Kadiwéu, sob assistência e responsabilidade de órgãos ambientais competentes. Essas brigadas, devem ser capacitadas para constante atualização técnica conforme avanços científicos. A ciência deve, portanto, ser levada em consideração para intervenções ecológicas com uso do fogo em áreas úmidas, tal como recomendamos em nossas publicações e nas referências que consultamos. A pirodiversidade, eleva a beta-diversidade de espécies vegetais, a alta diversidade de espécies reflete em elevada diversidade funcional em traços florais. Além disso, a diversificação em regimes de fogo, reduz o risco da queima de plantas em período fértil, ao passo que diversifica respostas fenológicas, assegurando a manutenção contínua de flores e frutos em paisagens propensas ao fogo.
          Ecologia evolutiva de uma metacomunidade de morcegos na Serra da Bodoquena - Brasil
          Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
          Tipo Tese
          Data 20/06/2023
          Área ECOLOGIA
          Orientador(es)
          • Diogo Borges Provete
          Coorientador(es)
          • Erich Arnold Fischer
          Orientando(s)
          • Adriana Carolina Acero Murcia
          Banca
          • Enrico Bernard
          • HUGO MANTILLA MELUK
          • Rafaela Velloso Missagia
          • Sandra Milena Ospina Garcés
          Resumo A perda da cobertura nativa e alterações nas paisagens naturais cresceram rapidamente nas últimas décadas, principalmente por causas antrópicas como a expansão urbana, a agricultura e a pecuária. O Cerrado brasileiro não é exceção, dado que é a área com maior produção de soja, milho e carne. Apesar de ser a savana com maior biodiversidade no mundo é um dos biomas mais ameaçados porque só o 6,5% da vegetação nativa está em áreas de preservação. As relações morfologia-ambiente podem determinar a distribuição das espécies nas comunidades, e o uso da terra é um fator que pode alterar essa relação, funções do ecossistema, e contribuir para a perda de espécies. Porém pouco se sabe sobre como mudanças da paisagem afetam o espaço de formas em comunidades e se a distribuição de formas pode ser útil na predição de respostas dos organismos a distúrbios. Dada a grande diversidade de formas para a exploração de ambientes e recursos, morcegos são um modelo ideal para perguntar sobre processos evolutivos e ecológicos que influenciam a montagem de metacomunidades. Os objetivos desta tese foram 1). Avaliar como o tamanho, a guilda trófica, e a estratégia de forrageio influenciam a forma do crânio e mandíbula numa escala regional; e 2). Avaliar como mudanças da paisagem influenciam a distribuição da forma das asas de morcegos que ocorrem na metacomunidade. Para isso, amostramos morcegos em 20 comunidades na Serra da Bodoquena, centro oeste do Brasil. Para quantificar a morfologia (crânio, mandíbula, asa) de 32 espécies de morcegos, obtivemos fotografias em 2D em campo e coleções científicas. Para determinar fatores ecológicos e comportamentais, revisamos a literatura e classificamos as espécies em cinco guildas tróficas, e em três estratégias de forrageio. Para quantificar a composição e estrutura da paisagem de cada comunidade, usamos buffers de 1 Km, 3 Km e 5 Km, e extraímos métricas da paisagem como borda, cobertura florestal, savana, fragmentos e agricultura. No capítulo 1, mostramos que as espécies mais aparentadas filogeneticamente foram agrupadas no morfoespaço; a alometria do crânio seguiu uma trajetória comum, provavelmente relacionada aos sentidos olfativo-visuais, e não à guilda trófica e ao comportamento de forrageio. No entanto, a forma da mandíbula seguiu trajetórias únicas, sugerindo pressões diferenciais relacionadas à guilda trófica e ao comportamento de forrageio. No capítulo 2, encontramos um efeito positivo em diferentes escalas espaciais em relação à redundância funcional com a cobertura florestal, o número de fragmentos, a porcentagem de savana e agricultura, e menor efeito na dispersão funcional numa escala mais fina. O que pode sugerir uma homogeneização funcional direcionada pelo uso do solo.
          Modelagem de distribuição para espécies sul-americanas de Podicipedidae
          Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
          Tipo Dissertação
          Data 06/06/2023
          Área ECOLOGIA
          Orientador(es)
          • Rudi Ricardo Laps
          Coorientador(es)
            Orientando(s)
            • Dinah Vitória dos Santos Madruga
            Banca
            • Demetrio Luis Guadagnin
            • Luisa Maria Diele Viegas Costa Silva
            • Thadeu Sobral de Souza
            Resumo Podicipedidae é uma família da Ordem Podicipediformes caracterizada por possuir adaptações morfológicas ao ambiente aquático. Esse grupo apresenta uma gama de ameaças e pressões de extinção, sendo elas, principalmente, as ações antrópicas, na qual podemos citar a introdução de espécies exóticas e invasoras, caça e degradação de habitat. Três espécies das vinte e duas da família já estão extintas, e outras oito são consideradas ameaçadas pela IUCN. Uma ferramenta para auxiliar na conservação desse grupo é a modelagem de distribuição de espécies, que identifica áreas potenciais de ocorrência para as espécies da família. O objetivo deste trabalho foi de identificar possíveis variáveis que influenciam a distribuição das espécies sul americanas de Podicipedidae e de prever cenários de distribuição potencial dessas espécies. Para isso, foram realizadas duas modelagens de distribuição de espécies para as espécies Sul americanas de Podicipedidae, sendo a primeira utilizando variáveis bioclimáticas e variáveis de uso de solo e a segunda utilizando apenas variáveis bioclimáticas. Nossos resultados apontaram que a precipitação em meses secos e a temperatura em meses frios são as variáveis que mais influenciam a distribuição desses seres vivos. Ao contrário do que esperávamos, as variáveis de uso de solo (presença de agricultura, presença de pecuária, utilização de nitrogênio e utilização de fósforo) não se provaram influentes na distribuição das espécies. Para cada espécie, 4 modelos foram gerados, um modelo utilizando o algoritmo BIOCLIM com variáveis bioclimáticas e de uso de solo, um modelo utilizando o algoritmo MaxEnt com as variáveis bioclimáticas e de uso de solo, um modelo BIOCLIM apenas com variáveis bioclimáticas e um modelo MaxEnt apenas com variáveis bioclimáticas. O algoritmo BIOCLIM apresentou distribuições potenciais mais restritas para as espécies, incluindo também a extinção de Podiceps taczanowskii e uma possível extinção de Podiceps gallardoi, enquanto isso, o algoritmo MaxEnt sugeriu novas áreas de ocorrência para as espécies, principalmente em regiões com características climáticas semelhantes.
            As interações tróficas de um pequeno peixe predador podem ser preditas pelas características ambientais? Um estudo de caso com Piabarchus stramineus (Characidae)
            Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
            Tipo Dissertação
            Data 14/04/2023
            Área ECOLOGIA
            Orientador(es)
            • Yzel Rondon Súarez
            Coorientador(es)
              Orientando(s)
              • Karoline Aparecida de Sena
              Banca
              • CLARICE BERNHARDT FIALHO
              • Elaine Antoniassi Luiz Kashiwaqui
              • ROSEMARA FUGI
              Resumo Na literatura, encontramos muitos estudos que descrevem a alimentação de peixes e possibilitam caracterizar as suas dietas. Esses estudos deram luz a abordagem experimental para avaliar as interações entre as taxas de consumo e as características ambientais. Espécies generalistas usualmente alteram suas dietas de acordo com a disponibilidade no ambiente e, portanto, devem ter sua alimentação influenciada pelas características ambientais locais, que definem a diversidade e disponibilidade de recursos alimentares. Avaliamos se as características abióticas dos riachos pertencentes ao Alto Rio Paraná podem influenciar na estruturação das redes de interação trófica de uma espécie de peixe insetívora e de pequeno porte. Ao todo, analisamos a dieta de 425 espécimes em 17 trechos de riachos em três sub-bacias do Alto Rio Paraná, sendo o recurso mais representativo os insetos autóctones, seguido de insetos alóctones. A principal fonte de variação na dieta foi o comprimento dos indivíduos, seguida da variação espacial (sub-bacias), com maior amplitude de nicho trófico em riachos na porção inferior das bacias e com baixa condutividade elétrica da água. A rede trófica de P. stramineus não apresentou comportamento aninhado. Não constatamos variabilidade na posição trófica em resposta ao gradiente ambiental, no entanto, a complexidade das redes tróficas, modularidade e especialização complementar foram significativamente explicadas pela altitude e condutividade elétrica da água. Portanto, nossos dados demonstram que as características ambientais podem influenciar na estruturação das redes de interação entre P. stramineus e suas presas.
              Comportamento reprodutivo e territorialidade de tocas do tatu- bolinha (Tolypeutes matacus)
              Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
              Tipo Dissertação
              Data 10/03/2023
              Área ECOLOGIA
              Orientador(es)
              • Guilherme de Miranda Mourão
              Coorientador(es)
              • Nina Attias
              Orientando(s)
              • Amanda de Melo
              Banca
              • Adriana Bocchiglieri
              • Alessandra Bertassoni da Silva
              • Arnaud Léonard Jean Desbiez
              • Guilherme de Miranda Mourão
              Resumo Os tatus (Cingulata) de modo geral são pouco conhecidos e informações básicas sobre a
              biologia e ecologia são quase inexistentes para a maioria das espécies. Informações sobre
              ecologia espacial e o comportamento de acasalamento de espécies de vida livre possibilitam
              a elaboração de planos de conservação mais eficientes. Por isso, este estudo se propõe a
              descrever o repertório de comportamentos de acasalamento de tatus-bolinha (Tolypeutes
              matacus) em indivíduos de vida livre e o uso espacial do território de toca. No primeiro
              capítulo, objetivamos descrever aspectos da biologia comportamental de acasalamento dos
              tatus-bolinha, através da observação direta de grupo focal. Para isto, fêmeas foram
              monitoradas via rádio telemetria VHF. Durante o monitoramento, ao menos 4 fêmeas
              entraram em estro. Foram registrados os seguintes repertórios comportamentais associados
              ao acasalamento: os "rallies" de perseguição dos machos às fêmeas em estro, disputas
              agonísticas entre machos para o acesso a fêmea receptiva, implantação de plugue copulatório
              na genitália da fêmea após a cópula, sendo esse o primeiro registro de plugue copulatório
              em tatus. Os comportamentos observados resultaram nas seguintes conclusões: a ocorrência
              de uma intensa competição entre machos para obter sucesso reprodutivo; a confirmação de
              um sistema de acasalamento promíscuo para esta espécie; as fêmeas têm estratégia de
              controle para a interrupção da cópula a qualquer momento, elas iniciam a corrida ou entram
              em uma toca; e a “colocação” de plugue copulatório com uma estratégia de guarda passiva
              do macho para obter acesso exclusivo à fêmea. O segundo discute a dinâmica espacial e o
              estabelecimento de um território de tocas por fêmeas de Tolypeutes matacus. Por meio do
              rastreamento de fêmeas adultas e subadultas equipadas com rádio VHF, foram obtidas as
              localizações das tocas utilizadas por elas durante o repouso. Com os dados obtidos, foram
              calculados o tamanho do território de tocas, por meio do estimador MCP 95%. Em seguida,
              foi calculado o índice de sobreposição do território de tocas entre pares de indivíduos
              vizinhos. Para determinar a longevidade dos tatus-bolinha na área de estudo. Para tal
              objetivo, foram comparadas fotografias do escudo cefálico de todos os tatus capturados neste
              estudo com os de um estudo anterior, de 2015, constatando a recaptura de quatro indivíduos.
              Com relação ao território de tocas observamos que as fêmeas monitoradas preferencialmente
              mantém áreas exclusivas em relação às outras fêmeas. Adicionalmente, pudemos concluir
              que os tatus-bolinha vivem mais de sete anos em vida livre.
              Padrões de coocorrência, períodos de atividade e a influência do uso do solo sobre a probabilidade de ocorrência de anfíbios anuros da porção centro-sul do Cerrado
              Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
              Tipo Tese
              Data 27/01/2023
              Área ECOLOGIA
              Orientador(es)
              • Cynthia Peralta De Almeida Prado
              Coorientador(es)
              • Alessandro Ribeiro de Morais
              Orientando(s)
              • Tainã Lucas Andreani
              Banca
              • Cinthia Aguirre Brasileiro
              • Cynthia Peralta De Almeida Prado
              • Franco Leandro de Souza
              • Paula Cabral Eterovick
              • Rogério Pereira Bastos
              Resumo A modificação de ecossistemas para fins agrícolas pode desencadear efeitos negativos sobre a biodiversidade por meio de muitos processos, como a perda e fragmentação de hábitat, que podem ser observados em diversos táxons. Isto é especialmente importante para as espécies de anfíbios, que apresentam variadas exigências em seus diferentes estágios de vida, levando-os a ser considerados como o grupo de vertebrados mais ameaçados de extinção. Assim, por meio de uma amostragem ao longo da porção centro-sul do Cerrado e utilizando modelos de probabilidade de ocorrência, no capítulo 1 avaliamos a influência dos principais tipos de usos do solo sobre as espécies de anfíbios anuros de áreas abertas. Ao longo do capítulo 2 apresentamos os resultados destas avaliações para espécies encontradas dentro de fragmentos florestais do bioma. Além disso, no capítulo 3 apresentamos os padrões de atividade das espécies, testando a hipótese de retenção de informação filogenética nestes padrões. Neste capítulo também descrevemos as relações de coocorrência espacial e temporal entre as espécies de anuros registradas. No capítulo 1, encontramos que as diferentes porcentagens de cobertura do solo exerceram influência sobre a ocorrência de algumas espécies de anuros ao longo do Cerrado de maneira espécie-específica. Para espécies registradas em fragmentos florestais (capítulo 2), não detectamos efeitos significativos da cobertura florestal sobre a ocorrência de anuros, com exceção de Barycholos ternetzi, o que poderia ser explicado pelo hábito generalista da maioria das espécies de Cerrado. Por fim, no capítulo 3, a maioria das coocorrências positivas registradas sugere uma partição das dimensões espacial e temporal do nicho acústico em locais que, provavelmente, atendem às demandas ecológicas similares das espécies. Adicionalmente, detectamos sinal filogenético nos padrões de atividade de vocalização em diferentes horários do dia. Nossos resultados sugerem que mesmo espécies com ampla distribuição pelo Cerrado, como o caso de Dendropsophus minutus e Boana sp. (gr. albopunctata), podem sofrer efeitos adversos sobre sua ocorrência, causados por alterações antrópicas. A descrição desses resultados é importante para a construção de ações de conservação e manejo de espécies de anuros, especialmente em um bioma considerado como um dos prioritários para a conservação da biodiversidade como o Cerrado.
              Biogeography and Evolution of Proceratophrys Miranda-Ribeiro, 1920 (Anura, Odontophrynidae)
              Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
              Tipo Tese
              Data 05/12/2022
              Área ECOLOGIA
              Orientador(es)
              • Diego Jose Santana Silva
              Coorientador(es)
              • Sarah Mangia Barros
              Orientando(s)
              • Carla da Silva Guimarães
              Banca
              • Diego Jose Santana Silva
              • Donald Beardsley Shepard
              • Felipe de Medeiros Magalhães
              • Rafael Felix de Magalhães
              • Thais Helena Condez
              Resumo América do Sul é um excelente cenário pra testar hipóteses evolutivas, dado sua complexidade histórica geoclimática que moldou sua paisagem possibilitando gerar e abrigar uma diversidade de espécies extraordinária. Proceratophrys é um gênero diverso de anura amplamente distribuído em diferentes ecorregiões, como Amazônia, Caatinga, Cerrado, Floresta de Chiquitano, Mata Atlântica, além de representar um grupo curioso com morfologias discrepantes entre espécies intimamente relacionadas. Através de abordagens filogenéticas, biogeográficas e métodos comparativos buscamos contemplar desde aspectos morfológicos utilizados na taxonomia até processos evolutivos associados a diversificação (genotípica e fenotípica) e distribuição das espécies ao longo da América do Sul. No Capítulo 1 nós revisamos e padronizamos as definições de caracteres morfológicos e morfométricos para todas espécies de Proceratophrys, totalizando uma lista comentada de 25 características, com suas terminologias, e seus respectivos estados (todos ilustrados), fortemente recomenda para descrições e comparações entre as espécies. Dessa forma pretendemos estabelecer uma referência para futuros trabalhos taxonômicos dentro do gênero. No Capítulo 2 estimamos uma filogenia molecular datada para Proceratophrys, e com base nela reconstruímos história biogeográfica e a evolução do estado ancestral para o apêndice palpebral. Recuperamos o gênero como monofilético, composto por dois clados principais bem suportados, um deles formado exclusivamente por espécies da Caatinga e outro pelas demais espécies (das demais ecorregiões). O ancestral comum do gênero foi estimado para o início do Eoceno, tendo surgido em uma região florestada entre a Mata Atlântica e a Caatinga, apresentando apêndice palpebral. Os processos de diversificação e dispersão dentro do gênero foram associadas ao histórico de expansão e retração entre as formações de áreas abertas e florestais provocadas pelas oscilações climáticas. Por fim, no Capítulo 3, nós realizamos uma filogeografia de P. boiei utilizando dados multi-loci afim de avaliar sua estruturação e diversificação, e os possíveis processos explicativos. Recuperamos três linhagens com evolução independente, que são filogenicamente coesas e bem suportadas, com alta diversidade genética cada uma, com antigos processos de diversificação durante Mioceno e Plioceno, e geograficamente estruturadas ao longo da porção sul da Mata Atlântica. Mostramos que características climáticas, tais como temperatura e precipitação, e distância geográfica moldaram a diversidade genética atual.
              Efeitos do fogo sobre os mamíferos de médio e grande porte na TI Kadiwéu, Porto Murtinho, Mato Grosso do Sul
              Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
              Tipo Dissertação
              Data 24/11/2022
              Área ECOLOGIA
              Orientador(es)
              • Danilo Bandini Ribeiro
              Coorientador(es)
                Orientando(s)
                • Anny de Moraes Costa
                Banca
                • Cyntia Cavalcante Santos
                • Danilo Bandini Ribeiro
                • Mauricio de Almeida Gomes
                • Vania Regina Pivello
                Resumo As terras indígenas têm como tradição o manejo com uso do fogo, todavia, incêndios
                antropogênicos ou queimadas em períodos indevidos podem ser prejudiciais para o
                meio ambiente. Neste estudo foi avaliado a influência de regimes de fogo sobre a
                comunidade de mamíferos de médio e grande porte na Terra Indígena (TI) Kadiwéu, em
                Porto Murtinho/MS. Para tanto, classificou-se a paisagem em 4 tratamentos amostrais

                considerando frequência (alta ou baixa) e último período de queima (precoce ou modal-
                tardio). Foram utilizadas câmeras trap e busca ativa de mamíferos no entorno das

                câmeras. Os tratamentos foram comparados em relação a composição, riqueza e
                abundância das espécies de mamíferos e da composição da paisagem. Ao todo,
                registrou-se 21 espécies de mamíferos de médio e grande porte. A composição, riqueza
                e abundância de espécies não diferiram significativamente entre os tratamentos bem
                como as diferenças na composição da paisagem. As espécies registradas distribuem-se
                amplamente por todas as fitofisionomias da área de estudo, ocorrendo em todos os tipos
                de áreas queimadas, sem nenhuma seleção aparente das espécies por algum tipo de área.
                Com isso, concluímos que os diferentes regimes de fogo aliados às diferenças na
                composição da paisagem, não são fatores determinantes na estrutura da comunidade de
                mamíferos de médio e grande porte na TI Kadwéu, pois as espécies estiveram presentes
                na maioria dos tratamentos. Por fim, ressalta-se a importância da área para conservação
                e preservação de espécies, sendo fundamental para a manutenção da biodiversidade
                regional, por possuir uma grande diversidade local, incluindo espécies ameaçadas de
                extinção, que estão adaptada aos diferentes regimes de fogo.
                Relation between restoration public policies and human development at the global level
                Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                Tipo Dissertação
                Data 31/10/2022
                Área ECOLOGIA
                Orientador(es)
                • Leticia Couto Garcia Ribeiro
                Coorientador(es)
                  Orientando(s)
                  • Leonardo de Oliveira Parangaba
                  Banca
                  • Jose Manuel Ochoa Quintero
                  • Leticia Couto Garcia Ribeiro
                  • LUIZ MAURO BARBOSA
                  • Miguel Antonio de Goes Calmon
                  Resumo O desenvolvimento é um processo necessário para o avanço da sociedade. Entretanto este avanço faz com que o uso dos recursos naturais aumente em proporções cada vez maiores gerando impactos para os ecossistemas. Nos últimos 30 anos, mais de 400 milhões de hectares de florestas foram desmatadas em razão de atividades antrópicas, principalmente a agricultura. Nesse sentido, há uma necessidade de políticas públicas que determinem o uso adequado desses recursos e sua restauração através de produções sustentáveis, em especial sistemas agroflorestais. Assim, o objetivo deste estudo foi revisar políticas públicas voltadas para a restauração em diversos países e avaliar sua relação com IDH e a perda de cobertura florestal desses países. Criamos um modelo de equação estrutural para determinar o efeito do IDH sobre o número de políticas públicas e as taxas de perda de cobertura florestal. Encontramos um total de 414 políticas públicas. O número de políticas públicas voltadas à restauração aumentou ao longo dos anos e isto pode ser relacionado a alguns marcos de compromissos internacionais. O modelo revela um efeito direto positivo entre o IDH e o número de políticas públicas, demonstrando que o nível de desenvolvimento de um país pode afetar a elaboração de políticas públicas voltadas à restauração. Esperávamos que países mais desenvolvidos apresentariam as menores taxas de desmatamento, visto que a pobreza e a desigualdade de renda estão correlacionadas com maior poluição e geralmente maior desmatamento, porém, isso não foi observado em nosso modelo. Nossos dados mostraram que apenas 22% de todas as políticas públicas apresentaram planos de monitoramento para ações de restauração, 7% pretendiam implementar sistemas agroflorestais como estratégia de restauração, e apenas 5% mencionaram o uso de espécies nativas. Por fim, o nível de desenvolvimento de um país pode influenciar o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a restauração, mas, para alcançar maior sucesso na reversão da perda da cobertura vegetal, é necessário um planejamento adequado, monitoramento e engajamento de todas as partes interessadas, sejam elas de governança pública, privada e da comunidade em geral.
                  Química envolvida na sexualidade de plantas: estudo de Cecropia pachystachya Trécul (Urticaceae)
                  Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                  Tipo Dissertação
                  Data 17/10/2022
                  Área ECOLOGIA
                  Orientador(es)
                  • Denise Brentan da Silva
                  Coorientador(es)
                  • Flavio Macedo Alves
                  Orientando(s)
                  • André Nunes da Silva
                  Banca
                  • Denise Brentan da Silva
                  • Fernando Batista da Costa
                  • Juliano Geraldo Amaral
                  • Simone de Pádua Teixeira
                  Resumo A expressão da sexualidade em plantas que apresentam a dioicia como sistema sexual pode dar origem a dimorfismos e a alocação de recursos. Embora evidências do dimorfismo químico sexual tenham sido relatado para diversas espécies, poucos trabalhos investigam a existência destes nas plantas. A existência de dimorfismos químicos pode impactar na utilização medicinal popular de diversas espécies, dado que as plantas masculinas e femininas podem apresentar uma composição química distinta, além de nos fornecerem novas perspectivas quanto a expressão sexual e suas implicações na ecologia destas espécies. Neste sentido, o objetivo deste projeto foi avaliar e comparar o perfil químico, sobretudo do metabolismo secundário, de indivíduos masculinos e femininos de C. pachystachyaatravés de uma abordagem metabolômica. Também determinamos a influência da seca e da cheia, estações características do Cerrado, no metabolismo secundário de C. pachystachya, uma espécie que apresenta grande importância para este ecossistema, incluindo sua relação com a espécie humana na medicina popular. Coletamos amostras do limbo foliar e de inflorescência de 10 indivíduos de C. pachystachya (5 plantas masculinas e 5 plantas femininas), a cada dois meses, ao longo de 1 ano. As amostras foram analisadas por CLAE-DAD-EM/EM a partir de uma análise metabolômica. Não encontramos evidências do dimorfismo sexual no limbo foliar desta espécie, embora a sazonalidade pareça interferir na intensidade de flavonóides, aumentando estes durante a seca. Já nas inflorescências encontramos dimorfismos químicos entre as inflorescências estaminadas e pistiladas, que possuem diferenças entre as classes expressas e entre metabólitos encontrados. As inflorescências, embora tenham o metabolismo influenciado pela expressão sexual, não parecem ter o metabolismo influenciado pelas estações do Cerrado.
                  Compreendendo a influência dos métodos de restauração na diversidade filogenética de arbóreas na Mata Atlântica
                  Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                  Tipo Dissertação
                  Data 30/09/2022
                  Área ECOLOGIA
                  Orientador(es)
                  • Leticia Couto Garcia Ribeiro
                  Coorientador(es)
                    Orientando(s)
                    • Renata Dias Silva
                    Banca
                    • DÉBORA CRISTINA ROTHER
                    • Flavio Macedo Alves
                    • Leticia Couto Garcia Ribeiro
                    • Marcela Firens da Silveira
                    Resumo Ao iniciar um projeto de restauração, são necessárias algumas avaliações da área para que sejam feitas escolhas mais adequadas à sua recuperação. Dentre as escolhas, o método de restauração (ativa ou passiva) é uma escolha relevante que deve ser usada de acordo com os objetivos do projeto, recursos financeiros, nível de resiliência e histórico de uso da terra do local. A maioria dos métodos de restauração não consideram a diversidade filogenética como um elemento importante. Entretanto, a Society for Ecological Restoration International sugere a avaliação da diversidade como um atributo determinante no sucesso da restauração ecológica. Dentre as várias formas existentes de diversidade, a diversidade filogenética é um indicativo da história evolutiva das comunidades. Assim, nosso objetivo foi avaliar qual método de restauração, ativo ou passivo, promove uma maior diversidade filogenética de espécies arbóreas em áreas de restauração da Mata Atlântica. Para isso, consideramos idade, cobertura florestal e solo por serem fatores conhecidos por afetarem a taxa de recuperação florestal. Avaliamos espécies arbóreas de 36 áreas de restauração passiva e 13 áreas de restauração ativas presentes no Estado de São Paulo, utilizando a diversidade filogenética como métrica. Comparamos a diversidade filogenética entre os métodos de restauração e verificamos se a diversidade filogenética era influenciada pelo método de restauração, tempo de restauração e/ou porcentagem de areia utilizando uma PCoA e modelo linear generalizado (GLM). Nosso estudo mostra que a recuperação da diversidade filogenética da comunidade foi semelhante para ambas as estratégias de restauração, inseridas em matrizes de paisagem similares. Assim, áreas em restauração com estratégias passivas e ativas podem proporcionar valores similares de recuperação filogenética favorecendo também a colonização de genótipos nativos adaptados localmente, aptos a construir ecossistemas resilientes. Palavras-chave: Ecologia da restauração, Floresta Estacional Semidecidual, floresta tropical, filogenia, Recuperação de diversidade
                    Estrutura espacial de populações de Thrichomys fosteri em um complexo de pequenos fragmentos no Pantanal
                    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                    Tipo Tese
                    Data 23/09/2022
                    Área ECOLOGIA
                    Orientador(es)
                    • Mauricio de Almeida Gomes
                    Coorientador(es)
                      Orientando(s)
                      • Nayara Yoshie Sano
                      Banca
                      • Ana Paula Carmignotto
                      • Fabio de Oliveira Roque
                      • Marcus Vinicius Vieira
                      • Mauricio de Almeida Gomes
                      • Natália Oliveira Leiner
                      • Nilton Carlos Caceres
                      Resumo A perda e fragmentação dos ambientes naturais podem reduzir o tamanho de populações
                      locais, representando uma ameaça à persistência de algumas espécies. Por conta disso, o
                      estudo de metapopulações traz bases teóricas que são essenciais para o manejo de
                      espécies, onde as espécies conseguem se manter com um hábitat menor e descontínuo
                      através de trocas periódicas de indivíduos que mantém a variabilidade genética da
                      população. Essa tese tem o objetivo de entender como as populações de Thichomys
                      fosteri se mantém em uma área naturalmente fragmentada do Pantanal da Nhecolândia.
                      No primeiro capítulo, eu descrevo se há a troca de indivíduos entre os pequenos
                      fragmentos (conhecidos como capões) da região e como há a comunicação dos
                      indivíduos entre um grupo de 15 fragmentos. No segundo capítulo, eu averiguo se essa
                      troca de indivíduos é suficiente para considerar que há a formação de metapopulação e
                      vejo também de qual dos modelos teóricos essa população se aproxima mais.
                      Encontramos que a rede formada entre os capões apresenta modularidade e
                      especialização. Além disso, os resultados sugerem que as populações de Thichomys
                      fosteri formam uma metapopulação, com estrutura de fonte-sumidouro. Com isso,
                      consigo trazer um panorama sobre como as populações de pequenos mamíferos se
                      estruturam na paisagem e como eles conseguem manter populações estáveis ao longo do
                      tempo. Esse modelo pode ser extrapolado para outros organismos que consigam se
                      manter em paisagens fragmentadas, auxiliando no manejo e conservação de várias
                      espécies.
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