Efeito da heterogeneidade da paisagem e do habitat na comunidade de aves no oeste do Pantanal da Nhecolândia, Mato Grosso do Sul |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
22/12/2015 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Alexander Charles Lees
- Augusto Joao Piratelli
- Danilo Bandini Ribeiro
- Jose Manuel Ochoa Quintero
- Rudi Ricardo Laps
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Resumo |
Intervenções humanas na paisagem do Pantanal em detrimento da substituição de habitats florestais por pastagens nativas têm modificado sua estrutura e alterado processos ecológicos. O objetivo deste estudo foi avaliar a estrutura da paisagem e dos habitats, notadamente os florestais, no oeste do Pantanal da Nhecolândia, Mato Grosso do Sul. O estudo foi desenvolvido durante as estações chuvosa e seca em três áreas de estudo: Fazenda Nhumirim (setembro-outubro de 2012 e janeiro de 2013), área com pastagens nativas (fevereiro e agosto-setembro de 2013) e área com pastagens cultivadas (março e julho-agosto de 2013). Em cada área de estudo foi montada um grade de amostragem com seis trilhas paralelas de 5 km de comprimento e dispostas a cada 1 km no eixo Noroeste-Sudeste. Nessas grades amostrais foram obtidos dados totais e por transectos das áreas (ha) das unidades de paisagem através de classificação das imagens de satélite. Para os habitats florestais foram obtidos dados de área (ha), isolamento médio (m), cobertura de sub-bosque (%), cobertura de dossel (%), biomassa de serapilheira (kg/cm2), bem como a circunferência à altura do peito - CAP (cm) e a densidade das espécies vegetais arbóreas (indivíduos/cm2). A Fazenda Nhumirim apresentou os maiores valores de área de floresta (1097,24 ha), as quais estão mais conectadas, em média a 148,2 m de distância em relação às outras manchas florestais, quando comparadas às demais áreas amostradas na região. Entretanto, grande parte da área com pastagens nativas é composta por campos inundáveis (3298,80 ha) e as manchas florestais presentes, notadamente os capões, estão mais isoladas na paisagem (em média a 368 m das demais manchas de floresta). A presença de gado bovino no interior das manchas florestais promove drásticas alterações na estrutura do sub-bosque, que é significativamente menor em capões (48,2 a 38,2%) quando comparado às cordilheiras em (85,2 a 60,6%). Os capões apresentaram os menores valores de biomassa de serapilheira (0,367 a 0,318 kg/m2), comparados às cordilheiras, com 0,700 a 0,668 kg/m2. A densidade de espécies vegetais arbóreas foi significativamente menor em capões, com 0,075 indivíduos/m2. Intervenções humanas na paisagem do Pantanal, tais como a substituição da vegetação nativa por pastagens cultivadas, podem afetar drasticamente a estrutura e processos ecológicos nos habitats florestais. |
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Efeitos da dinâmica de inundação nas estratégias reprodutivas, na estrutura do banco de sementes e na diversidade funcional de comunidades de macrófitas aquáticas em lagoas do Pantanal |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
15/12/2015 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Arnildo Pott
- Geraldo Alves Damasceno Junior
- Juan Jose Neiff
- Luis Mauricio Bini
- Sidinei Magela Thomaz
- Yzel Rondon Súarez
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Resumo |
Os fatores ambientais e a disponibilidade de recursos refletem na funcionalidade das
comunidades, sendo de grande importância a compreensão dos processos que
influenciam a organização e o estabelecimento dos indivíduos e quais suas implicações
para a manutenção da biodiversidade e de processos ecossistêmicos. As plantas
aquáticas apresentam traços morfológicos, anatômicos e de história de vida que
minimizam os efeitos das variações dos diferentes fatores ambientais e da dinâmica das
planícies inundáveis, resultando em sucesso de colonização por estas espécies em
ambientes aquáticos. A propagação vegetativa e a dormência das sementes ou esporos
no solo permitem à maioria das espécies de macrófitas aquáticas resistirem a estes
fatores ambientais. Além disso, os traços funcionais das espécies definem as
comunidades que suportam filtros ambientais, sendo importante conhece-los e definilos.
Neste trabalho, pretendeu-se observar como a inundação influencia na estrutura das
comunidades de macrófitas aquáticas em lagoas. Foram avaliadas as comunidades
destas plantas em 20 lagoas, quantificando a porcentagem de cobertura das espécies; a
biomassa dos órgãos reprodutivos e de propagação vegetativa destas; a abundânciae
riqueza da comunidade do banco de sementes, analisando a composição deste entre os
perfis das lagoas, a flora local e os tipos de lagoas; e os traços funcionais de adaptação
das espécies à inundação. Observou-se que há o investimento equivalente em ambas as
estratégias de propagação – sexuada e vegetativa, não havendo interação significativa
entre fase hidrológica e o tipo de propagação; o banco de sementes não difere entre os
perfis das lagoas; a flora local é 43,12% similar ao banco de sementes; há tendência das
lagoas temporárias, permanentes e “vazantes” diferenciarem-se; o pulso de inundação
determina os grupos funcionais das comunidades nas lagoas nas diferentes fases da
inundação. Concluiu-se que as comunidades estão estruturadas em relação à inundação
sazonal, a qual age como um filtro ambiental sobre os aspectos funcionais das espécies.
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Variação temporal da comunidade de helmintos parasitos do morcego Nyctinomops laticaudatus em área urbana |
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Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
23/11/2015 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
- Luiz Eduardo Roland Tavares
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Cláudia Portes Santos Silva
- Gustavo Graciolli
- Marcelo Oscar Bordignon
- Reinaldo José da Silva
- Ricardo Massato Takemoto
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Resumo |
A variação temporal é um dos processos que determinam a montagem das
comunidades ecológicas, através de variações da disponibilidade de recursos, das
condições ambientais e das interações biológicas. As modificações que ocorrem ao longo
do tempo dos fatores bióticos e abióticos podem levar à variação da comunidade de
helmintos parasitos, tanto em espécies de ciclo de vida direto quanto os de ciclo de vida
indireto. O presente trabalho busca descrever a comunidade helmíntica parasitária de
Nyctinomops lataicaudatus (Chiroptera: Molossidae); verificar se essa comunidade é
influenciada por características morfológicas do hospedeiro, bem como pelo sexo do
hospedeiro e pelo tempo; e verificar se a composição e a estrutura da comunidade
parasitária variaram ao longo do tempo. Foram realizadas cinco campanhas durante um
ano, no Estádio Pedro Pedrossian, no município de Campo Grande-MS. Os descritores
populacionais (prevalência e abundância) e os comunitários do parasitismo (riqueza,
diversidade, uniformidade média) foram calculados para cada infracomunidade de todas as
campanhas realizadas. O coeficiente de correlação por posto de Spearman (rs) foi utilizado
para verificar uma possível correlação do Índice de Condição Corporal (ICC) com os
descritores comunitários do parasitismo de cada campanha. Um Modelo Linear
Generalizado Misto (GLMM) foi utilizado para verificar a relação da riqueza e da
abundância média com o sexo dos hospedeiros, com o tempo e com a interação entres
esses dois termos. Além disso, uma análise de Variância Permutacional (PERMANOVA) e
uma análise de escalonamento multidimensional não métrico (NMDS) foram realizadas
para verificar se a composição e a estrutura da comunidade endoparasitária variaram ao
longo do tempo estudado. A comunidade endoparasitária foi composta por uma espécie de
cestoda e três espécies de nematodas, a abundância total esteve relacionada com o tempo e
com o sexo dos hospedeiros e tanto a composição quanto a estrutura da comunidade de
helmintos parasitos variaram ao longo do tempo estudado.
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Ecological drivers of aquatic metacommunities in a riverine network |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
20/11/2015 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Adriano Sanchez Melo
- Luis Mauricio Bini
- Pitágoras Bispo da Conceição
- Rafael Dettogni Guariento
- Rhainer Guillermo Nascimento Ferreira
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Resumo |
A ecologia de metacomunidades reconhece que tanto fatores ambientais quanto
espaciais afetam a estrutura de comunidades. Bacias hidrográficas, sistemas
hierárquicos complexos conectados por fluxo de água, podem ser usadas em estudos
ecológicos como áreas naturais onde: i) sistemas de biomonitoramento podem ser
implementados e ii) processos relacionados a dispersão ocorrem e podem ser
representados pela configuração espacial entre pontos amostrais. Nessa tese, eu
investiguei os processos ecológicos responsáveis por afetar a estrutura de
metacomunidades em uma bacia hidrográfica em três capítulos complementares. No
primeiro capítulo, eu procurei entender a resposta de larvas e adultos de libélulas,
organismos que sofrem mudança ontogenética de nicho, a um gradiente ambiental e quanto de informação em relação a esse gradiente é compartilhada entre diferentes
estágios de vida. No segundo capítulo, eu busquei compreender se os mesmos processos
ecológicos afetam larvas e adultos, usando tanto preditores ambientais e dimensões
espaciais onde a dispersão pode ocorrer. O último capítulo, eu investiguei se
componentes ambientais e/ou espaciais (distâncias por terra, água e conectividade)
foram determinantes da variação entre sítios de comunidades de insetos aquáticos com
diferentes capacidades dispersoras e se a medida de conectividade melhora a detecção
de processos relacionados a dispersão em relação aos outros componentes espaciais. Em
geral, organismos que sofrem mudança ontogenética de nicho são afetados por variáveis
ambientais (paradigma escolha de espécies), e larvas e adultos podem ser utilizados
como bioindicadores de impactos relacionados a pecuária. Por considerar mudanças
ontogenéticas de nicho no contexto de biomonitoramento e metacomunidades, essa tese
avança no sentido de conectar os sistemas terrestres e aquáticos, abrindo um caminho
para futuros estudos. O paradigma escolha de espécies também foi o principal
mecanismo responsável pela variação de comunidades de insetos aquáticos com
diferentes habilidades de dispersão entre sítios. A medida de conectividade derivada da
teoria de grafos não melhorou a explicação de processos espaciais comparado as
distâncias calculadas por terra e água, porém ela captura um arranjo espacial diferente.
Assim, mudanças ontogenéticas de nicho e redes dendríticas auxiliam no entendimento
dos processos ecológicos estruturadores de metacomunidades.
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Ecologia Molecular de Leguminosae e Cactaceae no Cerrado e Chaco: Fenologia, Filogeografia e Genética de Populações |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
13/11/2015 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Aline Pedroso Lorenz
- Andreia Carina Turchetto Zolet
- Angela Lucia Bagnatori Sartori
- Camila Martini Zanella
- Gecele Matos Paggi
- Mariana Pires de Campos Telles
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Resumo |
No Brasil, o Cerrado e o Chaco, juntamente com a Caatinga, fazem parte da diagonal de formações vegetacionais abertas e dividem duas grandes florestas tropicais: a Amazônica e a Atlântica. Em geral, essas formações apresentam secas sazonais, com vegetação adaptada, distribuições complexas e, quando comparada às florestas tropicais úmidas, apresentam poucos estudos relacionados aos mais variados temas, como fertilidade do solo, biodiversidade, dinâmica populacional, estrutura genética e conservação.
Estudos que avaliem a distribuição geográfica da variabilidade genética de espécies dessas regiões abertas, sobretudo daquelas espécies filogeneticamente relacionadas que compartilham atributos ecológicos e traços comuns de história evolutiva, podem fornecer informações importantes sobre as respostas demográficas das populações adaptadas ao estresse hídrico durante oscilações climáticas passadas. Entretanto, por vezes a ampla distribuição geográfica das espécies dificulta uma correta avaliação dos aspectos ecológicos e evolutivos das populações, devido principalmente à dificuldade em se acessar as populações naturais ao longo de toda sua extensão. Uma saída é o uso de coleções biológicas, e em especial as exsicatas de plantas, pois permite a obtenção de amostras de uma grande variedade taxonômica e geográfica, sendo especialmente útil em estudos de espécies com ampla distribuição.
Para melhor compreender os processos relacionados a origem, evolução e manutenção da biodiversidade dessas formações abertas brasileiras, estudamos os padrões fenológicos (por meio de registros de herbários) e filogeográficos (aliados com modelagem de nicho ambiental) de duas espécies arbóreas do Cerrado (Leptolobium dasycarpum e L. elegans, Leguminosae - Papilionoideae), e também avaliamos a estrutura genética populacional de uma espécie de cacto (Echinopsis rhodotricha, Cactaceae — Trichocereeae) presente no Chaco brasileiro.
As duas espécies de Leguminosae apresentaram uma tendência para a floração e frutificação tardia com o aumento da chuva, porém, a temperatura parece ter influenciado apenas a floração de L. dasycarpum, levando à um aumento da data de floração.
As análises filogeográficas baseadas em regiões do DNA cloroplastidial e nuclear revelaram o compartilhamento de haplótipos entre L. dasycarpum e L. elegans. As populações são fortemente estruturadas, mas sem a formação de grupos geográficos diferenciados. As análises demográficas indicaram estabilidade populacional prolongada, corroborada pela modelagem de nicho ambiental das espécies.
Por meio dos marcadores microssatélites desenvolvidos para Echinopsis rhodotricha vimos que, na região do Chaco brasileiro, essa espécie apresenta baixa estruturação populacional e índices de diversidade genética semelhantes a outras espécies de Cactaceae. Além disso, a amplificação desses marcadores em outras espécies de Cactaceae foi bem-sucedida, sobretudo nos exemplares pertencentes à tribo Trichocereeae, contribuindo para a realização de estudos de estrutura populacional, diversidade genética e fluxo gênico em populações de outras espécies de cactos que ocorrem na região.
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Effects of habitat loss and fragmentation on small mammals in a tropical South-American Savanna: an ecological and functional approach |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
22/09/2015 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Cristian de Sales Dambros
- Daniel de Brito Candido da Silva
- Leandro da Silva Duarte
- Maurício Eduardo Graipel
- Thomas Püettker
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Resumo |
A fragmentação e perda de habitat são as principais ameaças atuais a biodiversidade. Muitos estudos têm sido realizados com o intuito de investigar a resposta das espécies as alterações em seu habitat. Com a expansão do conhecimento na área, muitas questões ainda continuam sendo debatidas, seja pela divergência de resultados entre diferentes estudos ou pelo surgimento de novas teorias e hipóteses. Entre elas, a aplicabilidade da teoria de biogeografia de ilhas em áreas terrestres fragmentadas, limiares de extinção e fragmentação, hipótese do "habitat amount" e alterações na estrutura funcional e filogenética de metacomunidades em paisagens fragmentadas são questões ainda pertinentes. O Cerrado é considerado um "hotspot" para conservação da biodiversidade, porém poucos estudos têm sido conduzidos na região para avaliar o efeito da fragmentação sobre sua fauna, a despeito da rápida conversão de suas áreas naturais em áreas antropizadas nas últimas décadas. Nesta tese meu objetivo principal foi investigar a resposta de pequenos mamíferos do Cerrado à fragmentação e perda de habitat sob diferentes enfoques. Por meio de um extenso esforço de captura em 54 fragmentos florestais e em paisagens com variações na quantidade de cobertura vegetal, avaliei a resposta de roedores e marsupiais em relação à fragmentação (tamanho e isolamento do fragmento e quantidade de vegetação na paisagem). Mais especificamente, foram avaliados: 1- o efeito do tamanho do fragmento em paisagens de 22.500 ha com diferentes níveis de cobertura vegetal remanescente (10, 30 e 50%). 2 – testei a hipótese do "habitat amount" em paisagens locais (buffers de 250 a 6000 m de raio) utilizando subconjuntos dos pontos amostrais de forma a controlar a variação entre tamanho e isolamento do fragmento e quantidade de vegetação na paisagem. 3 - Avaliei como as comunidades respondem à fragmentação em uma perspectiva funcional e filogenética. De forma geral, meus resultados mostraram que a quantidade de vegetação na paisagem é o fator mais importante para predizer a riqueza de espécies, o tamanho do fragmento por sua vez teve um papel secundário. Já a abundância de espécies generalistas aumenta tanto em paisagens com menor quantidade de vegetação quanto em fragmentos menores. Meus dados corroboraram a hipótese do "habitat amount", ou seja, de forma geral quando controlei a variação na quantidade de vegetação na paisagem, o tamanho do fragmento e isolamento deixaram de ter efeito sobre a riqueza de espécies especialistas. Porém, encontrei relação com o tamanho de fragmento em paisagens com níveis intermediários de fragmentação. Ainda, a estrutura filogenética das comunidades sofreu alteração em relação ao tamanho de fragmento, sendo que em fragmentos menores marsupiais são mais abundantes que roedores, enquanto que os últimos são mais comuns em fragmentos maiores. Em relação à estrutura funcional das comunidades, o gradiente de fragmentação funcionou como filtro ambiental para as espécies. Por outro lado, locais mais preservados (em relação tanto ao tamanho do fragmento quanto à quantidade de vegetação) apresentaram maior diversidade funcional. Este é o primeiro estudo com esforço amostral substancial no Cerrado avaliando o efeito da fragmentação, com réplicas não só a nível de fragmento, mas também a nível de paisagem. Estes resultados evidenciam que a perda de habitat, e secundariamente a fragmentação, resultam em alterações substanciais nas comunidades de pequenos mamíferos sob diversos enfoques. Há alterações na riqueza, abundância, composição de espécies e estrutura funcional e filogenética em relação ao gradiente de fragmentação e perda de habitat. Estes resultados deverão auxiliar os tomadores de decisão sobre medidas de conservação nesta região tão diversa e única. |
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Fatores ambientais e espaciais explicam diferentes dimensões da beta diversidade em escalas espaciais distintas |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
22/09/2015 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- José Luiz Massao Moreira Sugai
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Banca |
- Diego Jose Santana Silva
- Fabio de Oliveira Roque
- Fernando Rodrigues da Silva
- Franco Leandro de Souza
- Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos
- Victor Lemes Landeiro
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Resumo |
A diversidade beta (β) refere-se à variação na composição de espécies e representa a
ligação direta entre a diversidade alfa e gama. Tradicionalmente aborda-se a importância
de fatores relacionados ao nicho, e estocásticos ganharam mais atenção após a
publicação da teoria neutra e da difusão do conceito de metacomunidades. No primeiro
capítulo dessa tese analisamos os padrões de diversidade beta taxonômica de anuros
arborícolas e terrestres em escala espacial local, identificando a importância de
processos determinísticos relacionados ao nicho das espécies e estocásticos relacionados
à neutralidade das espécies nos padrões das metacomunidades. No segundo, analisamos
os padrões de diversidade beta taxonômica e filogenética de anuros em geral, apenas da
família Hylidae e apenas Leptodactylidae em escala continental, incluindo também
fatores históricos como variável explicativa. Nossos resultados mostram a importância
de utilizar os diferentes componentes dos índices de diversidade beta e de decompor a
matriz resposta original em grupos de espécies com características funcionais
semelhantes. Recomendamos que futuros estudos sobre padrões de diversidade beta
utilizem fatores espaciais representados também por matrizes de distâncias menos
custosas para a dispersão das espécies entre as unidades amostrais geradas a partir de
dos dados de resistência imposta pela da paisagem na dispersão.
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Influência da paisagem em diferentes escalas na probabilidade de ocupação de pequenos mamíferos em uma área fragmentada de Mata Atlântica |
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Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
08/09/2015 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Fabio de Oliveira Roque
- Helena De Godoy Bergallo
- Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos
- Milton Cezar Ribeiro
- Renata Pardini
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Resumo |
A maioria do conhecimento disponível sobre os efeitos da fragmentação e suas
influências sobre as populações vem de estudos conduzidos na escala de mancha. No
entanto, manchas de habitat são partes do mosaico da paisagem e a presença de espécies
em uma mancha pode ser em função não apenas do seu tamanho ou isolamento, mas
também dos habitats da vizinhança. Ainda assim, poucos estudos investigando a
influência da estrutura da paisagem na distribuição de vertebrados consideraram a
heterogeneidade dos tipos de matriz. Nós realizamos um estudo na escala de paisagem
para avaliar a importância relativa do tipo de habitat, de componentes e da configuração
da paisagem (considerando a heterogeneidade funcional da matriz) nas probabilidades
de ocupação do roedor especialista de floresta, Oecomys cleberi, e do marsupial
generalista de habitat, Didelphis albiventris. Nós amostramos um sítio amostral
(localizados em área de floresta ou matriz) em 40 paisagens de 500m de raio em uma
área altamente fragmentada de Mata Atlântica. Os modelos mais plausíveis incluíam a
quantidade de mata remanescente disponível, com efeitos positivos tanto para a ocupação
da espécie especialista de floresta quanto para a espécie generalista e, ao
contrário do esperado a composição da matriz também foi relevante, embora com
menos força, para a ocupação da espécie especialista, mas não da espécie generalista.
Ainda que a grande maioria das paisagens apresentaram porcentagens inferiores ao
limiar de fragmentação (30%) abaixo do qual seria esperado que os efeitos do arranjo
espacial começassem a aparecer, seu efeito isolado no presente estudo não foi
corroborado para nenhuma das espécies analisadas. Nossos resultados mostraram que, a
despeito das diferenças na habilidade de utilizar diferentes tipos de matrizes, a
quantidade de mata remanescente foi o principal responsável pelos padrões de ocupação
de ambas espécies analisadas, e reforçam a importância do desenvolvimento de planos
de conservação que considerem processos na escala de paisagem.
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O papel das Áreas de Proteção Permanente e da Reserva Legal na conservação de mamíferos de médio e grande porte e como abrigo do javali em duas áreas de agroecossistemas no estado de Mato Grosso do Sul |
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Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
28/08/2015 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
- Guilherme de Miranda Mourão
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Carlos Henrique Salvador de Oliveira
- Erich Arnold Fischer
- Flávio Henrique Guimarães Rodrigues
- Rita de Cássia Bianchi
- Ubiratan Piovezan
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Resumo |
Nas últimas décadas, a atividade agropecuária tem sido responsável por grandes mudanças na paisagem do Brasil, especialmente no Cerrado e Mata Atlântica, configurando
uma perda exponencial de habitats florestados, bem como matas ciliares e outras áreas de proteção permanente. Muitas espécies de animais e os próprios cursos d’água são ameaçados
pela atividade agropecuária, colocando em risco o futuro da biodiversidade do país. Além disso, a introdução de espécies exóticas invasoras, como o javali, compromete a qualidade
do ambiente, além de configurar uma grande ameaça às espécies locais. Os objetivos deste estudo foram averiguar a riqueza e composição da comunidade de mamíferos que ocorre em
duas áreas de agroecossistema no sul do estado de Mato Grosso do Sul através de armadilhamentos fotográficos, e averiguar se a distância da câmera em relação ao corpo
d'água mais próximo e em relação ao maior fragmento ordenam a estrutura da comunidade
de mamíferos, bem como criar um modelo de ocupação para cães e javalis e verificar se as
duas espécies ocupam os mesmos ambientes ou se evitam. Foi realizado uma Análise de
componentes principais (Pcoa) a fim de verificar a proximidade ou distância entre as
comunidades de mamíferos fotografados e, também, verificar a relação entre um gradiente
de distância da água e do maior fragmento de mata com a composição de espécies. O
modelo de ocupação para cães e javalis utilizado foi o de uma única estação para duas
espécies com a parameterização phi/delta, realizado no programa Presence. A riqueza foi de
26 espécies de mamíferos terrestres, de médio e grande porte, dos quais 22 espécies nativas
e quatro domésticas (cachorro, cavalo, gado bovino e javali). Dentre essas 22 espécies, 13 encontram-se listadas em alguma das categorias da lista nacional ou das listas estaduais de
espécies ameaçadas de extinção do Ministério do Meio Ambiente, das quais 4 encontram-se
como vulnerável na lista da IUCN. As espécies que ocorreram com maior frequência em
todos os habitats foram javali e anta, respectivamente. As distâncias da água (p=0,002) e do 2
fragmento mais próximo (p=0,02) ordenaram a comunidade (R²= 0,5), de modo que quanto
mais próxima da água e quanto mais conectada com um fragmento, mais "completa" a
comunidade que ocupa o local. Os resultados sugerem a importância de se manter
preservados os corpos d’água e os fragmentos de mata nativa nessas propriedades rurais. A
probabilidade de ocupação de um determinado ambiente para javalis (ѱ=0,75) e cães
(ѱ=0,71) diferiu pouco. A análise de ocupação para duas espécies em uma única estação
mostrou que elas quase não se evitam (φ=0,95), ocupando praticamente os mesmos
ambientes. Para javalis e cães, p e r tiveram os mesmos valores (p=0,26; r=0,26), indicando
que esse resultado pode ser efeito do horário de atividade das duas espécies ou da escala
temporal utilizada.
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Variação intraespecífica do fenótipo e da dieta no morcego Noctilio albiventris |
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Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
12/08/2015 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Thiago Mateus Rocha dos Santos
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Banca |
- Carolina Ferreira Santos
- Erich Arnold Fischer
- Luiz Eduardo Roland Tavares
- Marcelo Rodrigues Nogueira
- Nilton Carlos Caceres
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Resumo |
A equivalência ecológica entre os indivíduos de uma espécie muitas vezes foi recorrente
na literatura e serviu de base para várias teorias. Entretanto, diversos trabalhos
mostraram o papel da variação individual como um importante fator ecológico e
evolutivo de modo que possam existir indivíduos especializados em diferentes recursos
em uma população. A competição intraespecífica e a existência de diferentes trocas
ecológicas (“trade-offs”) podem ser importantes fatores que promovem a especialização
individual. Noctilio albiventris é um morcego que apresenta grande variação
interindividual do fenótipo e baseando-se nesta característica este trabalho objetivou verificar o nível de especialização individual em uma população de N. albiventris e se
ele está ligado à variação fenotípica. Foi realizada uma análise de conteúdo estomacal e
com esses dados foi verificado o nível de especialização individual da população.
Características morfológicas de tamanho e de forma foram mensuradas através de
técnicas morfométricas. Os morcegos comeram apenas ordens de insetos e a população
apresentou baixo nível de especialização individual e baixa correlação entre a forma e
dieta. Houve variação de tamanho entre machos e fêmeas, porém alta sobreposição de
nicho entre esses grupos. A variação sexual, onde machos são maiores que fêmeas pode
ser explicada pela necessidade de machos defenderem sua permanência nas colônias. A
sobreposição de nicho entre os sexos indica que embora possuam tamanhos diferentes,os sexos não variam a dieta. O baixo nível de especialização individual da população e a
baixa diversidade de itens alimentares podem ser explicados pela época da coleta, final
da estação seca, onde a disponibilidade de recursos pode estar reduzida, forçando os
indivíduos a comerem o que está disponível e não aquilo para que estão adaptados ou
especializados.
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Seleção de áreas para reserva legal baseada em multicritérios: aplicação em projetos de assentamento |
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Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
12/08/2015 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
- Antonio Conceicao Paranhos Filho
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Alfredo Marcelo Grigio
- Jose Marcato Junior
- Normandes Matos da Silva
- Roberto Macedo Gamarra
- Yzel Rondon Súarez
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Resumo |
Geotecnologias são ferramentas que contribuem para ações de conservação da
biodiversidade, e se inserem no contexto de planejamento, execução e monitoramento
dessas ações conservacionistas onde o espaço e o tempo são variáveis essenciais. Entre
as ações de conservação, podemos citar a seleção de áreas, seja para criação de unidades
de conservação, para recuperação ou para a delimitação de reserva legal. As
geotecnologias, porém, nem sempre se encontram disponíveis. Assim, nesse contexto, o
uso de “softwares” livres se torna uma alternativa viável para planejamento e tomada de
decisões. O primeiro capítulo apresenta um panorama do uso dos “softwares” livres no
Brasil, demonstrando uma tendência de aumento no seu uso, destacando a área
ambiental. Dentro do tema, “softwares” livres, SIG e conservação da biodiversidade, o
segundo capítulo apresenta um método semi-automático para delimitação de reserva
legal em projetos de assentamentos que se apresenta como ferramenta acessível para
ações de conservação da biodiversidade.
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Metazoários parasitos de peixes: uma metanálise em trabalhos com abordagem temporal e ecologia de comunidades no Pantanal |
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Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
30/07/2015 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
- Luiz Eduardo Roland Tavares
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Cláudia Portes Santos Silva
- Gustavo Graciolli
- José Luis Luque Alejos
- Mauricio Laterça Martins
- Ricardo Massato Takemoto
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Resumo |
Uma das principais questões em ecologia é compreender os mecanismos que
determinam a composição e a montagem de comunidades. Considerando que as
comunidades ecológicas são reguladas por fatores bióticos e abióticos e que esses
fatores variam no tempo, o ambiente pode agir como um importante agente estruturador
de comunidades. Esse trabalho tem por objetivo geral, verificar como as comunidades
parasitárias respondem às variações temporais do ambiente. O trabalho foi dividido em
três partes: 1) Uma metanálise foi utilizada para verificar a influência do tempo sobre a
similaridade das comunidades parasitárias de peixes, bem como para averiguar se há diferença na similaridade e na riqueza parasitária entre ambientes sazonais e não
sazonais; 2) Um estudo de caso foi realizado com o hospedeiro Psectrogaster
curviventris, a fim de verificar se há um decaimento temporal na similaridade da
estrutura das comunidades parasitárias na estação seca, em uma lagoa sob influência do
pulso de inundação no Pantanal; para o mesmo hospedeiro também foi verificado se as
comunidades parasitárias estão distribuídas de forma aninhada entre os hospedeiros ao
longo de estações secas e 3) A fauna parasitária do P. curviventris foi comparada com a
do hospedeiro sintópico Potamorhina squamoralevis, tanto na seca como na cheia.
Também testamos se a variabilidade entre as infracomunidades parasitárias é maior na estação cheia do que na seca, para as duas espécies de peixes. Não houve diferença nas
similaridades e na riqueza entre ambientes sazonais e não sazonais. Com os dados
obtidos por meio da metanálise e com a fauna parasitária de P. curviventris no Pantanal
sul, encontramos um decaimento temporal na similaridade da estrutura das comunidades
parasitárias. A fauna parasitária de P. curviventris não está distribuída de forma
aninhada entre as estações secas e não é similar à comunidade parasitária de P.
squamoralevis. Uma maior variabilidade na infracomunidade foi encontrada para P.
curviventris na estação cheia do que na seca e o contrário ocorreu para P.
squamoralevis. Nossos resultados fornecem evidências de que as comunidades
parasitárias respondem às variações no ambiente no decorrer do tempo e que as
diferenças intraespecíficas dos hospedeiros são cruciais para determinar a montagem
das comunidades parasitárias em estações seca e cheia do pantanal.
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Uso do espaço vertical por pequenos mamíferos não voadores em manchas florestais no Pantanal, Mato Grosso do Sul, Brasil. |
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Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
28/07/2015 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Carlos Henrique Salvador de Oliveira
- Diogo Loretto Medeiros
- Maron Galliez
- Nilton Carlos Caceres
- Rafael Dettogni Guariento
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Resumo |
A diversidade de espécies em um determinado ambiente reflete as diferenças na
composição do hábitat, sendo a partição de nicho o processo que permite a coexistência
entre as espécies. Alguns roedores e marsupiais desenvolveram adaptações que os
permitiram explorar os estratos superiores de hábitats florestais no Pantanal. Cada uma
destas espécies deve estar mais associada a um estrato ou a alguma característica do
hábitat. Portanto, este estudo teve por objetivo: verificar como se dá a distribuição dos
pequenos mamíferos nos estratos de hábitats florestais e avaliar a influência da
complexidade ambiental na distribuição dos mesmos. Utilizei 180 armadilhas de captura
viva dos tipos Tomahawk e Sherman, distribuídas em 20 pontos amostrais e iscadas
com rodelas de bananas e pasta de amendoim. Medi características ambientais como:
densidade de ramos e folhas, circunferência a altura do peito das árvores, circunferência
dos galhos e conectividade entre as árvores. Usei os modelos mistos e a modelagem de
ocupação para analisar os dados. Meus resultados mostraram que Thrichomys fosteri
utiliza mais o solo, enquanto Oecomys mamorae e Gracilinanus agilis foram mais
capturados nos estratos acima do solo (no sub-bosque ou no dossel). A probabilidade de
ocupação de T. fosteri foi influenciada positivamente pela densidade de ramos e folhas
em torno do ponto de captura e pela circunferência do galho onde a captura foi
realizada; a de O. mamorae sofreu influência negativa da circunferência do galho e
positiva da densidade de ramos e folhas ao redor da armadilha; e a ocupação de G.
agilis foi influenciada somente pela altura do ponto de captura. Deste modo, as espécies
estudadas se distribuem diferentemente no espaço tridimensional e existem
características estruturais dos hábitats florestais que influenciam sua probabilidade de
ocupação. A diferença no uso do hábitat, aliada à diversificação na dieta, reflete a
história evolutiva que resultou na segregação de nicho destas espécies.
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Efeitos da fragmentação florestal sobre comunidades de aves no Planalto da Bodoquena, Mato Grosso do Sul |
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Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
15/06/2015 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Danilo Bandini Ribeiro
- Danilo Boscolo
- Fabio de Oliveira Roque
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Resumo |
A fragmentação florestal é um processo que culmina na perda de área e separação dos remanescentes de um determinado
hábitat, podendo ter diversas origens, sendo a principal delas a conversão de áreas de hábitat natural em área de ocupação
humana, dedicadas majoritariamente a atividades agorpeccuárias. Os efeitos da fragmentação são principalmente a redução de
área e mudança na configuração dos remanescentes, ocasionando alterações nos padrões ecológicos regionais, que podem refletir
na perda de espécies. As Florestas Estacionais do interior do Brasil passaram por um forte processo de conversão de uso e
fragmentação, sendo que atualmente restam poucos remanescentes, a maioria em uma configuração fragmentada. Os objetivos
deste trabalho foram avaliar a variação na comunidade de aves em relação à área e isolamento dos ambientes de Florestas
Estacionais no Planalto da Bodoquena. Para tanto comparamos a comunidade de aves entre uma reserva de proteção integral
federal, o Parque Nacional da Serra da Bodoquena, formado principalmente por áreas de florestas estacionais, com as
comunidades de aves de seis fragmentos de mata desta mesma fitofisionomia, com diferentes áreas e graus de isolamento. As
amostragens ocorreram em um período descontínuo durante o ano de 2014, totalizando três campanhas onde as áreas amostradas
foram visitadas uma vez por campanha. Foram feitas análises de similaridade, aninhamento e de beta-diversidade para identificar
o principal fator de diferenciação entre as comunidades (aninhamento ou "turnover"), enquanto análises multivariadas foram
realizadas para descrever o grau de fragmentação, a estrutura da vegetação dos pontos de amostragem (PCA). A ordenação das
comunidades de aves foi feita por meio de análises de Escalonamento Multidimensional não Métrico (NMDS) E Análise de
Coordenadas Principais (PCOA). Modelos Lineares Generalizados (GLM) foram utilizados para relacionar as variáveis
ambientais com a riqueza total de aves florestais. Foram registradas 1 22 espécies pertencentes a 33 famílias e nove guildas
alimentares. As análises de beta-diversidade mostraram que a substituição de espécies entre os sítios ("turnover") é a principal
causa de variação na beta-diversidade. A composição de espécies de aves foi relacionada à fragmentação (tamanho da área, grau
de isolamento dos remanescentes) e com a estrutura do hábitat (altura do dossel e densidade de árvores), sendo que 17 espécies
foram significativamente correlacionadas com áreas maiores e mais conectadas, enquanto apenas uma espécie com áreas
menores e mais isoladas. A riqueza de espécies de aves foi negativamente correlacionada a fragmentação (GLM, n=35;
p=0,00054 R² 0,36)., As guildas de insetívoros de sub-bosque, frugívoros e insetívoros de dossel também tiveram suas riquezas
relacionadas à fragmentação (GLM n=35; p<0,001; R² = 0,65; GLM n=35; p<0,001; R² = 0,47; GLM n = 35; PCOA1 p = 0,004;
R² = 0,37; respectivamente), tendo apresentado maiores riquezas em áreas maiores e mais conectadas. Porém o que melhor
explicou a variação na riqueza dos psitacídeos e granívoros foi a estrutura do hábitat, sendo estas duas guildas relacionadas com
áreas menos estruturadas, com menor altura de dossel e menor densidade de árvores (GLM n = 35; p<0,001; R² = 0,46; GLM
n=35; p<0,001; R² = 0,2, respectivamente). Os resultados aqui apresentados sugerem que a conservação de espécies sensíveis à
perda e fragmentação de hábitat, principalmente grandes frugívoros e insetívoros de sub-bosque, assim como a conservação de
uma maior riqueza de espécies no Planalto da Bodoquena depende da preservação de áreas florestais grandes e conectadas.
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Área de vida de Gracilinanus agilis (Mammalia: Didelphimorphia) em uma área de cerradão, Mato Grosso do Sul, Brasil |
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Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
12/05/2015 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Emerson Monteiro Vieira
- Gustavo Graciolli
- Maurício Eduardo Graipel
- Natália Oliveira Leiner
- Thomas Puttker
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Resumo |
A utilização do espaço por machos e fêmeas de mamíferos pode variar de acordo com o dimorfismo
sexual, sistema de acasalamento e comportamento territorialista, a fim de garantir a otimização do
sucesso reprodutivo de cada sexo e suas interações com outras espécies. No presente estudo,
verificamos a área de vida de machos e fêmeas de Gracilinanus agilis em um fragmento de
cerradão no centro-oeste do Brasil. Para a captura dos indivíduos, foram utilizadas armadilhas
nacional tipo de arame no solo e “Sherman” dispostas no sub-bosque (1-2 metros), utilizando a
técnica de captura-marcação-recaptura (cmr). Vinte e quatro indivíduos de G. agilis tiveram suas
áreas de vida estimadas pelo método do Mínimo Polígono Convexo. A área de vida estimada para a
espécie foi de 0,38 ± 0,41 há, sendo a maior área de vida estimada foi para um macho, com 2,08 ha,
e a menor área para duas fêmeas, com 0,08 ha. Os resultados mostraram que o tamanho da área de
vida não variou de acordo com a massa dos indivíduos, e nem com os sexos. A sobreposição das
áreas de vidas de pares de machos são maiores do que a sobreposição entre pares de fêmeas. A
quantidade elevada de sobreposição entre áreas de vida dos machos indica que não há
comportamento territorialista para eles, diferentemente do que ocorre para as fêmeas, que quase não
tiveram sobreposição de suas áreas de vida. Um dos motivos para uma menor sobreposição entre as
fêmeas durante a época reprodutiva pode ser devido à proteção dos filhotes e a competição por
alimentos e, durante a época pré-reprodutiva, para as fêmeas, poderia ser atribuída à diminuição de
suas áreas de vida, devido à menor demanda energética.
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Análise trófica de comunidades de peixes em ambientes lóticos da bacia do rio Ivinhema, Alto Rio Paraná – Caracterização trófica, Estratégia Alimentar e Exploração do Nicho Trófico |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
23/01/2015 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Lidiani Queli Lubas Ximenes
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Banca |
- Jerry Magno Ferreira Penha
- José Sabino
- Karina Keyla Tondato de Carvalho
- Lilian Casatti
- Rosana Mazzoni Buchas
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Resumo |
A análise das características alimentares das espécies pode ser um ponto chave para o entendimento dos padrões estruturais de uma comunidade, pois a alimentação está diretamente relacionada com outros aspectos básicos da biologia das espécies como: a reprodução, o crescimento e a adaptação ao ambiente. Além da descrição da dieta, os estudos ecológicos necessitam de dados que permitam a compreensão da coexistência das espécies na comunidade, partindo do pressuposto que elas partilham os mesmos recursos e apresentam diversos mecanismos para evitar a competição inter e intraespecífica. Com objetivo de analisar o padrão trófico das espécies de peixes da Bacia do rio Ivinhema, este estudo foi organizado em dois capítulos elaborados a partir de um banco de dados de 13 anos de amostragens (2000 a 2012) realizadas ao longo da bacia. O primeiro capítulo foi elaborado com intuito de apresentar as características alimentares das espécies, determinar as guildas existentes na comunidade e as variações espaço-temporais na composição destas guildas. Os resultados evidenciaram que as espécies possuem uma grande variabilidade trófica que é afetada principalmente por alterações temporais na disponibilidade dos recursos e que mudanças altitudinais nos riachos têm forte influência na determinação das guildas encontradas. O segundo capítulo apresentou as estratégias alimentares das espécies, quantificando a amplitude trófica, a largura e a sobreposição de nicho alimentar. Verificou-se que a estratégia generalista é predominante na comunidade e que as espécies apresentam uma grande riqueza de itens explorados, porém com uma largura de nicho baixa e sobreposição alimentar intermediária. Concluímos que a comunidade de peixes da Bacia do rio Ivinhema apresenta um padrão de exploração dos recursos alimentares disponíveis, sendo que a maioria das espécies são oportunistas, apresentam uma alta flexibilidade alimentar que é influenciada por mudanças espaço-temporais na disponibilidade dos recursos e que a forma do uso dos recursos é um fator determinante para coexistência das espécies na comunidade. |
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Estruturação da comunidade de artrópodes em plantas. Como se organizam os inquilinos de Byrsonima intermedia (Malpighiaceae) e seu efeito sobre o sucesso reprodutivo |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
19/12/2014 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Augusto César de Aquino Ribas
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Banca |
- Andrea Cardoso de Araujo
- Camila Aoki
- Carlos Henrique Aguena Higa
- Marcelo de Oliveira Gonzaga
- Rogerio Rodrigues Faria
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Resumo |
Ecologia de comunidades visa entender como grupos de espécies se
distribuem na natureza, demonstrando as formas como estes são
influenciados pelos componentes abióticos e bióticos. Nesta tese tratamos dos
fatores importantes para a estruturação de comunidades de artrópodes
associadas a arbustos de Byrsonima intermedia. Demonstramos como a
variação na massa de folhas, botões, flores e frutos, altura e biomassa acima
do solo dos arbustos de B. intermedia influenciam a estrutura da comunidade
de aranhas e testamos através de modelos nulos a co-ocorrência de grupos na
comunidade de artrópodes associados a este arbusto. Para responder como a
comunidade de aranhas varia em função da estrutura do habitat,
representada pela fenologia e altura de arbustos B. intermedia, coletamos
aranhas e aferimos a massa de botões, flores, frutos e folhas e a altura de 46
plantas. Utilizamos modelos nulos avaliando o índice V-ratio baseado na
presença ou ausência das famílias de herbívoros e predadores para os mesmos
46 arbustos. A composição em famílias de aranhas dependeu da estrutura do
habitat, apresentando um padrão de substituição de espécies ao longo dos
gradientes de fenologia e altura das plantas, independentemente da biomassa
destas plantas. Já os dois índices V-ratio foram diferentes do acaso para a
comunidade de herbívoros, mas não para predadores. Sugerimos que a alta
especificidade de herbívoros ao habitat, que também representa seu recurso
alimentar, aumenta a chance de competição, enquanto predadores por
apresentarem maior variabilidade quanto aos recursos alimentares e a escolha
de habitat, devem diminuir a possibilidade de competição, exibindo
distribuição aleatória entre os arbustos, e desta forma sendo estruturados pela
complexidade do habitat. |
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Helminth parasites of amphibians: species richness and distribution in South America, and community ecology in Pantanal, Brazil |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
21/11/2014 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
- Luiz Eduardo Roland Tavares
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Gustavo Graciolli
- José Luis Luque Alejos
- Juan Tomás Timi
- Paulo Roberto Guimarães Junior
- Ricardo Massato Takemoto
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Resumo |
Este estudo investiga os padrões de riqueza e distribuição de helmintos parasitas de anfíbios em duas escalas
geográficas. Listamos os helmintos associados aos anfíbios da América do Sul (artigo 1) e a onze espécies de
anuros provenientes de uma região do Pantanal (artigo 4). Investigando a diversidade e padrão de interação,
encontramos uma correlação entre riqueza de helmintos e tamanho do hospedeiro, e um padrão aninhado
na rede de interações dos parasitos e anfíbios da América do Sul (artigo 2). Análises com hospedeiros do
Pantanal mostraram um padrão semelhante: relação positiva entre tamanho do hospedeiro e riqueza de
espécies de helmintos, e um padrão aninhado na rede de interações. Para anuros do Pantanal, descrevemos
também a diversidade taxonômica de parasitos, que não foi explicada pelas características do hospedeiro
(tamanho e hábito). A similaridade entre as comunidades de helmintos não foi explicada pela história
evolutiva dos hospedeiros. Um fator importante para a similaridade entre essas comunidades foi a baixa
especificidade, observada na maior parte das espécies de helmintos (artigo 5). O baixo grau de especificidade
foi observado também, mas em menor extensão, em anfíbios da América do Sul. Análises combinando
características de hospedeiros e parasitas mostraram que a especificidade dos helmintos é o principal
determinante do risco de coextinção de helmintos associados a anuros da América do Sul. (artigo 3). Um
outro fator importante na determinação da diversidade dos parasitos, é o ambiente em que o hospedeiro
está. Observamos no Pantanal, que anfíbios provenientes de uma área mais preservada (reserva ecológica)
tinham maior riqueza, prevalência e abundância de helmintos do que os coletados em uma área de pastagem
(artigo 6). |
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Partição de proteínas e detecção de atividade tríptica em morcegos filostomídeos em regiões de savana |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
14/11/2014 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
- Maria Ligia Rodrigues Macedo
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
- Fernando Henrique Martin Gonçalves
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Banca |
- Eliana Janet Sanjinez Argandona
- Maria Das Graças Machado Freire
- Maria João Veloso da Costa Ramos Pereira
- Rosani do Carmo de Oliveira Arruda
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Resumo |
Os morcegos filostomídeos são especializados em algum tipo de alimento, porém podem explorar eficientemente outros tipos de recursos e assim reduzir a sobreposição alimentar entre espécies e suprir necessidades fisiológicas, principalmente de proteínas. Os objetivos deste trabalho são descrever o perfil protéico do intestino de 15 espécies de morcegos filostomídeos, avaliar a similaridade entre as espécies com respeito aos níveis de proteínas e avaliar se a similaridade dos perfis protéicos dos intestinos está associada à proximidade filogenética. Os espécimes foram coletados em seis regiões de Savana e seus intestinos dissecados para extração de proteínas e posteriormente analisados através do método de eletroforese SDS-PAGE. As maiores concentrações de proteína total foram registradas em intestinos de Platyrrhinus lineatus, Lophostoma brasiliense e Glossophaga soricina. A ordenação (NMDS) em uma dimensão das espécies de filostomídeos baseada no perfil protéico encontrado no intestino dos morcegos aproximou as espécies em dois grupos compostos por membros de diferentes subfamílias. Adicionalmente, dentro de cada um desses grupos ocorreram subgrupos compostos por espécies de diferentes subfamílias e subgrupos compostos por espécies de mesma subfamília (Stenodermatinae). Morcegos filostomídeos são altamente especializados quanto ao tipo de alimento, e aqueles especializados em recursos cuja oferta é muito abundante, podem co-ocorrer e sobrepor suas dietas. Por outro lado, espécies especializadas em recursos escassos podem co-ocorrer com mais frequência com espécies que diferem quanto à dieta principal, evitando a sobreposição. A exploração de diferentes fontes de proteínas, conforme encontrado nesse estudo, pode ser resultado de estratégia de partição de recursos pouco abundantes para diminuir ou evitar a competição interespecífica, e de sobreposição de consumo de itens muito abundantes, que não parecem ser limitantes para espécies de stenodermatíneos, embora filogeneticamente próximas. |
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Padrões de distribuição espacial de Mutillidae (Hymenoptera, Aculeata) em relação à heterogeneidade espacial e à composição de espécies de hospedeiros em fragmentos de Cerrado no Brasil Central |
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Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
22/10/2014 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
- Alexandre Pires Aguiar
- Angélica Maria Penteado Martins Dias
- Danilo Bandini Ribeiro
- Jose Henrique Schoereder
- William Leslie Overal
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Resumo |
A hipótese da heterogeneidade de habitat vem tentando elucidar a relação da
distribuição dos animais com as variáveis ambientais. Para os insetos, têm sido encontrados
padrões diferentes em relação à distribuição quanto à heterogeneidade ambiental e não se sabe
ao certo o efeito na comunidade, sendo avaliadas somente algumas famílias. Hymenoptera é a
terceira maior ordem de insetos e estão entre os mais importantes agentes ecológicos em
ecossistemas terrestres, sendo responsáveis pelo controle de populações de outros insetos,
através da predação ou parasitoidismo, e a polinização de angiospermas. O conhecimento da
fauna de Hymenoptera pode ser utilizado como indicador para o estado de conservação da
fauna de artrópodes em escala local, por responder às alterações do habitat de forma rápida.
O Cerrado vem sofrendo perda de habitat nas últimas décadas, principalmente na região
sudeste e centro-oeste do Brasil e a sua fragmentação tornou-se um dos principais problemas
para o bioma. É evidente que para o Cerrado, a fauna de Hymenoptera ainda é pouco conhecida
e o efeito de fragmentação, assim como a estrutura do habitat, são fatores importantes para a
composição da comunidade. Desta forma, o tamanho, arranjo espacial e variações na
complexidade estrutural de fragmentos afetam a riqueza, composição e distribuição de
Hymenoptera no bioma do Cerrado, que por sua vez refletem as condições de composição da
entomofauna (Capítulo1).
Em relação à comunidade de Mutillidae temos uma estruturação da comunidade em
relação ao gradiente de área. A relação do esforço amostral/área não é prejudicada na
representação da comunidade ao utilizar-se 100 m2 como unidade amostral. A definição da
metodologia em estabelecer um esforço amostral definido por área/tempo representa uma
unidade amostral válida para comparações e aplicação de conceitos e teorias ecológicas para o
grupo, uma vez que os trabalhos básicos são sobre taxonomia e sistemática, sendo poucos os
com enfoque ecológico (Capítulo 2).
A distribuição espacial e temporal de Mutillidae segue o padrão esperado do modelopredador
presa com atraso temporal em relação aos hospedeiros e a heterogeneidade ambiental
é um fator que determina a estruturação da comunidade de hospedeiro-parasitoide. Dessa
forma, há uma ferramenta útil para prever as possíveis interações entre hospedeiro-parasitoide e
pode-se direcionar esforços para a busca da relação de parasitoidismo dentro da família
Mutillidae (Capítulo 3). |
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