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High-performance bioindicators for stream condition monitoring in tropical biodiversity hotspots
Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
Tipo Tese
Data 28/05/2019
Área ECOLOGIA APLICADA
Orientador(es)
    Orientando(s)
      Banca
      • ANDERSON FERREIRA
      • Danilo Bandini Ribeiro
      • Franco Leandro de Souza
      • Leandro Juen
      Resumo Em minha tese, avaliei a resposta de insetos aquáticos e peixes frente à perda de vegetação nativa em riachos tropicais, focando em três dimensões subexploradas, limiar ecológico, escala e custo monetário, relacionadas ao processo de seleção de indicadores em iniciativas de monitoramento de sistemas de água doce. Realizei também em um dos córregos um estudo específico na procura de resultados mais refinados a nível local para testar se diferentes densidades de carbono da madeira submergida influenciam os grupos funcionais de alimentação e a riqueza de espécies de insetos aquáticos. Usei dois modelos, a região cárstica do Planalto da Bodoquena, Centro-Oeste do Brasil e a Paisagem Natural Protegida Gran Piedra, Santiago de Cuba, Cuba, ambas as áreas localizadas dentro de dois hotspots de biodiversidade mundial. Identifiquei 25 espécies com potencial de indicação, 14 de insetos aquáticos e 11 de peixes. Entre elas, 13 espécies de insetos e peixes apresentam limiares claros frente à perda de vegetação nativa nos sistemas aquáticos deste modelo de estudo. Dentre os insetos aquáticos, os taxa que mostraram maior sensibilidade apresentaram limiares entre 10 e 25% de perda de vegetação nativa. Obtive resultados similares em termos do número de espécies em declínio de insetos aquáticos e peixes com respostas na escala de 100 metros, mas os insetos aquáticos mostraram uma maior sensibilidade do que peixes a mudanças na vegetação ripária em escala local. Mostrei, que o uso de indicadores é escala-dependente e que incluir a dimensão monetária é importante na seleção de indicadores de condições ecológicas e pode reduzir os custos na conservação e biomonitoramento. No segundo modelo, previ que madeiras mais duras abrigassem riqueza de espécies de insetos aquáticos e grupos funcionais diferentes das madeiras menos duras, e que grupos de coletores e filtradores fossem mais abundantes na madeira macia. Encontrei que Diptera e Ephemeroptera foram os grupos mais abundantes, e que as taxas de decomposição são diferentes entre as espécies de plantas. Mostrei evidências que a riqueza e a organização funcional de insetos aquáticos têm relação com às taxas de decomposição e a quantidade de lignina da madeira proveniente da vegetação ripária. Os resultados sugerem que os programas de biomonitoramento em sistemas aquáticos tropicais devem considerar o trade-offs custo-benefício na obtenção de informação, priorizando à viabilidade operacional e financeira e os grupos com maior sensibilidade, e que a seleção dos indicadores dependerá da escala de avalição. Outra mensagem em minha tese é que existe a possibilidade que a perda de árvores de alta densidade de carbono em florestas tropicais afete a biodiversidade aquática local com implicações na conservação e biomonitoramento.
      Bioindicadores de alta performance para monitoramento de condições de córregos em hotspots de biodiversidade tropical.
      Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
      Tipo Tese
      Data 28/05/2019
      Área ECOLOGIA APLICADA
      Orientador(es)
        Orientando(s)
          Banca
          • ANDERSON FERREIRA
          • Danilo Bandini Ribeiro
          • Franco Leandro de Souza
          • Leandro Juen
          Resumo Em minha tese, avaliei a resposta de insetos aquáticos e peixes frente à perda de vegetação nativa em riachos tropicais, focando em três dimensões subexploradas, limiar ecológico, escala e custo monetário, relacionadas ao processo de seleção de indicadores em iniciativas de monitoramento de sistemas de água doce. Realizei também em um dos córregos um estudo específico na procura de resultados mais refinados a nível local para testar se diferentes densidades de carbono da madeira submergida influenciam os grupos funcionais de alimentação e a riqueza de espécies de insetos aquáticos. Usei dois modelos, a região cárstica do Planalto da Bodoquena, Centro-Oeste do Brasil e a Paisagem Natural Protegida Gran Piedra, Santiago de Cuba, Cuba, ambas as áreas localizadas dentro de dois hotspots de biodiversidade mundial. Identifiquei 25 espécies com potencial de indicação, 14 de insetos aquáticos e 11 de peixes. Entre elas, 13 espécies de insetos e peixes apresentam limiares claros frente à perda de vegetação nativa nos sistemas aquáticos deste modelo de estudo. Dentre os insetos aquáticos, os taxa que mostraram maior sensibilidade apresentaram limiares entre 10 e 25% de perda de vegetação nativa. Obtive resultados similares em termos do número de espécies em declínio de insetos aquáticos e peixes com respostas na escala de 100 metros, mas os insetos aquáticos mostraram uma maior sensibilidade do que peixes a mudanças na vegetação ripária em escala local. Mostrei, que o uso de indicadores é escala-dependente e que incluir a dimensão monetária é importante na seleção de indicadores de condições ecológicas e pode reduzir os custos na conservação e biomonitoramento. No segundo modelo, previ que madeiras mais duras abrigassem riqueza de espécies de insetos aquáticos e grupos funcionais diferentes das madeiras menos duras, e que grupos de coletores e filtradores fossem mais abundantes na madeira macia. Encontrei que Diptera e Ephemeroptera foram os grupos mais abundantes, e que as taxas de decomposição são diferentes entre as espécies de plantas. Mostrei evidências que a riqueza e a organização funcional de insetos aquáticos têm relação com às taxas de decomposição e a quantidade de lignina da madeira proveniente da vegetação ripária. Os resultados sugerem que os programas de biomonitoramento em sistemas aquáticos tropicais devem considerar o trade-offs custo-benefício na obtenção de informação, priorizando à viabilidade operacional e financeira e os grupos com maior sensibilidade, e que a seleção dos indicadores dependerá da escala de avalição. Outra mensagem em minha tese é que existe a possibilidade que a perda de árvores de alta densidade de carbono em florestas tropicais afete a biodiversidade aquática local com implicações na conservação e biomonitoramento.
          Bioindicadores de alta performance para monitoramento de condições de córregos em hotspots de biodiversidade tropical.
          Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
          Tipo Tese
          Data 28/05/2019
          Área ECOLOGIA APLICADA
          Orientador(es)
          • Fabio de Oliveira Roque
          Orientando(s)
          • Bruno Téllez Martínez
          Banca
          • ANDERSON FERREIRA
          • Danilo Bandini Ribeiro
          • Franco Leandro de Souza
          • Leandro Juen
          Resumo Em minha tese, avaliei a resposta de insetos aquáticos e peixes frente à perda de vegetação nativa em riachos tropicais, focando em três dimensões subexploradas, limiar ecológico, escala e custo monetário, relacionadas ao processo de seleção de indicadores em iniciativas de monitoramento de sistemas de água doce. Realizei também em um dos córregos um estudo específico na procura de resultados mais refinados a nível local para testar se diferentes densidades de carbono da madeira submergida influenciam os grupos funcionais de alimentação e a riqueza de espécies de insetos aquáticos. Usei dois modelos, a região cárstica do Planalto da Bodoquena, Centro-Oeste do Brasil e a Paisagem Natural Protegida Gran Piedra, Santiago de Cuba, Cuba, ambas as áreas localizadas dentro de dois hotspots de biodiversidade mundial. Identifiquei 25 espécies com potencial de indicação, 14 de insetos aquáticos e 11 de peixes. Entre elas, 13 espécies de insetos e peixes apresentam limiares claros frente à perda de vegetação nativa nos sistemas aquáticos deste modelo de estudo. Dentre os insetos aquáticos, os taxa que mostraram maior sensibilidade apresentaram limiares entre 10 e 25% de perda de vegetação nativa. Obtive resultados similares em termos do número de espécies em declínio de insetos aquáticos e peixes com respostas na escala de 100 metros, mas os insetos aquáticos mostraram uma maior sensibilidade do que peixes a mudanças na vegetação ripária em escala local. Mostrei, que o uso de indicadores é escala-dependente e que incluir a dimensão monetária é importante na seleção de indicadores de condições ecológicas e pode reduzir os custos na conservação e biomonitoramento. No segundo modelo, previ que madeiras mais duras abrigassem riqueza de espécies de insetos aquáticos e grupos funcionais diferentes das madeiras menos duras, e que grupos de coletores e filtradores fossem mais abundantes na madeira macia. Encontrei que Diptera e Ephemeroptera foram os grupos mais abundantes, e que as taxas de decomposição são diferentes entre as espécies de plantas. Mostrei evidências que a riqueza e a organização funcional de insetos aquáticos têm relação com às taxas de decomposição e a quantidade de lignina da madeira proveniente da vegetação ripária. Os resultados sugerem que os programas de biomonitoramento em sistemas aquáticos tropicais devem considerar o trade-offs custo-benefício na obtenção de informação, priorizando à viabilidade operacional e financeira e os grupos com maior sensibilidade, e que a seleção dos indicadores dependerá da escala de avalição. Outra mensagem em minha tese é que existe a possibilidade que a perda de árvores de alta densidade de carbono em florestas tropicais afete a biodiversidade aquática local com implicações na conservação e biomonitoramento.
          Socioecologia da caça de subsistência em populações tradicionais do sudoeste da Amazônia
          Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
          Tipo Tese
          Data 18/01/2019
          Área ECOLOGIA APLICADA
          Orientador(es)
            Orientando(s)
              Banca
              • RAFAEL MORAIS CHIARAVALLOTI
              • Walfrido Moraes Tomás
              Resumo A carne de caça é consumida em grande escala por famílias tradicionais que vivem no interior de áreas protegidas ou próximas a elas na Amazônia. Nessa situação estão populações indígenas e rurais que habitam áreas remotas e vivem à margem da economia formal. Para elas a carne de caça é o principal recurso de subsistência, de grande importância social, nutricional e econômica. Nessa tese, investiguei como relações sociais podem ser moldadas em torno da caça de subsistência e como as populações tradicionais no sudoeste da Amazônia são economicamente dependentes da carne de caça. A tese está estruturada em três capítulos; no primeiro capítulo procuro entender como fatores sociais e atributos dos caçadores influenciam a partilha de carne de caça entre famílias ribeirinhas. No segundo capítulo, investigo se atributos dos caçadores e características socioeconômicas influenciam o uso do espaço e a eficiência na caça. No terceiro e último capítulo, avalio cenários econômicos de renda doméstica das populações tradicionais, dos três países que compõem o sudoeste da Amazônia, para assegurar o consumo de proteína doméstica em caso de proibição ou colapso da caça de subsistência, tomando em conta a substituição de carne de caça por carne bovina. Em geral, partilhar carne de caça depende em grande parte da biomassa caçada, e não da estrutura social, parentesco ou espécies de presas abatidas por caçadores na Reserva Extrativista Riozinho da Liberdade. Por outro lado, a idade do caçador afeta significativa e positivamente a importância dele na rede de partilha de carne, indicando a influência de atributos pessoais no padrão de compartilhamento. Esses caçadores também são mais eficientes na caça, assim como aqueles que possuem renda baixa. Em contrapartida, viver em vilas pequenas e constituir famílias grandes implica usar áreas maiores para caça. Redução ou proibição da caça de subsistência a longo prazo causariam sérios problemas de segurança alimentar, conservação e economia, já que demonstro que a renda familiar é insuficiente para substituir o consumo de carne de caça pelo consumo de carne bovina. Assim, discuto nesta tese a importância dos fatores sociais e econômicos como forças direcionadoras que influenciam e moldam como a caça de subsistência é praticada. Além disso, evidencio que a carne de caça é um recurso insubstituível para populações tradicionais e rurais na Amazônia.
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                Socioecologia da caça de subsistência em populações tradicionais do sudoeste da Amazônia
                Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                Tipo Trabalho de Conclusão de Curso
                Data 18/01/2019
                Área ECOLOGIA
                Orientador(es)
                • Erich Arnold Fischer
                Orientando(s)
                • Andre Valle Nunes
                Banca
                • André Pinassi Antunes
                • José Manuel Vieira Fragoso
                • RAFAEL MORAIS CHIARAVALLOTI
                • Renaud Pierre-Cyril
                • Walfrido Moraes Tomás
                Resumo A carne de caça é consumida em grande escala por famílias tradicionais que vivem no
                interior de áreas protegidas ou próximas a elas na Amazônia. Nessa situação estão
                populações indígenas e rurais que habitam áreas remotas e vivem à margem da
                economia formal. Para elas a carne de caça é o principal recurso de subsistência, de
                grande importância social, nutricional e econômica. Nessa tese, investiguei como
                relações sociais podem ser moldadas em torno da caça de subsistência e como as
                populações tradicionais no sudoeste da Amazônia são economicamente dependentes da
                carne de caça. A tese está estruturada em três capítulos; no primeiro capítulo procuro
                entender como fatores sociais e atributos dos caçadores influenciam a partilha de carne
                de caça entre famílias ribeirinhas. No segundo capítulo, investigo se atributos dos
                caçadores e características socioeconômicas influenciam o uso do espaço e a eficiência
                na caça. No terceiro e último capítulo, avalio cenários econômicos de renda doméstica
                das populações tradicionais, dos três países que compõem o sudoeste da Amazônia, para
                assegurar o consumo de proteína doméstica em caso de proibição ou colapso da caça de
                subsistência, tomando em conta a substituição de carne de caça por carne bovina. Em
                geral, partilhar carne de caça depende em grande parte da biomassa caçada, e não da
                estrutura social, parentesco ou espécies de presas abatidas por caçadores na Reserva
                Extrativista Riozinho da Liberdade. Por outro lado, a idade do caçador afeta
                significativa e positivamente a importância dele na rede de partilha de carne, indicando
                a influência de atributos pessoais no padrão de compartilhamento. Esses caçadores
                também são mais eficientes na caça, assim como aqueles que possuem renda baixa. Em
                contrapartida, viver em vilas pequenas e constituir famílias grandes implica usar áreas
                maiores para caça. Redução ou proibição da caça de subsistência a longo prazo
                causariam sérios problemas de segurança alimentar, conservação e economia, já que


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                demonstro que a renda familiar é insuficiente para substituir o consumo de carne de
                caça pelo consumo de carne bovina. Assim, discuto nesta tese a importância dos fatores
                sociais e econômicos como forças direcionadoras que influenciam e moldam como a
                caça de subsistência é praticada. Além disso, evidencio que a carne de caça é um
                recurso insubstituível para populações tradicionais e rurais na Amazônia.

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                  ENDOPARASITISMO EM ANUROS DURANTE A ESTAÇÃO REPRODUTIVA, NA REGIÃO NHECOLÂNDIA, PANTANAL, BRASIL
                  Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                  Tipo Tese
                  Data 21/12/2018
                  Área ECOLOGIA
                  Orientador(es)
                  • Fernando Paiva
                  Orientando(s)
                  • Priscilla Soares dos Santos
                  Banca
                  • Fabio de Oliveira Roque
                  • Karla Magalhães Campião
                  • Luiz Eduardo Roland Tavares
                  • Rafael Dettogni Guariento
                  • Ricardo Massato Takemoto
                  Resumo O parasitismo é considerado como um importante mecanismo que impulsiona as dinâmicas nas comunidades hospedeiras. Sua relação com anuros acompanham as histórias de vida bifásicas desse grupo, pois quando em estágios juvenis e adultos, esses hospedeiros ocorrem em dispersas paisagens terrestres, e podem atingir altas densidades apenas em agregações durante a reprodução nos locais aquáticos, as quais acentuam a transmissão dos parasitos; e quando em estágios larvais ou em metamorfose, a imunidade é menor em relação aos adultos, tornando essas fases mais suscetíveis às infecções parasitárias, e consequentemente em alguns casos, levando a mortalidade. Entranto, os anfíbios apresentam-se como modelos para estudos parasitológicos, visto a sua importância nos ecossistemas, e consequentemente, atuam como hospedeiros intermediários ou definitivos para diversos parasitos, em hábitats terrestres e aquáticos. Dessa forma, o conhecimento da fauna parasitária associada aos anuros pode contribuir para o entendimento dos fenômenos biológicos de interações. Outro aspecto relacionado ao parasitismo é a importância da sua distribuição em relação ao habitat dos anuros, bem como, a relação dos parasitos com a reprodução dos seus hospedeiros. Contudo, o presente estudo teve como objetivo caracterizar e estimar a composição de infracomunidades de metazoários endoparasitos, em cinco espécies de anuros (Boana raniceps, Pithecopus azureus, Pseudis platensis, Scinax acuminatus e S. nasicus) durante estações reprodutivas no Pantanal sul-mato-grossense. Complementarmente, foi analisada a comunidade componente de parasitos em relação ao microhabitat dessas espécies, e se as comunidades componentes de parasitos de duas espécies (Pithecopus azureus e Pseudis platensis) estariam correlacionadas com o seu investimento reprodutivo.
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                    Genetic distances within and among species of Teloschistaceae (Ascomycota) and delimitation of the bipolar Polycauliona candelaria (L.) Frödén, Arup & Søchting and Rusavskia elegans (Link) S. Y. Kondr. and Kärnefelt
                    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                    Tipo Tese
                    Data 30/11/2018
                    Área ECOLOGIA
                    Orientador(es)
                      Orientando(s)
                        Banca
                        • Diego Jose Santana Silva
                        Resumo A presente tese descreveu a variação no DNA barcode (capítulo 1) em uma das mais diversas e amplamente distribuídas famílias de fungos liquenizados, Teloschistaceae, e focou na diversidade genética de duas espécies bipolares, Polycauliona candelaria (capítulo 2) e Rusavskia elegans (capítulo 3). Apesar do marcador ITS (DNA barcode universal para fungos) ser amplamente utilizado em estudos filogenéticos de fungos liquenizados, os padrões gerais dos limites intra- e interespecíficos são apenas estabelecidos e testados para Parmeliaceae. No capítulo inicial, as sequências de DNA barcode de Teloschistaceae disponíveis no GenBank utilizando critérios de seleção (utilizando-se sequências representantes como base de busca) foram exploradas, a monofilia de espécies testada, e, subsequentemente, aplicadas à dois métodos de validação de espécies. As distâncias estimadas no primeiro capítulo podem ser utilizadas como referência e serem úteis em estudos integrativos com espécies dessa família. Para os capítulos dois (P. candelaria) e três (R. elegans), os liquens foram coletados com o suporte dos Programas Antárticos Argentino e Brasileiro nas ilhas Shetlands do Sul, peninsula Antártica e ilha James Ross, assim como no sul da América do Sul. Adicionalmente, espécimes do Hemisfério Norte e Colombia foram coletadas por colegas ou concedidos por herbários. As análises realizadas no capítulo dois sugerem que Polycauliona candelaria é uma única espécie originada na América do Norte 1.3 milhões de anos atrás, e que a dispersão para a América do Sul ocorreu em eventos de longa dispersão recentes (LDD), possivelmente utilizando os Andes como pontos de paradas (mountain hopping). Os menores índices de diversidade genética foram encontrados na Antártia, provavelmente devido a recente efeito fundador que ocorreu no final do período Pleistoceno. No capítulo três, todos os talos de R. elegans analisados foram encontrados na ilha James Ross, e três linhagens moleculares divergentes foram identificadas. Rusavskia elegans provou ser difícil de encontrar nas ilhas Shetlands do Sul e península, onde todo material coletado foi morfologiamente e geneticamente identificado como Caloplaca ou Austroplaca. A distribuição desta espécie na Antártica parece ser mais restrita do que previamente considerada, e ausente de ambientes ricos em nitrogênio. Dados químicos e ecológicos mostraram baixa resolução taxonômica, enquanto caracteres anatômicos, como a presença de estruturas isidioides, espessura do tecido parahimênico e a margem do himênio, foram utilizados para caracterizar as diferentes linhagens. Espécies crípticas e plasticidade fenotípica ocorrem dentro de R. elegans, e a dispersão para a Antártica parece ter ocorrido por múltiplos eventos de dispersão de longa distância. Com essa tese, o sucesso da colonização de espécies da família Teloschistaceae em ambientes extremos é mais uma vez reforçada, assim como a importância de estudos integrativos para delimitar e avaliar a história evolutiva de fungos liquenizados. Os dados de distâncias genéticas se mostraram eficientes como ferramenta adicional para a caracterização de grupos, incluindo complexos de espécies. O período Pleistoceno foi importante para a colonização da Antártica por liquens, e os grupos provavelmente chagaram ao continente por eventos recentes de dispersão de longa distância.
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                          Genetic distances within and among species of Teloschistaceae (Ascomycota) and delimitation of the bipolar Polycauliona candelaria (L.) Frödén, Arup & Søchting and Rusavskia elegans (Link) S. Y. Kondr. and Kärnefelt
                          Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                          Tipo Tese
                          Data 30/11/2018
                          Área ECOLOGIA
                          Orientador(es)
                            Orientando(s)
                              Banca
                                Resumo A presente tese descreveu a variação no DNA barcode (capítulo 1) em uma das mais diversas e amplamente distribuídas famílias de fungos liquenizados, Teloschistaceae, e focou na diversidade genética de duas espécies bipolares, Polycauliona candelaria (capítulo 2) e Rusavskia elegans (capítulo 3). Apesar do marcador ITS (DNA barcode universal para fungos) ser amplamente utilizado em estudos filogenéticos de fungos liquenizados, os padrões gerais dos limites intra- e interespecíficos são apenas estabelecidos e testados para Parmeliaceae. No capítulo inicial, as sequências de DNA barcode de Teloschistaceae disponíveis no GenBank utilizando critérios de seleção (utilizando-se sequências representantes como base de busca) foram exploradas, a monofilia de espécies testada, e, subsequentemente, aplicadas à dois métodos de validação de espécies. As distâncias estimadas no primeiro capítulo podem ser utilizadas como referência e serem úteis em estudos integrativos com espécies dessa família. Para os capítulos dois (P. candelaria) e três (R. elegans), os liquens foram coletados com o suporte dos Programas Antárticos Argentino e Brasileiro nas ilhas Shetlands do Sul, peninsula Antártica e ilha James Ross, assim como no sul da América do Sul. Adicionalmente, espécimes do Hemisfério Norte e Colombia foram coletadas por colegas ou concedidos por herbários. As análises realizadas no capítulo dois sugerem que Polycauliona candelaria é uma única espécie originada na América do Norte 1.3 milhões de anos atrás, e que a dispersão para a América do Sul ocorreu em eventos de longa dispersão recentes (LDD), possivelmente utilizando os Andes como pontos de paradas (mountain hopping). Os menores índices de diversidade genética foram encontrados na Antártia, provavelmente devido a recente efeito fundador que ocorreu no final do período Pleistoceno. No capítulo três, todos os talos de R. elegans analisados foram encontrados na ilha James Ross, e três linhagens moleculares divergentes foram identificadas. Rusavskia elegans provou ser difícil de encontrar nas ilhas Shetlands do Sul e península, onde todo material coletado foi morfologiamente e geneticamente identificado como Caloplaca ou Austroplaca. A distribuição desta espécie na Antártica parece ser mais restrita do que previamente considerada, e ausente de ambientes ricos em nitrogênio. Dados químicos e ecológicos mostraram baixa resolução taxonômica, enquanto caracteres anatômicos, como a presença de estruturas isidioides, espessura do tecido parahimênico e a margem do himênio, foram utilizados para caracterizar as diferentes linhagens. Espécies crípticas e plasticidade fenotípica ocorrem dentro de R. elegans, e a dispersão para a Antártica parece ter ocorrido por múltiplos eventos de dispersão de longa distância. Com essa tese, o sucesso da colonização de espécies da família Teloschistaceae em ambientes extremos é mais uma vez reforçada, assim como a importância de estudos integrativos para delimitar e avaliar a história evolutiva de fungos liquenizados. Os dados de distâncias genéticas se mostraram eficientes como ferramenta adicional para a caracterização de grupos, incluindo complexos de espécies. O período Pleistoceno foi importante para a colonização da Antártica por liquens, e os grupos provavelmente chagaram ao continente por eventos recentes de dispersão de longa distância.
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                                  Genetic distances within and among species of Teloschistaceae (Ascomycota) and delimitation of the bipolar Polycauliona candelaria (L.) Frödén, Arup & Søchting and Rusavskia elegans (Link) S. Y. Kondr. and Kärnefelt
                                  Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                                  Tipo Tese
                                  Data 30/11/2018
                                  Área ECOLOGIA
                                  Orientador(es)
                                    Orientando(s)
                                      Banca
                                      • Diego Jose Santana Silva
                                      Resumo A presente tese descreveu a variação no DNA barcode (capítulo 1) em uma das mais diversas e amplamente distribuídas famílias de fungos liquenizados, Teloschistaceae, e focou na diversidade genética de duas espécies bipolares, Polycauliona candelaria (capítulo 2) e Rusavskia elegans (capítulo 3). Apesar do marcador ITS (DNA barcode universal para fungos) ser amplamente utilizado em estudos filogenéticos de fungos liquenizados, os padrões gerais dos limites intra- e interespecíficos são apenas estabelecidos e testados para Parmeliaceae. No capítulo inicial, as sequências de DNA barcode de Teloschistaceae disponíveis no GenBank utilizando critérios de seleção (utilizando-se sequências representantes como base de busca) foram exploradas, a monofilia de espécies testada, e, subsequentemente, aplicadas à dois métodos de validação de espécies. As distâncias estimadas no primeiro capítulo podem ser utilizadas como referência e serem úteis em estudos integrativos com espécies dessa família. Para os capítulos dois (P. candelaria) e três (R. elegans), os liquens foram coletados com o suporte dos Programas Antárticos Argentino e Brasileiro nas ilhas Shetlands do Sul, peninsula Antártica e ilha James Ross, assim como no sul da América do Sul. Adicionalmente, espécimes do Hemisfério Norte e Colombia foram coletadas por colegas ou concedidos por herbários. As análises realizadas no capítulo dois sugerem que Polycauliona candelaria é uma única espécie originada na América do Norte 1.3 milhões de anos atrás, e que a dispersão para a América do Sul ocorreu em eventos de longa dispersão recentes (LDD), possivelmente utilizando os Andes como pontos de paradas (mountain hopping). Os menores índices de diversidade genética foram encontrados na Antártia, provavelmente devido a recente efeito fundador que ocorreu no final do período Pleistoceno. No capítulo três, todos os talos de R. elegans analisados foram encontrados na ilha James Ross, e três linhagens moleculares divergentes foram identificadas. Rusavskia elegans provou ser difícil de encontrar nas ilhas Shetlands do Sul e península, onde todo material coletado foi morfologiamente e geneticamente identificado como Caloplaca ou Austroplaca. A distribuição desta espécie na Antártica parece ser mais restrita do que previamente considerada, e ausente de ambientes ricos em nitrogênio. Dados químicos e ecológicos mostraram baixa resolução taxonômica, enquanto caracteres anatômicos, como a presença de estruturas isidioides, espessura do tecido parahimênico e a margem do himênio, foram utilizados para caracterizar as diferentes linhagens. Espécies crípticas e plasticidade fenotípica ocorrem dentro de R. elegans, e a dispersão para a Antártica parece ter ocorrido por múltiplos eventos de dispersão de longa distância. Com essa tese, o sucesso da colonização de espécies da família Teloschistaceae em ambientes extremos é mais uma vez reforçada, assim como a importância de estudos integrativos para delimitar e avaliar a história evolutiva de fungos liquenizados. Os dados de distâncias genéticas se mostraram eficientes como ferramenta adicional para a caracterização de grupos, incluindo complexos de espécies. O período Pleistoceno foi importante para a colonização da Antártica por liquens, e os grupos provavelmente chagaram ao continente por eventos recentes de dispersão de longa distância.
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                                        Genetic distances within and among species of Teloschistaceae (Ascomycota) and delimitation of the bipolar Polycauliona candelaria (L.) Frödén, Arup & Søchting and Rusavskia elegans (Link) S. Y. Kondr. and Kärnefelt
                                        Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                                        Tipo Tese
                                        Data 30/11/2018
                                        Área ECOLOGIA
                                        Orientador(es)
                                        • Aline Pedroso Lorenz
                                        Orientando(s)
                                        • Mayara Camila Scur
                                        Banca
                                        • Andre Aptroot
                                        • Diego Jose Santana Silva
                                        • Manuela Dal Forno
                                        • Paulo Eduardo Aguiar Saraiva Câmara
                                        • Robert Karl Luecking
                                        Resumo A presente tese descreveu a variação no DNA barcode (capítulo 1) em uma das mais diversas e amplamente distribuídas famílias de fungos liquenizados, Teloschistaceae, e focou na diversidade genética de duas espécies bipolares, Polycauliona candelaria (capítulo 2) e Rusavskia elegans (capítulo 3). Apesar do marcador ITS (DNA barcode universal para fungos) ser amplamente utilizado em estudos filogenéticos de fungos liquenizados, os padrões gerais dos limites intra- e interespecíficos são apenas estabelecidos e testados para Parmeliaceae. No capítulo inicial, as sequências de DNA barcode de Teloschistaceae disponíveis no GenBank utilizando critérios de seleção (utilizando-se sequências representantes como base de busca) foram exploradas, a monofilia de espécies testada, e, subsequentemente, aplicadas à dois métodos de validação de espécies. As distâncias estimadas no primeiro capítulo podem ser utilizadas como referência e serem úteis em estudos integrativos com espécies dessa família. Para os capítulos dois (P. candelaria) e três (R. elegans), os liquens foram coletados com o suporte dos Programas Antárticos Argentino e Brasileiro nas ilhas Shetlands do Sul, peninsula Antártica e ilha James Ross, assim como no sul da América do Sul. Adicionalmente, espécimes do Hemisfério Norte e Colombia foram coletadas por colegas ou concedidos por herbários. As análises realizadas no capítulo dois sugerem que Polycauliona candelaria é uma única espécie originada na América do Norte 1.3 milhões de anos atrás, e que a dispersão para a América do Sul ocorreu em eventos de longa dispersão recentes (LDD), possivelmente utilizando os Andes como pontos de paradas (mountain hopping). Os menores índices de diversidade genética foram encontrados na Antártia, provavelmente devido a recente efeito fundador que ocorreu no final do período Pleistoceno. No capítulo três, todos os talos de R. elegans analisados foram encontrados na ilha James Ross, e três linhagens moleculares divergentes foram identificadas. Rusavskia elegans provou ser difícil de encontrar nas ilhas Shetlands do Sul e península, onde todo material coletado foi morfologiamente e geneticamente identificado como Caloplaca ou Austroplaca. A distribuição desta espécie na Antártica parece ser mais restrita do que previamente considerada, e ausente de ambientes ricos em nitrogênio. Dados químicos e ecológicos mostraram baixa resolução taxonômica, enquanto caracteres anatômicos, como a presença de estruturas isidioides, espessura do tecido parahimênico e a margem do himênio, foram utilizados para caracterizar as diferentes linhagens. Espécies crípticas e plasticidade fenotípica ocorrem dentro de R. elegans, e a dispersão para a Antártica parece ter ocorrido por múltiplos eventos de dispersão de longa distância. Com essa tese, o sucesso da colonização de espécies da família Teloschistaceae em ambientes extremos é mais uma vez reforçada, assim como a importância de estudos integrativos para delimitar e avaliar a história evolutiva de fungos liquenizados. Os dados de distâncias genéticas se mostraram eficientes como ferramenta adicional para a caracterização de grupos, incluindo complexos de espécies. O período Pleistoceno foi importante para a colonização da Antártica por liquens, e os grupos provavelmente chagaram ao continente por eventos recentes de dispersão de longa distância.
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                                          Porcos ferais invasores em paisagens naturais e agrícolas do Mato Grosso do Sul: Ecos dissonantes de um país megadiverso sob ameaça alienígena
                                          Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                                          Tipo Tese
                                          Data 16/10/2018
                                          Área ECOLOGIA APLICADA
                                          Orientador(es)
                                          • Antonio Conceicao Paranhos Filho
                                          Orientando(s)
                                          • Wagner Augusto Fischer
                                          Banca
                                          • Adriano Garcia Chiarello
                                          • Camila Leonardo Mioto
                                          • Carlos Henrique Salvador de Oliveira
                                          • Fabio Verissimo Goncalves
                                          Resumo A proposta deste trabalho não é de apenas desenvolver uma tese, mas a de promover uma síntese sobre o tema central que permeia e orienta três capítulos distintos, tanto no conteúdo como também no formato, todos abordando assuntos complementares. O primeiro trata de gestão pública em linguagem de conservação; o segundo foca o público geral em formato de divulgação científica; e o terceiro trata de questões científicas, das relações e variáveis ecológicas, ambientais, socioeconômicas que se misturam ao afetar o mesmo tema. O tema é a invasão de porcos ferais exóticos e outras espécies alienígenas em diferentes escalas, no estado de Mato Grosso do Sul, no Pantanal e no Brasil, bem como suas causas, consequências, implicações e desafios para a sociedade e a gestão pública, desde que responsáveis e competentes para lidar com o assunto. No geral, trata da necessidade que o país tem de integrar suas políticas de gestão da fauna silvestre e exótica em sistemas produtivos racionais e sustentáveis, buscando harmonizar o que chamo de ecos dissonantes, representados por forças socioeconômicas e socioambientais que historicamente se antagonizam no Brasil, quando deveriam convergir e se complementar, a exemplo do que ainda pode ser vislumbrado no MS. Em especial, por ainda abrigar boa parte de sua biodiversidade e áreas naturais, sobretudo o Pantanal, em boas condições para contrapor a lógica convencional de mercado que hoje estimula apenas o paradigma da invasão alienígena. Com base nesse desequilíbrio econômico-ecológico (ecos) e como objetivo final, debato as questões abordadas e apresento o modelo vigente de gestão da fauna em que o governo detém sua tutela não-econômica e assim faz pesar a balança em favor de espécies exóticas de produção, que atendem muito bem às demandas básicas da sociedade, porém atua contra a conservação da biodiversidade e da gestão das reservas naturais brasileiras. Por fim, proponho um novo modelo de gestão e manejo da fauna silvestre com propriedade privada e incentivos de mercado para uso de espécies nativas, buscando anular as contradições que atuam em desfavor às potencialidades estratégicas representadas pela diversidade de recursos ambientais e faunísticos brasileiros. É preciso honrar e fazer valer a riqueza nacional de origem indígena, estimulando seus usos para se contraporem aos usos de produção convencionais com a oferta também de parte de seus recursos ambientais como produtos valiosos para o mercado de bens de capital natural que atendam às necessidades da sociedade demandante. Temo que somente isso poderá diminuir e reverter o acelerado processo de invasão alienígena, contribuindo para atender demandas socioeconômicas tanto por animais de estimação como de produção, manejo extensivo e cinegético. Gestores ambientais de todo o mundo contribuíram na elaboração da Convenção sobre Diversidade Biológica, que defende estratégias de mercado como forma de reverter a crise de conservação da biodiversidade que assola o planeta, como acontece no Brasil e no estado de Mato Grosso do Sul. A diferença é que aqui se tem muito a mais a perder do que em qualquer outro país do mundo. Pergunto: até quando?
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                                            Análise nutricional da dieta de um grupo de Alouatta caraya: proteínas e metabólitos secundários
                                            Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                                            Tipo Tese
                                            Data 10/10/2018
                                            Área ECOLOGIA
                                            Orientador(es)
                                            • Maria Rita Marques
                                            Orientando(s)
                                            • Vanessa Katherinne Stavis Kras Borges
                                            Banca
                                            • Denise Brentan da Silva
                                            • ELEONORE ZULNARA FREIRE SETZ
                                            • Fernando De Camargo Passos
                                            • Zelinda Maria Braga Hirano
                                            Resumo O Bioma Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil e tem apresentado uma alta taxa
                                            de desmatamento nos últimos anos. Os animais do Cerrado mantêm uma
                                            interdependência com relação à flora, portanto evoluíram e se adaptaram aos aspectos
                                            da sazonalidade, que influenciam toda a dinâmica da vida no bioma, desde os hábitos
                                            alimentares, reprodutivos e de abrigos. As populações de primatas brasileiros
                                            necessitam de ambientes com estrato arbóreo, utilizando essas áreas para viverem e se
                                            reproduzirem ou como corredores entre duas manchas maiores. Estudos sobre a
                                            ecologia nutricional de primatas herbívoros se concentram em termos de composição
                                            das plantas e os recursos consumidos. Os primatas têm sido descritos em uma variedade
                                            de escalas, incluindo o tempo gasto alimentando-se de diferentes itens, ingestão de
                                            macronutrientes e micronutrientes, além da ingestão de metabólitos secundários de
                                            plantas, sendo que muitos deles são tóxicos. Os trabalhos referentes à dieta do gênero
                                            Alouatta buscam compreender quais são os principais fatores que influenciam a seleção
                                            de determinado item alimentar e espécie vegetal que irá compor sua dieta. A limitação
                                            de proteínas tem sido considerada um fator chave nas hipóteses sobre a evolução das
                                            diversas características dos primatas, sugerindo que os animais devem priorizar as
                                            proteínas em suas escolhas alimentares. O gênero Alouatta possui a dieta mais folívora
                                            entre os primatas neotropicais, sendo animais que apresentam alta capacidade de
                                            adaptação a diferentes tipos de floresta. A composição química das plantas tem papel
                                            fundamental na seleção de plantas utilizadas como alimento pelos animais. A
                                            palatabilidade, digestibilidade, valor calórico ou nutricional e grau de toxidez são
                                            fundamentais para esta seleção e são aspectos ainda pouco investigados dentro das
                                            espécies de primatas neotropicais. A metabolômica é uma ferramenta utilizada
                                            especificamente para determinação do metabolismo de compostos de baixo peso
                                            molecular, e assim pode ser aplicada na compreensão dos metabólitos secundários
                                            presentes na dieta. Em estudos realizados anteriormente observaram-se algumas
                                            preferências de um grupo de A. caraya sobre determinadas espécies vegetais em
                                            detrimento de outras. Destas observações surgiu este trabalho que teve como objetivo
                                            principal identificar o perfil nutricional do tecido foliar de espécies vegetais consumidas
                                            e não consumidas por um grupo de Alouatta caraya em fragmento de Floresta
                                            Estacional Semidecídua inserida em uma área do Bioma Cerrado, e verificar se esses
                                            metabólitos estão influenciando ou não a seleção de plantas da dieta desses animais.
                                            Foram escolhidas 15 espécies vegetais classificadas em três grupos para análise
                                            quantitativa de metabólitos primários (proteínas) e secundários (fenol e tanino), além de
                                            estudos metabolômicos. Os extratos vegetais foram analisados quanto a sua toxicidade
                                            em Caenorhabditis elegans e atividade antioxidante (DPPH). As concentrações de
                                            fenóis e taninos totais não apresentaram diferenças significativas entre os três grupos de
                                            plantas analisados, a quantificação de proteínas apresentou diferença significativa do
                                            grupo das não abundantes mais consumidas com relação às abundantes não consumidas.
                                            O perfil metabolômico observado das espécies vegetais revelou que as espécies vegetais
                                            evitadas na dieta dos primatas continham substâncias como alcaloides, triterpenos e
                                            alguns derivados fenilpropanóicos. Os resultados encontrados neste estudo contribuem
                                            de várias formas para o entendimento da ecologia e conservação do gênero Alouatta
                                            além de direcionar pesquisas aplicadas visando entender essas interações complexas em
                                            mais detalhes enriquecendo assim o conhecimento sobre a saúde e fisiologia dos bugios
                                            com relação à seleção de alimentos.
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                                              Redes de interações planta-polinizadores em ecossistemas sazonais do Brasil Central
                                              Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                                              Tipo Tese
                                              Data 27/08/2018
                                              Área ECOLOGIA
                                              Orientador(es)
                                              • Andrea Cardoso de Araujo
                                              Orientando(s)
                                              • Camila Silveira de Souza
                                              Banca
                                              • Ana María Martín González
                                              • André Rodrigo Rech
                                              • Erich Arnold Fischer
                                              • Isabela Galarda Varassin
                                              • Jeferson Vizentin-Bugoni
                                              Resumo O uso de atributos funcionais (e.g. morfologia, fenologia) em conjunto com a abordagem de redes é promissor para avaliar a associação entre a estrutura das interações em comunidades e o seu funcionamento. Nesta tese, focamos especificamente na interação entre plantas e polinizadores em ambientes tropicais sazonais (Cerrado e Pantanal). A tese foi dividida em três capítulos, que abordam diferentes aspectos da estrutura da rede de interações em ambientes tropicais ricos em espécies, com principal foco no Pantanal Sul. Foi investigado como a variação temporal (capítulo 1), os atributos das espécies e a composição de polinizadores (capítulo 2) e o método de amostragem (capítulo 3), podem influenciar a estrutura dessas redes. De acordo com os resultados apresentados no capítulo 1, as redes dos ambientes estudados (Campo sujo, Chaco, Vereda e Pantanal) foram caracterizadas por menor riqueza e abundância de recursos florais e tiveram maiores níveis de particionamento de interação na estação seca, provavelmente devido a maior competição entre as espécies. No capítulo 2, baseados em dados coletados durante dois anos no Pantanal Sul, evidenciamos uma rede de polinização significativamente modular, com espécies animais e vegetais agrupadas em onze módulos diferentes, consistentes com os sistemas de polinização. O tamanho da flor, cor e tipo de recompensa são as principais variáveis associadas à estrutura modular. Por fim, no capítulo 3, os resultados indicaram que a amostragem de interaçções polinizador-planta apenas do ponto de vista fitocêntrico, abordagem usualmente empregada na maioria dos estudos, pode superestimar a especialização e o nível de modularidade das redes. Foram encontradas diferenças significativas em relação aos índices em nível de espécie (e.g. especialização e modularidade) entre as abordagens (fitocêntrica e zoocêntrica), sendo essas diferenças explicadas por grupos de polinizadores e recursos florais oferecidos. Esta tese contribui com o entendimento dos processos que determinam as interações entre espécies em comunidades ecológicas. Esforços adicionais nesse sentido, como a inclusão de outros atributos funcionais como preditores, bem como estudos mais detalhados avaliando os efeitos de espécies exóticas como Apis mellifera, são possíveis caminhos para o desenvolvimento de outras hipóteses que podem contribuir para uma melhor compreensão dos padrões de interação e seus efeitos na estrutura das comunidades tropicais.
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                                                Comunidade de aves e o efeito do desenvolvimento urbano sobre a riqueza, a abundância e a composição de espécies em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil
                                                Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                                                Tipo Tese
                                                Data 03/08/2018
                                                Área ECOLOGIA
                                                Orientador(es)
                                                • Franco Leandro de Souza
                                                Orientando(s)
                                                • Berinaldo Bueno
                                                Banca
                                                • Augusto Joao Piratelli
                                                • Márcio Rodrigo Gimenes
                                                • Renato Cintra
                                                Resumo As áreas urbanas têm se expandido rapidamente devido ao aumento da população humana e as investigações dos padrões de diversidade de aves nas cidades estão se tornando comuns. O grupo das aves é ideal para estudar os efeitos da urbanização, pois muitas espécies ocorrem em áreas urbanas e possuem alta sensibilidade às mudanças na estrutura e composição do habitat. Os estudos que avaliaram os efeitos da urbanização sobre a avifauna apontam que a riqueza de espécies é inversamente proporcional a urbanização. No Brasil, alguns trabalhos avaliaram os efeitos da urbanização sobre a avifauna, porém no Cerrado e no Mato Grosso do Sul os estudos ainda são escassos. Dessa forma, os principais objetivos deste estudo são descrever a composição da comunidade de aves da área urbana de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil e avaliar se a riqueza, a abundância e a composição das aves variam ao longo de um gradiente de urbanização. A coleta de dados foi realizada entre os meses de fevereiro e março de 2016 em 61 hexágonos com diferentes porcentagens de superfície impermeável que estavam distribuídos por toda a cidade. Em cada hexágono, quatro pontos de contagem foram estabelecidos e todas as aves vistas e/ou ouvidas foram registradas. As variáveis ambientais relacionadas ao percentual de superfície impermeável, número de edificações e árvores de diferentes alturas e número de postes foram registradas para cada hexágono. Cento e vinte e uma espécies de aves pertencentes a 40 famílias e 18 ordens foram registradas. A comunidade de aves foi constituída principalmente por espécies nativas, residentes e com dietas flexíveis, onde umas poucas espécies tiveram elevada abundância de indivíduos. Além disso, a avifauna é predominantemente florestal. A variável impermeabilidade influenciou negativamente a riqueza e a abundância de espécies por reduzir as áreas disponíveis para as espécies e a heterogeneidade ambiental. Contrariamente, a variável edificações até 5 m de altura afetou positivamente a abundância devido a presença de residências e seus diferentes recursos para a avifauna. A quantidade de postes não influenciou a comunidade de aves possivelmente porque os postes precisam estar associados a outros elementos urbanos para que existam efeitos na avifauna. A vegetação não afetou a avifauna provavelmente porque a avifauna esteja mais relacionada com a origem nativa ou exótica da vegetação do que com a quantidade e a estrutura vertical das árvores. Para que o efeito negativo da urbanização sobre a avifauna seja mitigado é fundamental o melhor planejamento e gestão do meio urbano. A manutenção e a ampliação das áreas verdes urbanas, bem como a diversificação arquitetônica e estrutural das residências aumentam a heterogeneidade ambiental e disponibilidade de habitats, o que favorece a existência de uma rica diversidade de aves.
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                                                  Threatened species in priority areas for biodiversity conservation: data systematization, influence of choice of methods and applications, in Mato Grosso do Sul, Brazil
                                                  Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                                                  Tipo Tese
                                                  Data 29/05/2018
                                                  Área ECOLOGIA
                                                  Orientador(es)
                                                  • Danilo Bandini Ribeiro
                                                  Orientando(s)
                                                  • Sylvia Torrecilha
                                                  Banca
                                                  • DANIEL DE PAIVA SILVA
                                                  • ELEONORE ZULNARA FREIRE SETZ
                                                  • Mauricio de Almeida Gomes
                                                  • Rafael Dettogni Guariento
                                                  • Reinaldo Francisco Ferreira Lourival
                                                  • Roberto Macedo Gamarra
                                                  Resumo Nesta tese utilizei as espécies de aves e mamíferos ameaçados na seleção de áreas prioritárias à conservação da biodiversidade no estado de Mato Grosso do Sul.
                                                  No primeiro Capítulo sistematizamos uma base de dados georreferenciados de registros de espécies de aves e mamíferos ameaçados no Mato Grosso do Sul. No segundo capítulo avaliamos a efetividade dos polígonos da IUCN na sistematização da distribuição das espécies numa escala espacial detalhada. O terceiro capítulo buscou avaliar o papel das áreas protegidas na conservação de 16 espécies ameaçadas de aves de campos naturais.
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                                                    Reproductive ecology of cacti species in the Brazilian Chaco
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                                                    Tipo Trabalho de Conclusão de Curso
                                                    Data 06/04/2018
                                                    Área ECOLOGIA
                                                    Orientador(es)
                                                      Orientando(s)
                                                        Banca
                                                        • Angela Lucia Bagnatori Sartori
                                                        • Erich Arnold Fischer
                                                        Resumo Cactaceae é uma das famílias mais diversas da região Neotropical, com cerca de 1480 espécies. Estas plantas produzem flores e frutos que são uma importante fonte de recursos para diferentes grupos animais, os quais potencialmente atuam como polinizadores ou dispersores de sementes. No Chaco brasileiro, região mais afetada pelo desmatamento na planície pantaneira, esta família está representada por 16 espécies, ainda pouco conhecidas quanto aos diferentes aspectos de sua ecologia reprodutiva. Este cenário enfatiza a necessidade de mais estudos que investiguem e forneçam dados ecológicos para Cactaceae, contribuindo com informações que podem ser usadas em iniciativas de conservação para a família. Neste sentido, eu abordo diferentes aspectos da ecologia reprodutiva das cactáceas que ocorrem na região do Chaco brasileiro, incluindo fenologia e interações ecológicas com mutualistas e antagonistas. O primeiro capítulo foca na floração e frutificação de dez espécies de cactáceas que ocorrem no Chaco brasileiro. Eu avaliei como estas plantas respondem a sazonalidade climática dessa região, buscando entender padrões temporais de disponibilidade de recursos para consumidores, os quais influenciam o sucesso reprodutivo dessas espécies e a dinâmica da comunidade. Temperatura e comprimento do dia foram os principais fatores desencadeando os eventos fenológicos das espécies estudadas, que floresceram e produziram frutos principalmente na estação chuvosa. No segundo capítulo, eu descrevo a morfologia de flores, frutos e sementes, e relaciono tais características com os potenciais polinizadores e dispersores de sementes. A maioria das espécies tem flores brancas que abrem a noite, sugerindo polinização por vetores noturnos tais como como mariposas e morcegos. Todos os frutos registrados são bagas de coloração atrativa, sugerindo as aves como potenciais dispersores de sementes. Por sua vez, no terceiro capítulo, foram estudadas duas espécies de cactos colunares Echinopsis rhodotricha e Stetsonia coryne, cujas flores são noturnas mas se mantêm abertas e funcionais até o final da manhã do dia seguinte. Dessa forma podem usar serviços de polinização tanto de visitantes noturnos quanto diurnos, resultando em sistemas mistos de polinização. Realizei análises de eficiência dos polinizadores e avaliei a contribuição de cada grupo na produção de frutos e sementes destas espécies. Os resultados do experimento de exclusão mostraram que os visitantes diurnos foram mais efetivos que os noturnos. A baixa taxa de visitas e de capturas de mariposas, sugere que este grupo de polinizadores tem uma baixa contribuição para sucesso reprodutivo de S. coryne e E. rhodotricha. No quarto capítulo, avaliei os efeitos da florivoria sobre o sucesso reprodutivo de E. rhodotricha. Quantifiquei e comparei a produção de frutos em uma população natural, considerando flores intactas e danificadas. Duas espécies de vertebrados consomem as flores de E. rhodotricha, reduzem a atratividade e recompensas aos polinizadores, e afetam o seu sucesso reprodutivo. Adicionalmente, como material suplementar, nós produzimos o Guia de campo dos cactos do Chaco brasileiro. Este guia traz informações sobre a flora de cactos do Chaco, aumentando o conhecimento sobre a diversidade de espécies e visando incentivar sua conservação na região.
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                                                          Reproductive ecology of cacti species in the Brazilian Chaco
                                                          Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                                                          Tipo Tese
                                                          Data 06/04/2018
                                                          Área ECOLOGIA
                                                          Orientador(es)
                                                          • Andrea Cardoso de Araujo
                                                          Orientando(s)
                                                          • Vanessa Gabrielle Nobrega Gomes
                                                          Banca
                                                          • Angela Lucia Bagnatori Sartori
                                                          • Erich Arnold Fischer
                                                          • Isabel Cristina Sobreira Machado
                                                          • Zelma Glebya Maciel Quirino
                                                          Resumo Cactaceae é uma das famílias mais diversas da região Neotropical, com cerca de 1480 espécies. Estas plantas produzem flores e frutos que são uma importante fonte de recursos para diferentes grupos animais, os quais potencialmente atuam como polinizadores ou dispersores de sementes. No Chaco brasileiro, região mais afetada pelo desmatamento na planície pantaneira, esta família está representada por 16 espécies, ainda pouco conhecidas quanto aos diferentes aspectos de sua ecologia reprodutiva. Este cenário enfatiza a necessidade de mais estudos que investiguem e forneçam dados ecológicos para Cactaceae, contribuindo com informações que podem ser usadas em iniciativas de conservação para a família. Neste sentido, eu abordo diferentes aspectos da ecologia reprodutiva das cactáceas que ocorrem na região do Chaco brasileiro, incluindo fenologia e interações ecológicas com mutualistas e antagonistas. O primeiro capítulo foca na floração e frutificação de dez espécies de cactáceas que ocorrem no Chaco brasileiro. Eu avaliei como estas plantas respondem a sazonalidade climática dessa região, buscando entender padrões temporais de disponibilidade de recursos para consumidores, os quais influenciam o sucesso reprodutivo dessas espécies e a dinâmica da comunidade. Temperatura e comprimento do dia foram os principais fatores desencadeando os eventos fenológicos das espécies estudadas, que floresceram e produziram frutos principalmente na estação chuvosa. No segundo capítulo, eu descrevo a morfologia de flores, frutos e sementes, e relaciono tais características com os potenciais polinizadores e dispersores de sementes. A maioria das espécies tem flores brancas que abrem a noite, sugerindo polinização por vetores noturnos tais como como mariposas e morcegos. Todos os frutos registrados são bagas de coloração atrativa, sugerindo as aves como potenciais dispersores de sementes. Por sua vez, no terceiro capítulo, foram estudadas duas espécies de cactos colunares Echinopsis rhodotricha e Stetsonia coryne, cujas flores são noturnas mas se mantêm abertas e funcionais até o final da manhã do dia seguinte. Dessa forma podem usar serviços de polinização tanto de visitantes noturnos quanto diurnos, resultando em sistemas mistos de polinização. Realizei análises de eficiência dos polinizadores e avaliei a contribuição de cada grupo na produção de frutos e sementes destas espécies. Os resultados do experimento de exclusão mostraram que os visitantes diurnos foram mais efetivos que os noturnos. A baixa taxa de visitas e de capturas de mariposas, sugere que este grupo de polinizadores tem uma baixa contribuição para sucesso reprodutivo de S. coryne e E. rhodotricha. No quarto capítulo, avaliei os efeitos da florivoria sobre o sucesso reprodutivo de E. rhodotricha. Quantifiquei e comparei a produção de frutos em uma população natural, considerando flores intactas e danificadas. Duas espécies de vertebrados consomem as flores de E. rhodotricha, reduzem a atratividade e recompensas aos polinizadores, e afetam o seu sucesso reprodutivo. Adicionalmente, como material suplementar, nós produzimos o Guia de campo dos cactos do Chaco brasileiro. Este guia traz informações sobre a flora de cactos do Chaco, aumentando o conhecimento sobre a diversidade de espécies e visando incentivar sua conservação na região.
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                                                            Processos estruturadores de comunidades aquáticas em áreas alagáveis tropicais
                                                            Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                                                            Tipo Trabalho de Conclusão de Curso
                                                            Data 05/12/2017
                                                            Área ECOLOGIA
                                                            Orientador(es)
                                                            • Rafael Dettogni Guariento
                                                            Orientando(s)
                                                            • Milena Delatorre Nunes
                                                            Banca
                                                            • Diogo Borges Provete
                                                            • Fabio de Oliveira Roque
                                                            • Geraldo Alves Damasceno Junior
                                                            • Tadeu de Siqueira Barros
                                                            Resumo Apesar de o Pantanal ser um ecossistema de água doce altamente dinâmico pouco se conhece sobre os padrões e processos que governam a montagem de comunidades, sobretudo de organismos aquáticos. Assim, no primeiro capítulo busco entender se grupos taxonômicos que tem características anfíbias, porém com distintas habilidades de dispersão – plantas aquáticas e anuros adultos – apresentam congruência na estrutura de metacomunidade em lagoas de água doce. Ainda, quantifiquei a importância relativa de processos ecológicos locais, os quais inferem nicho, e regionais relacionados a dispersão dos organismos. Portanto, investiguei a interação entre variáveis naturais, perturbações humanas e espaciais na organização das metacomunidades. Para tal, apliquei duas abordagens complementares: Análise dos elementos da estrutura de metacomunidade – EMS; e Partição da variância, usando análise de redundância parcial – pRDA, em dados qualitativos, quantitativos e excluindo espécies raras. Demonstrei que a distribuição de espécies de ambos os grupos podem ser congruentes e apresentar o mesmo padrão estrutural na montagem de metacomunidade. No entanto, os padrões alteram conforme removo espécies raras e/ou faço uso de dados de presença-ausência e abundância. Os padrões mais comuns foram aninhados (nestedness) e aleatórios (random). Para plantas, o uso da terra pelo gado foi correlacionado aos padrões estruturais encontrados. Já a estrutura da metacomunidade de anuros foi associada a estabilidade da lagoa. O puro efeito do ambiente mais que do espaço explicou a distribuição das espécies de plantas aquáticas, e somente as variáveis ambientais e a conectividade hidrológica contribuíram para a organização da metacomunidade de anuros. No entanto, a elevada proporção de variação não explicada, somada aos padrões aleatórios de distribuição das espécies sugerem que além do processo de nicho, o principal condutor da organização das metacomunidades, processos estocásticos também podem atuar na montagem de metacomunidade de organismos aquáticos em lagoas do Pantanal. No segundo capítulo adicionei a propriedade funcional para buscar padrões na organização das comunidades incorporando traços das espécies de plantas aquáticas ao longo da heterogeneidade ambiental das lagoas do Pantanal. Investiguei se há turnover na composição de espécies e de traços na medida que altera a estabilidade da lagoa e seu pH. Também testei se as plantas aquáticas são espacialmente estruturadas e se o gradiente ambiental é correlacionado às propriedades taxonômica (riqueza e abundância) e funcional (riqueza e diversidade) das comunidades. Para analisar o turnover apliquei os métodos RLQ e fourth-corner. Na busca por estrutura espacial usei análises de coordenadas principais de matrizes vizinhas (PCNM) e correlograma de Mantel. Por último, correlacionei as características ambientais com as propriedades taxonômicas e funcionais usando correlações de Pearson com permutações. Como esperado as espécies e os traços funcionais são guiados por processos de nicho. Contrariando nossa expectativa de que haveria autocorrelação espacial, processos espaciais não tiveram importância alguma na distribuição das espécies de plantas aquáticas, sugerindo que a inundação deva atuar fortemente na dispersão de propágulos o que leva a coocorrência das espécies entre as lagoas. Ainda discordando das expectativas, não houve correlação entre a riqueza taxonômica e o gradiente de estabilidade das lagoas, o que leva a conclusão de que as variações na estabilidade das lagoas promovam efeitos prioritários e como consequência o contingenciamento histórico no estabelecimento das espécies.
                                                            Alterações da paisagem e padrões de diversidade de morcegos e de suas moscas ectoparasitas no limite norte do Cerrado
                                                            Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                                                            Tipo Trabalho de Conclusão de Curso
                                                            Data 21/11/2017
                                                            Área ECOLOGIA
                                                            Orientador(es)
                                                            • Gustavo Graciolli
                                                            Orientando(s)
                                                            • Ciro Libio Caldas dos Santos
                                                            Banca
                                                            • Enrico Bernard
                                                            • Enrique Reyes Novelo
                                                            • Ludmilla Moura de Souza Aguiar
                                                            • Mauricio de Almeida Gomes
                                                            Resumo O conhecimento dos fatores relacionados aos padrões de diversidade em escala local e regional é uma das principais prioridades na criação de estratégias para reduzir os impactos antrópicos sobre a biodiversidade. Entre os biomas com maior perda de hábitat, o Cerrado se destaca devido à redução da vegetação nativa para a agropecuária e intensificação do número de incêndios. Na zona norte do limite do Cerrado, pertencente ao estado do Maranhão, as alterações na paisagem são consequências principalmente dos monocultivos de eucalipto e soja. O objetivo deste estudo é avaliar se esta perda de vegetação no nordeste maranhense na última década pode afetar os padrões de diversidades das espécies de morcegos e seus ectoparasitos nas áreas remanescentes. No período de 2014 e 2015, realizamos capturas em 48 pontos amostrais de seis municípios no nordeste maranhense, com diferentes níveis de perturbação relacionadas ao desmatamento e ao fogo. Como variáveis explicativas nos modelos da diversidade beta e de abundância de morcegos e seus ectoparasitos, utilizamos a porcentagem de cobertura arbórea (2014) e perda de vegetação (2000-2014), número de focos de queimadas (2000-2015) e médias de variáveis climáticas. As associações foram analisadas a partir de modelos lineares mistos generalizados e de partição hierárquica. Capturamos 1.571 morcegos nos 48 pontos amostrais, pertencentes a 37 espécies das famílias Emballonuridae (1 espécie), Molossidae (1), Phyllostomidae (32), Thyropteridae (1) e Vespertilionidae (2). Quanto às moscas ectoparasitas, coletamos 3.114 indivíduos de 30 espécies das famílias Nycteribiidae (4 espécies) e Streblidae (26). Encontramos uma maior estimativa da riqueza de espécies nos municípios com maior cobertura de vegetação e/ou menor número de focos de queimadas. A variação da diversidade beta de morcegos esteve associada às diferenças no histórico de exposição ao fogo entre as áreas estudadas, em interação com a proporção de cobertura e perda de vegetação existentes. No entanto, os efeitos foram diferentes entre as diversidades filogenética, funcional, taxonômica e de espécies analisadas, demonstrando a necessidade de utilizar estes tipos de diversidade para melhor descrever os possíveis efeitos nestas comunidades. A seleção da média pluviométrica nos modelos dos ectoparasitos indica a importância da inclusão de variáveis climáticas, nas análises de interação parasito-hospedeiro com a paisagem. Para a abundância dos morcegos, o fogo teve maior expressividade nos modelos selecionados, sugerindo que algumas espécies de frugívoros devem utilizar áreas abertas como rotas de forrageamento. Estes resultados indicam a importância do fogo e da perda de vegetação na composição de espécies de morcegos nas áreas de cerrado estudadas. Assim, políticas públicas devem priorizar a manutenção das áreas remanescentes e o manejo adequado do fogo para manutenção da biodiversidade local.
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                                                              A especificidade parasitária e a variação geográfica de artrópodos ectoparasitos em morcegos em Mato Grosso do Sul, com informação filogenética.
                                                              Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
                                                              Tipo Tese
                                                              Data 06/11/2017
                                                              Área ECOLOGIA
                                                              Orientador(es)
                                                                Orientando(s)
                                                                  Banca
                                                                    Resumo
                                                                    Página 3 de 6 (20 de 115 registros).