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TRABALHO Ações
Padrões e processos macroevolutivos na origem e diversificação de vertebrados terrestres da Floresta Atlântica
Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
Tipo Tese
Data 30/08/2023
Área ECOLOGIA
Orientador(es)
  • Diogo Borges Provete
Orientando(s)
  • Matheus de Toledo Moroti
Banca
    Resumo
    Giant anteaters’ movement ecology revels forests as a potential resource to open-area mammals in heterogeneous landscapes
    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
    Tipo Tese
    Data 04/08/2023
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos
    Orientando(s)
    • Aline da Silva Giroux
    Banca
    • Cecilia Ines Robles
    • Julia Emi de Faria Oshima
    • MARLEE TUCKER
    • PAVLA HEJCMANOVA
    Resumo Florestas atuam como tampões térmicos, oferecendo temperaturas mais amenas que áreas abertas adjacentes. Com a crescente frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, florestas podem ser importantes abrigos termais para a vida selvagem. Em endotermos, as estratégias de termorregulação comportamental reduzem o custo energético associado à termorregulação fisiológica. Mamíferos com baixa capacidade para termorregulação fisiológica devem mostrar comportamentos termorregulatórios mais conspícuos e, portanto, devem ser modelos valiosos para entender a importância das florestas como abrigos termais durante mudanças climáticas. Exploramos a ecologia do movimento do tamanduá-bandeira, Myrmecophaga tridactyla, um grande mamífero com baixa produção de calor corpóreo, exemplificando como florestas podem ser importantes recursos térmicos para mamíferos de áreas abertas vivendo em paisagens heterogêneas. Usando dados de monitoramento via GPS e modelos de movimento, investigamos (1) o quanto tamanduás bandeira modulam sua atividade e seleção por florestas como estratégias de termorregulação comportamental e (2) o quanto as características intrínsecas dos indivíduos e a disponibilidade de florestas influenciam seu uso do espaço e suas necessidades espaciais. Além de uma surpreendentemente alta plasticidade comportamental de curto prazo relativa à atividade, os tamanduás-bandeiras também mostraram aumento de seleção por florestas em extremos de frio e calor. Eles selecionaram florestas à noite em períodos de frio e à luz do dia em períodos de calor, enquanto evitaram florestas em temperaturas amenas. Machos e fêmeas apresentaram diferentes estratégias de uso do espaço, que escalaram diferentemente com a massa corpórea, e aumentaram sua área de vida com a redução de proporção de florestas nessa área. Florestas foram importantes recursos termais em temperaturas extremas. Tamanduás-bandeira com menor acesso a florestas possivelmente aumentaram sua área de vida para maximizar as chances de acessar esses abrigos térmicos. A redução da disponibilidade de florestas em paisagens heterogêneas pode reduzir a adequabilidade termal do habitat e aumentar as necessidades espaciais, mesmo para mamíferos que são usualmente encontrados em áreas abertas, como tamanduás-bandeira. Com as mudanças climáticas, a importância das florestas deve aumentar para esses mamíferos e isso precisa ser considerado em efetivas decisões de manejo.
    Parental care communication in the neotropical foam-nesting frogs Leptodactylus (Anura, Leptodactylidae): from behavioural to omic perspectives
    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
    Tipo Tese
    Data 04/08/2023
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Diego Jose Santana Silva
    Orientando(s)
    • Juan Fernando Cuestas Carrillo
    Banca
    • ADAM MICHAEL MURRAY STUCKERT
    • EVA FISCHER
    • LISA MARIA SCHULTE
    • Norberto Peporine Lopes
    • RENATO CHRISTENSEN NALI
    Resumo O cuidado parental é definido como uma vantagem evolutiva para aumentar a sobrevivência da prole, como um benefício para ao fitness da prole. Nos anfíbios, o cuidado parental varia em termos de tempo de cuidado e esforço, em particular, as fêmeas cuidadoras de Leptodactylus (Leptodactylidae) cuidam de ovos e girinos aquáticos por um longo período. O cuidado inclui a orientação dos girinos que é mediada pela comunicação fêmea-prole. Essa comunicação foi descrita pela primeira vez como um comportamento estereotipado denominado “pummping behaviour”, no qual as fêmeas batem na água com a pélvis para criar ondas às quais os girinos respondem seguindo e mordendo as fêmeas. Este tipo de comunicação (por exemplo, mecânica, química) só é conhecido a partir de observações comportamentais, e os sinais e mecanismos genéticos envolvidos são pouco conhecidos. Nesta tese descrevi vários aspectos da comunicação do cuidado parental em rãs de ninhos de espuma (Anura: Leptodactylidae) por abordagens comportamentais e ômicas. No Capítulo 1, revisei o conhecimento atual sobre o cuidado parental em Leptodactylus. No Capítulo 2, revisei o conhecimento das secreções cutâneas das espécies de Leptodactylidae. No Capítulo 3, estudei como os sinais das fêmeas cuidadoras e as pistas de coespecíficos afetam o comportamento dos cardumens de girinos. No Capítulo 4 identifiquei um grupo de sinais químicos exclusivos das fêmeas cuidadoras com potencial para a comunicação com os girinos. Finalmente, no Capítulo 5 identifiquei os “up-regulated” genes das fêmeas cuidadoras, a fim de relacioná-los com diversas alterações fisiológicas. Experimentalmente, determinamos o que desencadeia a agregação e atração do girino por fêmeas assistentes de Leptodactylus podicipinus e L. macrosternum. Além disso, encontramos diferenças na composição da pele entre femeas cuidadoras, femeas e machos. E identificamos um conjunto de genes “upregulated” da pele das fêmea cuidadoras que podem desencadear a expressão dos sinais químicos envolvendo na comunicação de femeas cuidadoras com a prole e as alterações anatômicas da pele de L. podicipinus durante o cuidado parental. Usando novas técnicas analíticas, avançamos no entendimento da comunicação química e adaptação genética durante o cuidado parental, abrindo uma grande área inexplorada de conhecimento que pode ser aplicada a outras espécies de Leptodactylus e anuros para pesquisa evolutiva.
    EFEITOS DO HUMAN FOOTPRINT, ESPÉCIES INVASORAS E DE DOENÇAS EMERGENTES EM PADRÕES DE DIVERSIDADE DE ANFÍBIOS NEOTROPICAIS
    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
    Tipo Tese
    Data 21/07/2023
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Diogo Borges Provete
    Orientando(s)
    • Philip Teles Soares
    Banca
    • Fabio de Oliveira Roque
    • Franco Leandro de Souza
    • SIDNEY FEITOSA GOUVEIA
    Resumo Os anfíbios são um dos principais grupos de vertebrados ameaçados globalmente,
    sofrendo declínios constantes. Diversas as ameaças são responsáveis por esses declínios,
    tais como as mudanças climáticas, fragmentação do habitat e conversão de áreas naturais,
    além de agentes patogênicos e espécies invasoras. Anfíbios são afetados por essas
    ameaças devido a aspectos de sua história de vida, tais como dependência de ambiente
    aquático, sua fisiologia e sensibilidade à variação de temperaturas. Apesar do
    conhecimento sobre esses impactos, ainda é incerto de que maneira eles estão atuando em
    conjunto para o declínio dos anfíbios e como afetam as diferentes facetas da diversidade
    (taxonômica, funcional e filogenética) na região neotropical. Assim, essa tese teve como
    objetivos (Capítulo 1) investigar como mudanças climáticas globais em conjunto com
    espécies invasoras (nesse caso a Lithobates catesbeianus - Lc) (Shaw, 1802) (Anura:
    Ranidae) e o fungo quitrídio (Batrachochytrium dendrobatidis - Bd) (Berger, 1998)
    (Fungi, Chytridiomycota, Rhizophydiales), causador da quitridiomicose, afetam a
    distribuição de anuros no neotrópico.Além disso, (Capítulo 2) buscamos entender de que
    maneira as ameaças antrópicas afetam as diferentes facetas da diversidade de anfíbios na
    região neotropical e de que maneira elas se relacionam com a distribuição de Bd e Lc. No
    primeiro capítulo geramos modelos de distribuição potencial para Bd e Lc e para 46
    espécies de anuros neotropicais para os cenários atuai e para o futuro (2100). Além disso,
    testamos a sobreposição de nicho climático e também dos mapas de adequabilidade
    gerados e os comparamos. A distribuição de espécies nativas de anuros tende a diminuir
    nos próximos anos devido às mudanças climáticas, enquanto a da espécie invasora rã-
    touro e o Batrachochytrium dendrobatidis (Bd), irão aumentar nos próximos anos, se
    sobrepondo com as espécies nativas. Assim, haverá um afeito sinérgico dessas ameaças,
    acentuando ainda mais o seu declínio. No segundo capítulo testamos como as variáveis
    2
    de uso do solo e densidade populacional humna (usadas para a criação do índice Human
    Footprint - HF), afetam diferentes facetas da diversidade e como essa diversidade está
    relacionada com a distribuição potencial de Bd e Lc. Para isso, coletamos as informações
    das espécies a partir dos dados da IUCN e a partir daí calculamos a riqueza (diversidade
    taxonômica), diversidade funcional e filogenética de espécies. Coletamos também as
    informações das variáveis antrópicas a partir de bases de dados e geramos modelos de
    distribuição atual para Bd e Lc (mesmos modelos do capítulo 1). Verificamos que as
    facetas da diversidade são em geral negaticamente relacionadas a com as variáveis
    antrópicas na maior parte da região neotropical. Além disso, a maior parte da diversidade
    está localizada em regiões onde o Bd é presente. Somado a isso, tanto o Bd, quanto a Lc
    tendem a ocorrer em regiões em que as variáveis de uso do solo como monoculturas e
    pastagens são maiores. Assim, temos além da fragmentação de ambientes naturais do
    anuros neotropicais, a influencia negativa das espécies invasoras. Essas ameaças podem
    levar a extinção não somente de espécies, mas para a perda de atributos funcionais e
    linhagens inteiras. Dessa maneira, é necessário considerar essas ameaças e elaborar
    políticas e planos de conservação que levem em consideração a ação delas em conjunto,
    evitando assim homogenenização da diversidade e a manutenção das áreas de ocorrência
    das espécies de anuros neotropicais.
    Abundância, comportamento e reprodução de taperuçus (Aves: Apodidae) em três cachoeiras do Cerrado Central
    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
    Tipo Tese
    Data 17/07/2023
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Erich Arnold Fischer
    Orientando(s)
    • Gabriel Arvelino de Paula
    Banca
    • Caio Graco Machado Santos
    • Franco Leandro de Souza
    • RENATA STOPIGLIA
    • Rudi Ricardo Laps
    • Sergio Roberto Posso
    Resumo Os taperuçus são aves da família Apodidae, que se alimentam de pequenos insetos capturados em pleno voo. Eles ocorrem somente nas Américas e são pouco estudados. Neste trabalho, analisamos três colônias de taperuçus em cachoeiras do bioma Cerrado, sendo duas em Minas Gerais e uma em Goiás. Fizemos censos por contagem direta e capturas com redes-de-neblina nos períodos da manhã e da tarde. Registramos três espécies: Cypseloides senex (taperuçu-velho), Cypseloides fumigatus (taperuçu-preto) e Streptoprocne zonaris (taperuçu-de-coleira-branca). A ausência atual de C. fumigatus na Cachoeira de Queimado nos preocupa, pois pode estar relacionada à construção de uma usina hidrelétrica a montante. Observamos diferenças na abundância e no tempo de forrageamento dos taperuçus entre as colônias. A abundância foi maior na Cachoeira Salto do Itiquira (5.536 ± 1.198), mediana na Cachoeira de Queimado (721 ± 223) e menor na Cachoeira de Buritizinho (247 ± 165). O tempo de forrageamento foi inverso: maior em Buritizinho (13h), mediano em Queimado (12h) e menor em Salto do Itiquira (10h). Isso pode ser explicado pelo fato de que bandos maiores se beneficiam das informações geradas pelos indivíduos, permitindo maior eficiência na busca por alimento. Em junho/setembro, registramos cópulas de C. senex pousados na vegetação dos paredões úmidos ao redor da cachoeira e durante o voo em queda livre. Logo depois, começaram a construção dos ninhos e, em setembro/outubro, já havia ovos. Os filhotes nasceram em outubro/novembro e deixaram o ninho até dezembro, no máximo. O ninho de C. senex é delgado e construído próximo da água, menor que o de S. zonaris, que fica em locais abrigados sem água corrente. Reportamos fidelidade dos indivíduos de C. senex com recapturas de indivíduos anilhados nas mesmas colônias, bem como banhos diários de C. senex e S. zonaris pousados verticalmente na cachoeira. Uma vantagem dos taperuçus ocuparem cachoeiras pode ser a prática regular do banho, que ajuda a combater ectoparasitas e a evitar predadores em voo. Projetos de conservação de C. senex devem abranger a bacia hidrográfica a montante das cachoeiras e estabelecer medidas para assegurar a qualidade das águas fluviais.
    Intervention ecology with fire uses to maintain the availability of flowers and fruits for fauna in tropical wetlands
    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
    Tipo Tese
    Data 07/07/2023
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Leticia Couto Garcia Ribeiro
    Orientando(s)
    • Bruno Henrique dos Santos Ferreira
    Banca
    • Camila Aoki
    • Isabel Belloni Schmidt
    • Luís Felipe Daibes de Andrade
    Resumo O fogo é uma perturbação ecológica que atua como um dos principais filtros ambientais que moldam a estrutura e funcionamento de vegetações abertas graminosas. Da mesma forma, a água seleciona espécies tolerantes a certas condições ambientais, como saturação de umidade do solo e inundações filtrando espécies tolerantes a cada condição ambiental. No Pantanal, por exemplo, a inundação é um dos principais fatores responsáveis por moldar a heterogeneidade vegetacional. Portanto, sendo o Pantanal, um bioma sazonal, com elevada produtividade primária, diferentes regimes de fogo, considerando frequência e período de queima, ajudam a moldar a heterogeneidade de suas paisagens. A interação entre diferentes regimes de fogo e inundação refletem em diferentes padrões de biodiversidade no Pantanal e em ecossistemas de em seu entorno, tais como a vegetação de Cerrado no planalto pantaneiro. O Território Indígena Kadiwéu situa-se no ecótono entre os biomas Pantanal e Cerrado e, portanto, confere cenário ideal para monitoramentos da biodiversidade sob diferentes regimes de fogo e inundação. Nesta tese, avalio como os diferentes regimes de fogo, ao influenciar padrões de diversidade vegetal, podem por consequência afetar a disponibilidade de flores e frutos, que são importantes para manutenção da fauna. No mesmo sentido, avalio se certos regimes podem ser ideais em detrimento de outros, considerando também o período fértil das espécies vegetais monitoradas. Além disso, consideramos que o fogo pode afetar a germinação de espécies comuns do ecótono Cerrado/Pantanal, a exemplo da Calliandra parviflora Benth. (Fabaceae), que, por outro lado, permanece bem adaptada a este ambiente devido à estratégia de reprodução vegetativa, características funcionais que podem auxiliar a escolha de espécies para uso na restauração ecológica. De modo geral, minhas premissas se amparam na hipótese da pirodiversidade, como forma de promoção da biodiversidade, para concepção de recomendações técnicas. Para cada um dos meus estudos de três anos de campo, apresentados nos capítulos um ao três, realizo recomendações técnicas para o manejo integrado do fogo em áreas úmidas, considerando aspectos socioambientais. Em contrapartida, apresento no quarto capítulo, um estudo de caso focado nos esforços para conservação da Arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus), que podem ser comprometidos pela perda de habitat e recursos em decorrência de períodos extremos de incêndios, como os registrados em 2020. Em síntese, concluímos que, os esforços para o Manejo Integrado do Fogo em áreas úmidas, como o Pantanal e seu entorno, devem ter caráter adaptativo e incluir medidas preventivas à mega incêndios. Para tanto, a manutenção de equipes prestando trabalho educativo e preventivo permanentemente é essencial, tal como o trabalho prestado pela Brigada indígena Kadiwéu, sob assistência e responsabilidade de órgãos ambientais competentes. Essas brigadas, devem ser capacitadas para constante atualização técnica conforme avanços científicos. A ciência deve, portanto, ser levada em consideração para intervenções ecológicas com uso do fogo em áreas úmidas, tal como recomendamos em nossas publicações e nas referências que consultamos. A pirodiversidade, eleva a beta-diversidade de espécies vegetais, a alta diversidade de espécies reflete em elevada diversidade funcional em traços florais. Além disso, a diversificação em regimes de fogo, reduz o risco da queima de plantas em período fértil, ao passo que diversifica respostas fenológicas, assegurando a manutenção contínua de flores e frutos em paisagens propensas ao fogo.
    Ecologia evolutiva de uma metacomunidade de morcegos na Serra da Bodoquena - Brasil
    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
    Tipo Tese
    Data 20/06/2023
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Diogo Borges Provete
    Orientando(s)
    • Adriana Carolina Acero Murcia
    Banca
    • Enrico Bernard
    • HUGO MANTILLA MELUK
    • Rafaela Velloso Missagia
    • Sandra Milena Ospina Garcés
    Resumo A perda da cobertura nativa e alterações nas paisagens naturais cresceram rapidamente nas últimas décadas, principalmente por causas antrópicas como a expansão urbana, a agricultura e a pecuária. O Cerrado brasileiro não é exceção, dado que é a área com maior produção de soja, milho e carne. Apesar de ser a savana com maior biodiversidade no mundo é um dos biomas mais ameaçados porque só o 6,5% da vegetação nativa está em áreas de preservação. As relações morfologia-ambiente podem determinar a distribuição das espécies nas comunidades, e o uso da terra é um fator que pode alterar essa relação, funções do ecossistema, e contribuir para a perda de espécies. Porém pouco se sabe sobre como mudanças da paisagem afetam o espaço de formas em comunidades e se a distribuição de formas pode ser útil na predição de respostas dos organismos a distúrbios. Dada a grande diversidade de formas para a exploração de ambientes e recursos, morcegos são um modelo ideal para perguntar sobre processos evolutivos e ecológicos que influenciam a montagem de metacomunidades. Os objetivos desta tese foram 1). Avaliar como o tamanho, a guilda trófica, e a estratégia de forrageio influenciam a forma do crânio e mandíbula numa escala regional; e 2). Avaliar como mudanças da paisagem influenciam a distribuição da forma das asas de morcegos que ocorrem na metacomunidade. Para isso, amostramos morcegos em 20 comunidades na Serra da Bodoquena, centro oeste do Brasil. Para quantificar a morfologia (crânio, mandíbula, asa) de 32 espécies de morcegos, obtivemos fotografias em 2D em campo e coleções científicas. Para determinar fatores ecológicos e comportamentais, revisamos a literatura e classificamos as espécies em cinco guildas tróficas, e em três estratégias de forrageio. Para quantificar a composição e estrutura da paisagem de cada comunidade, usamos buffers de 1 Km, 3 Km e 5 Km, e extraímos métricas da paisagem como borda, cobertura florestal, savana, fragmentos e agricultura. No capítulo 1, mostramos que as espécies mais aparentadas filogeneticamente foram agrupadas no morfoespaço; a alometria do crânio seguiu uma trajetória comum, provavelmente relacionada aos sentidos olfativo-visuais, e não à guilda trófica e ao comportamento de forrageio. No entanto, a forma da mandíbula seguiu trajetórias únicas, sugerindo pressões diferenciais relacionadas à guilda trófica e ao comportamento de forrageio. No capítulo 2, encontramos um efeito positivo em diferentes escalas espaciais em relação à redundância funcional com a cobertura florestal, o número de fragmentos, a porcentagem de savana e agricultura, e menor efeito na dispersão funcional numa escala mais fina. O que pode sugerir uma homogeneização funcional direcionada pelo uso do solo.
    Padrões de coocorrência, períodos de atividade e a influência do uso do solo sobre a probabilidade de ocorrência de anfíbios anuros da porção centro-sul do Cerrado
    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
    Tipo Tese
    Data 27/01/2023
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Cynthia Peralta De Almeida Prado
    Orientando(s)
    • Tainã Lucas Andreani
    Banca
    • Cinthia Aguirre Brasileiro
    • Cynthia Peralta De Almeida Prado
    • Franco Leandro de Souza
    • Paula Cabral Eterovick
    • Rogério Pereira Bastos
    Resumo A modificação de ecossistemas para fins agrícolas pode desencadear efeitos negativos sobre a biodiversidade por meio de muitos processos, como a perda e fragmentação de hábitat, que podem ser observados em diversos táxons. Isto é especialmente importante para as espécies de anfíbios, que apresentam variadas exigências em seus diferentes estágios de vida, levando-os a ser considerados como o grupo de vertebrados mais ameaçados de extinção. Assim, por meio de uma amostragem ao longo da porção centro-sul do Cerrado e utilizando modelos de probabilidade de ocorrência, no capítulo 1 avaliamos a influência dos principais tipos de usos do solo sobre as espécies de anfíbios anuros de áreas abertas. Ao longo do capítulo 2 apresentamos os resultados destas avaliações para espécies encontradas dentro de fragmentos florestais do bioma. Além disso, no capítulo 3 apresentamos os padrões de atividade das espécies, testando a hipótese de retenção de informação filogenética nestes padrões. Neste capítulo também descrevemos as relações de coocorrência espacial e temporal entre as espécies de anuros registradas. No capítulo 1, encontramos que as diferentes porcentagens de cobertura do solo exerceram influência sobre a ocorrência de algumas espécies de anuros ao longo do Cerrado de maneira espécie-específica. Para espécies registradas em fragmentos florestais (capítulo 2), não detectamos efeitos significativos da cobertura florestal sobre a ocorrência de anuros, com exceção de Barycholos ternetzi, o que poderia ser explicado pelo hábito generalista da maioria das espécies de Cerrado. Por fim, no capítulo 3, a maioria das coocorrências positivas registradas sugere uma partição das dimensões espacial e temporal do nicho acústico em locais que, provavelmente, atendem às demandas ecológicas similares das espécies. Adicionalmente, detectamos sinal filogenético nos padrões de atividade de vocalização em diferentes horários do dia. Nossos resultados sugerem que mesmo espécies com ampla distribuição pelo Cerrado, como o caso de Dendropsophus minutus e Boana sp. (gr. albopunctata), podem sofrer efeitos adversos sobre sua ocorrência, causados por alterações antrópicas. A descrição desses resultados é importante para a construção de ações de conservação e manejo de espécies de anuros, especialmente em um bioma considerado como um dos prioritários para a conservação da biodiversidade como o Cerrado.
    Biogeography and Evolution of Proceratophrys Miranda-Ribeiro, 1920 (Anura, Odontophrynidae)
    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
    Tipo Tese
    Data 05/12/2022
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Diego Jose Santana Silva
    Orientando(s)
    • Carla da Silva Guimarães
    Banca
    • Diego Jose Santana Silva
    • Donald Beardsley Shepard
    • Felipe de Medeiros Magalhães
    • Rafael Felix de Magalhães
    • Thais Helena Condez
    Resumo América do Sul é um excelente cenário pra testar hipóteses evolutivas, dado sua complexidade histórica geoclimática que moldou sua paisagem possibilitando gerar e abrigar uma diversidade de espécies extraordinária. Proceratophrys é um gênero diverso de anura amplamente distribuído em diferentes ecorregiões, como Amazônia, Caatinga, Cerrado, Floresta de Chiquitano, Mata Atlântica, além de representar um grupo curioso com morfologias discrepantes entre espécies intimamente relacionadas. Através de abordagens filogenéticas, biogeográficas e métodos comparativos buscamos contemplar desde aspectos morfológicos utilizados na taxonomia até processos evolutivos associados a diversificação (genotípica e fenotípica) e distribuição das espécies ao longo da América do Sul. No Capítulo 1 nós revisamos e padronizamos as definições de caracteres morfológicos e morfométricos para todas espécies de Proceratophrys, totalizando uma lista comentada de 25 características, com suas terminologias, e seus respectivos estados (todos ilustrados), fortemente recomenda para descrições e comparações entre as espécies. Dessa forma pretendemos estabelecer uma referência para futuros trabalhos taxonômicos dentro do gênero. No Capítulo 2 estimamos uma filogenia molecular datada para Proceratophrys, e com base nela reconstruímos história biogeográfica e a evolução do estado ancestral para o apêndice palpebral. Recuperamos o gênero como monofilético, composto por dois clados principais bem suportados, um deles formado exclusivamente por espécies da Caatinga e outro pelas demais espécies (das demais ecorregiões). O ancestral comum do gênero foi estimado para o início do Eoceno, tendo surgido em uma região florestada entre a Mata Atlântica e a Caatinga, apresentando apêndice palpebral. Os processos de diversificação e dispersão dentro do gênero foram associadas ao histórico de expansão e retração entre as formações de áreas abertas e florestais provocadas pelas oscilações climáticas. Por fim, no Capítulo 3, nós realizamos uma filogeografia de P. boiei utilizando dados multi-loci afim de avaliar sua estruturação e diversificação, e os possíveis processos explicativos. Recuperamos três linhagens com evolução independente, que são filogenicamente coesas e bem suportadas, com alta diversidade genética cada uma, com antigos processos de diversificação durante Mioceno e Plioceno, e geograficamente estruturadas ao longo da porção sul da Mata Atlântica. Mostramos que características climáticas, tais como temperatura e precipitação, e distância geográfica moldaram a diversidade genética atual.
    Estrutura espacial de populações de Thrichomys fosteri em um complexo de pequenos fragmentos no Pantanal
    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
    Tipo Tese
    Data 23/09/2022
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Mauricio de Almeida Gomes
    Orientando(s)
    • Nayara Yoshie Sano
    Banca
    • Ana Paula Carmignotto
    • Fabio de Oliveira Roque
    • Marcus Vinicius Vieira
    • Mauricio de Almeida Gomes
    • Natália Oliveira Leiner
    • Nilton Carlos Caceres
    Resumo A perda e fragmentação dos ambientes naturais podem reduzir o tamanho de populações
    locais, representando uma ameaça à persistência de algumas espécies. Por conta disso, o
    estudo de metapopulações traz bases teóricas que são essenciais para o manejo de
    espécies, onde as espécies conseguem se manter com um hábitat menor e descontínuo
    através de trocas periódicas de indivíduos que mantém a variabilidade genética da
    população. Essa tese tem o objetivo de entender como as populações de Thichomys
    fosteri se mantém em uma área naturalmente fragmentada do Pantanal da Nhecolândia.
    No primeiro capítulo, eu descrevo se há a troca de indivíduos entre os pequenos
    fragmentos (conhecidos como capões) da região e como há a comunicação dos
    indivíduos entre um grupo de 15 fragmentos. No segundo capítulo, eu averiguo se essa
    troca de indivíduos é suficiente para considerar que há a formação de metapopulação e
    vejo também de qual dos modelos teóricos essa população se aproxima mais.
    Encontramos que a rede formada entre os capões apresenta modularidade e
    especialização. Além disso, os resultados sugerem que as populações de Thichomys
    fosteri formam uma metapopulação, com estrutura de fonte-sumidouro. Com isso,
    consigo trazer um panorama sobre como as populações de pequenos mamíferos se
    estruturam na paisagem e como eles conseguem manter populações estáveis ao longo do
    tempo. Esse modelo pode ser extrapolado para outros organismos que consigam se
    manter em paisagens fragmentadas, auxiliando no manejo e conservação de várias
    espécies.
    Diversidade taxonômica e funcional de formigas da diagonal seca
    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
    Tipo Dissertação
    Data 07/07/2022
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Gustavo Graciolli
    Orientando(s)
    • Mariáh Leite Tibcherani
    Banca
    • Fabio de Oliveira Roque
    • FABRICIO BEGGIATO BACCARO
    • Gustavo Graciolli
    • Jarbas Marcal de Queiroz
    • Jose Henrique Schoereder
    • Josue Raizer
    Resumo A biogeografia busca compreender os padrões de distribuição das espécies e da
    variação geográfica na composição através de mecanismos e processos bióticos e
    abióticos que podem estar envolvidos, resultando em informações sobre como as
    mudanças de fatores ambientais influenciam na distribuição atual das espécies. Assim,
    considerando a variação dos fatores ambientais na América do Sul, a diagonal seca,
    formada pela Caatinga, Cerrado e Chaco, é caracterizada por apresentar períodos de seca
    severa. Desta forma, formigas podem ser utilizadas em estudos biogeográficos uma vez
    que estão bem distribuídas ao longo do globo, não sendo encontradas apenas nos polos,
    evidenciando que são adaptadas a grande variação de temperatura e umidade. Assim, o
    primeiro capítulo tem como objetivo verificar a influência da história evolutiva na
    riqueza, composição e diversidade taxonômica de formigas da Caatinga, Cerrado e
    Chaco, comparando a diversidade alfa, beta e gama. Já o segundo capítulo
    tem como objetivo do estudo é avaliar a funcionalidade da comunidade de formigas em
    cada um dos domínios da diagonal seca e entre eles, além de verificar a riqueza
    funcional, dispersão funcional e redundância funcional de cada um dos domínios e,
    estabelecer os grupos funcionais de formigas da Caatinga, Cerrado e Chaco.
    Controle Biológico de Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary e Promoção de Crescimento de Plantas de Feijão por cepas de Trichoderma spp. isoladas em Mato Grosso do Sul
    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
    Tipo Tese
    Data 21/12/2021
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Maria Rita Marques
    Orientando(s)
    • Clarice Rossato Marchetti
    Banca
    • Denise Brentan da Silva
    • Edson dos Anjos dos Santos
    • Fabio de Oliveira Roque
    • Itamar Soares de Melo
    • JOSE RENATO STANGARLIN
    • Maria Rita Marques
    Resumo O presente trabalho compreendeu a investigação de 57 isolados de Trichoderma spp.,
    isolados do solo do Mato Grosso do Sul, ou endofíticos das espécies vegetais Bauhinia
    ungulata, Aspilia grazielae e Vockysia divergens, nativas do Pantanal e Cerrado do MS,
    quanto à capacidade de inibir o crescimento e propagação do fitopatógeno Sclerotinia
    sclerotiorum. Foram realizados testes de confrontação direta, cultura em placas pareadas
    e ensaios de atividade de enzimas degradadoras de parede celular (CWDEs). Todos
    apresentaram resultados significativos na inibição de crescimento frente à S.
    sclerotiourm. Oito cepas foram testadas sobre os fitopatógenos Fusarium sp,
    Macrophomina phaseolina e Rhizoctonia solani., apresentando alta taxa de inibição do
    crescimento dos mesmos. Quanto à produção de CWDEs, as 57 cepas testadas neste
    trabalho apresentaram uma alta atividade específica das enzimas β-1,3- glucanases e
    proteases. No teste de proteção quanto à severidade da doença (mofo branco), após
    aspersão do fitopatógeno (S. sclerotiorum) nas folhas de plantas de feijão, destaca-se os
    tratamentos com as cepas T25 e T55, que conferiram 90 a 100% de proteção contra a
    doença. Nos testes com a adição do fitopatógeno no substrato as plantas tratadas com as
    cepas T25 e T55 também foram assintomáticas. Foi testada a capacidade de 8 cepas de
    Trichoderma sp em hiperparasitar escleródios de S. sclerotiorum e a viabilidade destes
    em discos de cenoura. As cepas testadas inviabilizaram entre 93 e 100% a germinação
    dos escleródios. Para detectar a presença de Trichoderma sp como endofítico em plantas
    de feijão as oito cepas do experimento com S. sclerotiorum no substrato foram testadas
    e os reisolados de T25 e T27 foram caracterizados como semelhantes, comparando com a
    cepa inoculada. A capacidade de Trichoderma spp. em promover o crescimento de
    plantas de feijão foi determinada através da comparação da massa fresca e seca total,
    comprimento das raízes, caule e área foliar com o controle, sem fungos. Todos os
    tratamentos com as cepas de Trichoderma sp testadas evidenciaram potencial como
    promotoras de crescimento, havendo diferença estatística em relação ao controle e entre
    elas, sendo que as cepas T55 e T57 apresentaram a maior porcentagem de ganho de massa
    seca. Por outro lado, o tratamento com a cepa T46 apresentou inibição de crescimento
    das plantas. Foram selecionados oito isolados para análise de compostos voláteis por
    cromatografia gasosa (CG/MS), e alguns compostos foram identificados, tais como
    acorenol (alcalóide), 6-pentil-α-pirona (lactona), beta-cedreno, sesquifelandreno,
    cembreno, sesquisabineno, 7- metanoazuleno, alfa-cedrol, acorenona, epicubenol,
    verticellol, cadina-1,4-dieno e naftaleno (terpenóides).Os resultados obtidos mostram
    que as cepas de Trichoderma sp testadas neste trabalho apresentam potencial como
    agentes de biocontrole contra S. sclerotiorum, e também como bioestimulantes, sendo
    capazes de aumentar o crescimento e o desenvolvimento de plantas.
    Redes parasitárias de hospedeiros anfíbios e répteis em uma região de Cerrado em Mato Grosso do Sul, Brasil
    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
    Tipo Tese
    Data 10/12/2021
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Luiz Eduardo Roland Tavares
    Orientando(s)
    • Isabela Caroline Oliveira da Silva
    Banca
    • Gustavo Graciolli
    • José Luis Luque Alejos
    • Luis Cláudio Muniz Pereira
    • Luiz Eduardo Roland Tavares
    Resumo O parasitismo representa uma das estratégias de vida mais comuns no planeta, contudo muitas associações entre diversos tipos de hospedeiros e parasitos ainda são pouco estudadas. O que representa grande ausência de conhecimento frente a diversidade parasitária existente. Isto pode ser
    observado principalmente quando se trata de hospedeiros animais, como os anfíbios e répteis.
    Apesar de muitas espécies destes grupos terem suas faunas parasitárias descritas, ainda existem diversas lacunas a respeito de suas comunidades parasitárias. Muitas informações sobre os aspectos que estruturam as interações acabam não sendo abordados em muitos estudos, principalmente a quando se trata de redes de associações parasitárias. Neste sentido, nesta tese abordamos a
    composição das comunidades parasitárias em espécies de anfíbios, lagartos e serpentes. Investigamos a existência de padrões gerais na organização de redes parasitárias para cada grupo de hospedeiro e seus parasitos associados. Por último, com o objetivo de uma maior compreensão
    sobre os papéis desempenhados pelas espécies de hospedeiros e parasitos nas redes, buscamos analisar a influência das prevalências parasitárias na localidade das espécies dentro das redes, verificando também os traços das espécies que podem proporcionar maiores vulnerabilidades a infecções ou dependências dos parasitos aos seus hospedeiros.
    Causes and processes determining the structure of anuran assemblage in an Atlantic Forest fragmented area
    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
    Tipo Tese
    Data 03/12/2021
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Mauricio de Almeida Gomes
    Orientando(s)
    • EDUARDO OLIVEIRA PACHECO
    Banca
    • Fabio de Oliveira Roque
    • Jayme Augusto Prevedello
    • José Carlos Morante Filho
    • Mauricio de Almeida Gomes
    • RENATO CHRISTENSEN NALI
    • Rudi Ricardo Laps
    Resumo Entender as causas e processos por trás das diferenças na composição de espécies entre áreas
    pode ser útil para entender como a degradação de ambientes naturais afeta a estrutura das
    comunidades. A diversidade beta pode explicar as mudanças entre as comunidades, dividindo-a
    em dois componentes: aninhamento e substituição (turnover). Além disso, ela é uma ferramenta
    para inferir o papel de processos determinísticos e estocásticos na estrutura da comunidade ao
    longo de gradientes ecológicos. Nesta tese, avaliamos no Capítulo 1 a importância dos dois
    componentes da diversidade beta (aninhamento e turnover) entre ambientes de mata contínua,
    fragmentos florestais e matriz de pastagem; no Capítulo 2, avaliamos se as diferenças nas
    comunidades obedecem a padrões determinísticos ou estocásticos em uma paisagem
    fragmentada no estado do RJ. Descobrimos que a quantidade de habitat influencia a relevância
    do aninhamento e turnover, mas sua importância relativa depende de qual tipo de ambiente está
    sendo considerado na comparação. Também observamos a prevalência de processos estocásticos
    conduzindo a diferença na composição de espécies entre fragmentos florestais e matrizes de
    pasto. Esses resultados destacam a importância de avaliar quais mecanismos estão gerando
    padrões de diversidade beta e a necessidade de considerar um gradiente de cobertura vegetal
    (incluindo áreas de matriz) na análise da biodiversidade para ter um melhor entendimento dos
    padrões de biodiversidade em paisagens fragmentadas.
    Ecology of South American coati (Nasua nasua) in urban forest fragments of Brazilian Cerrado
    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
    Tipo Tese
    Data 23/11/2021
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Heitor Miraglia Herrera
    Orientando(s)
    • Wanessa Teixeira Gomes Barreto
    Banca
    • Beatriz de Mello Beisiegel
    • Fabio de Oliveira Roque
    • Guilherme de Miranda Mourão
    • Heitor Miraglia Herrera
    • Rita de Cássia Bianchi
    Resumo A crescente urbanização a nível global resulta em importantes mudanças no uso da terra, o que torna cada vez mais necessário compreender de que maneira as populações de animais silvestres que sobrevivem em áreas urbanas são afetadas. Ainda que seja de amplo conhecimento a capacidade de adaptação de algumas espécies silvestres ao ambiente urbano e a importância de muitas delas para a manutenção das dinâmicas florestais, pouco tem sido estudado sobre as consequências de se viver em uma matriz urbana sabidamente hostil. Assim, estudos sobre parâmetros demográficos, sociobiologia, padrão de atividade e uso do espaço fornecem informações importantes, capazes de subsidiar estratégias efetivas de manejo de espécies silvestres que habitam ambientes urbanos. Nesse estudo, nós utilizamos os quatis (Nasua nasua) como modelo, dada sua conhecida adaptabilidade às áreas sob influência antrópica e seu interessante, mas ainda pouco compreendido sistema de organização social. Essa tese está dividida em dois capítulos. No primeiro capítulo estimamos os parâmetros demográficos por meio do método de captura-marcação-recaptura. No segundo capítulo exploramos aspectos da organização social, padrão de atividade e uso do espaço. Para tal, monitoramos os quatis por GPS telemetria para estimar e testar o efeito das variáveis sexo e peso corporal no tamanho das áreas de vida, além de avaliar o uso do espaço e a atividade circadiana. Além disso, por meio de análises de redes sociais, nós determinamos o número de grupos sociais e sua composição quanto ao sexo e faixa etária. De um modo geral, obtivemos densidades maiores do que as reportadas para a espécie no ambiente natural, mas uma sobrevivência aparente baixa que associada à alta disponibilidade de recursos possivelmente manteve a população estável. Ainda, a seleção por áreas florestadas em uma paisagem urbana diminuiu a área de vida, mas não alterou o ciclo circadiano em grupos de quatis. Aparentemente o ambiente urbano favorece uma maior coesão dos machos adultos no grupo social independente do período reprodutivo.
    Bats ectoparasites infracommunities structure patterns and interactions
    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
    Tipo Tese
    Data 17/11/2021
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Gustavo Graciolli
    Orientando(s)
    • Guilherme Douglas Piel Dornelles
    Banca
    • Boris Krasnov
    • Eder Silva Barbier
    • Erich Arnold Fischer
    • Gustavo Graciolli
    • Ricardo Guerrero
    Resumo As estruturas das comunidades de parasitas resultam de cadeias complexas de interações. Esses organismos interagem com os hospedeiros, outras espécies de parasitas, outros indivíduos da mesma espécie e sofrem pressão das variáveis ambientais. Alguns desses processos de estruturação podem ser acessados por meio da Teoria da Metacomunidade. Esta teoria se concentra em avaliar padrões e mecanismos que contribuem para a variação da diversidade de espécies no espaço, geralmente em escalas locais e regionais. A abordagem na escala local pode ser usada para explorar processos estruturais de infracomunidades. Infracomunidade é o termo usado para identificar todos os parasitas de um determinado indivíduo hospedeiro, compartilhando algumas das características e processos das populações de espécies de vida livre. Esta tese trata principalmente de estruturas de infracomunidades e das interações de suas populações. Está dividida em três capítulos, todos usando morcegos e seus ectoparasitas como modelo de estudo. No primeiro capítulo dessa tese usei a abordagem baseada em padrões da metacomunidade para identificar o padrão adequado às infracomunidades de ectoparasitos de três espécies de morcegos capturados no Pantanal. Essas espécies são Artibeus planirostris, Myotis nigricans e Noctilio albiventris. Como a maioria dos trabalhos usa apenas um grupo morfológico de ectoparasitas, identifiquei a estrutura de infracomunidades de todos os táxons e então para cada classe (Insecta e Acarina). Em todas as três espécies de morcegos, a estrutura de infracomunidade para todos os táxons foi o mesmo subconjunto de aninhada, Clamped species loss, dentre os quais um apresentava a versão "quasi". As infracomunidades de insetos e ácaros eram todos de padrões diferentes, com exceção de Acari em Artibeus planirostris que também era da estrutura Clamped species loss. Esses resultados mostraram que a exclusão de táxons durante a realização das análises dos Elementos da Estrutura da Metacomunidade (EMS) pode levar a interpretações errôneas e, portanto, recomendamos que sempre se use todas as espécies presentes. O segundo capítulo trata do efeito da cobertura florestal, das características do hospedeiro e da interação entre ectoparasitas na estrutura, abundância e aglomeração desses ectoparasitas nas infracomunidades. Para isso usei um conjunto de dados de dois anos de coleta de ectoparasitas na Serra da Bodoquena. Encontrei que a estrutura aninhada Random species loss foi a mais frequente para ectoparasitas de morcegos neste conjunto de dados. O número de estruturas “quasi” foi menos frequente nas áreas com maior cobertura florestal, indicando que o efeito dos processos de estruturação nestas foi mais forte. Além disso, a aglomeração (ICr) foi maior em morcegos capturados em áreas com menor cobertura florestal, talvez devido à menor disponibilidade de abrigos adequados. Relacionado à interação entre as espécies de ectoparasitas, não encontrei evidência de competição entre elas, mas encontrei um aumento na intensidade média de infestação de duas espécies junto ao aumento da riqueza na infracomunidade. Então, pode haver um processo de facilitação ou essas espécies se beneficiaram das mesmas condições que levaram seus hospedeiros a acumularem maior riqueza de ectoparasitas. No terceiro capítulo testei a hipótese da razão sexual densidade-dependente dos ectoparasitas, em que os ectoparasitas fêmeas estariam mais agregados em hospedeiros específicos, presumivelmente devido às demandas nutricionais, e os machos estariam mais dispersos pela população hospedeira. Para isso utilizei uma amostra de Anoura geoffroyi capturados em cavernas de Minas Gerais. Encontrei resultados que não corroboravam com a hipótese proporção sexual densidade-dependente, mas encontrei que as fêmeas hospedeiras estavam mais infestadas por Exastinion clovisi do que os machos. Suponho que isso aconteça devido à falta de mobilidade, pois esta foi a única espécie encontrada sem capacidade de voar, embora não haja nenhum estudo avaliando a capacidade de mobilidade dessas moscas.
    Efeitos da paisagem sobre as interações e a diversidade funcional de plantas e polinizadores em remanescentes urbanos de Cerrado
    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
    Tipo Tese
    Data 25/10/2021
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Andrea Cardoso de Araujo
    Orientando(s)
    • Karine Munck Vieira
    Banca
    • Andrea Cardoso de Araujo
    • Camila Aoki
    • Mauricio de Almeida Gomes
    • Pietro Kiyoshi Maruyama Mendonça
    • Samuel Vieira Boff
    Resumo A urbanização modifica a paisagem natural, através da fragmentação e do isolamento de habitats. As consequências desses processos refletem na estrutura da vegetação, nas comunidades de polinizadores e, consequentemente nos serviços de polinização. Os distúrbios antrópicos são variáveis ao longo de toda a extensão das cidades, o que permite examinar os efeitos sobre os organismos vivos, incluindo as plantas e os insetos visitantes. No primeiro capítulo dessa tese, avaliamos os efeitos dos tipos de cobertura do solo no entorno de 14 remanescentes de Cerrado em Campo Grande, MS e em diferentes escalas (500 m, 1 km e 2 km), sobre a riqueza de espécies de plantas e polinizadores, bem como sobre as métricas em nível de rede e de espécie. Também avaliamos se a beta diversidade de espécies e interações difere entre fragmentos com maior e menor graus de urbanização (urbanos e seminaturais). Avaliamos ainda se o isolamento dos remanescentes leva à mudanças de interações entre as redes locais e a metarede. As redes tiveram padrão aninhado, com baixa modularidade e predomínio de interações generalistas, o que era esperado, já que os remanescentes estudados ocorrem em área urbana. As diferentes coberturas de solo foram importantes, já que todas elas, em pelo menos uma escala, levaram ao aumento da riqueza de interações. Além disso, a mudança na composição de plantas e polinizadores entre os remanescentes de Cerrado foi o fator determinante para a substituição das interações estabelecidas nas redes, reforçando que as fitofisionomias da cidade favorecem a diversidade de espécies existentes na cidade. O isolamento levou a mudanças somente nas interações de espécies compartilhadas entre as redes locais e a metarede, indicando que a conectividade entre as áreas de Cerrado é necessária para a manutenção das interações. No segundo capítulo, avaliamos se os traços funcionais das plantas e abelhas, bem como a riqueza funcional (FRic), a uniformidade funcional (FEve) e a divergência funcional (Fdiv) desses grupos são afetados pelo isolamento dos remanescentes, pelos tipos de cobertura de solo nas três escalas espaciais. A riqueza de espécies abelhas foi positivamente afetada pela riqueza funcional e de espécies de plantas. Além disso, a riqueza funcional de plantas esteve relacionada à riqueza de espécies desse grupo, mas a riqueza de espécies de abelhas não esteve relacionada à sua riqueza funcional. Isso mostra que os padrões de diversidade funcional são muito mais variáveis do que os padrões relacionados à diversidade de espécies e reforça a importância da conservação de áreas naturais dentro dos espaços urbanos. O aumento da cobertura de áreas verdes na maior escala reduziu a uniformidade e a divergência funcional das plantas. As áreas de pastagem/campo aberto foram associadas à uma menor riqueza funcional de plantas o que pode ter levado à menor diversidade funcional de abelhas. O isolamento dos remanescentes, por sua vez, não influenciou nos componentes da diversidade funcional de abelhas e plantas. A expansão da cobertura urbana levou ao aumento do tamanho corporal das abelhas, sugerindo que a dispersão e o estabelecimento desses insetos podem ser influenciados pela qualidade do habitat, tanto nos remanescentes de Cerrado amostrados como nas áreas de entorno. No capítulo três avaliamos como o isolamento dos remanescentes e a proporção das coberturas de solo nas três escalas, afetam a abundância de Apis mellifera, bem como a riqueza de espécies de plantas visitadas e de grãos de pólen carregados por essas abelhas (amostragem zoocêntrica e fitocêntrica). Com base nessas duas amostragens, analisamos se a riqueza e diversidade de plantas dos remanescentes correlaciona-se com o número de espécies visitadas. As abelhas A. mellifera exploraram uma ampla variedade de espécies florais. A família Asteracea destacou-se por estar entre as mais representativas, tanto na amostragem de pólen quanto nas observações focais das abelhas nas flores. A riqueza de plantas visitadas nas duas amostragem foi positivamente afetada pela riqueza de plantas das parcelas dos remanescentes de Cerrado, demonstrando a importância dessas espécies para as abelhas. O isolamento não afetou a riqueza de plantas visitadas através das duas amostragens, nem a abundância das abelhas. Diversos tipos de cobertura favoreceram a riqueza de plantas visitadas, provavelmente por essas abelhas serem generalistas e pelo fato de suportarem vários tipos de ambientes e graus de alteração. Os resultados obtidos em todo este estudo mostraram que paisagens alteradas pelo homem são capazes de abrigar vasta gama de espécies e interações, até mesmo mantendo certos tipos de serviços ecossistêmicos. As variadas coberturas de solo no entorno dos remanescentes de Cerrado, podem influenciar as comundiades de plantas e insetos vistantes de diferentes formas, sendo portanto necessário ampliar os estudos com amostragens em cada matriz da paisagem.
    Environmental filters influence functional structure and growth of monodominant forest patches in the Pantanal floodplain
    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
    Tipo Tese
    Data 09/08/2021
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Geraldo Alves Damasceno Junior
    Orientando(s)
    • Evaldo Benedito de Souza
    Banca
    • Arnildo Pott
    • Beatriz Schwantes Marimon
    • Flávio Antônio Maes dos Santos
    • FLORIAN KARL WITTMANN
    • Geraldo Alves Damasceno Junior
    • Pia Parolin
    Resumo Nos trópicos, a ocorrência de stands monodominantes intercalados com formações
    florestais ou savânicas mistas, com alta diversidade de espécies, é uma questão que
    ainda desafia os ecólogos. Apesar de vários estudos voltados para esse tema, ainda não
    há explicação para todos os aspectos desse fenômeno. Alguns fatores chave tem sido
    apontados e duas abordagens gerais são: a falta de distúrbio, onde espécies que são
    melhores competidoras se sobressaem nos estágios mais avançados de sucessão, e, a
    presença de filtros ambientais, como por exemplo fogo, inundação e solos pobres, que
    excluem as espécies menos tolerantes. Esses filtros ambientais podem influenciar nas
    estratégias de uso de nutrientes pelas plantas, variando entre estratégias aquisitivas ou
    conservativas. Por isso, nessa tese mostramos, em três capítulos, como os filtros
    ambientais influenciam na estrutura da comunidade e nos traços individuais em stands
    monodominantes de Leptobalanus parvifolius (Huber) Sothers & Prance (= Licania
    parvifolia Huber, sinonimizado recentemente, ver Sothers et al. 2016) na planície de
    inundação do Pantanal no centro da América do Sul. Além disso, dada a importância do
    clima para o crescimento de árvores, analisamos anéis de crescimento para verificar se
    eventos de EL Niño e precipitação, além de inundação, influenciam o estabelecimento e
    crescimento de indivíduos de L. parvifolius. Nossos principais resultados foram que a
    dominância de L. parvifolius aumenta com maior inundação, maior fertilidade nos solos
    e maior perturbação do gado, ou em solos menos férteis e mais inundados, mas sem
    gado. Uma explicação plausível é que inundações e distúrbios pelo gado podem impedir
    o estabelecimento de outras espécies em solos mais férteis e, portanto, podem facilitar o
    estabelecimento e aumentar a dominância de L. parvifolius. Indivíduos em áreas mais
    inundáveis possuem estratégias conservadoras (menor crescimento), enquanto que em
    áreas menos inundadas eles lançam mão de estratégias aquisitivas (crescimento mais
    rápido). Este resultado pode representar maior produtividade e ciclagem de nutrientes
    em áreas menos inundáveis. Assim, stands monodominantes de L. parvifolius são nicho estruturados ao longo dos gradientes ambientais. Isso pode estar relacionado à
    plasticidade da espécie dominante, o que pode ser um fator importante para a
    monodominância de L. parvifolius e de outras espécies no Pantanal. A inundação na
    região parece não suficientemente forte para realmente afetar o crescimento de L.
    parvifolius. O estabelecimento de indivíduos de L. parvifolius ocorre principalmente em
    anos com inundação entre 30 e 110 dias. Por sua vez, os eventos de El Niño têm uma
    influência negativa significativa no crescimento de L. parvifolius. As alterações
    climáticas esperadas e o consequente aumento dos eventos El Niño podem modificar
    drasticamente a hidrologia e o clima do Pantanal, o que pode comprometer o
    estabelecimento e crescimento de espécies monodominantes, causando mudanças
    drásticas na paisagem
    Comunidades de mosquitos em gradientes de uso da terra na Amazônia e no Cerrado
    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
    Tipo Tese
    Data 16/07/2021
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Fabio de Oliveira Roque
    Orientando(s)
    • Adriano Nobre Arcos
    Banca
    • Alessandra Gutierrez de Oliveira
    • Fabio de Oliveira Roque
    • JOELMA SOARES DA SILVA
    • Raquel Soares Juliano
    • RICARDO AUGUSTO DOS PASSOS
    • ROSEMARY APARECIDA ROQUE
    Resumo Mudanças de paisagens naturais para paisagens antropogênicas têm causado efeitos negativos na biodiversidade de espécies, desequilíbrio entre os vetores, patógenos e seus hospedeiros, levando a um aumento significativo no número de algumas espécies de mosquitos, principalmente antropófilas. Nosso conhecimento ainda é limitado para identificar os níveis de transformação que geram mudanças críticas no sistema ecológico, se as comunidades de mosquitos mudam gradualmente ou se as mudanças são drásticas e repentinas. Talvez o mais importante desses preditores seja a quantidade total de vegetação nativa remanescente. Além disso, as modificações ambientais exercem papel importante para o surgimento de novos hábitats para diversas espécies de mosquitos vetores. A maioria dos estudos sobre mosquitos detectam o efeito da cobertura florestal na biodiversidade de mosquitos, além disso, as variáveis ambientais estão sendo relacionadas com a presença de espécies em áreas naturais e alteradas (exemplo: chuva, umidade, temperatura, qualidade da água dos criadouros). Neste estudo, nos três capítulos buscamos: (1) caracterizar o habitat larval de anofelinos e identificar variáveis limnológicas associadas com a presença de espécies; (2) avaliar como a perda de floresta pode afetar direta e indiretamente as assembléias de anofelinos nas duas estações (seco e chuvoso); (3) identificar o efeito da perda de vegetação nativa ao longo de um gradiente de cobertura florestal sobre a riqueza e abundância de mosquitos vetores e não vetores, e identificar limiares para cada espécie. No primeiro e segundo capítulo foram relizadas coletas de imatudos em diversos hábitats larvais de anofelinos na área peri-urbana da cidade de Manaus – AM, e o terceiro capítulo foram coletados mosquitos adultos ao longo de um gradiente de cobertura florestal em uma área de Cerrado no Planalto da Bodoquena – MS. Utilizamos a análise de correlação canônica para verificar a relação das variáveis limnológicas com a presença larval de
    4
    anofelinos, além disso usamos a modelagem de equações estruturais para investigar os efeitos da cobertura florestal sobre a qualidade da água dos hábitats e na composição larval de anofelinos em diferentes estações. Para os mosquitos adultos, realizamos a seleção de modelos lineares e não lineares para avaliar a resposta da riqueza e abundância de mosquitos à perda de floresta. Em resumo, encontramos fortes evidências que as larvas de anofelinos são afetadas pela qualidade da água do habitat e que as variáveis limnológicas exercem papel importante para a presença de certas espécies. Além disso, a floresta possui papel importante nesses ambientes, afetando direta e indiretamente a assembléia de anofelinos nos habitats em ambas as estações. Por outro lado, no ambiente terrestre os mosquitos sofrem influência da cobertura florestal, com o aumento da abundância total. Entretanto, as espécies vetoras são beneficiadas com a diminuição da cobertura florestal e o inverso é observado para as espécies não vetoras.
    Fatores Determinantes da Posição Trófica em Consumidores Aquáticos, Fatores Macroecológicos e Evolutivos
    Curso Doutorado em Ecologia e Conservação
    Tipo Tese
    Data 28/05/2021
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Rafael Dettogni Guariento
    Orientando(s)
    • Guilherme Dalponti
    Banca
    • Bruno Renaly Souza Figueiredo
    • Diogo Borges Provete
    • Rafael Dettogni Guariento
    • Rudi Ricardo Laps
    • Yzel Rondon Súarez
    Resumo A manutenção de um saldo energético positivo é crítica para a sobrevivência e sucesso reprodutivo de um consumidor, estratégias que maximizem a aquisição de energia e minimizem seu gasto modelam fundamentalmente as interações biológicas, organismos que apresentam as estratégias mais eficientes para a assimilação de nutrientes e energia podem alocar mais recursos na reprodução e podem propagar suas características. Espécies podem desenvolver diferentes adaptações para maximizar a razão entre energia assimilada e gasta dependendo de restrições morfológicas, fisiológicas ou ambientais. O foco desta tese é a relação entre o tamanho corporal e a posição trófica em consumidores marinhos partido do pressuposto de que a relação entre tais características pode ser muito importante para o saldo energético das espécies influenciando em seus meios de aquisição de recursos e em suas taxas metabólicas, sendo também influenciado por condições climáticas e ambientais. No primeiro capítulo foi utilizado um banco de dados publicado por Jennings & Cogan (2015) investigando a relação entro o tamanho corporal e a posição trófica em espécies de peixes e lulas explorando variações intra e interespecíficas com vistas a entender os mecanismos que levam a uma relação positiva entre o tamanho corporal e uma maior amplitude de posições tróficas ocuparas por consumidores ectotérmicos aquáticos. Foi encontrada uma relação geral positiva entre tamanho corporal e posição trófica e respostas específicas para a relação entre tamanho corporal e amplitude de posições tróficas dentro das espécies. No restante da tese foco no efeito de variáveis climáticas e ambientais sobre o tamanho corporal e a posição trófica de espécies de peixes ósseos, comparando espécies de climas temperados e tropicais assim como ambientes marinhos e de água doce, espécies ectotérmicas tem suas taxas metabólicas reguladas pela temperatura ambiente, sendo que espécies ectotérmicas habitando regiões quentes tem taxas metabólicas diferentes, geralmente mais altas, do que espécies habitando regiões mais frias, além disso o tipo de ambiente pode influenciar na
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    disponibilidade de recursos, por exemplo, ambientes de água doce são geralmente menores e altamente influenciados pela entrada alóctone de matéria orgânica, levando a diferenças nas características relacionadas a estratégias alimentares e no gasto energético, por exemplo na posição trófica e no tamanho corporal, assim como na relação entre estas características. No segundo capítulo investiguei as taxas evolutivas e taxas de evolução correlacionada entre tamanho corporal e posição trófica utilizando um banco de dados global relacionado à árvore filogenética para peixes ósseos mais recente até a data, encontrei que a relação positiva entre tamanho corporal e posição trófica é mais evidente no clima tropical e que este padrão é possivelmente causado por diferenças na correlação evolutiva entre tamanho corporal e posição trófica entre diferentes climas. No último capítulo trabalhei com modelos de diversificação de espécies levando em conta a região climática de ocorrência das espécies e a guilda trófica à qual as espécies pertencem para identificar quais fatores levam à mais rápida ou lenta diversificação de espécies, encontrando que a prevalência da herbivoria nos trópicos pode ser devida à mais alta diversificação de guildas que apresentam posições tróficas baixas nestas regiões.
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