O EFEITO DE LUZ E NUTRIENTES SOBRE A ESTEQUIOMETRIA DO SÉSTON |
|
Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
23/03/2018 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
- Rafael Dettogni Guariento
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- Adriano Caliman Ferreira da Silva
- Diogo Borges Provete
- Fabio de Oliveira Roque
- Simone Jaqueline Cardoso
|
Resumo |
A estequiometria ecológica busca compreender como a proporção entre os elementos influencia aspectos ecológicos através das demandas dos organismos e da composição elementar de seus alimentos. Produtores primários, bactérias, protozoários e elementos abióticos compõem o séston, que é a base de recursos dos consumidores primários em lagos e oceanos, e que pode se alterar sistematicamente com a razão luz:nutriente. A hipótese luz:nutriente estipula que os produtores primários de ambientes com muita luz possuem alta razão C:P enquanto que em baixa luminosidade possuem baixa razão C:P, sendo portanto a variação da razão luz:nutriente importante para afetar as taxas de herbivoria e fluxo de energia para níveis tróficos superiores. Neste estudo avaliamos a hipótese luz:nutriente em 100 lagos naturais e artificiais no Estado do Rio Grande do Norte e testamos se a variação da razão luz:nutriente afeta a estequiometria de séston (razão C:nutriente). Analisamos as características físico-químicas e limnológicas dos lagos, bem como quantificamos as biomassas de fitoplâncton e zooplâncton, além da composição fitoplanctônica. Encontramos variação nas características físico-químicas e biológicas dos lagos e uma relação positiva entre a razão luz:nutriente e a razão C:P do séston, indicando que o efeito da luz e dos nutrientes na sua estequiometria se dá de forma conjunta e também que a estequiometria do séston pode ser influenciada de forma aditiva pela contribuição relativa de cianobactérias para o fitoplâncton. Dessa forma, concluímos que a razão luz:nutriente é um fator determinante na variação da razão C:P do séston ao longo de uma ampla distribuição espacial de lagos, assim como a contribuição relativa de cianobactérias. |
Download |
|
|
INFLUÊNCIA DO AMBIENTE NAS REDES ANTAGONISTAS MOSCA-MORCEGO EM DUAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DA AMAZÔNIA CENTRAL BRASILEIRA |
|
Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Trabalho de Conclusão de Curso |
Data |
28/02/2018 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- ANALIA GLADYS AUTINO
- Elizabete Captivo Lourenço
- Enrique Reyes Novelo
- Erich Arnold Fischer
|
Resumo |
A relação moscas parasitas e morcegos são interações muito específicas que tem sido pouco testado no Neotrópico, esses parasitos têm distribuição cosmopolita mesmo que seus hospedeiros. As poucas investigações realizadas nesse campo têm encontrado que são muitos os fatores que influenciam nessa relação, além disso, concluíram que características próprias de ambos (moscas e morcegos) tem a sua contribuição. No presente estudo se pretende avaliar se fatores climáticos (chuva e seca) e o tipo de ambiente (várzea inundada e sem inundação) influenciam nas interações parasito-hospedeiro em moscas parasitas e morcegos. Para isso, o trabalho foi feito em duas bacias hidrográficas na floresta da Amazônia central brasileira, rio Purus e rio Madeira. Os morcegos foram coletados por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Amazónicas (INPA) utilizando redes de neblina ao nível de sub-bosque e abertas durante seis horas na noite; as moscas foram extraídas com pinças de ponta fina e depois identificadas no Laboratório de Sistemática, Ecologia e Evolução da universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande (Brasil). Foram coletadas no total, 2045 moscas parasitas de morcegos, agrupadas em duas famílias (Streblidae e Nycteribiidae), 13 géneros e 57 espécies, em 424 morcegos de três famílias (Phyllostomidae, Mormoopidae e Vespertilionidae), 21 géneros e 31 espécies. Os resultados não corroboram nossa primeira hipótese de que o clima e o ambiente influenciam a estrutura das comunidades dos morcegos e, por conseguinte das moscas, como uma resposta as mudanças dos seus hospedeiros, devido à alta especificidade nessa relação. Enquanto, os resultados das métricas nas redes de interação mosca-morcego, como a especialização, sim evidenciaram estar influenciadas pelos fatores ambientais estudados. Assim, neste trabalho se conclui que as associações nos organismos estudados, além de ser muito especificas, são sensíveis as mudanças ambientais no seu entorno, e elas encontrassem adaptadas a tais mudanças naturais. Pela primeira vez são estudadas estas interações na Amazônia central brasileira, contribuindo assim com o conhecimento do parasitismo nos morcegos do Neotrópico. |
Download |
|
|
INFLUÊNCIA DO AMBIENTE NAS REDES ANTAGONISTAS MOSCA-MORCEGO EM DUAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DA AMAZÔNIA CENTRAL BRASILEIRA |
|
Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
28/02/2018 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
- Adrian Alonso Duran de la Ossa
|
Banca |
- ANALIA GLADYS AUTINO
- Elizabete Captivo Lourenço
- Enrique Reyes Novelo
- Erich Arnold Fischer
- Romeo Alberto Saldana Vásquez
|
Resumo |
A relação moscas parasitas e morcegos são interações muito específicas que tem sido pouco testado no Neotrópico, esses parasitos têm distribuição cosmopolita mesmo que seus hospedeiros. As poucas investigações realizadas nesse campo têm encontrado que são muitos os fatores que influenciam nessa relação, além disso, concluíram que características próprias de ambos (moscas e morcegos) tem a sua contribuição. No presente estudo se pretende avaliar se fatores climáticos (chuva e seca) e o tipo de ambiente (várzea inundada e sem inundação) influenciam nas interações parasito-hospedeiro em moscas parasitas e morcegos. Para isso, o trabalho foi feito em duas bacias hidrográficas na floresta da Amazônia central brasileira, rio Purus e rio Madeira. Os morcegos foram coletados por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Amazónicas (INPA) utilizando redes de neblina ao nível de sub-bosque e abertas durante seis horas na noite; as moscas foram extraídas com pinças de ponta fina e depois identificadas no Laboratório de Sistemática, Ecologia e Evolução da universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande (Brasil). Foram coletadas no total, 2045 moscas parasitas de morcegos, agrupadas em duas famílias (Streblidae e Nycteribiidae), 13 géneros e 57 espécies, em 424 morcegos de três famílias (Phyllostomidae, Mormoopidae e Vespertilionidae), 21 géneros e 31 espécies. Os resultados não corroboram nossa primeira hipótese de que o clima e o ambiente influenciam a estrutura das comunidades dos morcegos e, por conseguinte das moscas, como uma resposta as mudanças dos seus hospedeiros, devido à alta especificidade nessa relação. Enquanto, os resultados das métricas nas redes de interação mosca-morcego, como a especialização, sim evidenciaram estar influenciadas pelos fatores ambientais estudados. Assim, neste trabalho se conclui que as associações nos organismos estudados, além de ser muito especificas, são sensíveis as mudanças ambientais no seu entorno, e elas encontrassem adaptadas a tais mudanças naturais. Pela primeira vez são estudadas estas interações na Amazônia central brasileira, contribuindo assim com o conhecimento do parasitismo nos morcegos do Neotrópico.
Palavras-chave: Amazônia, morcegos, Nycteribiidae, parasitismo, redes de |
Download |
|
|
Identificação de lacunas na conservação de morcegos no estado de Mato Grosso do Sul por meio de modelos de distribuição potencial de espécies |
|
Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Trabalho de Conclusão de Curso |
Data |
22/10/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
- Jose Manuel Ochoa Quintero
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- Antonio Conceicao Paranhos Filho
- Ludmilla Moura de Souza Aguiar
- Reinaldo Francisco Ferreira Lourival
- Roberto Macedo Gamarra
- Sussi Missel pacheco
|
Resumo |
A análise de lacunas é uma ferramenta utilizada para dar base científica à tomada de decisões para a criação de áreas protegidas ou para validar áreas pré-existentes. Igualmente possibilita a identificação de regiões geográficas com alta concentração de espécies, mas que não estão inclusas nas áreas protegidas. Desse modo tem-se usado a modelagem preditiva de distribuição para reconhecer áreas com maior probabilidade de ocorrência de espécies. A rede de reservas brasileiras abrange, dentre outros domínios, dois “hotspots” de conservação: Cerrado e Mata Atlântica. Mato Grosso do Sul é um estado brasileiro que apresenta grande heterogeneidade ambiental, nele ocorrem os dois biomas considerados “hotspots” nacionais e a maior parte do Pantanal, que recebe os títulos de Reserva da Biosfera e Patrimônio Natural Mundial. Para proteger toda essa riqueza de ambientes e espécies, o estado de Mato Grosso do Sul conta com 133 áreas protegidas, mas apenas 1,29% são de Proteção Integral. Estudos recentes indicam a necessidade de criação de novas áreas protegidas na região, para garantir a conservação das populações vegetais, visto que as atuais são insuficientes e reforçam a teoria de terras sem valor. Neste estudo foi modelada a distribuição potencial de 54 espécies de morcegos que ocorrem em Mato Grosso do Sul, e apresentam acima de 15 registros diferentes de ocorrência. Todas as espécies modeladas estão representadas dentro da rede de unidades de conservação estaduais, porém, em uma porcentagem muito baixa de suas áreas potenciais de ocorrência. Segundo a informação sobre a distribuição potencial das espécies modeladas, a área de maior adequabilidade ambiental para os morcegos foi no Pantanal do Paraguai, Paiaguás, Nhecolândia e na Serra da Bodoquena. O mapa também apresenta probabilidade média de riqueza potencial em áreas de lacunas de inventários de quirópteros no norte do Pantanal e uma faixa de sudeste a nordeste do estado. O direcionamento de estudos e inventários faunísticos nessas áreas poderá reduzir as lacunas no conhecimento não apenas de espécies de morcegos, mas também para outros grupos taxonômicos além de auxiliar a identificação de áreas prioritárias para a conservação como AICOMs e SICOMs. |
Download |
|
|
Efeito dos fatores locais e espaciais na estrutura de comunidade de Odonata em Lagoas permanentes na transição Cerrado Mata Atlântica |
|
Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Trabalho de Conclusão de Curso |
Data |
10/10/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- Fabio de Oliveira Roque
- Leandro Juen
- Marciel Elio Rodrigues
|
Resumo |
Resumo: Este trabalho teve por objetivo investigar a importância relativa dos fatores ambientais locais e espaciais sobre a abundância, riqueza e composição de metacomunidades de Odonata em lagoas permanentes. O estudo foi realizado nas várzeas do Rio Ivinhema entre os meses de junho e setembro de 2016. Foram amostradas 32 lagoas permanentes. Coletamos 1.196 indivíduos, pertencentes à 39 espécies, 19 gêneros e três famílias, das quais 25 espécies pertencem à subordem Anisoptera e 14 à Zygoptera. Nossos resultados revelaram que a comunidade de Odonatas foi melhor explicada pelas variáveis ambientais (F4,23 = 1,97, P = 0,002). Preditores espaciais não apresentaram relação significativa com a variação na composição de espécies (F3,23 = 1,19, P = 0,229). Variáveis ambientais independentes da estrutura espacial explicaram 10% da variação na composição de espécies. Quando as subordens foram analisadas separadamente, a composição da comunidade de Zygoptera e de Anisoptera também foram explicadas pelos fatores ambientais. Contudo, em Zygoptera, o componente puramente ambiental apresentou maior explicação (F4,25 = 2,76, P = 0,002). As variáveis ambientais que melhor explicaramo padrão de distribuição da comunidade total de Odonata foram condutividade elétrica, oxigênio dissolvido, temperatura da água e área.
Palavras-chave: metacomunidade, Odonata, lagoa.
Abstract: This work aimed to investigate the contribution of local environmental and spatial factors on the abundance, wealth and metacommunity composition of Odonata in permanent ponds. The study was conducted in the floodplains of the Ivinhema River between June and September 2016. Collect 1.196 individuals, belonging to the 39 species, 19 genera and three families, of which 25 species belonging to the suborder Anisoptera and 14 the Zygoptera. Our results revealed that the community of Odonata was best explained by environmental variables (F4 = 1.97 .23, P = 0.002). Spatial predictors showed no significant relationship with the variation in species composition (.23 F3 = 1.19, P = 0.229). Environmental variables independent of spatial structure explained 10% of the variation in species composition. When the suborders were analyzed separately, the composition of the community of Zygoptera and Anisoptera were also explained by environmental factors. However, in Zygoptera, the purely environmental component was more explanation (F4 .25 = 2.76, P = 0.002). The environmental variables that best explain the pattern of distribution of total community of Odonata were electrical conductivity, dissolved oxygen, temperature of the water and the area.
|
Download |
|
|
Efeito dos fatores locais e espaciais na estrutura de comunidade de Odonata em Lagoas permanentes na transição Cerrado Mata Atlântica |
|
Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Trabalho de Conclusão de Curso |
Data |
10/10/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
- Alessandra dos Santos Venturini do Prado
|
Banca |
- Fabio de Oliveira Roque
- Leandro Juen
- Marciel Elio Rodrigues
|
Resumo |
Resumo: Este trabalho teve por objetivo investigar a importância relativa dos fatores ambientais locais e espaciais sobre a abundância, riqueza e composição de metacomunidades de Odonata em lagoas permanentes. O estudo foi realizado nas várzeas do Rio Ivinhema entre os meses de junho e setembro de 2016. Foram amostradas 32 lagoas permanentes. Coletamos 1.196 indivíduos, pertencentes à 39 espécies, 19 gêneros e três famílias, das quais 25 espécies pertencem à subordem Anisoptera e 14 à Zygoptera. Nossos resultados revelaram que a comunidade de Odonatas foi melhor explicada pelas variáveis ambientais (F4,23 = 1,97, P = 0,002). Preditores espaciais não apresentaram relação significativa com a variação na composição de espécies (F3,23 = 1,19, P = 0,229). Variáveis ambientais independentes da estrutura espacial explicaram 10% da variação na composição de espécies. Quando as subordens foram analisadas separadamente, a composição da comunidade de Zygoptera e de Anisoptera também foram explicadas pelos fatores ambientais. Contudo, em Zygoptera, o componente puramente ambiental apresentou maior explicação (F4,25 = 2,76, P = 0,002). As variáveis ambientais que melhor explicaramo padrão de distribuição da comunidade total de Odonata foram condutividade elétrica, oxigênio dissolvido, temperatura da água e área.
Palavras-chave: metacomunidade, Odonata, lagoa.
Abstract: This work aimed to investigate the contribution of local environmental and spatial factors on the abundance, wealth and metacommunity composition of Odonata in permanent ponds. The study was conducted in the floodplains of the Ivinhema River between June and September 2016. Collect 1.196 individuals, belonging to the 39 species, 19 genera and three families, of which 25 species belonging to the suborder Anisoptera and 14 the Zygoptera. Our results revealed that the community of Odonata was best explained by environmental variables (F4 = 1.97 .23, P = 0.002). Spatial predictors showed no significant relationship with the variation in species composition (.23 F3 = 1.19, P = 0.229). Environmental variables independent of spatial structure explained 10% of the variation in species composition. When the suborders were analyzed separately, the composition of the community of Zygoptera and Anisoptera were also explained by environmental factors. However, in Zygoptera, the purely environmental component was more explanation (F4 .25 = 2.76, P = 0.002). The environmental variables that best explain the pattern of distribution of total community of Odonata were electrical conductivity, dissolved oxygen, temperature of the water and the area.
|
Download |
|
|
Identificação de lacunas na conservação de morcegos no estado de Mato Grosso do Sul por meio de modelos de distribuição potencial de espécies |
|
Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Trabalho de Conclusão de Curso |
Data |
22/09/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- Antonio Conceicao Paranhos Filho
- Ludmilla Moura de Souza Aguiar
- Reinaldo Francisco Ferreira Lourival
- Roberto Macedo Gamarra
|
Resumo |
A análise de lacunas é uma ferramenta utilizada para dar base científica à tomada de decisões para a criação de áreas protegidas ou para validar áreas pré-existentes. Igualmente possibilita a identificação de regiões geográficas com alta concentração de espécies, mas que não estão inclusas nas áreas protegidas. Desse modo tem-se usado a modelagem preditiva de distribuição para reconhecer áreas com maior probabilidade de ocorrência de espécies. A rede de reservas brasileiras abrange, dentre outros domínios, dois “hotspots” de conservação: Cerrado e Mata Atlântica. Mato Grosso do Sul é um estado brasileiro que apresenta grande heterogeneidade ambiental, nele ocorrem os dois biomas considerados “hotspots” nacionais e a maior parte do Pantanal, que recebe os títulos de Reserva da Biosfera e Patrimônio Natural Mundial. Para proteger toda essa riqueza de ambientes e espécies, o estado de Mato Grosso do Sul conta com 133 áreas protegidas, mas apenas 1,29% são de Proteção Integral. Estudos recentes indicam a necessidade de criação de novas áreas protegidas na região, para garantir a conservação das populações vegetais, visto que as atuais são insuficientes e reforçam a teoria de terras sem valor. Neste estudo foi modelada a distribuição potencial de 54 espécies de morcegos que ocorrem em Mato Grosso do Sul, e apresentam acima de 15 registros diferentes de ocorrência. Todas as espécies modeladas estão representadas dentro da rede de unidades de conservação estaduais, porém, em uma porcentagem muito baixa de suas áreas potenciais de ocorrência. Segundo a informação sobre a distribuição potencial das espécies modeladas, a área de maior adequabilidade ambiental para os morcegos foi no Pantanal do Paraguai, Paiaguás, Nhecolândia e na Serra da Bodoquena. O mapa também apresenta probabilidade média de riqueza potencial em áreas de lacunas de inventários de quirópteros no norte do Pantanal e uma faixa de sudeste a nordeste do estado. O direcionamento de estudos e inventários faunísticos nessas áreas poderá reduzir as lacunas no conhecimento não apenas de espécies de morcegos, mas também para outros grupos taxonômicos além de auxiliar a identificação de áreas prioritárias para a conservação como AICOMs e SICOMs. |
Download |
|
|
Identificação de lacunas na conservação de morcegos no estado de Mato Grosso do Sul por meio de modelos de distribuição potencial de espécies |
|
Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Trabalho de Conclusão de Curso |
Data |
22/09/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
|
Resumo |
A análise de lacunas é uma ferramenta utilizada para dar base científica à tomada de decisões para a criação de áreas protegidas ou para validar áreas pré-existentes. Igualmente possibilita a identificação de regiões geográficas com alta concentração de espécies, mas que não estão inclusas nas áreas protegidas. Desse modo tem-se usado a modelagem preditiva de distribuição para reconhecer áreas com maior probabilidade de ocorrência de espécies. A rede de reservas brasileiras abrange, dentre outros domínios, dois “hotspots” de conservação: Cerrado e Mata Atlântica. Mato Grosso do Sul é um estado brasileiro que apresenta grande heterogeneidade ambiental, nele ocorrem os dois biomas considerados “hotspots” nacionais e a maior parte do Pantanal, que recebe os títulos de Reserva da Biosfera e Patrimônio Natural Mundial. Para proteger toda essa riqueza de ambientes e espécies, o estado de Mato Grosso do Sul conta com 133 áreas protegidas, mas apenas 1,29% são de Proteção Integral. Estudos recentes indicam a necessidade de criação de novas áreas protegidas na região, para garantir a conservação das populações vegetais, visto que as atuais são insuficientes e reforçam a teoria de terras sem valor. Neste estudo foi modelada a distribuição potencial de 54 espécies de morcegos que ocorrem em Mato Grosso do Sul, e apresentam acima de 15 registros diferentes de ocorrência. Todas as espécies modeladas estão representadas dentro da rede de unidades de conservação estaduais, porém, em uma porcentagem muito baixa de suas áreas potenciais de ocorrência. Segundo a informação sobre a distribuição potencial das espécies modeladas, a área de maior adequabilidade ambiental para os morcegos foi no Pantanal do Paraguai, Paiaguás, Nhecolândia e na Serra da Bodoquena. O mapa também apresenta probabilidade média de riqueza potencial em áreas de lacunas de inventários de quirópteros no norte do Pantanal e uma faixa de sudeste a nordeste do estado. O direcionamento de estudos e inventários faunísticos nessas áreas poderá reduzir as lacunas no conhecimento não apenas de espécies de morcegos, mas também para outros grupos taxonômicos além de auxiliar a identificação de áreas prioritárias para a conservação como AICOMs e SICOMs. |
Download |
|
|
Identificação de lacunas na conservação de morcegos no estado de Mato Grosso do Sul por meio de modelos de distribuição potencial de espécies |
|
Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Trabalho de Conclusão de Curso |
Data |
22/09/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- Antonio Conceicao Paranhos Filho
- Ludmilla Moura de Souza Aguiar
- Reinaldo Francisco Ferreira Lourival
- Roberto Macedo Gamarra
|
Resumo |
A análise de lacunas é uma ferramenta utilizada para dar base científica à tomada de decisões para a criação de áreas protegidas ou para validar áreas pré-existentes. Igualmente possibilita a identificação de regiões geográficas com alta concentração de espécies, mas que não estão inclusas nas áreas protegidas. Desse modo tem-se usado a modelagem preditiva de distribuição para reconhecer áreas com maior probabilidade de ocorrência de espécies. A rede de reservas brasileiras abrange, dentre outros domínios, dois “hotspots” de conservação: Cerrado e Mata Atlântica. Mato Grosso do Sul é um estado brasileiro que apresenta grande heterogeneidade ambiental, nele ocorrem os dois biomas considerados “hotspots” nacionais e a maior parte do Pantanal, que recebe os títulos de Reserva da Biosfera e Patrimônio Natural Mundial. Para proteger toda essa riqueza de ambientes e espécies, o estado de Mato Grosso do Sul conta com 133 áreas protegidas, mas apenas 1,29% são de Proteção Integral. Estudos recentes indicam a necessidade de criação de novas áreas protegidas na região, para garantir a conservação das populações vegetais, visto que as atuais são insuficientes e reforçam a teoria de terras sem valor. Neste estudo foi modelada a distribuição potencial de 54 espécies de morcegos que ocorrem em Mato Grosso do Sul, e apresentam acima de 15 registros diferentes de ocorrência. Todas as espécies modeladas estão representadas dentro da rede de unidades de conservação estaduais, porém, em uma porcentagem muito baixa de suas áreas potenciais de ocorrência. Segundo a informação sobre a distribuição potencial das espécies modeladas, a área de maior adequabilidade ambiental para os morcegos foi no Pantanal do Paraguai, Paiaguás, Nhecolândia e na Serra da Bodoquena. O mapa também apresenta probabilidade média de riqueza potencial em áreas de lacunas de inventários de quirópteros no norte do Pantanal e uma faixa de sudeste a nordeste do estado. O direcionamento de estudos e inventários faunísticos nessas áreas poderá reduzir as lacunas no conhecimento não apenas de espécies de morcegos, mas também para outros grupos taxonômicos além de auxiliar a identificação de áreas prioritárias para a conservação como AICOMs e SICOMs. |
Download |
|
|
Ecologia espacial e sociobiologia de quatis (Carnivora: Nasua nasua) em uma área do Pantanal da Nhecolândia |
|
Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
01/09/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- Beatriz de Mello Beisiegel
- Grasiela Edith de Oliveira Porfirio Petry
- Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos
- Rita de Cássia Bianchi
|
Resumo |
O quati (Nasua nasua) é um carnívoro de médio porte de hábito diurno e crepuscular, que ocorre ao longo da América do Sul. Os quatis são generalistas, se alimentando, principalmente, de frutos e insetos. Devido aos hábitos alimentares e a elevada abundância que esses animais apresentam nos locais onde ocupam é esperado que os quatis desenvolvam um importante papel nas dinâmicas ecológicas florestais. No entanto, pouco se sabe sobre esses animais. Este estudo teve como objetivo descrever a biologia social, área de uso, sobreposição espacial, seleção de habitat e áreas de uso intensivo e recursividade dos quatis. Para melhor compreendermos a ecologia desses animais, também investigamos a viabilidade de localizar os ninhos após as coletas de dados via GPS-telemetria. O estudo foi realizado em uma Fazenda do Pantanal da Nhecolândia, Mato Grosso do sul, entre novembro de 2015 e agosto de 2016. Para capturar os quatis, utilizamos armadilhas do tipo grade e três tipos diferentes de isca. Dez quatis foram equipados com colar-GPS, dos quais oito forneceram dados de movimentação. Durante as capturas, notamos diversas cicatrizes e lacerações nos animais, a maior parte em machos e apenas uma observação em uma fêmea. Durante as atividades de monitoramento, presenciamos uma ocasião em que um quati macho acompanhava um grupo social fora do período reprodutivo, o que não é usual para a espécie. A maior parte das interações entre machos e fêmeas ocorreu durante o período reprodutivo, que neste estudo aconteceu entre os meses de agosto e dezembro. Durante o estudo, registramos a morte de apenas um indivíduo. As investigações dos prováveis ninhos pós-análise de dados foram promissoras e encontramos os locais de dormida entre 62 a 90% das ocasiões. Alguns locais de dormida não resultaram em ninhos, mas foram associados com o uso de palmeiras como local de descanso noturno. Os locais de dormida foram reutilizados em diferentes dias de monitoramento e compartilhados com outros indivíduos da espécie. Os dados de movimentação dos quatis monitorados nos forneceram um total de 29767 localizações (3720 ± 2804), obtidas, em média, durante 36,7 dias (12-59; ± 15,70) de monitoramento por animal. Os quatis apresentaram uma área de uso entre 0,40 a 7,44 km², estimadas pelo método Kernel Fixo 95%. As áreas de uso também foram calculadas pelo método “biased random bridge kernel method/movement based kernel estimation” (BRB). Os valores encontrados a partir dessa abordagem variaram entre 0,41 a 2,40 km² e não diferiram significativamente do primeiro método. De forma geral, os quatis apresentaram diversas áreas de uso intensivo e de recursividade, onde permaneceram um maior tempo médio e para onde retornaram mais vezes. As localizações dos ninhos desses animais coincidiram com essas áreas, o que pode indicar diferentes estratégias de uso do espaço. De forma geral, os quatis selecionaram as florestas em diferentes contextos da ecologia espacial: durante a alocação da área de uso na paisagem, para a localização dos ninhos e durante suas atividades diárias. |
Download |
|
|
Ecologia espacial e biologia social de quatis (Carnivora: Nasua nasua) em uma área do Pantanal da Nhecolândia |
|
Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Artigo Científico |
Data |
01/09/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
- Guilherme de Miranda Mourão
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- Beatriz de Mello Beisiegel
- Grasiela Edith de Oliveira Porfirio Petry
- Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos
- Rita de Cássia Bianchi
|
Resumo |
O quati (Nasua nasua) é um carnívoro de médio porte de hábito diurno e crepuscular, que ocorre ao longo da América do Sul. Os quatis são generalistas, se alimentando, principalmente, de frutos e insetos. Devido aos hábitos alimentares e a elevada abundância que esses animais apresentam nos locais onde ocupam é esperado que os quatis desenvolvam um importante papel nas dinâmicas ecológicas florestais. No entanto, pouco se sabe sobre esses animais. Este estudo teve como objetivo descrever a biologia social, área de uso, sobreposição espacial, seleção de habitat e áreas de uso intensivo e recursividade dos quatis. Para melhor compreendermos a ecologia desses animais, também investigamos a viabilidade de localizar os ninhos após as coletas de dados via GPS-telemetria. O estudo foi realizado em uma Fazenda do Pantanal da Nhecolândia, Mato Grosso do sul, entre novembro de 2015 e agosto de 2016. Para capturar os quatis, utilizamos armadilhas do tipo grade e três tipos diferentes de isca. Dez quatis foram equipados com colar-GPS, dos quais oito forneceram dados de movimentação. Durante as capturas, notamos diversas cicatrizes e lacerações nos animais, a maior parte em machos e apenas uma observação em uma fêmea. Durante as atividades de monitoramento, presenciamos uma ocasião em que um quati macho acompanhava um grupo social fora do período reprodutivo, o que não é usual para a espécie. A maior parte das interações entre machos e fêmeas ocorreu durante o período reprodutivo, que neste estudo aconteceu entre os meses de agosto e dezembro. Durante o estudo, registramos a morte de apenas um indivíduo. As investigações dos prováveis ninhos pós-análise de dados foram promissoras e encontramos os locais de dormida entre 62 a 90% das ocasiões. Alguns locais de dormida não resultaram em ninhos, mas foram associados com o uso de palmeiras como local de descanso noturno. Os locais de dormida foram reutilizados em diferentes dias de monitoramento e compartilhados com outros indivíduos da espécie. Os dados de movimentação dos quatis monitorados nos forneceram um total de 29767 localizações (3720 ± 2804), obtidas, em média, durante 36,7 dias (12-59; ± 15,70) de monitoramento por animal. Os quatis apresentaram uma área de uso entre 0,40 a 7,44 km², estimadas pelo método Kernel Fixo 95%. As áreas de uso também foram calculadas pelo método “biased random bridge kernel method/movement based kernel estimation” (BRB). Os valores encontrados a partir dessa abordagem variaram entre 0,41 a 2,40 km² e não diferiram significativamente do primeiro método. De forma geral, os quatis apresentaram diversas áreas de uso intensivo e de recursividade, onde permaneceram um maior tempo médio e para onde retornaram mais vezes. As localizações dos ninhos desses animais coincidiram com essas áreas, o que pode indicar diferentes estratégias de uso do espaço. De forma geral, os quatis selecionaram as florestas em diferentes contextos da ecologia espacial: durante a alocação da área de uso na paisagem, para a localização dos ninhos e durante suas atividades diárias. |
Download |
|
|
Remoção Secundária de Diásporos de Jatobá-do-cerrado Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne (Caesalpinioideae) |
|
Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
15/05/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
- Irídia Maria Leme Barbosa
|
Banca |
- Alan Fecchio
- Celine de Melo
- José Carlos Morante Filho
- Rogerio Rodrigues Faria
- Rudi Ricardo Laps
|
Resumo |
A predação e dispersão de sementes moldam a dinâmica populacional e a distribuição
das plantas. A dispersão é a remoção de propágulos para distâncias variadas cujo tipo
mais representativo nos trópicos é a zoocoria, por contribuir para a diversidade de
plantas nos ecossistemas. O Jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa) é uma espécie
arbórea proeminente e seus diásporos são primariamente dispersos pela gravidade e se
acumulam de forma variada sob a copa da árvore. O objetivo desse estudo foi avaliar a
distância de dispersão e o destino dos diferentes diásporos em relação ao tamanho do
diásporo (vagem grande e pequena) e quantidade de recursos presentes (semente com e
sem arilo). Além disso, foi avaliada a distância de dispersão entre período de seca e
chuva, bem como em área onde Jatobá-do-cerrado é comum ou rara. O estudo foi
realizado no Parque Natural Municipal do Pombo, município de Três Lagoas, MS, nos
meses de setembro e novembro de 2015, antes e após a queda dos frutos (dispersão
primária). O experimento consistiu em 24 unidades experimentais, 12 árvores adultas de
Jatobá-do-cerrado no cerrado sentido restrito denso e 12 pontos em campo sujo, em que
quatro tipos de diásporos foram posicionados e marcados para acessar o respectivo
destino. Após 30 dias da montagem do experimento para cada estação realizamos a
coleta dos dados sobre o destino dos diásporos. Em princípio, na estação seca, as vagens
tiveram maiores distâncias (≥ 15 metros) e 100% das vagens foram removidas do local
de origem na área de cerrado sentido restrito, enquanto na estação chuvosa, a maioria
dos diásporos permaneceu intacto. Na área de campo sujo, tanto a estação seca como
chuvosa, as sementes tiveram 78% de remoção, embora tenha ocorrido um aumento de
manipulação das vagens na estação chuvosa. A two-way NPMANOVA indicou o efeito
significativo dos habitats, tipos de diásporo e a interação dos fatores sobre o destino das
vagens e sementes. As vagens por representarem recursos rentáveis percorreram
maiores distâncias, processo que reduz os níveis de mortalidade densidade-dependente.
Depois de manipuladas a longas distâncias, e se abertas, e parte das sementes estocadas
ou não consumidas podem elevar consideravelmente as chances de germinação e
estabelecimento de novos indivíduos
|
Download |
|
|
The costs of parental care and skin-feeding in Leptodactylus podicipinus (Anura: Leptodactylidae) |
|
Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
10/05/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
- Cynthia Peralta De Almeida Prado
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
- Juan Fernando Cuestas Carrillo
|
Banca |
- Cinthia A. Brasileiro
- Denise C. Rossa-Feres
- María Laura Ponssa
|
Resumo |
O cuidado parental é muito diversificado entre as famílias de anuros. As espécies do gênero Leptodactylus exibem diferentes modos reprodutivos, incluindo cuidado parental. Este investimento adicional gera custos que os parentais devem enfrentar. Nós usamos Leptodactylus podicipinus, um membro do grupo de L. melanonotus, como modelo para investigar os custos do cuidado maternal e a interação mãe-prole no Pantanal sul. Fêmeas de L. podicipinus cuidam dos ovos e dos girinos até a metamorfose. Esta dissertação de mestrado é apresentada em dois capítulos. No capítulo 1, medimos os custos do cuidado maternal usando dados de captura-recaptura para comparar variáveis energéticas entre fêmeas cuidadoras e não-cuidadoras (i.e. massa do corpo, massa do corpo adiposo, dos ovários e do volume do conteúdo estomacal). No capítulo 2, estudamos a relação mãe-prole, examinando as características da pele, o trato digestório dos girinos e o comportamento para investigar a ocorrência de dermatotrofia em L. podicipinus. Características da pele foram comparadas entre fêmeas cuidadoras, não-cuidadoras e machos. Fêmeas cuidadoras perderam massa após uma semana, comparadas às fêmeas sem girinos. A massa dos ovários e o volume dos estômagos também foram menores em fêmeas cuidadoras e estômagos vazios ocorreram apenas nessas fêmeas com girinos. Porém, não houve diferença na massa dos corpos gordurosos. Nossos resultados indicam que os benefícios do cuidado parental em L. podicipinus podem impor alguns custos às fêmeas, pois a redução na tomada de alimento e na massa dos ovários podem reduzir o tamanho do corpo e a fecundidade futura. Fêmeas cuidando de girinos exibiram epiderme e estrato esponjoso mais espesso. Além disso, a concentração de lipídeos foi maior na epiderme de fêmeas cuidadoras e encontramos células epiteliais no trato digestório de girinos, sugerindo dermatotrofia em L. podicipinus, o primeiro registro deste tipo de cuidado em Anura. |
Download |
|
|
Dichogamous sexual system in Cissus spinosa (Vitaceae): floral biology, synchronicity, and visitors |
|
Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
17/03/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- Andrea Cardoso de Araujo
- André Rodrigo Rech
- Erich Arnold Fischer
- Felipe Wanderley de Amorim
- Maria Rosangela Sigrist
- SPENCER CHARLES HILTON BARRETT
|
Resumo |
A separação de órgãos sexuais masculinos e femininos em angiospermas é essencial para o seu sucesso
reprodutivo, temporalmente ou espacialmente, pois reduz o autocruzamento e a auto-interferência, e
produz proles mais saudáveis. A dicogamia é uma dessas estratégias com várias subcategorias
relacionadas ao momento específico em que ocorre a maturação e apresentação de estames e pistilos,
tornando-a um fenômeno de diagnóstico complexo, que se acredita ter evoluído para evitar a
autopolinização. Em particular, a sincronização do surgimento de estruturas reprodutivas masculinas e
femininas, dentro das flores, em inflorescências, e em toda planta é um aspecto essencial para evitar a
autofecundação de espécies de plantas dicogâmicas. Além disso, para garantir o sucesso reprodutivo, as
espécies dicogâmicas necessitam de vetores de pólen, como insetos, que visitam as flores masculinas e
femininas para garantir o fluxo de pólen ea produção de sementes. Neste trabalho, investiguei o sistema
sexual e reprodutivo da espécie de liana Cissus spinosa (Vitaceae) no Pantanal brasileiro, que foi
preliminarmente observada como uma espécie com protandria aparentemente sincronizada,
posteriormente questionamos: qual é o sistema sexual de dicogâmico específico e o sistema de
acasalamento desta espécie e quais são os potenciais polinizadores e visitantes florais? Utilizando
espécimes da liana escandente Cissus spinosa no campo, fiz observações da biologia floral, coletas de
todos os estágios do desenvolvimento floral (isto é, fase reprodutiva), sistema de acasalamento e
visitação floral entre os anos de 2014-2016. Através da análise de dados sobre morfologia floral e
maturação de estames e pistilo ao longo do tempo, verifiquei que Cissus spinosa apresentou uma
dicogamia síncrona de vários ciclos, com flores protândricas que apresentavam um alto nível de
sincronização dentro e entre inflorescências de plantas individuais. Cissus spinosa é auto-compatível,
formando frutos em todos os tratamentos do teste do sistema de acasalamento. Os polinizadores
potenciais foram abelhas Apidae, tais como Apis mellifera e Trigona spinipes, juntamente com espécies
de Crabronidae e Vespidae. Outros visitantes incluíram besouros (Chrysomelidae), borboletas
(Nymphalidae), e moscas (Sacrophagidae & Syphridae). Em geral, o tipo de dicogamia aqui relatado
pode ser uma estratégia que ocorre para evitar a autofecundação nesta espécie autocompatível, uma vez
que as inflorescências são sincronicamente masculinas ou femininas e as plantas dentro da mesma área
3
oferecem ambas as fases florais consistentemente ao longo do dia. Esta pesquisa representa o primeiro
relato para este tipo específico de dicogamia no grande gênero de Cissus e pode apontar tendências entre
este gênero ou família, especialmente aquelas em regiões tropicais. |
Download |
|
|
Efeito da perda de habitat associados a impactos hidrelétricos sobre uma comunidade de borboletas frugívoras no sudoeste da Floresta Amazônica brasileira |
|
Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
07/03/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
- Débora Leite Rodrigues do Carmo
|
Banca |
- André Victor Lucci Freitas
- Danilo Bandini Ribeiro
- Fabio de Oliveira Roque
- Gustavo Graciolli
|
Resumo |
Empreendimentos hidrelétricos estão sendo implementados em diversas regiões do
mundo e particularmente na Amazônia. As usinas hidrelétricas causam diversos impactos
ambientais, mas pouco se sabe sobre como essas atividades afetam a biodiversidade do
local onde são construídas. Se faz necessário identificar esses efeitos ambientais para
perspectivas de conservação, e pode-se utilizar sistemas cartográficos e bioindicadores
para avaliá-los. Assim sendo, o objetivo deste trabalho é identificar os impactos de
supressão vegetal causado por uma represa em uma área no sudoeste da Amazônia
brasileira e verificar como a comunidade de borboletas frugívoras da região respondeu as
consequentes mudanças na paisagem. A área de estudo possui uma vegetação
predominantemente ombrófila aberta e o clima da região é classificado como quente
úmido. Nas análises de supressão vegetal, foram utilizadas informações sobre a
construção da hidrelétrica e imagens de satélite para determinar a extensão dos impactos
sobre a floresta. Para avaliar as modificações na estrutura da comunidade de borboletas,
foi conduzido um monitoramento de 16 campanhas em quatro módulos na região de
análise e diversos parâmetros de diversidade da comunidade foram analisados. As seis
primeiras campanhas do monitoramento correspondem a época antes do impacto de
inundação de áreas ocasionado com finalização da represa, e as 10 ultimas são referentes
à depois do impacto. As análises da paisagem mostram que uma grande extensão de
floresta foi suprimida com alagamentos e desmatamentos em virtude das obras da usina,
alterando assim a paisagem na região. Desde o começo da usina houve uma perda de 4%
de cobertura florestal na paisagem e ocorreu mais de 900 km² de desmatamento.
Atualmente resta cerca de 77% de cobertura florestal dentro da paisagem. Durante o
monitoramento das borboletas, foram amostrados 2164 indivíduos pertencentes a 117
espécies e quatro subfamílias. A riqueza da comunidade total foi maior antes do impacto.
10
Porém, depois do impacto o sub-bosque apresentou maior diversidade, e também neste
estrato duas tribos aumentaram em abundância e uma tribo aumentou em riqueza após a
perturbação. Isso pode ter ocorrido devido ao favorecimento de borboletas de áreas
abertas e impactadas nos níveis mais baixos da floresta. Além disso, as ordenações
indicaram uma homogeneização biótica dentro da comunidade, provavelmente devido ao
favorecimento dos mesmos tipos de organismos e a exclusão de outros após o impacto.
Não houve diminuição na diversidade geral da comunidade, mesmo assim as borboletas
frugívoras responderam às alterações na paisagem, se mostrando novamente eficientes
indicadoras ecológicas.
|
Download |
|
|
Araneofauna estruturada em gradiente urbano-rural independente da paisagem e da estrutura vegetal |
|
Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
06/03/2017 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- Alexandre Bragio Bonaldo
- Antonio Domingos Brescovit
- Danilo Bandini Ribeiro
- Eduardo Martins Venticinqüe
- Josue Raizer
- Rafael Dettogni Guariento
|
Resumo |
A urbanização é destacada como um dos principais fatores relacionados a perda de
biodiversidade, porém nem todos os grupos de animais são afetados da mesma maneira
por esse processo. Nós avaliamos os efeitos da urbanização sobre a comunidade de
aranhas ao longo de um gradiente urbano-rural em escala local e de paisagem. As aranhas
foram coletadas com guarda-chuva entomológico em 15 fragmentos, onde foram tomadas
medidas de estrutura vertical da vegetação, as quais representaram os efeitos locais e
medidas de componentes da matriz circundante desses fragmentos através de imagens de
satélite, que representaram os efeitos da paisagem. A composição de espécies variou entre
áreas urbanas e rurais, com espécies ocorrendo exclusivamente em fragmentos rurais,
assim como em fragmentos urbanos. Em áreas da periferia urbana várias espécies foram
comuns aquelas das demais áreas. A comunidade de aranhas não respondeu a estrutura
da vegetação e nem a composição da paisagem ao redor dos fragmentos, o que pode ser
explicado pela alta diversidade de uso de habitat do grupo estudado (aranhas do estrato
arbustivo), uma vez que as respostas são mais claras quando o grupo alvo pertence a uma
mesma guilda. Portanto, há variação na composição de espécies de aranhas ao longo do
gradiente urbano-rural, mas essa variação não depende da estrutura vegetal dos
fragmentos e dos elementos da paisagem que circundam os remanescentes florestais. |
Download |
|
|
Efeito da perda e fragmentação florestal sobre a comunidade de Psitacídeos |
|
Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
16/12/2016 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
- Maria João Veloso da Costa Ramos Pereira
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
- Cármen Sofia Lourenço Lemos Dionísio
|
Banca |
- Cintia Cornelius Frische
- Gláucia Helena Fernandes Seixas
- José Augusto Alves
- Jose Manuel Ochoa Quintero
- Rafael Dettogni Guariento
|
Resumo |
A perda e degradação do habitat a partir da intensa alteração ambiental, resultante de
atividades antropogênicas, têm efeitos diretos ou indiretos sobre toda a biodiversidade e
consequentemente sobre a avifauna. Assim, o futuro da proteção e conservação da
biodiversidade irá implicar um manejo em paisagens cada vez mais antropizadas. Desta
forma, estudos que considerem fatores da paisagem como a cobertura vegetacional e o
tamanho do fragmento são cruciais para fazer previsões acerca do efeito do uso do solo
sobre as comunidades animais e conceber estratégias de gestão eficazes. De forma a
investigar como as espécies respondem a alterações ambientais, utilizámos as espécies da
família Psittacidae como modelo. Neste estudo, procurámos avaliar como a comunidade
de psitacídeos responde aos efeitos da fragmentação florestal e perda de habitat numa
região do Cerrado. Para tal, analisámos como a riqueza, abundância relativa e
composição de espécies variam entre paisagens com diferentes coberturas florestais e
entre fragmentos florestais com diferentes tamanhos. Os nossos resultados indicam que a
variação observada na riqueza e abundância relativa de psitacídeos não está relacionada
com a cobertura florestal. No entanto, a composição de psitacídeos varia entre as
diferentes coberturas florestais das diferentes paisagens analisadas. O tamanho do
fragmento também não explica as diferenças na variação de riqueza, abundância relativa
e diversidade de psitacídeos. Além disso, detectamos mais duas espécies de psitacídeos
para a região da Serra da Bodoquena – Aratinga auricapillus e Forpus xanthopterygius,
do que os anteriormente descritos na literatura. Os psitacídeos não mostraram um efeito
claro na resposta às alterações ambientais, provavelmente relacionado com a sua
capacidade de dispersão para atividades tais como a procura de alimento. Estas espécies,
distribuídas pelas diferentes coberturas florestais e pelos diferentes tamanhos de
fragmentos, mostram assim uma resposta positiva à
indicamos medidas para mitigar os impactos futuros da perda de habitat e sugerimos
espécies prioritárias para a conservação.
|
Download |
|
|
Influência da variação interanual das inundações no Pantanal sobre a abundância das populações de dois mamíferos ameaçados: o cervo do pantanal (Blastocerus dichotomus Illiger, 1811) e o veado campeiro (Ozotoceros bezoarticus Linnaeus, 1758) |
|
Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
24/06/2016 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
- Guellity Marcel Fonseca Pereira
|
Banca |
- Helena De Godoy Bergallo
- José Mauricio Barbanti
- Liliani Marilia Tiepolo
- Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos
- Marcelo Oscar Bordignon
- Roger Rodrigues Torres
|
Resumo |
Em ambientes inundáveis as populações de diversas espécies podem variar devido à
heterogeneidade temporal e espacial nas comunidades de plantas e da produtividade de
ecossistemas, mediadas pela duração e intensidade das inundações. O presente estudo
objetivou avaliar a relação entre a variação da densidade de cervo-do-pantanal
(Blastocerus dichotomus) e veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus) e a variação nas
inundações no Pantanal, bem como analisar a magnitude dos efeitos de mudanças
climáticas sobre a abundância destas espécies. As densidades foram obtidas através de
levantamentos aéreos cobrindo toda a planície inundável, e foi encontrada uma relação
significativa entre inundação e densidade apenas para o cervo-do-pantanal. A densidade
desta espécie variou de 0,16 a 0,32 indivíduos/km² (população máxima estimada em
44800 ± 7686 indivíduos), enquanto a densidade de veado-campeiro variou de 0,11 a
0,25 grupos/km² (população máxima estimada de 34800 ± 6369 grupos) durante os oito
levantamentos aéreos realizados entre 1991-2004. Frente os cenários mais recentes de
mudanças na precipitação em toda a Bacia do Alto Paraguai, estimamos declínios de
10% a 25% nas populações de cervo cujas probabilidades de ocorrência são de 85 e
60%, respectivamente, até 2040, e declínios críticos de 50% a 75% nas populações cujas
probabilidades são 55% e 60%, respectivamente, até 2100. Sob esta perspectiva, os
impactos de mudanças climáticas podem ainda ser agravados pela sinergia com
alterações ambientais que interferem na hidrologia do Pantanal, tais como projetos de
aproveitamentos hidroelétricos, intervenções nos principais rios para melhorar a
navegação e canais de drenagem em áreas úmidas.
|
Download |
|
|
Variação da abundância de Physalaemus biligonigerus (Cope, 1861) (Anura: Leptodactylidae) sob influência da estrutura do habitat e paisagem em área de planície inundável, Brasil |
|
Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
23/06/2016 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
- Pedro Henrique Pereira de Jesus
|
Banca |
- Antonio Conceicao Paranhos Filho
- Christine Strüsmann
- Cynthia Peralta De Almeida Prado
- Diego Jose Santana Silva
- Milton Cezar Ribeiro
- Vanda Lucia Ferreira
|
Resumo |
As características da estrutura do habitat e da paisagem são determinantes na
compreensão dos padrões de distribuição, diversidade, riqueza e abundância dos
anfíbios. A influência do habitat em micro e mesoescala nos parâmetros populacionais
dos anfíbios é cada vez mais evidente, e cada espécie responde a esses efeitos de
diferentes formas. Diante disso, investigamos a influência do habitat ao nível de
microescala e mesoescala na abundância de Physalaemus biligonigerus em uma área da
porção oeste da sub-região do Pantanal da Nhecolândia. Os indivíduos foram
amostrados através de armadilhas de interceptação e queda com cerca-guia entre 2008 a
2014. A abundância de rã-chorona (n = 659) variou ao longo dos anos e campanhas,
porém, a espécie foi mais abundante na estação úmida. O modelo linear misto
demonstrou que o índice de umidade por diferença normalizada e a distância da água
exercem influência significativa sobre a abundância ponderada de P. biligonigerus. Na
análise de variância, a porcentagem de campo limpo também foi um preditor
importante, e a mesma interage de modo expressivo com a distância da água. Isso
demonstra que P. biligonigerus predomina nas áreas de campos e menos distantes da
água. Nossos resultados evidenciam a influência da configuração da paisagem sobre a
abundância de P. biligonigerus.
|
Download |
|
|
Estruturação espaço-temporal, funcional e filogenética de borboletas frugívoras em diferentes estratos verticais de uma Floresta Estacional Semidecidual |
|
Curso |
Mestrado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Dissertação |
Data |
30/05/2016 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
|
Coorientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- Danilo Bandini Ribeiro
- Fabio de Oliveira Roque
- Leandro da Silva Duarte
- Lucas Augusto Kaminski
- Nicolas Oliveira Mega
- Nicolay Leme da Cunha
|
Resumo |
Uma das principais perguntas em ecologia de comunidades é entender os fatores que
afetam a distribuição e composição de espécies no espaço e no tempo. Neste contexto, a
estratificação vertical da vegetação tem sido apontada como um importante estruturador da composição de espécies dos mais diferentes táxons, uma vez que os estratos
apresentam diferenças em seus fatores abióticos. No presente estudo buscamos avaliar se a assembleia de borboletas frugívoras estaria estruturada diferentemente entre os estratos
verticais no Parque Nacional da Serra da Bodoquena. Este trabalho buscou avaliar, além da composição de espécies, já mostrada em trabalhos anteriores, a diversidade funcional
e a associação filogenética dos organismos em cada estrato vertical. Para isso, utilizamos armadilhas com iscas atrativas dispostas alternadamente entre o sub-bosque e o dossel ao
longo de seis transecções independentes no PARNA Serra da Bodoquena. Em um ano de
amostragem foram registrados 4230 indivíduos, distribuídos em 63 espécies de borboletas
frugívoras. O sub-bosque foi o estrato mais rico e abundante, enquanto que o dossel apresentou maior diversidade, provavelmente pela alta dominância da espécie Eunica
Macris no subosque. Porém, observamos um padrão de estratificação vertical sazonal,
onde verificamos uma inversão nos valores relativos de riqueza e abundância nos meses mais frios, sendo o dossel o estrato mais rico e abundante neste período. A composição
de espécies diferiu significativamente entre os dois estratos, e todas as subfamílias estiveram presentes tanto no dossel quanto no sub-bosque; a tribo Morphini, pertencente
a subfamília Satyrinae, ocorreu exclusivamente no sub-bosque. Embora não saibamos exatamente quais os fatores que determinam esta estruturação vertical na assembleia de
borboletas frugívoras, uma das possíveis hipóteses seriam os fatores abióticos (luminosidade) e/ou bióticos como a distribuição de plantas hospedeiras e a predação. De
forma geral, sugerimos que a estruturação da assembleia de borboletas frugívoras ao longo dos estratos verticais no PARNA Serra da Bodoquena é em parte determinada pela
variação nos fatores ambientais entre os estratos, que atua como um filtro selecionando espécies com determinadas características funcionais; todavia, este filtro não é
filogenético, ou seja, o grau de relacionamento entre as espécies que ocorrem em um estrato não é significativamente diferente do de espécies que ocorrem em estratos
diferentes. Alguns atributos medidos nestes organismos diferiram significativamente entre os estratos verticais, estando estes atributos correlacionados ao voo e à
termorregulação. Em borboletas, existem muitos aspectos diferentes relacionados ao voo (velocidade, duração, agilidade, manobrabilidade). A velocidade do voo é positivamente
correlacionada com a menor amplitude da asa, comprimento e largura do tórax, enquanto que a massa relativa do abdómen é negativamente relacionada à velocidade do voo; em
geral, voos mais lentos conferem ao organismo maior manobrabilidade. Nesse contexto, a diferenciação funcional entre os estratos verticais encontrada no presente trabalho, pode
estar relacionada a diferentes estratégias de defesa contra a predação, devido suas características morfológicas e de voo; ainda, pode haver relação direta com biologia
termal das espécies, que juntas podem auxiliar na fuga contra predadores. Como conclusão, observamos que as espécies de borboletas frugívoras se distribuem
diferentemente entre o sub-bosque e o dossel. Essa diferença encontrada na composição da assembleia de borboletas frugívoras, associada à diferença funcional, sugere que os
estratos são fundamentalmente distintos quanto as suas condições bióticas e/ou abióticas, mesmo em uma floresta de menor porte, como a Serra da Bodoquena, que apresenta o
estrato de sub-bosque e dossel mais próximos um do outro se comparada à Mata Atlântica e à Amazônia. Além disso, constatamos um agrupamento funcional e não filogenético
entre os estratos verticais; desta forma, podemos sugerir que os processos ecológicos e não os fatores históricos foram preponderantes na estruturação funcional da assembleia
de borboletas frugívoras entre o sub-bosque e o dossel.
|
Download |
|
|