Reforço populacional do jabuti Chelonoidis carbonarius (Spix,1824) em um remanescente urbano de Cerrado |
|
Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
30/07/2020 |
Área |
ECOLOGIA APLICADA |
Orientador(es) |
- Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- Diego Jose Santana Silva
- LARISSA NASCIMENTO BARRETO
- Laura Verrastro Vinas
- Liliana Piatti
- Rudi Ricardo Laps
|
Resumo |
Processos de resgate de fauna e reintrodução de animais silvestres são comuns no Brasil e seus efeitos sobre as populações residentes são desconhecidos. Com o objetivo de ajudar a dar um destino mais apropriado para os animais encontrados nos centros de triagem e reabilitação de animais silvestres, esse projeto realizou um reforço populacional de jabutis-piranga (Chelonoidis carbonarius) com animais provindos desses centros. O estudo foi estruturado em dois capítulos: a primeira discute os aspectos gerais do reforço populacional de jabutis e a segunda parte aborda os padrões espaciais dos indivíduos soltos no ambiente natural. O trabalho foi realizado no fragmento florestal da UFMS (Campo Grande, MS, Brasil). Vinte e seis jabutis provenientes do CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) passaram por exames clínicos e físicos, sendo 11 soltos (equipados com GPS) no fragmento através da técnica de soltura gradual. Durante o período de aclimatação, foram fornecidos alimento e água, bem como um monitoramento sanitário e nutricional. Após esse período, os indivíduos foram soltos e monitorados, tendo sua movimentação e saúde avaliados. Um indivíduo morreu durante o período de monitoramento e apenas um animal voltou ao local de soltura para se alimentar. Os animais eventualmente foram encontrados fora da reserva, caminhando pelo campus da universidade. Os jabutis se dispersaram de maneira rápida e curta. Nem que nem o sexo nem o peso do animal influenciaram os parâmetros dos modelos de dispersão. O movimento dos animais soltos foi semelhante ao dos nativos, possuindo áreas de vida de tamanho semelhante. Além disso, nem o peso e nem o sexo influenciaram no tamanho das áreas de vidas. Podemos considerar que a translocação dos indivíduos foi bem-sucedida a curto prazo, visto que houve uma alta sobrevivência dos animais soltos, bem como o estabelecimento de suas áreas de vida dentro do perímetro do local de soltura. |
|
Flora, fenologia reprodutiva e redes de interações plantas-borboletas na Borda Oeste do Pantanal, MS |
|
Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
30/06/2020 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- André Rodrigo Rech
- Camila Silveira de Souza
- Erich Arnold Fischer
- Maria Rosangela Sigrist
|
Resumo |
A borda oeste do Pantanal engloba enclaves de relevo residual caracterizados por
diversas fitofisionomias, que contrastam com a vegetação aquática na planície
inundável pantaneira. Dentre essas formações, encontram-se as vegetações típicas de
mata decídua, que ocorrem nas encostas calcáreas e manchas de solo ferruginoso, e as
vegetações de cangas, que ocorrem sobre lajedos ferruginosos. Ambas as vegetações
estão sujeitas a condições ambientais extremas, definidas pela constituição edafo
topográfica, baixa precipitação e retenção hídrica do solo, resultando em uma
heterogeneidade de micro-habitas que determina a distribuição, abundância e interações
entre as espécies. Essas áreas estão também sujeitas à intensa ação antrópica, que
constitui em importante risco na manutenção de populações de espécies endêmicas ou
vulneráveis. Estudos ecológicos sobre a distribuição espacial e temporal das espécies,
bem como suas interações com polinizadores locais, são ferramentas importantes em
projetos de conservação. Seis áreas distribuídas entre fitofisionomias de canga, mata
decídua ferruginosa e mata decídua calcárea foram monitoradas durante o período de
janeiro de 2017 a dezembro de 2018, quanto aos seus aspectos florísticos, de
diversidade funcional, fenologia reprodutiva e de suas interações com lepidópteros
visitantes florais. As matas decíduas calcárea e ferruginosa foram semelhantes tanto na
prevalência dos atributos funcionais quanto no arranjo dos grupos funcionais. Os grupos
funcionais de canga refletem o arranjo espacial das espécies (espécies abundantes e
esparsas no lajedo, além de espécies relacionadas às ilhas de vegetação) e as estratégias
ecológicas frente ao estresse ambiental (herbáceas anuais, árvores e arbustos,
suculentas), mas as três áreas estudadas apresentaram baixa riqueza funcional. A
floração e a frutificação nesses ecossitemas foram anuais, não-sazonais e fracamente
9
sincrônicas no nível de espécie, mas com forte sincronia entre indivíduos na
comunidade. Como era esperado, de acordo com outros estudos em ambientes sazonais,
as fenofases apresentaram correlação com fatores abióticos, como temperatura,
precipitação e comprimento do dia. As redes de interações com lepidópteros visitantes
florais apresentaram baixa conectância, mas especialização, aninhamento e
modularidade significativos. E como estudo de caso, cangas da região do Maciço do
Urucum possuem uma grande riqueza de espécies e alta diversidade beta, semelhantes a
de outros afloramentos ferruginosos do Brasil. As informações resultantes desse estudo
podem nortear e embasar futuras ações de manejo e conservação de espécies endêmicas
e dos ecossistemas sazonais da borda oeste do Pantanal. |
|
FLORA, FENOLOGIA REPRODUTIVA E REDE DE INTERAÇÕES PLANTAS-LEPIDÓPTEROS NA BORDA OESTE DO PANTANAL SUL |
|
Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
30/06/2020 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- André Rodrigo Rech
- Camila Silveira de Souza
- Erich Arnold Fischer
- Maria Rosangela Sigrist
|
Resumo |
A borda oeste do Pantanal engloba enclaves de relevo residual caracterizados por
diversas fitofisionomias, que contrastam com a vegetação aquática na planície
inundável pantaneira. Dentre essas formações, encontram-se as vegetações típicas de
mata decídua, que ocorrem nas encostas calcáreas e manchas de solo ferruginoso, e as
vegetações de cangas, que ocorrem sobre lajedos ferruginosos. Ambas as vegetações
estão sujeitas a condições ambientais extremas, definidas pela constituição edafo
topográfica, baixa precipitação e retenção hídrica do solo, resultando em uma
heterogeneidade de micro-habitas que determina a distribuição, abundância e interações
entre as espécies. Essas áreas estão também sujeitas à intensa ação antrópica, que
constitui em importante risco na manutenção de populações de espécies endêmicas ou
vulneráveis. Estudos ecológicos sobre a distribuição espacial e temporal das espécies,
bem como suas interações com polinizadores locais, são ferramentas importantes em
projetos de conservação. Seis áreas distribuídas entre fitofisionomias de canga, mata
decídua ferruginosa e mata decídua calcárea foram monitoradas durante o período de
janeiro de 2017 a dezembro de 2018, quanto aos seus aspectos florísticos, de
diversidade funcional, fenologia reprodutiva e de suas interações com lepidópteros
visitantes florais. As matas decíduas calcárea e ferruginosa foram semelhantes tanto na
prevalência dos atributos funcionais quanto no arranjo dos grupos funcionais. Os grupos
funcionais de canga refletem o arranjo espacial das espécies (espécies abundantes e
esparsas no lajedo, além de espécies relacionadas às ilhas de vegetação) e as estratégias
ecológicas frente ao estresse ambiental (herbáceas anuais, árvores e arbustos,
suculentas), mas as três áreas estudadas apresentaram baixa riqueza funcional. A
floração e a frutificação nesses ecossitemas foram anuais, não-sazonais e fracamente
9
sincrônicas no nível de espécie, mas com forte sincronia entre indivíduos na
comunidade. Como era esperado, de acordo com outros estudos em ambientes sazonais,
as fenofases apresentaram correlação com fatores abióticos, como temperatura,
precipitação e comprimento do dia. As redes de interações com lepidópteros visitantes
florais apresentaram baixa conectância, mas especialização, aninhamento e
modularidade significativos. E como estudo de caso, cangas da região do Maciço do
Urucum possuem uma grande riqueza de espécies e alta diversidade beta, semelhantes a
de outros afloramentos ferruginosos do Brasil. As informações resultantes desse estudo
podem nortear e embasar futuras ações de manejo e conservação de espécies endêmicas
e dos ecossistemas sazonais da borda oeste do Pantanal. |
|
Flora, fenologia reprodutiva e rede de interações plantas-lepidópteros na borda oeste do Pantanal sul |
|
Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
30/06/2020 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- André Rodrigo Rech
- Camila Silveira de Souza
- Erich Arnold Fischer
- Maria Rosangela Sigrist
|
Resumo |
A borda oeste do Pantanal engloba enclaves de relevo residual caracterizados por diversas fitofisionomias, que contrastam com a vegetação aquática na planície inundável pantaneira. Dentre essas formações, encontram-se as vegetações típicas de mata decídua, que ocorrem nas encostas calcáreas e manchas de solo ferruginoso, e as vegetações de cangas, que ocorrem sobre lajedos ferruginosos. Ambas as vegetações estão sujeitas a condições ambientais extremas, definidas pela constituição edafo-topográfica, baixa precipitação e retenção hídrica do solo, resultando em uma heterogeneidade de microhabitats que determina a distribuição, abundância e interações entre as espécies. Essas áreas estão também sujeitas à intensa ação antrópica, que constitui em importante risco na manutenção de populações de espécies endêmicas ou vulneráveis. Estudos ecológicos sobre a distribuição espacial e temporal das espécies, bem como suas interações com polinizadores locais, são ferramentas importantes em projetos de conservação. Seis áreas distribuídas entre fitofisionomias de canga, mata decídua ferruginosa e mata decídua calcárea foram monitoradas durante o período de janeiro de 2017 a dezembro de 2018, quanto aos seus aspectos florísticos, de diversidade funcional, fenologia reprodutiva e de suas interações com lepidópteros visitantes florais. As matas decíduas calcárea e ferruginosa foram semelhantes tanto na prevalência dos atributos funcionais quanto no arranjo dos grupos funcionais. Os grupos funcionais de canga refletem o arranjo espacial das espécies (espécies abundantes e esparsas no lajedo, além de espécies relacionadas às ilhas de vegetação) e as estratégias ecológicas frente ao estresse ambiental (herbáceas anuais, árvores e arbustos, suculentas), mas as três áreas estudadas apresentaram baixa riqueza funcional. A floração e a frutificação nesses ecossitemas foram anuais, não-sazonais e fracamente sincrônicas no nível de espécie, mas com forte sincronia entre indivíduos na comunidade. Como era esperado, de acordo com outros estudos em ambientes sazonais, as fenofases apresentaram correlação com fatores abióticos, como temperatura, precipitação e comprimento do dia. As redes de interações com lepidópteros visitantes florais apresentaram baixa conectância, mas especialização, aninhamento e modularidade significativos. E como estudo de caso, cangas da região do Maciço do Urucum possuem uma grande riqueza de espécies e alta diversidade beta, semelhantes a de outros afloramentos ferruginosos do Brasil. As informações resultantes desse estudo podem nortear e embasar futuras ações de manejo e conservação de espécies endêmicas e dos ecossistemas sazonais da borda oeste do Pantanal. |
|
FLORA, FENOLOGIA REPRODUTIVA E REDE DE INTERAÇÕES PLANTAS-LEPIDÓPTEROS NA BORDA OESTE DO PANTANAL SUL |
|
Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
30/06/2020 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- André Rodrigo Rech
- Camila Silveira de Souza
- Erich Arnold Fischer
- Maria Rosangela Sigrist
|
Resumo |
A borda oeste do Pantanal engloba enclaves de relevo residual caracterizados por diversas fitofisionomias, que contrastam com a vegetação aquática na planície inundável pantaneira. Dentre essas formações, encontram-se as vegetações típicas de mata decídua, que ocorrem nas encostas calcáreas e manchas de solo ferruginoso, e as vegetações de cangas, que ocorrem sobre lajedos ferruginosos. Ambas as vegetações estão sujeitas a condições ambientais extremas, definidas pela constituição edafo-topográfica, baixa precipitação e retenção hídrica do solo, resultando em uma heterogeneidade de microhabitats que determina a distribuição, abundância e interações entre as espécies. Essas áreas estão também sujeitas à intensa ação antrópica, que constitui em importante risco na manutenção de populações de espécies endêmicas ou vulneráveis. Estudos ecológicos sobre a distribuição espacial e temporal das espécies, bem como suas interações com polinizadores locais, são ferramentas importantes em projetos de conservação. Seis áreas distribuídas entre fitofisionomias de canga, mata decídua ferruginosa e mata decídua calcárea foram monitoradas durante o período de janeiro de 2017 a dezembro de 2018, quanto aos seus aspectos florísticos, de diversidade funcional, fenologia reprodutiva e de suas interações com lepidópteros visitantes florais. As matas decíduas calcárea e ferruginosa foram semelhantes tanto na prevalência dos atributos funcionais quanto no arranjo dos grupos funcionais. Os grupos funcionais de canga refletem o arranjo espacial das espécies (espécies abundantes e esparsas no lajedo, além de espécies relacionadas às ilhas de vegetação) e as estratégias ecológicas frente ao estresse ambiental (herbáceas anuais, árvores e arbustos, suculentas), mas as três áreas estudadas apresentaram baixa riqueza funcional. A floração e a frutificação nesses ecossitemas foram anuais, não-sazonais e fracamente sincrônicas no nível de espécie, mas com forte sincronia entre indivíduos na comunidade. Como era esperado, de acordo com outros estudos em ambientes sazonais, as fenofases apresentaram correlação com fatores abióticos, como temperatura, precipitação e comprimento do dia. As redes de interações com lepidópteros visitantes florais apresentaram baixa conectância, mas especialização, aninhamento e modularidade significativos. E como estudo de caso, cangas da região do Maciço do Urucum possuem uma grande riqueza de espécies e alta diversidade beta, semelhantes a de outros afloramentos ferruginosos do Brasil. As informações resultantes desse estudo podem nortear e embasar futuras ações de manejo e conservação de espécies endêmicas e dos ecossistemas sazonais da borda oeste do Pantanal. |
|
Understanding the threshold of species loss by combining local knowledge with in-field data on mammal and bird species in the Cerrado Hotspot |
|
Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
29/06/2020 |
Área |
ECOLOGIA DE ECOSSISTEMAS |
Orientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- Danilo Bandini Ribeiro
- Fabio de Oliveira Roque
- Mauricio de Almeida Gomes
- Maurício Silveira
- Rudi Ricardo Laps
|
Resumo |
A mudança no uso da terra induzida pelos seres humanos é a ameaça mais importante que afeta a sobrevivência de várias espécies e reduz a provisão de serviços ecossistêmicos para as comunidades locais. Estudos recentes mostraram que, uma vez que a cobertura vegetal das paisagens atinge determinados níveis, o número de espécies diminui mais rapidamente, o que é chamado limiar de perda de espécies. É urgente realizar esses estudos em paisagens modificadas pelos seres humanos, a fim de fornecer informações relevantes para a tomada de decisões e conservação em terras públicas e privadas. Além disso, é altamente relevante incluir ecossistemas não florestais no escopo, como o Hotspot do Cerrado, uma vez que esses tipos de ecossistemas têm sido frequentemente negligenciados para conservação no Brasil. Este estudo aborda o limiar de perda de espécies em paisagens modificadas pelos seres humanos em duas perspectivas diferentes. Primeiro, faz uma revisão de estudos empíricos em todo o mundo que usam a abordagem do limiar de perda de espécies com aves e encontra 31 artigos publicados de 1994 a 2018, com 24 estudos realizados em latitudes temperadas e sete em regiões tropicais, observando a tendência crescente de os estudos e sua potencial aplicação a estratégias de conservação e restauração de paisagens para conservação de aves. Em seguida, realiza uma pesquisa empírica no planalto da Serra da Bodoquena com 18 mamíferos de médio e grande porte e seis espécies de aves, utilizando dados coletados com armadilhas fotográficas. Concentra-se nos 9 mamíferos e 2 aves que responderam negativamente à perda de vegetação nativa a 500 m de buffer, resultando em um limiar médio de 56% da cobertura vegetal nativa. Ao interpolar esse valor em mapas de conversão de uso antropogênico modelados para 2030 e 2050 para projetar como a probabilidade de ocupação mudará ao longo do tempo, a perda anual prevista foi 22,6 km2 acima do valor limite médio, indicando que quase metade da área atual com valores acima do limite estará abaixo deles em 2050. Além disso, este estudo explora um componente mais social investigando a percepção do habitante local sobre a riqueza e o declínio de mamíferos no nível da propriedade. Para entender as diferenças de percepção de acordo com a principal atividade econômica, realizei entrevistas com 37 habitantes locais dedicados à produção agrícola, pecuária e turismo em uma área do Cerrado no estado de Mato Grosso do Sul. Embora não encontre diferença significativa na riqueza total percebida de acordo com a atividade econômica, há uma diferença significativa na percepção de riqueza de espécies de áreas abertas e de florestas dentro de propriedades turísticas (t 0,0194, n = 6), o que sugere que essa categoria de os proprietários de terras, contando com atividades econômicas relacionadas à biodiversidade, têm um melhor conhecimento sobre sua biodiversidade e podem estar dispostos a proteger grandes áreas de florestas em suas propriedades. |
|
FLORA, FENOLOGIA REPRODUTIVA E REDE DE INTERAÇÕES PLANTAS-LEPIDÓPTEROS NA BORDA OESTE DO PANTANAL SUL |
|
Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
03/06/2020 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- André Rodrigo Rech
- Camila Silveira de Souza
- Erich Arnold Fischer
- Maria Rosangela Sigrist
|
Resumo |
A borda oeste do Pantanal engloba enclaves de relevo residual caracterizados por diversas fitofisionomias, que contrastam com a vegetação aquática na planície inundável pantaneira. Dentre essas formações, encontram-se as vegetações típicas de mata decídua, que ocorrem nas encostas calcáreas e manchas de solo ferruginoso, e as vegetações de cangas, que ocorrem sobre lajedos ferruginosos. Ambas as vegetações estão sujeitas a condições ambientais extremas, definidas pela constituição edafo-topográfica, baixa precipitação e retenção hídrica do solo, resultando em uma heterogeneidade de microhabitats que determina a distribuição, abundância e interações entre as espécies. Essas áreas estão também sujeitas à intensa ação antrópica, que constitui em importante risco na manutenção de populações de espécies endêmicas ou vulneráveis. Estudos ecológicos sobre a distribuição espacial e temporal das espécies, bem como suas interações com polinizadores locais, são ferramentas importantes em projetos de conservação. Seis áreas distribuídas entre fitofisionomias de canga, mata decídua ferruginosa e mata decídua calcárea foram monitoradas durante o período de janeiro de 2017 a dezembro de 2018, quanto aos seus aspectos florísticos, de diversidade funcional, fenologia reprodutiva e de suas interações com lepidópteros visitantes florais. As matas decíduas calcárea e ferruginosa foram semelhantes tanto na prevalência dos atributos funcionais quanto no arranjo dos grupos funcionais. Os grupos funcionais de canga refletem o arranjo espacial das espécies (espécies abundantes e esparsas no lajedo, além de espécies relacionadas às ilhas de vegetação) e as estratégias ecológicas frente ao estresse ambiental (herbáceas anuais, árvores e arbustos, suculentas), mas as três áreas estudadas apresentaram baixa riqueza funcional. A floração e a frutificação nesses ecossitemas foram anuais, não-sazonais e fracamente sincrônicas no nível de espécie, mas com forte sincronia entre indivíduos na comunidade. Como era esperado, de acordo com outros estudos em ambientes sazonais, as fenofases apresentaram correlação com fatores abióticos, como temperatura, precipitação e comprimento do dia. As redes de interações com lepidópteros visitantes florais apresentaram baixa conectância, mas especialização, aninhamento e modularidade significativos. E como estudo de caso, cangas da região do Maciço do Urucum possuem uma grande riqueza de espécies e alta diversidade beta, semelhantes a de outros afloramentos ferruginosos do Brasil. As informações resultantes desse estudo podem nortear e embasar futuras ações de manejo e conservação de espécies endêmicas e dos ecossistemas sazonais da borda oeste do Pantanal. |
|
Aggregation, biogeography and landscape ecology of bat ectoparasites |
|
Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
12/03/2020 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- Boris Krasnov
- Ciro Libio Caldas dos Santos
- Luiz Eduardo Roland Tavares
- Romeo Alberto Saldana Vásquez
|
Resumo |
Parasitismo é um dos estilos de vida mais bem-sucedido na natureza. Estimativas mostram que praticamente metade das espécies na Terra são parasitas. Essa diversidade reflete a importância dos parasitas para os ecossistemas. Parasitas controlam a população de hospedeiros, influencia no comportamento e no fenótipo dos animais, são importantes para as redes alimentares e o fluxo de energia. Apesar desta importância, a ecologia dos parasitas ainda é pouco estudada quando comparada com organismos de vida livre. Morcegos são extremamente importantes nos ambientes naturais devido a suas funções como polinizador, dispersor, predador e vetor de doenças. Sobre o corpo dos morcegos são encontrados uma diversa comunidade de artrópodes ectoparasitas. Esses organismos influenciam o comportamento dos morcegos, o acasalamento o uso de abrigos e podem ser responsáveis pela disseminação de patógenos. Nesta tese eu avaliei três aspectos da ecologia de ectoparasitas de morcegos: a distribuição espacial, biogeografia e os efeitos da mudança na paisagem sobre a prevalência. Primeiro, comparei os padrões de agregação de duas espécies de moscas ectoparasitas de Artibeus planirostris no Pantanal e Cerrado. Meus resultados mostraram que as populações de moscas ectoparasitas são mais agregadas no Pantanal que nos planaltos de entorno. Essa diferença no padrão de distribuição espacial reflete os diferentes tipos de abrigos disponíveis para os morcegos nas duas regiões. Segundo, analisando dados publicados de abundância de moscas e seus hospedeiros nos Neotrópicos, abordei os efeitos da distância geográfica, variáveis ambientais e composição de espécies de hospedeiros sobre a estrutura das comunidades de moscas ectoparasitas. Mostro que a composição de espécies hospedeiras e diferenças ambientais foram as variáveis mais importantes na estruturação das comunidades de moscas ectoparasitas de morcegos. Argumento que a especificidade e o tempo que o parasita passa fora do hospedeiro são características importantes na estruturação das comunidades de ectoparasitas. Por último, através de coletas sistemáticas em vinte sítios amostrais eu analisei os efeitos da mudança na paisagem sobre a prevalência de nove ectoparasitas em quatro espécies de morcegos. Eu encontrei que apenas a prevalência do carrapato Ornithodoros hasei sobre A. planirostris foi afetada pela quantidade de cobertura vegetal. Eu argumento que esse resultado advém da densidade de morcegos dentro dos abrigos. O fato de a perda de habitat influenciar apenas os carrapatos pode ser explicado pela sobrevida do parasita quando não está em contato com o hospedeiro. Meus resultados elucidam importantes aspectos da ecologia de ectoparasitas de morcegos na região Neotropical: o ambiente influencia na distribuição de ectoparasitas sobre os morcegos; a especificidade e o tempo que o parasita passa fora do hospedeiro influenciam a estrutura das comunidades de ectoparasitas; e os efeitos da mudança da paisagem na prevalência de ectoparasitas de morcegos são espécies específicas. |
|
Distribution and ecological traits of amphibians in the Pantanal-Paraguay Basin and the efficiency of protected areas under changing climate |
|
Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
10/02/2020 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
|
Orientando(s) |
- Matheus de Oliveira Neves
|
Banca |
- Débora Leite Silvano
- Emanuel Teixeira da Silva
- Priscila Lemes de Azevedo SIlva
- Thaís Barreto Guedes da Costa
|
Resumo |
O mundo está enfrentando uma grave crise global do meio ambiente com uma acelerada extinção em massa e medidas que busquem a conservação das espécies são necessárias cada vez mais. O estabelecimento de Áreas de Proteção (APs) é o principal meio de conservar a biodiversidade, porém a rede de APs existentes apresenta relativa ineficiência em abrigar padrões de riqueza e diversidade. Alterações no uso da terra e mudanças climáticas causam grandes efeitos na distribuição das espécies com uma acelerada taxa de extinção, principalmente para os anfíbios, que são considerados um dos grupos mais afetados. Para melhores resultados nas tomadas de decisão em conservação, é necessário levar em consideração as alterações causadas pelas mudanças climáticas e o uso da terra. Muitos trabalhos tem recorrido ao uso de modelos de distribuição de espécies (SDM – Species Distribution Models), porém a escassez de dados de ocorrência e erros de identificação tem prejudicado resultados mais robustos. Outras informações, como traços ecológicos, também podem auxiliar em estudos posteriores já que estes determinam a capacidade das espécies de persistirem no ambiente. Informações acerca de anfíbios são muitas vezes escassas em algumas regiões, como ocorre na Bacia do Alto Paraguai (BAP). A BAP cobre a maior parte do Pantanal e outras ecorregiões circundantes e localiza-se no centro da América do Sul entre Brasil, Bolívia e Paraguai. A região apresenta muitas lacunas amostrais e muitas espécies fora de APs em uma visão continental. Assim, o objetivo deste trabalho foi disponibilizar dados verificados e corrigidos de ocorrência de espécies de anfíbios, assim como avaliar a eficiência das APs existentes da região em abriga-las atualmente e sob mudanças climáticas e uso da terra usando estes dados verificados. Também, disponibilizamos traços ecológicos das espécies e indicamos áreas com alta riqueza e valores de conservação para estabelecimento de novas APs. No primeiro capítulo desta tese, compilamos mais de 17 mil registros de ocorrência de espécies e 30 características de traços ecológicos para 113 espécies de anfíbios que ocorrem na BAP. As informações compiladas são disponibilizadas através de dois conjuntos de dados diferentes. O primeiro contém os registros de ocorrência das espécies e informa a sua identificação, coleção científica, localidade, coordenadas geográficas, acurácia, data e coletores. O segundo conjunto de dados abrange atributos de traços ecológicos em nível de espécie para morfometria, dieta, atividade, habitat e estratégia reprodutiva. No segundo capítulo, através do uso de SDMs encontramos que os padrões de riqueza de anfíbios atualmente se estabelecem principalmente nas regiões sudeste da BAP e relacionado a áreas de altitude. Em cenários futuros grandes mudanças ocorrerão tanto em riqueza de espécies quanto em substituição (turnover) dentro de comunidades. As APs mostraram baixa eficiência em abrigar as espécies de anfíbios atualmente com um relevante decréscimo no futuro, porém abrigam áreas importantes para absorver os impactos das mudanças na distribuição das espécies causadas pelas mudanças climáticas e uso da terra. O procedimento de priorização de áreas através do Zonation indicou regiões com altos valores para conservação espalhadas pela BAP, principalmente nos planaltos de entorno. Algumas regiões são importantes para a conservação das espécies, tanto atualmente quanto no futuro, mas não possuem nenhuma proteção, tais como a Serrania de Santiago na Bolívia e a região de Chaco Úmido no Brasil. É de extrema importância a disponibilidade de dados para que estudos ecológicos posteriores sejam realizados, principalmente em áreas negligenciadas como a BAP. Além disso, avaliar a situação da rede de APs e indicar novas áreas com altos valores conservacionistas não são suficientes. Necessita-se também mitigar as emissões de gases poluentes e de exploração humana e também restaurar alguns ambientes já perdidos, principalmente aumentando a conectividade entre APs. |
|
Are scattered trees crow's nests in a crop ocean? A dispersal experiment using release platforms |
|
Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Trabalho de Conclusão de Curso |
Data |
31/01/2020 |
Área |
ECOLOGIA APLICADA |
Orientador(es) |
- Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos
|
Orientando(s) |
- Vitor Quadros Altomare Sanches
|
Banca |
- Manoel Comes Muanis
- Marcus Vinicius Vieira
- Mauricio de Almeida Gomes
- NILTON CARLOS ROSA JÚNIOR
|
Resumo |
A fragmentação dos ecossistemas naturais e a perda de habitat para atividades humanas faz com que
populações naturais restrinjam-se a ilhas de remanescentes de ecossistemas naturais em um oceano
de variados tipos de matriz. A persistência nessas ilhas das espécies silvestres depende da
capacidade dos indivíduos de movimentarem-se entre elas formando metapopulações ou
populações. Para estudarmos movimentos dispersivos, devemos considerar a conectividade
funcional entre fragmentos que é influenciada por fatores intrínsecos e extrínsecos. Movimentos
dispersivos podem ser separados em três estágios: (1) emigração, (2) transição e (3) imigração. No
estágio 2, que geralmente ocorre na matriz, os indivíduos são expostos a vários perigos. Árvores na
matriz podem, além de muitas outras funções, facilitar a orientação, funcionando como cestos da
gávea (ponto de observação em navios) em um oceano de monoculturas. Nosso objetivo foi
identificar o impacto de árvores isoladas na performance de dispersão de indivíduos de Didelphis
albiventris em diferentes tipos de matriz. A performance de dispersão varia proporcionalmente com
a capacidade perceptual, habilidade de orientação e sucesso de dispersão e é inversamente
proporcional à tortuosidade dos trajetos desenvolvidos. D. albiventris é o maior didelfídeo brasileiro,
onívoro, generalista, escansorial e comum em áreas antropizadas, mas sua presença está relacionada
a fragmentos de habitats naturais. Realizamos solturas de indivíduos em três tipos de matriz: campo
colhido, milho e soja, nas distâncias de 30, 50 e 100m do fragmento mais próximo. Nas distâncias e
matrizes fora da capacidade perceptual dos indivíduos, realizamos solturas sobre plataformas de
aproximadamente 2m de altura para testar se a altura traria alguma melhora para a performance de
dispersão dos indivíduos. O fragmento-alvo foi um remanescente de floresta de cerrado com árvores com altura média de 15m. As solturas foram realizadas através de um aparato que minimiza a
influência da presença dos pesquisadores no comportamento de orientação dos indivíduos. Para
rastreamento foram utilizados carretéis de linha presos aos indivíduos que, após pelo menos 12h da
soltura, tiveram os trajetos medidos com o auxílio de bússola e trena. Para cada tipo de soltura,
considerando tipo de matriz, distância e altura de soltura, foi realizado um teste de Rayleigh. A maior
distância, em cada tipo de matriz, onde o teste apontou orientação significativa para o fragmento foi
considerada como capacidade perceptual das espécies naquela matriz. Calculamos a tortuosidade, a
habilidade de orientação e o sucesso de dispersão para cada distância, matriz e altura de soltura.
Testamos os efeitos dos tipos de matriz, distância e da altura da soltura na performance de dispersão
dos indivíduos através do modelo parametrizado por completo. Soltamos e rastreamos 14 indivíduos
no campo colhido, todos no chão; 30 indivíduos no milho, 22 no chão e 8 em plataformas; 17 na soja,
12 no chão e 5 em plataformas. O tipo de matriz influenciou significativamente a capacidade
perceptual que foi de 100m no campo colhido, 50m no milho e menos que 30m na soja. As
plataformas aumentaram a capacidade perceptual dos indivíduos somente no milho de 50 para
100m. No campo colhido os indivíduos apresentam a melhor performance de dispersão. As
plataformas aumentaram significativamente a performance de dispersão somente para indivíduos
libertados no milho. Árvores isoladas podem exercer um efeito de cesto da gávea em plantações de
milho, mas não em plantações de soja. Esse efeito deve estar relacionado às pistas visuais e olfativas
às quais os indivíduos têm acesso ao se orientarem inicialmente em um lugar acima da altura das
plantas da matriz. Na soja, o efeito de cesto da gávea provavelmente é perdido durante a
movimentação devido à alta obstrução provocada pelas plantas durante o trajeto na matriz. A soja
pode ser uma matriz problemática, uma vez que as espécies não ocorrem nela e aparentemente têm
grandes dificuldades de realizar movimentos entre fragmentos quando ela forma a matriz. Árvores
isoladas desenvolvem vários papéis importantes na manutenção da biodiversidade em ambientes
alterados, nós concluímos que, para a fauna, além dos efeitos já conhecidos de abrigar, alimentar e
hidratar, as árvores podem exercer o papel de cesto da gávea na orientação durante migrações entre
fragmentos |
|
Population ecology of freshwater turtles in urban area of Southern Brazil |
|
Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
17/12/2019 |
Área |
ECOLOGIA APLICADA |
Orientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- Camila Kurzmann Fagundes
- Carlos Rouco Zufiaurre
- Elizângela Silva de Brito
- Franco Leandro de Souza
- Luis Arias de Reyna Martínez
|
Resumo |
O processo de urbanização representa uma ameaça significativa aos ecossistemas,
especialmente para os aquáticos. Mudanças na vegetação ripária e na estrutura do corpo
d'água, bem como a introdução de espécies exóticas e o contato de animais silvestres e
seres humanos, são alguns dos impactos enfrentados nas áreas urbanas. Como
conseqüência das mudanças no ambiente, as espécies selvagens podem ser afetadas.
Dessa forma, os principais objetivos deste estudo são: i) avaliar os parâmetros
populacionais de de três espécies de quelônios de água doce urbanas, uma nativa
(Phrynops geoffroanus) e duas espécies exóticas (Trachemys dorbigni dorbigni,
Trachemys scripta elegans); ii) analisar sua área de vida, seleção de habitat e distância
máxima percorrida por cada espécie; iii) identificar quais características urbanas podem
influenciar seu padrão de movimento. Coletamos quelônios entre Julho de 2016 e
Agosto de 2018 em um parque urbano no estado do Paraná, Brasil, e usamos o método
de captura-recaptura e radiotelemetria para monitorar populações durante esse período.
Tanto as espécies nativas quanto as exóticas apresentaram parâmetros populacionais
semelhantes, a área de vida variou de acordo com o método de coleta dos dados e
estimador utilizado (MCP100 e KDE95), e elas selecionam habitats com características
urbanas (principalmente com a presença humana). Nosso estudo é o primeiro no Brasil a
analisar a ecologia populacional de espécies nativas e exóticas de quelônios de água
doce que coexistem. O monitoramento a longo prazo das três espécies deve ser
considerado pelas autoridades brasileiras para evitar a extinção local das espécies
nativas e controlar as espécies exóticas. Além disso, as atividades de educação
ambiental ajudarão a população a se preocupar com os danos que a introdução de novos
indivíduos (liberando animais de estimação) pode causar aos ecossistemas, mesmo nas
áreas urbanas. |
|
Multi-taxa responses to different environmental gradients: a taxonomic, functional and phylogenetic approach |
|
Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
13/12/2019 |
Área |
ECOLOGIA APLICADA |
Orientador(es) |
|
Orientando(s) |
- Clarissa de Araujo Martins
|
Banca |
- Damien Picard
- Mauricio de Almeida Gomes
- Natália Mossmann Koch
- Tadeu de Siqueira Barros
|
Resumo |
Comunidades biológicas são compostas por espécies que interagem ou potencialmente interagem entre si. Elas são o resultado de eventos relacionados à história e neutralidade, e também podem ser resultado de mecanismos evolutivos e ecológicos. Em relação aos mecanismos ecológicos, as espécies em uma determinada comunidade podem responder às interações ecológicas, como por exemplo, competição, mutualismo, facilitação. E também podem responder ao meio abiótico, por exemplo, gradientes ambientais de clima, solo, cobertura florestal. Nesse sentido, o principal objetivo da minha tese é entender como diferentes gradientes ambientais moldam as comunidades biológicas. Utilizando dois tipos de gradientes ambientais, (i) diversidade latitudinal e (ii) intensificação do uso da terra (particularmente, perda de vegetação nativa na Serra da Bodoquena, MS, Brasil). No primeiro capítulo, investiguei como os padrões filogenéticos nas comunidades de plantas, metazoários e microrganismos diferem entre as regiões tropical e temperada. Discutimos as hipóteses clássicas de padrões latitudinais de diversidade e conectamos com possíveis mecanismos que podem ter gerado esses padrões. No segundo capítulo, usamos métricas taxonômicas, funcionais e filogenéticas para entender como a perda de vegetação nativa afeta vários fatores biológicos. Especificamente, testamos se a resposta à perda de vegetação nativa de insetos aquáticos, odonatas, anuros e mamíferos terrestres é linear ou não. No terceiro capítulo, investigamos se o tamanho do corpo de odonatas, anuros e mamíferos terrestres influencia na resposta à perda de vegetação nativa. Aqui, discutimos mecanismos relacionados à capacidade de dispersão, taxas metabólicas e algumas características intrínsecas de cada um dos grupos taxonômicos. |
|
Land use scenarios for the Pantanal: Implications for conservation, management and ecosystem functioning |
|
Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
08/11/2019 |
Área |
ECOLOGIA APLICADA |
Orientador(es) |
- Rafael Dettogni Guariento
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- Aliny Patricia Flauzino Pires
- Arnildo Pott
- Mauricio de Almeida Gomes
|
Resumo |
A construção de cenários é uma ferramenta fundamental para entendermos como a natureza responderá a diferentes caminhos do desenvolvimento humano e de políticas públicas. Além disso, entender como será o futuro de ecossistemas importantes como o Pantanal, uma das maiores áreas úmidas do mundo e considerada hotspot de serviços ecossistêmicos, pode contribuir para formulação de políticas públicas que diminuam ou amenizem os impactos da atividade humana. Por isso, nesta tese usamos cenários para avaliar como diferentes leis ambientais podem impactar a perda de vegetação. No Capítulo 1, usamos um modelo espacialmente explícito para identificar fatores de perda de vegetação no planalto e na planície da Bacia do Alto Paraguai (UPRB) e projetar a perda de vegetação até 2050, de acordo com a tendência de uso da terra (2008 a 2016) e considerando as taxas de Reserva Legal previstas na Lei de Proteção à Vegetação Nativa (NVPL), popularmente conhecida como “Novo Código Florestal”. Identificamos que os fatores de perda de vegetação são diferentes entre o planalto e a planície e que mais de 14.000 km² de vegetação nativa espera-se que a UPRB se perca em 2050. Além disso, identificamos um Arco de perda de vegetação no Pantanal. A identificação do arco é de extrema importância para que políticas públicas emergenciais sejam implementadas nesta área, por apresentar rápida conversão. No capítulo 2 usamos o mesmo modelo usado no capítulo 1 para projetar a perda de vegetação na BAP sob diferentes taxas de reserva legal previstas em leis ambientais ou projetos de lei. (i) BAU: Business as usual, que considera as leis existentes: a Lei de Proteção à Vegetação Nativa (NVPL) e o Decreto Estadual de Mato Grosso do Sul (14.273 de 2015); (ii) LRE: extinção da Reserva Legal (LR) devido ao projeto de lei recentemente proposto; (iii) LR50: considera a proposta de 50% da LR para o Pantanal; e (iv) LR80: sugerimos uma proposta de 80% da LR para as planícies do Pantanal e 35% para o planalto do Pantanal. Além disso, avaliamos como cada cenário de perda de vegetação afetaria a erosão do solo, exportação de sedimentos e custos de reposição de nutrientes do solo. O cenário LRE geraria perda de mais de 30.000 km² de vegetação nativa no Pantanal. Os cenários LR80 e LR50 podem impedir a perda de 3% e 2% de vegetação nativa, respectivamente, em comparação com o cenário da BAU. A redução das taxas de RL aumentará a erosão do solo e a produção de sedimentos no Pantanal em até 7% e 10%, respectivamente, onde mais de 90% dos sedimentos transportados para a planície pantaneira vieram do planalto. O cenário LR80 projeta uma redução nos custos de reposição de nutrientes do solo em 10% em comparação com o BAU, enquanto o cenário LR50 diminui em 1,5%. O cenário LRE prevê um aumento de 8% dos custos de reposição de nutrientes do solo quando comparado ao BAU. Nossos resultados mostram a importância da reserva legal no Pantanal para evitar perdas de serviços ecossistêmicos como a qualidade do solo, e também a importância para a agricultura |
Download |
|
|
From large to small-scale: drivers of Geoffroy´s cat diet across South America and ecological features in a human-modified landscape on southern Brazil |
|
Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
31/07/2019 |
Área |
ECOLOGIA APLICADA |
Orientador(es) |
- Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- Grasiela Edith de Oliveira Porfirio Petry
- Jayme Augusto Prevedello
- Ronaldo Gonçalves Morato
- Tatiane Campos Trigo
|
Resumo |
Os mamíferos carnívoros desempenham um papel crucial na natureza, exercendo controle ‘top-down’ nas comunidades. Sua influência ecológica é principalmente impulsionada pelas características espaciais e interações intra e interespecíficas. Compreender a relação predador-presa e como carnívoros lidam com as mudanças na paisagem são questões centrais nos estudos desta guilda. Por apresentar ampla distribuição geográfica e por habitar diferentes ambientes, o gato-do-mato Leopardus geoffroyi se tornou um excelente modelo para estudar essas relações. Neste estudo foram abordados dois aspectos da ecologia do gato-do-mato. O primeiro em larga escala, onde investigamos como a composição da dieta muda no gradiente de latitude, altitude e distúrbios humanos. O segundo em pequena escala, com o objetivo de estimar o tamanho da área de vida, seleção de habitat e o padrão de atividade deste pequeno carnívoro em uma paisagem intensamente modificada pelo homem. Nós revisamos 20 estudos de dieta do gato-do-mato em toda a América do Sul e medimos os efeitos dos impulsionadores de mudanças na composição da dieta, especialização e tamanho médio do mamífero presa. Além disso, rastreamos 14 gatos-do-mato utilizando colares GPS para determinar como os felinos usam o espaço em uma área no Bioma Pampa no sul do Brasil. Utilizamos Modelagem de Equações Estruturais para testar as hipóteses de relações de mudanças na dieta em larga escala. E estimamos os tamanhos das áreas de vida por meio das técnicas de mínimo polígono convexo e Kernel, além de determinar a seleção de habitat e o padrão de atividade por meio da análise de seleção de passos. Cavia, Ctenomys e Lepus são as principais presas do gato-do-mato em toda a América do Sul. A latitude, distúrbios humanos e especialmente a altitude tiveram efeitos diretos e indiretos na composição da dieta, especialização e seleção do tamanho de presas. No sul do Brasil, o tamanho das áreas de vida é tão grande quanto as outras regiões da América do Sul. Áreas de vida de machos são maiores do que as áreas de fêmeas e a área de vida aumenta com o aumento do peso de machos. O gato-do-mato seleciona floresta durante todo o dia. Arrozais, áreas úmidas e entorno de casas de fazendas foram selecionados no período noturno e evitados na fase clara do dia. Pastagens foram sempre evitadas. Todos os impulsionadores de mudanças da dieta levaram à substituição de espécies de presas ao longo dos gradientes biogeográficos e antropogênico. Limitações físicas e biológicas da paisagem podem explicar essas mudanças. A especialização da dieta foi correlacionada com o consumo de presas grandes, principalmente Lepus. Nossos dados reforçam as predições de que este pequeno felino é tolerante quando submetido a habitats antropizados. O uso intenso de áreas manejadas apoia esta afirmação. A floresta ripária e áreas úmidas são essenciais para o gato-do-mato nas paisagens modificadas pelo homem no extremo sul do Brasil. |
Download |
|
|
Padrões e processos ecológicos e evolutivos de Deuterocohnia meziana (Bromeliaceae) |
|
Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
28/06/2019 |
Área |
ECOLOGIA APLICADA |
Orientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- Clarisse Palma da Silva
- Fábio Pinheiro
- Márcia Goetze
- Thadeu Sobral de Souza
|
Resumo |
Deuterocohnia meziana Kuntze ex Mez é uma espécie de bromélia saxícola que habita
afloramentos áridos. Estes afloramentos estão distribuídos de forma fragmentada no Brasil, na
Bolívia e no Paraguai. Espécies como D. meziana que apresentam distribuição restrita são
consideradas bons modelos para avaliar o efeito do isolamento ecológico na evolução,
diversidade e estrutura genética populacional. Sendo assim, o objetivo da tese foi investigar a
história evolutiva de Deuterocohnia meziana avaliando aspectos demográficos, genéticos e
morfológicos. Nós usamos a modelagem de nicho ecológico para avaliar a distribuição
potencial atual de D. meziana e para testar a hipótese de refúgio glacial, além de avaliar os
efeitos das mudanças climáticas futuras na distribuição de D. meziana. Nós projetamos o
modelo para o UMG (Último Máximo Glacial ~21 m.a.a.), para o Médio Holoceno (~6
m.a.a.) e também para 2050 (RCP8.5) e 2070 (RCP8.5). A projeção do modelo para o UMG
mostrou que o clima seco e frio foi desfavorável para D. meziana, apresentando menor
distribuição potencial e menor adequabilidade ambiental. Dessa forma, D. meziana pode ter
permanecido em refúgios glaciais em pequenas regiões com melhores condições para sua
sobrevivência. Já durante o Médio-Holoceno, a distribuição potencial de D. meziana
aumentou, provavelmente devido à elevação da temperatura e da precipitação. Nas projeções
de 2050 e 2070, o clima (seco e quente) deve reduzir as áreas de alta adequabilidade climática
(0,8-1,0), porém deve aumentar a disponibilidade de habitat adequado total (<0,8) expandindo
a distribuição de D. meziana. Nós também utilizamos dados de microssatélites nucleares e de
cloroplasto para avaliar os efeitos da distribuição fragmentada na diversidade e estruturação
genética de seis populações de D. meziana. Para investigar os possíveis mecanismos
envolvidos na manutenção da diversidade genética de D. meziana, nós avaliamos a proporção
de rametes e genetes, o número de migrantes entre as populações e a contribuição relativa do
pólen e da semente para o fluxo gênico. Além disso, nós combinamos os dados genéticos com
a modelagem de nicho ecológico para descrever o efeito das oscilações climáticas do passado
nas rotas de dispersão. De acordo com nossos resultados D. meziana apresentou alta
diversidade e moderada estruturação genética entre suas populações. O número de rametes foi
alto em relação aos genetes e a dispersão via pólen foi aproximadamente quatro vezes mais
eficiente do que pela semente. O número de migrantes entre as populações foi baixo e os
maiores valores de estruturação foram encontrados nas comparações entre as populações do
Maciço do Urucum e da Serra da Bodoquena. O baixo número de migrantes e a grande
abundância local indicam que a reprodução clonal somada a poucos eventos de dispersão podem ser suficientes para manter alta diversidade genética de D. meziana, garantindo a
estabilidade local dessas populações. Os mapas das rotas de dispersão entre o Maciço do
Urucum e a Serra da Bodoquena, mostraram a uma barreira entre estas regiões. Esta barreira
pode ser causada pela distância entre as morrarias e/ou pela baixa adequabilidade ambiental
da região que está sujeita aos ciclos de inundação do Pantanal. Por fim, nós descrevemos o
polimorfismo na cor das flores de D. meziana e avaliamos o efeito da cor da flor no número
de visitas e na preferência dos polinizadores. O polimorfismo na cor das flores de D. meziana
ocorre devido à variação na cor das sépalas e dos ramos florais que varia conforme um
gradiente que vai de amarelo claro até vermelho escuro. A variação gradativa da cor e o fato
da maior parte dos indivíduos da população apresentarem inflorescências laranja podem
indicar uma herança quantitativa poligênica das cores das flores. O número de visitas dos
polinizadores foi maior nas inflorescências amarelas quando comparadas com as vermelhas.
Esse resultado pode estar relacionado à faixa do espectro visível dos polinizadores, que reduz
a detectabilidade relativa das inflorescências vermelhas em relação às amarelas. Sendo assim,
o contexto ecológico e a história natural de D. meziana subesp. meziana podem ser
responsáveis pela manutenção do polimorfismo da cor das flores. |
|
Relações de parentesco e concentração de mercúrio total em ariranhas (Pteronura brasiliensis) |
|
Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
28/06/2019 |
Área |
ECOLOGIA APLICADA |
Orientador(es) |
|
Orientando(s) |
- Grazielle Cristina Garcia Soresini
|
Banca |
- Aline Pedroso Lorenz
- Caroline Leuchtenberger
- Fernanda Michalski
- Marcelo Lopes Rheingantz
|
Resumo |
Molecular methodologies evaluate the genetic similarity between individuals and can be used to infer kinship relationships. Giant otters (Pteronura brasiliensis) are social carnivores, present cooperative breeding and are territorial. The general objective of this study was to estimate the relatedness in a subpopulation of giant otters from the Southern Pantanal through the amplification of microsatellite loci. I collected tissue (skin) and fur samples from 24 free-ranging giant otters. Microsatellite markers revealed high genetic diversity and on average the sampled otters were third degree relatives. Using relatedness, I reconstructed a partial pedigree and examined the mating system, the possibility of territory inheritance and the reproductive success of each individual. Additionally, I used the fur samples to measure the total mercury concentration, since otters are top predators in the trophic chain and have the potential to accumulate mercury by biomagnification. High values of total mercury concentration were found when compared to values considered normal for other otter species. |
|
Terrestrial herbivorous mammals in a mosaic of Cerrado, Atlantic Forest and land-use changes |
|
Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
05/06/2019 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
|
Resumo |
Os hotspots de biodiversidade do Cerrado e da Mata Atlântica têm experimentado mudanças rápidas no uso da terra nas últimas cinco décadas, resultando em fragmentação de habitat, invasão de espécies exóticas e perda de biodiversidade. Os mamíferos herbívoros são uma comunidade chave para investigar os impactos das mudanças no uso da terra na biodiversidade, porque são diretamente influenciados pela estrutura da paisagem. Em uma primeira etapa, revisamos artigos publicados entre 2002 e 2018 sobre mamíferos terrestres em contextos de mudança no uso da terra no Cerrado brasileiro. Descobrimos que as respostas negativas dos mamíferos às mudanças no uso da terra foram associadas principalmente à agricultura, pecuária, estradas e áreas urbanas. Além disso, identificamos grandes lacunas de conhecimento, por exemplo, na cobertura de áreas ou espécies de pesquisa. Em segundo lugar, coletamos dados sobre a comunidade de mamíferos herbívoros através de gradientes de mudanças no uso da terra no planalto de Bodoquena, no Brasil, entre fevereiro de 2016 e dezembro de 2017. Analisamos como e em qual escala três métricas da paisagem (porcentagem de cobertura florestal, densidade de manchas e densidade de arestas) afetam a ocorrência de quatro espécies herbívoras (Dasyprocta azarae, Pecari tajacu, Mazama gouazoubira e Tapirus terrestris). Encontramos diferenças nas escalas em que as espécies responderam a diferentes métricas da paisagem. Finalmente, modelamos a ocupação de 23 mamíferos herbívoros na paisagem do planalto de Bodoquena. O padrão de ocupação em função da porcentagem de cobertura florestal mostrou respostas idiossincráticas por espécie às mudanças no uso da terra. Portanto, recomendamos estratégias diferentes e complementares, incluindo restauração de habitat para conservação e manejo de mamíferos herbívoros no platô de Bodoquena. |
|
Terrestrial herbivorous mammals in a mosaic of Cerrado, Atlantic Forest and land-use changes |
|
Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
05/06/2019 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
- Alexine Keuroghlian
- Christophe Baltzinger
- Erich Arnold Fischer
- Fabio de Oliveira Roque
- Maria Luisa da Silva Pinto Jorge
- Walfrido Moraes Tomás
|
Resumo |
Os hotspots de biodiversidade do Cerrado e da Mata Atlântica têm experimentado mudanças rápidas no uso da terra nas últimas cinco décadas, resultando em fragmentação de habitat, invasão de espécies exóticas e perda de biodiversidade. Os mamíferos herbívoros são uma comunidade chave para investigar os impactos das mudanças no uso da terra na biodiversidade, porque são diretamente influenciados pela estrutura da paisagem. Em uma primeira etapa, revisamos artigos publicados entre 2002 e 2018 sobre mamíferos terrestres em contextos de mudança no uso da terra no Cerrado brasileiro. Descobrimos que as respostas negativas dos mamíferos às mudanças no uso da terra foram associadas principalmente à agricultura, pecuária, estradas e áreas urbanas. Além disso, identificamos grandes lacunas de conhecimento, por exemplo, na cobertura de áreas ou espécies de pesquisa. Em segundo lugar, coletamos dados sobre a comunidade de mamíferos herbívoros através de gradientes de mudanças no uso da terra no planalto de Bodoquena, no Brasil, entre fevereiro de 2016 e dezembro de 2017. Analisamos como e em qual escala três métricas da paisagem (porcentagem de cobertura florestal, densidade de manchas e densidade de arestas) afetam a ocorrência de quatro espécies herbívoras (Dasyprocta azarae, Pecari tajacu, Mazama gouazoubira e Tapirus terrestris). Encontramos diferenças nas escalas em que as espécies responderam a diferentes métricas da paisagem. Finalmente, modelamos a ocupação de 23 mamíferos herbívoros na paisagem do planalto de Bodoquena. O padrão de ocupação em função da porcentagem de cobertura florestal mostrou respostas idiossincráticas por espécie às mudanças no uso da terra. Portanto, recomendamos estratégias diferentes e complementares, incluindo restauração de habitat para conservação e manejo de mamíferos herbívoros no platô de Bodoquena. |
|
High-performance bioindicators for stream condition monitoring in tropical biodiversity hotspots |
|
Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
28/05/2019 |
Área |
ECOLOGIA APLICADA |
Orientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
|
Resumo |
Em minha tese, avaliei a resposta de insetos aquáticos e peixes frente à perda de vegetação nativa em riachos tropicais, focando em três dimensões subexploradas, limiar ecológico, escala e custo monetário, relacionadas ao processo de seleção de indicadores em iniciativas de monitoramento de sistemas de água doce. Realizei também em um dos córregos um estudo específico na procura de resultados mais refinados a nível local para testar se diferentes densidades de carbono da madeira submergida influenciam os grupos funcionais de alimentação e a riqueza de espécies de insetos aquáticos. Usei dois modelos, a região cárstica do Planalto da Bodoquena, Centro-Oeste do Brasil e a Paisagem Natural Protegida Gran Piedra, Santiago de Cuba, Cuba, ambas as áreas localizadas dentro de dois hotspots de biodiversidade mundial. Identifiquei 25 espécies com potencial de indicação, 14 de insetos aquáticos e 11 de peixes. Entre elas, 13 espécies de insetos e peixes apresentam limiares claros frente à perda de vegetação nativa nos sistemas aquáticos deste modelo de estudo. Dentre os insetos aquáticos, os taxa que mostraram maior sensibilidade apresentaram limiares entre 10 e 25% de perda de vegetação nativa. Obtive resultados similares em termos do número de espécies em declínio de insetos aquáticos e peixes com respostas na escala de 100 metros, mas os insetos aquáticos mostraram uma maior sensibilidade do que peixes a mudanças na vegetação ripária em escala local. Mostrei, que o uso de indicadores é escala-dependente e que incluir a dimensão monetária é importante na seleção de indicadores de condições ecológicas e pode reduzir os custos na conservação e biomonitoramento. No segundo modelo, previ que madeiras mais duras abrigassem riqueza de espécies de insetos aquáticos e grupos funcionais diferentes das madeiras menos duras, e que grupos de coletores e filtradores fossem mais abundantes na madeira macia. Encontrei que Diptera e Ephemeroptera foram os grupos mais abundantes, e que as taxas de decomposição são diferentes entre as espécies de plantas. Mostrei evidências que a riqueza e a organização funcional de insetos aquáticos têm relação com às taxas de decomposição e a quantidade de lignina da madeira proveniente da vegetação ripária. Os resultados sugerem que os programas de biomonitoramento em sistemas aquáticos tropicais devem considerar o trade-offs custo-benefício na obtenção de informação, priorizando à viabilidade operacional e financeira e os grupos com maior sensibilidade, e que a seleção dos indicadores dependerá da escala de avalição. Outra mensagem em minha tese é que existe a possibilidade que a perda de árvores de alta densidade de carbono em florestas tropicais afete a biodiversidade aquática local com implicações na conservação e biomonitoramento. |
|
Bioindicadores de alta performance para monitoramento de condições de córregos em hotspots de biodiversidade tropical. |
|
Curso |
Doutorado em Ecologia e Conservação |
Tipo |
Tese |
Data |
28/05/2019 |
Área |
ECOLOGIA |
Orientador(es) |
|
Orientando(s) |
|
Banca |
|
Resumo |
Em minha tese, avaliei a resposta de insetos aquáticos e peixes frente à perda de vegetação nativa em riachos tropicais, focando em três dimensões subexploradas, limiar ecológico, escala e custo monetário, relacionadas ao processo de seleção de indicadores em iniciativas de monitoramento de sistemas de água doce. Realizei também em um dos córregos um estudo específico na procura de resultados mais refinados a nível local para testar se diferentes densidades de carbono da madeira submergida influenciam os grupos funcionais de alimentação e a riqueza de espécies de insetos aquáticos. Usei dois modelos, a região cárstica do Planalto da Bodoquena, Centro-Oeste do Brasil e a Paisagem Natural Protegida Gran Piedra, Santiago de Cuba, Cuba, ambas as áreas localizadas dentro de dois hotspots de biodiversidade mundial. Identifiquei 25 espécies com potencial de indicação, 14 de insetos aquáticos e 11 de peixes. Entre elas, 13 espécies de insetos e peixes apresentam limiares claros frente à perda de vegetação nativa nos sistemas aquáticos deste modelo de estudo. Dentre os insetos aquáticos, os taxa que mostraram maior sensibilidade apresentaram limiares entre 10 e 25% de perda de vegetação nativa. Obtive resultados similares em termos do número de espécies em declínio de insetos aquáticos e peixes com respostas na escala de 100 metros, mas os insetos aquáticos mostraram uma maior sensibilidade do que peixes a mudanças na vegetação ripária em escala local. Mostrei, que o uso de indicadores é escala-dependente e que incluir a dimensão monetária é importante na seleção de indicadores de condições ecológicas e pode reduzir os custos na conservação e biomonitoramento. No segundo modelo, previ que madeiras mais duras abrigassem riqueza de espécies de insetos aquáticos e grupos funcionais diferentes das madeiras menos duras, e que grupos de coletores e filtradores fossem mais abundantes na madeira macia. Encontrei que Diptera e Ephemeroptera foram os grupos mais abundantes, e que as taxas de decomposição são diferentes entre as espécies de plantas. Mostrei evidências que a riqueza e a organização funcional de insetos aquáticos têm relação com às taxas de decomposição e a quantidade de lignina da madeira proveniente da vegetação ripária. Os resultados sugerem que os programas de biomonitoramento em sistemas aquáticos tropicais devem considerar o trade-offs custo-benefício na obtenção de informação, priorizando à viabilidade operacional e financeira e os grupos com maior sensibilidade, e que a seleção dos indicadores dependerá da escala de avalição. Outra mensagem em minha tese é que existe a possibilidade que a perda de árvores de alta densidade de carbono em florestas tropicais afete a biodiversidade aquática local com implicações na conservação e biomonitoramento. |
|